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Da repressão à inclusão social em cinco décadas Pautas refletem o entorno universitário e a realidade do país
Foi na antiga Sala dos Papiros, na Faculdade de Comunicação (FAC) da Universidade de Brasília (UnB), que há 50 anos os professores Luiz Gonzaga Motta e Salomão Amorim deram início a uma discussão sobre a forma mais apropriada de proporcionar a experiência prática do jornalismo aos estudantes do curso na UnB. Dessa preocupação nasceu o jornal Campus, conforme relata Jaqueline Lima, autora do livro Campus 40 anos: dos papiros à internet. Publicada pela Editora UnB, a obra é resultado do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) da autora e há uma década ajudou a celebrar os 40 anos do jornal. Jaqueline reuniu dezenas de relatos de professores e ex-alunos e coletou imagens simbólicas da história do periódico. Como relata a jornalista, a fundação do Campus representou uma revolução na pedagogia do ensino de jornalismo no Brasil. À época, jornais-laboratório nos cursos jornalísticos não eram exigidos pelo Ministério da Educação, o que só ocorreria anos depois. O Campus é considerado o mais longevo jornal-laboratório do país sem interrupção em sua publicação. Por meio da iniciativa dos professores fundadores, os estudantes de jornalismo passaram a, semestralmente, apurar, diagramar, fotografar, redigir e editar matérias, além de acompanhar e revisar a impressão de um jornal, aproximando-se o máximo possível da ‘atmosfera’ de uma redação profissional. A concretização do jornal se deu com o agrupamento de quatro disciplinas técnicas que constavam do currículo do curso de Jornalismo na UnB: Técnicas de Jornal; Periódico I e II; Paginação e Revisão; e Edição Jornalística. O Campus foi fundado Na capa de 1974, jornal pede mais empenho na em plena ditadura, mas UnB contra o regime militar seus discentes gozavam de relativa autonomia, visto que faziam uso da justificativa de produzirem para um laboratório. As pautas daqueles primeiros anos refletiam, em certo grau, a repressão presente no ambiente universitário. Em seus primórdios, o jornal sofreu com a falta de periodicidade das edições e enfrentou dificuldades relacionadas à infraestrutura, a cortes orçamentários e ao não cumprimento de prazos por parte dos alunos. Esse cenário de inconstância, conforme revela Jaqueline, somente sofreria mudanças significativas a partir da década de 1980, quando definiu-se um público, uma linha editorial pautada nos interesses universitários, a construção de uma identidade sólida e uma periodicidade regular. Dentre os fatores que influenciaram essas mudanças esteve a criação do projeto de um novo Campus, conforme relato da jornalista. Segundo a autora, a discussão sobre a possibilidade de elaboração de um novo projeto de jornal-laboratório havia sido iniciada em 1979, quando o estágio em jornais no curso de jornalismo foi proibido. Buscando ainda ter uma experiência prática do fazer jornalístico na Universidade, os estudantes da FAC voltaram sua atenção, então, para o Campus, que, segundo a autora, “tal qual vinha sendo feito, não correspondia às expectativas” A torcida pelas diretas na redemocratização também foi capa do Campus dos discentes. A nova pro-
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Hélio Doyle, 1970
posta para o jornal-laboratório era um tabloide, com sete editorias fixas - Opinião, UnB, Comunidade, Internacional, Nacional, Cultural e Fotografia -, semanal e com 12 páginas. “A assinatura dos repórteres ficava no fim da matéria, a última página era dedicada ao jornalismo fotográfico e nas páginas centrais havia, de preferência, uma entrevista ou reportagem especial.” A jornalista relata que o novo projeto foi apresentado à reitoria e aprovado com a única exigência de que a publicação fosse quinzenal, e não semanal. Na década de 1980, uma edição do Campus No início dos anos 2000, questionamentos com a manchete “Greve sobre a organização de estudantes geral pode parar UnB” foi censurada. Inicialmente promovida somente pelos alunos do curso de Medicina da Universidade, que reivindicavam a volta do convênio com a Fundação Hospitalar do DF (FHDF) - interrompido desde 1975 -, a greve, aos poucos, revelou a grave crise que a Universidade enfrentava por falta de recursos, de professores e de material. Em 28 de outubro de 1982, a greve geral na UnB foi decidida pela assembleia dos alunos, mas o jornal que a noticiava foi retido. O final da década de 1980 apresentou uma mudança no rumo das coberturas feitas pelo Campus, que se refletiu no início da década seguinte: o foco em cobrir a Universidade como microcosmo da sociedade. Além de refletir as mudanças no direcionamento da cobertura do jornal, a década de 1990 ficou marcada pelos primeiros passos do Campus rumo ao reconhecimento por sua qualidade jornalística em nível nacional, com a conquista de prêmios. Começou também o processo de informatização da redação, que se estendeu até o início dos anos 2000, seguindo uma tendência das sedes dos jornais tradicionais. Na sua década mais recente, depois de terminado o período narrado no livro de Jaqueline, o Campus passou por algumas mudanças importantes. Em 2016, quando entrou em vigor o novo currículo do curso de Jornalismo da UnB, o jornal-laboratório deixou de ser uma disciplina obrigatória e teve o número de horas-aula semanais reduzido pela metade. Os alunos - parte deNa última década, jornal refletiu aumento da les já não tão interessada preocupação com minorias em um jornal impresso passaram a poder escolher entre o Campus e outras três disciplinas, especializadas em radiojornalismo, telejornalismo e assessoria de imprensa. De alguma forma, essa mudança refletiu uma crise dos impressos enfrentada por jornais do mundo inteiro. O jornal passou a demonstrar, em seu conteúdo, o impacto das cotas sociais adotadas por universidades federais, que na UnB se somaram às já existentes cotas raciais. As pautas do jornal se tornaram mais diversificadas, abarcando cada vez mais temas sociais e assuntos relacionados às cidades-satélites. A preocupação com excluídos e minorias, cada vez mais presente na sociedade brasileira, se tornou o tema central dos anos mais recentes do jornal-laboratório.
“Foi a primeira lição prática que nós tivemos com o jornalismo mesmo.”
Célia de Nadai, 1971
“Foi no jornal Campus. Foi ali que aprendi as técnicas de um jornal, digamos, de verdade. Foi ali que aprendi como é que funcionava um jornal.”
Lícia Galiza, 1972
“Serviu pra gente saber exatamente o que queria dentro de um jornal.”
Eliane Cantanhêde, 1974
“Para mim, a melhor fase da minha passagem pela UnB foi o Campus.”
Gustavo Cunha, 1997
“É um espaço de experimentação que provavelmente as pessoas não vão ter em lugar nenhum da vida, a não ser que a pessoa crie o próprio veículo de comunicação, seja ela mesma uma influencer, crie um blog e faça daquilo sua trajetória profissional.”
Mariana Ceratti, 2002
“É o seu florescimento profissional, eu diria. Principalmente para os que não tiveram a oportunidade de fazer estágio em jornal antes do Campus.”
Taís Peyneau, 2003
“O Campus cobre a Universidade, então você acaba interagindo com várias áreas, você conhece muita gente, você vê qual é a realidade de outros departamentos.”
Bernardo Menezes, 2006
“É um privilégio que a gente tem, de ter passado pelo Campus, pela história que ele tem, por o que ele representa e, principalmente, pela visão de jornalismo que a gente trabalha ali.”
Diego Amorim, 2006
“O jornal Campus me apresentou a realidade do mercado.”
Ana Rita Cunha, 2008
“Tem essa questão de poder experimentar e poder assumir posições que, quando você chega na redação, você vai demorar muito para conseguir, se conseguir. Então isso te dá a possibilidade de experimentar, tomar decisões.”
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É proibido proibir a publicação Em 50 anos, nada parou o jornal-laboratório Campus, que em suas páginas contou histórias, viveu polêmicas e ganhou prêmios
“Para nós, alunos, na época, um estudante de jornalismo pensava em jornal. Não pensava em televisão, em rádio. Eram muito incipientes ainda o jornalismo da televisão e do rádio e muito menos internet, que não existia. Então era jornal.” Assim Hélio Doyle, que fez parte da primeira turma do Campus, descreveu como funcionava o pensamento dos estudantes de jornalismo durante a década de 1970. E foi assim que o jornal-laboratório surgiu. Com trajetória ininterrupta, passando por 11 diferentes presidentes, variadas fases governamentais do país e mudanças na Universidade de Brasília, o Campus completou 50 anos. Nas suas páginas, assuntos políticos, econômicos, culturais e esportivos, entre outros, ganharam destaque. Diversos jornalistas começaram a carreira neste laboratório da profissão instalado na Faculdade de Comunicação. Em seu cinquentenário, lembramos de temas e reportagens que estamparam as páginas do jornal. A ditadura O Campus surgiu no contexto da ditadura no Brasil. Assim, as páginas do jornal-laboratório, bem como os estudantes que Em 2011, Murilo Salviano e Daniel Adjuto denunciaram a falta de invespassaram pela redação à época, timento, prevista no orçamento da foram marcados pelo período miUnião, no HUB litar e fizeram registros. O jornalista Beto Almeida foi expulso da UnB e teve mandado de prisão por conta do ativismo político. Depois de retornar, amparado pela Lei da Anistia, integrou uma turma do Campus. Almeida explica que as páginas do jornal tinham a responsabilidade de ir além de assuntos pautados na Universidade, ampliando temas políticos. “O Campus acabava por repercutir, refletir coisas que ocorriam como verdadeiras. Eram verdades, eram fatos políticos importantes. O Campus não podia dizer que só ia cuidar de assuntos acadêmicos porque a tensão social penetrava dentro da Universidade e a Universidade refletia, palpitava. Havia uma grande audiência para essas atividades. Então o Campus nunca deixou de refletir, de certa forma, um nível de politização”, conta. Em 1979, o jornal publicou opiniões de parlamentares sobre a anistia antes mesmo da votação da Lei. Com o projeto ainda em andamento, a reportagem deu voz aos congressistas da época. Trinta anos depois, em 2009, o jornal-laboratório ainda falava da ditadura. Com a reportagem “Trinta anos de perdão”, as jornalistas Maria Scodeler e Ana Felizola localizaram o ex-delegado da PF José Armando Costa, recordista em acusações de tortura durante a ditadura militar, conversaram com vítimas e produziram uma reportagem que recebeu o prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. A UnB Como jornal-laboratório criado na UnB, os assuntos que envolvem a Universidade sempre estiveram nas pautas do No ano de 2009, 30 anos depois da Lei de Campus. Matérias sobre eleiAnistia, o Campus localizou um dos princição no Diretório Central dos pais torturadores da época da ditadura. Estudantes (DCE), gestão da reitoria, atendimento no Hospital Universitário (HUB) e crises nos campi, entre outros temas, sempre marcaram presença nas edições do jornal. Em 2011, Daniel Adjuto e Murilo Salviano denunciaram a
falta de investimento de R$ 1 milhão no HUB, valor que estava previsto no orçamento da União, mas não foi utilizado. No mesmo ano, o Campus voltou ao tempo da ditadura para registrar a maneira como o movimento estudantil havia sido monitorado no regime militar. Em 2002, a estudante MariaA matéria “A cor da diferença”, sobre o na Ceratti levantou a questão projeto de cotas na universidade, gerou das cotas raciais nas páginas polêmica entre a comunidade acadêmica e serviu de aprendizado para os estudando Campus, com a matéria “A tes do Campus. cor da diferença”. A reportagem não agradou boa parte da comunidade acadêmica e, segundo ela, a “falha” serviu como lição. “Foi um aprendizado que vou guardar pelo resto da vida. Eu lembro que houve cartazes, tudo foi criticado. Mas é um tema extremamente relevante, não é fácil de cobrir, pede muita apuração, precisão, tempo de pesquisa, reflexões, discussões, de preferência trazendo as partes interessadas. E acho que a combinação da falta dessas coisas com a nossa pouca experiência e minhas muitas dúvidas resultaram nesse material”, explica. A polêmica Em cinquenta anos de história, o Campus produziu reportagens que dividiram opiniões e geraram debate dentro da redação do jornal-laboratório. Uma delas foi a matéria “Deus: procura-se vivo ou morto”, de 1992, escrita por Alexander Thoele. Na ocasião, a grande indecisão foi entre incluir ou não a frase “pau no cu de Deus”, entoada em uma canção da banda Dorsal Atlântica, perso- O uso ou não de um palavrão nas páginas do nagem da história. Campus foi tema que gerou debate na redação. Segundo Alexander, o No fim, a matéria foi publicada e a polêmica embate não foi por acaso. virou história. “Quando os editores abriram o texto e viram aquele palavrão “pau no cu de Deus”, foi um choque. Então a gente teve uma grande discussão. Falamos sobre a liberdade de imprensa e eu justifiquei também o uso daquela expressão, que estava no contexto da matéria. Eu queria um pouco de polêmica. Inclusive, eu pensava até no impacto que ela teria quando os alunos que passavam no Minhocão recebessem o jornal.” Outra reportagem controversa que figurou entre as páginas do Campus foi “Mulher, agressão, justiça”, escrita por Lêda Martins e Valéria Ribeiro, em 1989. A matéria, criada após a abertura da 1ª Delegacia da Mulher em Brasília, apresentava informações sobre casos de violência contra a mulher, o suposto perfil de agressores e as razões pelas quais mulheres não denunciavam os abusos. O nó da história foi a inclusão de um caso de agressão física envolvendo dois professores da UnB. Arcelina Helena Públio Dias, professora da Comunicação, alegou ter sido agredida por Wálder Tavares de Góes, professor da Ciência Política. O Campus entrevistou os envolvidos no caso e reproduziu a entrevista na edição de maio daquele ano. “Essa é uma daquelas matérias que marcam desde o primeiro momento. Não tinha muita notícia sobre violência contra a mulher pelo motivo óbvio: um país extremamente machista, uma sociedade muito machista, vinda de uma ditadura militar dirigida por homens. Nós aceitamos (a pauta) na hora”, recorda Valéria Ribeiro. “A entrevista da Arcelina foi muito forte porque ela fez uma descrição muito minuciosa e detalhada do que aconteceu com ela. Claro que tinha muito ingrediente nesse fato. Ele fez uma queixa contra ela, tinha umas questões relacionadas com bebida, denúncia de uso de drogas...”. No dia do fechamento, as estudantes de Jornalismo foram questionadas se queriam mesmo publicar a matéria. “E a gente falou: ‘Claro. Por que não?’.”
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O reconhecimento Reportagens de estudantes ganharam prêmios
O Prêmio de Melhor Jornal-Laboratório do Cone Sul, em 1995 A manchete principal da edição premiada naquele ano era sobre a violência na UnB, conforme relato de Jaqueline Lima em seu Campus 40 anos: dos papiros à internet. O prêmio foi entregue no VII Set Universitário, que foi realizado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) com o “intuito de estimular a troca de experiências entre os alunos, professores e profissionais das áreas de Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Cinema e Audiovisual e Design”. O Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo, em 1998 Os suplementos sobre a infância, produzidos pelos alunos do ano de 1997, possibilitaram ao Campus a conquista do prêmio promovido pelo Instituto Ayrton Senna, na categoria jornal-laboratório, que permitiu a informatização da redação. Um dos alunos do jornal naquele ano, Gustavo Cunha relembra as motivações para a produção da época. “Um dos motivadores que tivemos aquele ano, que até juntou as turmas dos dois semestres de 97 em torno dessa ideia, foi a história de criar suplementos sobre infância e adolescência, porque havia o prêmio Ayrton Senna”, recorda ele. “A gente combinou que cada edição teria esse suplemento especial ligado à infância e adolescência para, no fim do ano, poder inscrever o jornal e pleitear esse prêmio. Foi o que aconteceu, deu muito certo e era um prêmio de 12 mil reais, que ajudou no ano seguinte a montar essa estrutura do que foi a primeira redação informatizada do Campus.”
A fim de mostrar como se encontrava a região do sul da Bahia em que Carlos Lamarca foi assassinado, a equipe do Campus viajou 900 quilômetros
O Prêmio Imprensa, em 2000 Na comemoração dos 30 anos do jornal, uma equipe da turma viajou ao sertão da Bahia com o objetivo de reconstituir os últimos passos do capitão integrante da luta armada contra o regime militar, Carlos Lamarca, que foi assassinado em 1971. O resultado dessa empreitada rendeu ao Campus um troféu e um prêmio em dinheiro (R$ 6 mil), entregues pela revista Imprensa com o apoio da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). À época, a decisão dos alunos de dividir o dinheiro entre si e de não direcioná-lo ao jornal-laboratório gerou controvérsias, conforme apurado por Jaqueline Lima em seu livro. O Líbero Badaró de Jornalismo, em 2001. A edição especial sobre Carlos Lamarca, cuja manchete foi “O que restou da aventura guerrilheira no sertão”, também rendeu ao Campus o Líbero Badaró de Jornalismo, na categoria universitária. O Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, em 2009 “Trinta anos de perdão” era a manchete da edição que fez com o que o Campus fosse premiado em primeiro lugar na categoria Acadêmicos no XXVI Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, entregue pela OAB/RS e pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos. Maria Scoedeler, que foi repórter desta edição, guarda memórias do processo de produção. “Eu tentei conversar com o próprio personagem, o corregedor que era acusado de ter o maior número de torturas nas costas. Eu tremia na base, eu não consegui falar com ele, eu consegui falar com uma filha dele, mas eu tremia na base”, compartilha ela. “Até mesmo falar com essas pessoas que tinham sido vítimas, que tinham sido torturadas, eu ficava angustiada.”
A fim de mostrar como se encontrava a região do sul da Bahia em que Carlos Lamarca foi assassinado, a equipe do Campus viajou 900 quilômetros
EXPEDIENTE Jornal-laboratório do Departamento de Jornalismo/FAC - UnB Dezembro de 2020 Campus Universitário Darcy Ribeiro, Faculdade de Comunicação ICC Ala Norte, cx. postal: 04660 Brasília - DF, CEP: 70910-900
Reportagem e edição Gabriel Escobar Helen Marinho Ingrid Ribeiro Kevin Lima Liana Réquia
Mariah Aquino Marina Julião Murilo Fagundes Renan Lisboa
Professores Sérgio de Sá Solano Nascimento Jornalista José Luiz Silva
Diagramação Beatriz Socha