Edição 506_14_01_2010

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Editorial

Vozes da província Não deve ser fácil a um académico como João Moura (Professor da Universidade do Minho) deixar a cátedra a que toda a vida aspirara e vir para sua terra partilhar com os seus concidadãos, enquanto presidente de Câmara, as dificuldades do dia a dia. É precisa uma grande dose de civismo e humildade democrática para trocar o ensino e a investigação pelos cuidados na torneira que verte, na obra que não arranca, no projecto caído nos braços da burocracia. Mas João Moura fê-lo, muito jovem ainda, quando o Saber académico muito dele ainda poderia esperar. Veio para Cantanhede, para o seio da sua gente de origem, dedicando à caminhada conjunta um bom par de anos da sua vida. E eis que a crise lhe cai em cima, esmagando sonhos, coarctando iniciativa e iniciativas, impedindo audácia na governação. E “eles”, lá por Lisboa, a brincar com a humildade e o suor de um povo. Governo e Oposição casam-se e descasam-se, numa homossexualidade já mal disfarçada, enquanto o país patina e não avança. Fez bem João Moura em juntar-se a outros autarcas da província e abanar o seu partido, recordando aos iluminados que não foi para isto que há trinta e tal anos o pensaram e criaram. O espaço do PSD de então está hoje coberto por um manto de nada. Lino Vinhal

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PREÇO 0,75\ | 2ª SÉRIE | ANO 10 | Nº 506 | 14 DE JANEIRO DE 2010 DIRECTOR LINO VINHAL | www.campeaoprovincias.com

SEMANÁRIO À QUINTA-FEIRA | EDIÇÃO COIMBRA

Governo vai cair com as sondagens Graças à “profunda crise” que atinge o principal partido da oposição, António Campos prevê que o Orçamento do Estado vai passar com “extrema facilidade”. O Governo está refém das sondagens, pelo que, nota o histórico do Partido Socialista, este só cai quando elas forem desfavoráveis. O fundador do PS e ex-eurodeputado acredita que a retoma económica já se começou a sentir, no entanto, adverte, a Europa vai continuar a sentir dificuldades no crescimento devido à desregulamentação da economia mundial. Após duas tentativas para deixar de fumar, às quais sucederam graves problemas de saúde, António Campos diz-se fiel ao seu vício “para ver se sobrevivo mais alguns anos”.

Entrevista com António Campos Páginas 4 e 5

Sport e Coimbra: um abraço de 100 anos O Sport Club Conimbricense celebra 100 anos de actividade ininterrupta e mostra-se preparado para mais uma longa temporada ao serviço do desporto e da cidade que o acarinha. Com sede na “Baixa” de Coimbra, desempenha um papel social preponderante numa zona há muito estigmatizada. O novo pavilhão, há muito desejado, seria uma prenda marcante no primeiro centenário. Página 17

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Acusado de corrupção

Co-incineração

Julgamento de José Eduardo Simões dentro de três meses

Mota Pinto acena com “posição histórica” do PSD

José Eduardo Simões, ex-director de urbanismo de Coimbra e presidente da Académica/OAF, começará a ser julgado dentro de três meses, a 19 de Abril, estando acusado de oito crimes de corrupção passiva (quatro deles para acto ilícito, a denominada corrupção própria). O arguido está sob suspeita de, enquanto director municipal, ter favorecido promotores imobiliários a troco de benefícios para o clube.

Eduardo Simões, que foi titular da Direcção Municipal conimbricense de Administração do Território no triénio 2003/2005, é presidente da Académica/OAF há cinco anos e foi vice-presidente no biénio 2003/2004. O ex-director de urbanismo sentar-se-á no banco dos réus a 19, 20, 22, 26, 27 e 28 de Abril de 2010. A norma do Código Penal referente a corrupção passiva para acto ilíci-

to prevê a punição com pena de prisão de um a oito anos para funcionário (corrompido) que, por si ou por interposta pessoa, com o seu consentimento ou ratificação, solicitar ou aceitar, para si ou para terceiro, sem que lhe seja devida, vantagem patrimonial ou não patrimonial, ou a sua promessa, para qualquer acto ou omissão contrários aos deveres do cargo. A corrupção passiva para acto lícito é pu-

nível com pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias. José Eduardo, que também foi acusado ao abrigo de mais dois casos, está constituído arguido no âmbito de um quarto processo do foro criminal, sendo que acerca deste ainda não houve decisão do Ministério Público (cujo despacho de encerramento do inquérito poderá ser de arquivamento ou de dedução de acusação).

Insatisfeitos com “uma espécie de volta a Portugal”

João Moura, Luís Leal e Ricardo Alves pedem Congresso do PSD A realização de um Congresso extraordinário do PSD para “discutir o futuro do partido e o de Portugal” tem vindo a mobilizar os presidentes das câmaras municipais de Cantanhede, Montemor-oVelho e Arganil. João Moura, que já foi anfitrião de uma reunião de autarcas social-democratas, disse ao “Campeão” que insiste na convocação do conclave do seu partido antes da eleição do(a) futuro(a) líder. Assinala, porém, que “com isso não se pretende influenciar a escolha”. “O nosso propósito consiste em agitar consciências, aproveitando a legitimidade dos autarcas eleitos pelos respectivos concidadãos”, afirma.

De resto, o edil de Cantanhede receia que a eleição do(a) futuro(a) presidente do PSD se limite a proporcionar “uma espécie de volta a Portugal sem que isso seja acompanhado do indispensável debate”. “Queremos que o nosso partido encete uma reviravolta e cremos que um Congresso extraordinário é indispensável para esse efeito”, advertem Luís Leal (Montemor-o-Velho) e Ricardo Alves (Arganil). Segundo Leal, os congressos do PSD conquistaram “um lugar” na História de Portugal, tendo sido “geradores de ideias e legitimadores de pessoas e de propostas”. Dezoito presidentes so-

cial-democratas de câmaras, reunidos sábado, entenderam “dar testemunho das preocupações, de natureza social e económica, que estão a conduzir Portugal para um quadro de emergência nacional”. Neste contexto, consideraram que as “prioridades legislativas a que o Governo tem vindo a ceder, em obediência a um radicalismo de Esquerda claramente minoritário e desligado da situação de crise geral, é demonstrativo de que o PS não está à altura da resposta de que o país necessita”. Segundo aqueles autarcas, é necessário investimento local e de proximidade, enquanto o PS “propõe milhões para investimentos em infra-estru-

turas, cuja exigência se situa no médio prazo”. “As universidades, as autarquias, os hospitais, as escolas, as instituições particulares de solidariedade, os centros de investigação, as forças de segurança e as Forças Armadas vivem em situação de dificuldade orçamental, do ponto de vista da manutenção dos mínimos de solvabilidade e resposta aos compromissos, enquanto os aparelhos dos ministérios e dos organismos desconcentrados da Administração Pública, bem como a Carris, a Estradas de Portugal, a TAP, o Metro, a CP e a RTP, entre outras empresas, continuam sem limitações nos seus gastos produzindo endividamento sem regra”, concluem os edis.

Fausto Carvalho é o novo presidente

Nova direcção da ACM quer requalificar espaços Ao tomar posse na presidência da direcção da Associação Cristã da Mocidade (ACM), Fausto Carvalho disse que vão ser feitos melhoramentos no edifício-sede, bem como no campo de férias em Foz de Arouce, no concelho da Lousã. Fausto Carvalho, que sucede no cargo ao médico Norberto Canha (que esteve cerca de duas décadas à frente da instituição), promete uma liderança ambiciosa e audaciosa, dentro dos princípios que norteia a ACM, e relatórios de contas claros, em nome da transparência. Presente na sessão, entre

Fausto Carvalho (na foto) sucede ao médico Norberto Canha, na liderança da ACM

outros convidados que usaram a palavra, o director distrital da Segurança Social, Mário Ruivo, lembrou o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social da ACM e exortou os novos dirigentes a

desenvolverem esta dimensão, a par do que fazem na área desportiva. A direcção é ainda formada por Teresa Portugal (vice-presidente), António Correia Coelho (tesoureiro),

Nuno Carvalho (1.º secretário), Francisco Oliveira (2.º secretário), José Rodrigues Pereira e José Pereira dos Reis (vogais). São suplentes, António Manuel Abreu e Isabel Brito.A mesa da Assembleia Geral continua a ser presidida por Américo Batista dos Santos e é secretariada por Jorge Pimentel e Mário Castro Pinto. São suplentes, Fernando Regateiro e Kátia Tralhão. O conselho fiscal é composto por Rita Pimentel (presidente), Afonso Ramos (relator) e Victor Queiroz (vogal). São suplentes José da Costa e Manuel António Abreu.

Paulo Mota Pinto garantiu, esta semana, que os deputados social-democratas eleitos pelo círculo de Coimbra irão “defender a posição histórica do PSD” em matéria de oposição à co-incineração de resíduos industriais perigosos. O parlamentar e vice-presidente social-democrata usava da palavra durante uma reunião com autarcas da coligação “Por Coimbra” na Assembleia Municipal. Nuno Encarnação, igualmente deputado, reiterou as palavras de Mota Pinto apesar de, anteriormente, ter pautado a sua posição pela ambiguidade. “O PSD sempre teve uma posição muito clara preterindo a queima de lixo tóxico em cimenteiras”, afirmou

António Maló de Abreu, líder da bancada da coligação de Centro-Direita na AM conimbricense. Ao condenar a “teimosia politica” e ao lamentar que a co-incineração tenha dado azo a uma “questiúncula jurídica interminável”, o autarca invocou o princípio da precaução em abono da saúde pública para voltar a rejeitar a queima de lixo tóxico. Por sua vez, Mota Pinto lembrou que a co-incineração foi posta de parte, em 2003, na vigência do Governo de Durão Barroso. “O meu receio prendese com a posição que irá ser adoptada pelos deputados do PS eleitos pelo círculo de Coimbra”, declarou o ex-juiz do Tribunal Constitucional.

Jantar desta sexta-feira é aberto à comunidade

Lions Clube de Coimbra debate toxicodependência O Lions Clube de Coimbra promove, esta sextafeira, dia 15, pelas 19h00 no Hotel D. Luís, em Coimbra, um debate no âmbito da toxicodependência. O tema será desenvolvido por Manuel Pinto Coelho e Cecília Escarameia, dois médicos com grande experiência neste domínio. As intervenções destes dois especialistas deixam antever abordagens distintas sobre a toxicodependência e a forma de intervir a nível individual, familiar e social. Será um debate aberto à sociedade, estando convidadas todas as pessoas interessadas neste momento de reflexão e partilha de experiências sobre esta problemática, que, na opinião do Lions Clube, “está adormecida há quase vinte anos”. Mais uma vez, o Lions Clube de Coimbra patrocinou o Concurso de Cartaz sobre a Paz. Esta continua a

ser uma oportunidade para o clube trabalhar com os jovens da cidade de Coimbra realçando a importância da paz, da tolerância e da compreensão internacional. A iniciativa contou com a participação de cerca de 90 jovens que frequentam o Colégio da Rainha Santa Isabel em Coimbra. A apreciação dos trabalhos efectuados permitiu destacar 20 desses trabalhos que estão expostos no Pavilhão Centro de Portugal, junto ao Parque Verde da cidade, aonde, este sábado, pelas 15h00, se realiza a entrega de prémios e diplomas aos participantes. O momento é assinalado com a actuação do Coral Cluny Vox do Colégio Nossa Senhora da Assunção, de Anadia, sob a direcção artística do professor de Educação Musical, Celestino Ortet, maestro de reconhecida competência e mérito na região centro.

Centro de Acolhimento João Paulo II

Feira de oportunidades com objectivo solidário Angariar fundos para apoiar as famílias carenciadas é o objectivo da Feira de Oportunidades que irá decorrer entre 16 e 27 de Janeiro, promovida pelo Centro de Acolhimento João Paulo II no salão polivalente da Igreja de São José, em Coimbra. Móveis antigos e actuais,

louças e objectos de decoração, livros, peças de bordado e vestuário, artesanato, doçaria e produtos regionais são alguns dos produtos que podem ser adquiridos nesta feira, cuja receita da venda reverte para auxiliar aqueles que são apoiados pela instituição social.


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Para integrar o Museu de Coimbra

Estão a ser recuperados eléctricos parados há 30 anos IOLANDA CHAVES

Os eléctricos deixaram de circular na cidade de Coimbra a 9 de Janeiro de 1980, há 30 anos, dando lugar aos troleicarros e aos autocarros. Os nove veículos que fazem parte do acervo municipal são agora peças de museu, ainda que os conimbricenses estejam, momentamente, impedidos de os apreciarem. Com a criação do Museu da Cidade, o Museu dos Transportes Urbanos de Coimbra deixou de existir para dar lugar ao Núcleo do Carro Eléctrico, aonde os eléctricos passarão a estar expostos. O museu foi o primeiro do género na Península Ibérica, inaugurado dois anos depois de os eléctricos deixarem de circular. Foi instalado na Rua da Alegria, na antiga oficina (a chamada remise), um edifício de 1909, considerado “um excelente exemplar da arquitectura industrial”.

O núcleo ficará no mesmo local, mas, para já, não há ainda uma data de abertura ao público. Em curso, está a recuperação dos nove veículos. Quatro estão já prontos e o quinto aguarda o resultado de um concurso limitado para ser reabilitado. Berta Duarte, chefe da Divisão de Museologia da Câmara Municipal de Coimbra, disse ao “Campeão” que o projecto do Núcleo do Carro Eléctrico “está a andar” e que a verba para o arranjo do quinto eléctrico está garantida. Aquela responsável falou ao nosso Jornal momentos depois de ter participado na transferência, para a Rua da Alegria, do primeiro gerador eléctrico que a cidade teve e que também poderá ser visitado futuramente. Este equipamento, com cinco metros de comprimento e cerca de seis toneladas de peso, estava guardado nas antigas instalações do extinto Museu Nacional da Ciência e

da Técnica, na Rua Fernandes Tomás. A principal relíquia em exposição no futuro espaço museológico será o velho carro americano, de tracção animal. A sua recuperação será dispendiosa e Berta Duarte aplaude a ideia de “aparecer um patrocinador” que ajude o município na rápida concretização da obra. “Um mau negócio”

Os eléctricos fazem parte do imaginário de muitos conimbricenses, como é o caso de Pedro Rodrigues dos Santos, nado e criado nesta cidade, agora a residir em Painho, freguesia do concelho do Cadaval, à qual preside. Partilhando com o “Campeão” a saudade que sente dos eléctricos sugere uma incursão pelo site “You Tube” aonde existe um video do tempo em que os singulares veículos de tracção eléctrica eram os transportes urbanos da cidade. Lembra-se deles “como

se fosse hoje” e lamenta a decisão da autarquia, aprovada por unanimidade, a 26 de Julho de 1979, que os retirou das ruas da cidade. Diz mesmo que “foi um mau negócio” que a Câmara Municipal fez. Desfiando a memória e socorrendo de documentos e escritos com que foi alimentando o fascínio que sentia pelos eléctricos, recorda que tudo começou com a instalação do colector principal da cidade. A obra de saneamento, cuja importância não questiona, fez com que os carris fossem arrancados, desde a Manutenção Militar à Rua da Sofia. O “negócio”, de que fala, surge com a necessidade de reposição do pavimento e dos carris. “Para não ter de repor os carris, a entidade responsável pela obra deu como contrapartida cinco autocarros, cujo custo era inferior à reposição da linha. Penso que a cidade ficou a perder com este negócio...”, recorda.

Iniciativa do Clube de Empresários de Coimbra

Jantar com Bagão Félix tem carácter benemérito António Bagão Félix, antigo ministro das Finanças e do Trabalho, é o convidado do jantar-palestra que se realiza esta quinta-feira, dia 14, às 20h00, nas instalações do Centro Académico de Democracia Cristã (CADC), na Couraça de Lisboa, promovido pelo Clube de Empresários de Coimbra (CEC). O economista e político vai abordar o tema “Economia hoje, vida e ética sempre”. Promovida no âmbito da política de responsabilidade social do CEC, a iniciativa é aberta ao público em geral e a receita reverte a fa-

vor da Associação Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD). “É um tema actual e transversal a todos nós, estejamos em Coimbra ou a 5 mil quilómetros de distância. É um tema intemporal e que, pelas circunstâncias, assume uma pertinência indiscutível”, defende o presidente do CEC, Pedro Vaz Serra. Na qualidade de beneficiária do evento, a APCD congratula-se com o apoio e revela que o dinheiro recolhido servirá para a concretização de dois objectivos fundamentais: a dinamização de acções de prevenção ao

nível nacional e junto da comunidade em geral, assim como a criação de um Centro de Acolhimento para crianças abusadas sexualmente ou sexualmente exploradas. A APCD (com sítio na internet em www.ap-cd.pt) fornece também acompanhamento jurídico e psicológico às crianças e às suas famílias. “O Plano de acção da APCD é vasto, mas somos essencialmente operacionais. Trabalhamos no terreno, procurando coadjuvar os orgãos de polícia criminal, essencialmente a PJ e o Ministério Público, na investigação dos desaparecimentos. So-

mos ainda sócios fundadores da Plataforma Internet Segura, projecto de relevante interesse nacional que procura proteger crianças e jovens no mundo virtual, onde operam importantes redes de pedofilia e de tráfico de crianças”, esclarece a actual presidente Patrícia Cipriano. O número actual de crianças desaparecidas antes dos seus 18 anos é de 16. Foram, em 2009, feitas 1100 participações de desaparecimento de crianças e adolescentes. Em Portugal, o problema dos desaparecimentos é mais inquietante no Verão e os casos graves ainda são poucos.

Cantanhede

Sorteio de Natal já tem premiados São já conhecidos os vencedores do sorteio de Natal promovido pela Associação Empresarial de Cantanhede (AEC). O primeiro prémio, uma mota, coube a Lurdes Reigota, de Mira, por com-

pras realizadas na ALKIMIA Cabeleireiros, Cantanhede. O segundo prémio, um LCD, foi sorteado a Bruno Neves, de Murtede, cliento do Minimercado Moderno, de Murtede, e o terceiro prémio, um cruzei-

ro no Douro, de um dia para duas pessoas, premeia Diogo Marques, frequentador do Café com Leite, da Tocha. Quem fez compras nos estabelecimentos do concelho aderentes ao concurso,

entre os dias 15 de novembro e 06 de janeiro, recebeu um cupão que habilitava a um dos 12 prémios a sorteio. Este ano “tivemos mais aderentes e mais senhas distribuídas”, salientou Luís Roque, presidente da AEC.

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António Campos

Governo só se aguenta enquanto sondagens estiverem de feição

Não é por questões de interesse nacional que o maior partido da oposição vai viabilizar o Orçamento do Estado, mas por conveniência política, antevê António Campos. Para o fundador do Partido Socialista e ex-eurodeputado, o documento vai passar “com extrema facilidade”, porque o PSD está em “profunda crise” e tem a consciência que “se houvesse eleições não as ganharia”. Só se um dia as sondagens forem desfavoráveis ao PS é que, frisa, cai o Governo. BENEDITA OLIVEIRA

Campeão das Províncias (CP) – Acha que há necessidade de um bloco central a nível nacional? António Campos (AC) – Também estive no Governo com uma aliança com o PSD, mas eram homens de grande qualidade que estavam à frente desses partidos. Mota Pinto era um homem fantástico e sobrepunha os interesses nacionais aos do partido. Já quando fizemos a aliança com o CDS, quem dirigia o partido era Freitas do Amaral. As personalidades que hoje estão à frente do PSD ou do CDS não têm nada a ver com aquelas personalidades com quem era possível discutir e conversar sobre tudo sem haver um

sectarismo. Acho que o país vive hoje uma situação difícil e em que o Governo só se aguenta enquanto as sondagens lhe der que está por cima dos outros, porque no dia a seguir vai embora. CP – Ainda há o risco de o Governo cair este ano? AC – Muito remotamente. A natureza e as sondagens não permitem isso. Não é por interesses nacionais que o Orçamento [de Estado] vai passar. É porque o PSD está numa profunda crise e não existe na prática como uma estrutura política que possa ajudar Portugal. Eles próprios no subconsciente irão votar de qualquer forma e vão passá-lo. Se houvesse eleições, eles não as ganhariam, pelo que não é por questões de interesse nacional. E isso permite que o Orçamento passe com extrema facilidade. Não estou a ver que haja alguma alternativa. Um dia que as sondagens apresentarem o PS cá mais por baixo, no dia ou semana seguinte cai o Governo. Hoje os governos têm os poderes muito limitados. A globalização e a integração na União retirou muitos dos poderes aos governos e pelo que estamos dependentes da situação económica mundial. CP – O Governo está limitado a nível económico? AC – Muito limitado. Por exemplo, vivo num concelho com mais de 3.000 empregos nas confecções que passaram por uma situação dramática nos meses de Março-Maio do

Coimbra tem de inaugurar é laboratórios e captar gente para o conhecimento

ano passado, porque de repente estas empresas ficaram sem encomendas. Elas trabalham entre 80 a 90 por cento para a exportação e o mercado parou de um momento para o outro. Isso não tem nada a ver com a política do Governo; tem a ver com um problema que houve a nível mundial, que afectou todos os estados. CP – Acha que este será o ano do início da retoma? AC – A retoma já se nota aqui nas fábricas. Felizmente muitas delas já têm encomendas até Abril, pelo que a situação está a melhorar. O problema não é melhorar. O problema é a situação do mundo. Há uma parte do mundo que está em grande crescimento, que não tem regras nem princípios, vive sem solidariedade, em estados de exploração do ser humano que é infame e que aproveita essas situações para anarquisar o sector comercial. Estamos numa globalização que não está regulamentada e a tendência é para a Europa ter dificuldades no crescimento. CP – Estamos perante o choque entre dois mundos... AC – Sim e não é Portugal que o pode resolver. As organizações internacionais têm de resolver isto. Elas não podem permitir isto, porque senão a Europa não suporta. Perdemos 16 por cento da nossa população no sector produtivo, mas a Alemanha já perdeu 32 por cento! Somos mais uma sociedade mais de consumidores do que de produção, porque a produção está toda a transferir-se para a Ásia. Esta situação está a pôr em causa toda a estrutura social que há no Ocidente. Em vários países (não é só a China, na Índia é a mesma coisa) a pobreza é total e a exploração dos cidadãos é completa. Fala-se muito no conhecimento e evolução do conhecimento no Ocidente, mas ela hoje também está lá, só que em meia dúzia de privilegiados que tratam o resto dos

seres humanos como animais. CP – Não acha que Coimbra precisava de um pacto de cidade, por exemplo na questão da co-incineração? AC – Estou muito preocupado com Coimbra. Vimos localizar à volta e no próprio Porto grandes estruturas da área do conhecimento e investigação; chegamos a Lisboa, vimos uma Gulbenkian, uma Champalimault e mais todas aquelas estruturas. Mas não há nenhuma cidade no mundo que tenha sete hospitais como Coimbra, só que não se juntam todos para ter um grande centro de investigação! Cada um tem uma capelinha. Acho que temos todas as condições para ser uma grande região, porque temos três universidades: a de Coimbra, de Aveiro e da Beira Interior, a da Covilhã. No entanto, não estão harmonizadas, não têm estrutura de ligação entre elas (só uma pequena estrutura de ligação da Biocant, entre Aveiro e Coimbra). O que nos salva é o Instituto Pedro Nunes, que tem incubado algum conhecimento. Coimbra não pode ser Bolonha, viver só da história e inaugurar museus. Tem de inaugurar é laboratórios e captar gente para o conhecimento. CP – Por que é que acha que andam todos de candeias às avessas? AC – Não há hoje em Coimbra um movimento capaz, aglutinador de vontades e de determinação. Temos todas as condições, boas universidades que são frequentadas por jovens de alta qualidade, mas depois todos se dispersam. A questão mais importante da nossa região é como se aglutina tudo isto. Podíamos ter uma estrutura ligada à modernidade, mas não temos porque, com a excepção do Pedro Nunes, não há centros aglutinadores. E depois não há uma ligação entre as universidades, o que não acontece no Norte e em Lisboa. A região precisava primeiro de reflectir e depois de se organizar. Na minha opinião, hoje não há capacidade de reflexão e tam-

bém não há vontade de organizar. É mais fácil dizer mal. CP – Há quem diga que está afastado da política. Está ou não? AC – Estou afastadíssimo! CP – É desencanto com o PS actual? AC – Não. Afastei-me de tudo. Sou militante, mas raramente participo em coisas do partido. A minha época passou. Já cumpri o meu dever de cidadão. Hoje o meu encanto é ir buscar meninos e empurrá-los para lá. Actualmente, em Portugal também há uma grande campanha contra os partidos. Sou um democrata, lutei sempre pela democracia! Não conheço nenhuma democracia no mundo que não seja com os partidos. CP – É conhecido como o bota-abaixo dos ministros da Agricultura... AC – Não. Eu explico. Sou um homem que vive com algum encanto a natureza. Acho que Portugal tem grandes potencialidades nalgumas produções e que na agricultura nunca houve uma vontade. A integração na Política Agrícola Comum (PAC) foi um problema terrível; os agricultores achavam que não era a evolução deles e o conhecimento, mas os subsídios que tinham de suportar a agricultura. Hoje assistimos a quatro sectores que estão em grande evolução. Um é o do vinho, que nos últimos 15 anos, evoluiu bastante em qualidade (este ano vai ultrapassar os 800 milhões de euros em exportação). Depois é o azeite. Os espanhóis chegaram ao Alentejo e fizeram uma revolução, numa produção que éramos deficitários e devíamos ser grandes exportadores. Foi preciso virem cá os espanhóis para nos desenvolverem o sector. Depois são as hortícolas que também têm tido um grande desenvolvimento. Há ainda a questão das frutas, das quais devíamos ser os grandes exportadores e somos impor-

tadores. Nunca percebi por que é que [a agricultura] não se desenvolvia e passavam a vida a ajudar naquilo em que nós não temos vantagens comparativas e em que não podemos concorrer. Criou-se a ideia que o país não é capaz do ponto de vista agrícola, quando não é verdade. O país tem as suas próprias potencialidades e felizmente elas começam a vir agora ao de cima, mas andou-se anos a desperdiçar-se milhões com produções em que nós não podemos competir. Essas eram as minhas guerras. E ainda as faço, porque é inconcebível que se distribuam milhões a agricultores que não produzem nada. Alguns até vendem a terra e ficam com os subsídios. Os dinheiros era para os amigos, não era para a política do sector. A PAC tem vindo a mudar lentamente, mas continua a ser desfavorável para o país. Portugal devia ter uma linha de rumo bem definida, porque não é coincidente com os interesses dos outros. Somos um pequeno país, mas somos dos países mais ricos a nível mundial, da nossa dimensão que temos, na biodiversidade e ecossistemas. Temos uma pulverização de produções em que podemos ser altamente competitivos e em muitas delas em nichos de mercado e isso não se deu. Temos também um problema muito grave a Norte que nunca foi atacado que é o minifúndio. Hoje na agricultura a terra é uma coisa secundária; as tecnologias ligadas ao sector custam mais dinheiro do que a própria terra. CP – A tecnologia é que faz a diferença... AC – Mas para a aplicar é preciso ter um mínimo de dimensão. E a propriedade está abandonada e pulverizada. Não tem condições de ser aproveitada no Norte nem aqui no Centro. Já devia ter

É lamentável que não haja um imposto crescente sobre as terras abandonadas para as obrigar a entrar no mercado

CONTINUA


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António Campos

Hoje não há em Coimbra um movimento aglutinador de vontades CONTINUAÇÃO

havido legislação forte para concentrar a propriedade, principalmente a que está abandonada. As pessoas já nem sabem quais são as suas terras. É lamentável que não haja um imposto crescente sobre as terras abandonadas para as obrigar a entrar no mercado, o que permitia aos jovens serem agricultores e organizarem-se com uma estrutura e dimensão capazes de competir no mercado mundial. CP – Recorreu à tecnologia desde o início... AC – E ao conhecimento. Tinha um plano de vida e sempre um encanto: recuperar coisas que se perderam na minha região. Achava que o meu grande passatempo logo que me recordasse era recuperar isso. O ciclo da natureza não permite é que um cidadão da minha idade tenha muitas aspirações. Os ciclos são anuais, a natureza não é trabalhada em laboratório. No início tinha problemas com a maçã Bravo Esmolfe porque é muito sensível e a árvore era enorme. Tive de andar à procura de clones que estavam fora da região, que tinham feito mutações, e voltei-as a trazer para cá já com um pedúnculo grande para não caírem. Depois enxertei-as em porta-enxertos

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bem baixinhos para o pessoal passar e as puder apanhar. O único trabalho manual é a apanha. CP – Toda a produção é controlada... AC – Este ecossistema, entre o Caramulo e a Serra da Estrela, é único. O próprio frio elimina as pragas, pelo que temos custos de produção muito inferiores a outras zonas, e permitiu que a própria flora desenvolvesse variedades autóctones. Recolhi muitas variedades e depois mandei-as estudar do ponto de vista químico. Acredito que a agricultura de futuro não é a biológica, mas os alimentos funcionais; os que têm sabor e simultaneamente têm uma composição que permitem preservar a saúde pública. Este é o estilo de agricultura que trabalho aqui. As sociedades estão cada vez mais envelhecidas, pelo que a preservação da saúde pública é decisiva. O trabalho que foi feito com a Faculdade de Farmácia e a Universidade Nova, de Lisboa, confirmou que a Bravo Esmolfe actua sobre as células cancerígenas dos ratinhos. Agora estamos a fazer um acordo entre o Ministério da Agricultura e o da Saúde para que os resultados possam ser testados nas pessoas. E espero, a prazo, que algumas destas variedades regionais de

[em Coimbra] não há capacidade de reflexão e também não há vontade de organizar

grande riqueza, principalmente em anti-oxidantes, tenham um selo de recomendação de consumo público. Esse é o meu objectivo. Não trabalho para mim, mas para a região. A minha aspiração é que esta região tivesse alguns alimentos ligados à saúde pública, que fossem saborosos, mas que simultaneamente as pessoas estivessem a consumir com a noção exacta de que tinha efeitos na saúde. Esta é a agricultura de futuro e a que está em desenvolvimento nos EUA. CP – O foco está na prevenção... AC – É preciso retardar o aparecimento das doenças e isso passa muito pela qualidade dos alimentos. Criou-se um mito à volta da agricultura biológica, mas isso não faz sentido porque a tecnologia e o conhecimento evoluíram de tal maneira que se controlam os produtos de modo a que tenham um efeito nulo na saúde. Por outro lado, a questão alimentar vai ser um problema a médio e longo prazo no mundo. Somos 6,5 mil milhões de cidadãos, mas só 2 mil milhões se alimentam cabalmente; o resto vive com

fome ou miseravelmente. A grande revolução para os agricultores não é pedir subsídios; é lutar por uma justiça que permitisse que em vez de estar a trabalhar para 2 mil milhões estivesse a trabalhar para 6 mil milhões de pessoas. Essa é que era a grande revolução do mundo. Há a necessidade de preservar recursos, mas também de conhecimento que permita produções capazes de sustentar o crescimento do consumo. Só temos este planeta, com recursos cada vez mais limitados, pelo que precisamos de uma agricultura evoluída. No passado, as classes com menos conhecimento é que faziam agricultura; hoje se quisermos estar na agricultura com sucesso temos de ter alto conhecimento e isso cria uma nova forma de estar no sector alimentar. CP – Como encara a provável candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República? AC – Por norma, discuto essas coisas com o partido, por isso, a minha opinião é a do partido. Depois o empenhamento é que depende.

P E R F I L

Um rural perdido no mundo Após dois mandatos como deputado no Parlamento Europeu, em Bruxelas, o fundador do Partido Socialista António Campos regressou às origens, Oliveira do Hospital, para desenvolver um projecto completamente distinto: recuperar diversas espécies de fruta autóctone. A maçã Bravo Esmolfe foi a primeira, seguindo-se a produção de outras espécies, como seja a Malápio Fino da Beira e a Malápio da Serra, das quais, frisa em tom de gracejo, é o único produtor a nível mundial. O mais recente desafio que se propõe levar avante é encontrar uma pêra capaz de concorrer com a pêra Rocha. O que move o socialista não é o interesse económico, mas o enriquecimento da região, cedendo inclusivamente a outros produtores material genético. Para o socialista de 71 anos, o futuro da agricultura passa pelos produtos funcionais, sendo seu objectivo alcançar um selo de recomendação de consumo público. A investigação e tecnologia são aliadas preferenciais do produtor que trabalha para em prol de toda uma região. Verdade oficial: hoje o histórico socialista António Campos dedica-se à produção de maçãs em Oliveira do Hospital, onde nos recebeu Verdade material: hoje o histórico António Campos faz política a partir de Oliveira do Hospital e nos intervalos vai plantando umas macieiras

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A I N D A

“Tinha 16 ou 17 anos quando fui estudar para Coimbra, onde tirei o curso de Engenheiro Técnico Agrário. Ainda cheguei a dar aulas lá e depois na prisão, mas fui expulso pela PIDE. Mas foi a sorte grande. É o único agradecimento que tenho com o Salazar, porque entretanto fiz muita coisa na vida. Fui administrador de empresas e deputado muitos anos. Um cidadão como eu viveu metade da sua vida dentro da ditadura e outra metade fora. Tenho, de facto, duas vidas distintas.” “Comecei na Acção Socialista muito jovem. Ajudei a fundar o Partido Socialista e fiz todas as rebeldias que um jovem pode fazer, principalmente numa ânsia enorme de ser um cidadão livre.” “Sou um leitor compulsivo. Já tenho 70 anos, mas ainda não arranjei tempo para começar a ler romances. Acho que daqui a dois ou três anos ainda continuo nos ensaios. A minha vida é sempre de aprendizagem.” “Acho que para se acompanhar o mundo tem-se de ser muito polivalente. Portanto, vou acompanhando a minha área a nível mundial que é a agricultura, de que gosto bastante. Desde miúdo sempre estive ligado à natureza, mas também me considero um cidadão do mundo e procuro acompanhar a evolução do próprio mundo.” “A televisão é uma coisa que não me agrada. É frustrante. Só vejo os primeiros dez minutos dos telejornais. Começa sempre com um crime... aquilo não tem nada de criatividade. Continuo a deitar-me mt tarde, mas passo a minha noite de volta dos livrinhos, que são os meus maiores amigos.” “Fumar é o meu único vício. É um vício que procurei tirar duas vezes na minha vida, mas depois de deixar de fumar tive, nas duas vezes, graves problemas de saúde, por isso decidi que é melhor não correr o risco, para ver se sobrevivo mais alguns anos.” “Tenho mais horas de avião do que a maior parte dos pilotos. De carro ainda vou andando; de avião saturei-me.” “Tenho uma casa em Cascais, em S. João do Estoril que é mesmo encostado ao mar. Aqui levanto-me de manhã e tenho a serra do lado. Encanta-me mais a serra do que o mar. Sou muito mais serrano. Sou um rural perdido no mundo, que nunca perdeu a origem.” “O que me sabe bem, me consola e me torna feliz é a paisagem serrana. Sou um cidadão agarrado à raiz. Percorri, conheço e leio o mundo, mas, de facto, tenho um carinho muito especial por este cantinho.” “Às vezes, no paredão cruzávamo-nos [António Campos e Rebelo de Sousa] e conversávamos. Hoje não vale a pena perder muito tempo com uma classe dominante da política; já não há grandes criadores em Portugal.” “Hoje a profissão dos grandes comentadores não é criar, é dizer mal de tudo. Nunca me habituei a esse estilo. Sempre que me atirava contra uma coisa tinha a solução. Hoje está na moda em Portugal – desde o Vasco Pulido Valente aos Barretos e Medinas Carreiras – os profissionais de dizer mal, mas não ajudam o país a construir nada.” “Aquilo que é aliciante na vida é construir. Esta é uma cultura que se perdeu e que acho que faz muita falta a Portugal. Penso que o país hoje tem duas gerações distintas. Tem jovens brilhantes a ganharem prémios a nível mundial e depois tem os velhos, como eu, ou aqueles que estão ressaviados com a vida e não têm nível de ajudar o país.” “Estamos a criar uma elite e espero que essa geração de dizer mal desapareça rapidamente e essa outra tome conta do poder. Esses é que são os filhos do 25 de Abril; os outros são os ressabiados com o 25 de Abril. Espero ansiosamente que essa geração, esses filhos da liberdade, tome conta do país.”


POLÍTICA

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C O M E N T Á R I O

RUI AVELAR RUIDAVELAR@GMAIL.COM

Questões que o presidente do STJ tarda em clarificar Aludi a 03 de Dezembro de 2009, no “Campeão”, a enigmas ocultos com o rabo de fora, tendo posto várias questões acerca do caso “Face oculta”. Parte delas continuam sem respostas e algumas das existentes deixaram-me perplexo. Questionei, por exemplo, se o presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) estaria habilitado para agir como agiu acerca das escutas fortuitas a José Sócrates e se a eventual indiciação de Sócrates, sugerida por magistrados de Aveiro, visa o chefe do Governo ou o cidadão sem vestes de primeiro-ministro. Respostas a estas perguntas seriam muito importantes, porquanto cabe a um juiz da Secção Criminal do STJ a competência parta proceder à abertura de um processo em que pudesse vir a ser constituído arguido o chefe do Governo. É provável que José Sócrates não tenha cometido qualquer crime e que a gravação fortuita de conversas tidas com o seu amigo Armando Vara, banqueiro que esteve a ser alvo de escutas, não comporte indícios da existência de qualquer ilícito. Porém, posto isto, há o risco de cada vez mais portugueses duvidarem do que dizem e fazem o presidente do STJ, Noronha Nascimento, ou o procurador-geral da República, Fernando Pinto Monteiro, que optou por não interpor recurso acerca das decisões daquele juiz. Ora, além da consequência negativa que isso faz pairar sobre a Justiça, os políticos correm o risco de permanecerem sob suspeita mesmo quando são declarados inocentes (quer ilibados pelo sistema judiciário, quer absolvidos pelo sistema judicial).

Os políticos correm o risco de permanecerem sob suspeita mesmo quando são declarados inocentes Neste contexto, é incompreensível a censura feita pelo presidente do STJ à intervenção do juiz de Aveiro que autorizou as escutas a Vara onde figuram trocas de impressões entre ele e Sócrates. Como assinala o catedrático de Direito da Universidade de Coimbra Manuel Costa Andrade, em matéria de conhecimentos fortuitos (dimensão em que se inscreve o registo de palavras de Sócrates ao abrigo de escutas feitas a Vara), “nem os cidadãos comuns nem os titulares de órgãos de soberania gozam do potencial de garantia própria da intervenção prévia de um juiz de instrução criminal”. Por isso, sublinha aquele especialista em Direito Penal, “a utilização / valoração das escutas no contexto e a título de conhecimentos fortuitos não depende da prévia autorização de juiz de instrução”. De resto, a novidade trazida pela revisão do Código de Processo Penal (CPP) operada em 2007, em matéria de conferir competência ao presidente do STJ para autorizar escutas ao Chefe do Estado, ao presidente do Parlamento e ao primeiro-ministro, só se aplica quando haja indícios da ocorrência de crimes cometidos por aqueles titulares de órgãos de soberania à margem do exercício de funções. Como adverte o jurista Paulo Pinto de Albuquerque, “o presidente do STJ não tem competência para o efeito de validação de escutas em que o primeiro-ministro é um mero terceiro numa conversa”. Se assim não fosse, não haveria razão de ser para o teor do nº. 07 do artigo 187º. do CPP. Por fim, é igualmente incompreensível o precedente aberto que consistiu em tratar assuntos desta natureza ao abrigo de processos do foro administrativo.

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“Reforma de Coimbra” para o Código de Processo Penal

Perigo de reincidência poderá legitimar mais detenções R.A.

O perigo de continuação de actividade criminosa poderá passar a ser invocado para efectuar detenções fora de flagrante delito se for adoptada uma recomendação feita no âmbito da chamada “Reforma de Coimbra”, preparada por uma Comissão incumbida de preconizar alterações pontuais à legislação penal. A revisão a que foi sujeito, em 2007, o Código de Processo Penal (CPP) implicou assinaláveis restrições em matéria de detenções fora de flagrante delito ordenadas pela autoridade judiciária. Nos últimos dois anos, apenas em casos para que fosse admissível a mais severa das medidas de coacção o Ministério Público (MP) e os órgãos de polícia criminal podiam ordenar tal tipo de detenção alegando perigo de fuga. A recomendação agora feita ao Governo estabelece a possibilidade de se proceder a

detenções fora de flagrante delito, para casos a que seja possível aplicar prisão preventiva, desde que sejam invocadas razões para achar que se está perante o risco de continuação de actividade criminosa. O cenário de aplicação da mais severa das medidas de coacção (prisão preventiva) também será alargado caso a recomendação da “Reforma de Coimbra” seja aprovada, pela Assembleia da República, ao abrigo de uma proposta do Governo. A recomendação feita preconiza a aplicabilidade daquela medida quando houver fortes indícios de prática de crime doloso, correspondente a criminalidade violenta, sendo ampliado o conceito de tal criminalidade. A existência de fortes indícios de prática de crime doloso de ofensa à integridade física qualificada, de furto qualificado, dano qualificado, falsificação ou contrafacção de do-

cumento e atentado à segurança de transporte rodoviário também deverá permitir recorrer ao regime de prisão preventiva, desde que tais ilícitos sejam puníveis com pena de prisão de máximo superior a três anos. Para julgamento de actos de pequena e média criminalidade, a Comissão formada sob orientação do Governo sugere o incremento do processo sumário e do processo abreviado. Assim, a “Reforma de Coimbra” prevê que possam ser julgados em processo sumário os detidos em flagrante delito, nos termos dos artigos 255º. e 256º. do CPP, por crime punível com pena de prisão cujo limite máximo não seja superior a cinco anos, mesmo em caso de concurso de infracções. O julgamento em processo sumário também deverá ser possível para detidos em flagrante delito por crime punível com pena de prisão de limite superior a

cinco anos quando o MP, na acusação, entender que, em concreto, não deve ser aplicada pena de cadeia superior a cinco anos. O Ministério Público também poderá ver reforçada a sua competência em matéria de sujeição dos processos ao instituto do segredo de Justiça, sendo propósito da “Reforma de Coimbra” em nome do princípio do juiz das liberdades restringir as situações em que a função de autoridade judiciária é exercida por um magistrado judicial. A Comissão incumbida de recomendar alterações pontuais ao CPP era constituída por quatro juristas de Coimbra (Manuel Costa Andrade, professor universitário, Euclides Dâmaso, magistrado do MP, José Mouraz Lopes, juiz, e Alfredo Castanheira Neves, advogado) e por três de Lisboa (as docentes universitárias Fernanda Palma e Helena Morão e a magistrada do MP Francisca Van Dunem).

Advogado eleito para substituir Nunes da Silva

Paulo Almeida confiante no futuro do CDS/PP O presidente eleito da Comissão Política Distrital (CPD) de Coimbra do CDS/PP, Paulo Almeida, disse ao “Campeão” que, a partir de 2013, “dificilmente se repetirá o anúncio do fim” do partido. A investidura do advogado na liderança partidária de âmbito distrital, para o biénio 2011/12, está à mercê da decisão a tomar pelos órgãos jurisdicionais do CDS devido à impugnação do acto eleitoral realizado sábado com base na falta de mandatário da lista vencedora. Almeida foi eleito para substituir Carlos Nunes da Silva, cujo mandato cessante durou apenas um ano. O es-

crutínio indicou que quase dois em cada três votantes (65 por cento) optaram pelo jurista em detrimento do médico oftalmologista. Para Paulo Almeida, o CDS é um partido “à beira de se reencontrar com a sua História”, consistindo a respectiva missão em “permitir que, num sistema democrático pluralista, se exercite um humanismo personalista capaz de, num quadro de exigência de progresso, responder aos anseios de todos e de cada um dos portugueses”. “Existe uma janela de oportunidade que poderá impedir que vitórias nacionais do CDS nem sejam a prazo nem comprometidas com

alianças de sacrifício em prol de Portugal e dos portugueses”, alega o jurista assinalando que se refere, por exemplo, às eleições autárquicas de 2013. A fim de habilitar a CPD do CDS/Coimbra para os desafios que se avizinham, Almeida irá instituir um Conselho Consultivo de que farão parte, entre outras pessoas, António Figueiredo, Ferreira Ramos, Helena Mendes, João Aldeia, João Moura Alves, Jorge Morato, Nuno Correia da Silva e Sampaio Nora. Luís Providência, eleito para acumular uma das vicepresidências da referida CPD com a liderança concelhia co-

nimbricense do Partido Popular, declarou ao “Campeão” que considera “muito importante este sinal de apego ao futuro”. “Há condições para o CDS/Coimbra encetar um novo ciclo”, declarou o vereador, em cujo ponto de vista ficou demonstrado haver “formas de estar na política que não compensam”. Satisfeito com a “significativa manifestação de apoio” à lista encabeçada por Paulo Almeida, Luís Providência entende estarem reunidas condições para o CDS se afirmar nas eleições legislativas de 2013 e nas autárquicas do mesmo ano em vários concelhos do distrito de Coimbra.

Que ilações poder-se-ão tirar?

Rui Duarte sucede a João Portugal na JS Três em cada quatro delegados à próxima Convenção distrital da JS/Coimbra são afectos a Rui Duarte, que garantiu, assim, a qualidade de sucessor de João Portugal como líder daquela organização política. O desfecho do duelo eleitoral protagonizado por Duarte e Joel Vasconcelos, um

dos esteios da recente candidatura de Mário Ruivo à presidência da Federação conimbricense do Partido Socialista, surpreendeu pela vantagem alcançada pelo vencedor. Contudo, Joel Vasconcelos, outrora conotado com o PCP, congratula-se por ter sido possível a troca de ideias e a defesa de princípios.

Ex-presidente da Comissão Concelhia de Coimbra da Juventude Socialista, Rui Duarte, vereador na praça de 08 de Maio, conta com o apoio do actual líder daquela estrutura, André Oliveira. A poucos meses da eleição da futura Concelhia do PS/ Coimbra, os militantes socialistas questionam-se sobre o

tipo de ilações a tirar do triunfo de Rui Duarte, apoiante da potencial eleição de Carlos Cidade para suceder a Henrique Fernandes. A recente votação no seio da JS é, por outro lado, menos estimulante para Paulo Valério, opositor de Cidade na futura pugna eleitoral pela liderança concelhia conimbricense do Partido Socialista.


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ACTUALIDADE

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Iolanda Chaves

Códigos de 2007 serão alvo do saber da Escola de Coimbra

Castanheira Neves satisfeito com esperada alteração das leis penais A introdução de “alterações cirúrgicas” na legislação penal revista em 2007 promete ficar para a História como a “Reforma de Coimbra”, a cuja Escola de Direito pertence a maioria dos membros de uma Comissão formada pelo ministro da Justiça, Alberto Martins, ex-presidente da Associação Académica. GERALDO BARROS

Campeão das Províncias (CP) – Satisfazem-no as “alterações cirúrgicas” à legislação penal prometidas pelo ministro da Justiça, Alberto Martins, e preparadas por uma Comissão formada para o efeito? Alfredo Castanheira Neves (ACN) – As “alterações cirúrgicas” adoptadas PUBLICIDADE

pela Comissão que tive a honra de integrar correspondem, satisfatoriamente, ao resultado de uma discussão dialéctica intensa e respeitosa e ao desenvolvimento pragmático das conclusões do relatório do Observatório da Justiça. CP – Que papel teve na Comissão, constituída para habilitar o Governo a fazer uma proposta à Assembleia da República, e como foram encarados os contributos do dr. Alfredo Castanheira Neves tratando-se do único advogado com assento nela? ACN – Os contributos de todos os membros da Comissão foram vivamente analisados e discutidos com uma invulgar compreensão de quem tem visões segmentarmente definidas em função dos «vícios» profissionais. O facto de ser o único advogado da Comissão não me impediu de projectar na discussão e no consenso as teses ga-

rantisticas que preconizo. CP – Havia, também, um juiz, dois procuradores-gerais adjuntos e três professores universitários. Como correram as coisas, sabendo-se que competia ao advogado a defesa das teses do agrado dos arguidos e que os magistrados do Ministério Público terão tido, naturalmente, outros pontos de vista? ACN – O Senhor juiz desembargador dr. Mouraz Lopes e os senhores procuradores-gerais adjuntos dr. Euclides Dâmaso e drª. Francisca Van Dunem são juristas de eleição e magistrados de elevado gabarito. Por tal razão, com muita inteligência, contextualizaram as suas perspectivas, que convictamente sustentam, na projecção da dialéctica compaginante de soluções realísticas e satisfatórias. O Professor doutor Costa Andrade, a Professora doutora Fernanda Palma e a drª. Helena Morão, insignes docentes de Direito, iluminaram com a sua sabedoria a eficácia os trabalhos da Comissão. De salientar que a invul-

gar concretização da complexa tarefa da Comissão no prazo de seis semanas, concedido pelo Senhor ministro da Justiça, ficou a dever-se em grande parte à notável acção do excelentíssimo secretário da mesma, o Senhor procurador dr. Rui Baptista, e à excelentíssima adjunta do ministro Alberto Martins, a Senhora drª Inês Horta Pinto. Por último, mas não em último, é de elementar justiça destacar e enaltecer a subida inteligência e a elevação democrática com que o Senhor secretário de Estado da Justiça, dr. João Correia, presidiu à Comissão e se esforçou sabiamente pela convergência das divergências. “Soluções inovadoras”

CP – Desde Setembro de 2007 que havia assinaláveis obstáculos à detenção fora de flagrante delito ordenada pela autoridade judiciária. Em que medida contribuem para a superação do problema as propostas da Comissão formada pelo ministro Alberto Martins

Coube a Alfredo Castanheira Neves a defesa das teses garantísticas

e pelo secretário de Estado João Correia? ACN – Creio que a Comissão produziu propostas altamente interessantes, tendo em vista a superação das principiais dificuldades no tocante à detenção fora de flagrante delito, à prisão preventiva e ao segredo de Justiça, tendo idealizado soluções inovadoras no âmbito do processo sumário e do processo abreviado, sem esquecer a relevante problemática da alteração dos prazos do inquérito. Não me parece, porém, correcto antecipar as soluções adoptadas até o Senhor ministro da Justiça se pronunciar quanto às mesmas, sendo certo que a convergência conciliada das teses securitárias e das teses garantisticas resultou do esforço dialéctico de quem, afinal, só quer que a Justiça funcione bem.

CP – Que espera do Parlamento na fase de apreciação e votação da proposta? ACN – A única coisa que, sinceramente, espero é que o Parlamento confirme a unidade e a lógica do “produto final” da Comissão e o notável esforço, o apurado bom senso e o profundo empenhamento do Senhor ministro Alberto Martins e do Senhor secretário de Estado João Correia, estimados amigos e fantásticos dirigentes do movimento associativo e académico do final da década de 60 [do século XX], em Coimbra, os quais por si bem justificam que se fale agora, no tocante ao processo penal, da «Reforma de Coimbra», como exemplarmente a apelidou o «Campeão das Províncias». Eis a Académica de volta!

Assinada “Carta de intenções”

Universidades de Coimbra e Porto contra a fraude O Instituto de Direito Penal Económico e Europeu (IDPEE), da Faculdade de Direito de Coimbra, e o Observatório de Economia e Gestão de Fraude (OEGF), da Faculdade de Economia do Porto, acabam de assinar uma “Carta de intenções” em prol do desenvolvimento conjunto da investigação e formação académica. Tal cooperação privilegiará o contexto juridico-económico, na medida em que ambas as entidades realizam investigação em “áreas que se intersectam e complementam”, assumindo-se como agentes activos na organização de cursos de pós-graduações

José de Faria Costa (de pé) representou o IDPEE da Faculdade de Direito de Coimbra

cujo denominador é o estudo do impacto e consequências de actuações fraudulentas no âmbito económico. Ao intervir na cerimónia

de assinatura da “Carta de intenções”, o catedrático de Direito Penal José de Faria Costa, presidente do IDPEE, remeteu para uma “cumpli-

cidade frutuosa” a prosseguir pelas duas instituições. Carlos Gomes Pimenta subscreveu o documento na qualidade de presidente do Observatório de Economia e Gestão de Fraude. A troca de informações academicamente relevantes sobre actividades e projectos relacionados com o contexto da fraude e do Direito Penal nos cenários económico e europeu e a publicidade institucional, designadamente a atinente à divulgação das principais actividades de formação e a outras que venham a ser desenvolvidas, são outros dois aspectos a tratar pelo IDPEE e pelo OEGF.

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“DOIS DEDOS DE CONVERSA” com: Vítor Fernandes Administrador da M. COUTINHO

Domingo das 12 às 13 horas - Ouça em 96.2 ou www.radioregionalcentro.com


FIGURAS E FACTOS

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A S C E N S O R A

S U B I R

Sport Clube Conimbricense – Associativismo na sua forma mais pura e cultura desportiva surgem de mãos dadas quando se fala do Sport Club Conimbricense, colectividade sediada na “Baixa” da cidade de Coimbra, que celebra este ano um século de existência. O clube surgiu ainda com a Monarquia, a 3 de Fevereiro de 1910, mas trilhou o seu caminho ao lado da República, implantada a 5 de Outubro desse mesmo ano. Os desafios são hoje outros. O desporto pelo desporto, encarado como um activo social, faz do Sport Club Conimbricense um exemplo, pelo facto de os atletas não pagarem para praticarem as várias modalidades. A exigência e preocupação daqueles que, timonando esta colectividade, querem que ela continue a ser motivo de orgulho para a cidade de Coimbra, prende-se agora com a construção de um novo pavilhão, de forma a garantir todas as condições para a prática desportiva. Há um terreno prometido pela autarquia mas cuja doação ainda não se concretizou. Pela ocasião do centésimo aniversário, essa seria uma prenda merecida para o Sport Club Conimbricense. Portugal dos Pequenitos – É o parque temático mais antigo do país e, porventura, um dos mais antigos do mundo. Do imaginário do médico e filantropo Bissaya Barreto, cuja obra em vida permaneceu muito para além da sua morte, o Portugal dos Pequenitos, criado há 70 anos, em Coimbra, é ainda hoje um registo fiel e único do país, com os seus monumentos, casas regionais e edifícios mais marcantes. Sete décadas ao serviço da cultura, proporcionando momentos lúdicos a um impressionante número de visitantes, são assinaladas com a abertura ao público de uma réplica da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra, um dos muitos momentos que irá marcar as comemorações do aniversário. Augusto Mateus - O ex-ministro da Economia acaba de pôr o dedo na ferida em que consiste a maior parte dos campos de futebol criados ou reconstruídos para o Euro/2004. “Aqueles que não têm sustentabilidade financeira devem ser demolidos ou parcialmente demolidos”, defende o ex-governante, assinalando que o Estádio de Faro e Loulé “pode ser reconvertido num pavilhão”. De resto, os presidentes das câmaras municipais de Aveiro e Leiria já admitiram a demolição dos novos campos de futebol daquelas cidades. Para Mateus, “não faz sentido uma cidade com 40 000 habitantes ter um estádio com capacidade para 40 000 espectadores”. O concelho de Coimbra tem perto de 150 000 habitantes, mas a média de ida de público ao estádio do Calhabé é inferior a 5 000 pessoas por jogo. A

D E S C E R

Olegário Benquerença – No último jogo de futebol Benfica - Nacional, a contar para a Taça da Liga, coube ao árbitro levar à vitória a equipa da casa. São coisas que acontecem, dir-se-á. É verdade. Mas uma coisa é um resultado ser falseado por um erro fortuito da equipa de arbitragem, outra foi o que aconteceu no Estádio da Luz. Por indicação de um dos seus coadjutores, Olegário Benquerença anulou ao Nacional um golo limpo, sendo de estranhar que o auxiliar tenha visto adiantado um jogador do clube madeirense quando ele nem sequer estava em linha com o futebolista mais recuado da defesa encarnada. Como se não bastasse, Olegário fez vista grossa a uma falta para grande penalidade cometida por David Luís sobre um avançado do Nacional. Em três lances para expulsão, igualmente ignorados por Benquerença, a vantagem também sorriu à equipa da casa (dois futebolistas do Benfica e um do clube madeirense deviam ter ido tomar banho mais cedo). Com uma arbitragem do jaez da efectuada pela equipa de Olegário bastou ao Benfica marcar um tento para arrecadar três pontos. PUBLICIDADE

Madalena Carrito É tempo do país olhar para a gastronomia com outros olhos, defendendo este importante registo da identidade e da cultura portuguesa e preservando as suas tradições. Madalena Carrito, mordomo-mor da Confraria da Chanfana, de Vila Nova de Poiares, acaba de tomar posse para mais um mandato de três ano à frente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas. Vila Nova de Poiares, tendo como anfitrião o autarca e juiz da Confraria da Chanfana, acolheu a cerimónia onde todos, a uma só voz, reclamaram para a gastronomia o merecido lugar. Dez anos decorridos sobre a publicação do Conselho de Ministros, que considera esta forma de saber como parte integrante do património cultural português, Madalena Carrito quer que 2010 seja marcado pelo reconhecimento em termos culturais, com maior apoio às iniciativas relacionadas com o património gastronómico. António Gravato – O ex-director nacional para as Fileiras Florestais será o novo secretário executivo da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego. Natural da Figueira da Foz, António Gravato já exerceu os cargos de direcção na Circunscrição Florestal do Centro e na Direcção-Geral dos Serviços Florestais do Centro, tendo sido nomeado para director nacional para as Fileiras Florestais na vigência do anterior Governo liderado por José Sócrates, onde Jaime Silva tutelava a pasta da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas. António Gravato prepara-se para assumir funções na Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, que, recorde-se, tem contratualizado um pacote de cerca 70 milhões de euros referentes a candidaturas aprovadas no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional, através do Programa Operacional Regional Mais Centro. António Jorge Coelho – É o novo comandante operacional municipal da Protecção Civil de Condeixa, uma nomeação por despacho assinado pelo Presidente da Câmara Municipal, Jorge Bento, e que terá validade de um ano. António Jorge Coelho tem 32 anos e é técnico superior de Geografia, pertencendo aos quadros da Câmara Municipal de Condeixa. Trabalha ao serviço do Município há 10 anos, está à frente do Gabinete Técnico Florestal desde a sua criação e no Serviço de Protecção Civil há 5 anos. Segundo Carlos Branco, vereador com o pelouro da Protecção Civil, a aposta do comandante vai centrar-se, sobre-

tudo, nas acções de prevenção através de campanhas de sensibilização e informação: “Só com uma população esclarecida poderemos minorar o efeito das catástrofes e dos acidentes”, afirmou esperando que no ano de 2010 se continue a promover a cooperação entre os agentes. António Almeida Henriques – O presidente da Câmara de Comércio e Indústria do Centro – Centro Empresarial do Centro toma posse no próximo dia 21, na vicepresidência da Confederação da Indústria Portuguesa, presidida por António Saraiva. Para António Almeida Henriques, “o desfecho das eleições é positivo para a Região Centro, suas empresas e seu movimento associativo. Em primeiro lugar, a preocupação já manifestada de reforçar a defesa das empresas portuguesas e da melhoria das suas condições competitivas. Por outro lado a qualidade da equipa eleita e o reconhecimento do papel do movimento associativo da região Centro que ocupa uma das vice-presidências. Finalmente, pelo modelo de organização da cúpula associativa preconizado, capaz de garantir a representatividade de todo o movimento empresarial, com a legitimidade, transparência e espírito de colaboração que se exige”. “Zeca” reina no Carnaval da Mealhada – O actor Eriberto Leão, o Zeca da ttelenovela “Paraíso”, da Rede Globo, em exibição nas tardes da SIC, vai ser o rei do Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada de 2010. Para desfilar com Eriberto, no sambódro-

mo Luís Marques (Mealhada), nos dias 14 e 16 de Fevereiro, no papel de rainha, foi escolhida a jovem Melany Susana (Miss Finalista 2009), 18 anos de idade, estudante de Direito, natural de Anadia. A Câmara Municipal da Mealhada apoia a Associação do Carnaval da Bairrada, com 100.000 euros em dinheiro e na logística. Joana Ramos na Coreia do Sul – Joana Ramos, atleta de judo da Associação Cristã da Mocidade (ACM) de Coimbra, vai participar no Worl Masters que irá ocorrer na Coreia do Sul, no próximo sábado e domingo, dias 16 e 17. A participação neste prova é somente permitida aos melhores judocas mundiais e a pontuação obtida será superior à conseguida numa prova da Taça do Mundo, pelo que este poderá ser um passo para a qualificação para os Jogos de Londres 2012. No Masters de Suwon, na Coreia do Sul só participam os 16 melhores judocas do mundo, masculinos e femininos, por categoria de peso, com a atleta Joana Ramos (-52 kg) a representar Portugal. Os prémios monetários deste Masters são de 6 000 dólares para o primeiro lugar, de 4 000 para o segundo e de 2 000 para o terceiro lugar. Coimbra e a região Centro na BTL – A Turismo Centro de Portugal (TCP), presente na Bolsa de Turismo de Lisboa 2010 (BTL), lança hoje novas publicações com diversas propostas de visita temáticas, nomeadamente quatro novos guias “city breaks” (Aveiro, Viseu, Castelo Branco, e Figueira da Foz), a reedição actualizada de dois guias temáticos (Guia das Praias Fluviais e Oceânicas, Guia das Termas Saúde e Bem-estar) e ainda o Guia dos Eventos 2010. Nos dias destinados ao grande público (sexta-feira, sábado e domingo), e para além da componente gastronómica, o Stand TCP acolhe momentos de animação musical e etnográfica. Também a empresa municipal Turismo de Coimbra está a participar na BTL 2010 (pavilhão 2), até dia 17. O lançamento de uma nova brochura e o sorteio “Vá ao concerto dos U2 com a Turismo de Coimbra” são duas iniciativas que marcam a presença da empresa na maior feira de turismo realizada em Portugal.

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Miranda do Corvo aprova plano contra corrupção – A Câmara Municipal de Miranda do Corvo, aprovou o Plano de Gestão de Riscos de Corrupção e Infracções Conexas do município, cumprindo assim uma recomendação do Conselho de Prevenção da Corrupção, criado pela Assembleia da República em 2008. Este plano equaciona determinados riscos associados à gestão e funcionamento de serviços públicos e reúne um conjunto de procedimentos, regras e boas práticas com vista a uma gestão e funcionamento claros e transparentes. Formação: Actualização em Dependências – A Unidade de Desabituação de Coimbra, dirigida por João Curto, promove a formação de Actualização em Dependências - Encontro Científico sob a temática “O Cérebro e a Vontade”. Esta acção realiza-se nos dias 21 e 22 de Janeiro de 2010, no Auditório da Fundação Bissaya Barreto do Instituto Superior Bissaya Barreto - Campus do Conhecimento e da Cidadania, na Quinta dos Plátanos, Bencanta, em Coimbra. Concurso de Ideias na ADFP – Num concurso de projectos e ideias abertos aos colaboradores, amigos e população no geral, promovido pela Fundação ADFP de Miranda do Corvo, foram apresentados 16 projectos, de 21 autores. Analisados por um júri composto por técnicos, dirigentes da Fundação e presidida pelo vice-presidente, Quirino Dias São Miguel, os lugares cimeiros ficaram assim distribuídos: 1.º – “Corredor Solidário/Mobilidade para todos”, Carlos Marta; 2.º – “Eficiência Energética/ Ambiente Sustentável”, Gabriela Morais e 3.º – “Férias na Quinta”, Patrícia Fernandes. Foram atribuídas menções honrosas aos projectos: “Banco do Tempo”, José Crespo Carvalho e Francisco Ferreira; e “Museu do Doce e dos Licores”, Sofia Santos e Andreia Antunes. A todos os concorrentes a Fundação ADFP ofereceu bilhetes de cinema e oferta de despesa no restaurante Museu da Chanfana. Aos três primeiros classificados foram atribuídos pequenos prémios monetários.


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EMPRESAS & NEGÓCIOS

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Golden Broker – Sociedade Corretora

Crise não afasta clientes da bolsa

O canal televisivo Bloomberg está permanentemente ligado, os relógios com diversos fusos horários na parede (com o horário de Nova Iorque, Londres e Frankfurt) e os gráficos dos índices bolsistas em destaque nos ecrãs de computadores remetem para um ambiente típico de uma corretora financeira. E é! Conexa com o balcão da Portagem do Montepio Geral e junto ao Banco de Portugal, a agência Golden Broker – Sociedade Corretora assegura em Coimbra as mais diversas transacções bolsistas, tal qual sucede numa qualquer grande capital financeira. Graças a uma plataforma internacional especializada, a intermediária financeira dá, em tempo real, as mais diversas ordens de transacção e de subscrição de todos os produtos financeiros do mercado de capitais. “Temos acesso a todos mercados, desde o norte-americano ao asiático, e produtos, nomeadamente commodities, seja da área energética, metais preciosos, da indústria ou produtos agrícolas”, explica a gerente da agência de Coimbra, Ana Maria Pacheco. Sucedânea da corretora Fincor, esta agência tem centenas de clientes que buscam neste espa-

ço acompanhamento constante. “O que nos distingue de um banco é claramente o serviço personalizado. Os clientes podem negociar acções por telemóvel ou computador, mas não é isso que faz a diferença”, afirma a responsável, sublinhando que a volatilidade dos mercados não se compadece com amadorismo. “Em tempos conturbados, o importante é o aconselhamento e a gestão profissional, informada”. “Através da nossa plataforma, os clientes conseguem ter acesso em tempo real à sua carteira, mas quando querem dar uma ordem preferem ligar-nos e solicitar-nos a nossa opinião e dicas”, salienta, por sua vez, Rui Santos, reconhecendo que “somos das poucas correctoras que têm local fixo actualmente, dada a possibilidade de fazer tudo pela Internet (se bem que a taxa de sucesso é bem reduzida)”. Apesar da conjuntura económica, a sociedade está em plena expansão, tendo aberto no início do ano mais uma agência, desta feita em Leiria. “A ideia é a Golden Broker ser muito forte no centro do país”, conta a responsável, adiantando mesmo que a crise não afastou os investidores da bolsa. Registado no Banco de Portugal e na Comis-

Festa reabre sala Outro Mundo

Rui Santos, Ana Maria Pacheco e Gonçalo Rodrigues são os rostos da agência de Coimbra

são do Mercado de Valores Mobiliários, a corretora, confidenciam, também se ressentiu da crise, até porque, apesar do acompanhamento diário, o mercado tem “sempre um elevado grau de imprevisibilidade”. “Só quando determinados produtos têm um grau de probabilidade maior de evoluir é que investimos”, contam, sublinhando que no prazo de um ano a agência conseguiu recuperar das perdas iniciais. “Para se ser cliente de uma corretora há uma condição aconselhável: estabilidade emocional. Não se pode reagir a quente. O mercado premeia sempre. É uma questão de ter calma”. O dinheiro dos clien-

tes está sempre salvaguardado, porque, frisa Rui Santos, “quando depositamos o dinheiro num banco estamos a emprestá-lo ao banco, não é a nós. No caso do banco falir é accionado o fundo de protecção de investidores, porque o dinheiro é sempre do cliente; mesmo os títulos estão no nome do cliente. A nós paga-nos só o ser viço”. Outra vantagem de trabalhar com o mercado de capitais, nota a gerente, é a disponibilidade total do dinheiro: “Tal qual sucede com algumas aplicações e depósitos, disponibilizamos o capital em três dias no máximo. Para mim isto apaga logo 80 por cento do risco”. Esta actividade é in-

teressante não só para particulares como para empresas, acrescenta Ana Maria Pacheco, comentando que, durante um tempo determinado, “é preferível gerir a liquidez, do que o dinheiro estar parado no banco”. Sediado no Porto, o grupo é especializado ainda na gestão de património (de cariz mais conservador) e consultoria empresarial. Com capital 100 por cento português, a Golden Broker alargou recentemente actividade a Espanha e Angola. Não há mínimos para se investir na bolsa, mas o indicado, rematam, é a disponibilidade financeira rondar os 50.000 euros, “devido à diversificação do risco”.

Fucoli-Somepal e Águas de Coimbra, E. M.

UGT reconhece bons exemplos empresariais O presidente da UGT-Coimbra, Carlos Silva, e o secretário geral da UGT, João Proença, visitam amanhã a Fucoli-Somepal e a Águas de Coimbra, E. M., empresas que, segundo a central sindical, apesar de representarem sectores distintos, quer de actividades quer de personalida-

de jurídica, “têm em comum o facto de serem bem sucedidas na sua relação com os trabalhadores, no respeito pelos seus legítimos direitos e no fim a que se propõem”. Nesta deslocação a Coimbra, para além da visita às duas empresas, os líderes sindicais vão

Pingo Doce encara reforça da oferta A cadeia de supermercados Pingo Doce pondera abrir mais duas lojas em Coimbra, onde já possui quatro, apurou o “Campeão”. Locais das freguesias de Eiras e de Taveiro são os escolhidos para o efeito. Embora o Grupo Jerónimo Martins se tenha escusado a confirmar ou a negar a informação, a confirmação foi feita ao nosso Jornal por fontes autárquicas. As referidas quatro lojas do Pingo Doce funcionam na “Baixa” de Coimbra, em Celas, no Calhabé e na Portela do Mondego.

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B R E V E S

reunir com os conselhos de administração e almoçar nas instalações do Sindicato dos Bancários do Centro, estando agendada para o meio da tarde uma comunicação sobre esta acção. Ao reconhecer a importância destas duas empresas no tecido empresarial de Coimbra,

enquanto grandes empregadores, a estrutura sindical pretende “sublinhar o que de bom e de bem se faz no mercado de trabalho, de for ma a demonstrar que é esta postura positiva que, mesmo em tempos de crise, marcará a sua acção”. Apesar de o desemprego, o mal-estar soci-

al, os problemas laborais e a precaridade do trabalho continuarem a preocupar a UGT-Coimbra, a estrutura sindical considera que é importante “não esquecer ou passar ao lado do que se faz bem”, contribuindo estas visitas às duas empresas para reconhecer esse bom exemplo.

O DJ Gonzo, o modelo Afonso Vilela e a actriz Karina May, dos Morangos com Açúcar, foram as figuras em destaque na festa de reabertura da pista Outro Mundo, dos Três Pinheiros. Com decoração renovada, a sala ganhou uma nova disposição e ambiente, privilegiando o conforto. Os bares e uma zona VIP também são novidade. Com a primeira grande festa do ano de 2010, a sala inicia uma nova fase, pautada pelo dinamismo e pela organização constante de festas e eventos.

ParqueMondegorealizou concurso de Natal Inês Raquel Branco Ferreira Almeida foi a vencedora do concurso de Natal do Retail Parque Mondego, realizado no passado dia 6, às 17h30. A professora residente em Condeixaa-Velha ganhou 5.000 euros em compras no espaço comercial de Taveiro, verba que agora pode ao longo de um ano.

Auto-Sueco (Coimbra): 50 anos de sucesso O Grupo Empresarial Auto-Sueco (Coimbra), nascido em Abril de 1959, completou 50 anos no ano passado. Para comemorar a efeméride, acaba de editar um livro evocativo do qual constam dados importantes do evoluir da empresa que hoje se estende pelo país, Espanha e Estados Unidos. Trata-se de uma obra de elevado nível gráfico (superior qualidade mesmo), que, além de ilustrar a solidez actual do Grupo, está muito bem concebida e recheada de informação valiosa para a história da empresa e os tempos por ela vividos. Trata-se de um documento pelo qual se sentiria muito honrada a figura cimeira da AutoSueco (Coimbra) que ainda se não apagou da memória das pessoas, pela forma superiormente invulgar com que passeou a sua classe empresarial pelos palcos de uma Europa então há poucos anos saída de uma guerra devastadora: Ernesto Rodrigues Vieira.


SOCIEDADE

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Modernizar sem romper com o passado

Palestra logo à noite reflecte sobre este tema

Portugal dos Pequenitos faz 70 anos e quer atrair os meninos de agora

Direitos Humanos e UNESCO ligados à acção do Rotary Club

ZILDA MONTEIRO

O Portugal dos Pequenitos comemora este ano 70 anos, uma data que vai ser assinalada com um programa que pretende dar um maior dinamismo e projecção a este parque lúdico-pedagógico idealizado pelo professor Bissaya Barreto e projectado pelo arquitecto Cassiano Branco. Com um “capital afectivo único”, o Portugal dos Pequenitos continua a ser “uma referência da meninice de muitos portugueses”. São essas vivências e essas memórias que a Fundação Bissaya Barreto (FBB) pretende reavivar agora, com as comemorações dos 70 anos da criação deste espaço, idealizado especialmente para as crianças, mas que tem atraído pes-

soas de todas as idades, de todas as áreas do país e de várias partes do mundo. Inaugurado a 8 de Junho de 1940, o Portugal dos Pequenitos preparase agora para novos desafios. “É preciso modernizar e tocar as crianças e famílias de hoje, sem romper com o passado, com as memórias, histórias e afectos”, sublinhou Ivo Pimentel, assessor do Parque, durante a apresentação do programa de promoção e animação dos 70 anos do Portugal dos Pequenitos. Assim, continua, “numa altura em que as crianças e jovens se estão a habituar a novas atracções e tecnologias é importante criar outros motivos para que as pessoas queiram vir ao Portugal dos Pequenitos”.

Trazer as famílias ao parque durante todo o ano, principalmente aos fins-de-semana, é o grande desejo de Lúcia Monteiro, responsável pelo Portugal dos Pequenitos. Espera que o programa de animação torne este espaço ainda mais dinâmico, atractivo e moderno. Ao longo do ano, os visitantes terão possibilidade de conhecer, individualmente ou em visitas guiadas, o parque, percorrendo todo o vasto património que aí se encontra, desde as réplicas das casas tradicionais portuguesas aos monumentos que marcam a história do país e do Mundo. Podem conhecer também os museus do Traje e da Marinha; assistir a peças de teatro, a reconstituição de histórias e a momentos

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musicais; participar em vários ateliês e mostras etnográficas; entre outros eventos. Na primeira semana de cada mês, o Portugal dos Pequenitos vai abrir as portas à solidariedade, convidando as instituições a virem ao parque divulgar os seus trabalhos. A partir de agora, para além de um logótipo mais moderno, este parque lúdico pedagógico tem uma nova atracção, com a abertura ao público, de for ma per manente, da Sala dos Capelos, uma réplica perfeita da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra.

O jantar mensal do Rotary Club de Coimbra, esta quinta-feira, dia 14, às 20h30, no Hotel D. Inês, tem como tema “O movimento rotário, os Direitos do Homem e a criação da UNESCO”. A palestra da noite será proferida por Gonçalves Afonso, do Rotary Club de Santo Tirso, professor e advogado. Ligado ao movimento rotário desde 1980, foi autarca, pertenceu à administração de empresas, fez e faz parte de diversas associações. Na sua actividade de rotário, foi presidente do seu Clube (Santo Tirso) em 1989/1990, governador do Distrito 1970 em 1999/2000 e actualmente é membro da Comissão Regional de Rotary Foundation. O Rotary actua em muitas frentes e uma das não

muito conhecidas foi o seu importante papel – que ainda continua –, na afirmação dos Direitos do Homem, na criação da UNESCO e em outras organizações internacionais. Estando a promover este mês a consciencialização rotária, o tema chama a atenção para o papel que Rotary e os seus membros exerceram no domínio dos Direitos do Homem e em algumas organizações internacionais, nomeadamente na UNESCO. A sessão – jantar festivo, seguido da referida palestra de Gonçalves Afonso – é aberta a quem nela queira participar. Basta inscrever-se no jantar (custa 20,00 euros) para o Hotel D. Inês ou para António Brásio Gomes (telem. 963067093 ou e-mail gomesb123@netcabo.pt).

Anunciou o empresário, em Anadia

Joe Berardo cria museu nas caves da Aliança

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IOLANDA CHAVES

O comendador Joe Berardo anunciou em Anadia que vai criar nas caves da Aliança Vinhos de Portugal, em Sangalhos, o Aliança Underground Museum. Este espaço museológico, sonhado pelo empresário quando visitou as caves pela primeira vez, terá no seu acervo obras de arte africana, minerais e pedras preciosas, entre outras peças. Parte do espólio é proveniente do antigo hotel Estoril Sol, entretanto demolido. Impressionado com o número de pessoas presentes no Museu do Vinho, em Anadia, por ocasião da abertura de duas exposições – uma de gravuras do mestre Cargaleiro e outra de fotografia promovida pela Aliança -, o empresário sublinhou este facto e disse estar perante uma prova de que há interesse pela cultura fora de Lisboa e do Porto. Joe Berardo, um dos maiores coleccionadores do mundo de arte contemporânea, defende que se criem mais museus de arte, no interior do país, para que cada vez mais pessoas possam usufruir deste bem. Neste contexto aplaudiu a autarquia local pela ideia de ter criado o Museu do Vi-

Diogo Moreira, Joe Berardo e o mestre Cargaleiro no Museu do Vinho, em Anadia

nho e o facto de se tratar de um espaço com manutenção aparentemente pouco dispendiosa, um aspecto que na opinião do comendador nem sempre é acautelado. A Aliança Vinhos de Portugal, que agora pertence ao universo dos negócios do empresário madeirense, vive uma nova fase da sua história, desde logo visível na obra de beneficiação e modernização das suas instalações, em Sangalhos. A ligação que a empresa pretende fomentar com cultura e a arte está patente na exposição de fotografia, da autoria de Diogo Moreira. “Sangue e Corpo Di Vino - Vinho a Nu”, assim se intitula a exposição resultante de uma produção fotográfica sensual ,que teve lugar nas caves da carismática

empresa afamada pelo vinho espumante. Joe Berardo disse que apadrinhou o projecto do jovem fotógrafo de Aveiro no pressuposto de que “todos nós devemos ter uma oportunidade na vida”. Quem também registou o acolhimento por parte das muitas pessoas que estiveram presentes no Museu do Vinho, foi o mestre Cargaleiro, cuja obra gravada está exposta naquele local até ao dia 30 de Abril. O consagrado artista plástico português agradeceu aos presentes o carinho demonstrado e disse que, apesar dos seus 82 anos de idade, Anadia pode ver nele um novo amigo, pronto a colaborar. As duas exposições vão estar patentes até 30 de Abril próximo.


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Actividade empresarial voltada para servir o público

Associação caminha para 35 anos a servir a hotelaria e a restauração LUÍS SANTOS

São cerca de 2 000 estabelecimentos que se encontram representados na Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro (HRCentro), abrangendo uma centena de concelhos dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria, Santarém e Viseu. Ontem foi dia de aniversário, que marca o arranque para os 35 anos de vida associativa. No dia 13 de Janeiro de 1976 foram entregues para efeitos de depósito e publicação os estatutos da Associação dos Industriais de Hotelaria, Restaurantes e Similares do Centro aprovados em assembleia de fundadores realizada em 4 de Novembro de 1975, acabando os mesmos por ser publicados no Diário da República, II Série, N.º 89, de 14 de Abril. É a data de 13 de Janeiro que foi escolhida simbolicamente para assinalar o início da HRCentro, quer de facto, quer de direito, com a sessão de aniversário – o dia do associado – já marcada para o dia 28 do próximo mês de Fevereiro, em Ílhavo.

“Hoje são já poucos os homens que integram esse número restrito de fundadores e será aí, no almoço de associados, que serão mais uma vez recordados, pela sua abnegada luta, esforço e dedicação colocados solidariamente ao serviço do sector e de todos os empresários sediados na região Centro”, refere o secretário-geral da HRCentro. “É com esse mesmo espírito que comemoramos 34 anos de associativismo e que abraçamos o 35.º ano de vida com a mesma disponibilidade”, refere Sousa Martins, sublinhando que “quando os associados, em AssembleiaGeral, deliberaram que a associação não se deveria fundir com outra, não quiseram com isso afirmar qualquer política associativa de ‘orgulhosamente sós’, mas antes reafirmar essa força e essa dedicação que, à boa maneira beirã, teima em afirmar-se no reforço da sua identidade e das suas capacidades”. Para Sousa Martins, “é esse exemplo que se espera da associação e de todos os empresários da Região Centro, de uma união em torno da associação que se espera ver

Ter um cliente para sempre! A saúde é uma das preocupações da Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro (HRCentro), para que os clientes dos estabelecimen-

tos possam viver mais e melhor. Neste âmbito foi estabelecida uma parceria com a delegação Centro da Fundação Portuguesa de Cardiologia. Desta acção

resultou uma carta, a qual foi enviada para todos os associados, os quais a afixaram para que os consumidores possam seguir as saudáveis recomendações.

Sousa Martins, secretário-geral da HRCentro

conseguida”. “É esse reforço da HRCentro que almejamos, para que possamos encarar o futuro com a certeza de que este é um esforço que vale a pena”, acrescenta. Não esquecendo a actualidade, e por estarmos em início de ano, o secretário-geral da HRCentro refere: “é tempo, sempre, e, mais uma vez, de redobradamente nos prepararmos para um ano que se antevê difícil e que uma nova oportunidade de negócio, os eventos com os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, não vem de facto, por si só, atenuar”.

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Mensagem de José Pires, presidente da Direcção

Os órgãos sociais ASSEMBLEIA GERAL: Presidente – Camelo Hotel Indústrias Hoteleiras e Turísticas, SA, Grupo Lena, representada por Paulo Alexandre de Faria Fernandes, Hotel Eurosol Camelo (Seia);Secretário – Cacilda do Amaral Craveiro Correia, Pastelaria-Café A Pousadinha (Tentúgal, Montemor-o-Velho);Secretário – Edite Pereira Costa, Restaurante Estrelícia (Martingança, Alcobaça). DIRECÇÃO: Presidente – Conjunto Turístico Quinta dos Três Pinheiros, Ld.ª, representada por José Pires (Mealhada);Vice-presidente – Esteves & Martins, Ld.ª, representada por Mário da Silva Esteves, Restaurante Caçarola 2 (Figueira da Foz);Vice-presidente – Hotel Oslo, Ld.ª, representada por José Madeira Caetano, Hotel Oslo (Coimbra);Tesoureiro – Tavares dos Santos & R. da Silva, Ld.ª, representada por Fernando Rodrigues da Silva, Restaurante Snack-Bar Neptuno (Coimbra);Secretário – José Adelino da Costa, sucessores, Hospedaria Flor de Coimbra, representada por Eduardo Costa (Coimbra);Secretário – Fozesplanada, Exploração Hoteleira, Ld.ª, representada por Paula Costa Joaquim, Pensão Esplanada (Figueira da Foz);Vogal – Cândido Mourinho, Hotel Barra (Praia da Barra);Vogal – Dclor - Doçaria Conventual de Lorvão, Ld.ª, pastelaria O Mosteiro (Lorvão, Penacova);Vogal – Lunahotéis - Empreendimentos e Investimento Hoteleiro, SA, representada por João Manuel Vieira de Castro Ribeiro, Ílhavo Plaza Hotel (Ílhavo);Vogal – Hotel Ónix, Lda, representada por Nelson Fernando de Campos, Hotel Ónix (Viseu);Vogal – Churrascaria Tem-Tem, Sociedade Hoteleira, Lda., representada por Fabio Lima Vieira (Mealhada). CONSELHO FISCAL: Presidente – Gil Ventura dos Reis, Lda., representada por Gil Ventura dos Reis, Hotel Costa de Prata (Figueira da Foz);Vogal – Joaquim João Santos, Pensão Miramar (S. Pedro de Moel);Vogal – Pereira & Lebre, Lda, representada por Rogério dos Santos Pereira, Restaurante Brazão (Coimbra).

Um esforço pela qualidade Para o presidente da Direcção da Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro (HRCentro), “2009 foi mais um ano particularmente difícil para todos e, em especial, para aqueles que teimam em fazer dos seus estabelecimentos um exemplo de oferta de qualidade, representando de forma cada vez mais condigna, não apenas o sector do alojamento e da restauração e bebidas, mas igualmente uma região que tão maltratada e esquecida tem sido”. Segundo José Pires, que é também o proprietário da Quinta dos Três Pinheiros, na Mealhada, “2010 não parece vir a ser melhor, havendo mesmo indícios que nos le-

vam a crer virem a ser redobradas as dificuldades e os obstáculos com que se vão deparar as nossas empresas”. “A uma legislação cada vez pior e mais penalizadora para as empresas, não é difícil prever que se avizinha agora uma fiscalização mais intensa, pois urge satisfazer as necessidades do Estado”, considera o dirigente da HRCentro. De acordo com José Pires, “a associação tem procurado influenciar, com todos os meios que tem ao seu alcance, mais e melhores condições para o desenvolvimento da actividade”, mas “quantas das vezes sem sucesso, pela nossa condição de associação ‘provinciana’, fora

dos meandros do poder”. “Temos, porém, a consciência tranquila e encaramos o futuro com a esperança da força de todos quantos representamos e que aguardamos que solidariamente vão permitindo lutar pelo nosso sector de actividade”, acrescenta na mensagem de Boas-festas que dirigiu aos associados, esperando que “o ano novo traga essa esperança ainda maior de valorização e de cada vez melhor representarmos as seculares tradições beirãs de bem receber”. José Pires, nesta hora de aniversário, saúda toda a equipa da HRCentro, destacando o trabalho desempenhado ao longo de todos os

Para José Pires, presidente da Direcção da HRCentro, as empresas vão ter de enfrentar redobradas dificuldades

anos por António Martins, sem esquecer todas as Direcções, demais corpos sociais e, naturalmente, os associados.

Coimbra e Fátima com grandes acontecimentos

Iniciativas motivam comer, beber e dormir A Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro não está voltada apenas para dentro, mantendo-se sempre atenta ao que se passa na sociedade. “É que – conforme sublinha Sousa

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Martins – as actividades relacionadas com o comer, o beber e o dormir dependem de factores como a segurança, as acessibilidade e o nível de vida”. Os acontecimentos que motivem as pessoas são também muito importantes e, por isso, a HRCentro vê com bons olhos duas grandes iniciativas que irão ter a região Centro como palco. Uma delas será o duplo concerto dos U2, em Outubro, em Coimbra, a outra a visita do Papa Bento XVI ao santuário de Fátima, em Maio.

“Portugal e os portugueses vão estar em festa, mas é aos nossos colegas da restauração e da hotelaria de Fátima que dirigimos neste momento o nosso maior incentivo, ao mesmo tempo que nos congratulamos por esta visita permitir que mais uma vez possam mostrar a excelência da sua oferta e da qualidade da indústria hoteleira e da restauração da região Centro”, refere o secretário-geral da HRCentro. A Associação, consciente da maior importância da visita do Papa, não deixa de alertar

todos os industriais para “a necessidade da sua preparação e actualização, colocando-se à disposição para o que for achado por conveniente, e, desde já, manifestar a sua disponibilidade para que todos os estabelecimentos que o requeiram sejam visitados por uma equipa pluridisciplinar, tendo em vista a realização de uma auditoria e apresentação do respectivo relatório sobre todos os aspectos pertinentes ao seu funcionamento, para eventual correcção”.

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OPINIÃO

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Da “História do Futuro” de A. Vieira até ao “Portugal, que Futuro?” de M. Carreira 1 – Trezentos anos na vida de um qualquer país é muito tempo. Todavia, trezentos anos não deixa de corresponder (apenas) a meia dúzia de gerações. Em meia dúzia de gerações conseguimos - nós portugueses - passar da História do Futuro para o Portugal, que futuro? Da esperança, da ambição e da coragem passámos para o risco e o receio do nosso desaparecimento. Dizemno já - repetidas vezes, demasiadas vezes - Medina Carreira, José Gil, António Barreto, Adriano Moreira, por exemplo. Até já o insinua Eduardo Lourenço! A Restauração ocorreu há menos de quatrocentos anos. A expulsão dos Filipes tinha ocorrido há setenta anos quando em 1718 o padre António Vieira publicou aquela que é, por ventura, a sua obra mais ambiciosa e patriótica - a História do Futuro. O período histórico, político e social que então se vivia era muito penoso uma vez que o Reino se encontrava desapossado dos seus territórios ultramarinos e impunhase a sua recuperação urgente. Remontam a esse tempo aqueles que são dos mais corajosos e bravos momentos da nossa já longa História. O país estava endividado, as populações passavam muito mal, não

havia condições que sustentassem o grande esforço bélico que se impunha desenvolver, as nações «amigas» recusavam apoio económico e/ou financeiro. O padre A. Vieira encetara a pedido da coroa intensos e persistentes contactos diplomáticos ao longo da Europa, a fim de que esta nos concedesse os tão desejados empréstimos. Porem, a Europa, as suas monarquias, os seus banqueiros nada (ou quase nada) contribuíram nem para o nosso violentíssimo esforço de guerra de recuperação dos, então, nossos territórios; nem mesmo para fazer face às nossas mais elementares necessidades. São deste tempo as mais épicas, nobres e corajosas vitórias da nossa rica História. Lembro, por exemplo, as batalhas de Pernambuco contra os holandeses em que um exército exausto, pobre e mal equipado e constituído por índios, negros, brancos e mestiços de todas as condições e classes conseguiu desfeitear as tropas muito mais numerosas, bem nutridas e melhor equipadas do país das túlipas. Ainda hoje ali se comemoram com muita emoção e devoção a sangrenta batalha de Guararapes bem como as mulheres heroínas de Tejucupapo que sózinhas con-

seguiram vencer 600 soldados holandeses à custa de água fervente, varapaus e pimenta. Tudo isto e muito mais sucedeu há cerca de trezentos/quatrocentos anos. A nobreza e coragem daqueles nossos antepassados, actualmente tão esquecidos, foi de incomensurável relevância para o futuro imediato do país. 2 – Foi neste cenário de pobreza, de usurpação, de crises de autonomia e independência; mas de muita coragem e ambição que a História do Futuro foi publicada. Este livro é um libelo poético, místico, teológico ao amor a Portugal. Mas é também um projecto nacional grandioso e ambicioso. Na História do Futuro, António Vieira concebe e imagina uma Nação espiritualmente eterna, universal e forte. Baseando-se em textos bíblicos, na História pátria, nas profecias do Bandarra, nos exemplos dos nossos melhores Vieira concebe não uma utopia mas uma Nação realizável na Terra, aquilo a que Pinharanda Gomes haveria de chamar - ucronia. Com base no profeta Daniel que interpretara o sonho do imperador Nabucodonosor, Vieira profetiza a Nação portuguesa como o Quinto Império mundial, global; depois dos impérios assírio, persa, grego e ro-

mano. O Quinto Império seria (ou será) o português, o Império do espírito na Terra, o Império da Justiça universal, o Império das igualdades entre todos os povos e culturas. Há trezentos anos (ainda) foi assim! Portugal ambicionava (ainda) continuar a ser um dos grandes do Mundo; não obstante a ocupação, não obstante as traições, não obstante muitas cobardias, muitas invejas. Portugal ambicionava ser uma Nação espiritual mas também material que iluminasse o Mundo no sentido do Bem e da Justiça. A História do Futuro consubstancia a ambição, o risco, a viagem, o exemplo, a coragem, a Paz, o Amor, a Justiça, a Igualdade, o Espírito! 3 – Entretanto, conhecemos D. José I e o Marquês de Pombal, sofremos o terramoto, combatemos os invasores napoleónicos, degladiámo-nos intestinamente durante o século XIX e o princípio do XX, não resistimos ao Ultimatum inglês, fizemos uma República à força, renegámos alguns dos nossos melhores e esquecemos outros, desprezamos e subestimamos a nossa obra cultural e humana única, ímpar espalhada pelo Mundo. Abandonámos o Império. Muitas foram as esperanças frus-

CÉSAR TOMÉ AUGUSTAPERANGUSTA.CALT@GMAIL.COM

tradas, muitas foram as desilusões, as traições, as injustiças e as cobardias. Do Quinto Império ficou o nevoeiro e a bruma. Do Império criado em sofrimento, em dor, em sangue nada restou… a não ser a memória. O velho que na praia do Restelo observou e amaldiçoou a saída das naus, conseguiu, enfim, apaziguar os seus receios e medos. Mas regressámos… Em trezentos anos demitimo-nos da nossa coragem, do nosso sonho, da nossa ambição. Mas regressámos… 4 – E aqui chegámos… exauridos, gastos, descrentes, tristes… e pobres… Da História do Futuro chegámos agora ao Portugal, que futuro?; onde se faz o retrato das nossas incompetências, das nossas irresponsabilidades, das nossas cobardias, dos nossos medos, dos nossos egoísmos e onde se questiona já e outra vez o nosso futuro como País! Em seis gerações de portugueses

conseguimos desperdiçar o futuro. Em trezentos anos conseguimos tornar-monos, no entendimento de Adriano Moreira, num «País dispensável». Em pouco mais de meia dúzia de gerações passámos a ter «medo de existir» (José Gil) e encontramo-nos à beira da «irrelevância ou mesmo do desaparecimento» segundo o insuspeito António Barreto ( jornal i de 28/11/2009). Mas regressámos… Demos razão ao velho do Restelo! Mas regressámos… 5 – Ocorre-me relembrar neste momento histórico triste mas de crença no futuro Miguel de Unamuno que já numa crónica datada de Novembro de 1908 nos apelidava de «Povo suicida»! Valham-nos, todavia, S. Bernardo de Claraval e S. Teotónio - contemporâneos de D. Afonso Henriques para quem há quase mil anos Portugal seria já uma Nação eterna…

Há mais colaboracionistas à esquerda A esquerda tem o salutar hábito de se discutir e questionar. A direita tem o ancestral hábito de se governar. Quando nos confrontamos com uma, por todos reconhecida, grave crise económica - que já transbordou de forma dura para o campo social -, gerada no seio da actividade financeira, encontramos a esquerda a discutir e a equacionar soluções, mais ou menos pragmáticas e mais ou menos realistas, e a direita a traba-

FICHA TÉCNICA EDIÇÃO COIMBRA www.campeaoprovincias.com

lhar no silêncio. Numa análise concreta - sem demagogias, nem afirmações panfletárias -, o que se conhece nestes momentos de aflição, sofrimento, desemprego e destruição humana é que a bolsa tem excelentes resultados, os bancos excelentes resultados e as grandes empresas excelentes resultados. “Grandes gestores” são contratados a peso de ouro para salvar empresas, em que se limitam a aplicar as receitas salvífi-

cas que passam pelo cardápio tecnocrático do despedimento e da deslocalização em busca de maior produção com menores salários. Quantas empresas na aproveitaram a crise para, com os seus lucros fabulosos, despedirem trabalhadores qualificados de escalões mais elevados para depois contratar jovens de forma desregulada, garantindo com isso lucros imediatos e garantia de maiores lucros futuros?!

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A desvalorização do trabalho e a apologia da ganância têm sido os elementos estruturantes da visão accionista que governa as empresas e que tende a perpetuar-se, sem regulação capaz. A esquerda fala nisto, arranhado-se, contudo, num tacticismo confrangedor, e desgastando-se em mútuas acusações. A direita não, vai trabalhando, calada. Ninguém os ouve. Alguns dos seus “grandes teóricos” fizeram férias sabáticas no discurso pú-

JOÃO SILVA HTTP://BOMDIAMONDEGO.BLOGSPOT.COM/

blico mas vão utilizando as suas energias a trabalhar na recomposição acelerada da situação que nos trouxe ao actual descalabro. Neste quadro já de si

dramático o grande problema é que nas questões económicas, contrariamente ao que acontece com a direita, há mais colaboracionistas à esquerda.

750 (ext. 55, 56 e 57), Fax 239 497 759 | Sede/Redacção: Rua Adriano Lucas, 216 Az. D - Eiras 3020-430 Coimbra Director Comercial Carlos Gaspar | Directora de Marketing e Publicidade Adelaide Pinto 239 497 750 (ext. 27), adelaide.pinto@mail.telepac.pt |Paginação e Maquetagem Nuno Miguel Peres | Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A.; Rua Adriano Lucas, 3020-265 Coimbra | Distribuição VASP - Sociedade de Transportes e Distribuição, Lda. R. da Tascoa, n.º 16 - 4.º Piso, 2745-003 Queluz, Telef. 214 398 500, Fax 214 302 499 Registo SRIP sob o n.º 222567; ISSN: 0874 - 3622; ICS: 122568 | Depósito Legal n.º 127443/98 Preço de cada número 0,75\ Assinatura anual 29,93\ | Tiragem média: 9.000 exemplares


OPINIÃO

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Reflexões sobre a Freguesia de Botão (V)

O Clube Académico de Paço (CAP), in memoriam Devo reconhecer que na monografia da freguesia de Botão não dei a devida importância ao mais significativo e envolvente clube da freguesia, hoje desactivado por força das dívidas contraídas. Naquela publicação fiqueime por uma mera referência, pois tinha tanto com que me ocupar e revelar…! Nunca pensei que o destino pudesse ser tão cruel para com este clube, fundado por um grupo de amigos a 4 de Setembro de 1974, com escritura pública celebrada no 3.º Cartório da Secretária Notarial de Coimbra no 18 de Maio de 1976, pelos cidadãos Manuel Matos, Daniel Pereira da Silva, António Veiga Simões, António Diniz, Cassiano Manuel da Silva Pinto, Francisco de Matos Alves e Arsénio da Silva Pinto, todos residentes no lugar de Paço. Os estatutos da colectividade foram publi-

cados no DR Série III, N.º 158 do dia 8 de Julho de 1976. O CAP federou-se em 1976 na Associação de Futebol de Coimbra, foi uma filial da Associação Académica de Coimbra, foi reconhecido em 2000 como instituição de utilidade pública mas está hoje desactivado. Porém é (foi) detentor de um impressionante palmarés: campeão da II Divisão Distrital em 1977/78; da Divisão de Honra em 1994/ 1995; da I Divisão Distrital em 2000/2001 e com prestigiantes participações na III Divisão Nacional em 1988/89 (e não em 87/88 como por lapso escrevi no texto de 2002); 1993/94; 1995/96; e 1996/97. Alguns dos seus jogadores receberam ainda alguns prémios individuais. De facto o Paço já não existe como bastião futebolístico da zona Norte do Município de Coimbra. Á

Diríamos que… “a pedido de várias famílias”. E, decidimos! Consabidamente uma temática controversa. Que a “maioria de esquerda” no hemiciclo de S. Bento aprovou na transacta semana. O casamento entre pessoas do mesmo sexo. De facto, a Assembleia da República tinha competência para o fazer. Contudo, e pese a temática supra referenciada ter estado “inscrita” no programa eleitoral de vários partidos, foi, se bem nos lembramos, como que “escondida” aquando da campanha eleitoral para as legislativas. Vários são os especialistas que entendem que não havia necessidade de legislar “à pressa” . Sabemos bem que

existem notórias diferenças entre a instituição do casamento e da união de facto. Recordemos as mais relevantes. Quiçá o direito mais “apelativo” é o da herança. No primeiro, em caso de falecimento de um cônjuge, outro é herdeiro. No segundo, o parceiro não tem o direito de herdar. Por outro lado, no casamento o registo é automático, enquanto na união de facto, só produz efeitos após o decurso de dois anos. Quanto à adopção do apelido, no primeiro é facultativo, sendo que é interdito no segundo caso. No que concerne a eventuais dívidas, no casamento a responsabilidade é partilhada pelo casal, mas na união de facto aquela é de quem a contraiu. Relativamente ao

semelhança dos seus rivais de zona, Pedrulhense, Eirense ou Souselas, foi vergado pelo peso da ambição dos seus dirigentes, pela profissionalização, pela falta de apoios. Como é do conhecimento dos entendidos, hoje o futebol amador é uma sombra do que foi, e a história desta realidade está ainda em grande parte por contar. Clubes nascidos da turbulência trazida pelos primeiros tempos da Democracia, onde novos protagonistas quiseram fundar novas associações mais livres e acessíveis, arrumando com os antigos, desgastados e controlados grupos recreativos, enraizados durante o Estado Novo pelas freguesias deste país. Os novos clubes, orientados para a prática desportiva, quiseram assim captar a atenção de muita malta jovem que olhava o futuro com

incerteza resgatando-a de maus caminhos e infortúnios. Resta-nos, assim, a memória do que foi o Paço, o CAP. As minhas remetem-me para os anos 80 e parte dos de 90, quando meu pai foi ali jogador proeminente (e mais tarde dirigente), um avançado dono de um senhor “coice”, cujo paralelo encontraria mais tarde no jogador Isaías, ou seja; ou entra a bola, ou entra a bola e o guarda-redes pela baliza dentro, ou pelo caminho acertava nalgum desgraçado defesa que ficava KO por instantes ou, na última das hipóteses, a bola saía do terreno a mais de 100 km/h quando o chuto era dificultado pelos acidentes do jogo. Recordo-me bem, por essa altura, do peso que tinham na equipa os irmãos Matos, ficando-me para sempre na retina a elegância e lealdade no

JOÃO PINHO *

jogar do “Manhiça”, ou das defesas espantosas do novato “Damas”, mais tarde promovido a ponta esquerdo de fino recorte. Se o velho e abandonado Campo do Murtal falasse, diria que tem saudades do tempo em que as pessoas se reuniam no improvisado b a r, d a a s s i s t ê n c i a imensa abrigada à sombra de pinhais e eucaliptos, dos refrigerantes, cervejas e pevides que acalmavam os nervos e poupavam as unhas, do calor humano ali gerado, do sentimento qua-

se inexprimível por um clube e uma terra. Serve isto para dizer que o município de Coimbra perdeu imenso com a saída de cena destes clubes, agregadores de gente, de sentimentos, de história e “estórias”. Tenho a plena consciência que se juntássemos numa só equipa os melhores jogadores que passaram por estes clubes faríamos uma selecção de Portugal tão boa, ou melhor, do que aquela que actualmente nos arrebata o coração!

(*) Historiador

“Gay after…!” acesso à pensão de alimentos por falecimento de um cônjuge é automático no instituto do casamento, o que sendo possível na união de facto, praticamente, não funciona. No que se refere à pensão de alimentos em caso de divórcio, a mesma é devida no casamento, não se verificando na união de facto. Em nossa opinião a linha que “presidiu” à alteração da implementação do casamento de pessoas do mesmo sexo é a responsável desta situação muito dúbia em matéria constitucional e que irá “dar pano para mangas”. Os social democratas defenderam uma “união civil registada”. A solução de separar o casamento entre heterossexuais e

homossexuais seria, eventualmente, outra solução. No entanto a solução adoptada foi, manifestamente, diferente. Equiparou-se a instituição do casamento heterossexual com a do homossexual. O legislador entendeu alterar três artigos que alteram o Código Civil. Mas não só! Faz um artigo, na lei, fora do Código Civil, referindo que a adopção não se aplica naquela. Estamos certos que o Tribunal Constitucional vai ter muito que “desbravar”. E, “não havia necessidade” ! No mundo, apenas existe em oito países um regime de casamento como o que, agora, foi votado na Assembleia da República. A Holanda foi a “pioneira”. Decorria o ano de 2000. A Bélgica em

PEDRO SOUSA LOPES

2003 e os restantes no decurso de 2005. Existem, ainda, dezasseis países onde a lei que os rege nesta matéria é idêntica à proposta apresentada pelos social democratas. Estamos, plenamente, convictos que a questão da adopção vai ser uma matéria assaz polémica. Por força de uma lei, que segundo vários especialistas, careceria de maior rigor. E, concretizamos! Porque razão, sendo o casamento hetero ou homossexual, tratados de igual forma, em matéria de adopção o casal homossexual não pode ter acesso?

Independentemente de se estar de acordo ou não, todos temos direito à “orientação sexual” que escolhemos. Também é indesmentível que todos são – permitam o termo – produto da relação de um homem e de uma mulher! “Desvios comportamentais”? Tem a palavra a ciência médica. E, permitam! Sem pôr em causa a decisão na A.R., como acima referimos. Quem tem medo de um Referendo? REGISTO: O Campeonato Africano de Futebol, em Angola!


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As dificuldades colocadas pelas câmaras municipais, nomeadamente pelo longo prazo sem resposta, assim como ao nível da “máquina” das estruturas do Estado são apontadas pelo empresário Álvaro Pereira como entraves ao investimento industrial. “A situação de crise é importante, mas os poderes instituídos também não ajudam”, referiu o presidente do Conselho de Administração da Fucoli/Somepal no programa “Dois dedos de conversa”, realizado na Góis Joalheiro e transmitido, domingo, na Rádio Regional do Centro (96.2 FM). Para Álvaro Pereira, o encerramento de cerca de 150 empresas industriais em Coimbra, nos últimos anos, “era inevitável, em face de não haver espaço para

competir salarialmente com outros países, como a China, a Índia, a Tunísia ou a Ucrânia”. Ao nível das suas unidades industriais metalúrgicas, o empresário queixa-se dos que em Portugal preferem comprar ao estrangeiro, preterindo os produtos produzidos no nosso país. “As nossas tampas de saneamento são das melhores do mundo e muitas das que estão em muitos países, como por exemplo nos EUA, não passavam no nosso controlo de qualidade”, referiu. Álvaro Pereira salientou que a Fucoli está certificada em termos ambientais, sendo hoje uma “empresa limpa” com um investimento de 2,5 milhões de euros aplicados na substituição dos fornos a carvão por outros totalmente eléctricos. A Fucoli, que fabrica artigos para água e sanea-

Para Álvaro Pereira, o Clube de Empresários de Coimbra encontra-se “à beira da desgraça final”

mento, dos quais 30 por cento são para exportação, produz 60 toneladas diárias de ferro, a que se juntam mais seis toneladas da Somepal, na Pampilhosa (Mealhada). Para o sucesso das empresas, Álvaro Pereira deu conta que o segredo está “em muito trabalho e sacrifício, retirando apenas a

mais-valia, porque o grosso do dinheiro é dos fornecedores, dos trabalhadores e dos impostos”. Sobre a sua participação activa em várias entidades de Coimbra, refere estar “retirado e afastado, por opção própria”, prognosticando, nomeadamente, que o Clube de Empresários se encontra “à beira da desgraça final”.

5.ª fase do Modcom apresentada em Cantanhede

20 milhões para modernizar o comércio Dos 20 milhões euros atribuídos para o Sistema de Incentivo a Projectos de Modernização do Comércio (Modcom), 3,1 milhões de euros estão destinados à zona Centro do país. O período de candidaturas àquela que é a 5.ª fase do programa de modernização do

comércio arrancou na última sexta-feira, 8 de Janeiro, e vai prolongar-se até ao próximo dia 12 de Março. Entre os sectores de actividade considerados estão os vendedores ambulantes, o comércio de ourivesaria/ relógios, vestuário, calçado, flores, tapetes, artigos para

o lar, supermercados, material de escritório, papelarias, bricolage, matérias de construção, ferragens, tintas e vernizes, electrodomésticos, produtos médicos e ortopédicos, produtos hortícolas e frutas, entre outros. Esta fase do Modcom foi apresentada pela Asso-

ciação Empresarial de Cantanhede, com o presidente da Direcção, Luís Roque, a considerar que estes apoios “chegam em boa altura” e a salientar que “é importante esta medida ser aproveitada e, mais ainda, não deixar a candidatura para o último dia”.


PASSATEMPOS

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PALAVRAS CRUZADAS – Problema n.º 154 Tema de hoje – MULHERES (nomes com 5 letras)

HORIZONTAIS 1 – Mulher. Embarcação. Mulher. 2 – Léu. Mulher. Circunferência. 3 – Nome próprio feminino. Mulher. Prefixo que exprime a ideia de metade. 4 – Sinónimo (abr). Nome de letra grega. Piedade. Juventude Operária Católica (abr). 5 – Caracol. Colore. 6 – Fúria. Honre. 7 – Ferra. Bico da verruma. Mulher. 8 – Barco de pesca usado em Setúbal. Mulher. 11 – Conjunto de ramos de uma árvore. Partida. Coisa agradável no meio de muitas que o não são. VERTICAIS 1 – Mulher. Abismo. 2 – Prejudicial. 3 – Mulher. Região Autónoma da Madeira (abr). 4 – Porcos. Mulher. 5 – Verdadeira. 6 – Belga. 7 – Despidos. Autor. 8 – Associação Internacional dos Trabalhadores (abr). 9 – Empregue. Flanco. 10 – Fatigante. 11 – Um indivíduo qualquer. 12 – Entusiasmo. Mulher. 13 – Anaco. Marhavas. 14 – Pavores. 15 – Mulher. Gemidos.

LEIA O PROVÉRBIO

Percorrendo todo o tabuleiro, sempre para o lado, para cima ou para baixo – nunca em diagonal – e começando na casa /1 para terminar na /2, encontrar-seà um provérbio popular português. PRÉMIOS – Obra literária, oferta da PORTO EDITORA; prémio surpresa, oferta de ÁGUIA; e, no final do mês, mais um prémio especial – “Teatro Nacional de S. João”, valiosa obra ilustrada e encadernada, edição e oferta da PORTO EDITORA. PRAZO PARA REMESSA DE SOLUÇÕES – Até ao dia 15 do próximo mês. ENVIO DE SOLUÇÕES – Ernesto Lopes Nunes, Beco dos Unidos, n.º 3, Espadaneira, 3045 – 162 Coimbra. PREMIADOS Passatempos n.º 146: Maria do Rosário Martins, de Tomar, com livro da PORTO EDITORA; e Francisco José da Costa Ferreira, de Coimbra, com prémio surpresa, oferta de ÁGUIA.

ENIGMA FIGURADO

Interpretando correctamente todos os símbolos e operações apresentadas, encontrar-se-à uma conhecida expressão popular.

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PROBLEMA N.º 154/A

HORIZONTAIS 1 – Acontecimento. Concluir. 2 – Bem. Taça usada nos sacrifícios, nos tempos antigos. 3 – Estendal. Família. 4 – Símbolo de prata. Explicar como professor. Deixa de funcionar. 5 – Apologia. Enxutos. 6 – Epiglote. Doador. Rapaz. 7 – Ensejos. Textualmente. 8 – Puxar para cima. Vida. Deste lado. 9 – Matemática (abr). Cerimónias. 10 – Colar-se. Homem de pequena estatura. 11 – Latino. Patrões. VERTICAIS 1 – Solípede. Adorar. 2 – Entranhas. Face. 3 – Senhor. Despachem. 4 – Verbal. Entregar. Símbolo de rádio. 5 – Maltratar. Símbolo de minuto. 6 – Área Protegida (abr). Ciladas. Nome de letra grega. 7 – Mosteiro. Remendar. 8 – Símbolo de ástato. Dispor. Valiosa. 9 – Lindas. Qualidade sonora. 10 – Lavrar. Marco geodésico, no cimo de um monte. 11 – Extraordinário. Casualidades.

SOLUÇÕES Palavras Cruzadas – Problema n.º 146: Horizontais – 1 – ananás, o, flores. 2 – noz, Pauleta, oro. 3 – gm, cá, mar, ra, ir. 4 – remo, h, f, pico. 5 – ás, rio, ano, nós. 6 – Ovar, íris. 7 – mimo, tripa, AILP. 8 – ACG, cautela, aer. 9 – leite, mas, verde. Verticais – 1 – Angra, mal. 2 – nomes, ice. 3 – az, m, OMGI. 4 – n, Corvo, t. 5 – apa, ia, ce. 6 – sa, Horta. 7 – um, rum. 8 – ola, ita. 9 – er, pés. 10 – ft, Faial. 11 – lar, nr, av. 12 – o, apoia, e. 13 – ro, i, siar. 14 – Erico, LED. 15 – soros, pré. Problema n.º 146/A: Horizontais – 1 – preito, ópio. 2 – léu, acaso, bn. 3 – au, abao, tr. 4 – n, s, uso, aia. 5 – três, oliva. 6 – a, or, adi, a. 7 – valor, adem. 8 – vir, ser, o, o. 9 – al, bazar, al. 10 – l, pesar, ata. 11 – atem, raízes. Verticais – 1 – planta, vala. 2 – réu, r, vil, t. 3 – eu, secar, pé. 4 – i, a, sol, bem. 5 – tabu, rosas. 6 – ocaso, rezar. 7 – acolá, rara. 8 – oso, ida, r, i. 9 – pó, ávido, az. 10 – i, tia, e, até. 11 – obra, amolas. Seis palavras relacionadas com Açores: Terceira, Capelinhos, férias, vacas, queijo, pastos. Enigma figurado: O açor e o falcão na mão.

AMBIENTE

Treze locais de Coimbra são candidatos a “7 Maravilhas Naturais de Portugal” Treze espaços do distrito de Coimbra figuram na longa lista de locais candidatos a “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Dos 323 locais validados a nível nacional, o Centro é a região mais representada, com 69 propostas. Os locais submetidos à primeira fase do concurso no distrito de Coimbra são: Fraga da Pena (Arganil), Serra do Açor (Arganil), Rio Mondego (Coimbra), Paul de Arzila (Condeixa), Falésias do Cabo Mondego (Figueira da Foz), Montes de Santa Olaia e Ferrestelo

(Figueira da Foz), Penedos de Góis (Góis), Vale do Ceira (Góis), Meandros do Zêzere (Pampilhosa da Serra), Livraria do Mondego (Penacova), Pedra da Ferida (Penela), Sistema Espeleológico do Dueça (Penela) e Rio Alva/Moura Morta (Vila Nova de Poaires). O concurso integra sete categorias: Zonas Marinhas, Zonas Aquáticas Não Marinhas, Grutas e Cavernas, Praias e Falésias, Florestas e Matas, Grandes Relevos e Áreas Protegidas. Apresentação da longa lista de candidatos decorreu

a 7 de Janeiro no Pestana Palace Hotel e contou nomeadamente com a presença de Tito Rosa (presidente do ICNB), Carlos Teixeira (vice-presidente LPN), Francisco Ferreira (vice-presidente Quercus), Nuno Domingues (director executivo do GEOTA) e Gonçalo Pereira (director executivo da National Geographic Portugal). “O nosso país tem um património natural muito valioso e variado, que é frequentemente esquecido ou desvalorizado. Pô-lo em evidência através das “7

Maravilhas Naturais de Portugal®” é especialmente oportuno, no contexto do Ano Internacional da Biodiversidade em curso”, afirmou na apresentação o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa. “Consciencializar os portugueses para a preservação do meio ambiente e do património natural é o nosso grande objectivo. O primeiro passo está dado e acreditamos que a partir daqui o envolvimento das pessoas será ainda maior. Cuidar das belezas naturais do nosso país vai ser uma

prioridade de todos em 2010”, acrescentou o comissário para as “7 Maravilhas Naturais de Portugal”, António Vitorino. A próxima fase do projecto consiste na criação de um painel de 77 especialistas, representantes das várias áreas científicas e com representatividade geográfica nacional, para chegar a uma lista de 77 locais naturais pré-finalistas, que serão conhecidos a 7 de Fevereiro. Posteriormente um painel de 21 personalidades irá escolher as 21 maravilhas finalistas, as quais

serão apresentadas para votação pública a 7 de Março de 2010. Nesta lista de 21 maravilhas finalistas há a preocupação de, no mínimo, constar um finalista de cada uma das sete regiões do país: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. Auditada pela PricewaterhouseCoopers, a votação termina a 7 de Setembro de 2010, sendo que as “7 Maravilhas Naturais de Portugal” serão conhecidas no mesmo mês.


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DESPORTO

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Palpitando

Académica pode travar o líder É grande a probabilidade de a Académica poder ser a primeira equipa a travar o líder da Liga principal de futebol, no início desta segunda volta do campeonato, segundo os vaticínios dos elementos deste painel de prognósti-

PALPITANDO

cos. Com o Benfica a ter uma deslocação difícil à Madeira, o Braga pode, também, perder pontos em Coimbra, no próximo domingo, onde a Briosa recebe a equipa sensação da primeira volta, treinada pelo seu anterior técnico.

JOSÉ ALBERTO COELHO

FRANCISCO ANDRADE

Em relação à anterior jornada destaca-se que, à excepção da presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Fátima Ramos, todos acertaram nas vitórias da Académica sobre a Naval (2-0), do Sporting ao receber o Leixões (1-0)

MÁRIO CAMPOS

ÁLVARO AMARO

e do Benfica na visita ao Rio Ave (0-1). Os falhanços foram ao nível dos golos, com o presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, a evidenciar-se ao ser o único a acertar dois resultados. Em evidência esteve também o

JOSÉ M. CANAVARRO

CARLOS ENCARNAÇÃO

JOSÉ M. PUREZA

presidente da Câmara de Gouveia, Álvaro Amaro, que subiu ao pódio. O calendário da 16.ª jornada é o seguinte: sábado, dia 16 – OlhanenseNaval, às 16h00, Guimarães-Setúbal, 17h00 (SportTv), Porto-Paços de Ferrei-

MÁRIO NOGUEIRA

FÁTIMA RAMOS

HELENA FREITAS

ra, às 19h15 (SportTv), Sporting-Nacional, às 21h15 (RTP1); domingo, dia 17 – Belenenses-Leixões, às 15h00, Rio AveLeiria, às 16h00, Académica-Braga, às 18h00 (SportTv), Marítimo-Benfica, às 20h15 (SportTv).

MIGUEL CORREIA

MARTA BRINCA

ACADÉMICA X SP BRAGA

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OLHANENSE X NAVAL

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MARÍTIMO X SL BENFICA

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PONTOS

Natação

Náutico/Matobra venceu em Torres Novas O Clube Náutico Académico/Matobra venceu a quarta edição da Taça Cidade de Torres Novas, competição que reuniu mais de duas centenas de atletas em representação de catorze equipas. Apesar de se apresentar desfalcado de três dos seus melhores atletas (Miguel Oliveira, Maria Miguel e Gabriela Andrade) por se encontrarem envolvidos em estágios das selecções nacionais, o domínio do Náutico/Matobra foi avassalador, como pode ser atestado pelas 19 vitórias obtidas nas trinta provas do programa. A equipa conseguiu ainda obter 12 segundos e oito terceiros lugares, somando assim um total de 39 subidas ao pódio. Individualmente o destaque vai por inteiro para Maria Inês Ribeiro, que venceu as quatro provas em que competiu com excelentes marcas

para o momento da época em que nos encontramos, mas também por ter conseguido outras tantas vitórias como elemento das quatro equipas de estafeta do clube. Destaque ainda para Jorge Mendes que venceu o troféu destinado ao melhor atleta masculino da competição, tendo Rui Fonseca ter minado na terceira posição, enquanto no sector feminino Carolina Martins foi segunda e Maria Inês Ribeiro terceira, na classificação destinada a premiar as melhores marcas femininas da competição. Com vitórias individuais estiveram ainda os atletas Adriana Lopes, Pedro Conde e João Viola, merecendo uma palavra de destaque as prestações realizadas pela jovem Maria Inês Almeida (juvenil), que obteve novos recordes pessoais em todas as provas em que competiu.

Possível evento a realizar no âmbito das comemorações dos 100 anos

Sport Club Conimbrincense quer figurar no Guiness IOLANDA CHAVES

O Sport Club Conimbricense, colectividade sedeada na Baixa de Coimbra, no Pavilhão da Palmeira (próximo do Terreiro da Erva) celebra este ano 100 anos de actividade ininterrupta. Nasceu ainda com a Monarquia, a 3 de Fevereiro de 1910, e prosseguiu caminho lado a lado com a República, implantada a 5 de Outubro. O programa comemorativo não está ainda completo, estando a ditrecção ainda a trabalhar nesse sentido e a ponderar um evento que projecte a colectividade para o exterior. O presidente, Carlos Ferreira, admite a realização de uma iniciativa para figurar no livro de recordes Guiness. No mínimo, será feito “algo que dê nas vistas”. Para já, nos próximos dias 30 e 31, está calendarizado o primeiro estágio da selecção nacional de karaté, uma das modalidades desportivas que o clube promove, e dia 3 de Fevereiro realiza-se a gala de aniver-

sário, em que serão homenageadas figuras relevantes para a instituição. Em Novembro ou Dezembro, será lançado o livro evocativo do primeiro centenário. Ao longo do ano, realizar-se-ão diversos eventos associados às diversas modalidades que mobilizam cerca de duas centenas de atletas, nomeadamente basquetebol (seniores), futsal, tiro, karaté, ju jitsu, kickboxing e muay thai. Nestes 100 anos de história, o clube teve momentos áureos de que são prova os vários troféus que ostenta, entre os quais o do 1.º Campeonato Nacional de Basquetebol, realizado em 1932-33. Ter um pavilhão novo, de forma a garantir todas as condições regulamentares para a realização de jogos oficiais e boas condições de trabalho, é um objectivo há muito acalentado por quem toma conta dos destinos da colectividade. Em 2000, a Câmara Municipal de Coimbra prometeu um terreno e indiciou-

Carlos Ferreira e Gualter Lucas, presidente e vice-presidente do Sport Conimbricense, seguram a taça do 1.º Campeonato Nacional de Basquetebol, realizado em 1932-33

o (na zona do Ingote), mas questões de propriedade não permitiram que a doação fosse concretizada até ao momento, segundo Carlos Ferreira. O presidente da direcção (que este ano recebeu o galardão de dirigente desportivo na Gala do Desporto de Coimbra) não discorda da localização proposta, mas veria com bons olhos outras soluções na zona ribeirinha. Uma das particulares do Sport Conimbricense é o

facto de os atletas não pagarem para praticarem desporto. Será, mesmo, caso único no concelho, segundo os respectivos dirigentes. Entretanto, em Março, realizam-se eleições, por esse motivo também o programa comemorativo do centenário está incompleto. A escolha dos novos corpos sociais deveria ter ocorrido em Dezembro, mas não houve candidaturas. A actual equipa pondera ainda se vai ou não recandidatar-se.

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FUTEBOL

Jogada a jogada, golo a golo, a Briosa joga nesta rádio...

Académica - SP Braga Comentários: Francisco Andrade

Relato: Luís Carlos Melo

ABC

DOMINGO, DIA 17, ÀS 18H Ouça na Internet em www.radioregionalcentro.com


CULTURA

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“Dom Quixote (de Coimbra)” continua em cena A última produção d’O Teatrão, intitulada “Dom Quixote (de Coimbra), com dramaturgia de Jorge Louraço Figueira e encenação de Isabel Craveiro a partir da adaptação da famosa obra de Miguel Cervantes, continua em cena na Oficina Municipal do Teatro (OMT). A procura de escolas e público em geral justificou o prolongamento da temporada desta peça, com a marcação de mais espectáculos. “Dom Quixote (de Coimbra)” marca o início da abordagem que O Teatrão pretende fazer à importância do sonho e da fantasia, como elementos fundamentais da construção e consequente transgressão do real, um tema que continuará a ser desenvolvido durante o ano de 2010. Para além das sessões extra, dirigidas ao público escolar, a peça está em cena com espectáculos para o público em geral nos dias 15 e 16, pelas 21h30. O elenco é composto por Inês Mourão, João Castro Gomes, Luís Campos Eiras e Margarida Sousa. O preço dos bilhetes para este espectáculo varia entre os quatro e os 10 euros.

Evocação do nascimento de Fernão Mendes Pinto Vasco Graça Moura e Gonçalo Cadilhe abrem hoje, na biblioteca municipal de Montemor-o-Velho, a partir das 21h00, o ciclo de conferências “Que o Mar fosse Tinta e o Céu Papel”, a propósito das comemorações dos 500 anos do nascimento de Fernão Mendes Pinto. Dedicada à literatura, às viagens e à literatura como viagem, esta sessão, de entrada livre, marca o início de uma jornada de reflexão sobre a leitura, que irá percorrer cinco séculos, através de grandes temas da peregrinação. A propósito da evocação do nascimento de Fernão Mendes Pinto, o programa desta iniciativa, coordenada pelo director regional de Cultura do Centro, António Pedro Pita, inclui acções associadas ao teatro, às artes plásticas, à publicação e à edição. Em co-produção com o grupo cénico O Teatrão, durante o mês de Julho, as ruas da vila de Montemor-o-Velho vão ser palco de um espectáculo de rua, intitulado “Peregrinações”, que envolverá oito grupos amadores do concelho. O ciclo de conferências “Que o Mar fosse Tinta e o Céu Papel” regressa a 11 de Fevereiro, dedicado ao tema “As Religiões: Fraternidade e Conflito”, com os conferencistas José Manuel Leite, José Luís Ferreira e João Maria André.

Cidade do Porto vista por Paulo Pimenta

to que desejam. Em retratos de família que desenham o mapa da cidade Invicta, o fotógrafo partiu à descoberta da zona oriental do Porto, onde se cruzam auto-estradas e quintais, bairros sociais degradados e amplas alamedas arborizadas. Quem por lá passa não acredita que está na cidade Invicta, mas quem por lá mora também não. Este é o mote para a exposição de fotografias, intitulada “Vou ao Porto”, ontem inaugurada na galeria fotográfica da Fnac Coimbra. A mostra, patente ao público até meados do mês de Março, surge no âmbito do projecto “A Caminho do Resto do Mundo”, que Paulo Pimenta desenvolveu para a companhia de teatro Visões Úteis. Mais do que o cenário das ruas, as fotografias que integram esta exposição são o registo do olhar das pessoas, retratos de família que revelam estados de alma.

Fado e guitarradas na Fnac Coimbra A propósito dos 15 anos decorridos da morte do escritor e poeta Miguel Torga, o grupo de fados e guitarradas Minerva apresenta-se no próximo domingo na Fnac Coimbra para um espectáculo ao vivo, a partir das 17h00. Criado em 2007 e contando já com alguma experiência em palco, o grupo inclui no seu repertório temas relacionados com as várias dimensões do género musical, do amor à saudade, a tristeza e a cidade de Coimbra ou ainda a música popular e de intervenção.

Música em destaque noTAGV

Sete famílias dos bairros de São Pedro, Azevedo, Lagarteiro, Cerco do Porto e São João de Deus foram fotografadas por Paulo Pimenta no local onde moram e no Por-

Depois do espectáculo com a Strausss Festival Orquestra e Strauss Ballet Ensemble, a música e os grandes concertos continuam a marcar as propostas do Teatro Académico de Gil Vicente na entrada no novo ano. Hoje à noite, há um concerto

pela Banda Sinfónica do Exército, no auditório, a partir das 21h30. Constituída em 1988, herdeira das mais antigas tradições musicais do Exército Português, a banda, actualmente conduzida pelo maestro Lemos Botelho, conta com mais de 100 elementos e integra instrumentistas de corda, de sopro e percussão. Também no TAGV, mas no próximo sábado, é a vez da Orquestra Clássica e Orquestra de Sopros do Conservatório de Música de Coimbra subir ao palco, a partir das 21h30, para um concerto a marcar a entrada em 2010. O espectáculo contará com a interpretação de obras de Haendel, Mozart, Joel Canhão, Bert Appermont e Philip Sparke.

À descoberta da Universidade de Coimbra O livro “O Tangível e o Intangível”, o consubstanciar de um projecto com mais de dez anos, é apresentado na Capela da Universidade de Coimbra, a 20 de Janeiro, pelas 17h00. A obra, experiência inédita e maturada, reúne textos de Aníbal Pinto de Castro, Lélio Quaresma Lobo, Maria José Azevedo Santos e Vítor Serrão que, sob a coordenação de José de Faria Costa e Maria Helena da Cruz Coelho, guiam o leitor numa visita ao património artístico, documental e científico da universidade fundada em 1290 pelo rei D. Dinis. Edição bilingue (português-inglês), editada pela Imprensa da Universidade de Coimbra, a obra “O Tangível e o Intangível” pretende fazer chegar mais longe a história e a riqueza patrimonial de uma instituição que foi, durante séculos, única em Portugal. A cerimónia de apresentação pública do livro, pela vicereitora Cristina Robalo Cordeiro, culminará com um momento musical a cargo do Coro de Câmara da Universidade de Coimbra.

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V I N A G R E T A S

crucificado por aqueles que o idolatravam, assim que se soube que o maior golfista de todos os tempos, apesar de casado, mantinha comportamentos promíscuos, envolvendo amantes, orgias e somas astronómicas gastas em relações sexuais com raparigas de 25 anos. Madame Michelle Braun, proxeneta que fornecia o “divertimento” a Tiger Woods, deu com a língua nos dentes e, de uma tacada só, as marcas Gillete, Gatorade e Tag Heuer prescindiram da imagem do golfista, até aí trunfo publicitário. Tiger Woods retirou-se dos greens por tempo indeterminado, para se concentrar em ser melhor marido, pai e pessoa. Disse. Contudo, quando todos pensavam que ele teria pendurado o taco – à semelhança do que fazem os futebolistas com as suas chuteiras quando chega o fim da carreira – eis que Woods, que muitos julgavam internado numa clínica de reabilitação no Arizona para tentar controlar o impulso sexual, é visto numa praia da Florida, com Rachel Uchitel, a primeira das amantes a ser conhecida. Enfim, se há coisas que não mudam nunca, pelo menos que regresse também aos campos de golfe, Assim, sempre não se perdia o seu talento para conseguir, com tacadas de

A orgia do presente – Será a crise uma ilusão? Ou serão os portugueses uma raça degenerada que come e bebe enquanto o barco de afunda? A pergunta, pertinente, é feita por João Pereira Coutinho, colunista do Correio da Manhã. Na ressaca do período de festas, diz o articulista que “os portugueses não estão em crise, consomem como nunca e viajam como loucos”. Ora, retomando a questão: Serão os portugueses uma raça degenerada? E por que assim agem, em tempos que todos admitem ser de crise? Fazendo uso da velha história da vaca e do pobre, popularizada em tempos por Vasco Pulido Valente – quando disse que a «poupança» e o «investimento» só fazem sentido quando se pressente uma possibilidade de futuro e que, quando essa possibilidade é estreita, a única certeza que resta ao pobre é a orgia do presente –, João Pereira Coutinho conclui, para mau grado de todos nós, que a crise é grande e os portugueses sabem disso melhor que ninguém. Ou seja, por paradoxal que pareça, explica que “com uma economia estagnada e sem perspectivas de melhoras, os portugueses gastam como se não houvesse amanhã precisamente porque não sabem se haverá amanhã”. E o povo costuma ser sábio. Aliás, por alguma razão diz que tristezas não pagam dívidas. Verdade. Já viram bem o sorriso dos políticos da nossa praça quando apregoam ao pobre e ao remediado que a crise terminou? É o reflexo da tal orgia do presente, que uns, mais do que outros, aproveitam como podem.

objectivo. Esta narrativa bíblica, extraída do Gênesis, é usada para explicar a existência de muitas línguas e diferentes raças. Transposta para os tempos actuais, tem paralelo com a colossal torre Burj Kalifa, que com os seus mais de 800 metros de altura (a maior do mundo) e 160 andares é obra digna da arquitectura faraónica. A braços com uma dívida pública de 69 000 milhões de euros – número igualmente impressionante – e uma grave crise imobiliária, não houve intervenção divina a travar o desmesurado ímpeto da criação terrena do Dubai. Valeu a mão endinheirada do vizinho Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, que ajudou a equilibrar as contas do país. Babel dos tempos modernos, a torre de Burj Dubai é bom exemplo da completa desorientação que reina sobre a terra, onde a miséria de tantos não serve para aplacar a fúria esbanjadora de um punhado de homens.

Torre de Babel – Numa época em que os homens falavam todos a mesma língua, um povo decidiu construir uma torre com o objectivo de que o cume chegasse ao céu. Tal desiderato terá colhido pouca simpatia da parte de Deus, que decidiu confundir-lhes a linguagem e, assim espalhar toda aquela gente sobre toda a terra. Espalhou os povos, a confusão e a torre – supostamente construída para chegar aos céus – não terá cumprido o seu ambicioso

Reconhecimento – Na tarde de 06 de Janeiro, divulgámos através da nossa edição electrónica um reparo atinente à falta de brio evidenciada por quem pavimentou a nova rotunda adjacente à ponte-açude de Coimbra. No dia seguinte estavam tapados uns pares de buracos que arreliavam os automobilistas. Por conseguinte, o reparo deu lugar ao aplauso que se segue: A Redacção do “Campeão” congratula-se por poder dar nota de que foram tapados os buracos «plantados» junto à ponte-açude de Coimbra (na margem esquerda do rio Mondego). Assim, passou a figurar no “Instantâneo” da nossa edição electrónica um registo que simboliza um testemunho de agradecimento pelo gesto da Estradas de Portugal e da empresa incumbida de proceder à construção da variante ao IC 2 entre a Guarda Inglesa e a Casa Meada. Há pequenos detalhes na dinâmica da vida merecedores do reconhecimento de todos nós.

Tacada de juízo – Ganhou sete torneios em 2009 e foi o primeiro atleta a atingir os mil milhões de dólares em prémios. Fracos conselheiros, a fama e fortuna levaram Tiger Woods para o lado mais negro do estrelato. De bestial a besta, foi adorado e logo


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VINAGRETAS

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S E A R A

A L H E I A

“O país está mal, mas o PSD, infelizmente, não está melhor. (...) Não tem legitimidade para apontar os males do país quando não resolve os seus próprios males”. Luís Filipe Menezes, ex-líder do PSD, sobre a reacção do partido à mensagem de Ano Novo do Presidente da República

mestre, acertar no buraco à primeira. Natureza a clamar justiça – Quioto foi, apesar de tudo, pouco para o muito que havia a fazer. Fracassou também a cimeira de Copenhaga, onde venceu a irresponsabilidade e a força do vil dinheiro. Entretanto, enquanto os responsáveis políticos mundiais encolhem os ombros e tocam a sua vidinha para a frente, a “Mãe Natureza” mostra que ainda é ela quem manda. E basta ver as notícias que chegam desse planeta que insistimos em maltratar. “Se chover mais, vamos ficar contando mortos[Brasil]”, “Nevão recorde na China” e “Austrália quente e alagada” são os títulos de três histórias do mundo, o nosso, de todos, ricos e pobres, o único que temos, tristes notícias que preenchem uma página da revista Visão da última semana. Quantos mais murros na mesa terá de dar a Natureza que o bicho homem aprenda a respeitá-la? Sentido prático – Foi notícia na China e é um exemplo de sentido prático. Dois casais foram a um registo civil, na província de Hunan, divorciaram-se, formaram dois novos casais e marcaram novos casamentos, perante o olhar incrédulo de quem lá trabalha. Mais surpreendidos teriam ficado os funcionários, se o resultado da troca desse dois casais homossexuais, mas não foi o caso, até porque na China ainda não é permitido o casamento entre pessoas do mesmo sexo. O primeiro bar gay abriu apenas em Dezembro do ano passado e será feita, este ano, a quarta tentativa para que os casamentos homossexuais sejam aprovados. Aprovado por unanimidade!? – Por momentos, PUBLICIDADE

olha-se para a televisão, que está sem som, e fica-se com a ideia de que a Assembleia da República está a aprovar os casamentos homossexuais por unanimidade. Estão todos de pé e a câmara dános uma panorâmica do hemiciclo. Puro engano. Era, apenas, um momento de silêncio em memória do antigo secretário de Estado do Ensino Superior, Alberto Ralha. “É d’ homem!” – Lá diz o ditado, e com razão, que “quem não se sente não é filho de boa gente”. A propósito de uma Vinagreta, publicada na edição impressa desta semana, a dar conta de uma conferência de imprensa realizada muito para além da hora marcada, o “Campeão” recebeu uma mensagem de correio electrónico de Paulo Almeida, na altura ainda candidato à comissão política distrital do CDS/PP (agora líder), a assumir a responsabilidade pelo aludido atraso. A fim de marcar presença numa conferência de imprensa sobre a “Declaração de Coimbra” para a coincineração, no Café Santa Cruz, na Baixa, o também deputado municipal acabou por atrasar o seu próprio encontro com a comunicação social, na zona da Portela, no Parque de Campismo. É a justificação. A Vinagreta não apontava nomes, embora estivéssemos cientes de que a mensagem atingiria a consciência de quem de direito, como foi o caso. Se fosse outro, talvez tivesse ficado calado. Mas, não. Não só assume, como pede desculpa pelo sucedido, reconhecendo o facto de ter prejudicado o trabalho dos jornalistas que apareceram à hora marcada. Esta simpática atitude, de alguém que almejava (e conseguiu) um lugar de liderança num partido, merece um aplauso

da nossa parte. “É d’ homem!” - temos dito. No melhor pano... – Diz um aforismo popular que há sempre uma nódoa com queda para atingir o melhor pano. A Redacção do nosso Jornal sabia disso, mas, salpicada pela «nódoa» em que consistiu uma troca de textos, acaba de beber do «vinagre» que é seu timbre distribuir em doses adequadas a fazerem despontar umas gargalhadas. Vem isto a propósito da incorrecta legendagem de uma foto inserida na secção das Vinagretas da anterior edição impressa do “Campeão”. Sob uma imagem de uma das extremidades da ponteaçude de Coimbra foi inserida uma legenda indevida, redigida para acompanhar outra foto que acaba por não ser divulgada. Graças à edição electrónica, a Redacção do nosso Jornal suplantou o atrevimento da «nódoa» e rectifi-

cou o lapso antes de a anterior edição impressa chegar às mãos dos estimados leitores. Com este palavreado, espera a Redacção do “Campeão” a indulgência dos estimados leitores. De resto, aspiramos com este arrazoado a mostrar-lhes que as Vinagretas foram concebidas para falar de coisas sérias em tom jocoso. E como a tal «nódoa» teve o atrevimento de manchar o nosso p(l)ano, dedicámo-nos ao saudável exercício de nos rirmos de nós mesmos. Esperamos, caros leitores, que nos acompanhem no dealbar de 2010. Aprovado por unanimidade!? – Por momentos, olha-se para a televisão e ficase com a ideia de que a Assembleia da República está a aprovar os casamentos homossexuais por unanimidade. Não, não era isso. Era apenas um momento de silêncio em memória do antigo secretário de Estado, Alberto Ralha.

CARTOON

Zaug

“Quem pensar que já se esticou demasiado a corda e que os partidos não conseguirão entender-se a tempo de salvar o Orçamento está a dizer-nos que atingimos – três meses depois das eleições – esse estádio de horror chamado ingovernabilidade. Não se pense que uma vez lá sairemos depressa. Num pântano, a caminhada é sempre muito penosa”. José Leite Pereira, no Jornal de Notícias de 03/01/2010 “Cavaco Silva resolveu entrar o ano retomando o seu papel, um papel muito próprio dos Presidentes da República de Portugal, um papel de árbitro, de consciência de nós todos. Fê-lo tarde, mas em coisas destas, nunca é tarde”. Idem, Ibidem “Só mesmo quem anda no mundo da lua se pode convencer de que o caminho do aventureirismo político conduz algum partido a bons resultados. Até porque nem o PS nem o Governo estão já em fase ascendente, nem José Sócrates é a mais-valia que já foi no panorama socialista”. Áurea Sampaio, na Visão de 07/01/2010 “Alguém terá de o persuadir [a José Sócrates], de uma vez por todas, de que já não tem maioria absoluta, que todos os indícios de arrogância são cada vez mais contraproducentes, na sua relação com os portugueses, e que é na difícil arte de negociar que se revelam as reais qualidades de um político”. Idem, Ibidem “Legalizar as uniões de facto como casamento significa alargar o conceito de casamento, e aplicar o respectivo regime, a essas uniões. Que elas existem, e se têm multiplicado, é um facto incontestável. Que para elas o legislador conceba um regime especial – do qual constem alguns aspectos do casamento – é, a meu ver, justo para quem decida fazer tal opção”. Diogo Freitas do Amaral, na Visão de 07/01/2010 “Não parece fazer sentido chamar «casamento» às uniões familiares homossexuais. Estas constituem uma situação que merece respeito da parte de um Estado laico, incluindo alguns direitos inspirados nos dos cônjuges, mas não são idênticas à instituição do «casamento» enquanto tal”. Idem, Ibidem “Os outros povos curam a ressaca do fim de ano com café e sono, nós curamos com a mensagem de Cavaco Silva. Não há nada como recordar que estamos endividados, desempregados e na cauda da Europa para espantar uma embriaguez. Cavaco Silva é o Guronsan de Portugal”. Ricardo Araújo Pereira, na Visão de 07/01/2010

Chanfana

“O problema de Portugal é que gasta mais do que aquilo que ganha. Não é único – acontece o mesmo noutros países. Mas isso gera défice. Esse défice pode ser bom ou mau. (...) Aplique-se a lógica das famílias: se os gastos forem maiores do que o salário para financiar jantares fora ou para manter as luzes da casa todo o dia ligadas, é despesa estúpida. Se o salário não chegar para enviar os filhos estudar no estrangeiro (e se recorrer ao crédito), é despesa virtuosa”. Martim Avillez Figueiredo, editorial do jornal “i” de 07/01/2010


ÚLTIMA

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Início de julgamento foi adiado há oito meses

Juíza nega outra perícia às contas de Luís Vilar R.A.

Uma juíza da Vara Mista de Coimbra acaba de negar a realização de outra perícia de natureza tecnico-jurídica às contas de Luís Vilar, tendo convocado uma reunião para a próxima segunda-feira, apurou o “Campeão”. O julgamento do ex-vereador do PS, cujo início esteve previsto para 22 de Maio PUBLICIDADE

de 2009, foi adiado “sine die” (sem data alternativa), devido à realização de uma perícia às contas do arguido. A magistrada judicial Elisabete Alves Coelho convocou uma reunião em que dois peritos nomeados pelo Tribunal irão prestar esclarecimentos complementares. A procuradora Ângela Bronze (Ministério Público) deduziu oposição à realização

de nova perícia por considerar que os juízes da Vara Mista dispõem de novos elementos de prova capazes de os habilitar a tirar as ilações adequadas. A juíza entendeu ter sido justificada pelos peritos a alegada impossibilidade de procederem a uma análise mais detalhada aos movimentos de contas bancárias tituladas por Luís Vilar.

Os advogados do arguido, Alfredo Castanheira Neves e Helena Lages, contestaram o carácter não colegial da perícia efectuada, tendo reclamado um “juízo pericial conjunto, unívoco e consensual”. Consideram os causídicos que, de uma forma geral, os relatórios não respondem às questões postas. O anterior juiz titular do processo, Alberto Ruço, en-

tendeu que a perícia não podia ser feita em moldes colegiais. Ex-líder concelhio do PS/Coimbra e presidente da entidade instituidora da Escola Universitária de Vasco da Gama, Luís Vilar sustenta ter alcançado dois empréstimos, no montante de 125 000 euros, um concedido pelo empresário Júlio Macedo e outro pelo empresário Rodrigues Névoa (sócio da empresas BragaParques). Contudo, um dos peritos indica não ter sido detectada a entrada nas contas do arguido do empréstimo em numerário alegadamente concedido por Júlio Macedo, outrora presidente da multinacional Tramcrone (TCN). O argumento acerca da obtenção de um crédito de 50 000 euros não impediu que o Ministério Público (MP) deduzisse acusação a Luís Vilar, por suspeita de prática de corrupção passiva para acto ilícito na construção do parque de estacionamento do “Bota-abaixo” (Coimbra), caso por que foi imputada a Domingos Névoa (empresário minhoto) a autoria de um crime de corrupção activa. De uma análise às contas de Luís Vilar, concluiu a Polícia Judiciária que de 2000 a 2005 houve entrada de 428 102 euros, alegadamente sem explicação quando o montante é confrontado com as actividades e rendimentos declarados. Em 2002, Luís Vilar indicou para efeitos fiscais remunerações de 18 500 euros, mas terão entrado nas suas contas bancárias 227 233 euros. De resto, o MP e a PJ estimaram em perto de 675 000 euros a diferença entre o pa-

trimónio financeiro que imputam ao arguido e os rendimentos (cerca de 235 000 euros) por ele declarados para efeitos fiscais no quinquénio 2001/05. Vilar, que aspirava a receber da TCN 740 714 euros na qualidade de antigo consultor, interpôs uma acção cível contra a multinacional para reclamar o pagamento de 922 560 euros, sustentando só ter embolsado 77 000 euros (importância aproximada ao montante do alegado empréstimo). Ao ex-vereador, acusado por presumível prática de corrupção própria, é imputada, ainda, a eventual autoria de dois crimes de abuso de poder, de um de tráfico de influências e de outro de financiamento partidário ilícito. O arguido está sob suspeita de ter ocultado a proveniência de um donativo por ele facultado ao PS por ocasião da campanha das penúltimas eleições autárquicas. O então dirigente de âmbito concelhio doou, legalmente, 5 000 euros ao seu partido, a título pessoal, e muniu-se do correspondente recibo, mas a tese do Departamento de Investigação e Acção Penal de Coimbra (MP) é de que ele era portador de um donativo de 10 000 euros (montante alegadamente entregue pelo empresário Emídio Mendes, promotor do empreendimento imobiliário Jardins do Mondego). Um dos alegados ilícitos de abuso de poder prendese com o facto de o outrora vereador ter votado a favor da realização de um plano de pormenor a respeito de um terreno adjacente à Escola Universitária de Vasco da Gama.

Encontro decorre amanhã

Penela com Saúde debate cuidados continuados O primeiro encontro “Penela com Saúde” realizase amanhã, dia 15, a partir das 9h00, no auditório da Biblioteca Municipal, onde técnicos e especialistas vão debater o tema “Cuidados continuados: Ontem, hoje e amanhã”. O objectivo deste encontro é a partilha de experiências por parte dos vários profissionais envolvidos na rede nacional de cuidados continuados integrados, de forma a que todos possam melhorar a dinâ-

mica funcional e a prestação de cuidados à comunidade. Os principais destinatários são médicos, enfermeiros, terapeutas, assistentes sociais, psicólogos, estudantes da área da saúde e de acção social, para além de outros profissionais. A iniciativa é promovida pela Câmara de Penela em parceria com o Centro de Saúde, a Naturidade - Gestão de de Alojamentos Geriátricos e a Santa Casa da Misericórdia de Penela.


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