EDIÇÃO 9 | ABRIL 2013 | R$ 10,00
Na Internet
INVESTIMENTO
MS é foco de novas usinas
Grupo ADECOAGRO inaugura mais uma usina no estado
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Projeto usa cinzas da cana na fabricação de concreto
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A origem da cana e a sua importância no Brasil
Governo zera PIS/Cofins do etanol
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ENTREVISTA - SÉRGIO PRADO, JORNALISTA E REPRESENTANTE DA UNICA
ÍNDICE Capa - Investimento
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Inauguração da ADECOAGRO em Ivinhema
Junior Cordeiros
ABRIL 2013 SUSTENTABILIDADE
11 Projeto usa cinzas da cana na fabricação de concreto
ESPECIAL
6 EDITORIAL 29 CANA EM FOCO 50 CANA NET
14 A origem da cana e a sua importância
LOGÍSTICA
22 Balanço da maior feira de
46 Centro-Sul é foco de novas usinas
36 49ª Expoagro
8 Produtores apostam em sistema de
no Brasil
agronegócio do Estado
ENTREVISTA
18 Sérgio Prado, jornalista e
representante da Unica
7 Recorde de processamento nas refinarias
DESENVOLVIMENTO REGIONAL integração
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Dados revelam boas expectativas para a safra 2013/2014 OPINIÃO
30 O que existe por trás das lentes? CURSO
33 Projeto AGORA realiza curso para GOVERNANÇA
23 Vice-Governadora Simone Tebet abre MS Florestal 2013
25 Governo zera PIS/Cofins do etanol 39 Dourados em foco
jornalistas em MS ARTIGO
40 Setor Florestal brasileiro falta competitividade?
GENTE QUE FAZ
47 Cantões da cana
ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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EDITORIAL
Um cenário que precisa de
conquistas
N
esta edição da revista vamos abordar uma pequena parte da história da Cana-de-açucar. Para entender um pouco mais desta grande economia importância para o Brasil, à revista Cana S.A. quer apontar a sua trajetória, e a construção de seus derivados até os dias de hoje. Hoje o estado de Mato Grosso do Sul se mostra preparado para receber indústrias e investimentos ocasionados pelo grande desenvolvimento do estado no setor de agronegócio, proporcionando a população uma demanda de empregos diretos ede indiretos, que trás junto à qualidade de vida para suas regiões. Com a inauguração no Vale do Ivinhema da 24º industrial no Mato Grosso do Sul. O grupo Adecoagro conquista uma capacidade de 10 milhões de toneladas no estado somada a usina de Angélica. Também falaremos de expedições, sistemas de culturas, conquistas nacionais, redução de taxas, impostos entre prêmios, projetos e planejamentos regionais que ajudam a mostrar a retomada do setor, como forma de recuperar o tempo perdido. O que nos realmente queremos é que você leitor entenda as ações políticas do governo, e como cabe a nós agir diante dessas ações. Vamos entender que é através das grandes feiras e exposições que conseguimos gerar parceiras, conquistarmos recursos e gerar renda para muitos setores do estado. Boa Leitura! Junior Cordeiros Redator-chefe Revista Cana S.A.
Edição nº 8, abril de 2013 www.canasa.com.br Cana S.A. é uma publicação de Canal da Cana Jornais e Revistas Ltda-ME CNPJ: 10.939.324/0001-43 Inscrição estadual: Isenta Inscr. municipal: 137.361.000 Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: Bancas, Mailing List Vip Diretor-Executivo Wilson Nascimento wilson.nascimento@ canaldacana.com.br (67) 9125-6062 / 21098919 Finanças Marlon Medeiros financeiro@ canaldacana.com.br (67) 9962-7882 Redação e publicidade Rua Albert Sabin, 1713 Bairro Taveirópolis CEP 79.090-160 Tel.: (67) 3211-2030 Campo Grande-MS Críticas, sugestões, elogios e artigos podem ser enviados para: redacao@ canaldacana.com.br Reportagem Junior Cordeiros Suelen Morales Fotografia de capa Junior Cordeiros Projeto gráfico: Gabriel Gomes
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LOGÍSTICA
Recorde de processamento nas refinarias
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Petrobras atingiu novo recorde diário de processamento de petróleo nas suas refinarias no Brasil. A carga refinada no dia 30 de março foi de 2,137 milhões de barris. No dia 3 de março, a empresa havia atingido a marca de 2,125 milhões de barris de petróleo processados. No intuito de promover biocombustíveis que reafirmem o compromisso com o desenvolvimento associado à responsabilidade socioambiental, a Petrobrás trabalha a fim de aprimorar as tecnologias que assegurem a liderança mundial na produção de biocombustíveis. E com este resultado atingido, ela reafirma a busca contínua pelo aumento da eficiência operacional das refinarias. A marca foi alcançada respeitando os princípios de Segurança, Meio Ambiente e Saúde.
Etanol O Brasil é reconhecido mundialmente por seu pioneirismo na introdução em sua matriz energética de um biocombustível produzido a partir da cana-de-açúcar: o etanol. Desde a década de 1970, quando foi lançado o Proálcool, o etanol ganhou grande impulso e se tornou, definitivamente, uma fonte importante de energia para o País. A Petrobras Biocombustível investe em inovações tecnológicas para aumentar a produtividade e a sustentabilidade da cadeia produtiva desse biocombustível, como é o caso do etanol de segunda geração, obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Para saber mais sobre como o etanol transforma a vida das pessoas, assista à websérie Etanol Sem Fronteira. Junior Cordeiros
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Produtores Produtores apostam apostam em em Sistema Sistema de de Integração Integração
O
processo de Integração do produtor rural engloba nada mais que um sistema rotacionado entre Lavoura, Pecuária e Floresta. É o uso de um sistema integrado que proporciona vantagens, além de gerar uma renda extra aos adeptos da produção. Um sistema que envolve mais de um componente, seja em arranjo espacial ou temporal, é considerado integrado. Na produção Rural isso acontece quando o produtor engloba as atividades Agrícolas, Pecuárias e Florestais, num cultivo consorciado, através de sessões ou rotações. Os primeiros sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) surgiram devido à necessidade de diversificação da atividade agropecuária brasileira no Cerrado nas décadas de 60 e 70, quando se utilizava o cultivo de arroz como forma de preparo do solo para o plantio de pastagens.
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O Sistema de integração na lavroura, de um lado plantação de Cana e do outro já percebe-se o milho crescendo.
Segundo a Fundação MS, o número de produtores que aderiram ao sistema no estado ainda é pequeno, porém crescente. Dentre os municípios do Estado, Maracaju se destaca. Uma estimativa feita pela Fundação mostra que cerca de 60% da área agrícola da região adota algum sistema de integração. “A integração entre o sistema de produção sempre é benéfica, há necessidade de rotação destas culturas, para evitar o cultivo de uma mesma cultura numa mesma área, o que agronomicamente falando demonstra um reflexo positivo com e relação à diminuição da incidência de pragas” Afirma o Presidente da Fundação MS Luiz Alberto que ainda argumenta “esta integração abre outros mercados para o produtor, e quando este produtor diversifica sua pro-
dução ele consegue acompanhar as demandas do setor, e também se adapta a uma sustentabilidade maior em seus resultados”. No dia 03 de Abril a Plenária da Câmara dos Deputados aprovou uma Política Nacional de Integração Lavoura Pecuária e Floresta (iLPF) que beneficia produtores que investem no sistema. A política nacional terá como objetivos, entre outros, mitigar o desmatamento provocado pela conversão de áreas de vegetação nativa em pastagens ou lavouras e contribuir para a manutenção das áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal. Resta somente a sanção presidencial, que deve ocorrer logo. O produtor moderno precisa entender que existe tecnologia disponível para sua produção, o que ele precisa é correr atrás das informações e dos centros de pesquisas e fundações que irão auxiliá-lo. É preciso quebrar os paradigma e abrir seus horizontes, é necessário sair da zona de conforto e buscar uma melhor diversificação para seu negócio. O Biólogo e pesquisador Alex Meloto afirmou que “O produtor que o usa o sistema de integração em sua propriedade rural, ganha de varias maneiras, sendo no melhor uso do solo, seja em não
possuir períodos ociosos como no inverno, além de agregar mais tipos de produtos à propriedade rural”. Este sistema promete diversas vantagens, começando pelo aumento de renda, e a segurança financeira ao produtor que pode melhor a capacidade de obter financiamento e continuar melhorando a renda da propriedade rural. A integração Lavoura-Pecuária-Floresta oferece outras vantagens como à expansão da produção de alimentos e de energia renovável da madeira, preservação das reservas florestais e matas ciliares, recuperação das áreas degradadas, com condições propícias para a produção e diminuição da necessidade de desmatamentos de novas áreas, melhora na eficiência dos insumos utilizados na produção, facilitando a certificação e rastreabilidade dos produtos agrícolas. O Produtor que escolhe pelo sistema de integração precisa se posicionar no mercado local, e saber qual a demanda de produto da região, e precisa se preparar e saber o custo que ele pode oferecer e seus compradores. De nada adianta incluir um componente onde não haverá um núcleo consumidor
Plantação de milho em meio a plantação de árvores
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Dia da Integração Com a intenção de Divulgar o Sistema de Integração, a Fundação MS juntamente com a Rica Comunicação, realizaram no dia 17 de Abril na 75ª Expogrande, o Dia da Integração, com cerca de 150 pessoas presentes no evento realizado no auditório da Acrissul, no Parque de Exposições Laucídio Coelho. O objetivo do evento foi de aproximar o produtor rural dos Sistemas de Integração, mostrando que além de sustentável, esta é uma forma de aproveitar melhor área da propriedade, aprimorando a produção e gerando bons lucros. A fim de levar aos Produtores informações sobre implantação, manejo, irrigação e gestão do sistema de produção integrado na propriedade rural, o dia da integração trouxe diversos palestrantes, para explicar as bases para esta integração, entre Lavoura, Pecuária e Floresta. O Sistema de Integração já é objeto de estudos da Fundação MS há mais de 15 anos, os sistemas ILPF ajudam o produtor a diversificar a matriz econômica da propriedade, ou seja, a renda
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não gira em torno de apenas uma cultura. Como implementar este sistema foi um dos temas discutidos na palestra do pesquisadore da Fundação MS, Alex Melotto que ministrou palestra “Bases para a integração lavoura, pecuária, floresta”. Durante o ciclo foram apresentados casos de sucesso, entre eles, o do produtor rural e presidente da Fundação MS Luis Alberto Moraes Novaes, que utiliza sistemas integrados em sua propriedade. Segundo Novaes, gerir uma propriedade que integra culturas nem sempre é fácil, mas, com os cuidados adequados, pode ser muito
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lucrativo. Ele mostrou ainda um gráfico demonstrando toda a área aproveitável do território, correspondente a 42% para grãos, 19% cana e 39% destinado à pecuária. A aprovação desta política trará a valorização a quem integra, de forma independente da política agrícola nacional (antes da política nacional específica, a Integração era contemplada pela Política Agrícola Nacional, de forma generalista), trazendo reais benefícios aos produtores que utilizam o sistema de produção integrado. Junior Cordeiros
SUSTENTABILIDADE
Projeto usa cinza da queima da cana na fabricação de concreto
T
er um Estado em potencial para o desenvolvimento no setor do agronegócio sempre nos deixou orgulhosos e dispostos a mostrar interesses em políticas de valorização da área, sejam elas em recursos, sejam elas em pesquisas. Tão importante quanto isso, são os projetos que descobrimos dentro das universidades, que incentivam os acadêmicos a se preocuparem com a área que é de fundamental importância para econômica do Estado. Neste mês, as Universidades UEMS junto a UFGD receberam o Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável, entregue na cidade do Rio de Janeiro, classificados em 3º lugar com o projeto, a conquista nos colocou em destaque no cenário nacional na área da sustentabilidade. A pesquisa realizada na UEMS/UFGD, ganhou de-
staque nacional com a premiação, apresentando uma solução viável sobre como reaproveitar parte do resíduo deixado pela plantação de cana. O grupo propõe que a cinza, produzida após a queima do bagaço da cana para cogeração de energia, seja empregada como agregado em módulos de microconcreto, podendo ser utilizados na construção de paredes e coberturas em habitações de baixa renda, viabilizando o custo destas edificações. O projeto teve início na UFGD com financiamento pela FUNDECT (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), com aprovação do projeto iniciado em 2009 e com térmi-
UFGD
no agora em 2013. Percebemos que as características físicas e químicas da cinza da queima do bagaço da cana de açúcar eram semelhantes as da areia, isto é, apresentavam tamanhos de partículas próximas as da areia e quantidade de sílica de aproximadamente 60%, como a areia. “Hoje, existem entre 22 a 24 usinas de cana de açúcar em Mato Grosso do Sul que, de acordo com o levantamento feito por trabalho de um aluno
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da Engenharia de Produção da UFGD, este número refletiria em uma produção de aproximadamente 200 mil toneladas de cinza/safra em Mato Grosso do Sul sem destino certo” Afirma Profa. Dra. Maria Ap. Garcia Tommaselli que continua “Porém, com o emprego da cinza na produção de concreto este resíduo não seria mais um problema na agroindústria, devido ao montante deste depositados nos pátios das mesmas, como também, minimizaria a exploração da areia nos rios”. Os professores afirmam que a funcionalidade está comprovada, pois o novo concreto apresentou uma maior resistência mecânica comparado ao concreto tradicional e pode ser empregado na produção de calçamento, por exemplo. De acordo com o grupo, a utilização destes módulos se torna uma boa opção por ser versátil, ou seja, que se aplica em casos de produção individualizada e em série; baixo e alto nível de tecnologia além de proporcionar, também, rapidez na execução, racionalização do processo construtivo e diminuição de desperdícios, gerando ganhos de espaço nos ambientes da residência e redução no peso das estruturas. Atualmente em MS, existem 14 usinas em plena produção com projeção de implantação
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de mais 31, ampliando a área cultivada em 927,8 mil/hectares e aumentando a produção anual de açúcar em 7,2 milhões de toneladas e a de álcool em 3 bilhões de litros. Todo esse cenário, apontam os pesquisadores, tornam ainda mais interessantes a implantação do projeto. O projeto contemplado pela Odebrecht recebeu um total de R$ 60 mil, e, para chegar lá, passou por uma concorrência nacional com centenas de projetos concorrentes de todo o Brasil. “Essa aprovação além de divulgar o nome da UEMS e da UFGD em nível nacional, mostra a importância que a pesquisa tem para o desenvolvimento sustentável e ainda mostra a potencialidade que o curso tem em ideias inovadoras para o desenvolvimento sustentável”, diz os pesquisadores. Ainda que o projeto exista,
para a continuidade do projeto os grupos de pesquisas das universidades necessitam de mais financiamento e bolsas para alunos. Apesar de tudo continuam persistindo na luta para mais financiamento e dar continuidade ao projeto. O grupo de pesquisa intitulado Materiais e Aplicações, composto pelos professores Antonio Aparecido Zanfolim, Aguinaldo Lenine Alves da UEMS e Maria Aparecida Tomazzelli da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), e das acadêmicas da UEMS, Hingrid Freire Marques, Juliane Palmas de Souza, Larissa Barbosa de Souza e Camila de Carvalho e dos acadêmicos da UFGD, Jéssica Akemi Uchida e Alisson Viana Lima. Junior Cordeiros
UFGD
Cimento produzido das cinzas
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ESPECIAL
A origem da cana
e a sua importância no
Brasil
A
cana-de-açúcar teve suas origens no Sudeste asiático. Acredita-se que ela foi domesticada na Oceania e depois disseminada pelo homem por todo o Sudeste asiático. A produção de cana-de-açúcar cultivadas nos dias de hoje nada mais são do que refinamentos de cruzamentos realizados no início do século XX. Naquele tempo, existia uma espécie rica em açúcar, mas muito suscetível a doenças, por isso foram cruzadas com outra espécie, que ao contrário, era pobre em açúcar, mas resistente aos problemas do campo. Estes cruzamentos eram chamados de híbridos, porque tinham maior capacidade de armazenamento de sacarose, resistência a doenças, vigor, rusticidade e tolerância a fatores climáticos. Apesar de a maior parte da cana plantada comercialmente no mundo ser hoje fruto do cruzamento dessas espécies, as análises de DNA mostram preponderância da carga genética da primeira espécie. Mas o ciclo de cana-de-açúcar é ainda muito mais antigo, surgindo na fase colonial no Brasil, nos séculos XVI e XVII, sendo um produto de grande importância na economia brasileira desta época. Ela era o produto que dava lucro à Coroa além de colaborar na concretização de colonização portuguesa no Brasil. Com o intuito de
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explorar a sua colônia e obter riquezas, os portugueses instalaram engenhos para produzirem açúcar no litoral do Brasil. A cana de açúcar foi escolhida pelo seu rápido cultivo, e das localizações, na costa nordestina, especialmente em Pernambuco, o que facilitaria o escoamento do açúcar produzido para a Europa. Composta por mão de obra indígena e escravos africanos, e por mais que o lucro fosse certo, Portugal necessitava investir alto para a instalação da empresa açucareira no Brasil; com isso eles foram buscar ajuda na Europa, pois sabiam que não tinham todos os recursos necessários para a implantação.
Sendo assim, os portugueses se associaram com os holandeses. Em troca os holandeses seriam os responsáveis pela distribuição e comercialização do açúcar na Europa. Foram desmatadas imensas áreas para o plantio da cana-de-açúcar, espaço aos engenhos, que nada mais eram do que grandes propriedades latifundiárias para explorar a produção de açúcar, mas onde o proprietário e sua família também se localizavam. Os holandeses assistindo o lucro que a colônia de Portugal rendia, ocuparam o nordeste brasileiro. Com a ocupação holandesa, a exportação de açúcar teve um considerável crescimento. Eles estimulavam a imigração de europeus com qualidades para serem senhores de engenho e agricultores em Pernambuco. A cana-de-açúcar sempre foi um produto
importante para a economia do Brasil, desde as primeiras mudas que chegaram por volta de 1515, vindas da Ilha da Madeira (Portugal), e do primeiro engenho de açúcar que foi construído em 1532, na capitania de São Vicente (na região Sudeste). Mas foi no Nordeste, especialmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os engenhos de açúcar se multiplicaram. A partir do próximo século já éramos os maiores produtores e fornecedores mundiais de açúcar, posição mantida até o final do século XVII. A história da cana-de-açúcar sempre mostrou que ela foi um dos principais produtos agrícolas do Brasil e atualmente o País é novamente o maior produtor mundial da cultura. Junior Cordeiros
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ECONOMIA & MERCADO ENTREVISTA SÉRGIO PRADO, JORNALISTA E REPRESENTANTE DA UNICA – UNIÃO DA INDÚSTRIA DA CANA-DE-AÇÚCAR, NA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO (SP)
O etanol e o MS estão ganhando o seu espaço Nesta Edição da Revista Cana S.A., entrevistamos o jornalista e representante da Única, Sérgio Prado, que falou sobre as perspectivas e projetos para o futuro do etanol e sobre a questão de Mato Grosso do Sul estar recebendo novas usinas, e com isso, atraindo novos olhares. Cana S.A. - Nos últimos anos tem crescido o número de investimentos no setor de açúcar e etanol, um exemplo é a chegada de Usinas modernas no Estado de Mato Grosso do Sul. Como o senhor vê as perspectivas do setor sucroenergético nos próximos anos? Sérgio Prado - O cenário é bem complexo. As novas usinas inauguradas são frutos de investimentos anteriores, o futuro da atividade depende agora de traçar medidas de médio e longo prazo. A tributação esta muito alta para o setor, já a gasolina não sobe. Sendo assim, o Etanol não tem como se tornar competitivo e os investidores precisam enxergar uma possibilidade de retorno. A perspectiva do investi18
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mento futuro na indústria da cana em especial do etanol, depende de uma política pública para sobreviver e organizar o setor no país. Definido isto, teremos condições de medir o tamanho da matriz energética e também do biocombustível no Brasil. Caso contrário, vamos continuar andando em círculos. Cana S.A. - O nosso Estado (MS) é bastante conhecido no ramo do agronegócio. Ao longo dos anos os produtores enxerga-
que nós traçamos anteriormente. Na verdade a expansão nos próximos anos se dará nestas áreas, mas nós dependemos de uma condição que favoreça os investimentos. Cana S.A. - Sobre o combustíveis, segundo a projeção feita pela Única para o ano de 2020 a frota de automóveis flex deve aumentar, com isso a produção e armazenagem do Etanol devem ser maiores para suprir a demanda e torna-se competitivo. O ano de 2013 pode ser de fato decisivo para esta transição? Sérgio Prado - Há vários anos se discuti esta política, não tem como marcar uma data. Trabalhamos a bastante tempo, precisamos nos preparar para esta frota desde ontem, mas isso não depende só de nós. Precisamos enxergar daqui dez anos, pois isso não se resolve de uma safra para outra. Se não houver uma possibilidade de retorno, nos vamos andar para traz, se ontem a frota de carros leves abastecidos pelo etanol era de 50%, hoje temos 30% utilizando este biocombustível. Esse é o reflexo do descompasso que ouve, a frota esta constantemente sendo renovada, nos anos 20 deve chegar a 80% e não temos um investimento compatível. Isso gera um distanciamento entre o número de carros flex e a oferta do Etanol, precisamos de uma providencia agora para não continuar perdendo espaço no mercado que é crescente. ram um novo caminho, por meio, da integração entre pecuária, lavoura e floresta. O senhor considera Mato Grosso do Sul como um Estado promissor? É possível fazer uma perspectiva quanto à produção de cana para os próximos anos? Sérgio Prado - Com certeza. O Estado de Mato Grosso do Sul, bem como o Norte do Paraná e o Oeste de São Paulo, são áreas importantes para expansão. O MS esta inserido no quadro de expansão e desenvolvimento
Cana S.A. - A produção da Cana traz diversos benefícios que vão além dos econômicos, por ser um produto limpo e renovável. Em uma era onde se fala muito em sustentabilidade e consciência ambiental, seria esta a direção correta para investimentos por parte dos produtores e do governo? Sérgio Prado - Esta é uma questão fundamental para o país. O bicombustível (Etanol) polui 90% a menos que a gasolina e é ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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ECONOMIA & MERCADO ENTREVISTA renovável. Além disso, gera emprego e renda, não somente na industria da cana bem como no fornecimento da cana. Necessitamos de uma mecanização que privilegie o produto que polui menos e fornece benefícios duradouros para toda a população. Cana S.A. - O governo federal lançou um pacote de medidas para aumentar a competitividade e a capacidade de investimentos do setor de açúcar e álcool. Entre elas a criação do crédito presumido de PIS (Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) ao produtor rural. Essas medidas vêm a somar? No que isso irá intervir no cenário sucroalcooleiro do país?
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ABRIL 2013 | CANA S.A. S.A. | A energia da informação SETEMBRO 2012 | CANA | A energia da informação
Sérgio Prado - As medidas do governo são importantes, mas não atendem a esta perspectiva, pois são pontuais. Não traçam regras a longo prazo, definições de investimentos e nem relação com a competitividade com o preço da gasolina. As medidas são fundamentais para reduzirmos a pressão do imposto sob a cadeia do etanol, as outras medidas como estocagem já existiam. O governo passou a dar condições para o produtor pagar um juros menor, aumentou também a porcentagem do etanol na gasolina de 20% para 25%, mas é necessário ampliá-las, gerar condições de alternativa para a produção/ investimento do etanol, do açúcar, amido e também da energia, dando uma sustentabilidade para a cadeia. Suelen Morales
ESPECIAL
Balanço da maior feira de agronegócio do estado 75ª Expogrande teve um crescimento de 150% e movimentou R$ 308 milhões
A
75ª Expogrande a maior feira de agronegócio do Estado, também foi a maior feira agropecuária já promovida pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Segundo a Acrissul foram mais de R$ 308 milhões de negócios finalizados em 11 dias de feira no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande (MS). Segundo o balanço da expogrande 2013, a feira teve um crescimento de 150% em relação ao ano anterior quando a feira faturou R$ 123 milhões, e R$ 268 milhões disponibilizados em crédito pelos principais bancos atuantes na feira. A feira promoveu 44 palestras, diversos leilões, shows, além das alterações feitas na infra-estrutura do parque como a reforma total da pista de provas com a cobertura da arquibancada e a construção de um pavilhão para comportar 120 novas baias para equinos. O presidente da Acrissul, 22
Francisco Maia, afirma um crescimento da feira ao aumento na disponibilidade de crédito e ao bom momento do agronegócio nacional. E diz que só o setor de máquinas e equipamentos vendeu tudo o que foi levado à exposição. Neste ano uma das novidades foi atrair o publico de infantil ao parque, com a criação de um espaço do “Pequeno Produtor”, para aproximar as crianças da rotina do homem rural. Foram cerca de 5.500 alunos de escolas públicas e particulares da Capital e do interior para aprender sobre a vida no campo. A volta do show renovou a força da feira que registrou nos dias mais movimentados uma média de público diária de 12 mil pessoas. Na 75ª Expogrande Quatro leilões se destacaram com a arrecadação superior a um
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milhão de reais. “Os números comprovam, somos a maior feira em comercialização de gado de corte e estamos entre as três maiores feiras do País. Essa foi maior Expogrande de todos os tempos”, disse Maia em coletiva. Já são esperadas as expectativas para Expogrande de 2014, e apesar da baixa média de público esperada, o presidente Chico Maia garante que os shows continuarão ano que vem e que a feira só tende a crescer. “Tivemos uma feira espetacular, estamos em constante mudança e ano que vem vai ser melhor ainda”, completa. Junior Cordeiros
GOVERNANÇA
Vice-Governadora Vice-Governadora Simone Simone Tebet Tebet abre abre MS MS Florestal Florestal 2013 2013
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governadora em exercício Simone Tebet esteve na abertura do 3º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, realizado no município de Bonito a 300 quilômetros da capital Campo Grande. Nesta edição do congresso teve como tema a competitividade. Estavam presentes no evento executivos, empresários, produtores rurais, pesquisadores, estudantes e prefeitos de diversos municípios que participaram da abertura do evento na noite nesta terçafeira. Durante a palestra de abertura a governadora em exercício, Simone Tebet, afirmou que Mato Grosso do Sul será uma potência ainda maior Com o tema “Mato Grosso do Sul lucrativo e sustentável”, e iniciou o MS Florestal 2013 dizendo que há seis anos o Produto Interno Bruto (PIB) do Estado era de R$ 28 bilhões e que, em apenas seis anos,
este número saltou para quase R$ 60 bilhões. Também destacou, ainda, o potencial pecuarista com 20 milhões de cabeças de gado, utilizando quatro milhões de cabeças para o abate por ano. Tebet disse, também, que 65% do pantanal ficam no Mato Grosso do Sul. “Fizemos o Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE). Assim, atraímos empresas e estamos desenvolvendo o setor florestal”, acrescentou Simone Tebet. O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore – MS) Junior Ramires, fez um breve discurso dizendo que: em 2008, se discutia a expansão do setor com o Plano Estadual de Florestas e Em 2010, o debate foi voltado para a sustentabilidade, ma agora, em 2013, é a vez da competitividade. “Nestes cinco anos, 400 mil hectares foram plantados, crescendo, em média, 25% ao ano. Hoje, temos 612
mil hectares plantados” afirmou Ramires. O Estado pode se tornar um grande produtor de etanol – cuja produção já atingiu a dois bilhões de litros, com o número de usinas saltando de 15 para 25. “O governo federal tem seis projetos que podem mudar a logística do Estado – três ferrovias e três rodovias. São grandes investimentos e que demoram, mas vão acontecer”, detalhou Tebet. As duplicações das BRs 262 e 163 são, hoje, os projetos mais visíveis. O potencial de ecoturismo de Bonito não pode ser ignorado, principalmente pelo fato de a cidade já ter sido eleita onze vezes como o melhor roteiro neste segmento turístico. Além disso, o governo do Estado está construindo o maior aquário de água doce do mundo, com 18,6 mil metros quadrados, divididos em 24 tanques. Junior Cordeiros
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GOVERNANÇA
Governo zera PIS/Cofins do Etanol
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través de políticas de redução de juros em empréstimos e na redução da carga tributária para o setor, o governo trabalha em medidas para resgatar a comercialização forte do etanol, afim de diminuir a importação de gasolina e baixar os preços das bombas nos postos de combustíveis. A verdadeira intenção se baseia em reduzir a carga tributária e o prazo de compensação de crédito para o setor sucroalcooleiro. Trata-se de uma política de desonerações para tentar conter a inflação e aumentar a competitividade de diferentes setores. A medida em relação às taxas, zerou a cobrança de PIS/Cofins sobre o combustível, quando equivalia a R$ 0,12 por litro de etanol ou R$ 48,00 por metro cúbico. Muitos ainda afirmam que a desoneração sozinha não resolverá por completo o problema da rentabilidade, agravado nos últimos anos. O governo por sua vez, pretende estimular a produção de etanol, preterido diante dos melhores preços do açúcar no mercado mundial. A isenção da cobrança do PIS/Cofins para o etanol poderá resultar, em um primeiro momento, na redução de até 10 por cento no preço do biocombustível hidratado para o consumidor final, e deverá tornar o combustível mais competitivo. O etanol hidratado é o que compete diretamente com a gasolina, sendo vendido individu-
almente nas bombas para abastecer os carros bicombustíveis, ao contrário do etanol anidro, que é misturado obrigatoriamente à gasolina. Dilma transformou a política de desonerações na principal ferramenta para tentar conter a inflação e estimular a competitividade e diminuir a importação de gasolina ao aumentar a oferta de álcool no mercado, contudo, com resposta há redução do superávit primário, espécie de poupança para pagamento dos juros da dívida publica. Para reduzir o esforço fiscal e aumentar os próprios gastos o governo decidiu abater as desonerações da meta de superávit para 2013. Estabelecida pela lei orçamentária, a meta de 3,1% do PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a R$ 155 bilhões em 2013. Desse total, o governo federal economizará R$ 108,1 bilhões, mas já foram autorizados a abater desse valor as desonerações e os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que juntos somam R$ 65,2 bilhões. Ou seja, na prática, a meta foi reduzida para R$ 42,9 bilhões, ou 0,9% do PIB. Apesar das expectativas com as medidas de incentivo, a ausência de um planejamento no setor de biocombustíveis é visível, o que precisamos é de políticas claras, definidas, que tragam segurança para atrair novos investimentos para o setor. Junior Cordeiros
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CANA EM FOCO 16 º Prêmio Andef
4ª Edição Ethanol Summit 2013
Esse ano a premiação reconhecerá ainda mais trabalhos podendo participar: Revendas e Canais de Distribuição, Cooperativismo, Universidades e Imprensa, além da homenagem aos projetos desenvolvidos pela indústria de defensivos agrícolas. A entrega oficial será no dia 24 de junho, no Esporte Clube Sírio, em São Paulo. A comissão julgadora será composta por profissionais ligados ao agronegócio, governo, ONGS, universidades e imprensa. Para mais informações acesse: www.andefedu.com.br/premioandef
O Ethanol Summit 2013 será realizado nos dias 27 e 28 de junho no Grand Hyatt Hotel de São Paulo, mesmo local do Summit 2011. O evento será objeto de um suplemento especial a ser produzido e publicado em inglês pelo jornal The Washington Post. A divulgação do suplement está sendo negociada para o mês de abril. Organizado a cada dois anos pela União da Indústria de Cana-deAçúcar (UNICA), as inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, através do site oficial do evento. Saiba mais: www.ethanolsummit.com.br
SAF’s + 10 É um congresso de Sistemas Agroflorestais que será realizado de 24 à 27 de Junho de 2013 no Auditório “Arquiteto Arnaldino da Silva” do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul – CREA/MS. O evento é realizado pela Embrapa Gado de Corte, Embrapa Pecuária Sudeste, Universidade Federal da Grande Dourados/ GESAF e Fundação MS para a Pesquisa e Difusão de Tecnologias Agropecuárias. Site do evento: cloud.cnpgc. embrapa.br
21ª FENASUCRO 2013 A FENASUCRO (Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergético) realizada nos de 27 a 30 de agosto de 2013, realizada no Centro de Eventos Zanini, Sertãozinho, São Paulo, promovida pela Reed Multiplus e com realização do CEISE Br, traz novo layout, com exposição setorizada da feira em agrícola, processos industriais, transporte e logística e fornecedores industriais, unificando assim a Fenasucro, Agrocana e Forind SP. A expectativa é superar o número de 500 empresas e receber mais de 30 mil visitantes. Mais informações em: www.fenasucro.com.br/
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OPINIÃO
O que existe por trás das lentes?
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ocê já se perguntou como alguém consegue fazer uma determinada fotografia? Ou melhor, já questionou o quanto pode ser arriscado e ao mesmo tempo prazeroso fazer um registro? Bom, vou dividir um pouco das minhas experiências e contar o que há relacionado às histórias de cada imagem. Muitos alegam que escrever com a luz este é o significado literal da palavra fotografia (foto = luz + grafia = escrever) - é apenas técnica ou preferem afirmar que seja apenas uma forma de arte. Eu penso que é a junção da dedicação, do esforço, da criatividade e da sensibilidade, necessitando de estudos e referências assim como as demais profissões. Não é apenas o equipamento que faz o fotógrafo, mas a junção do cérebro com a criatividade e o momento certo. Gosto de citar os profissionais, que prefiro chamar de mestres, que são referência para mim. Henri Cartier-Bresson – considerado o pai do fotojornalismo –, Steve McCurry, Robert Capa, Sebastião Salgado, Araquém Alcântara e muitos outros que eu poderia citar. A lista, no entanto, ficaria longa. Foi assim que comecei a definir meu gosto, entender o que eu realmente queria fazer e me especializar. Prefiro a possibilidade dos imprevistos, do desconforto e das indagações que o fotojornalismo e a fotografia documental proporcionam do que o estúdio fotográfico ou a escrita. É uma relação de liberdade e licença poética. Você sente medo de algumas situa30
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ções e, ao mesmo tempo, torna-se capaz de enfrentá-las. Você se vê obrigado a arriscar e a experimentar. Seus pensamentos, olhos e lente se fundem em um único instrumento. Tudo que está ao seu redor se transforma. Infelizmente, sou incapaz de expressar no texto o tamanho da emoção relacionada à prática fotográfica, apenas quem a exerce é capaz de compreender onde quero chegar. Fotografia rural – o primeiro trabalho Preciso fazer uma ressalva antes de me aprofundar sobre meu primeiro trabalho fora da redação. Pareço pouco sociável quando estou com a câmera no pescoço, mas a verdade é que fico concentrada ao máximo no que preciso fazer, analisando tudo o que me cerca. Isso é um mal da profissão: observamos gestos, diálogos, expressões faciais e qualquer tipo de situação que esteja acontecendo ou possa surgir. É assim que conseguimos nossos registros: através de muita percepção. Então vamos falar sobre o meu primeiro dia de campo, que era uma tremenda responsabilidade que eu iria enfrentar. Pela primeira vez iria fotografar pela Rural Centro e ninguém do núcleo de comunicação da empresa havia visto minhas imagens. Tratava-se de uma espécie de “prova de fogo”. Meu equipamento estava longe dos padrões profissionais (uma Sony DSC-H50). Pensei apenas em fazer o possível. Peguei a estrada rumo à Fazenda Ca-
choeirão, a 44 km de distância de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, e fiquei muito aflita durante o trajeto porque o tempo estava nublado. Para as ideias que eu tinha em mente, isso não era um bom sinal. Mas assim que chegamos à propriedade, não demorou para o sol dar as boas vindas. Aquele foi o momento de colocar a mão na massa e fazer o que deveria ser feito. Depois de uma bateria de imagens, resolvi inovar e fazer alguns registros em cima de uma carroceria. Não vou negar que foi divertido ficar sacolejando de um lado para o outro. Ao final, quando desci, somente meus olhos estavam limpos. Cabelos, roupa e a pobre câmera estavam revestidos por uma densa camada de terra vermelha. Mas a melhor parte estava por vir: como recompensa, um churrasco com carne de novilho precoce. Nessa parte nem entrarei em muitos detalhes, pois acho que quem trabalha com agronegócio conhece muito bem o sabor ao qual me refiro. Mas, por favor, não pensem que vou apenas aos dias de campo para comer! Depois disso, o trabalho já estava concluído, mas a experiência daquele dia está muito bem registrada na minha memória e nas imagens. Sei que estou muito distante de atingir o nível dos grandes mestres da fotografia, mas tenho a possibilidade de exercê-la quase todos os dias e quero dividir isso. Desejo compartilhar, através das imagens, as histórias e acontecimentos que existem no meio rural.
Thaiany Regina da Silva tem 21 anos e graduou-se, em 2012, no curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), de Campo Grande-MS.
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CURSO
Projeto AGORA realiza curso para jornalistas em MS
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projeto AGORA é um curso direcionado para atualização da Imprensa sobre o setor sucroenergético em Dourados (MS). Patrocinado pelos sindicatos de produtores e fornecedores do setor, o evento contou com a participação de jornalistas de várias partes do país. Uma das palestras de destaque foi realizada pelo diretor Executivo da Unica, Antonio Pádua, ressaltando que a receita do setor no ano passado ficou em R$ 36 bilhões: 53% com participação do açúcar, 44% do etanol e 3% da bioeletricidade. A grande participação do açúcar se deve a valorização do preço no mercado internacional, superando a do etanol. Já para a atual safra, Pádua prevê que será mais alcooleira, independente das medidas que foram anunciadas pelo governo federal, pois o preço do açúcar vem caindo, o câmbio está patinando na casa dos R$ 2,00 além do alto custo de colocação do preço do açúcar no porto, devido aos problemas de infraestrutura. Por isso, o etanol será mais valorizado este ano, com destaque para o anidro, o produto mais rentável e, em segundo lugar, o hidratado. Ele diz que na atual safra será repetido, também, o mesmo volume de exportação de etanol da safra passada, que já teve um crescimento de 7%, o mercado interno ficará com 38% da produção e, da produção de açúcar 38% serão exportados. Porém, o setor ainda se encontra em dificuldades, e pode-se dividir as usinas em quatro grupos, levando-se em conta as endividadas e que poderão passar por um processo de fusão ou aquisição (com 10,5% da moagem); recupe-
ração judicial com elevada alavancagem (13% da moagem), excelente performance e endividamento controlado (35% da moagem) e grupos com pleno acesso ao capital (36% da moagem). Pádua prevê um endividamento projetado para o final da safra 13/14 de R$ 56 bilhões, alta de R$ 4 bilhões em relação a 12/13. A partir de 2015, ele acredita que não será mais possível aumentar a produção apenas expandindo oferta; a capacidade ociosa será minimizada, exigindo novas unidades e aumento da capacidade. Deverá ocorrer um salto de investimento tecnológico e busca de espaço para que o etanol possa ter maior rentabilidade. O ritmo de crescimento dependerá dos sinais de mercado e das políticas públicas associadas ao etanol, tanto no âmbito internacional e no mercado doméstico, além da necessidade de se trabalhar a redução do ICMS no país, a fim de criar mais mercado para o etanol. A expectativa é de que ocorra uma readequação da tributação sobre o etanol, maior transparência e previsibilidade na formação de preços da gasolina no longo prazo, diretriz de longo prazo sobre o papel do etanol na matriz de combustíveis e investimentos na bioeletricidade. Outra palestra realizada foi a do agrônomo e professor da USP, Marcos Fava Neves, que se diz mais animado com os cenários para o setor em função os arranjos internacionais. Segundo ele, países como a China, Índia e África demandarão uma grande quantidade de grãos e combustíveis renováveis para reduzir a poluição ambiental. SIAMIG
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Dados revelam boas expectativas para a safra
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2013/2014
este mês de abril, foram anunciadas na Biosul (Associação de Produtores de Bioenergia de MS) as primeiras expectativas para safra 2013/2014. O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, anunciou os dados que revelaram a situação da projeção da cana-de-açúcar dentro do Estado. Foi apresentado um crescimento expressivo de 18 % (em milhões) na cana de açúcar, tendo uma produtividade agrícola de 70,4 Toneladas e uma produtividade Industrial de 138,8 Toneladas. MS deve colher 44,1 milhões de toneladas de cana na Safra 2013/2014 O nosso mix de produção prioriza o etanol com 64% da produção voltada a ele, contra 36 % voltada ao açúcar, que teve um crescimento de Produtividade Agrícola
Toneladas de cana por hectare: 2,47% maior ainda abaixo da média
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26,4 % ultrapassando os 2 milhões de litros. O Mato Grosso do Sul já possui 89% da produção mecanizada, sendo assim, o estado mais mecanizado do Brasil, dados do Centro Tecnológico Canavieiro apontam que 94,3% da produção do setor sucroenergético no Estado é feita por meio de máquinas. Isso garante um profissional mais qualificado e, por consequência, melhor remuneração. O setor também teve aumento de 41% no etanol anidro (684,6 mil m³), e 16,5% do etanol Hidratado (1.667 mil m³), num total de 22% no crescimento do etanol do geral (2.352 mil m³). Quando se trata de Bioletricidade exportada em GWh, tivemos um crescimento de 27% . Através do setor o estado gera 30.500 emMecanização
O Estado mais avançado do Brasil na eliminação da queima - dados 12/13
pregos diretos e 90. 000 empregos indiretos, é quase 3 empregos diretos para 1 indireto. Temos o maior salário médio da agricultura e o 2 maior em massa salarial, contendo 2 mil pessoa qualificadas na área. Em relação a esta nova safra podemos afirmar que as expectativas são boas, embora as chuvas tenham ditado os períodos importantes da produção, continuamos num processo de recuperação no setor do estado, prometendo um período de melhores classificações nos próximos ranking nacionais.
Bioeletricidade
Energia exportada em GWh - Crescimento de 27%
Junior Cordeiros
Distribuição da cana no MS
Por microrregiões segundo classificação do IBGE
Etanol Total
Em mil m³. Crescimento de 22,8%
Açúcar
Em mil toneladas. Crescimento de 26,4%
Gráficos: Biosul, IBGE e Associadas ABRIL 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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ESPECIAL
49ª Expoagro A feira internacional de agronegócio de Dourados
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49ª Expoagro 2013 acontece de 09 a 19 de maio no Parque de Exposições João Humberto Andrade De Carvalho, em Dourados-MS. O evento contará com leilões, comercialização de produtos derivados de leite, exposição de raças, palestras, simpósios, shows nacionais, e diversos segmentos do agronegócio. O lançamento oficial da feira aconteceu no dia 12 de abril, onde foram apresentados a programação e o tema “Um Show de Oportunidades e Inovação”. A 49ª Exposição Agropecuária e Industrial de 36 36
Dourados 2013 tem o objetivo de demonstrar o que há de mais moderno em equipamentos e pesquisa para que o produtor rural tenha melhor aproveitamento de sua propriedade. Durante o evento o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Marisvaldo Zeuli afirmou “Não se trata apenas de mais uma edição da mais importante festa do agronegócio de Mato Grosso do Sul. Estamos falando da maior festa do agronegócio, já que a nossa Expoagro se renova a cada ano e sempre cumpre o papel de ser a vitrine das novas tecnologias, das novas
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ferramentas de produção agrícola e pecuária, dos novos modelos de luta em defesa do direito de propriedade”. Marisvaldo enfatizou a importância que esta 49ª edição da Expoagro representa para o Sindicato Rural de Dourados “Este ano, significa dizer que realizaremos no ano que vem a Expoagro de número 50, mostrando para toda sociedade que há mais de meio século esse Sindicato Rural cumpre seu papel de representar o homem do campo e, mais importante, de integrar o campo com a cidade”. O vice-prefeito de Dourados, Odilon Azambuja,
que representava o prefeito Murilo Zauith, fez questão de lembrar que a maior festa da cidade, é realizada devido ao bom trabalho desenvolvido pelo Sindicato Rural e também pela participação que a população da cidade e de municípios vizinhos dedicam ao evento. A novidade do ano é o Pavilhão da ACED, um espaço coordenado pela Associação Comercial e Empresarial de Dourados além das atrações culturais que acontecem dentro do Pavilhão, como dança, desfile, esportes e música. O homenageado do ano é o artista plástico Paulo Rigotti, que faleceu no ano passado, expondo suas obras no espaço destinado às atrações culturais. Paulinho, como era conhecido, foi o idealizador do Projeto Nace, que promove esporte, educação e cultura através de cursos gratuitos em escolas particulares aos estudantes da rede municipal de ensino. Segundo a coordenadora do Pavilhão ACED, a vice presidente da entidade, Ely Oliveira, a homenagem é justa. “Paulinho foi um artista criativo e ativo, grande incentivador das artes em nossa cidade e estado e doou bastante seu tempo em prol das crianças carentes”, explica Ely.
O espaço foi reformado e o novo ambiente está climatizado, forrado e ainda mais atraente para os que expõem. A cada edição, as expectativas são superadas gerando repercussão positiva dentro do Estado e no país. Em parceria com o Sindicato Rural de Dourados, a ACED busca promover a oportunidade de o comércio mostrar as novidades e tendências, além de tornar a marca das empresas expositoras conhecidas no mercado douradense. A feira de empreendedores atrai um público diverso pelos produtos e serviços oferecidos durante os onze dias da feira agropecuária. Junior Cordeiros
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GOVERNANÇA
Dourados em foco Região se destaca como pólo de desenvolvimento da cana no Estado
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uitos agricultores acreditem na cana cana-de-açúcar como um futuro promissor na agricultura mundial, acreditam em uma cultura com maior vantagem competitiva, apostam nas vantagens competitivas para energia e para derivados petroquímicos, que são tão importantes para nosso bem estar. Na região Centro-Oeste o desenvolvimento não é diferente, Só no Centro-Sul os números positivos mostram um excelente momento para o setor sucroalcooleiro, mostrando um aumento de 11% da safra, com relação a anterior (Em levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento, o CONAB). Dados mostram que as lavouras recuperaram sua produção em 5,9%, por conta da normalização das condições climáticas, e a área de corte também aumentou de 8.485 mil para 8.893 mil hectares, mostrando a boa posição também do açúcar e etanol diante deste cenário. Para eles, ainda, espera-se um aumento de 13,61% no açúcar e 8,99% no etanol. Hoje, 80% da cana plantada no Estado de
MS, esta na região da Grande Dourados, que possui um plano no setor sucroenergético baseado numa área plantada de cana com até 738 mil hectares e um crescimento de 15% em relação à safra 2012/2013. Mas no município de Dourados a área deve cair, segundo a estimativa da Biosul, de 56 mil para 50 mil hectares. Mato Grosso do Sul ainda possui 8 milhões de hectares de terra para serem utilizados na produção, onde a cana também pode vir a ocupar parte dessa área. Dentro da Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio está sendo desenvolvido o projeto ‘Polo de Serviços do Setor Sucroenergético de Dourados e Região’, que está atraindo muitos investimentos para o município. Na região, a partir de Maracaju e Nova Alvorada do Sul até o extremo sul do Estado, estão instaladas e funcionando 16 usinas. Onde Dourado é o centro da região. Junior Cordeiros
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ARTIGO
Setor florestal brasileiro:
falta competitividade?
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uito tem se falado sobre o setor florestal do nosso estado. Os números do crescimento são fascinantes. Em 2012, enquanto a média nacional de aumento da área plantada foi de 5%, Mato Grosso do Sul cresceu 30%. As previsões indicam que até 2020 atingiremos a marca de 1 milhão de hectares de florestas plantadas, galgando as primeiras posições do ranking nacional. Os mais otimistas acreditam que atingiremos esta marca ainda antes. Estes números e informações são amplamente divulgados e fizeram o setor cair na graça da população sul-mato-grossense. No entanto, ao observarmos a produção florestal mais de perto, junto de quem está ou no campo trabalhando, ou no escritório pagando a conta, a visão é outra. A tão almejada competitividade do setor deixa a desejar por vários aspectos de responsabilidade governamental e privada. Transporte de celulose A logística é um dos principais problemas do setor produtivo nacional. Para as florestas plantadas em Mato Grosso do Sul, isso não é diferente. Enquanto que nos Estados Unidos gasta-se, no máximo, 20 dólares para transportar uma tonelada de celulose da fábrica até o porto, no Brasil gasta-se US$ 90. Melhorias urgentes são necessárias, do contrário o raio de ação das empresas consumidoras fica cada vez mais limitado, aumentando a competição por terras nas proximidades das unidades fabris, inflacionando os preços. A insegurança jurídica, especialmente por parte dos órgãos federais, fez com que MS perdesse investimentos de mais de 6 bilhões de dólares em 2012. Acompanhamos de camarote a Portucel se afastando a cada dia do Mato Gros40
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so do Sul - e na última semana isso consolidouse. Outro exemplo da necessidade de investimentos no setor são os implementos utilizados para a implantação de florestas. Enquanto nos Estados Unidos e Europa utiliza-se cerca de 85% de equipamentos específicos para a atividade, no Brasil tem-se apenas 35% de equipamentos florestais adaptados. Os específicos são poucos e ainda carecem de muito investimento e estudo. Há neste caso uma grande oportunidade para a produção industrial, alavancada pela demanda crescente. MS tem vantagens específicas, que o fazem diferente dos outros estados do Brasil. As duas principais são a aceitação do cultivo florestal pela população e a desburocratização ambiental para plantio e corte de florestas plantadas, mas isso não é suficiente. Precisamos com urgência lançar olhares minuciosos à base da cadeia produtiva, observar o plantador de mudas, entender as reais necessidades, investir em estrutura viária, capacitação de mão de obra, melhoramento genético e, aí sim, ter competitividade. Então, cadê a competitividade? Ou faremos isso, ou setor florestal está condenado a uma estabilidade produtiva muito aquém do que Mato Grosso do Sul e o Brasil podem obter. Alex Melotto é biólogo (UCDB, 2006), especialista em gestão e manejo ambiental em sistemas florestais (UFLA, 2008), mestre em biologia vegetal (UFMS, 2010) e doutorando em agronomia (UFGD). Pela Fundação MS, atua como pesquisador do setor Sistemas Integrados.
CAPA
Inauguração da ADECOAGRO em Ivinhema Cerca de 500 pessoas participaram de cerimônia de inauguração
A
pedra fundamental da nova usina foi lançada em agosto de 2011. Na época, o investimento previsto pelo grupo no projeto foi de R$ 1,5 bilhão. Recentemente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou a liberação de empréstimo de R$ 488,6 milhões para o empreendimento. Inaugurada no dia 26 de Abril no Vale do Ivinhema
como a 25ª usina no Estado de Mato Grosso do Sul, A empresa Adecoagro instalou sua segunda Indústria no estado. O seu parque industrial conta com capacidade inicial de produção de 2 milhões de toneladas de cana-de-açucar por safra. E quando completa, será capaz de processar até 6 milhões de toneladas que, somadas a produção de Angélica que também é do Grupo Adecoagro e se localiza no
estado, as usinas atingirão a capacidade de 10 milhões de toneladas. A unidade foi implantada com a mais moderna tecnologia do setor, o que inclui caldeiras de alta pressão, turbogeradores para cogeração de eletricidade, alta flexibilidade para transferir a produção entre açúcar e etanol, a mecanização total das operações agrícolas (plantio e colheita), e a capacidade de processar subprodutos como
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CAPA
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a vinhaça e torta de filtro para a fertirrigação. Segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), a previsão é que quando entrar em operação a usina Ivinhema gere mais de mil empregos diretos. Para atender a demanda por mão de obra qualificada para a usina, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) instalou em julho de 2012 uma agência no município, que oferece aproximadamente 19 cursos de formação profissional. A Usina do Vale do Ivinhema contou com investimentos de mais de 480 milhões que financiados pelo BNDES que em seu projeto de implantação inclui a instalação de uma unidade de co-geração de energia elétrica de 120 mega-watts (MW). Mato Grosso do Sul é o quinto maior estado produtor de cana, e um dos estados expoentes na produção de etanol e bioeletricidade, e com a inauguração da segunda unidade da usina Adecoagro, pode até mascarar os problemas das indústrias. A usina, cuja decisão pela construção foi tomada em 2008, tem capacidade para moer até seis milhões de toneladas de cana por safra, mas o estado e o país precisam – e devem – produzir muito mais do que indica a capacidade atual.
Enquanto o mercado mundial de açúcar tem crescimento anual previsível (e o Brasil pode ser responsável por até 60% deste mercado), o de etanol tem futuro incerto, pois a frota de carros flex cresce todo ano e pequenas mudanças no comportamento do consumidor e na política de preços do governo podem fazer com que a cadeia produtiva perca oportunidades. Atualmente, 81% dos veículos leves brasileiros (19 milhões de automóveis) e 61% das motocicletas são bicombustíveis. O Grupo Adecoagro possui várias instalações industriais distribuídas pelas regiões mais produtivas do Brasil, Argentina e Uruguai, onde produz mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas, como: açúcar, etanol, eletricidade, milho,
trigo, soja, arroz e produtos lácteos, entre outros. Mariano Bosch, gerente geral da Adecoagro, falou o porquê da escolha de Ivinhema para ser mais uma unidade do grupo. “Gostamos muito das condições naturais e todo o suporte das autoridades, além da população ter recebido muito bem essa ideia”. Para quem não sabe, o Grupo Adecoagro possui várias instalações industriais distribuídas pelas regiões mais produtivas do Brasil, Argentina e Uruguai, onde produz mais de um milhão de toneladas de produtos agrícolas, como: açúcar, etanol, eletricidade, milho, trigo, soja, arroz e produtos lácteos, entre outros. Conforme anunciado pelo diretor Sucroalcooleiro do Grupo Adecoagro no Brasil,
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CAPA Marcelo Vieira, a Usina do Vale do Ivinhema contou com investimentos de mais de 480 milhões que financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e em seu projeto de implantação inclui a instalação de uma unidade de co-geração de energia elétrica de 120 megawatts (MW). Após várias usinas terem fechado no Brasil, a Usina de Vale do Ivinhema é a única prevista para dar início de suas atividades nesta safra. Roberto Hollanda Filho, presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do MS) reforçou no evento que o Estado é considerado um pólo sucroenergético do país e anunciou a abertura regional da safra 2013/2014. “Para este ano Mato Grosso do Sul tem a expectativa de moer 18,3% a mais do que na safra anterior, o equivalente a cerca de 44,1 milhões de toneladas de cana. A produção de etanol deve chegar a 2,35 bilhões de litros, um crescimento de 22,8% em relação à 2012/2013, enquanto a produção de açúcar aumentará em 26,1% com a oferta de 2,19 milhões de toneladas”, ressaltou Roberto. “Meu desejo é que as externalidades do nosso setor sejam reconhecidas. Quando fizer isso, o Brasil vai ver que precisa cada vez mais de 44 10
etanol, cada vez mais de energia e precisa continuar na liderança do mercado de açúcar. O crescimento do setor sucroenergético é um modelo de ganha-ganha para o Brasil. Certamente a nosso papel na matriz energética vai ganhar relevância”, resumiu o presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul, a Biosul, Roberto Hollanda Filho. Durante seu discurso na cerimônia que marcou o início das operações da nova usina de MS, Farina destacou uma frase do hino nacional: verás que um filho teu não foge à luta. “É importante que se tenha visão clara do ponto de vista de quem elabora política pública e de quem a programa qual é o papel do etanol na matriz de combustíveis brasileiros e qual o papel da biomassa na matriz elétrica. Isso dá um
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sinal claro de quanto nós temos que investir”, requisitou Beth Farina, presidente da Unica. “O setor, que outrora foi achincalhado por gente dizendo ele ser deletério para o meio ambiente, passou pelas dificuldades e não tem fugido à luta causada pelos decessos ocorridos ante as situações econômicas da nação e das regiões que ocupa. Em trabalho mostrado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) no Rio+20, mostramos que essa cadeia produtiva é verdadeiramente de energia limpa, renovável, perene e com tecnologia brasileira para exportar para o mundo”, reconheceu o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, durante o evento. O prefeito de Ivinhema, Éder Lima (Tuta), comemorou o momento positivo vivenciado pela cidade. De acordo com ele, desde a gestão anterior, já foi possível acompanhar o início dos trabalhos do Grupo Adecoagro no município. “Graças a este empreendimento, Ivinhema é destaque no cenário estadual e até nacional. Abrimos novos horizontes e isso é a realização
de um sonho”, comemorou. Para o senador Waldemir Moka, investimento deste porte traz mudanças positivas para toda a região. Segundo ele, haverá, imediatamente, aumento no poder de compra da população com abertura de novas oportunidades de trabalho. “São iniciativas como estas que mantém nosso país com números positivos na geração de emprego e renda”, pontuou.
Geração de emprego Atualmente a Adecoagro Ivinhema possui 3.781 empregados diretos, mas a previsão após a conclusão do projeto é que sejam criados mais 1.360 postos de trabalho diretos. Na última semana, o Centro Integrado de Assistência ao Trabalhador (CIAT) de Nova Andradina, divulgou a abertura de aproximadamente 400 vagas de trabalho. Deste montante, 160 oportunidades seriam para o setor sucroalcooleiro da região. Fotos e Texto: Junior Cordeiros
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LOGÍSTICA
Centro-Sul é foco de novas usinas
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Junior Cordeiros
egundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (ÚNICA), três novas unidades produtoras iniciarão suas atividades na safra 2013/2014 na região Centro-Sul. Este número é significativamente menor que o registrado nos últimos anos, quando se observou até 30 novas usinas em uma única safra. Além da redução na quantidade de novas unidades produtoras, 12 usinas que processaram cana-de-açúcar na safra passada poderão não operar este ano devido a problemas financeiros. Caso esse número se confirme, haverá uma perda de capacidade de moagem superior a 18 milhões de toneladas de cana. Em relação ao açúcar, a perda de capacidade de cristalização estimada para a safra 2013/2014 no Centro-sul é de 800 mil toneladas. Essa redução será apenas parcialmente compensada pelas novas fábricas, que deverão incorporar uma capacidade de produção de 300 mil toneladas de açúcar. Portanto, a redução líquida estimada é de 500 mil toneladas do produto. Só no Mato Grosso do Sul as expectativas devem aumentar em 18,3% na moagem de cana na safra 2013/14, o equivalente a cerca de 44,1 milhões de toneladas, segundo dados da Biosul. Os canaviais jovens e a consolidação das novas unidades que ainda não atingiram suas capacidades totais de processamento de cana, são os fatores que deverão contribuir para esse resultado, na opinião de Roberto Hollanda Filho, presidente da entidade. Não é só a moagem que deve aumentar,
mas também a produção de etanol que deve chegar a 2,35 bilhões de litros, um crescimento de 22,8% em relação à 2012/2013. A produção de açúcar aumentará em 26,1% com a oferta de 2,19 milhões de toneladas. Das 24 usinas que já estão operando em MS, 13 vão produzir açúcar e etanol e 11 exclusivamente etanol. Junior Cordeiros
GENTE QUE FAZ
Arquivo
Cantões da Cana Uma Maratona em prol da indústria da cana
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antões da Cana é o nome dado à Expedição que carrega uma maratona de mais de 10 mil quilômetros percorridos em, aproximadamente, um ano por estradas de quase todas as regiões do país e da América Latina. A 1º Etapa iniciou em setembro do ano passado, sendo que a expedição conta com 3 etapas: sendo Fase 1 (Usinas do Sul, Sudeste e Centro Oeste –acontecerá de setembro a novembro de 2012); Fase 2 (outras Usinas do Sudeste, Norte, Nordeste – no período de janeiro a fevereiro de 2013) e Fase 3 (Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela – de maio a agosto
2013). É o que espera Tercio Dalla Vecchia, CEO da Reunion Engenharia e idealizador do projeto. Segundo ele, o longo trecho a ser percorrido será a base para a publicação de um Livro sobre a viagem em comemoração aos 20 anos da Reunion. “Quero resgatar o que há de mais significativo em cada região. O roteiro do Livro prevê uma descrição divertida das visitas, incluindo fotos, histórias peculiares, depoimentos, tecnologias e dados interessantes do setor para serem compartilhados entre os parceiros, clientes e amigos”. Durante a Fase 1, que aconteceu de setembro a novembro de 2012, o CEO da Reunion,
Tercio Dalla Vecchia, visitou as regiões Oeste de São Paulo, Norte do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Oeste de Minas Gerais. Esta primeira etapa da Expedição contou com o apoio dos patrocinadores: Run Time, Complastec, Welding, Lumobras, Maubisa, Alvenius Metalcoating, Bortolot, Planusi, JornalCana, BIO&Sugar, CEISE Br, Dedini, Raízen, JSM Assessoria de Imprensa e Mr. Veggy. Além de visitar as unidades processadoras de cana-deaçúcar do Brasil, a Expedição também objetiva levantar dados das regiões, conhecerem a história da cultura da cana, registrar as lições de cada cantão onde existe um pé de cana e
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poder contribuir um pouco para este setor que tanto colaborou e continua colaborando para a economia mundial. À segunda Fase Cantões da Cana começa no dia 21 de abril, com uma distância préestabelecida de nove mil quilômetros em, aproximadamente, 90 dias. Nesta Fase, serão visitados cerca de 60 locais das regiões de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Leste de Minas Gerais e Norte de São Paulo. Após o término da Expedição será publicado um livro que prevê uma descrição divertida das visitas, incluindo fotos, histórias peculiares, depoimentos, tecnologias e dados interessantes do setor para serem compartilhados entre os parceiros, clientes, amigos, os próprios colaboradores visitados e o público em geral. Para Tercio, este Livro será um retrato Arquivo
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pessoal com importantes exemplos que fizeram do agronegócio uma mola propulsora da matriz energética do Brasil e promoveram o crescimento econômico em suas regiões. A motivação do projeto implica em divulgar a indústria da cana e sua importância nas diversas cidades por onde passar a Expedição; visitar e conhecer as usinas de Norte a Sul do Brasil, estabelecendo um canal de comunicação com executivos do setor; recolher informações sobre as tecnologias e divulgar novas tecnologias. Também objetiva levantar as necessidades locais que visem propiciar melhorias técnicas nos processos das usinas de açúcar, etanol e bioenergia; levantar aspectos econômicos relativos à indústria da cana e do agronegócio nas diversas regiões; descobrir histórias, costumes e personagens de cada região e os aspectos pitorescos e turísticos de cada cantão. Junior Cordeiros
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Sucroalcooleiras sobem na BM&FBovespa Analistas do mercado avaliam que a recente desoneração do PIS/Cofins sobre o etanol, que deverá representar uma economia de aproximadamente R$ 0,12 por litro, tende a ser apropriada pelas usinas. Os papéis das usinas sucroalcooleiras de capital aberto reagiram positivamente ao pacote de estímulo ao etanol do governo federal. Ontem, as ações ordinárias (com direito a voto) da São Martinho fecharam com valorização de 2,4% na BM&FBovespa; a Tereos avançou 2,3% e a Cosan, 1%. Na semana, as companhias acumulam valorização de 6,6%, 3,3% e 3,4%, respectivamente. A Cosan maior processadora de cana-de-açúcar do país, pode colher um aumento de R$ 200 milhões em seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), caso a empresa absorva totalmente a isenção do PIS/Cofins sobre o biocombustível, de acordo com relatório do Itaú BBA.
Área plantada de cana no Centro-Sul cresce para 7,6 mi de hectares A área de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil deve alcançar 7,6 milhões de hectares na safra 2013/2014, de acordo com estimativa da Canaplan consultoria, divulgada nesta terçafeira (16/04). Nas últimas duas safras, a área ficou estagnada, em virtude do processo elevado de renovação dos canaviais, de acordo com Luiz Carlos Correa Carvalho, sócio da consultoria. “Nessa safra, haverá uma expansão do canavial, com uma renovação menor”, disse. Ainda segundo Correa Carvalho, a colheita mecanizada na safra 2013/2014 chegará a 87% das lavouras ante 83% na safra passada e 46% em 2008/2009, quando o processo de colheita mecânica passou a ser mais intensivo na região por restrições ambientais à queima da palha. O sócio da Canaplan acrescentou, ainda, que as chuvas desde meados do ano passado ajudaram a metade final da produção 2012/2013 e devem melhorar a colheita nesta safra. “Neste ano a melhoria é realmente impressionante. Mas ainda há incertezas para a safra, como o clima, o florescimento, as próprias chuvas e a possibilidades de geadas”, salientou.
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