Edição 494_22_10_2009

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Eficiência Honestidade

Energia Solar Térmica ao abrigo do Programa do Governo 26778

Eficácia Inovação Qualidade

PREÇO 0,75\ | 2ª SÉRIE | ANO 10| Nº 494 | 22 DE OUTUBRO DE 2009 DIRECTOR LINO VINHAL | www.campeaoprovincias.com

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SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA | EDIÇÃO COIMBRA

Julgamento cível quase de volta à estaca zero por ordem do Tribunal da Relação

Advogado de Coimbra condenado ganha recurso depois de falecido BOUTIQUE

Eventual coima fiscal de 385 000 euros

Luís Vilar sujeito a tentativa de penhora por parte das Finanças Página 2

Viagem no tempo a um lugar de afectos

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O Tribunal da Relação de Coimbra acaba de mandar repetir, parcialmente, uma audiência de julgamento cujo desfecho era desfavorável ao outrora advogado José da Costa Andrade, soube o “Campeão”. Trata-se de um processo cível, para efeitos de atribuição de eventual indemnização, em que o réu tinha sido condenado e a decisão judicial, em primeira instância, ocorreu depois da morte dele. Os juízes desembargadores (segunda instância), dando razão à defesa do demandado, entenderam ter havido uma nulidade processual quando o Tribunal de Coimbra - Vara Mista indeferiu uma reclamação respeitante ao rol de testemunhas indicado pelo demandante. Página 11

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SMTUC apostam na melhoria dos serviços e em soluções amigas do ambiente

Novo tróleicarro já circula nas ruas de Coimbra G. B.

Moderno, funcional, confortável e silencioso, o novo tróleicarro adquirido pelos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) já circula nas ruas da cidade com o número 75. Construído na fábrica Solaris, na Polónia, o mais recente trólei funciona com um motor eléctrico assíncrono fornecido pelo fabricante de automóveis Skoda. Uma das claras vantagens deste veículo em relação aos outros tróleis da frota dos SMTUC é o facto de estar equipado com um sistema de propulsão auxiliar a diesel (Iveco Euro V), que pode ser accionado nas situações em que estiver privado de alimentação da rede eléctrica. O tróleicarro Solaris Trollino 12 tem uma lota-

ção de 33 lugares sentados e entre 40 a 44 de pé, dependendo do uso dos bancos que recolhem, destinados a facilitar o transporte a pessoas com mobilidade reduzida. Para além de estar equipado com uma rampa de acessibilidade de accionamento manual e piso rebaixado – que visam facilitar a entrada e saída de pessoas – o tróleicarro possui dois sistemas independentes de ar condicionado, um para o compartimento dos passageiros e outro para o habitáculo do motorista. A viatura recentemente adquirida pelos SMTUC e já em circulação custou 465 000 euros, uma verba comparticipada em 50 por cento pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres. Manuel de Oliveira, administrador dos serviços responsáveis pelos

Manuel de Oliveira, administrador dos SMTUC, sublinhas as vantagens em renovar a frota de tróleicarros

transportes urbanos da cidade de Coimbra, admitiu ao nosso Jornal que “o objectivo é renovar a fro-

ta de tróleicarros com mais unidades deste tipo”, uma vontade que traduz preocupações com me-

Clube assinala 56 anos

Eventual coima fiscal ascende a 385 000 euros

Luís Vilar sujeito a tentativa de penhora por parte das Finanças Luís Vilar, presidente da entidade instituidora da Escola Universitária de Vasco da Gama (EUVG), foi alvo de uma ordem de penhora emitida pela Fazenda Pública sobre a sua eventual remuneração, soube o “Campeão”. A iniciativa, tomada há cinco meses, prende-se com a tentativa de cobrança de uma coima fiscal, cujo montante, incluindo juros, ascende a 385 000 euros. A Associação Cognitária de São Jorge de Milreu (ACSJM), proprietária do alvará da EUVG, comunicou às Finanças que Luís Vilar se limita a auferir senhas de presença inerentes à participação nas reuniões da Direcção. Neste contexto, o visado invocou doutrina e jurisprudência para declarar que tais senhas são impenhoráveis. Anterior líder concelhio do PS/Coimbra e ex-vereador, Vilar também é vo-

gal não executivo da entidade regional Turismo Centro de Portugal. A coima fiscal que as Finanças pretendem cobrar, cuja execução está à mercê de uma decisão judicial a cargo do Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra (TAFC), compreende alegadas dívidas de IRS e IVA. Segundo o advogado Luís Miguel Rodrigues, caso houvesse lugar à penhora de remuneração, esta só poderia ser cativada a título de garantia, na medida em que se aguarda uma decisão do TAFC. Embora o contribuinte alegue não ter embolsado uma comissão que espera receber da multinacional Tramcrone (TCN), o Serviço de Apoio Técnico à Acção Criminal (SATAC) da Direcção de Finanças de Coimbra socorreu-se do método indiciário para presumir que ao rendimento global líquido por ele auferido em 2003 deve ser

acrescido um montante de 430 000 euros inerente à categoria B do IRS. Luís Vilar requereu, entretanto, a realização de uma perícia colegial a todos os elementos financeiros. Por outro lado, impugnou judicialmente, perante o TAFC, a liquidação de IRS do exercício de 2003 na parte em que acresceu ao rendimento global declarado o montante de 431 414 euros. Também foi impugnada judicialmente a liquidação de IVA e de juros do exercício de 2003 no montante global de 146 365 euros. Numa contestação enviada à Direcção de Finanças de Coimbra, Luís Miguel Rodrigues defendeu que as correcções propostas acabam por fundar-se numa norma que, por alegada inconstitucionalidade, não poderá ser aplicada. O advogado estranha que se pretenda tributar o

lhores serviços e mais respeito pelo meio ambiente. Apesar de defender a aquisição de mais veículos

do género, o responsável dos SMTUC admite que a concretização desse investimento está condicionada pelos apoios financeiros que é necessário reunir. No mesmo dia em que apresentaram o trólei número 75, foi igualmente dado a conhecer um novo autocarro que também já se encontra em circulação. Trata-se de um veículo da marca Scania K 280 UB 4x2, com carroçaria Marcopolo, modelo Viale. Tem lotação de 41 lugares sentados e 38 de pé. Desde 1984 que os tróleicarros circulam em Coimbra. Actualmente, os SMTUC contam com uma frota de 17 veículos deste tipo, 108 autocarros, 12 mini-autocarros e três “Pantufinhas”, os pequenos carros de transporte de passageiros que circulam na “Baixa” e na “Alta” da cidade.

contribuinte por rendimentos que, alegadamente, ainda não terá recebido, sustentando que a interpretação dada pelo projecto de relatório do SATAC ao nº. 06 do artigo 3º. do Código do IRS será contrária aos elementares princípios por que deve pautar-se a justiça fiscal. Sendo apenas tributável a receita auferida, dúvidas não pode haver, alega o jurista, de que tal norma estabelece uma autêntica presunção de percepção de rendimento em termos de o considerar efectivo num momento em que ainda não existe materialmente qualquer acréscimo patrimonial na esfera juridico-económica do contribuinte. Luís Vilar, que aspirava a receber da TCN 740 714 euros, interpôs uma acção cível contra a multinacional para reclamar o pagamento de 922 560 euros, sustentando só ter embolsado 77 000 euros.

Governador rotário visita Coimbra O Rotary Club de Coimbra assinala domingo (25 de Outubro) 56 anos e recebe a visita do governador do Distrito 1970, ao qual pertence. O programa da visita começa às 10h00 com uma visita à Sé Velha, seguindo-se, uma hora mais tarde a celebração de uma missa por alma de todos os membros do Rotary Club de Coimbra já falecidos. Às 12h15 haverá, no Hotel D. Inês, uma reunião entre o governador e o conselho director, estando previsto para as 13h00 um almoço festivo no qual serão admitidos dois novos sócios - Francisco de São José de Oliveira e Maria José Azevedo Santos, professores catedráticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra - ambos apadrinhados pelo presidente do Rotary Club de Coimbra, José Ribeiro Ferreira. O programa continua às 15h00 com uma visita à LAHUC (Liga dos Amigos dos Hospitais da Universidade de Coimbra) e termina, às 16h00, com uma visita ao Marco Rotário, situado na Praceta Dr. Mota Pinto (en-

trada principal dos HUC). Actualmente com 48 sócios e sete sócios honorários, o Rotary Club de Coimbra continua empenhado no propósito de servir, de acordo com o lema de Paul Harris “Dar de si sem pensar em si”. Erradicação da Poliomielite

Entretanto, prosseguindo a sua cruzada pela erradicação da Poliomielite, o maior projecto de Rotary a nível mundial - “Imunizar todas as crianças do mundo contra a Poliomielite” -, o Rotary Internacional promove este fimde-semana uma acção de sensibilização com a Liga Portuguesa de Futebol Profissional. Em todos os jogos televisionados da 8.ª jornada da Liga Sagres e da 7.ª jornada da Liga Vitalis, haverá um conjunto de acções, antecedentes ao jogo, estando ainda prevista a entrada de crianças a acompanhar as equipas no terreno, vestidas com t-shirts alusivas à campanha, ou, em alternativa, os dois jogadores habitualmente convocados para a entrevista posterior ao jogo envergarão as referidas t-shirts.


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Hotel de charme do Grupo Lágrimas abre em 2011

Bascol avança com reabilitação do Paço de Maiorca Após vários anos de espera, devido a entraves burocráticos, a reabilitação edifício Paço de Maiorca vai finalmente avançar. Orçada em cerca de seis milhões de euros, a obra tem agora um prazo de execução de ano e meio e está a cargo da Bascol Construção. Localizado a 12 quilómetros da Figueira da Foz, o Paço de Maiorca vai dar lugar a um hotel de charme do Grupo Lágrimas. O projecto de recuperação do antigo Palácio de Maiorca é da responsabilidade da Figueira Grande Turismo em parceria com o Grupo Lágrimas, responsável pela exploração da futura unidade hoteleira. O projecto de arquitectura tem a assinatura do atelier do arquitecto Miguel Arruda. A maior parte do investimento (80 por cento) vai ser suportado pela empresa municipal Figueira Grande Turismo, sendo que à sociedade Quinta das Lágrimas cabe financiar 20 por cento do empreendimento. A intervenção prevê

A recuperação do monumento representa um investimento de seis milhões de euros

nomeadamente a recuperação do edifício central (datado dos finais do século XVIII) e a construção de duas alas com 32 quartos e salas de grupo em espaço de jardim. Já no antigo lagar de azeite vai surgir um spa e piscina interior, estando planeada a construção de uma outra, exterior, nos jardins anexos à propriedade – cuja recuperação é da responsabilidade da Fundação Ricardo Espírito Santo. O projecto prevê ainda a criação de uma quinta biológica, uma vez que agricultura está associada à própria história do monumento. Associar ao património existente linhas contemporâneas foi o desafio do

gabinete de arquitectura que teve o cuidado de “fazer alterações muito pontuais por forma a não se modificar as características do edifício existente”. Trata-se, refere em comunicado Jorge Santos Pereira, administrador da Bascol Construção, de mais uma “relevante obra para o portofólio de reabilitação e restauro da Bascol”, entre as quais se contam o Convento de Santo António dos Capuchos (em Monção), o Meliá Palácio Hotel (Lousã) e o Convento do Desagravo (Oliveira do Hospital). “Estamos muito orgulhosos em participar na conservação de mais um edifício histórico, que certamente contribuirá

para o desenvolvimento do concelho”, acrescenta. Criada em 1982, a Bascol ganhou inicialmente projecção no sector da construção civil e obras públicas, investindo mais recentemente na promoção imobiliária e na internacionalização dos negócios. Angola e Brasil são os mais recentes mercados onde actua sendo que no país de José Eduardo dos Santos a Bascol desenvolve projectos imobiliários de primeira habitação destinados à gama alta e média-alta, serviços e logística, enquanto no Brasil tem em curso dez projectos residenciais no Estado do Paraná, não só na capital, Curitiba, mas também em

cidades de forte potencial de desenvolvimento e expansão. Actualmente, o grupo de Coimbra concentra-se em grandes sectores de

actividade – a construção civil e obras públicas, a promoção imobiliária e a gestão de património – e tem delegações no Porto e em Lisboa.

Iniciativa solidária dia 28 de Novembro, na FNAC de Coimbra

Pai relata a doença do filho em livro a favor da Hepaturix I.C.

Um pai relata em livro a forma como ele e a família ultrapassaram a doença do filho, então com sete meses, que culminou num transplante hepático. O menino, hoje com seis anos, é uma criança normal, que corre, brinca e faz as traquinices próprias da idade. Este grito de esperança é lançado no dia 28 de Novembro, na FNAC Coimbra, e parte das receitas reverte a favor da Hepaturix - Associação Nacional das Crianças e

Jovens Transplantados ou com Doenças Hepáticas. Com a chancela de Chiado Editores, é da autoria de Vítor Raimundo Martins, associado da Hepaturix, e tem prefácio do médico responsável pelo programa de transplantação hepático pediátrico dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Emanuel Furtado. De acordo com o prefácio, o livro - intitulado “Lutar até Viver” - “é o testemunho impressionante do percurso de luta pela vida, de uma criança, desde tenra idade, gravemen-

te doente. É o relato das venturas e desventuras de quem passa meses no ambiente hospitalar, acompanhando um filho com doença hepática terminal, com notável expressão simultaneamente da realidade factual e do turbilhão de sentimentos e pensamentos que a acompanham.” É também, adianta o médico, “uma reflexão breve e prática sobre aspectos que importam à sociedade – doação de orgãos após a morte e em vida, política de afectação de recursos à saúde, pro-

blemática da negação de seguros a doentes crónicos ainda que com excelente esperança de vida – na perspectiva de um pai com formação jurídica e envolvido na actividade seguradora”. Prosseguindo, Emanuel Furtado não resiste a desvendar um pouco do conteúdo, no seu entender, “admiravelmente enriquecido pelos textos, plenos de sentimento, da mãe, e pelas gravuras das irmãs, Inês e Patrícia. De leitura fácil, convirá, seguramente, a outros pais que, por infortúnio da Natureza, hajam

de passar por similar provação, contribuindo para o seu esclarecimento e preparação, mantendo sempre a esperança, dado o seu tom permanentemente positivista.” “Não sei se um agradecimento se enquadra formalmente num «prefácio» mas não resisto a agradecer – e estou certo que a mim se juntam muitos dos profissionais que cuidaram do Vitinho, nas várias instituições por que passou – a recompensa que nos ofereceu ao escrever: Quando o vemos no meio das brincadeiras

com os outros miúdos, o mais fantástico é que o Vitinho é efectivamente uma criança que não se distingue das outras. Corre, joga futebol, grita, é traquina e ninguém consegue perceber pelo que passou”, adianta. A 1ª edição será uma pequena edição, pelo que os seus promotores não sabem se depois do lançamento, será fácil encontrar o livro nas livrarias, devendo os interessados solicitálo à Chiado Editores, que também o terá disponível no seu site (http:// www.chiadoeditora.com).

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“DOIS DEDOS DE CONVERSA” com:

Fernando Regateiro Administrador dos Hospitais da Universidade de Coimbra

Domingo das 12 às 13 horas - Ouça em 96.2 ou www.radioregionalcentro.com


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Na localidade de Pereira, Miranda do Corvo, há uma mercearia e uma taberna perdidas no tempo

Loja do Sr. Falcão recupera memória colectiva A caminho da aldeia do Gondramaz, em Miranda do Corvo, o passeio à serrania xistosa, de onde a natureza se oferece à contemplação, terá de ficar para outro dia. Em Pereira, pacata e insuspeita localidade deste concelho conhecido pela sua gastronomia e artesanato, há um lugar mágico, um pequeno refúgio da memória, um simpático e acolhedor espaço onde o passar do tempo não tem direitos adquiridos e as portas, abertas ao passado, oferecem a quem entra, recordações dos tempos de infância. A Loja do Sr. Falcão é, por si só, um pequeno quinhão da memória colectiva de um Portugal que, apesar de antigo, merece continuar a existir. Merecemos todos que ele exista. GERALDO BARROS

Encimando a obreira da porta, um azulejo de

Santo António, o franciscano casamenteiro, parece abençoar quem entra na Loja do Sr. Falcão, mercearia e taberna, estabelecida há mais de um século na pequena localidade de Pereira. A pequena placa metálica, à porta, onde sobressai um rebuçado estilizado – logotipo do estabelecimento – adoça o espírito e convida a transpor as portadas do tempo. Fundada em 1878 por Lourenço Falcão, bisavô da actual proprietária, a Loja do Sr. Falcão é hoje um espaço de afinidades. Nas veias de Filomena Falcão corre a paixão pela loja da família, um espaço que é, hoje, mais de afinidades e de sentimentos do que de negócio propriamente dito. Quem entra pela primeira vez neste espaço é invadido por uma sensação estranha. Reconhece a balança antiga, os pesos e as medidas, o moinho de café, o enorme e belíssimo balcão de madeira, as tulhas, as prateleiras envidraçadas, os frascos dos rebuçados e tantos outros pormenores onde a vista se perde até encontrar novo motivo de atenção.

Cenário de um filme de época, a Loja do Sr. Falcão é real. Tão real quanto a vista alcança, as mãos tocam e o olfacto é confundido por cheiros de perfumes, essências, cremes e bolachas artesanais. Aqui há história e sobram as estórias para contar. No seu propósito de mostrar ao século XXI um espaço do século XIX, Filomena Falcão não poderia ter sido mais bem sucedida. Diz que os anos passaram e com o passar dos tempos “perdeu-se também um pouco da nossa identidade”. Contudo, na Loja do Sr. Falcão, há um Portugal esquecido que regressa à vida. Nesta mercearia, é tudo produzido nos moldes de antigamente, manufactura especializada, dedicada, exclusivamente portuguesa. Quem é que não se lembra dos chocolates Avianense, dos rebuçados Dr. Bayard e dos produtos Regina, doces tentações em forma de chapéus de chuva, que os petizes só largavam depois de devorado o chocolate? Os cavalheiros, mais ou menos jovens, recor-

Mercearia mantém o balcão de madeira, a balança antiga e outras peças que evocam memórias de outras épocas

dam-se certamente das anunciadas propriedades milagrosas do petróleo e restaurador Olex, da sempre útil Cutoline – que ajudava a estancar o corte do barbear – ou da pasta dentífrica Couto, celebrizada por anúncios que ainda persistem como referências no universo da publicidade. E as senhoras? Será que os perfumes Tabu, o creme de mãos hidratante Alantoine (Benamôr) ou os sabonetes

Confiança soam a algo familiar? Este divinos produtos portugueses, que um mercado sem lei arredou dos cabazes de compras, são apenas uma parte da oferta seleccionada que é possível encontrar na Loja do Sr. Falcão. “Tentamos colocar à venda produtos que permitem recordar o passado, o antigo e as memórias. Tenta-se ir às origens, apesar da globalização cada vez mais ins-

talada”, explica Filomena Falcão. A lista de produtos disponíveis na loja é interminável. Justas referências para as conservas Tricana e Minor, o azeite Saloio, os variados produtos Zelly (farinha de mandioca, flocos de aveia, sêmola de trigo e fécula de batata, entre outros), os sempre úteis palitos do Lorvão “Lusitanos” e o CONTINUA

Música e tertúlias animam os serões

Uma taberna à antiga “A mercearia, por si, não justificava a abertura da loja”, explica Filomena Falcão. A taberna, que sempre existiu na Loja do Sr. Falcão ganhou, por si, o direito a manter portas abertas. O espaço mantém o aspecto original. Aqui e ali, há garrafas da laranjada Bussaco, Serranita e os famosos “Pirolitos”, registos que confirmam que esta é uma taberna com história. No tecto, uma das traves mestras e o barrote de madeira de uma das portas, testemunham o incêndio que em 1950 quase destruía tudo. Filomena admite, com orgulho, que “tudo está tal e qual como antigamente”. A memória tem e continuará a ter um lugar especial na Loja do Sr. Falcão, coabitando

com alguns, poucos, pormenores de modernidade, como é o caso do projector e da tela perfeitamente dissimulados no tecto, que passam despercebidos à primeira vista. Tal como a mercearia, a taberna faz sucesso entre os jovens. A clientela é variada, composta sobretudo por aqueles que procuram um local calmo, agradável, onde é possível beber um bom vinho, ao copo, uma ginginha ou um licor. Há ainda o queijo, o presunto e o chouriço assado, na mesa, pelo próprio cliente, iguarias que servem de pretexto à amena cavaqueira que se prolonga noite adentro. Os bancos corridos, as pipas que agora servem de mesa e uma viola da casa, sempre pronta para quem tiver unhas e talen-

to para nela tocar, compõem o imaginário que se exige a uma verdadeira taberna. A publicidade é ainda feita de boca em boca. E tem resultado. Grupos de fados, música popular portuguesa, tertúlias e exposições ajudam a compor o ambiente e são particularmente apreciados pelos clientes, noites em que a taberna do Sr. Falcão ganha nova vida e se torna pequena para acolher tanta gente. Jorge Falcão, irmão de Filomena, é quem faz os contactos com os grupos musicais. “Toda a gente ajuda. Este é um projecto sentimental e da família”, afirma Filomena Falcão. À espera do Inverno, altura em que há-de ser dado uso à salamandra instala-

A taberna, que escapou a um grande incêndio que quase destruiu toda a loja, mantém o aspecto original

da ao canto da sala, estão já a ser preparadas tertúlias e outras iniciativas, que servirão para aquecer o ambiente. Boca a boca, a palavra espalha-se. E não há melhor publicidade do

que aquela que é feita por um cliente satisfeito. Filomena diz que “as pessoas vêm à taberna, gostam do ambiente e, quando voltam, trazem consigo amigos que, por sua vez também espalham a palavra”.

Os dias são agora mais curtos, o tempo arrefece e já se prepara o S. Martinho, altura em que um magusto há-de servir de pretexto para uma visita à loja e à taberna do Sr. Falcão.


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CONTINUAÇÃO

eficaz limpa-metais da marca Coração, pelo lugar cativo que têm na memória colectiva portuguesa. “Há embalagens lindíssimas. Alguém devia fazer alguma coisa para que este registo da nossa identidade não se perca”, sustenta Filomena Falcão. A nítida sensação de que alguns produtos já não têm comprador e de que acabará por expirar o seu prazo de validade não é, contudo, motivo para excluir das prateleiras estes exemplares raros. Na Loja do Sr. Falcão há muitos produtos que “têm apenas o valor sentimental”. Filomena não se importa. Diz que também é preciso “preservar o registo do tradicional”. São estas pequenas curiosidade o motivo que

leva muita gente a uma primeira visita à Loja do Sr. Falcão. Sorrindo, Filomena diz que “há quem compre, há quem se limite a ver e há quem pense até que isto é um museu e pense que os produtos não estão à venda”. Certamente para serem adquiridos e apreciados pela clientela, o Mel D. O. P. Serra da Lousã, os chás das Cerdeiras e as compotas e bolachas Zira Cadaval são ainda o registo possível da tradição portuguesa, do saber e dos sabores transmitidos entre gerações. Há, hoje, uma clientela selectiva e exigente que procura estes produtos e está disposta a pagar o devido preço. “São as pessoas que estão mais cansadas do ambiente urbano que nos procuram”, diz Filomena Falcão. Sabem o que querem, têm gosto requintado e apreciam

produtos manufacturados. Os preços, variam confor me o produto. Mas há muito para ver, comprar e sem gastar muito dinheiro. A manufactura, igualmente representada na Loja do Sr. Falcão, oferece-nos louças de Bordalo Pinheiro, peças em barro do Carapinhal, bordados de Viana do Castelo, as rendas de Semide, lenços dos namorados (Gerês), o famoso galo de Barcelos, as colheres de pau de Arganil e a trapologia de Pombal. E o que dizer ainda dos brinquedos de madeira e de lata, produzidos no norte do país, em Valongo e Alfena? Autênticas obras de arte, misto de cor, mestria no trabalho dos materiais e uma atenção ao por menor que só a palavra arte melhor define. Os brinquedos de lata e

Produtos de beleza, chocolates e doçaria artesanal, peças de artesanato e utensílios variados espalham-se pela loja

de madeira são favoritos. Contudo, questionada sobre um objecto de predilecção, Filomena Falcão não consegue limitar-se a dizer um só. São vários. O metro de

Loja do Sr. Falcão foi fundada em 1878

Uma família atrás do balcão Fundada em 1878 por Lourenço Falcão, bisavô de Filomena Falcão, a loja permaneceu na família com o seu filho, Joaquim Fernandes Falcão, a dar continuidade à actividade de “mercearia, fazendas, vinhos e miudezas”. Novamente, de pai para filho, anos mais tarde, foi a vez de Joaquim Falcão, o pai da actual proprietária, assumir o negócio da família. À excepção da taberna, que ainda mantém o aspecto e configuração original, a Loja do Sr. Falcão foi reconstruída depois de um violento incêndio que, em 1950, tingiu de negro o negócio da família. O fogo, que terá tido origem numa braseira mal apagada, na escola instalada no segundo andar do edifício, obrigou pai e filho – Joaquim Fernandes Falcão e Joaquim Falcão – a arregaçarem as mangas e lançarem mãos ao trabalho de recuperar a casa e a mercearia, conferindo-lhe o aspecto que mantém actualmente, Renascida das cinzas, a Loja do Sr. Falcão, taberna e mercearia, é então assumida por Joaquim Falcão que, desde muito jovem habituado às lides de marçano, dá continuidade à tradição da família até ao ano

de 2000, altura em que, por motivos de saúde, se vê forçado a encerrar o estabelecimento. O amor pelo antigo e pelo tradicional, a que se junta o incentivo de pessoas mais próximas e amigos, leva Filomena Falcão a encarar reabrir as portas da loja da família. O sonho de menina e as me-

mórias dos tempos de férias passados atrás do balcão a ajudar o pai, recordações que ao longo dos tempos foram ganhando contornos de projecto sentimental, torna-se finalmente uma realidade com a reabertura da Loja do Sr. Falcão, a 24 de Novembro de 2008. Dedicada ao artesana-

to, taberna e artigos regionais, esta loja pretende mostrar ao século XXI um espaço do século XIX, constituindo também uma sincera homenagem aos antepassados da família Falcão que, durante mais de um século, foram fiéis ao propósito de bem ser vir quem entrasse na sua loja.

Américo Gadanha, Filomena Falcão e Jorge Falcão são os rostos da loja, um projecto familiar e de afectos

madeira, ferramenta que o seu pai usava para medir os mais diversos produtos, merece uma elevada estima. Mais uma vez, o lado sentimental fala mais alto. Tempos houve em que o café de mistura era o produto que mais nome dava à loja. Vinha gente de muito longe para comprar no Sr. Falcão. O café, comprado em verde, era torrado na loja e depois moído e

vendido avulso, em cartuchos de papel, procurado sobretudo nos dias de mercado, em que as pessoas faziam fila à porta. Hoje, curiosamente, a máquina de café de cápsula e uma chaleira eléctrica são as únicas excepções no aspecto antigo da mercearia, ainda que com um desenho e estética condizentes. Os novos tempos a isso obrigam.

Aberta de segunda a sábado

Loja do Sr. Falcão prestes a completar um ano “Irritou-se Jesus Cristo/ com as vendas em Jerusalém/ Se ele viesse ver isto/ não só aprovaria/ como compraria também”. O poema, da autoria de César Silva, amigo e cliente da Loja do Sr. Falcão, traduz bem o encanto que este pequeno espaço gera nas pessoas que o visitam. Inaugurada a 22 de Novembro de 2008 e aberta ao público desde 24 de Novembro desse mesmo ano, dia de aniversário de Joaquim Falcão, pai dos actuais proprietários, a Loja do Sr. Falcão, mercearia, está aberta, entre as 13h00 e as 17h00, de segunda a sexta-feira. Ao sábado, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 17h00. Já a taberna, abre as suas portas às sextas e sábados, entre as 22h00 e as 02h00. Filomena e Jorge Falcão, irmãos, Rodolfo Falcão, filho de Filomena, e Américo Gadanha, o marido, são os responsáveis por este projecto familiar, de grande valor sentimental, como os próprios fazem questão de sublinhar. Apesar dos 25 000 euros investidos na reabilitação da Loja do Sr. Falcão, inteiramente capitais próprios, o lucro não é o objectivo e o que entra na caixa registadora vai dando para manter a mercearia e a taberna a funcionar. A cada dia que passa, a Loja do Sr. Falcão recebe novos visitantes. Sim, visitantes. Primeiro nessa condição, depois clientes e, muito provavelmente, amigos da casa. O comércio tradicional na mercearia e o ambiente de taberna é assim. Quem entra portas adentro não é um consumidor, é um amigo que vem buscar algo que lhe faz falta em casa.


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C O M E N T Á R I O

RUI AVELAR

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Concelhia do PS/Coimbra

Vilar volta a mostrar-se entre Cidade e Santarino

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Leituras “imprefeitas” São tantas as afinidades entre as tácticas e as cambiantes conotadas com a política e o futebol que a linguagem acerca da arte do possível incorporou um jargão usado no desporto-rei. Diz-se, pois, também na política, que uma equipa joga o que a outra deixa (jogar). Com base nesta premissa, pressentia-se a recondução de Carlos Encarnação (PSD) para terceiro mandato consecutivo como presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), proeza com que igualou a do socialista Manuel Machado. A par da discrição com que os vereadores do PS exerceram os respectivos mandatos no quadriénio 2006/09, avultaram a tardia indigitação do candidato Álvaro Maia Seco e o desempenho da anterior liderança socialista de âmbito concelhio. De resto, sob o consulado de Luís Vilar, o Partido Socialista acumulara duas derrotas autárquicas no município conimbricense, tendo perdido 60 por cento das presidências de juntas de freguesias conquistadas em 1997. Pela indefinição e hesitações evidenciadas, Henrique Fernandes esteve longe de demonstrar o engenho e a arte exigidos pela sucessão de Vilar. Neste contexto, a reconquista da liderança da CMC por parte do PS estava à mercê de relativo sucesso da candidatura de Horácio Pina Prata (independente) e da eleição do(a) primeiro(a) vereador(a) do Bloco de Esquerda. A CDU perdeu mais de 2 000 votos, comparativamente a 2005, mas nem por isso deixou de fazer eleger um vereador, Francisco Queirós, que sucede a Jorge Gouveia Monteiro. O crescimento eleitoral do Bloco de Esquerda ficou-se pelo meio milhar de sufrágios (insuficiente para assegurar o ingresso de Catarina Martins na vereação). O presidente reeleito teve perto de 10 000 votos a menos do que os averbados há oito anos, mas estancou as perdas no último quadriénio comparativamente às do anterior (em que deixara fugir quase 7 000 sufrágios). Mas não se resumem a isto as leituras acerca da terceira vitória consecutiva de Carlos Encarnação. Apesar de alegados indícios de abuso de poder por parte de gestores da empresa municipal Águas de Coimbra, dos equívocos acerca da Polícia Municipal e da suspeição infligida sobre o Gabinete Jurídico e de Contencioso da Câmara – e embora Carlos Encarnação seja arguido (sem acusação deduzida) por causa da tomada de arrendamento de um espaço outrora pertencente aos Correios –, o prefeito esteve imune a todas as polémicas. Porquê? Sabe, como poucos, manter a pose institucional, plasmada na conhecida opção de, frequentemente, assobiar para o ar como se nada tivesse a ver com coisas passadas em redor dele. Por outro lado, o prefeito, que durante anos só admitia cumprir dois mandatos, prescindiu das recandidaturas dos vereadores cessantes João Rebelo, Mário Nunes e Marcelo Nuno. Pouco dado a ligar à incoerência, o povo aprecia quem paire, sem se expor, e dê a impressão de mandar. Em matéria de politica de limpeza da fachada, Carlos Encarnação pouco terá a aprender. Numa nota de rodapé, vale a pena assinalar que a CDU obteve mais 4 049 votos para as assembleias das 31 freguesias de Coimbra do que para a eleição da Câmara (em que alcançou 6 913). Nas reconquistas das presidências das juntas de Ameal, Castelo Viegas, Cernache, São João do Campo e Torres do Mondego averbou a Coligação Democrática Unitária mais 3 449 sufrágios do que os obtidos para o executivo camarário naquelas freguesias. Em Eiras, cuja Junta foi reconquistada pela coligação “Por Coimbra”, a CDU alcançou para a Assembleia de freguesia o dobro dos votos averbados para a Câmara. Se havia dúvidas quanto à capacidade de flexibilização do sentido de voto por parte do eleitorado do PCP...

O anterior líder concelhio do PS/Coimbra, Luís Vilar, acaba de manifestarse disponível “para o trabalho político que se avizinha”, enquanto Carlos Cidade e Luís Santarino trocam argumentos. Em mensagem enviada, quinta-feira, a camaradas, a cujo teor o “Campeão” teve acesso, o ex-vereador invoca a necessidade de uma “oposição construtiva e de alternativa consequente”. Neste contexto, o antigo autarca promete estar, “de forma determinada, ao lado dos que pretendem construir sem cair na maledicência, intriga e insídia”. Tudo começou no dia a seguir ao das eleições autárquicas, quando a edição electrónica do nosso Jornal deu conta de movimentações de Cidade (vereador eleito) e de Santarino (ex-membro da Assembleia Municipal) no sentido de se perfilarem para suceder a Henrique Fernandes na presidência da Comissão Concelhia do PS/Coimbra. Crítico do desempenho do seu camarada Fernandes, Luís Santarino tinha-se insurgido contra a composição das listas do seu partido para a Câmara e para a Assembleia Municipal (AM). Em meados de Junho, o então autarca ameaçou redigir um artigo de opinião contundente; porém, uma alegada intervenção do líder distrital do PS/ Coimbra, Victor Baptista, terá moderado a escrita de Santarino. Por outro lado, Carlos Cidade, que disputou com Henrique Fernandes a liderança partidária de âmbito concelhio, enviou a dezenas de camaradas uma mensagem destinada a agradecer-lhes “o esforço” exigido pela recente campanha eleitoral e a louvar “quantos foram à luta, dignificando o PS e as suas causas e valores”. Neste contexto, Cidade estranha que “outros desistam”. “Há projectos por concretizar e, como não devemos desistir, contem comi-

go, como sempre, e eu conto convosco”, acentua. Santarino alude a medo

“Entendo que devo dar-vos uma explicação”, começou por assinalar Luís Santarino quando se dirigiu a camaradas em alusão à notícia divulgada pelo “Campeão”. O ex-membro da AM alega que a campanha para as eleições autárquicas de Coimbra foi “feita à revelia de todos os conceitos”. Segundo Santarino, o PS/Coimbra viveu, nos últimos anos, “um dos seus períodos mais negros”, embora deva estar “muito acima de vaidades individuais e colectivas”. Para ele, há “interesses de grupos, alguns deles sem legitimidade democrática, a desejarem sobrepor-se à vontade dos militantes [socialistas], inventando argumentos sem qualquer rigor político ou societário”. Ao longo de anos, assinala o ex-autarca, foram-se formando “algumas «quintas», onde dirigentes [partidários] de qualidade duvidosa achavam e continuam a achar que os camaradas são seus servos (...), agindo de forma concertada numa determinada direcção e lógica”. “Direi até”, acrescenta Luís Santarino, “que alguns deles têm medo de se manifestar por lhes terem sido feitas «algumas concessões», cabendo-lhes agora responder por elas”. Ora, adverte, o PS onde a grande maioria dos militantes se revê é uma organização política assente em “valores e princípios”. Neste registo, Santarino previne não estar disposto a contribuir para “«afundar o PS numa teia de interesses que nada têm a ver com a “sui generis” maneira socialista de viver e modificar o mundo”. “Não corro a favor de ninguém; nunca o fiz nem farei”, remata o antigo autarca, que invoca o estatuto de deputado municipal “com mais intervenções”

Luís Santarino e Carlos Cidade trocam argumentos

no órgão fiscalizador da Câmara de Coimbra. Cidade insurge-se contra “abutres”

O trabalho na AM invocado por Santarino levou Carlos Cidade, exmembro do mesmo órgão, a reagir de forma contundente. “Tenho a dizer-te, em abono da verdade, e espero que saibas o que é, reconhecer-te o direito a dizeres tudo, nomeadamente asneiras, mas não tens o direito de mentir”, replicou o vereador eleito ao dirigir-se a Luís Santarino. Cidade apela ao camarada no sentido de ele “respeitar quem trabalha sem virar a cara à luta”, dando como exemplo os candidatos do PS/Coimbra às autarquias. Para o futuro vereador, a postura dos candidatos contraria a de camaradas “que se esconderam à espera dos resultados para aparecerem, depois, como abutres”. Segundo Carlos Cidade, o reaparecimento de Luís Santarino configura, “no mínimo, falta de respeito e de solidariedade socialista”. “Sê rigoroso”, remata Cidade ao dirigir-se ao camarada, alegando tratar “com lealdade” todos os militantes do PS. Quanto ao anterior líder concelhio, este adoptou um registo em cujas entrelinhas são visíveis repa-

ros ao desempenho de Henrique Fernandes, dizendo Luís Vilar ter começado a ouvir “críticas de alguns que pretendem, à pressa, branquear a sua coresponsabilidade na gestão da condução do processo político” no seio do PS/ Coimbra. Na iminência de ser julgado pela eventual autoria de um crime de corrupção própria (corrupção passiva para acto ilícito), presumivelmente cometido enquanto vereador, o ex-autarca rejeita o cenário de deixar de exercer os seus direitos de cidadania e exclui a hipótese de o manietarem. Por outro lado, assinala ter-se afastado da liderança concelhia de âmbito partidário e renunciado ao cargo de vereador “para não criar qualquer tipo de problema ao PS”. Entretanto, o número dois da lista em que Fernandes se candidatou a líder partidário de âmbito local, Paulo Penedos, membro da Comissão Nacional do PS, disse ao “Campeão” aguardar o desfecho da próxima reunião da Comissão Concelhia conimbricense, a cuja Mesa preside. Sem descartar uma eventual candidatura, Penedos fez notar que não irá precipitar a análise dos resultados eleitorais no município de Coimbra, “muito menos em termos públicos”.


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POLÍTICA

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Lei facilita, mas MP desconfia

Campanha das autárquicas

Jaime Soares responde por licenças de habitabilidade

Mensagem atribulou funcionária da CMC

O presidente da Câmara de Poiares, Jaime Soares, começou a responder, na semana passada, em Penacova, ao abrigo de um processo relacionado com a emissão de licenças de habitabilidade. No âmbito de um inquérito, aberto pela Polícia Judiciária, ao abrigo do qual foi deduzida acusação pelo Ministério Público (MP), o arguido está sob suspeita de ter acatado a emissão de licenças de utilização de fogos por concluir. Para o MP, o autarca ter-se-á comprometido a licenciar a habitabilidade de edifícios mediante termo de responsabilidade subscrito por um engenheiro e parecer favorável dos Serviços Técnicos da Câmara poiarense. Ao abrigo do artigo 64º. do Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE), a concessão de licença de utilização não de-

pende de prévia vistoria municipal, mas o presidente de Câmara pode determinar a realização da mesma caso a obra não tenha sido inspeccionada no decurso da sua execução. Há ainda lugar a vistoria se dos elementos constantes do processo ou do livro de obra resultarem indícios de que a mesma foi executada em desconformidade com o respectivo projecto e condições da licença ou com as normas legais e regulamentares que lhe são aplicáveis. A emissão de licenças de habitabilidade é tida, hoje em dia, segundo as juristas Maria José Castanheira Neves, Fernanda Paula Oliveira e Dulce Lopes, como um “acto consequente”. O artigo 65º. do RJUE estabelece que as conclusões da vistoria são obrigatoriamente seguidas na decisão sobre o pedido de licenciamento ou autoriza-

O autarca de Poiares começou a ser ouvido em Penacova

ção de utilização. Segundo a doutrina perfilhada pelas referidas juristas, a realização de vistoria é encarada pelo artigo 64º. do RJUE como um cenário eventual, “sempre dependente de um juízo de oportunidade da responsabilidade do presidente de Câmara”. Maria José, Fernanda Paula e Dulce Lopes assinalam que o RJUE trans-

fere para os técnicos (em primeira linha para o responsável pela direcção técnica da obra) o ónus de efectuar todas as diligências necessárias a instruir e fundamentar a declaração que lhe é exigida. Em comentário ao Regime Jurídico da Urbanização e Edificação, as autoras defendem que a legislação devia ser mais exigente neste ponto.

O envio de uma mensagem de correio electrónico por parte da recente candidata à presidência da Câmara Municipal de Coimbra, Catarina Martins, ia pondo em «maus lençóis» uma funcionária da autarquia, soube o “Campeão”. Catarina Martins, que se perfilou para a liderança da edilidade em representação do Bloco de Esquerda, endereçou a uma funcionária camarária uma mensagem com conteúdo de campanha eleitoral, mas a destinatária julgou tratar-se de correspondência oficial. O texto enviado pela candidata, que fazia parte da anterior Assembleia Municipal de Coimbra, alertava para um eventual cenário de privatização do fornecimento de água ao domicílio. Segundo fontes auscultadas pelo nosso Jornal, a destinatária da mensagem reenviou-a para outras pes-

soas da Câmara na convicção de se tratar de correspondência oficial. Posta ao corrente do assunto, a titular da Direcção Municipal de Administração e Finanças, Isabel Azevedo, chamou a referida funcionária e repreendeu-a. Interpelada pelo “Campeão”, Catarina Martins, ausente na Turquia por razões de ordem profissional, indicou desconhecer o episódio e remeteu para mais tarde eventuais considerações acerca do mesmo. As fontes camarárias auscultadas pelo nosso Jornal lamentam que a candidata tenha usado um endereço oficial de uma funcionária da edilidade para lhe enviar material de campanha eleitoral. Regressada a Portugal, Catarina Martins indicou ao “Campeão” que, pelo menos por ora, nada tem a dizer.

PS/Coimbra

Assembleia Municipal de Coimbra

Prontidão de Victor Baptista embaraça Henrique Fernandes

Bloco pela mudança na presidência da Mesa

R. A.

O PS/Coimbra tem dois pesos e duas medidas em matéria de vontade de se reunir para proceder a balanços das eleições autárquicas. A Comissão Política da Federação (CPF) reunir-se-á, sábado (depois de amanhã), duas semanas antes, pelo menos, da próxima reunião da Comissão Concelhia conimbricense. Contudo, a derrota nas autarquias do concelho de Coimbra não deixará de ser discutida na Comissão Politica de âmbito distrital. À rapidez subjacente à convocação da CPF e à demora daquela estrutura local em reunir-se não serão estranhas, por um lado, a vitória de Victor Baptista e, por outro, a derrota de Henrique Fernandes. Protagonista de um volte-face operado na aritmética das presidências das câmaras municipais do distrito de Coimbra, onde o Partido Socialista passou de seis lideranças para nove, o presiden-

te da Federação chega à próxima reunião remoçado. Ao invés, se os resultados não lhe tivessem corrido de feição, Victor Baptista ouviria remoques de alguns apoiantes de Mário Ruivo, seu último opositor por ocasião da eleição do líder distrital do PS/Coimbra. Por sua vez, o líder concelhio conimbricense do Partido Socialista já fez saber que o plenário da Comissão por ele presidida só será convocado para 09 ou 16 de Novembro, “após a investidura do Governo e a tomada de posse dos [novos] órgãos autárquicos”. Um apoiante de Henrique Fernandes declarou ao “Campeão”, com sarcasmo, que ele prefere não ouvir falar dos resultados das eleições autárquicas em Coimbra com receio de que o debate possa fragilizar a sua posição de governador civil a ponto de comprometer uma eventual recondução. Enquanto Carlos Cidade e Luís Santarino esgrimem argumentos, Luís Vilar apro-

veita para voltar a mostrarse (ver outra peça nesta edição) e consta haver mais três militantes socialistas – Paulo Penedos, Paulo Valério e António Vilhena – a ponderar perfilarem-se para suceder a Fernandes. No caso de Cidade, eleito vereador, tratar-se-á de uma recandidatura, pois o autarca foi opositor do governador civil, há ano e meio. Vilhena (igualmente vereador eleito), poderá aspirar, segundo fontes partidárias, a ter o apoio de Henrique Fernandes. Paulo Penedos foi o segundo membro da lista em que Fernandes ascendeu à liderança local do PS/Coimbra e Valério exerceu, até há pouco tempo, a função de adjunto do governador. De resto, as movimentações das hostes partidárias levam Carlos Cidade a reunir-se, hoje, com apoiantes, à semelhança do que fará, sábado, o líder da minoria federativa, Mário Ruivo, e, segunda-feira, o anterior presidente da Concelhia de Coimbra, Luís Vilar.

O Bloco de Esquerda (BE) acaba de convidar o PS e a CDU para equacionarem apear Manuel Porto (PSD) da presidência da Mesa da Assembleia Municipal (AM) de Coimbra, soube o “Campeão”. A Comissão Coordenadora Concelhia do BE convidou estruturas congéneres das outras forças de Esquerda para um encontro formal, a três. O Partido Socialista limitou-se a auscultar a CDU e esta manifestou-se “aberta a encontros com todas as forças políticas”. Como noticiou o nosso Jornal, quinta-feira, através da edição electrónica, o PS está a ponderar patrocinar a eventual candidatura da bióloga Helena Freitas, ex-provedora do Ambiente, à presidência do órgão fiscalizador da Câmara conimbricense. Os autarcas do PS e da CDU com assento na AM (31) excedem em uma unidade o número dos da coligação “Por Coimbra” (PSD CDS/PP - PPM), cabendo ainda dois assentos ao BE e um ao independente Rodrigo Santiago.

Helena Freitas (independente), que encabeçou a lista socialista para a referida Assembleia, disse ao “Campeão” que aceitará ser opositora à recondução de Manuel Porto se for essa a vontade do PS. A ex-provedora do Ambiente declarou possuir ideias acerca do modo como poderá propor-se desempenhar o cargo. “Pugnamos por uma convergência” em ordem a “mudar o rumo do funcionamento” da AM, declarou Serafim Duarte (eleito pelo BE). Num documento enviado ao Partido Socialista e à CDU (PCP e Partido Os Verdes), o Bloco assinala ter protestado, “de forma sistemática, contra a forma deplorável e pouco digna como a Assembleia funcionou” no quadriénio 2006/09. Por sua vez, a Coligação Democrática Unitária , em comunicado, reiterou “a necessidade de dignificação” da AM e expressou empenho na discussão dos instrumentos, meios e processos de “recuperação e valorização do pa-

pel decisivo” daquela autarquia na fiscalização e construção da vida democrática e do desenvolvimento de Coimbra. A divulgação do comunicado seguiu-se a uma reunião do órgão executivo da Comissão Concelhia de Coimbra do Partido Comunista, cujo dirigente Francisco Queirós foi eleito vereador. À tomada de posição da CDU no sentido da abertura a “encontros com todas as forças políticas” não deverá ser alheio o cenário de poder vir a ser atribuído um pelouro a Francisco Queirós, à semelhança do que Carlos Encarnação fez em relação a Gouveia Monteiro. Manuel Porto, catedrático de Direito em fase de aposentação, presidiu à Assembleia nos dois últimos quadriénios. Em 2006/09, a coligação de Centro-Direita era detentora de metade dos mandatos da AM; após as eleições de 11 de Outubro a representação faz lembrar a do quadriénio 2002/05 (cabendo à coligação “Por Coimbra” 30 dos 64 assentos do órgão fiscalizador da edilidade).


FIGURAS E FACTOS

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A S C E N S O R A

S U B I R

João Tordo – O jovem escritor, de 34 anos, venceu a edição 2009 do Prémio José Saramago, atribuído pela Fundação Círculo de Leitores. O romance “As Três Vidas” mereceu elogios de Saramago, que aproveitou para criticar a “americanização” da língua portuguesa. João Tordo é filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco, ligada ao cinema e à moda. Carlos Queiroz – Lavou a imagem baça e sem chama de anteriores jogos. Venceu, mas ainda não convenceu. O resultado expressivo obtido no encontro contra a Selecção de Malta permitiu esquecer, por ora, as fracas prestações nos primeiros jogos da fase de apuramento para o Mundial de Futebol de 2010 e, simultaneamente, reabilitar a imagem da Selecção nacional junto dos adeptos. Queiroz beneficiou ainda dos resultados das outras equipas, que acabam por conduzir Portugal ao lugar de cabeça-de-série no playoff e evitar ter de disputar a presença na África do Sul com a França, a Rússia ou a Grécia. Jenson Button – Aos 20 anos, o jovem piloto britânico acaba de vencer o Campeonato do Mundo de Fórmula 1, sucedendo ao compatriota Lewis Hamilton. A sua equipa, a Brawn GP, estreante no palco máximo do desporto automóvel, sagrou-se também campeã de construtores, uma “dobradinha” que se deve em boa parte ao contributo do piloto no início do campeonato, vencendo seis das primeiras sete corridas. Button estreouse na Fórmula 1, em 2000, pela mão do veterano Frank Williams, que logo vaticinou o seu sucesso. A

D E S C E R

Jorge Costa – O Olhanense foi afastado da Taça de Portugal em futebol por um clube de um escalão inferior. Mérito para a equipa do Valenciano, que, humilde, nunca se deixou intimidar pelo facto de a equipa timonada por Jorge Costa disputar a Liga. É a quarta vez em cinco épocas que os rubro-negros se vêem arredados da prova. A derrota, imposta nas grandes penalidades, coloca o técnico em “maus lençóis”, tanto mais que o Olhanense ainda não mostrou no campeonato os créditos que Jorge Costa eventualmente terá. Paulo Portas – Depois da trapalhada relacionada com o modelo do financiamento da aquisição dos submarinos, de cujo contrato ninguém sabe o paradeiro, eis que os contratos de aquisição revelam que os dois submarinos, comprados pelo Estado português ao consórcio alemão GSC quando Paulo Portas era ministro da Defesa, têm apenas um ano de garantia técnica. O consórcio alemão obriga-se a prestar apoio pago durante 30 anos e a manutenção vai custar cerca de cinco milhões de euros por ano. Uma factura onerosa para dois navios que só vão entrar ao serviço da Marinha portuguesa, previsivelmente, em Fevereiro e Setembro de 2010. Oliveira e Costa – O ex-presidente do Banco Português de Negócios (BPN) e o seu administrador de confiança, Luís Caprichoso, são acusados pela actual Administração de terem usado 16 contas em paraísos fiscais unicamente com o propósito de retirar fundos do património da instituição bancária, criando um buraco financeiro no valor de 234 milhões de euros. Parte desta verba terá sido, alegadamente, usada em proveito próprio. Sob a liderança de Francisco Bandeira, o BPN avançou agora com um processo que visa recuperar dinheiro. PUBLICIDADE

José Manuel Pureza Eleito pelo círculo de Coimbra, é o novo líder do grupo parlamentar do Bloco de Esquerda (BE), composto por 16 deputados. José Manuel Pureza, de 50 anos, foi eleito, por voto secreto, pela maioria dos deputados do Bloco, com apenas uma abstenção. Natural de Coimbra, fez parte do movimento Política XXI, que em conjunto com o PSR e a UDP, viria a resultar na criação do BE. Membro da Mesa Nacional do partido há oito anos, sucede a Luís Fazenda, agora vice-presidente da Assembleia da República. Pureza é professor do curso de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, onde continuará a exercer a docência uma vez por semana, em regime pro bono. É ainda investigador do Centro de Estudos Sociais, onde chegou a coordenador do Núcleo de Estudos para a Paz. José Reis – O recémeleito Director da Faculdade Economia da Universidade de Coimbra, José Reis, toma posse hoje, pelas 12h00, Sala do Senado da Universidade de Coimbra. Doutorado em Economia, na especialidade de Planeamento e Economia Regional, José Reis é actualmente professor catedrático da FEUC e investigador do Centro de Estudos Sociais. José Reis já exerceu funções como Secretário de Estado do Ensino Superior (1999-2001), presidente da Comissão de Coordenação da Região Centro (1996-1999) e presidente do Conselho Científico da FEUC (1992-1994 e 2002-2004). José Amado Mendes – A obra “Estudos do Património, Museus e Educação”, da autoria de José Amado Mendes, foi apresentada na terça-feira, no Auditório do Centro de Interpretação de Santa-Clara-a-Velha. Esta é a última novidade editorial da Imprensa da UC. Congresso sobre media – O I Congresso Internacional Género, Media e Espaço Público realiza-se esta quinta e sexta-feira (dias 22 e 23), em Coimbra, no Auditório da Reitoria e na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC). Pornografia, ciberactivismo, imagens da mulher, da homossexulidade e da maternidade, terrorismo de género, media gay são alguns dos temas em deba-

te nos dois dias de trabalho. Gaye Tuchman, Karen Boyle e João Pissarra são os conferencistas principais desta iniciativa organizada pela Secção de Comunicação da FLUC e pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo. De acordo com a organização, “o objectivo principal do congresso é constituir-se como um espaço crítico para pensar as questões que envolvem a mediação dos temas de género, numa interacção entre academia, profissionais, agências governamentais, organizações da sociedade civil, grupos de investigação e estudantes”. As inscrições podem ser feitas no local, sendo gratuitas para os alunos do 1.º ciclo. Lenda de Montemor em áudio-livro – O áudio-livro “O Abade João”, baseado numa lenda de Montemor-o-Velho do século IX, foi apresentado na sexta-feira, dia 16, no Celeiro dos Duques de Aveiro, em Pereira, no âmbito das comemorações do 18.º Aniversário da Reelevação de Pereira a vila. Editado pela MinervaCoimbra, a obra infanto-juvenil é da autoria de Lurdes Breda, André Caetano (ilustrações) e Jorge Brito (música, voz e produção). O áudio-livro obra tem por objectivo principal a divulgação, em termos históricos e patrimoniais, de uma das mais importantes lendas de Montemor-o-Velho, introduzindo, ainda, as vertentes lúdica (com ilustrações ine-

rentes ao conteúdo da história e a composição de temas musicais originais) e pedagógica (com pormenores históricos relativos à época da reconquista cristã, a alusão a alguns dos povos que habitaram a Península Ibérica e informação acerca da Capela de Nossa Senhora de Seiça e do Castelo de Montemoro-Velho, para além de um pequeno glossário da obra). O CD conta com a participação especial de Sansão Coelho na narração da epopeia d’ “O Abade João”. Os textos pedagógicos têm a voz do professor Álvaro Caetano. Bombeiros Voluntários de Penela certificados – Os serviços de transporte de doentes e administrativos dos Bombeiros Voluntários de Penela recebem no próximo sábado, às 15h00, a certificação de qualidade (sob a norma ISO 9001:2008). A certificação reconhece o esforço da corporação em prestar serviços de excelência e em promover a melhoria contínua. Com a entrega do diploma, os Bombeiros Voluntários de Penela tornam-se a primeira corporação de bombeiros do país a ser certificada pela APCER. Democracia em debate – É o presidencialismo possível ou desejável em Portugal? Que significado político é que o Presidente da República tem, ou deverá ter, em Portugal no século XXI? Que poderes deve ter e como se deve relacionar com os outros órgãos de soberania e com o povo? Estas são algumas das questões da ordem do dia que vão estar em debate amanhã à noite na Almedina Estádio Cidade de Coimbra. Organizado pela CADC – Centro Académico de Democracia Cristã, o debate é subordinado ao tema “Que democracia para o século XXI?” e conta com a participação de João Gonçalves e de Pedro Mexia. Famílias convidadas a descobrir universo – Norberto Pires, especialista em Robótica, mostra no próximo domingo, às 11h00, no Museu da Ciên-

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cia da UC, como é que as matérias simples, que se aprendem na escola, podem dar origem a máquinas que exploram o Universo. Trata-se de mais uma sessão do ciclo “Ciência em Família”, sendo a participação custa três euros por pessoa e requer marcação prévia. Mais antiga revista científico-literária na Internet – “O Instituto: Revista Científica e Literária”, editada entre 1852 e 1981, já está disponível na Internet. A edição digital da mais antiga revista científico-literária portuguesa foi apresentada na passada segunda-feira na Biblioteca Joanina. Doze horas a nadar – A entrada no Complexo de Piscinas Luís Lopes da Conceição, em S. Martinho do Bispo, é livre no sábado das 08h00 às 20h00. A iniciativa 12 horas a nadar assinala o quarto aniversário do equipamento. FBB debate violência – Cerca de 350 pessoas participam no Encontro de Sim e de Não se Faz a Educação, organizado pela Fundação Bissaya Barreto nos dias 23 e 24, no Campus da Cidadania e do Conhecimento. Sensibilizar para a violência infanto-juvenil, em contexto escolar, e para a violência de Filhos contra pais, no seio familiar, são os principais objectivos do evento. Festival da Música de Coimbra abre hoje – Gonçalo Pescada (acordeão) e Ian Mikirtoumov (piano) abrem hoje, pelas 21h30, o Festival de Música de Coimbra. Este é o primeiro de cinco concertos que decorrem no âmbito do ciclo “Noites na Biblioteca Joanina”. Organizado pela Câmara de Coimbra, em parceria com a UC, a Fundação INATEL - Agência de Coimbra e o Teatro Académico de Gil Vicente e sob a direcção artística de Augusto Mesquita, o festival integra três dezenas de espectáculos, que passam por sete concelhos da região, num período que se estende de 22 de Outubro a 13 de Dezembro.


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PERFIL

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NOME Artur Pinho | IDADE 42 anos | NATURALIDADE Ossela (Oliveira de Azeméis) PROFISSÃO Maestro | SIGNO Touro | PASSATEMPOS Viajar e olhar o mar

Maestro com garra IOLANDA CHAVES

O pai tinha por hábito comprar instrumentos musicais para incutir nos quatro filhos o gosto pela música. E assim aconteceu, todos aprenderam e um deles encontrou na música a profissão. Artur, chegava ao ponto de levar os livros de solfejo para a escola para a eles se dedicar nos intervalos. Nas disciplinas curriculares estudava o quanto baste para passar. A música é que lhe enchia a alma, os dias, os pensamentos. Começou por tocar órgão na igreja e aí também regeu o coro da paróquia. Concluídos os estudos em Vale de Cambra, foi para Aveiro, onde ingressou no Conservatório, em 1986. Porque não havia classe de órgão, optou por trompete, instrumento de sopro que lhe daria alguma bagagem para tocar em orquestras, embora nunca tenha estado ligado a uma banda filarmónica como executante. Um curso de direcção coral, no Verão de 1989, com os professores Anton de Beer e Edgar Saramago foi um momento decisivo. Trilhar uma carreira de maestro era o caminho a seguir. A partir daí, procurou criar boas bases, estudando com maestros de referência. Licenciou-se em Direcção Musical pela Fundação Conservatório Superior de Música de Gaia, sob orientação de Mário Mateus. Frequenta, actualmente, o segundo ano de mestrado na Universidade de Aveiro, instituição à qual está ligado. J. Roos, Vianey da Cruz, Peppe Prates, José Luís Borges Coelho e Ivo Cruz são outros maestros com quem aprendeu. A cada um foi buscar todas as influências, características, máximas e ensinamentos que o têm ajudado a criar um estilo próprio, reconhecido já por algumas pessoas que com ele trabalham regulamente, como é caso do tenor João Miguel Gonçalves. “Da sua forma de estar na música, destaco a paixão pelo seu trabalho, o empenho, dedicação e profissionalismo com que prepara as suas apresentações, o interesse (quase obsessão!) em criar comunicação com o publico através da música. Esta é, de resto, uma das suas principais características: pretender sempre que cada espectador viva, em

cada concerto, momentos de elevada fruição estético-musical e que regresse a casa uma pessoa mais feliz, porque tocada pela música. Esta marca/desafio está sempre de tal forma presente na sua abordagem dos concertos que acaba por determinar totalmente toda a sua acção no momento da execução”, sublinha o cantor. O próprio Artur Pinho diz-nos que “a comunicação não verbal” foi o que mais o motivou. Em cada concerto, procura através do gesto retirar dos músicos todo o poder interpretativo possível. Conta-lhes a história se necessário, para que eles sintam a importância de cada nota e de cada tempo no enredo e possam assim, através das música, contar essa história e “tocar” o público. Admite que tem evoluído bastante e já não se revê no jovem maestro inexperiente que um dia foi “atirado aos leões” dirigindo uma orquestra na interpretação do Magnificat, de Bach. A importância de sentir

Na opinião do tenor João Miguel Gonçalves, as qualidades humanas, profissionais e técnicas confirmamno “como um dos mais notáveis jovens maestros portugueses”. “Quer como dinamizador de projectos musicais, quer como dinamizador de grupos de trabalho, quer como executante, o Artur Pinho revela ideias musicais claras, uma atenção particular a cada elemento do seu grupo de trabalho e, no que concerne à direcção, um rigor de marcação e uma intensidade interpretativo-dramática que raramente se encontram numa mesma pessoa. No que concerne à afinação, tem um ouvido de rara precisão, o que lhe dá a capacidade de corrigir e melhorar pemanentemente as performances dos seus grupos de trabalho e de apresentar resultados de grande qualidade, nomeadamente ao nível coral”, destaca o cantor. Cada orquestra é formada por diferentes sensibilidades, ter a percepção “do que se passa com cada um dos elementos é uma preocupação”. João Miguel Gonçalves

chegou já a essa conclusão e o próprio maestro atribui muita importância à necessidade de conhecer “as várias sensibilidades” que compõem uma orquestra. A competência, currículo académico e profissional de Artur Pinho foram também focados pelo maestro Virgílio Caseiro, na conferência de imprensa de apresentação do regente da recém-criada orquestra juvenil “Sousa Santos”. Mais cultura, mais desenvolvimento

O director artístico e maestro da Orquestra Clássica do Centro (OCC) diz que lhe topou “a garra de maestro” quando o viu numa actuação. Ficou sensibilizado e manteve-se atento ao percurso do jovem, a quem já confiou a batuta da OCC em alguns concertos. Quando em 1997 Virgílio Caseiro deixou o Orfeon Académica de Coimbra, Artur Pinho foi convidado para ocupar o lugar, mas declinou por não se achar ao nível de um coro que, fazendo analogia com o futebol, considera “de primeira divisão”. Sugeriu Edgar Saramago, que lá esteve três anos. Ao segundo convite, não teve como recusar. Fez provas e foi escolhido. Ao fim de cinco anos, fez um interregno em 2006 e regressou em Setembro de 2008. A passagem pelo Orfeon Académico de Coimbra marca de forma indelével a vida do maestro, também no plano pessoal, quando uma voz feminina, de nome Eva, “cantou” mais alto. Estão casados desde 2004.

Em 1999, paralelamente ao Orfeon, concluiu o curso de prática coral na Escola Profissional de Música do Porto e em 2000 gravou com o Orfeão Universitário de Aveiro a obra Magnificat de Vivaldi. Como maestro convidado já dirigiu (para além da OCC), a orquestra e coro da Fundação Conservatório Superior de Música de Gaia, a Orquestra da Escola Profissional de Música de Mirandela, a Orquestra do Norte e a Filarmonia das Beiras. Ministra cursos de direcção coral em Portugal e em Espanha. É Director Artístico e sócio fundador da Associação Ecos do Passado. Relativamente à nova orquestra, Artur Pinho encaraa como uma oportunidade para partilhar conhecimento com os mais jovens e “dar um contributo à cultura em Coimbra”. “Gosto imenso do meu país e fico triste por ver cidades como Coimbra e Aveiro à margem, a nível cultural. Gostaria que as entidades competentes, nacionais e regionais, vissem o potencial para fazer coisas interessantes que outras terras, que não Lisboa e Porto, têm. Um país desenvolvido culturalmente, seria também mais saudável, mais feliz, produtivo e, consequentemente, rico”, defende. A fechar, João Miguel Gonçalves sugere: “Se o Artur Pinho vai dirigir um concerto em Coimbra (mais um), o que posso dizer às pessoas é que valerá certamente a pena irem assistir, porque ele vai dar o máximo de si para criar momentos musicais únicos”.


EMPRESAS & NEGÓCIOS

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Coimfor

Software à medida dos clientes FUNDAÇÃO 1995 RAMO Informática MORADA Rua São Lourenço, Edifício Coimfor, 3045-478 Taveiro

BENEDITA OLIVEIRA

Conceber soluções de software globais à medida dos clientes é o mote da Coimfor – Sociedade de Gestão e Informática. Liderada por Paulo Mendes, a empresa de Coimbra privilegia a qualidade, na convicção, nota o empresário, que o melhor veículo publicitário da empresa é o próprio cliente. Sócio fundador da ASSOFT (Associação Portuguesa de Software), o empresário potenciou o crescimento da Coimfor através de um conjunto de parcerias estratégicas que lhe permitem abranger todo o território nacional – inclusive os arquipélagos da Madeira e dos Açores (das nove ilhas açorianas a única em que a empresa não está presente é a do Corvo) –, tendo recentemente expandido a sua acção à província angolana de Luambo. “Damos apoio directo aos agentes, nomeadamente na assistência pós-venda, numa estratégia de proximidade que tem dado bons resultados”, afiança o gerente. A Coimfor, que foi uma das primeiras do ramo de produção de sof-

tware a nível nacional e a primeira da região Centro a obter a certificação da qualidade, desenvolve produtos para as mais diversas áreas de negócio, com destaque para o sector dos matadouros industriais e actividades conexas. “A maior parte dos matadouros industriais que existem no país são nossos clientes, assim como as empresas das actividades subsequentes, como seja talhos e empresas de distribuição e transformação”, conta Paulo Mendes, comentando que o software de gestão idealizado pela empresa tem em conta todo o percurso do animal ao longo da cadeia de produção e “garante toda a rastreabilidade do animal”. “Fomos pioneiros na facturação electrónica em Portugal”, adianta, destacando que a empresa criou uma solução de gestão capaz de responder “do prato ao prato”, que interage inclusive com o sistema nacional de identificação de animais. “Fazemos todo o controlo em termos de população animal até aos clientes finais”, salienta, observando que, neste momen-

to, a Coimfor está a trabalhar nomeadamente com a Sonae, Jerónimo Martins, Makro, Auchan e El Corte Inglés. Com um sistema descentralizando, e, por isso, flexível e acessível via Web (desde computadores a PDA, passando por telemóveis), as soluções Coimfor informatizam na íntegra todas as vertentes de negócio, desde o registo de ponto, passando pela gestão de pessoal, gestão de

produção, gestão comercial, gestão de tesouraria e bancos, gestão de contabilidade geral e analítica até ao imobilizado. “Fazemos toda a gestão logística das empresas, sendo que temos uma solução que é modelar e adaptável”, realça o responsável, referindo que toda a informação é disponibilizada em tempo real, sem que seja necessário recorrer a históricos ou a copias de arquivo.

Presente em quase todos os sectores de actividade, a Coimfor tem ainda como clientes empresas da restauração e serviços, cooperativas, IPSS, e industriais da construção civil. A diversificação de clientes e a investigação de novas soluções têm sido os alicerces da estratégia de crescimento da empresa de Coimbra, que se tem afirmado no panorama nacional.

Pós-graduação em Gestão para a Construção de Obras Públicas e Privadas

Colaboradores do Grupo Catarino frequentaram nova edição O Grupo Catarino deu continuidade no anterior ano lectivo ao programa avançado de formação em gestão desenhado para os seus colaboradores, a pósgraduação em Gestão para a Construção de Obras Públicas e Privadas. A entrega dos diplomas decorreu no passado dia 12 de Outubro, no auditório principal do Instituto Superior Bissaya Barreto (ISBB), na presença da directora do Instituto, Maria Helena Reis, do director executivo da Fundação Bissaya Barreto, Amaro da Luz, e do presidente do

Conselho de Administração do Grupo Catarino, Vítor Catarino. Anualmente dez colaboradores, com formação base na área da Engenharia Civil, são convidados a frequentar um Programa Avançado de Formação em Gestão concebido em parceria com o ISBB e financiado pelo Grupo Catarino. Na ocasião, o presidente do Conselho de Administração, Vítor Catarino, reiterou que o Grupo Catarino considera como estratégica a formação de quadros altamente qualificados. Colabo-

radores motivados são, realçou, centrais para a prossecução dos desafios ambiciosos que o Grupo assume. Para o empresário, o grupo, ao criar valor para accionistas, clientes, colaboradores e sociedade, afirma-se como parceiro do desenvolvimento integrado. Com 380 colaboradores, o Grupo Catarino é composto por um conjunto de pequenas e médias empresas com actividade nas áreas de construção civil, decoração de interiores, imobiliário, hotelaria, consultadoria e paisagismo.

Vítor Catarino (à direita) classificou como estratégica a formação de quadros altamente qualificados

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B R E V E S

Vpelículas marca presença na Concreta A Vpelículas, empresa especializada na aplicação de películas em edifícios e automóveis, marca presença na 24.ª edição da Concreta – Feira Internacional de Construção e Obras Públicas, a decorrer até sábado, dia 24, na Exponor, no Porto. A Vpelículas disponibiliza no seu expositor informações sobre as diferentes aplicações das películas, com destaque para o sector da arquitectura, assim como as vantagens que resultam da utilização de películas em vidros. A par da mais-valia estética, as películas são aliadas do conforto, bem como da segurança. “Apostamos cada vez mais na participação em eventos como a Concreta de forma a dar a conhecer os nossos materiais, bem como o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido por mim e pela minha equipa ao longo destes 13 anos”, refere Valdemar Viana, responsável pela empresa com uma rede de lojas por todo o país e no arquipélago dos Açores. Constituída por uma equipa de colaboradores com uma sólida experiência no tratamento de informação bem como na aplicação de películas, a Vpelículas trabalha para o sector automóvel, segurança e arquitectura.

QREN apoia criação de empresas Novas empresas ou projectos empresariais liderados por empreendedores qualificados podem contar com o apoio do QREN no início da actividade. O apoio insere-se nos programas de acção dos PROVERE – Programas de Valorização Económica de Recursos Endógenos e destina-se a empresas de inovação constituídas até ao máximo de três anos, classificadas como PME e dotadas de recursos humanos qualificados. Podem igualmente ser apoiados projectos associados ao desenvolvimento de actividades em sectores que registem elevadas dinâmicas de crescimento. No caso das micro empresas ou empresas de pequena dimensão é considerado condição de acesso o peso dos trabalhadores com grau de habilitação escolar igual ou superior a quatro no ano pós-projecto. Tal peso deve equivaler, pelo menos, a dez por cento. São ainda consideradas majorações a Empreendedorismo Jovem e Empreendedorismo Feminino, dependendo da participação dos empreendedores no capital social e/ou do desempenho de funções executivas. As candidaturas decorrem até 9 de Novembro. Mais informações estão disponibilizadas no endereço www.incentivos. qren.pt.


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Tinha sido punido, em 2005, pelo crime de usura

Espectáculo com balanço positivo

Advogado falecido ganha recurso em processo cível

Lions Clube de Coimbra solidário com a APPACDM

L.V./R.A.

Um processo cível, para efeitos de atribuição de eventual indemnização, em que tinha sido condenado um advogado falecido, acaba de voltar quase à estaca zero, mediante decisão do Tribunal da Relação de Coimbra, soube o “Campeão”. A segunda instância mandou repetir, parcialmente, uma audiência de julgamento cujo desfecho era desfavorável a José da Costa Andrade, falecido aos 76 anos de idade (em 13 de Setembro de 2008). Os juízes desembargadores, dando razão à defesa do demandado, entenderam ter havido uma nulidade processual quando o Tribunal de Coimbra Vara Mista (primeira instância) indeferiu uma reclamação respeitante ao rol de testemunhas indicado pelo demandante, António Rocha Fernandes. A reclamação prendera-se com a falta de notificação do réu acerca de um acrescento a esse rol. Segundo um acórdão da Relação, ficou sem efeito a prova produzida a

partir desse momento; razão por que haverá lugar a repetição parcial da audiência, com o advogado Hernâni Rama a representar o demandado e Paula de Matos a procurar fazer prevalecer a tese do demandante. Há um ano, com José da Costa Andrade já falecido, o réu foi condenado ao pagamento de uma indemnização a António Rocha Fernandes, sendo que o outrora advogado tinha sido punido, em 2005, pela autoria de um crime de usura simples. A decisão judicial tomada em 2008 assinala ter havido “um facto ilícito culposo criminal e, de modo conexo, também cível”. Andrade, que concedera empréstimos a Fernandes mediante uma taxa de juro à razão de três por cento ao mês, tinha sido condenado a indemnizá-lo em 21.500 euros (3.500 a título de danos morais). Em 2005, o advogado foi punido com uma multa de 9 000 euros, inerente ao crime de usura, e com uma coima de 20 000 euros por violação do prin-

cípio que impede particulares de se dedicarem à concessão de crédito. O Código Penal prevê a punição com pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias de quem, “com intenção de alcançar benefício patrimonial (...), explorando situação de necessidade (...) ou relação de dependência do devedor, fizer com que ele se obrigue a conceder ou prometa (...) vantagem pecuniária que for, segundo as circunstâncias do caso, manifestamente desproporcionada com a contraprestação”. Embora o procedimento criminal dependa de queixa, a tentativa é punível. Apesar de o causídico ter emprestado dinheiro a várias pessoas, o Tribunal entendeu, há quatro anos, que ficou por provar, na generalidade dos casos, por um lado, a situação de necessidade dos clientes e, por outro, que a taxa de juro excedesse um montante razoável. Como o juiz considerou preenchidos os requisitos do crime de usura apenas em relação a dois casos concretos, ficou por

demonstrar que José da Costa Andrade tenha feito da agiotagem um modo de vida. O Tribunal levou em consideração a circunstância de o arguido não possuir antecedentes criminais, os montantes envolvidos e o período por que se prolongou a actividade de concessão de empréstimos, tendo considerado ainda que ele procurou vitimizarse e que denotou “ressentimento para com os que o acusaram”. Quanto ao caso levado a Tribunal por António Rocha Fernandes, o arguido negou ter tido conhecimento das dificuldades financeiras por que passou o queixoso e alegou que este teria património e dava sinais de uma vida faustosa. Na altura em que se julgou incapaz de responder pelo montante de dívidas reclamadas pelo advogado, Rocha Fernandes entregou ao arguido um cheque cujo montante ele não pôde levantar em virtude de o queixoso ter cancelado a conta bancária sobre a qual o mesmo foi emitido.

CNAC/Matobra festeja 25 anos

Natação e pólo aquático são apostas reforçadas O Clube Náutico Académico de Coimbra (CNAC/Matobra) assinalou, segunda-feira, o 25.º aniversário, com uma sessão no centro comercial Dolce Vita, onde apresentou as equipas de competição da natação e de pólo aquático. O CNAC tem mais de 110 nadadores federados só na natação pura, a que se juntam os atletas do pólo aquático. Cadetes, infantis, juvenis, juniores e seniores são os escalões que participam em todas as competições do calendário da Associação Natação de Coimbra, campeonatos nacionais e torneios em Portugal, numa aposta que

tem vindo a dar os seus frutos de ano para ano, com um aumento sucessivo de praticantes. “O crescimento constante e sustentado, de forma a atingir uma afirmação cada vez mais forte no panorama desportivo nacional”, é o objectivo do clube, conforme dá conta o presidente da Direcção, José Luís Carvalhos. Na sessão, o dirigente acentuou as metas que o CNAC foi conquistando ao longo dos anos, considerando que “poucas instituições conseguem atingir o patamar já alcançadas”, contribuindo para isso “a simbiose entre atletas, pais e dirigentes”.

Para José Luís Carvalhos, “é fundamental que Coimbra e a Câmara entendam o patamar em que se encontra o Náutico, de forma a conceder um apoio diferenciado para o desempenho, qualidade e mérito do clube”. Traduzindo em números, refirase que só nas últimas três épocas o CNAC somou 529 títulos regionais da ANC, 13 títulos de campeão nacional, nas categorias de juvenis, juniores e absolutos, e seis títulos nacionais individuais. Já a nível de internacional, o Náutico destaca-se pelas sete internacionalizações de Miguel Oliveira e Maria Miguel Veloso.Na sessão

comemorativo do aniversário, Sampaio e Nora, presidente da Mesa da Assembleia-geral desde que o clube foi fundado (19 de Outubro de 1984), lembrou o dia em que se efectuou a escritura do clube, num Notário de Penacova, e recordou algumas pessoas, como José Manuel Cortesão e José Manuel Domingues, respectivamente os primeiros presidentes da Direcção e do Conselho Fiscal. O bolo de aniversário do CNAC foi cortado pelo sócio n.º 1, Jaime Lobo, e pelos dois capitães de equipa, Miguel Almeida e Maria Miguel Veloso.

“Existo, Logo Danço”, espectáculo que o Lions Clube de Coimbra promoveu no último sábado no Teatro Académico de Gil Vicente, a favor da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Coimbra, mostrou que a sociedade civil está atenta e disponível para ajudar projectos meritórios. O presidente da Direcção do Lions Clube de Coimbra admitiu ao nosso Jornal que a iniciativa de carácter solidário “correu muito bem”. Raúl Amado considerou que “a resposta da sociedade foi muito boa”, conferindo brilho ao espectáculo promovido em colaboração com os vários clubes rotários conimbricenses. Proposto à comunidade como “uma porta aberta para que as pessoas se unam em prol de instituições que o

merecem”, o espectáculo “Existo, Logo Danço” foi produzido pelo Colégio Rainha Santa Isabel, algo que, segundo Raúl Amado, constituía logo à partida “a garantia de um registo de qualidade educativa e de esperança nas gerações futuras”. Recorde-se que o talento e a qualidade dos alunos de ballet deste estabelecimento tem vindo a ser reconhecido com a atribuição de inúmeros prémios. A APPACDM de Coimbra é uma organização sem fins lucrativos, vocacionada para a defesa e promoção dos direitos do cidadão deficiente mental. Recentemente, inaugurou em S. Silvestre uma unidade que presta apoio a 15 jovens. O espectáculo do último sábado contribuirá certamente para ajudar a esta nova valência da instituição.

Chão de Lamas

Passeio equestre e festival taurino foram um êxito A nona edição do Passeio Equestre de Chão de Lamas, que incluíu também a V Garraiada e o I Festival Taurino, ultrapassou as expectativas da organização, disse ao “Campeão”, o presidente da Associação Equestre Desportiva e Cultural de Chão de Lamas – Romeiros de Baco. Quatro dezenas de cavaleiros, provenientes de diferentes localidades, nomeadamente Gouveia, Seia, Pereira do Campo, Valpaços, Cabaços, entre outras, chegaram à aldeia anfitriã ao início da manhã e seguiram em conjunto a Rota da Água Pé. O passeio culminou com um almoço, aberto a toda a população, durante o qual foi servida uma feijoada, confeccionada por um restaurante local, “O Careca”. Este momento foi apenas o culminar da primeira metade do programa de domingo que ainda prometia uma tarde de actividades não menos emocionantes, com uma garraiada e um festival taurino. No caso do festival, que se realizou pela primeira vez, Raúl Marques disse ao nosso jornal que a jovem cavaleira Cláudia Almeida, de 12 anos, natural de Vila Franca de Xira, atraiu a

Chão de Lamas muitos conterrâneos e familiares dela que a quiseram ver actuar. O espectáculo contou com a participação do Grupo Juvenil de Benavente e a Escola de Toureiros da Azambuja fez demonstrações. O sucesso deste festival juvenil leva a organização Romeiros de Baco a ponderar a possibilidade de uma nova iniciativa do género em Maio do próximo ano e Raúl Marques faz votos para que o décimo Passeio Equestre seja devidamente assinalado. Durante um dia, a aldeia de Chão de Lamas viu-se invadida por centenas de forasteiros, que conviveram com a população local, com os costumes e tradições da terra. Todos aderiram à festa, facto que deixa a associação Romeiros de Baco confiante no futuro da iniciativa. O dia encerrou com a entrega de lembranças aos cavaleiros e uma actuação do Grupo de Trajes e Cantares de Tentúgal. Uma hora depois realizou-se um sorteio de rifas e um magusto. A iniciativa foi apoiada pela Câmara Municipal de Miranda do Corvo, Junta de Freguesia de Lamas e algumas empresas locais.


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Incentivo à utilização das energias renováveis em vigor até final do ano

O Sol também aquece no Inverno PUBLICIDADE

temas de aquecimento por energia solar, por

parte de consumidores particulares, termina a 31

de Dezembro próximo. Aproxima-se o tem-

po do frio e com ele a preocupação de nos manter mos aquecidos, em casa e no trabalho. É tempo de pensar em sistemas de aquecimento, qualquer que seja, para “sobrevivermos” de forma confortável às noites e aos dias invernosos, porque as pantufas e os camisolões de lã não são suficientes. Sob o lema “A energia solar quando nasce é para todos”, está em vigor desde Março deste ano um programa governamental de incentivos que visa proporcionar a um maior número de cidadãos possível os benefícios de uma fonte de energia que, de facto, a todos pertence - o sol – que ao mesmo tempo tem tanto de renovável como de rentável. Ainda que os benefícios de um sistema solar sejam sentidos o ano todo, no aquecimento da água de consumo doméstico, é no Outono e no Inverno, em que o Sol passa grande maior parte do tempo escondido e os gastos de energia são maiores no aqueci-

mento das casas, que o seu efeito é mais desejado para contrabalançar o orçamento familiar; gasta-se num lado, mas poupa-se no outro. A medida em vigor é uma solução “chave na mão” desenvolvida pelo Ministério da Economia e da Inovação e o Ministério das Finanças e da Administração Pública, que proporciona a aquisição de colectores solares, com condições especiais de financiamento e permitir aos particulares “poupar mais de 20% do valor da factura de gás da sua casa”. “Para além disso, ainda lhe garante outras condições especiais: possibilidade de financiamento com condições preferenciais, instalação incluída, garantia de manutenção e benefícios fiscais de 30% do custo de investimento”, sublinham os promotores. De acordo com a mesma fonte, “Portugal tem um elevado potencial solar - 2200 e 3000 horas de sol por ano – que se encontra subaproveitado e”, independen-

Apoio a fundo perdido para IPSS e colectividades O chamado Programa Solar Térmico, aberto a consumidores particulares, foi agora também alargado a instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e a clubes e associações desportivas com utilidade pública. Esta medida envolve também o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social e a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, e destina-se a apoiar a instalação de sistemas solares térmicos para a produção de águas quentes sanitárias (banhos e cozinhas) ou o aquecimento de água de piscinas. De acordo com a entidade promotora, “estes sistemas deverão produzir uma quantidade de energia que supere 55 a 75% das necessidades energéticas previamente existentes. O valor do benefício, correspondente a uma comparticipação a fundo perdido, poderá atingir 65% do investimento associado”. PUBLICIDADE

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O programa de incentivo à aquisição de sis-


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temente, da região, “é um dos países da Europa com melhor recurso solar, sendo sempre vantajosa a instalação de colectores solares tér micos”. Esta medida destinase exclusivamente a consumidores particulares (ver texto sobre IPSS e colectividades), para instalação nas suas residências, principalmente em casas usadas, sendo esta uma uma medida complementar a outras que já estão em vigor como é o caso do Decreto Lei 80/2006 que obriga a instalação de painéis solares nos edifícios novos. 65 mil habitações no horizonte

Um sistema solar térmico, nestas condições, poderá ser adquirido até final do ano ou até se esgotar o plafond da comparticipação prevista pelo Estado, num total de 100 milhões de euros. Um sistema bem dimensionado per mite poupar até 70% da energia necessária para o aquecimento de água que usamos em casa.”O Governo definiu como objectivo para 2009 a instalação de 250.000 metros quadrados (m2) de painéis solares térmicos em mais de 65.000 habitações (o que é equivalente a cerca de quatro vezes mais da área anual instalada em 2007 e 2008). Com isto, vão ser criados cerca de 2.500 postos de trabalho: entre 100 e 150

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por fornecedor na área da produção de painéis e outros equipamentos; e entre 1.800 e 2.200 nas áreas de instalação e manutenção). O investimento total estimado pelo primeiro- ministro com esta iniciativa é de 225 milhões de euros. Relativamente às vantagens deste modelo para o consumidor, os promotores destacam que os equipamentos custam cerca de metade, face ao preço normal de venda ao público. “Esta redução é conseguida, em 20%, por via do efeito de escala (serão efectuadas negociações em bloco com os fornecedores) e, em 45%, pela comparticipação pública de 100 milhões de euros (financiada pela iniciativa do Governo “investimento e emprego”). O consumidor conseguirá uma poupança superior a duas vezes o valor que investiu, durante a vida útil do equipamento (20 anos).

Soluções para românticos, práticos e poupadinhos

A gosto do freguês A ideia de uma lareira a crepitar é uma imagem indelevelmente associada ao romance. Por isso, há quem não prescinda daquela solução de aquecimento na sala de estar quando compra ou manda construir casa. Os mais práticos (que ainda assim não serão o oposto de pessoas românticas), talvez optem pelo aquecimento central, para não se preocuparem com a aquisição e conservação da lenha, e, muito menos, com a limpeza da lareira.

Os mais poupadinhos vão virar as lojas da especialidade do avesso à procura da solução que os fará sorrir, de satisfação e tranquilidade, ao olharem para as facturas da luz e do gás (o que não quer dizer que não sejam, também estes, pessoas românticas e práticas). Ora bem, pensando que numa única pessoa pode existir um romântico, um prático e um poupadinho, e que nas mesma casa podem coabitar pessoas com aquelas características,

O melhor é fazer contas à vida na escolha de soluções de aquecimento eficazes e baratas

A lareira é sempre uma solução com algo de romântico e aconchegante

o melhor será encontrarem uma soluções conciliadoras. Em todos os casos, o melhor será procurarem os especialistas e aproveitarem alguns passeios em família para compararem preços, modelos e equipamentos

eficazes, no aquecimento e na poupança. Entre lareiras, salamandras, aquecedores amovíveis, recuperadores de calor, aquecimento central, piso radiante, mil e uma ideias existem para que ninguém passe frio.

Os mais práticos apreciam o aquecimento central

Solargus pioneira no fabrico de painéis solares

Empresa de Arganil testemunha adesão positiva ao incentivo A Solargus® - Fábrica de Radiadores do Alva, sedeada no concelho de Arganil, foi uma das empresas seleccionadas pelo Governo, para fornecimento de sistemas de painéis solares, na qualidade de fabricante e de instaladora. Segundo Armando Ferreira, sócio-gerente, “a adesão dos clientes tem sido positiva” e até surpreendente, concluindo-se por aqui que a medida governamental tem sido bem aproveitada, pelo menos por parte dos clientes desta empresa, distribuídos por todo o país (ilhas incluídas).

Para satisfazer os pedidos, a empresa, pioneira em Portugal no fabrico e montagem de painéis solares, passou a fazer três turnos de produção. A Solargus é uma marca conhecedora de todos os fenómenos impeditivos ao bom funcionamento de sistemas solares térmicos. Actualmente com 68 funcionários, possuí técnicos credenciados e devidamente preparados para montagem e assistência técnica pós-venda. Partindo do princípio de que “na natureza nada se perde tudo se transforma”, o sistema solar térmico Solargus transforma a maior fonte

energética que a natureza lhe oferece o sol, em energia no aquecimento da água quente sanitária, proporcionando uma poupança significativa na factura energética nos custos de energia tradicional e na contribuição de redução das emissões de CO2.”Todos os instaladores responsáveis pela instalação dos equipamentos disponíveis, seleccionados pelas entidades promotoras desta medida, entre os quais se enquadra a Solargus, possuem certificado de aptidão profissional (CAP) reconhecido pela Direcção Geral de Energia e Geologia.

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“Dois dedos de conversa” com Gonçalo Quadros

Critical tem a ambição que falta a Coimbra L.S.

A ambição, uma das características da Critical Software, é “um dos défices de Coimbra”, segundo o director executivo (CEO) da empresa sediada nesta cidade e que tem alcançado êxito a nível mundial. “Temos uma Universidade que tem grupos de investigação de referência, com pessoas muitíssimo talentosas, mas a jusante isso acontece muito pouco, porque há um défice de ambição”, referiu Gonçalo Quadros no programa “Dois dedos de conversa”, realizado na Góis Joalheiro e transmitido, domingo, na Rádio Regional do Centro (96.2 FM). Conforme destacou, “a Critical é um exemplo de três pessoas que resolveram enveredar por um caminho que em Coimbra não é muito tradicional, de quem estava a fazer uma formação qualificada, nomeadamente o doutoramento, e optou por sair da Universidade e utilizar esse

Sair de uma carreira universitária para criar uma empresa não é um percurso tradicional, em Coimbra, diz um dos fundadores da Critical, à conversa com Carlos Góis

conhecimento num projecto empresarial”. Gonçalo Quadros recordou que “a empresa apareceu no contexto da Universidade de Coimbra, que tem sido muito fértil em ideias, em pessoas competentes e em projec-

tos muito interessantes”, foi incubada no Instituto Pedro Nunes (IPN) e apontou a “humidade e a ambição” como as principais características da Critical. “Há pessoas que sabem, mas não há nenhuma razão para sabermos mais e

sermos melhores”, disse. “O projecto tem percorrido um caminho que nos tem destacado, mas sabemos que a nível empresarial não se trata de um sprint, mas sim de uma maratona”, referiu, para considerar que a Critical

Software “ainda não é uma empresa de sucesso, mas bem sucedida”. “O importante é garantir que a empresa segue o seu caminho sem depender de ninguém, em especial, e produzir tecnologia à escala global para ser vendida num mercado de massa, porque num nicho a nossa capacidade de gerar riqueza esgota rapidamente”, explicou. Criada em 1998, por Gonçalo Quadros, João Carreira e Diamantino Costa, o grupo Critical tem cerca de 440 trabalhadores em várias partes do mundo. “Podemos estar em qualquer lado e precisamos de atrair pessoas talentosas, por isso é que abrimos escritórios em vários locais, incluindo dentro em Portugal, um país pequeno, mas com uma mobilidade reduzida”, descreveu o CEO da empresa. Por outro lado, Gonçalves Quadros revelou que, no início, os três fundadores da Critical pensaram instalar a empresa fora

de Coimbra, porque aqui “enfrentaram muitas dificuldades”. “O que consumiu mais energia não era trabalhar, mas procurar espaço para sair do IPN, que foi muito generoso para nós”, referiu. “A qualidade de espaço é importante, porque fazemos um trabalho criativo e temos de nos sentir bem”, sustentou o empresário, a propósito das instalações construídas no Parque Industrial de Taveiro, e recordando que para iniciar o projecto “não era preciso muito dinheiro, porque o saber é o mais importante”. Lembrou, ainda, que o banco lhes recusou o financiamento, aconselhando-os a seguir a carreira académica, sublinhando que foi possível iniciar a Critical graças ao trabalho proporcionado por duas empresas, a Soporcel e a Siemens. “Dedicávamos o dia à investigação para o doutoramento e a noite aos projectos que proporcionavam dinheiro”, contou Gonçalo Quadros.

Bilhetes vão estar à venda no próximo sábado

Concessionário para Coimbra e Figueira da Foz

U2 vão dar segundo concerto

Volkswagen distingue Auto Maran

G. B.

A banda irlandesa U2 vai dar um segundo concerto no Estádio Municipal de Coimbra, a 3 de Outubro de 2010. Os cerca de 42 000 bilhetes disponíveis para o primeiro espectáculo, que decorre no dia anterior, esgotaram em menos de sete horas, facto que levou a que a produtora Ritmos & Blues (R&B) conseguisse que a banda de Bono Vox anunciasse um segundo e último espectáculo em Portugal. Os bilhetes para o concerto do dia 3 de Outubro vão ser colocados à venda no próximo sábado (dia 24), a partir das 10h00, em locais que a produtora anunciará em breve. Os espectáculos em Coimbra inserem-se na digressão U2 360.º, que serve de promoção ao mais recente álbum do grupo, intitulado “No Line on the Horizon”. Em dose dupla, esta é

Banda de Bono Vox em Coimbra a 2 e 3 de Outubro de 2010

primeira vez que Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr actuam em Coimbra, depois de já terem passado pelos palcos de Vilar de Mouros e Lisboa. Em comunicado, a produtora R&B considera que “os fãs dos U2 que não consegui-

ram bilhete [para o primeiro concerto] têm agora uma segunda oportunidade para assistir a este fantástico espectáculo no dia 3 de Outubro”. Recorde-se que os cerca de 42 000 bilhetes disponíveis para o concerto do dia 2 de Outubro, cujos

preços variavam os 32 euros e os 260 euros, esgotaram em pouco mais de seis horas. Só o sítio na Internet www.blueticket.pt, onde estavam à venda 16 000 bilhetes, registou em quatro horas mais de 100 mil visitas. O concerto que os U2 têm preparado para o Estádio Cidade de Coimbra – onde já actuaram os Rolling Stones e George Michael – promete ficar na memória uma vez que, nesta digressão, toda a estrutura do espectáculo, em forma de aranha, faz com que o palco pareça uma ilha rodeada de público por todos os lados. Produzida pela Live Nation Global Touring, a U2 360.° Tour conta com a parceria da Ritmos & Blues e é patrocinada pela Blackberry. Mais informações sobre os concertos dos U2 em Coimbra, em Outubro de 2010, podem ser obtidas em www.ritmose blues.pt e no sítio oficial da banda, em www.u2.com.

O serviço após-venda da Auto Maran, concessionário Volkswagen de Coimbra e Figueira da Foz, acaba de ser distinguido pela marca alemã. A cerimónia de entrega do prémio Volkswagen Service Quality decorreu em Wolfsburgo, na Alemanha. A Auto Maran integra assim o grupo restrito dos 100 concessionários europeus da Volkswagen que, nos últimos 12 meses, alcançaram os melhores resultados em termos de qualidade de serviço e fidelização de clientes. Na cerimónia, o concessionário fez-se representar por Manuel Silva, administrador, e Fernando Passeiro, responsável pelo serviço Volkswagen da SIVA, que receberam o troféu e o diploma das mãos de Stefan Neubacher, responsável pelas operações após-venda de veículos de passageiros do Grupo Volkswagen. O prémio Volkswagen Service Quality foi criado em 2008 e distingue os 100 melhores concessionários de

toda a Europa, contando com representações da Alemanha, Bélgica, França, GrãBretanha, Espanha, Itália, Portugal, República Checa, Suíça, Países Baixos, Áustria, Suécia, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Irlanda, Hungria, Eslovénia, Eslováquia, Rússia, Turquia, Croácia, Luxemburgo, Polónia, Grécia, Roménia e Ilhas Canárias. “O serviço após-venda tem uma influência crucial na satisfação dos clientes e na sua fidelização, ajudando não só a assegurar o negócio das oficinas como também a proporcionar um estímulo significativo ao negócio automóvel como um todo”, afirmou Christian Klinger, administrador da Volkswagen AG. Michael Horn, director após-venda global da marca aproveitou a cerimónia para congratular os participantes participantes, afirmando que “estes vencedores são o exemplo que deve ser seguido em todo o serviço apósvenda realizado diariamente”.


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Projecto reduz custos de manutenção

Jardim Botânico fica autónomo em água Um projecto de automatização de rega, pioneiro no país, permitiu ao Jardim Botânico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) ser auto-suficiente em água, reflectindo-se em expressivas poupanças nos custos de manutenção do jardim e resolveu o problema de desperdícios de água. Até agora, toda a parte pública do histórico Jardim era alimentada com água da rede pública, gerando despesas muito elevadas que absorviam 30 por cento das verbas do orçamento global.

Este sistema inovador de rega e automatização, que recorre a sensores para uma boa gestão e distribuição de água, resulta de um projecto desenvolvido ao longo do último ano por uma equipa multidisciplinar, no âmbito de um mecanismo financeiro da União Europeia - EAA GRANT. Sendo a água um elemento estruturante dos jardins, apostar em soluções tecnológicas sustentáveis “é absolutamente estratégico, particularmente nos jardins públicos, porque têm uma responsabilidade acrescida em matéria de sustentabili-

dade, devendo ser exemplares nas boas práticas”, afirma Helena Freitas, directora do Jardim Botânico, considerado um dos mais reputados espaços do género a nível mundial. “Com este projecto pioneiro conseguimos abranger todos os sectores de rega com um sistema controlado por sensores, permitindo que a água seja utilizada em função das necessidades e à medida das necessidades. A bombagem é feita directamente da mina do jardim, que sofreu obras de adaptação. A autonomia conseguida, resulta numa importante redução de cus-

tos. A factura da água absorvia uma significativa parte do orçamento global do jardim”, explica a docente da FCTUC. O método agora implementado, cuja distribuição adoptada engloba as técnicas de aspersão, pulverização e gota-a-gota, integra-se num projecto mais vasto da Direcção do Jardim Botânico, submetido ao programa QREN, e que visa a sustentabilidade energética do espaço, com recurso à biomassa que será produzida na mata do jardim. Para alcançar este ambicioso objectivo, está pre-

Os custos da água da rede pública absorviam 30 por cento do orçamento

vista “uma transformação profunda no conjunto de estufas e o reforço e mo-

dernização das infra-estruturas hidráulicas”, destaca Helena Freitas.

Academia de Golfe de Cantanhede

Espanha vence partida ibérica de Pitch & Putt A terceira edição edição do Match Ibérico de Pitch & Putt estreou-se no passado fim-de-semana na recém inaugurada Academia Municipal de Golfe de Cantanhede. Portugal deu luta ao país vizinho, mas falhou nos momentos decisivos perdendo por 4-8. O resultado da selecção nacional é algo enganador em relação ao que se passou no cômputo das oito partidas de pares (quatro em fourball e quatro em foursomes) e seis de singulares.

Com seis jogadores de cada lado, a primeira ronda, em fourball, terminou com um saldo de favorável de 3-0 para os espanhóis. Mas as três partidas prolongaram-se até ao 18.º buraco, o último regulamentar: Vicente Gouveia/Eduardo Baptista, Hugo Espírito Santo/Mário Filipe e Miguel Abrantes/Arnaldo Paredes perderam por 1up, respectivamente, diante de Andres Pastor/Jorge Rodriguez, Jorge Vanni/Juan Fernandez-Ardavin e Juan Car-

los Iglesias/Jorge Montesdeoca. “A primeira jornada foi determinante”, disse o capitão (não jogador) da equipa das quinas, António Carlos Albuquerque. “Perdemos os três ‘matches’ no último buraco, quando a maturidade dos espanhóis, que jogaram este ano 14 torneios oficiais, para apurarem os seis melhores jogadores que estiveram presentes, veio ao de cima. Na hora decisiva, não vacilaram. Os nossos jogadores estive-

ram muito bem, mas desacertaram nos momentos decisivos desta jornada”, acrescentou. Na ronda seguinte, em foursomes, já se registou um empate 1,5-1,5: Hugo EspíritoSanto/Mario Filipe bateram Pastor/Rodriguez, por 2 e 1 (dois buracos de vantagem e um para jogar); Miguel Abrantes/ Arnaldo Paredes empataram com Iglesias/Montesdeoca e Vicente Gouveia/ Eduardo Baptista perderam com Vanni/Fernandez-Ardavin.

No último dia, relativo às seis partidas de singulares, destaque para as vitórias de Eduardo Baptista (de 13 anos) sobre Rodriguez, por 3 e 2, e de Vicente Gouveia perante Montesdeoca, por 1up; Mário Filipe e Ardavin empataram, Miguel Abrantes perdeu com Iglesias (3 e 2) e Hugo Espírito Santo com Vanni (1up). A última partida, entre Paredes e Pastor o resultado foi de 1 up para o espanhol.

Torneio Góis

O Match Ibérico teve como patrocinadores principais a Câmara de Cantanhede, a Adega Cooperativa de Cantanhede, o Marialva Park Hotel e a Góis Joalheiro. Com instalações na rotunda das Palmeiras, à Solum, em Coimbra, a Góis Joalheiro irá ter no próximo sábado a sexta das sete provas do Góis Golf Cup, a partir das 14h00, na Academia de Golfe da Quinta das Lágrimas.

EXPO-AVES De amanhã até domingo, no Alto da Relvinha

Um milhar de pássaros para ver no Centro de Exposições da ACIC outros pássaros que os criadores apresentam, com a possibilidade de aquisição. Na mostra estarão também presentes três lojas da especialidade, com o público a tomar contacto com tudo o que é necessário para cuidar e criar aves, podendo sair da exposição com pássaros e, até, iniciar a actividade ornitológica. A Expo-Aves pode ser visitada, amanhã (dia 23), das 14h00 às 21h00, no sábado (dia 24), das 10h00 às 21h00, e no domingo (dia 25), das 10h00 às 18h00.

O certame apresenta uma enorme a variedade de canários (albinos, lutinos e rubinos), pássaros exóticos (Mandarins, Bengalins do Japão, Diamante de Gould, Pardais de Java, Amandinas, entre outros), rolas e pombas exóticas, exemplares da fauna europeia (Pintassilgo, Tentilhão, Lugre, Pisco, Melheiriço, Bico de Lacre e Dom

Fafe) e psitacídeos (periquitos, caturras, agapornis, roselas, papagaios, catatuas e araras). A Expo-Aves é organizada pela Associação Ornitológica de Coimbra, que tem actualmente José Rabaça como presidente da Direcção, e teve origem em 1998 num pequeno grupo com o gosto comum pelos “passarinhos”. Um

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núcleo de criadores de aves decidiu formar algo mais sério, de carácter público, constituindo em finais de 2000 a associação, que presentemente tem mais de duas centenas de sócios, oriundos dos concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho, Figueira da Foz, Pombal,

Leiria, Oliveira do Bairro, Aveiro e Guarda. Uma das novidades para o próximo mês de Novembro é a realização, no Mercado de Almas de Freire, em Santa Clara, da Feira das Aves, com uma periodicidade quinzenal, no primeiro e terceiro domingo de cada mês.

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Felicita a Expo-Aves pela organização deste Grande Evento

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O pavilhão do Centro de Exposições da Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC) vai estar inundado de chilreios emitidos por mais de um milhar de pássaros, que ali vão estar reunidos para a Expo-Aves. Quem quiser ouvir e apreciar os exemplares basta deslocar-se ao Alto da Relvinha, de amanhã até domingo. Os visitantes poderão apreciar 1 100 aves em competição, que já decorreu perante juízes nacionais, ficando a conhecer os exemplares premiados, tomando igualmente contacto com muitos


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Quem PALACIN… … não é gago”! Ricardo Palacin, Director da BenficaTV. Após a decisão – assertiva, inteligente e meritória – de Luís Filipe Vieira em dotar o SLB com um canal televisivo. Consabida e notoriamente – o primeiro de um clube no nosso país – à semelhança de alguns “grandes” na Europa. Incontornável “golpe de asa”! Tem a sua “matriz”! A acrescer, teve a sagacidade – que lhe é peculiar – de “saber escolher”! “Andou bem”, o presidente do Sport Lisboa e Benfica ao convidar quem, de forma inquestionável, “conduz” uma equipa dedicada e competente – Ricardo Palacin.

Um “PRO”! Pela capacidade e experiência patenteada “a anteriori”. Um “Líder”! Pela forma como “motiva”a sua equipa. Um Senhor! Pela educação e lhaneza de trato. Não devemos nem podemos olvidar todos quantos trabalham e colaboram naquela estação televisiva. Sem eles, de certo, o “patamar” já atingido, seria – tão só – virtual. Sem pretender “melindrar” quem quer que seja, “convida” o senso comum mencionar – aqui e agora – alguns responsáveis que laboram e detêm determinadas responsabilidades. Reportamo-nos a Gonçalo Pina – coordenador de produção – que desempenha

as suas funções com “gritante” competência e dinamismo. Elemento nuclear pelas qualidades que patenteia. Que “ombreia”com os melhores. Um elemento crucial na equipa do director. Bem como Luís Filipe – coordenador de informação – de superior qualidade. Portador de um “low profile” que apraz registar. Um “activo” – uma mais-valia – que espelha a qualidade dos profissionais que colaboram na equipa, superiormente, dirigida pelo líder da televisão do Benfica. Entre outros que “emprestam”a sua qualidade e desempenho, em programas de diversa índole, permitam que salientemos as prestações que usualmente

visualizamos, designadamente, de dois “comentaristas” – António Pragal Colaço e Pedro Guerra. De qualidade! De quem sabe do que fala! Em uma televisão de um clube é “natural” que, por vezes, a “generosidade” clubista impere. Defendem a sua “dama”. Entendível! Lembramo-nos, com saudade, de quem foi considerado, “in illo tempo”, o mais renomado e conceituado jornalista de investigação da nossa “praça” – Pedro Guerra! Após a implementação por parte de LFV – como supra referenciámos – da estação televisiva, importa dar-lhe uma outra e incontornável dimensão. Que – es-

PEDRO SOUSA LOPES

tamos convictos – estará nas “cogitações” do presidente, a saber: Ainternacionalização da BenficaTv! A “diáspora lusíada” – e não só – seria um “target”. Um desiderato – qual “alavanca” – que atingido, reafirmaria o SLB como um dos maiores e mais prestigiados clubes do mundo. Conscientes das dificuldades financeiras que os clubes “atravessam” – que não é síndroma “só” de hoje – temos para nós que o “retor-

no” seria célere e assaz lucrativo. O presidente do Benfica tem consciência do que atrás “lavrámos”. Não foi “inocentemente”que criou o canal televisivo. Luís Filipe Vieira sabe da “força” de um meio audiovisual! Ricardo Palacin e os trabalhadores da BenficaTv já fizeram “História”... e Luís Filipe Vieira! REGISTO: Os 50 anos do Telejornal da RTP.

Desabafo do dia

Dêem uma injecçãozinha ao doentinho, por favor... Capital da Saúde, uma ova! Estou indignada. Não há, em Coimbra, um estabelecimento de saúde, público, aonde um cidadão possa levar uma injecção ao domingo!? “Estiveste na Urgência dos HUC como te recomendaram através da linha Saúde 24?” Estive. Disseram-me para me inscrever na urgên-

cia, para ser atendida por um médico. A partir daí, dar-meiam uma injecção do hospital e a injecção que comprara na farmácia, prescrita no sábado, num serviço hospitalar dos HUC, precisamente, ficaria sem efeito! (Dinheiro para que te quero!...) Não, não acredito nisto! Tive o azar de na farmácia onde comprei a injecção não ter tido ninguém que a

aplicasse e porque quem lá estava só sabe aplicar vacinas da gripe. E no momento da aflição, nem pensei nas clínicas privadas (não que tenha algo contra!) O que é que proponho? Proponho que nos hospitais públicos criem um gabinete de enfermagem aonde, ao domingo, os cidadãos que não têm amigos médi-

T R I B U N A

cos, enfermeiros, curiosos das injecções, ou o que seja, possam levar uma injecção. Ou, então, que reformulem os procedimentos, de modo a que um cidadão, que não tem aqueles amigos todos, possa ir a um serviço público de saúde, na dita Capital da Saúde, levar uma injecção, em condições responsáveis e profissionais. É pedir muito ao erário

D O

IOLANDA CHAVES

público? Neste momento, só me lembro do ceguinho que pede uma moedinha na Baixa, mas em versão doenti-

nho e injecçãozinha... Acabei por levar a injecção, graças à boa-vontade de um jovem enfermeiro, amigo. Não doeu nada!

L E I T O R

Foram 147 000 que se levantaram contra a pobreza Portugal voltou a surpreender o Mundo! Portugal voltou a desafiar todos os indicadores das depressões ligadas à crise, e mostrou que está presente e quer melhorar o mundo! Portugal voltou a aceitar o desafio de, literal e simbolicamente, levantarse contra a pobreza e pelos objectivos de desenvolvimento do milénio. O “Levanta-te e actua contra a pobreza” é um apelo global para que as pessoas exijam que os seus governos cumpram as promessas de acabar

FICHA TÉCNICA EDIÇÃO COIMBRA www.campeaoprovincias.com

com a pobreza extrema e que se alcancem os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) até 2015. A edição de 2009 teve início à meia-noite de 16 de Outubro, passando pelo 17 de Outubro - dia Internacional para a Erradicação da Pobreza e terminou às 23h59 do dia 18. Estamos à espera da confirmação dos resultados mundiais, mas sem dúvida que em relação ao ano de 2008 melhorámos em mais 50 mil pessoas a participar activamente, para demonstrar que a

sociedade civil, quando quer, consegue-se unir em torno de grandes causas. Continuamos a recordar aos líderes nacionais e mundiais que, a cada dia que passa, 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema e o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior. Mas esta causa vai muito mais além da renovação do recorde do Guinness. Tamanha mobilização é a cima de tudo uma demonstração clara do impacte que pode ter uma

Telefone 239 497 750 | Fax 239 497 759 | E-mail jornalcp@mail.telepac.pt Editor/Propriedade REGIVOZ, Empresa de Comunicação, Lda. Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra | NIPC: 504 753 711 Director-Adjunto Rui Avelar | Gerente da Redacção José Fidalgo 239 497 750 (ext. 38) Coordenador de Edição Luís Santos | Redacção Luís Santos (C.P. 722), Rui Avelar (C.P. 613), Benedita Oliveira (C.P. 6622), Geraldo Barros (C.P. 6555), Iolanda Chaves (C.P. 2508), Luís Carlos Melo (C.P. 2555), Paula Alexandra Almeida (C.P. 2906) e Lino Vinhal (C.P. 190), Telefone 239 497

acção local e global da sociedade civil. Foi um momento alto na consciencialização de tanta gente, demonstrando uma grande força organizativa para amplificar um pedido claro: Que se alterem e melhorem as políticas sociais, económicas e culturais no mundo, porque cerca de metade da população mundial vive em situação de pobreza. Em Portugal 147 640 pessoas levantaram-se contra a pobreza, recusando a indiferença. Voltamos a lançar o desafio para que a preven-

BRUNO G. M. NETO *

ção, a diminuição e a erradicação da pobreza seja uma preocupação diária, em Portugal e no mundo, e que não se esgote mas se inspire no dia 17 Outubro, que pró-activamente nos continuemos a unir e a contribuir de uma forma sustentável para que toda a gente tenha uma vida digna e independente.

Muito obrigado a todos e a todas que continuam a acreditar que é possível ir tornando o mundo num local melhor Continuamos a acreditar que: “Somos a primeira geração capaz de erradicar a pobreza”. (*) Coordenador do programa Pobreza Zero - GCAP Portugal

750 (ext. 55, 56 e 57), Fax 239 497 759 | Sede/Redacção: Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra Director Comercial Carlos Gaspar | Directora de Marketing e Publicidade Adelaide Pinto 239 497 750 (ext. 27), adelaide.pinto@mail.telepac.pt |Paginação e Maquetagem Nuno Miguel Peres | Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A.; Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra | Distribuição VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda. R. da Tascoa, n.º 16 - 4.º Piso, 2745-003 Queluz, Telef. 214 398 500, Fax 214 302 499 Registo SRIP sob o n.º 222567; ISSN: 0874 - 3622; ICS: 122568 | Depósito Legal n.º 127443/98 Preço de cada número 0,75\ Assinatura anual 29,93\ | Tiragem média: 9.000 exemplares


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Carta acenada a um amigo longe... Por ironia do destino, foi a Nau Catrineta do Almada Negreiros que tu reproduziste para os amigos e companheiros na tua última intervenção pública conhecida… O destino e os deuses têm destas coisas, Tó Zé. Foram também o mar e a tua Nau Catrineta que te afastaram de nós, os teus amigos e companheiros. A Nau dos sonhos, a Nau das irreverências, a Nau das glórias e das tragédias … Também foi Almada Negreiros quem deixou claramente dito que «o acaso dos companheiros é o que menos se entende por acaso. São eles e não outros os nossos companheiros que a vida nos dá…». Assim foi contigo nos momentos de poesia e de combate e de cumplicidades… Jean Paul Sartre (com quem, aliás nunca simpatizaste) dizia que «errou sempre que não foi suficientemente radical». Tu, Tó Zé foste sempre radical na vida. Foste radical nas ideias, foste radical com

as convicções, com os amigos, com os companheiros, foste radical com a lealdade, com a coragem, foste radical e intransigente pelo amor a Portugal. E porque sempre foste radical não erraste. Não erraste nas palavras, nos gestos e nas ideias. O tempo veio dar-te razão em tudo… em tudo aquilo o que diz respeito a esta aviltada, triste mas gloriosa terra… Radical também foi na vida o Rodrigo Emílio de quem plagiei o título que decidi dar a esta derradeira carta. O Rodrigo Emílio criou este mesmo título quando dirigiu uma sua carta de despedida poética a uma filha desaparecida. O Rodrigo - um dos melhores e mais injustiçados poetas portugueses contemporâneos - também ele radical e intransigente na essência das coisas e das ideias - deu este título a uma sua carta quando se quis despedir da filha desaparecida. KafKa dizia que perder um amigo era como perder um

filho… Como vês tudo neste nosso pequeno mundo está enredado em mistério e complexidades… Homens há que passam pela vida sem serem notados. Nunca surgem nas primeiras páginas dos jornais, nunca abrem notícias televisivas, nunca são comentadores acerca de coisa nenhuma, não são reconhecidos nas ruas, não são adulados pelas multidões… Todavia são alguns destes homens que deixam marcas profundas naqueles com quem lidam, são homens destes que influenciam de modo determinante os que com eles tiveram a sorte de conviver. São homens destes que passam pela vida dando tudo e nada recebendo ou dela nada exigindo. É da cepa destes homens que são feitos os heróis, os santos, os poetas, os mártires, os amigos… E de tudo isto tinhas e de tudo isto nos deixaste, Tó Zé Almeida… Deixas-nos a sauda-

de, deixas-nos a ousadia, deixas-nos a amizade, deixas-nos a poesia, deixas-nos a coragem… Deste-nos a coragem quando ela foi necessária e mais premente. A coragem do exemplo físico mas sobretudo espiritual. Foste integro na vida. Foste inteiro no sentido que Fernando Pessoa o disse por intermédio de uma das odes de Ricardo Reis. Foste vertical. Foste vertical na acção. Foste total na convicção. Nunca transigiste nos princípios. Nunca! Não transigiste na família, nos amigos, na cumplicidade, na lealdade e na fidelidade! Tó Zé Almeida deixaste incólume o teu amor por Portugal por quem padeceste, por quem sofreste, por quem combateste muito. Portugal que como a muitos dos nossos melhores exilou e te fez exilar. Tó Zé Almeida nunca traíste as ideias, nunca renegaste as convicções, nunca cedeste ao que é fácil. Como José Régio só seguiste por onde te levaram os

CÉSAR TOMÉ AUGUSTAPERANGUSTA.CALT@GMAIL.COM

teus próprios passos. Como Régio «vieste ao mundo para desflorar florestas virgens e pisar os pés nas areias inexploradas»… Foste herói na tua coragem. Foste santo na tua entrega total às tuas causas e às tuas convicções. Foste mártir na forma sofrida como nos deixaste. Foste poeta nas palavras, nos gestos, nas miragens do futuro… Mas foste, essencialmente, um cúmplice e um amigo, um companheiro pelos sinuosos «caminhos que conduzem ao mais alto»… De ti já disse e escreveu o José Adelino Maltez

uma coisa sublime que te define e que muitos dos teus amigos subscrevemos - «és um dos poucos amigos a quem confiaria a vida numa linha de combate mesmo que estivesse do outro lado da barricada»! Termino esta carta que te aceno ao longe citando Couto Viana: Este mendigo, outrora era um menino de oiro Teve um Império seu, mas deixou-se roubar Hoje não sabe já se é castelhano ou moiro E vai às praias ver se ainda lhe resta o mar… Tó Zé, um abraço de até sempre do César Tomé.

Reflexões sobre a freguesia de Botão (I) Entre 2000 e 2002 dediquei-me, com afinco, a investigar a história da freguesia de Botão. Desse esforço resultou a publicação de uma monografia que reflecte uma pequena parte do muito que existe sobre os seus povoados, a sua história, a sua cultura. Entre muitas coisas que tive oportunidade de constatar, registei o modo como as suas gentes encaravam a sua sorte, novos e velhos, jovens e adultos. Botão, estava ontem, como hoje, resignada com a sua sorte. Na periferia do grande município conimbricense, tudo parece demorar uma eternidade a chegar, do mesmo modo que tudo dela se demora a partir. O seu posicionamento geográfico é um obstáculo ao desenvolvimento, não sendo raro encontrar gente com responsabilidades julgando que a freguesia pertence ao município de Penacova. A Freguesia de Botão tem uma história imensa, que mesmo depois da re-

alização da monografia me continuou a surpreender. Nas entrelinhas dos manuscritos percebe-se como foi capaz de se unir e sobreviver, como comunidade específica do município, até à actualidade. Com as suas fraquezas mas também com as suas grandezas e virtudes. As suas gentes são simples e trabalhadoras, a sua beleza natural uma mais-valia da região. Tem um passado histórico dificilmente igualável por outras freguesias do município, dada a importância que teve enquanto centro de poder administrativo concelhio e unidade centralizadora dos rendimentos do Mosteiro de Lorvão, cujo memória e brilho se reflectiam até há bem pouco tempo no Paço Manuelino. Porém, a freguesia não tem tido a atenção que merece da parte dos diversos poderes com responsabilidades na matéria. Nem mesmo quando o alinhamento Governo-

Câmara-Freguesia o permitiu. Fizeram-se muitas promessas, discutiu-se muito projecto, mas pouco objectivamente avançou, por esta ou por aquela razão. Dói ver como a freguesia, em comparação com outras, não se desenvolveu, apesar de tanta potencialidade que reconhecidamente possui. Foi já no tempo do presidente da junta, e meu amigo Retróz, que importantes estímulos à freguesia lhe foram oferecidos, dando a sensação que novos rumos se queriam dar ao mundo local. Se o cemitério avançou (a grande obra da década, sem dúvida), a praia fluvial mais parece um presente envenenado. E, nos últimos tempos, apenas o saneamento veio colorir um pouco a qualidade de vida dos fregueses botanenses. A freguesia de Botão é também relevante ao nível da história política local, facto que muita gente desconhece e devia aprender. Ao longo da nossa curta democracia sempre

foi de maioria socialista. Para este partido a freguesia tem até servido de barómetro, de pulsar da vida política regional e nacional. Um caso de estudo, onde a prevalência do PS é facilmente explicável pelo enraizamento da vida comunitária, pelo modo como se estabeleceram as relações familiares e sociais, pela organização do aparelho local. Os últimos actos eleitorais em Botão apenas confirmaram o que já se sabia. Botão é, e dificilmente deixará de o ser, um bastião inexpugnável do Partido Socialista, pelo menos nas próximas gerações. Para mal da freguesia a Câmara Municipal manteve-se SocialDemocrata mas, para bem dela, o povo mostrou que continua unido nos seus ideais de esquerda e que pretende continuar a trilhar esse caminho. Eu, com um forte costado de Botão, não poderia ficar indiferente ao facto. Porque estou preocupado com o futuro de gen-

JOÃO PINHO *

te que estimo e admiro e porque conheço a força que neste país tem a política dos factos e dos números, em detrimento da humanidade e fraternidade. Teimosamente mantenho o sonho ou ilusão de ver a freguesia transformada na âncora da zona Norte do município, função que neste momento é desempenhada por Souselas, por razões intrínsecas e extrínsecas, conhecidas de todos. Mas há-de vir um dia em que os projectos chegarão e se implantarão na nossa freguesia. Em que Botão desperte da letargia, da submissão e acorde para o mundo. Em que a memória seja honrada e os seus pergaminhos afixados nos cantos

e recantos do município. E deixe de ser aquela terra estranha, distante e desconhecida para tantos, limite físico de um município que ao longo de séculos de história tem alimentado filhos de um modo e enteados de outro. Aos recentemente eleitos novos autarcas de Botão aqui deixo os meus votos de felicidades na condução e construção dos destinos da terra. O povo renovou a confiança em vós. Ide em frente contra ventos e marés. Eu, que pouco tenho para dar, ofereço o que tenho; a amizade e o trabalho. E como dizia noutros tempos o borda de água : «Deus super omnia». (*) Historiador


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Diz-me como será O novo mandato autárquico vai trazer um saco de novidades. Refiro-me a Coimbra, claro. Primeiro o dr. Carlos Encarnação não terá necessidade de afirmar que este é o seu último mandato, como fez há quatro anos. É menos um truque político a que terá de recorrer dado que agora não tem de fazer saltar as ambições escondidas para depois as decepar. Terá isso sim de cerzir o seu tecido político, que tem alguns buracos, e perceber se o delfim que escolheu para a sua sucessão está ou não à altura dos acontecimentos. Depois na distribuição de pelouros as únicas certezas que temos são: a de que o presidente fará a coordenação geral – melhor

dito, a política geral –, que a CDU, no âmbito da velha coligação coimbrã com a direita, terá o pelouro da habitação e que não haverá vereador da cultura popular. Haverá, ainda, a arrumação de ex-vereadores da maioria em serviços e empresas municipais, porque é necessário mantê-los comprometidos com esta nova gestão para calar informações e conhecimentos do passado que poderão ser comprometedores e perturbadores duma gestão que vai quer ser pacífica, pachorrenta e sem sobressaltos. Segue-se a grande curiosidade de conhecer quais os vereadores do eleitos pelo PS a quem o presidente vai convidar para exercerem funções delegadas,

quais as áreas e que respostas que vai ter. O dr. Carlos Encarnação que nos próximos tempos vai ser o maestro da nossa política local não vai deixar, com aquela sua postura seráfica e bondosa, deixar de semear a cizânia no interior do PS. Problemas para o presidente só mais daqui a uns tempos, lá para meados do ano que vem, quando alguns dos vereadores começarem a perceber onde se meteram, a herança que lhes foi deixada e a sentir os efeitos das minas e armadilhas que lhes foram deixadas no terreno. Problemas urgentes para resolver tem o PS. O PS e os independentes eleitos na sua lista que necessitam de conhecer a estra-

tégia autárquica do partido para os próximos tempos e que, eventualmente, não vão conhecer mais do que as dúvidas e as confusões internas decorrentes das tontarias instaladas na Oliveira Matos já há alguns anos, que deram os resultados que se conhecem e que vão perdurar, de forma agravada, pelo que já se lê. Aliás o PS Coimbra deveria, com urgência, tirar conclusões da derrota autárquica elegendo uma nova concelhia, radicalmente renovada, que permitisse iniciar um mandato limpo e um acompanhamento estratégico da gestão municipal. É necessário, de há muito, um PS forte e credível em Coimbra e depois de tudo o que aconteceu nestes últimos anos é neces-

P A N O R A M A

Covões,a Blue-Pharma e o Colégio S. Martinho também dão o seu contributo para o avolumar do trânsito que, ao sair da avenida Ponte Açude – Taveiro, se espraia por ruas e ruelas e becos à mistura, numa profusão de dificuldades e atropelos que o estacionamento desordenado ainda mais atrapalha, sobretudo à passagem dos autocarros dos transportes urbanos que acedem a toda a freguesia, com os seus condutores a cometerem autêntico heroísmo na arte de bem manobrar o volante. Há promessas para minimizar as dificuldades existentes, com a abertura de novas vias de acesso. Da Guarda Inglesa a S. Martinho, passando pelos terrenos da “Tulha” que já tiveram oliveiras centenárias, é uma hipótese a considerar, como hipótese é a da estrada a partir das instalações da Casa dos Pobres até à Cruz dos Morouços, já começada pela Câmara Municipal, mesmo em frente das novas instalações da Casa dos Pobres, esperando-se que seja concluída o mais rápido possível. Sem solução à vista está o problema de Bencanta que, com rotunda ou sem rotunda precisa de ser resolvido. Naquele local, os acessos de e

sário muito trabalho político para recuperar essa credibilidade e o respeito dos eleitores, pelo que é urgente começar. Para já o que se conhece são fisgadas dos mesmos aos mesmos sem que percebam que houve um esgotamento de métodos e de rostos e que, ou há uma profunda e efectiva renovação, mais, uma radical renovação, ou as derrotas continuarão para mal do parti-

T R I B U N A

O problema de Bencanta Na construção das obras do IC2 que chegam ao Almegue, nas imediações da ponte-açude, surgiu a necessidade de desviar o trânsito no sentido de Coimbra. O aspecto daquelas obras e naquele local, indica-nos que haverá transformações profundas que naturalmente visam a melhoria da circulação de viaturas, numa zona arrabaldina do centro da cidade, que cada vez é mais intensa. Apesar das dificuldades de acesso a qualquer parte da freguesia de S. Martinho do Bispo, cuja fundação remonta aos primórdios da nacionalidade – a povoação nasceu em 25 de Abril do ano de 1080, sob o beneplácito e a dedicada cooperação do moçárabe Pedro - o trânsito tem vindo a aumentar assustadoramente. Para tal muito contribuiu a instalação de vários estabelecimentos de ensino superior, como a Escola Superior de Enfermagem, a Escola Superior de Tecnologia de Saúde, o Instituto Superior de Contabilidade e Administração, a funcionar em edifício próprio na Escola Superior Agrária, e a Fundação Bissaya Barreto, também com o ensino superior a juntar à sua intensíssima actividade. O Centro Cirúrgico de Coimbra, o Hospital dos

JOÃO SILVA

do e da cidade. É preciso perceber que estamos perante um novo ciclo político, particularmente difícil e complexo, que é preciso ser capaz de controlar os danos pelos muitos disparates cometidos e que é fundamental abrir desde já janelas de esperança. É que as próximas eleições autárquicas já estão politicamente aí e o dr. Carlos Encarnação está feliz e descansado.

D O

L E I T O R

Hospital Pediátrico de Coimbra CRISTINA HENRIQUES *

ANÍBAL DUARTE DE ALMEIDA

para a sede da freguesia e para outros sítios, estão carregados de dificuldades, transtornos e perigos. A passagem superior das Parreiras não resolveu a situação de Bencanta, onde há um terreno público que serve de armazém de automóveis, sem qualquer outro proveito. Arrumados os actos eleitorais, nova Câmara vai entrar em funções, num alvorecer de esperanças para resolver problemas que ainda não foram resolvidos. Portugal, ainda que pequeno quadrilátero, às vezes funciona dividido em condados, onde cada qual quer impor a sua autoridade, a sua posse, postergando os legítimos anseios e interesses da grei. O caso de Bencanta parece cercado de complicações várias, muito semelhantes àquelas que envolveram a iluminação da estrada Almegue-Taveiro, com incertezas acumuladas que se

centravam na dúvida de saber quem era o “dono da obra”, se a Câmara Municipal, o Instituto de Estradas de Portugal ou o Ministério do Ambiente, se cada uma de per si ou de todas em conjunto com o seu quinhão. Só passados muitos anos, num jogo de empurra impressionante, finalmente a Câmara Municipal presidida pelo dr. Carlos da Encarnação, conseguiu desbloquear o problema e a iluminação surgiu. Impõe-se que sejam tornadas nulas e de nenhum efeito as dificuldades erguidas à volta de Bencanta, onde o trânsito continua caótico, sem alguém, até agora, a assumir a solução premente de um problema antigo que desgasta, corrói e é perigoso. Esperam-se medidas adequadas, concretas e urgentes, sem meias-tintas, subterfúgios ou falsas promessas.

Ex. Senhor Director. O nosso artigo de hoje é como a nova estação que vai reinar no calendário de 2009…uma folha nova… Uma breve realidade está quase concluída depois de anos e anos de reivindicações do povo de Coimbra e não só… Quem não se lembrará daqueles “ buzinões” que serpenteavam a cidade com carros a pedir, a pedir, a pedir… um novo Pediátrico… Este novo Hospital vai poder atender adolescentes até aos 17 anos e acabar com horas e listas de espera violentas, com bebés ou crianças que sofrem na pele as maleitas numa idade de crescimento. Um Hospital tem como missão o salvamento de vidas e a prestação de cuidados de saúde. Um Hospital deve ter pessoal paciente, carinhoso, disponível para o todo o serviço… Coimbra Cidade Capital da Saúde da região Centro não terá mãos a medir para atendimentos diários, que esperemos que sejam bem-aventurados no aconchegamento destas crianças, que são o melhor do mundo. Com a chegada de 2010 esperamos com grande orgulho que a nossa cidade seja mais equipada a nível de saúde com a abertura deste grande e ambicionado projecto. A arte da construção também tem as suas maravilhas e esta é sem dúvida uma obra única nesta cidade, que terá a capacidade de responder a uma grande falta que há muito esta cidade necessitava. Que este Hospital possa oferecer aos utentes que o procuram bons profissionais de saúde e de serviços auxiliares, para que todos unidos consigam um mundo melhor e com menos sofrimento e horas perdidas. Os pais agradecem e os meninos também. Coimbra não pode parar no tempo, temos que ser uma cidade moderna e uma cidade cosmopolita, para bem de todos e das futuras gerações. (*) Escritora


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QUINTA-FEIRA

CLASSIFICADOS

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Depois de Francisco Bandeira (vice-presidente da CGD) e Carlos Duarte (administrador da PT), o Clube de Empresários de Coimbra recebe José Penedos no ciclo “Novas Realidades, Novos Horizontes”. O presidente da REN,

Redes Energéticas Nacionais, vai estar em Coimbra para conversar com os empresários da região sobre a sustentabilidade dos projectos empresariais. José Penedos é o convidado do próximo jantarpalestra do Clube de Empresários de Coimbra,

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Presidente da REN conversa com empresários

Jovens amigos da ADFP deram cadeiras de rodas A Associação dos Jovens Amigos da Associação de Desenvolvimento e Formação Profissional, com o apoio do Instituto Português da Juventude, ofereceu cinco cadeiras de rodas à Fundação ADFP, de Miranda do Corvo. Duas das cadeiras de rodas foram atribuídas ao parque de equipamento móvel, resposta social que se destina à cedência de ajudas técnicas na comunidade, nos casos de maior carência económica. As restantes três foram distribuídas pelas residências da ADFP: geriátrica, assistida e residencial. As cadeiras de rodas orçaram em 1 000 euros e esta oferta constitui um exemplo solidário para toda a população, com a Direcção da Fundação da ADFP a destacar, igualmente, que “a AJA teve um gesto louvável, que mostra que os jovens de Miranda são sensíveis perante as necessidades das pessoas mais carenciadas e com mobilidade reduzida”. A AJA é uma organi-

zação juvenil que goza de autonomia jurídica e financeira e tem como objectivo a dinamização do associativismo juvenil, através de iniciativas de cariz solidário e também da organização de eventos, nomeadamente na organização anual do encontro concelhio de jovens e no rock na quinta. É de referir que na ADFP residem muitas dezenas de pessoas com mobilidade reduzida, quer jovens quer idosos, que nas suas actividades da vida diária se deslocam em cadeiras de rodas. Segundo a ADFP, “a Segurança Social, na sua política de atribuição anual de ajudas técnicas, não contempla os utentes institucionalizados”. “A ADFP não concorda com esta orientação, que prejudica as pessoas que por razões de saúde necessitam de ser internadas em residências e lares, e que acarreta obviamente um esforço acrescido às instituições com elevado número de dependentes”, acrescenta.

que terá lugar amanhã, a partir das 20h00, no Exploratório Ciência Viva, no Parque Verde do Mondego. José Penedos falará com os empresários sobre “A Energia e a Sustentabilidade dos Projectos Empresariais” e, em particular, sobre o papel das “Redes Inteligentes” (‘Smart Grids’). “A REN, como empresa nacional, tem uma missão de infra-estruturar o país de acordo com a Estratégia Nacional para e Energia. Neste contexto, o ritmo de investimento que atinge 350 milhões de euros por ano no horizonte

2009-2014 contém muitas oportunidades paras as PME’s inovadoras”, avança José Penedos. No jantar-palestra do Clube de Empresários, o presidente da REN vai explicar como é que as empresas podem garantir a sustentabilidade dos seus projectos, com destaque para o papel das “redes inteligentes” (‘smart grids’). “O tema será desenvolvido em relação com os desafios do combate à mudança climática, à mobilidade eléctrica e às consequências que isto induz para as redes de energia”, avança José Penedos.

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CONDEIXA-A-NOVA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE PAIS E AMIGOS DO CIDADÃO DEFICIENTE MENTAL Bairro do Ciclo - 3150-122 Condeixa-a-Nova Telef.: 239 942 898 / 8846 Fax: 239 942 884 E-mail: appacdmcondeixa@gmail.com

CONVOCATÓRIA

Nos termos dos Artº 36º, 37º, 39º e 47º dos Estatutos convoco todos os Sócios Efectivos para a Assembleia Geral Ordinária da APPACDM de Condeixa-a-Nova, que se realizará na sua sede, sita no Bairro do Ciclo em Condeixa-a-Nova, no dia 25 de Novembro de 2009 pelas 14.00 horas. Nos termos do Artº 42º dos Estatutos, se à hora marcada não estiverem presentes metade dos Associados, a Assembleia reunir-se-á uma hora depois, com qualquer número de Sócios presentes. A Ordem de trabalhos para esta Assembleira será: 1 - INFORMAÇÕES; 2 - APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DO PLANO DE ACTIVIDADES PARA O ANO DE 2010; 3 - APRESENTAÇÃO, DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DA CONTA DE EXPLORAÇÃO PREVISIONAL PARA O ANO DE 2010; 4 - ADMISSÃO DE NOVOS SÓCIOS EFECTIVOS. Condeixa-a-Nova, 20 de Outubro de 2009

Campeão das Províncias, n.º 494 de 22 de Outubro de 2009


PASSATEMPOS

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PALAVRAS CRUZADAS – Problema n.º 142

CINCO ENCHIDOS

Tema de hoje – ENCHIDOS

Utilizando todas as sílabas constantes do “quadro”, formar os nomes de cinco enchidos. HORIZONTAIS 1 – Laço. Enchido. Dó. 2 – Apoio. Enchido. 3 – Aragem. Enchido (pl). Existe. 4 – Símbolo de rádio. Rio de Portugal. Rio de Portugal. Mim. 5 – Unidade monetária do Japão (pl). Serra de Portugal. 6 – Transitivo (abr). Nota musical. 7 – Enchido (pl). 8 – Eme. Porte. Nome de letra B ou b. Palavra que no dialecto provençal significava sim. 9 – Infelicidade. Enchido (pl). Mentira. VERTICAIS 1 – Enchido. 2 – Aos. Ontem. Ruim. 3 – Deste lado. Bílis. 4 – Enchido. 5 – Sufixo de actividade. Aqueles. Arrás. 6 – Rapadoura. Tomba. 8 – Acolá. Hipertensão Arterial (abr). 10 – Sepulcro. Espécie de bata que se veste às crianças para lhe proteger a roupa. 11 – Além. Avance. Rente a. 12 – Enchido. 13 – Barbatana. Dia. 14 – Alguém. Melaço. Com. 15 – Nome próprio feminino (pl).

PRÉMIOS – Obra literária, oferta da PORTO EDITORA; prémio surpresa, oferta de ÁGUIA; e, no final do mês, mais um prémio especial – “Teatro Nacional de S. João”, valiosa obra ilustrada e encadernada, edição e oferta da PORTO EDITORA. PRAZO PARA REMESSA DE SOLUÇÕES – Até ao dia 15 do próximo mês. ENVIO DE SOLUÇÕES – Ernesto Lopes Nunes, Beco dos Unidos, n.º 3, Espadaneira, 3045 – 162 Coimbra. PREMIADOS Passatempos n.º 134: Rui Carlos Batista, de Coimbra, com livro da PORTO EDITORA; Julieta Soares Martinho, de Serra das Minas, com prémio surpresa, oferta de ÁGUIA; e Miguel José Pessanha, de Lisboa, com a obra “Teatro Nacional de S. João”, edição e oferta da PORTO EDITORA.

DE OUTUBRO DE 2009 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

PROBLEMA N.º 142/A

HORIZONTAIS 1 – Órgãos respiratórios. Antiga unidade monetária de Itália (pl). 2 – Automóvel. Fardo. 3 – Urraca. Buscam. 4 – Cevados. Taberna. Nome próprio feminino. 5 – Elas. Basbaque. Semblante. 6 – Silenciavas. 7 – Passamento. Inflamação do ouvido. 8 – Nome próprio masculino. Argola. 9 – Guarneço de asas. Alguma. Escavada. 10 – Andamos. Souber. 11 – Folhoso. Cidade de Portugal. VERTICAIS 1 – Relação doa alunos de uma turma. Nome próprio masculino. 2 – Unidade monetária de Portugal (pl). Repetem. 3 – Sufixo diminutivo. Cine. 4 – Técnico Oficial de Contas (abr). Idiota. Epiglote. 5 – Sacudo. Emprego. 6 – Nome próprio feminino. Entre. 7 – Borbulha. Pá. 8 – Cólera. Desplante. Cada. 9 – Direcção. Assembleia de eclesiásticos... 10 – Que tem asas. Engendrar. 11 – Adicionar. Unira.

SOLUÇÕES

ENIGMA FIGURADO

Interpretando correctamente todos os símbolos e operações apresentadas, encontrar-se-á uma conhecida expressão popular.

Palavras Cruzadas – Problema n.º 134: Horizontais – 1 – cenoura, pimento. 2 – oro, abóbora, nós. 3 – uvas, estro, soma. 4 – vi, pé, aC. 5 – elevar, batata. 6 – hi, pá, ri, ie. 7 – par, alfaces, PSR. 8 – o, anda, v, vexo, o. 9 – res, arrotes, sol. Verticais – 1 – couve, pôr. 2 – ervilha, e. 3 – nos, liras. 4 – o, SPV, n. 5 – ua, lapada. 6 – RBE, ralar. 7 – aos, f, r. 8 – BT, avô. 9 – por, c, t. 10 – iró, breve. 11 – má, países. 12 – e, SET, x. 13 – NNO, aipos. 14 – tomates, o. 15 – Osaca, rol. Problema n.º 134/A: Horizontais – 1 – pavor, aspas. 2 – olival, roto. 3 – r, razia, rol. 4 – dar, giros. 5 – co, ara, as, r. 6 – loa, ã, r, aio. 7 – ã, um, vil, vá. 8 – grata, eco. 9 – aro, arame, a. 10 – mira, arados. 11 – asaro, usara. Verticais – 1 – pôr, clã, ama. 2 – al, doo, gris. 3 – vira, aurora. 4 – ovara, má, ar. 5 – raz, rã, ta, o. 6 – liga, vara. 7 – a, ai, ri,aru. 8 – sr, ra, l, mas. 9 – porosa, ceda. 10 – atos, Ivo, or. 11 – sol, roa, asa. Seis legumes: Alhos, brócolos, pepinos, nabos, espargos, lentilhas. Enigma figurado: São favas contadas.

AUTOMÓVEIS Veículo comercial compacto

Ferreira Morais & Morais apresenta o Nissan NV200 Já está em contagem decrescente a apresentação do novo compacto da Nissan na concessão Ferreira Morais & Morais, em Coimbra. Trata-se do NV200, um novo conceito de veículos comercial compacto com uma área de carga mais espaçosa na classe dos pequenos furgões, onde impera a funcionalidade na versão Combi com sete lugares. A apresentação do NV200 da Nissan introduz novos níveis de espaço, conforto e praticabilidade no mercado dos pequenos furgões. Disponibiliza também níveis superiores de versatilidade, pois este modelo de Veículo Comercial Ligeiro (VCL) é apenas uma das três diferentes variações do tema a ser vendido globalmente: irá juntar-se ao furgão uma funcional versão Combi, sendo depois introduzida

uma confortável versão Family, em 2010. Marcar uma posição de relevo no mercado Europeu, extremamente competitivo ao nível dos pequenos furgões, é o grande desafio da Nissan. Em Portugal, e para ter sucesso, nada melhor que apresentar um furgão compacto no exterior e espaçoso no interior, com um design com estilo e prático. Para além disso, existe a obrigatoriedade de ser acessível no preço e ter baixos custos operacionais. Tem de ser fácil de conduzir e deve ser flexível. Na concessão Ferreira Morais & Morais, o NV200 vai surgir no final do corrente mês com todas estas características, estabelecendo, paralelamente, novos padrões para o espaço interior com uma carroçaria tão compacta.

O novo furgão, compacto no exterior e espaçoso no interior, tem um design com estilo e é prático

Completamente novo, o NV200 reinventa a aproximação da Nissan a este sector do mercado dos VCL. As dimensões exteriores compactas – 4,4 m de comprimento, 1,86 m de altura e 1,69 m de largura –, em conjunto com uma dinâmica de condução ágil e um círculo de viragem curto, tornam-no ideal para a cidade. Como ferramenta de trabalho, o

NV200 beneficia da invejável reputação da Nissan como um fiável fabricante de veículos comerciais de sucesso. Construído sobre uma versão modificada da flexível plataforma B da Nissan, o NV200 foi concebido para ser ágil pela cidade, com uma posição de condução elevada e boa visibilidade. Apesar das dimensões exteriores compactas, o seu

“layout” inteligente proporciona um espaço de carga com mais de 2 metros de comprimento, suficiente para transportar duas paletes em simultâneo Graças a um piso baixo, o espaço de carga proporciona um volume de carga de 4,2 metros cúbicos, cerca de 25 por cento superior ao dos seus principais rivais, ou seja, cerca de mais 1 metro cúbico. Na Europa, é um veículo que introduz novidades no seu segmento, unindo dois conceitos de mercado. Está disponível como um veículo comercial ligeiro e como um veículo de passageiros, disponibilizando quase tanto espaço interior como os maiores veículos comerciais ligeiros numa carroçaria que não é muito maior do que a dos veículos comerciais derivados de turismo rivais (CDV).

A versão Combi do NV200 oferece três filas de bancos para passageiros com um extraordinário espaço para as pernas e para os joelhos e mesmo com os sete lugares em utilização, ainda existe espaço para duas grandes malas na área de bagagem. Basta rebater os dois bancos traseiros e passamos a ter espaço para cinco grandes malas. Será introduzida mais tarde uma versão Family, mais orientada para a família, em 2010. De entre os aspectos práticos destaca-se a disponibilidade de portas deslizantes em ambos os lados e, na versão furgão, um par de portas “francesas” com dobradiças laterais. A versão Combi está disponível com uma porta da bagageira com dobradiças na parte superior, ao estilo das carrinhas.


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DESPORTO

DE OUTUBRO DE 2009 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

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Palpitando

Liga com jogos repartidos por cinco dias Após a interrupção para os jogos da selecção nacional de futebol (que irá disputar com a Bósnia o apuramento para o Mundial de África do Sul) e da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, o campeonato da Liga regressa para a 8.ª jornada, com a curiosidade de esta se realizar ao longo de cinco dias...

PALPITANDO

vo), Álvaro Amaro (Gouveia) e Francisco Andrade (Junta de freguesia de Santo António dos Olivais). A este leque de eleitos juntase a bióloga Helena Freitas, como deputada da Assembleia Municipal de Coimbra, com a possibilidade de vir a ser eleita presidente da mesa deste órgão autárquico. A todos, o

Voltam assim os prognósticos deste painel de personalidades, sendo de assinalar que no regresso temos o sociólogo José Manuel Pureza como líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda e quatro presidentes reeleitos: Carlos Encarnação (Câmara de Coimbra), Fátima Ramos (Miranda do Cor-

FRANCISCO ANDRADE

JOSÉ M. CANAVARRO

JOSÉ ALBERTO COELHO

MÁRIO CAMPOS

CARLOS ENCARNAÇÃO

“Palpitado” deseja um bom exercício de funções e que continuem com óptimos prognósticos futebolísticos. A estas novidades juntam-se a passagem da Académica e da Naval à quarta eliminatória da Taça de Portugal, após terem ultrapassado o Portimonense (2-1) e o Padroense (1-0, após prolonga-

JOSÉ M. PUREZA

ÁLVARO AMARO

mento). Esta jornada marca, também, a estreia no campeonato de André Villas Boas (adjunto de Mourinho) como treinador da Académica. O calendário da 8.ª jornada é o seguinte: sextafeira, dia 23 – BelenensesOlhanense, às 20h15 (SportTv); sábado, dia 24 – Leiria-Naval, às 16h00,

MÁRIO NOGUEIRA

MIGUEL CORREIA

Rio Ave-Braga, às 21h15 (SportTv), domingo, dia 25 – Marítimo-Paços de Ferreira, às 16h00, SetúbalLeixões, às 18h00 (SportTv), Porto-Académica, às 20h15 (RTP1); segundafeira, dia 26 – BenficaNacional, às 20h15 (SportTv); terça-feira, dia 27 – Guimarães-Sporting, às 20h15 (SportTv).

MARTA BRINCA

FÁTIMA RAMOS

HELENA FREITAS

FC PORTO X ACADÉMICA

3-1

2-0

2-0

2-0

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2-0

2-0

0-0

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0-1

2-0

U. LEIRIA X NAVAL

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2-1

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1-1

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1-1

1-0

1-1

1-0

0-1

1-0

RIO AVE X BRAGA

0-0

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0-0

0-1

0-1

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1-1

1-2

1-2

0-2

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PONTOS

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55

55

55

56

57

57

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Concerto em Coimbra

Judo

Académica/OAF tirou partido da vinda dos U2

Jorge Fernandes luta no Mundial

A Académica/OAF conferiu prioridade na compra de assentos do Estádio Cidade de Coimbra (ECC) para o concerto dos U2 desde que os interessados pagassem já lugares cativos para a época futebolística de 2010/ 11, soube o “Campeão”. A prerrogativa foi facultada a parceiros e associados detentores de camarotes / empresa, de lugares de tribuna presidencial e de VIP Premium Gold. Para isso, os interessados tiveram de manter ou renovar os respectivos direitos e obrigações para a próxima temporada futebolística, cujo enceramento ocorrerá depois do termo do mandato dos actuais corpos sociais da Briosa. Cumpridas estas condições, o clube garantiu “prioridade na aquisição de lugares especiais e de camarotes disponíveis” para o concerto que os U2

realizarão no ECC a 02 de Outubro de 2010. O prazo para a declaração da manifestação de interesse expirou sábado. Consoante os casos, e com excepção de cinco camarotes, o custo de cada camarote / empresa variou entre 2 700 e 3 330 euros, sendo que tal montante compreende refeição e lugar de estacionamento no parque subterrâneo do Estádio. Para a tribuna presidencial o custo de cada assento correspondeu a 300 euros e os lugares de VIP

Premium Gold foram vendidos cada qual a 260 euros, conferindo igualmente qualquer dos montantes direito a refeição e a lugar de estacionamento. Em caso de falta de pagamento, se houvesse manifestação de interesse, ou se esta não tiver tido lugar, a comercialização de camarotes e de lugares das tribunas passava para a alçada da organização do espectáculo, cessando, assim, a garantia de prioridade proporcionada pela Académica/OAF em matéria de reserva de assentos.

Jorge Fernandes, atleta do Judo Clube de Coimbra, combate, amanhã, em Paris, no Campeonato do Mundo de Juniores O atleta volta a representar Portugal no Campeonato do Mundo de Juniores, depois de, em 2008, ter participado em Banguecoque, na Tailândia. Também no ano passado, Jorge Fernandes combateu no Campeonato da Europa de Juniores em Varsóvia, na Polónia, prova que repetiu, este ano, em Yerevan, na Arménia, onde terminou num lugar de honra: o 7.º lugar. Trata-se, pois, de um judoca experiente a nível internacional, que, agora, em Paris, volta a lutar pelas cores da selecção nacional. Na competição francesa, Jorge Fernandes entra em acção amanhã e está apostado em, “pelo menos”, repetir o 7.º lugar do Europeu da Arménia. “As perspectivas são,

O judoca de Coimbra quer obter um bom resultado em Paris

por assim dizer, as mesmas, mas o objectivo tem de ser fazer sempre melhor”, afirma o estudante do curso de Educação Física da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra, que diz estar “melhor preparado do que estava para o Europeu”.

Para justificar tal comparação, Fernandes apresenta o excelente 2.º lugar no XII Torneio Internacional Kiyoshi Kobayashi realizado, recentemente, no Estádio Universitário de Lisboa. Na categoria de -73 quilogramas, o internacional português, ainda com idade júnior, deu luta aos seniores, tendo perdido, apenas, na final com um judoca brasileiro no ponto de ouro. Este ano, além do honroso 7.º lugar no Campeonato da Europa de Juniores, o judoca de Coimbra somou pontos no Torneio Internacional de Portugal, realizado em Coimbra, onde subiu ao 3.º lugar do pódio. No estrangeiro, Fernandes conquistou mais dois lugares de honra: foi 5.º classificado no Torneio Internacional de Lyon, em França, e obteve a 7.ª posição no Torneio Internacional da República Checa, em Praga.

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FUTEBOL

Jogada a jogada, golo a golo, a Briosa joga nesta rádio...

FC Porto - Académica Ouça na Internet em www.radioregionalcentro.com

Relato: Luís Carlos Melo

ABC

DOMINGO, DIA 25, ÀS 20H15


CULTURA

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QUINTA-FEIRA

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Espectáculo infantil na Casa Museu da Fundação Bissaya Barreto “A Guardadora de Livros e o Homem do Saco”, espectáculo produzido pela associação cultural Camaleão, está em cena na Casa Museu da Fundação Bissaya Barreto (Arcos do Jardim), em Coimbra, até ao dia 7 de Novembro. Subsidiada pelo Ministério da Cultura e Direcção-Geral das Artes, esta peça tem como público alvo as crianças que frequentam o 1.º e 2.º ciclo do Ensino Básico. Com texto e encenação de José Geraldo, assistência à encenação e produção executiva de Cláudia do Vale, o elenco é composto por Mariana Ferreira e Pedro Correia. A peça “A Guardadora de Livros e o Homem do Saco” conta com apresentações para as escolas, de segunda a quinta-feira, às 10h30 e 14h30, e às sextas-feiras pelas 10h30. Os espectáculos para o público em geral estão agendados para os dias 31 de Outubro e 7 de Novembro.

João Só e “Abandonados” ao vivo na Fnac

Tokyo Photographic Center, entre vários outros espaços museológicos.

Tiago Guillul dá corpo e alma a “João Só”, cantor que se define “com fôlego, solos de guitarra, baterias insufladas, órgãos retrógados, segundas vozes, palminhas certas e um piano limpo”. Ao vivo, na Fnac do Fórum Coimbra, o cantor junta-se amanhã, pelas 22h00, aos “Abandonados” para um espectáculo, inteiramente em português, que serve de promoção ao primeiro álbum discográfico do grupo, intitulado “Meu Bem”.

Orfeon Académico de Coimbra assinala 130 anos

Desportos de combate em fotografia

“Arena #1 – Antes do Combate” é o título de uma exposição de fotografias que está patente ao público na Fnac do Fórum Coimbra até ao dia 5 de Novembro. Da autoria de António Júlio Duarte, esta mostra é o resultado de uma selecção de imagens captadas em 2006 durante um trabalho sobre a “Arena” de Matosinhos, um recinto inaugurado em 2004 e dedicado à dinamização, ensino e treino de desportos de combate. Membro do júri do “Prémio Novo Talento FNAC Fotografia” desde 2007, António Júlio Duarte nasceu em Lisboa em 1965. Formado no Ar.Co (Lisboa), estudou no Royal College of Art. O seu trabalho já esteve exposto no Centro Português de Fotografia (Porto), Museum fur Photographie (Braunschweig, Alemanha) e o

Músicas, palestras, debates e exposições vão compor o programa festivo do Orfeon Académico de Coimbra, que acaba de anunciar a realização de 130 actividades, de 7 de Dezembro de 2009 a 7 de Dezembro de 2010, para assinalar os 130 anos de fundação. Actualmente dirigido pelo maestro Artur Pinho, o Orfeon é o coro mais antigo de Portugal e um dos mais antigos da Europa. Afir mando-se como embaixador cultural no país e no estrangeiro, na divulgação da música e tradição de Coimbra, o Orfeon Académico de Coimbra faz-se representar em inúmeras ocasiões com o coro, a quatro vozes mistas, pelo grupo complementar de fados de Coimbra ou através do grupo complementar de música popular portuguesa.

Orquestra e Ópera Nacional da Moldávia no TAGV

“La Traviata”, ópera em três actos com música de Giuseppe Verdi, é interpretada no próximo sábado, a partir das 21h30, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV), pela Orquestra e Ópera nacional da Moldávia, dirigida pelo maestro italiano Giovan Batista D’asta. Embaixadora da cultura moldava um pouco por todo o mundo, esta composição tem contribuído para

a formação de grandes cantores líricos, cuja qualidade e sucesso tem vindo a ser reconhecida com diversas condecorações e prémios internacionais. Romance trágico contado em três actos, “La Traviata”, de Giuseppe Verdi, narra a história de Violeta, cobiçada cortesã parisiense, e do seu amor impossível pelo jovem Alfredo Germont. Os bilhetes custam entre 25 e 30 euros e podem ser adquiridos na bilheteira do TAGV. Mais informações estão disponíveis na Internet, em www.classic stage.pt.

Galeria Santa Clara propõe descobrir a Rússia Durante o mês de Outubro e de forma semelhante ao que tem vindo a fazer nos últimos meses com outros países, a galeria Santa Clara dinamiza um conjunto de iniciativas de carácter cultural sobre a Rússia. Depois da exibição de curtas metragens do novo cinema russo e da projecção do filme “À Beira do Mar Azul”, de Boris Barnet, com comentários de Cristina Fernandes, amanhã à noite, a partir das 22h00, há um encontro com o historiador Rui Bebiano, sobre o tema “A actualidade da Revolução de Outubro”. No sábado, à mesma hora, a convidada é Raquel Freire, para falar sobre “A Nova Rússia”. Localizada na rua de António Augusto Gonçalves, 67, em Coimbra, a galeria Santa Clara está aberta entre as 14h00 e as 02h00, e às sexta e sábados, das 14h00 às 03h00. Mais informações sobre estas e outras iniciativas estão disponíveis na Internet, em www.galeria santaclara.com e galeriasantaclara. blogspot.com.

DE OUTUBRO DE 2009 CAMPEÃO DAS PROVÍNCIAS

V I N A G R E T A S

Governo baratinho – O comendador Marques de Correia, pseudónimo de um articulista do semanário Expresso e autor da rubrica “Cartas abertas”, acaba de dar uma mãozinha a José Sócrates em matéria de formação do XVIII Governo. Para o Ministério das Finanças e da Economia são recomendados dois bancos (o Espírito Santo e o Comercial Português) e para o das Obras Públicas são sugeridas as empresas Mota/Engil, Construtora do Lena e Visabeira. Quanto à pasta da Saúde, o comendador diz que tanto poderá ser Ana Jorge como o Grupo Caixa, detentor dos Hospitais Privados de Portugal (HPP), ou o Grupo Mello, proprietário do Hospital da CUF. O BES, que também é portador do saber-fazer próprio daquela área, já tem pasta. Para o Palácio das Necessidades (vulgo Ministério dos Negócios Estrangeiros), o articulista aponta uma pessoa a indicar pela GALP. Quanto ao futuro titular do Ministério do Ambiente, Marques de Correia sugere a EDP. Trata-se do que pode ser rotulado de Executivo baratinho. E com pergaminhos para as bandas de Coimbra, pois Luís Pedroso de Lima poderá aspirar a ser ajudante de ministro, através dos HPP, e Francisco Bandeira também, em representação da Caixa Geral de Depósitos ou por indicação da Visabeira. Leitão de Sarkozy? – O vereador eleito da Câmara de Coimbra Paulo Leitão arrisca-se a adquirir a alcunha de Leitão de Sarkozy, pois ela já por aí corre em jeito de caricatura. O jovem autarca – cujo destino seria, em princípio, a lista de candidatos a deputados do PSD ao Parlamento pelo círculo conimbricense – rumou à praça de 08 de Maio, enquanto o filho de Carlos Encarnação ingressou na Assembleia da República. Embora a situação de Paulo seja incomparável com a de Jean Sarkozy, filho do Presidente da França e indigitado para

um alto cargo, a tradicional irreverência coimbrã ameaça pôr-lhe um adereço. Cultura popular – No termo dos mandatos de Mário Nunes, vereador cessante com o pelouro da cultura popular na Câmara de Coimbra, fazem-se apostas acerca da sucessão. Os apostadores convergem num ponto: a dita cultura deixará de ter a concertina como ícone para passar a ser simbolizada pela gaita. Resta saber se se tratará de gaita-de-foles ou de beiços... “Coimbra é uma lição...” – Com este título, um adepto do Portimonense ironiza, num blogue (portimonense1914.blogspot.com), a forma, alegadamente pouco cordial, como o presidente do clube algarvio foi tratado no Estádio Cidade de Coimbra, por parte do seu congénere José Eduardo Simões, aquando do jogo para a Taça de Portugal, em que a equipa da casa saiu vitoriosa por 2-1. Na caixa dos comentários, um “amigo de José Eduardo Simões”, que assina Pedro G, apressa-se a dizer que alertou o presidente da Académica para o teor do texto do blogue e que ele lhe disse que se não cumprimentou Fernando Rocha “foi por pura distracção ou lapso”. Em resposta a este comentário, o autor do post, Pedro Simões, admite que José Eduardo Simões não tenha deixado Fernando Rocha de mão estendida, mas rebate a tese de que “esteve a milhas de ser um bom anfitrião”. Mau feitio ou má digestão... – O que para uns poderá ser entendido como um tique de mau feitio da parte de José Eduardo Simões, para o adepto do Portimonense que fez questão de divulgar em blogue um episódio dos bastidores do AcadémicaPortimonense, a explicação para a “azia” terá estado num suposto “falhanço da contratação de Lito Vidigal” para sucessor de Ro-

gério Gonçalves. O que não deixa de ser também uma contradição com o que disse José Eduardo Simões de que André Villas Boas foi primeira escolha... O treinador do presidente – Na apresentação de André Villas Boas à comunicação social, presenciada por alguns adeptos, José Eduardo Simões foi o único elemento da Direcção na mesa. Quando questionado por um jornalista acerca da percentagem de culpa de Rogério Gonçalves nos maus resultados da Académica, respondeu prontamente que assume os insucessos da Académica e partilha os sucessos com todos. Pode ser que nesta resposta alguns sócios mais críticos encontrem uma razão para a ausência de Gonçalo Capitão, vice-presidente para o futebol profissional, na apresentação do novo treinador. “Como se lembrou do rapaz que estava lá em Itália?...” – Segundo o blogue “O sexo e a Cidade”, o treinador terá chegado à Académica por via de um “acordo” com a Gestifute. Logo, quando perguntou ao presidente como se lembrou de um treinador que estava em Itália, o jornalista da Rádio Regional do Centro, Luís Carlos Melo, parece ter tocado no quente. Tanto foi, que José Eduardo Santos lançou um fumo de mistério e disse que há segredos que não se revelam. Relacionamento regulamentado – Quando chegaram à sala de imprensa do Estádio Cidade de Coimbra, os jornalistas foram surpreendidos com um “Regulamento de Relacionamento do Clube com a Comunicação Social”. De acordo com o ponto um do referido rol de regras, a negro, como convém, lê-se: “Todos os assuntos relacionados com a comunicação interna e externa da Associação Académica de Coimbra/Organismo Autónomo de Futebol são tratados, única e exclusiva-


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VINAGRETAS

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S E A R A

A L H E I A

“Nem o mais refinado dos professores de Harry Potter tem filtro mágico ou reza de quebranto que transforme a derrotada Manuela Ferreira Leite numa Thatcher renascida e vitoriosa ou numa abundante Angela Merkel, que qual Valquíria sorridente, é capaz de com os seus encantos e ousadia seduzir para a ressurreição guerreiros abatidos em combates políticos passados”. Mário Crespo, no Jornal de Notícias de 13/10/2009 mente, pelo Gabinete de Comunicação Social do Clube, que deverá chamar a si toda a a responsabilidade dos actos e situações que se venham a desenrolar”. Chegando ao fim, conclui-se que este Gabinete não tem rosto. Num tempo em que tanto se fala de personalização e humanização das instituições, o clube da cidade que milita na I Liga, o das tradições, e tal e tal, apresenta aos jornalistas um interlocutor demasiado frio e distante. Haja memória! – A falta de memória de alguns jornalistas ridiculariza o exercício do jornalismo. Dois diários divulgaram, sábado, uma notícia que tinha sido difundida, na véspera, pela Agência Lusa, apesar de a mesma ter sido publicada há um mês pelo “Campeão”. De resto, a 11 de Setembro [de 2009], o Diário de Coimbra (honra lhe seja feita!) divulgou a novidade (na altura era disso que se tratava) e citou o nosso Jornal. Menos propenso a dar notícias atinentes a arguidos de Coimbra, o diário As Beiras só a 17 de Outubro aludiu ao assunto. Sob o estranho título “Crimes de corrupção contra médicos do CHC”, o referido Jornal dá conta de um despacho de pronúncia proferido a 10 de Setembro pelo Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Coimbra. Porventura, por ser mais jovem do que o quotidiano de Adriano Lucas – e, talvez por isso, menos associado à memória das coisas –, o diário dirigido por António Abrantes resolveu a questão da actualidade juntando um advérbio de tempo (ontem) à notícia da Lusa, cujo teor omite a data da decisão do TIC. O «pecado original» PUBLICIDADE

da agência noticiosa deve ser dado à conta da política editorial subjacente à destituição do chefe da sua delegação para a região Centro. À conta de lógicas que a razão desconhece, a agência, cujo principal accionista é o Estado, tem em Leiria um jornalista a editar peças redigidas em Coimbra. Por este andar, omitindo as notícias, pelo menos, uma resposta a uma das quatro questões fundamentais, os factos são inesgotáveis, pouco importando que sejam do conhecimento público. Sem memória das coisas, o jornalismo fica sujeito a tratos de polé. Já agora, cabe perguntar: Quando darão os diários de Coimbra a notícia, de há 15 dias, da exoneração do chefe da delegação da Lusa para a região Centro? Um bom exemplo, em Cantanhede – Ninguém gosta de perder, nem que seja num jogo a feijões, e são muitos os que demonstram grande irritabilidade na hora da derrota. Então quando se tratada de eleições, essenciais para o regime democrático, até das derrotas se fazem vitórias, nas palavras dos líderes partidários. Por isso merece destaque a opinião emitida por Manuel Ruivo, o candidato do PS à presidência da Câmara Municipal de Cantanhede, logo após o desfecho eleitoral, com a reeleição do social-democrata João Moura, por uma larga margem. Eis o texto do candidato socialista, que merece ser transcrito na íntegra, por ser um bom exemplo de saber estar em democracia: “O resultado das eleições autárquicas no concelho de Cantanhede não foi favorável à candidatura do Partido Socialista. Assumo por inteiro a

responsabilidade política do resultado obtido. Não fui capaz de conduzir o processo de forma a passar a nossa mensagem. No entanto reconheço que tinha uma equipa formidável, na Câmara Municipal, na Assembleia Municipal e nas 18 freguesias onde concorremos. Mas, em democracia, o povo é soberano. A população de Cantanhede escolheu o projecto do PSD, liderado pelo Prof. Dr. João Moura. Ao Prof. Dr. João Moura e a toda a sua equipa os meus sinceros parabéns. Estaremos, na oposição, de uma forma construtiva, como fizemos nos últimos 4 anos. Um abraço especial às Presidentes de Junta de Portunhos e Corticeiro de Cima, Marta Carvalho e Cristina de Jesus, pelo seu trabalho nos últimos 4 anos, reconhecido nas urnas pelos seus con-

terrâneos. Embora a campanha eleitoral tenha decorrido sem incidentes graves, houve, de parte a parte, alguns excessos de linguagem, pequenos insultos, que se devem exclusivamente ao “calor” eleitoral. A partir deste momento temos de conviver nesta “aldeia” global. Cada um no seu papel devemos lutar pelo engrandecimento do concelho, devemos lutar para colocar as instituições do concelho ao serviço dos cidadãos em geral. Agradeço, do fundo do coração, o empenhamento, a disponibilidade e o trabalho de todos os candidatos do PS, de todos os apoiantes. Um agradecimento especial para o staff da campanha pela sua lealdade, camaradagem e trabalho exemplar. A todos muito obrigado. Manuel Ruivo”.

“Governar um país é acto colectivo e a colectividade já se pronunciou. Mais do que dizer o que queria, disse em duas eleições o que não queria”. Idem, Ibidem “Este pode ser o primeiro dia do resto da vida do PSD. Ou pode ser o último. A decisão agora já não é dos eleitores. É dos militantes”. Idem, Ibidem “Gratuitamente, dissemos há dois anos o que havia a corrigir e não fomos seguidos. Perderam-se dois anos, custosamente”. Pinto Monteiro, procurador-geral da República, sobre as conclusões do relatório complementar de monitorização da Reforma Penal, agora divulgadas “Sócrates quer um governo para quatro anos e sabe que para isso tem que dialogar não só com a oposição mas também com o seu próprio partido, valorizando as várias tendências internas. É assim em minoria parlamentar. Trata-se de fazer um exercício de reinventar o guterrismo sem Guterres”. Editorial do Diário de Notícias, de 13/10/2009 “Não se vislumbra no horizonte que o líder socialista fique refém do diálogo, incapaz de tomar decisões. Mas terá, inevitavelmente, que fazer cedências”. Idem, Ibidem Há muita gente no PSD a pensar que varrendo Manuela Ferreira Leite da liderança do PSD o partido começará nova vida. É um erro. (...) O PSD necessita de voltar à normalidade, não podendo estar sempre pronto para apear um líder”. José Leite Pereira, no Jornal de Notícias de 14/10/2009 “A varredela de que o partido precisa passa pela sua classe dirigente. Quase todos os actuais dirigentes do partido são filhos do Cavaquismo ou do Barrosismo”. Idem, Ibidem

Rotundas homogenizadas – As rotundas de gosto duvidoso, com apetrechos estranhos e volumetria desproporcional vão, tendencialmente, desaparecer do mapa. É que, segundo as novas regras de construção (que entrarão em vigor até ao final do ano), as rotundas deixarão muito pouco espaço à criatividade. Após a proliferação de “espécimes” ornamentadas com os mais variados elementos, desde rochas aos antigos tanques de lavar a roupa, as rotundas serão mais franciscanas. Todo e qualquer outro tipo de dispositivo rígido ornamental vai ser excluído deste espaço por “agravar o impacto de um embate frontal”. Só é pena que as autarquias não sejam obrigadas a adaptar as rotundas existentes às novas regras de construção. É que em caso de embate em muitas delas, os carros só têm um destino: a sucata.

“Se Paulo Portas deitou foguetes e cantou vitória, foi por ter estado associado ao PSD, dado que sozinho só ganhou Ponte de Lima, a do famoso queijo. Vá lá saber-se, portanto, a quem pertencem os votos...”. Mário Soares, na Visão de 15/10/2009 “Quem saiu derrotado foram aqueles que acharam que deviam travar a batalha no campo do ataque pessoal. Achavam que eu estava caído no chão e que bastava dar pontapés... Enganam-se”. José Sócrates, na Visão de 15/10/2009 “A isso chama-se um acto amistoso. Estender a mão e procurar o diálogo com os partidos. O que não se pode é dialogar sozinho. É preciso que os outros queiram dialogar. (...) O país precisa de um Governo para quatro anos”. Idem, Ibidem


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