Campeão Digital - 27/04/2020

Fado de Coimbra na rádio online

VESPERTINO

www.radiofadodecoimbra.pt

DIRECTOR LINO VINHAL www.campeaoprovincias.pt | telef. 239 497 750 | e-mail: campeaojornal@gmail.com

e escute o v i t a c i l p ue o a er lugar Descarreg io em qualqu'LVSRQtYHO SDUD GRZQORDG HP a rád

DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 15:00 / 16:00 HORAS Ŷ EDIÇÃO DIGITAL COM 16 PÁGINAS SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020

?

»» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

publicite ON-LINE 239 497 750

campeaojornal@gmail.com

Oposição em Coimbra arranha mas não morde

Ź LUTA POLÍTICA ESMORECEU COM AUSÊNCIAS NA REUNIÃO DE CÂMARA FICHA TÉCNICA: EQUIPA DO CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS Lino Vinhal, Luís Santos, Diana Baptista, Sónia Pereira, Nádia Moura, Luís Carlos Melo

DESIGN GRÁFICO Jorge Capelo

2

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

PROTESTO CONTRA AS REUNIÕES DE CÂMARA PRESENCIAIS EM TEMPO DE PANDENIA

Oposição ao PS em Coimbra passou a atacar por palavras '

esde Março, quando entrou em vigor o estado de contingência e, depois, o actual estado de emergência, que a maioria da oposição no Executivo tem primado pela ausência nas reuniões, contestando o facto de serem presenciais e defendendo a realização por videoconferência.

Os dois vereadores do movimento Somos Coimbra (SC), José Manuel Silva e Ana Bastos,

têm justificado as faltas, um por ser médico, o outro por necessidade de assistência a familiar. Da parte do PSD já estiveram ausentes Paulo Leitão, que é também deputado no Parlamento, Madalena Abreu e Paula Pêgo, que passou a vereadora independente.

Com a falta de cinco dos 11 elementos que constituem a Edilidade, como já aconteceu, o quórum para se fazer a reunião é obtido com os cinco eleitos do PS (presidente mais quatro vereadores) e o da CDU,

Francisco Queirós, dirigente do PCP que tem pelouros atribuídos.

As ausências presenciais têm dado lugar ao envio de comunicados por parte do PSD, Somos Coimbra e também do movimento Cidadãos por Coimbra, liderado por Jorge Gouveia Monteiro, que tem eleitos na Assembleia Municipal e em Juntas de Freguesias.

Do essencial que se tem dito fica aqui um registo.

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

3

PSD de Coimbra: Machado e Cidade fizeram confissão de “incompetência” O

PSD de Coimbra considera que o presidente da Câmara e o líder concelhio do PS fizeram uma “confissão de incompetência e de incapacidade” ao pedirem ajuda à ministra da Saúde para a abertura do Centro de Diagnóstico Móvel à Covid-19.

Segundo Carlos Lopes, presidente concelhio do PSD de Coimbra, “o presidente da Câmara (Manuel Machado), e da Comissão Política do PS (Carlos Cidade), fizeram, publicamente, uma confissão de incompetência e de incapacidade de fazer ver, perante a cabeça de lista do PS nas últimas eleições (que por acaso é ministra da Saúde) e perante a ex-vice

presidente da autarquia (que por acaso é presidente da ARS), da urgência e da premência na instalação do Centro de Diagnóstico Móvel, na Praça da Canção”.

“O Centro de Diagnóstico, pomposa e precipitadamente anunciado pelo presidente da Câmara a 23 de Março, na linha, de resto, de outros anúncios ilusórios a que a população do concelho de Coimbra vem sendo habituada, só finalmente entrou em funcionamento dia 14 de Abril, ou seja, semanas depois da instalação da lona na Praça da Canção pelo Departamento de Marketing da CMC”, considera Carlos Lopes.

O líder concelhio de Coimbra do PSD

dá como exemplo da cidade do Porto, “onde, a 17 de Março, foi instalado e entrou de imediato em funcionamento o respectivo Centro de Diagnóstico”.

“Mais uma vez instamos o presidente da CMC a ser, para variar, pró-activo na defesa dos seus munícipes e reiteramos a nossa disponibilidade (aliás, já demonstrada e sem resposta até ao momento) para colaborar activamente na gestão autárquica desta pandemia”, refere Carlos Lopes, para concluir: “Já é tempo de Manuel Machado e os seus vereadores demonstrarem estar à altura dos cargos que ocupam, o que - resulta à saciedade - não se tem verificado”.

CpC faz propostas de apoio aos cidadãos

N

uma carta aberta ao presidente da Câmara Municipal, o movimento Cidadãos por Coimbra (CpC), liderado por Jorge Gouveia Monteiro, apresenta sugestões para ir mais além nas medidas de apoio, neste tempo de pandemia de covid-19.

O CpC propõe que se promova “a máxima divulgação dos recursos disponibilizados e o atendimento mais personalizado possível aos cidadãos e cidadãs, pelos meios mais diversos, tendo em consideração que, frequentemente, as pessoas mais carenciadas são aquelas que não dispõem dos canais de comunicação mais comuns nos dias de hoje”.

“Os nossos objetivos e, cremos nós, também os de toda a comunidade conimbricense exigem algumas medidas concretas, a tomar com urgência”, refere o Cpc, propondo, no essencial, “responder eficazmente às situações sociais de emergência, por perda grave de rendimentos, alteração súbita de condições de vida autónoma e impossibilidade de fazer face a necessidades básicas”, assim como

“ reinventar políticas, reorientar recursos e responder a novas oportunidades”.

Neste sentido aponta-se “a regulamentação e entrada em funcionamento da Comissão de Protecção da Pessoa Idosa, já aprovada pela Assembleia Municipal, dotando-a de meios humanos, técnicos e financeiros para poder cumprir as suas funções”.

O Cpc considera que “a criação do projecto CoimbraMaisFuturo e o desenvolvimento da plataforma Sem Sair de Casa Eu Apoio a Produção e o Comércio Local são um exemplo das boas práticas que merecem ser apoiadas, devendo a sua acção articular-se com as necessidades das famílias ou das pessoas sós que, por fragilidade física ou por carências de vária ordem, não podem sair de casa para adquirir os bens essenciais ao seu quotidiano”.

O movimento entende, também, que “a organização, com as Juntas de Freguesia e o apoio do IEFP, de um programa de gestão/reaproveitamento de resíduos agrícolas e florestais de particulares,

através da disponibilização, pelo Município, de equipamentos destroçadores de sobrantes vegetais, é essencial como meio eficaz de dissuasão das queimadas e dos seus perniciosos efeitos”.

Propõe, igualmente, “a reorientação funcional de técnicos e outros trabalhadores do Município para o apoio técnico a pequenas obras de reabilitação de habitações e instalações particulares e associativas, tendo como objectivo, para além do apoio social, o cumprimento dos regulamentos municipais deste sector”.

“Para além da acção empenhada dos nossos deputados municipais no âmbito da Assembleia Municipal, estamos disponíveis para debater, noutros contextos mais informais, estas ou outras eventuais propostas que visem responder à situação de emergência social que vivemos no país, designadamente a articulação das medidas tomadas pelo Município com as legisladas pelo Governo e pela Assembleia da República”, conclui o Cpc.

4

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

Na resposta aos apoios, a Câmara disponibilizou cerca de 670 tablets e de 400 bandas largas de acesso móvel à Internet aos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico

OPOSIÇÃO PEDE MAIS APOIOS DA CÂMARA

PSD quer 750 mil euros e o SC cinco milhões

O

s vereadores do PSD na Câmara de Coimbra quere que o Fundo de Emergência Municipal (FEM) aumente para 750 mil euros, contra os actuais 158 mil euros, para ajudar a fazer face à pandemia da covid-19.

O aumento da dotação prevista para o FEM, de “158 mil para 750 mil euros”, foi uma das propostas apresentadas pelos sociais-democratas, num requerimento que foi enviado ao presidente da Câmara, o socialista Manuel Machado, no sentido de o executivo debater e votar na reunião da Edilidade, mas acabou “chutado para canto” pelos socialistas.

Além daquele aumento de quase cinco vezes do FEM, o PSD também defende a atribuição de “apoios extraordinários às IPSS [instituições particulares de solidariedade social] que prestam apoio a sem abrigos ou apoio domiciliário a idosos no valor total de 300 mil euros”.

No requerimento, subscrito pelos dois vereadores do PSD, Madalena Abreu e Paulo Leitão, é igualmente defendida a organização, “em estreita articulação com as autoridades de saúde local e regional”, de “uma operação logística com vista à realização de testes à covid-19 a todos os idosos hospedados em lares de terceira idade e profissionais, públicos e privados, sediados no seu território concelhio”.

Entre as propostas do PSD, referência ainda, por exemplo, para a criação de “um programa municipal de cuidados domiciliários a idosos que vivem sozinhos ou isolados, em articulação com as IPSS, juntas de Freguesia e equipas de apoio domiciliário, destinadas à população inserida em grupos de risco”.

Já o movimento Somos Coimbra (SC) propôs à Câmara 47 medidas, envolvendo pelo menos cinco milhões de euros, para atenuar “as previsíveis consequências da pandemia” da covid-19 “na vida social e económica dos

munícipes”, que também não foram acolhidas pelos socialistas.

As medidas defendidas pelo SC, nos planos da saúde pública, do funcionamento da Câmara e do apoio social às famílias, às IPSS (instituições particulares de solidariedade social) e outras instituições de índole social e às empresas e agentes culturais, envolvem um investimento de pelo menos cerca de cinco milhões de euros, estima José Manuel Silva, um dos dois eleitos do movimento com assento no Executivo municipal.

“Dada a situação de emergência em que nos encontramos, entendemos ser de fazer um esforço adicional, elevando a previsão de financiamento para um total equivalente a cerca de 2% do IRS pago no concelho”, que, sustenta José Manuel Silva, corresponde a “aproximadamente cinco milhões de euros”, perto de metade dos quais corresponde à “receita adicional este ano, em comparação com 2019, em resultado de não ter havido devolução de 0,5% do IRS aos munícipes”.

Assegurando que avança com este conjunto de propostas “com vontade e espírito inteiramente construtivo”, o vereador afirma que a maior parte das medidas preconizadas pelo SC são “na sua maioria novas” e que “acrescem às medidas já anunciadas” pela Câmara de Coimbra, “com uma parte das quais” está “inteiramente de acordo”.

Mas as medidas anunciadas pela autarquia, que “valem algumas dezenas de milhares de euros”, na ordem da centena de milhares de euros “talvez”, servem “apenas para arranhar a superfície” dos problemas, como se se tratasse de enfrentar as consequências profundas (e já detetáveis) da pandemia com “pensos rápidos”, criticou José Manuel Silva, numa conferência de Imprensa por videoconferência.

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

5

Somos Coimbra não compreende obstinação da Câmara em reuniões presenciais

O

s dois vereadores do movimento Somos Coimbra dizem-se surpreendidos por mais uma convocatória para uma reunião presencial do Executivo da Câmara, hoje, à semelhança das duas anteriores.

“O Partido Socialista (PS) de Coimbra mantém, assim, a sua incompreensível política de desrespeito pelo confinamento, promovendo até ao limite do possível que as pessoas saiam de casa para reunir presencialmente”, considera o Somos Coimbra (SC).

Para este movimento, “numa altura em que quer o ensino à distância quer o teletrabalho fazem parte da nova rotina da maioria da população, não se consegue compreender a obstinação da autarquia nas reuniões presenciais”.

Recordando que “inicialmente foram invocadas pretensas dificuldades técnicas” por parte da Câmara, o SC entende, agora, que “não é compreensível que no espaço de um mês não tenham sido ultrapassadas, pois qualquer pessoa consegue fazer uma videochamada com vários participantes em poucos minutos”.

O SC, que tem José Manuel Silva e Ana Bastos como vereadores, anuncia que “vai voltar a requerer a sua participação à distância por uma qualquer plataforma de videoconferência escolhida pela CMC”, pois entende que “é fundamental que a oposição participe nas discussões dos destinos da autarquia”.

“Ao ter impedido de participar os vereadores da oposição nas duas últimas reuniões, o Executivo socialista está a tentar silenciar os vereadores sem funções na Edilidade e impedi-los de participar em decisões importantes para o concelho, utilizando deliberadamente a situação de emergência para suspender a democracia em Coimbra”, considera o SC. O movimento sublinha que o facto de a CMC ser uma das poucas autarquias que insiste em reuniões presenciais é “um desprestígio para uma cidade como Coimbra, simbolizando particularmente bem a incapacidade da actual liderança camarária para compreender o século XXI”.

NA RÁDIO REGIONAL DO CENTRO

Dúvidas

sobre as leis? Ź MÓNICA QUINTELA ESCLARECE

N

a Rádio Regional do Centro (96.2 FM) a lei é para todos. Por isso, se tem dúvidas, por exemplo, no contexto da actual conjuntura provocada pela pandemia Covid-19, ou tantas outras que surgem no seu dia-a-dia, a partir de agora pode fazêou -las chegar por email (radioregionaldocentro.estudios@gmail.

-l com). co A advogada Mónica Quintela, deputada do PSD eleita pelo círculo de Coimbra nas últimas Legislativas, conhece as suas dúvidas e, melhor que ninguém, dá as respostas. mel ‘O Direito de todos’ é a rubrica que coloca a Rádio Regional do Centro ao as terças-feiras, às 13h00. seu serviço, todas t

6

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

9

ia-a chegar numa azáfama constante. Ía e vinha numa correria esvoaçada que não escondia nem a ansiedade nem a importância da tarefa. De dez em dez minutos, mais uma vezes menos noutras, lá vinha ela, ela ou ele, do bico fazendo grua com que transportava palhas, pauzitos fininhos que, com uma destreza apaixonante, ía dispondo entre dois ferros, como que escondida do mundo mas à mostra de tantos. E o ninho ía crescendo. Cada manhã era mais ninho.

Redondinho, no interior uma penugem tornava-o macio, fofinho até. Notava-se isso, visto de não muito longe. Os retoques finais, num misto de

ao take-away. Ele trazia, depositava na borda do ninho e voltava mundo fora, para voltar mais tarde. Às vezes vinha e ficava-se mais um pouco, alturas em que se mostrava um tudo nada mais abusador: levava-lhe a comida ao bico e pareceu-me ver na simplicidade daquele gesto, beijo que fosse, um misto de carinho que ía um tudo nada além da função. Nesse gesto de ir e vir, nessa atitude de estar mais um pouco de vez em quando, parecia-me vislumbrar a parte mais sublime da vida, ali onde a reprodução e a criação se encontram para que não tenha sido em vão o trabalho da natureza, actue ela sozinha ou conduzida por mão invisível.

Duas semanas depois, ou por aí, entrava eu dis-

acomodavam como podiam e à tantas deixaram de poder. Dois deles caíram e quando cheguei naquela manhã e os vi caídos e mortos no chão, maldisse da natureza de que tão bem dissera naquelas semanas. Que raio … se tivessem dito â mãe que era preciso fazer um ninho maior, ela tê-lo-ía feito de certeza, tanto ela trabalhara.

Mas não foi assim que aconteceu e eu senti uma espécie de luto interior que – deixem-se ser sincero – mês fez sofrer um tudo nada que teve mais de bastante que de pouco. A natureza fica - me a dever mais este gesto que não compreendi. Vou juntá-lo a tantos outros, na taleiga que estou a preparar para levar na viagem. Alguém me há-de

Quando partir levarei a taleiga cheia de porquês pressa e mestria, tornaram aquele ninho que me embebecia todas as manhãs, na casa de um ser que me fascinava. Aquele passarito ou aquela passarita, um ou outra, os dois talvez, foram incansáveis dias seguidos e confiantes no olhar amigo com que os admirava todas as manhãs.

Numa dessas manhãs estranhei tanta acalmia.

Percorri com um olhar inquieto as proximidades que se haviam tornado na nossa aldeia imaginária, onde o passarito ou passaritos – se ele e ela – me foram fazendo seu cúmplice, mostrando –me a cada instante a razão de tanta azáfama. De repente, olhando o ninho de longe e esperando um regresso que não acontecia, uma cabecita pequenina mexeu-se no interior do ninho. Que feliz fiquei e que ignorante me achei! Não tinha o direito de duvidar da seriedade daquele casal (?) de passaritos que, apesar de tão apressados e de trabalho constante, me haviam feito seu confidente também, confiando que a minha presença de todas as manhãs, cedinho ainda, era o respeito profundo de um amigo que lhes invejava esse admirável desígnio de construir o ninho feito casa para a família que íam construir, poisando com incompreendido saber cada palhiinha em seu sítio, tecendo uma teia de amor onde, nessa manhã da minha inquietude, ela se preparava para depositar os primeiros ovitos de uma relação de amor que ambos haviam assumido como destino e missão.

Por ali se manteve dias seguidos, entrecortados a espaços distantes pela visita do outro que, se marido ou namorado não saberia bem, mas pai dos seus filhos era com certeza. Tudo a condizer com a época: ela também deixou de se levantar para ir comer, ou pelo menos não me apercebi disso. Aderiram

traído e ela, já poisada na borda do ninho, olhava o seu interior, rendida a um qualquer encanto perante o qual a minha presença lhe era absolutamente indiferente. Que estranho… Senti ciúmes. Ela nem para mim olhara ainda. Tive que pedir à razão que me ajudasse a descer à terra para que me apercebesse que ela, a passarita, contemplava os seus filhitos, de tamanho não maior que a moeda de dois cêntimos, aceitando as decisões da natureza sem as contestar, agradecendo-lhe porventura o encanto que algumas trazem consigo. E naquela ocasião a natureza trouxera-lhe o encanto maior que ela contemplava com humana ternura.

Os dias seguintes voltaram a ser um corropio constante. Os quatro filhotes, calados de início, às tantas começaram a piar. E se sentiam a mãe (pai também?) por perto, então era uma cantoria pegada. Ela vinha e dava a um; ía e voltava para dar a outro; eram 4 de início e cada vez comiam mais e mais insatisfeitos se revelavam. Uma semana depois o seu piar soava mais a protesto pela demora que obrigado aos pais. Muito trabalhou dias seguidos aquele casal! Horas e dias numa correria constante.

Nunca me pareceram esmorecidos e cada dia que passava mais eu os sentia confiantes em mim e eu orgulhoso neles. Às tantas, reparo e vejo. Umas cabecitas com um bico tricotado à volta com uma fita de branco, sinal de bebés ainda, começaram a emergir do fundo do ninho, como que a espreitar por onde andaria a mãe, o pai talvez, que cada vez se atrasavam mais, sem todavia nunca regatearem nem o trabalho nem a função.

O ninho foi-se fazendo pequeno e foi então que me apercebi que eram quatro, os irmãos. Que se

explicar os tantos porquês que levarei comigo.

Não perderam o apetite os irmãos que ficaram.

Já com espaço, mostravam-se garbosos e famintos, também indiferentes ao destino dos irmãos caídos.

Era sábado. Cheguei um pouco mais tarde e menos decidido. Olhei o ninho. Não os vi. Percorri o chão onde encontrara dias antes os irmãos. Nada. Fiquei mais tranquilo. Dormem ainda, deduzi. Eis quando ouço um piar. De onde viria? Quem seria? Levantei um olhar e vejo poisados num fio que segurava o poste de electricidade quatro passaritos, os dois do meio mais sossegados e pequenitos, os das pontas mais encorpados e inquietos, a dar às asas como que prontos para a partida. Mas não. Um dos grandes voou ao chão e o pequenito mais próximo veio também. Debicaram qualquer coisa do chão e regressaram donde haviam partido. Esperei, curioso. Minutos depois, poucos, os mais velhos bateram as asas e poisaram num muro, metros adiante. Quando os dois do meio se decidiram acompanhar os pais viu-os bater as asitas antes de levantarem voo, ainda meio hesitantes num equilíbrio instável conseguido a custo naquele fio fininho, feito cordão de suporte do poste de electricidade. Bateram as asas, partiram e poisaram. Voltaram a partir, agora os quatro que deixei de ver, porque desaparecidos na pequena floresta circundanrte.

Bateram as asas para voar, seguramente. Mas ninguém me tira da ideia que as primeiras batidas foram para se despedirem de mim. Eu sei que a esta hora já se esqueceram. É natural. Mas eu levarei anos a conseguir fazer o mesmo.

Lino Vinhal

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

7

Varela Pécurto

95 anos acabadinhos de fazer

UM DOS GRANDES FAZEDORES DAS IMAGENS DE COIMBRA NO MUNDO +

oje é dia de festa em casa do mestre da fotografia Varela Pécurto. As velas contam 95 primaveras, mas a alma permanece mais nova e sempre activa. As medidas restritas deste estado de emergência não permitem grandes aglomerados de pessoas, tal como Varela Pécurto decerto merece, para celebrar mais um ano cheio de vida, mas há quem dele não se esqueça e consigo, ainda que há, distância, vá festejar.

A arte de observar começou ainda menino, no Alentejo, e foi-se aperfeiçoando ao longo dos anos, dando origem a trabalhos notáveis conseguidos pelos vários cantos do país, mas regressando sempre aquela que foi, desde cedo, a sua casa: a cidade de Coimbra. “Através da varanda de minha casa, onde vivo há 60 anos, aprendi a falar com Coimbra”, disse, numa entrevista ao “Campeão” para a rubrica “Uma profissão / Uma vida”.

Uma das suas fotografias mais marcantes e que, com certeza, perdurará no tempo é a do raio a “cair” sobre a Torre da Universidade de Coimbra, captada numa altura em que cada disparo era precioso e não se podia desperdiçar o rolo.

A sua arte correu mundo e, hoje, pousada a máquina analógica (mesmo que o corpo o permitisse, recusa-se a trabalhar com o digital), é pelos seus olhos que vê o mundo, tantas vezes contemplado e contado pela lente.

8

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

ACOMPANHE O PULSAR DA REGIÃO NO RÁDIO DO SEU CARRO SINTONIZADO EM 100 FM OU 101.8 FM (ÁGUEDA) OU NA APLICAÇÃO PARA TELEMÓVEL (DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD EM

BO

IS D A

P

ÃO Ç I OS

EM SEM PO PRE RTU GU Ê

PASSAT E DID E P S O DISC

)

S

MPOS

OS

Ao anunciar a sua empresa nesta Rádio os produtos que fabrica e / ou os serviços que presta, bastam 20 segundos para que milhares e milhares de pessoas conheçam o seu trabalho e o contributo que dá à Região e ao nosso País!

234 621 805

radiobotareu@gmail.com

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

9

Músico de Coimbra dá

concerto online

B

ntónio Silva, músico conimbricense, é interveniente num concerto a que se pode assistir online, hoje (segunda-feira), pelas 21h30. Para ouvir e ver o concerto é necessário descarregar uma aplicação (em Playstore: https:// bit.ly/2xkVS8F ou applestore: https://apple.co/2XEEdUe), sendo possível igualmente assistir nas páginas do Facebook do RHI Think, Arte Institute ou António Silva Music .

O espectáculo, que vai ficar disponível para audições durante três meses, inscreve-se num programa de realizações do RHI Think e do Arte Institute.

No final, as pessoas podem ‘comprar bilhete’ para ajudar a financiar o trabalho do músico, tal como é referido na citada aplicação (indicando no canto superior direito a importância que entendam por bem oferecer).

Recorde-se que o primeiro disco da banda portuguesa Ararur, liderado pelo compositor António Silva, de Coimbra, venceu na categoria de “Melhor álbum de jazz vocal” o concurso mundial Independent Music Awards, em 2014.

10

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL

PARA NĂƒO SER SURPREENDIDO

Conheça os novos sinais de trânsito O

s novos sinais de trânsito e de informação, nomeadamente a indicar zonas de residĂŞncia e de circulação de veĂ­culos com emissĂľes reduzidas de poluentes jĂĄ estĂŁo em vigor desde 20 de Abril. O novo regulamento cria sinais de trânsito a indicar zonas de residĂŞncia ou de coexistĂŞncia de viaturas e peĂľes, onde a velocidade ĂŠ de 30 quilĂłmetros por hora. Outra novidade passa pela criação de zonas de emissĂľes reduzidas, onde ĂŠ proibido o trânsito de veĂ­culos cujas emissĂľes sĂŁo superiores a um nĂ­vel definido em painel adicional por cada MunicĂ­pio. Entre os sinais de perigo, surgem a aproximação de uma passagem para velocĂ­pede, o aviso de que a via pode ser atravessada por linces-ibĂŠricos e por anfĂ­bios. JĂĄ nos novos sinais de obrigação destacam-se os que indicam uma via obrigatĂłria para motociclos e uma via reservada a veĂ­culos com alta taxa de ocupação. Quanto Ă s marcas de sinalização no pavimento, foram introduzidas as suas dimensĂľes com vista â€œĂ sua uniformizaçãoâ€?. A Autoridade Nacional de Segurança RodoviĂĄria indica, tambĂŠm, que foram introduzidos novos sinais de informação, novos sĂ­mbolos de indicação turĂ­stica, geogrĂĄfica, ecolĂłgica e cultural, bem como a representação grĂĄfica dos sinais dos condutores, dos agentes reguladores do trânsito e dos sinais luminosos.

Sinais de Informação

Sinais de Perigo

A17a

A19c

A19d

A17a - Passagem para velocĂ­pedes:

A19c - Linces-ibĂŠricos:

A19d - An bios:

Sinais de Obrigação

D5c

D6a

D11c

H7a

H14d

H16b

H33a

H33b

H7a - Passagem para velocípedes: indicação da localização de uma passagem para velocípedes; H14d - à rea de serviço para autocaravanas: indicação da existência de um espaço des nado exclusivamente a autocaravanas equipado de acordo com a legislação que de ne os respe vos requisitos; H16b - Alojamento local: indicação da existência de um alojamento local; H33a - Via manual: indicação de uma via de portagem em que o pagamento Ê feito em numerårio ou cartão de pagamento, manualmente ou com operador da concessionåria; H33b - Via manual automa zada: indicação de uma via de portagem em que o pagamento Ê feito em numerårio ou cartão de pagamento, manualmente ou com a måquina apropriada.

D17

D5c - Via obrigatĂłria para motociclos:

D6a - Via reservada a veículos com alta taxa de ocupação:

D11c - Fim da via obrigatória para motociclos: D17 - Fim da via reservada a veículos com alta taxa de ocupação:

H46

H33c

H47

H48

H33c - Via Card: indicação de uma via de portagem em que o pagamento Ê feito exclusivamente com o cartão via card; H46 - Zona residencial ou de coexistência: indicação de entrada numa zona de coexistência; H47 - Fim de zona residencial ou de coexistência: indicação de que terminou a zona de coexistência; H48 - Lomba redutora de velocidade: indicação da localização de uma lomba redutora de velocidade.

Sinais de Zona

H49a

G4a

G5c

G10

H49b

H50a

H50b

H51a e H51b

G11

G4a - Zona 30km/h: !"# $%

& & !" # $% G5c Zona de emissĂľes reduzidas (ZER)'

( )

G10 - Fim de zona 30km/h' !"# $% G11 - Fim de zona de emissĂľes reduzidas (ZER)' )

H49a e H49b - à rea de paragem de emergência: indicação de um local que apenas pode ser u lizado em caso de emergência/perigo, indicando o sinal H49b a existência de telefone de emergência; H50a, H50b, H51a e H51b - Saída de emergência: indicação da localização de uma saída de emergência e da direção e distância à saída de emergência mais próxima.

11

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL  DIGITAL Sinais Complementares

Inscriçþes no pavimento

O8 - PĂłr co - indica a altura livre limitada.

VelocĂ­pede

Marcas de estacionamento e paragem

Marca transversal

SĂ­mbolo Internacional de Acessibilidade

M11b

modelo nº 10d - a mensagem só se aplica a veículos elÊtricos em carga; modelo nº 10e - a prescrição não se aplica a velocípedes.

des nam-se a informar que a mensagem constante do sinal apenas se aplica aos veĂ­culos que gurarem no painel; modelo nÂş 11m - automĂłveis de mercadorias cujo peso total ultrapasse o que ĂŠ indicado no painel; modelo nÂş 11n caravanas e autocaravanas; modelo nÂş 11o - ponto de descarga para caravanas e autocaravanas, modelo nÂş 11p - autocaravanas.

M11b - Lomba redutora de velocidade: ĂŠ cons tuida por duas marcas transversais idĂŞn cas cons tuĂ­das, cada uma delas, por duas las de quadrados, alternando a cor branca com a do pavimento e produzindo um efeito de xadrez; esta marca ĂŠ colocada em toda a largura da faixa de rodagem.

Sinais TurĂ­s co Culturais

modelo nº 11q - veículos que exibam cartão de estacionamento para pessoas com de ciência ou que transportem gråvidas ou acompanhantes de crianças de colo.

PainÊis de informação diversa: o modelo nº 14a a categoria do túnel quando estå sujeito a restriçþes ao transporte de mercadorias perigosas e o modelo nº 14b a existência de túnel e respe va categoria.

T1a

T4c

T4d

T4e

T1a - Animação cultural: indica o que se vê, o que se pode ver ou visitar na proximidade das autoestradas.

T4c, T4d, T5c e T5d - Direção de circuito ou rota: indicam a direção do circuito ou da rota, contendo alÊm do símbolo e inscriçþes previstos nos sinais T4a e T5a um esquema grå co de rotunda, colocados no extremo oposto ao do símbolo ou sob o símbolo e inscriçþes, nos sinais T4d e T5d.

Painel indicador de lomba redutora de velocidade: des na-se a complementar o sinal H7 e o Sinal H7a, quando a passagem ĂŠ sobrelevada por uma lomba redutora de velocidade, podendo ser u lizado com o sinal A16a e A17a.

Indicador de ex ntor e de telefone de emergĂŞncia: indica que a ĂĄrea de paragem de emergĂŞncia estĂĄ equipada com ex ntor e telefone de emergĂŞncia.

T5c

T5d

T4e e T5e - Fim de circuito ou rota: indicam o ponto de saĂ­da do circuito ou onde termina a rota, inden cados pelos sinais T4a e T5a, respe vamente.

Inscriçþes no pavimento

Sinais Complementares

T5e

I - Apoio ao utente 1 - EmergĂŞncia

O8 - PĂłr co - indica a altura livre limitada.

VelocĂ­pede

Marcas de estacionamento e paragem

Marca transversal

SĂ­mbolo Internacional de Acessibilidade

2 - Outras indicaçþes

- Veículos elÊtricos; - Posto de abastecimento de combus vel com serviço a veículos elÊtricos; - Posto de abastecimento de combus vel com ( po de combus vel) e com serviço a veículos elÊtricos; - Estabelecimento de ensino superior.

M11b

Sinais TurĂ­s co Culturais

III - Indicaçþes geogrå cas, ecológicas e cultur

II - Indicaçþes turís cas

M11b - Lomba redutora de velocidade: ĂŠ cons tuida por duas marcas transversais idĂŞn cas cons tuĂ­das, cada uma delas, por duas las de quadrados, alternando a cor branca com a do pavimento e produzindo um efeito de xadrez; esta marca ĂŠ colocada em toda a largura da faixa de rodagem.

- Alojamento local;

- Turismo de natureza;

- Ponto de descarga para caravanas e autocaravanas; - Autocaravanas; - Percurso ciclåvel; - Românico.

T1a

T4c

T4d

T4e

T1a - Animação cultural: indica o que se vê, o que se pode ver ou visitar na proximidade das autoestradas.

T4c, T4d, T5c e T5d - Direção de circuito ou rota: indicam a direção do circuito ou da rota, contendo alÊm do símbolo e inscriçþes previstos nos sinais T4a e T5a um esquema grå co de rotunda, colocados no extremo oposto ao do símbolo ou sob o símbolo e inscriçþes, nos sinais T4d e T5d.

T5c

T5d

T5e

T4e e T5e - Fim de circuito ou rota: indicam o ponto de saĂ­da do circuito ou onde termina a rota, inden cados pelos sinais T4a e T5a, respe vamente.

- Baia direcional: indica mudança brusca de trajetória, podendo ser apresentado xo, complementado com duas luzes amarelas acendendo alternadamente (S7) ou em translação con nua.

- Painel de mensagem variåvel: u liza-se para apresentação de mensagens de texto.

12

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

25 Abril adapta-se aos tempos...

R

estado de emergência obrigou a que a liberdade fosse, este ano, celebrada de forma diferente, pelo menos pelas autarquias e pela população em geral. Se na Assembleia da República as comemorações foram semelhantes aos outros anos, ainda que com as devidas restrições, já nas ruas de todo o país não esteve ninguém. As janelas, literais e digitais, que, nos dias que correm, nos permitem alguma liberdade e se abrem para o mundo são as mesmas que permitiram a celebração dos 46 anos do 25 de Abril. Fazendo jus às medidas de isolamento social, o Dia da Liberdade foi celebrado, por isso, por milhões de portugueses, online, adaptando a História à era moderna da Internet e das redes sociais. Concertos, discursos e recordações do conceito de liberdade em tempos de confinamento foram feitos online, em iniciativas promovidas por várias autarquias da região Centro.

COIMBRA

GÓIS

PENACOVA

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

13

CANTANHEDE

MIRANDA DO CORVO ANADIA MONTEMOR-O-VELHO

OLIVEIRA DO HOSPITAL

VILA NOVA DE POIARES

14

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

VINAGRETAS

LIGOU 63 VEZES PARA A EX-COMPANHEIRA... NUM DIA!

2

Tribunal da Relação do Porto manteve a pena de multa de 1.080 euros aplicada a um homem condenado por ter perseguido a ex-companheira, enviando-lhe sucessivos SMS com conteúdo intimidatório. O Tribunal deu como provado que o arguido, entre os dias 14 de Junho de 2018 e 23 de Julho de 2018, “perturbou a ofendida, enviando-lhe sucessivos SMS com conteúdo intimidatório”. Num mesmo dia, o arguido terá efectuado 63 chamadas para o telemóvel da ex-companheira, conduta que só cessou com a intervenção de um agente da PSP que atendeu o telefone da vítima. O arguido foi condenado na primeira instância por um crime de perseguição, na pena de 180 dias de multa, à taxa diária de seis euros, o que perfaz o montante de 1.080 euros. Além da multa, terá de pagar à ex-companheira uma indemnização de mil euros, pelos danos não patrimoniais que advieram da prática do ilícito criminal. Os dados do último relatório da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) revelam que em 2019, o crime de perseguição ou ‘stalking’ foi o quarto crime a registar mais vítimas.

VIROSE HUMORÍSTICA

'

entro da desgraça há sempre alguém que resiste, que procura animar os mais circunspectos. O coronavírus tem sido pretexto para tiradas cheias de imaginação e que nos fazem sorrir.

Aliado às palavras há também as imagens que nos reforçam o contexto. Eis dois exemplos que retirámos das redes sociais.

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

15

VINAGRETAS “O

que seria verdadeiramente incompreensível e civicamente vergonhoso era haver todo um país a viver este tempo de sacrifício e de entrega e a Assembleia da República demitir-se de exercer todos os seus poderes numa situação em que eles eram e são mais do que nunca imprescindíveis.

”

ALGUÉM DISSE QUE...

“C

om esta cerimónia, em estado de emergência, o que o poder político está a dizer é que permite para si mesmo aquilo que proibiu aos portugueses e que não respeita para si próprio o que exigiu ao povo, isolamento e confinamento.

”

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República

“M

ais importante do que planear a presença de governantes nos jornais e nas televisões para publicitarem, a toda a hora, o que fizeram e o que não fizeram, é planear a resposta do país a uma eventual segunda ronda da covid-19.

”

Rui Rio, Presidente do PSD

“O

s que há pouco diziam que vivíamos acima das nossas possibilidades, estão de volta empolando dificuldades reais. Regressaram a debitar as suas velhas receitas agigantando catastróficos cenários, para justificar o aprofundamento da exploração. Ei-los ensaiando o discurso da inevitabilidade do corte dos salários, das pensões e dos direitos e a pensar manter intocáveis os seus instrumentos de exploração.

”

Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP

Telmo Correia, Líder parlamentar do CDS

“H

oje celebramos o fim de uma ditadura e o início de um regime democrático mas, porque não dizê-lo, precisamos de outro, precisamos de outro.

André Ventura, Deputado do Chega

“D

”

e uma coisa estou certo: Portugal e os portugueses estão vacinados contra a austeridade. Resta saber se a vacina tem 100% de eficácia.

“H

”

Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República

oje podemos confirmar que Abril é que combate a epidemia, não é a epidemia que combate Abril.

”

Moisés Ferreira, Deputado do Bloco de Esquerda

16

SEGUNDA-FEIRA, 27 DE ABRIL 2020 »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL »» DIGITAL

RÁDIO

FADOdeCOIMBRA www.radiofadodecoimbra.pt |

Director: Lino Vinhal

Rua Adriano Lucas, 216 - Fracção D, Eiras | 3020-430 Coimbra | Tel. 239 497 750 Mail mediacentro.grupo@gmail.com | radioregionaldocentro@gmail.com