ENTREVISTA - WALDEMIR MOKA, SENADOR DA REPÚBLICA NA INTERNET
EDIÇÃO 14 | SETEMBRO 2013 | R$ 10,00
Maquinários agrícolas vivenciam aquecimento nas vendas Setor bate recorde em vendas P.23
Canasul e Agrometal 2013
P.38
Medidas beneficiam todo o setor sucroenergético
P.42
Usina desenvolve trabalho de controle ambiental
ÍNDICE Capa - Ascensão dos Maquinários Agrícolas
32
Venda de maquinário vive clima favorável e cenário acolhedor
DIVULGAÇÃO
SETEMBRO 2013 AGROBUSINESS
23 Canasul e Agrometal 2013 ESPECIAL
38 Medidas beneficiam todo
6 EDITORIAL 7 ESPAÇO DO LEITOR 29 CANA EM FOCO 54 CANA NET
o setor sucroenergético
USINA EM FOCO
42 Usina São Fernando desenvolve trabalho de controle ambiental
LITERATURA
08 Agroenergia e Etanol: questões administrativas, econômicas e sociais
47 Adubação da cana - 30 anos LAVOURA & INDÚSTRIA
10 Em tempos de etanol SUSTENTABILIDADE
13 Pode jogar óleo na pia? OPINIÃO
ENTREVISTA
16 O cenário do agronegócio em Mato Grosso do Sul - Senador Waldemir Moka
30 Agricultura Brasileira ACONTECEU
52 XXI Fenasucro INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
48 Biocombustível nacional
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EDITORIAL
É tempo de apostas!
A
nossa 14ª edição da Cana S.A. abordará algumas oportunidades que desencadearam no decorrer do ano como o aquecimento do setor de vendas de máquinas agrícolas, que há mais de 40 anos não batia recorde nas vendas, fato realizado em 2013. Os fatores contribuem positivamente para quem vive do setor, e também há quem se beneficie indiretamente, através da geração de empregos que o setor proporciona aos municípios, que tiram sua maior renda com as práticas agroeconômicas. Nesta revista também traremos os caminhos que o etanol brasileiro está vivendo, e as atuais oportunidades da qual ele proporciona ao consumidor, da concessão de benefícios, da subvenção econômica aos produtores de cana-de-açúcar e etanol, com acréscimo de 20 assuntos diferentes. Conheça a Usina São Fernando que trabalha com 100% de corte mecanizado e utiliza a cogeração de energia por meio do bagaço da cana-de-açúcar. Hoje o biocombustível é visto como alternativas de abastecimento mundial, e o Brasil vêm se preparando para atender esta demanda, por isso em nosso artigo também vamos refletir sobre o verdadeiro potencial existente para aumentarmos nossas produções de grãos, fibras, carnes, açúcar e biocombustíveis. Uma vida sustentável se faz cada vez mais presente em nosso dia-a-dia, a bola da vez é o projeto que ensina a não descartar óleo na pia de cozinha, estudantes descobriram que há uma segunda forma de utilizar o óleo: a fabricação de biodiesel. Ansiosos para o 7º Canasul e o 3º Agrometal, a Feira de Dourados promete criar condições para a cidade transformar-se num centro regional de prestação de serviços para a indústria. O entrevistado do mês é o Senador por Mato Grosso do Sul, Waldemir Moka, falando da importância do agronegócio, e como ele exerce uma importância fundamental para a economia de Mato Grosso do Sul e do país, como gerador de divisas, renda e trabalho, agronegócio que produz o superávit na balança comercial e ajuda a equilibrar as contas públicas. Junior Cordeiros Redator-chefe Revista Cana S.A. 6 10
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Edição nº 14, setembro de 2013 www.canaldacana.com.br Cana S.A. é uma publicação do Canal da Cana Jornais e Revistas Ltda-ME CNPJ: 10.939.324/0001-43 Inscrição estadual: Isenta Inscr. municipal: 137.361.000 Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: Bancas, Mailing List Vip e Feiras.
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É uma revista voltada para o agronegócio, que não deixa de interessar ao pequeno produtor, como nós daqui do Bairro Chácaras dos Poderes. Levarei este último número para ler alguns artigos na Reunião da Associação de moradores, presidida pelo sr. Oldemar. Parabenizo de modo especial o jornalista e Editor Chefe pelo seu brilhante editorial, e o enfoque dado ao agronegócio. Manoel Tavares - Professor Campo Grande - MS
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LITERATURA
“Agroenergia e etanol: questões administrativas, econômicas e sociais” O livro faz um raio X do sistema produtivo sucroenergético
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Divulgação
o final do primeiro semestre de 2013 foi lançada a obra ‘Agroenergia e etanol: questões administrativas, econômicas e sociais’, organizada pelos autores José Giacomo e Alexandra Filipak, pela editora FUNEP, em Jaboticabal (SP). O livro aborda o grande crescimento da produção sucroalcooleira no Brasil, com foco na primeira década do século XXI. São abordados os novos investimentos, o nível de concentração e a integração vertical setorial. Além disso, há uma explanação sobre a mecanização da lavoura canavieira, especialmente sobre a colheita e a conseqüente 8 10
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redução do número de trabalhadores nos canaviais. No panorama político há um destaque para as políticas de promoção, produção e ao consumo de biocombustíveis por outros países e a exportação de etanol feita pelo Brasil. Sobre as alternativas e aproveitamento dos resíduos são apontadas a diversificação originada do uso de bagaço de cana para energia elétrica e obtenção de crédito de carbono. É estudada ainda, a disputa sobre o uso da terra entre canas e demais atividades agropecuárias, com um capítulo voltado especificamente a produção de biodiesel de soja. Aline Oliveira
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LAVOURA & INDÚSTRIA
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o início do ano a revista Cana S.A. anunciava que o combustível viveria uma grande novela no ano de 2013. Não deu outra! O aumento no preço da gasolina seguido pelo aumento do etanol levou o consumidor brasileiro à loucura, muitos deixaram de andar de carro, outros começaram a andar de metro, taxi, bicicleta, como medidas provisórias para conter os gastos. Apesar de todas essas mudanças, grande parte da população não sabia ou não entendia o que acontecia dentro do cenário econômico, e qual era o motivo para o aumento do combustível. O que realmente ocorreu, foi um aumento do preço 10
TEMPOS
nas refinarias com o objetivo de alinhar os preços da gasolina aos valores praticados no mercado internacional, na intenção de corrigir a defasagem no preço dos produtos. Durante os meses tivemos prejuízos na balança comercial brasileira, acumulo déficits no setor de petróleo, onde a Petrobras apresentou seguidas perdas em sua área de refino com a venda, no Brasil, de gasolina e diesel sendo que comprava a preços mais altos no exterior. De lá o governo veio tomando algumas medidas para incentivar o consumo do
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DE ETANOL etanol, como o aumento de 20% para 25% da medida de etanol na misturada com a gasolina, houve também um pacote de desoneração tributária, trazendo a redução do Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI). A redução da alíquota de PIS/Cofins sobre o etanol foi de fundamental importância
ao incentivo do etanol, a desoneração de PIS/Cofins retirou R$ 0,12 por litro em impostos sobre o produto, o que contribuiu muito na competitividade. Parte dele era sonegado, esse se tornou um dos motivos da luta pela isenção. As mudanças continuaram com a boa colheita da canade-açúcar impulsionada por incentivos fiscais, elas causaram um crescimento no consumo de etanol no Brasil, e assim começou a reduzir a pressão sobre a balança comercial de combustíveis e também sobre as contas da Petrobras. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), as vendas de etanol hidratado cresceram 4,8% entre janeiro e julho de 2013, e no segundo semestre, as vendas se intensificaram, as importações de gasolina caíram para a casa dos 500 mil barris por mês, bem abaixo dos 1,6 milhão de barris registrados, em média, no trimestre anterior. Alguns acreditam que o aumento no preço da gasolina pode aumentar ainda mais a demanda no consumo de etanol e melhorar a remuneração dos produtores. Mas nem os reajustes de preços autorizados pelo governo nos últimos dois anos foram suficientes para amenizar a situação. Do lado
da estatal, foram compensados por novos aumentos nas cotações internacionais e pela desvalorização cambial — com o dólar na casa dos R$ 2,40 e o petróleo em torno dos US$ 110, a estatal pressiona por novos repasses. Do lado do mercado, os reajustes autorizados não provocaram grandes aumentos para o consumidor, já que foram acompanhados de redução de impostos, mantendo a vantagem
do derivado de petróleo sobre o biocombustível na maior parte dos estados. Com o aumento da produção de álcool, é reduzida a pressão sobre a Petrobras para que atenda ao mercado de combustíveis com importados, o que beneficia o seu caixa. Então agora é a hora de aproveitar a situação favorável para o etanol! Junior Cordeiros
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SUSTENTABILIDADE
r a g o j Pode ? a i p a n óleo
Nããããão!
Crianças aprendem como óleo de fritura pode virar biodiesel
O
lhinhos inquietos, mas ouvidos atentos a uma prosa com muita informação. Era o que observavam os visitantes nos grupos de crianças sentadas no estande da Embrapa no III Circuito de Ciências do Núcleo Bandeirante, em Brasília/DF. A atenção era para ouvir um programa de rádio infantil com informações sobre descarte e aproveitamento de óleo de fritura, especialmente para produção de biocombustíveis – o Prosinha Rural, produzido pela Embrapa Informação Tecnológica. Levantando um recipiente contendo óleo de fritura, o
pesquisador da Embrapa Agroenergia José Dilcio Rocha pergunta: “o que a gente faz com esse óleo usado?”. “Joga na pia”, alguém provoca. A resposta das crianças é um forte “Nããããão!”. Sinal de que aprenderam bem a lição que ouviram no Prosinha Rural. Descartar óleo na pia causa entupimento nas tubulações das casas e das companhias de tratamento de água e esgoto. Além disso, pode contaminar mananciais de água, causando a morte de peixes. O que fazer, então, com o óleo que não serve mais para cozinhar? Alguns estudantes lembraram: “a minha vó faz sabão”. Essa
é uma das possibilidades de aproveitamento desse resíduo, já utilizada em Brasília pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), no Projeto Biguá. No estande da Embrapa, os estudantes descobriram que há uma segunda forma de utilizar o óleo: a fabricação de biodiesel. Também no Distrito Federal, o biocombustível deve começar a ser produzido a partir dessa matéria, em breve, numa parceira entre a Caesb e a Embrapa Agroenergia, financiada pela Agência Brasileira de Inovação (Finep). A assistente Vera Lúcia Batista dos Anjos, da Escola
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Classe I da Candangolândia, acompanhou uma turma de estudantes no estande e gostou tanto da atividade que trouxe a segunda. Ela conta que os alunos saíram empolgados, dizendo que pediriam para os pais e avós não jogarem mais o óleo de fritura na pia. “Na minha casa, já faço isso há muito tempo”, comentou. Com a equipe da Embrapa Agroenergia e da Embrapa Informação Tecnológica, os estudantes também conheceram várias sementes produtoras de óleos que podem ser empregadas na produção de biodiesel: algodão, babaçu, dendê, girassol, macaúba, mamona, soja. A pequena Bárbara Stepanie da Silva contou que nunca tinha visto a semente do dendê, por exemplo. “Hoje aprendi muitas coisas boas”, resumiu. Ela tem 10 anos e estuda na Escola Classe Kanegal, no Riacho Fundo I. As crianças também receberam informações sobre
o que faz uma empresa de pesquisa, como a Embrapa. Com apenas 9 anos, Ana Beatriz de Sousa e Silva diz que quer ser pesquisadora. “Quero saber muito sobre a natureza, as plantas e os animais”, disse empolgada. Ao final de cada aula, as crianças receberam um kit duas publicações da Embrapa para crianças - as cartilhas “Conhecendo um pouco sobre biocombustíveis” e “Desafio com ciência” –, além de folder e CD do site Contando Ciência na Web e bloco de anotações. O Prosinha Rural, programa utilizado ontem pela Embrapa, faz parte do conteúdo do site Contando Ciência na Web, onde os principais temas da pesquisa da Embrapa são apresentados em linguagem simples e lúdica, especialmente para estudantes do ensino fundamental e médio. Por meio de situações do dia a dia, reproduzindo bate-
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papos informais na família, na escola ou entre amigos, os assuntos relacionados ao trabalho desenvolvido nas Unidades de pesquisa da Embrapa são abordados de um jeito descontraído, porém não menos educativo. Os programas, assim como todos os outros conteúdos do CCWeb, que incluem audiolivros, jogos e bloguinho podem ser acessados pelo endereço www.embrapa.br/ contandociencia . Ações educativas – Como parte da série de atividades comemorativas dos 40 anos da Embrapa, este ano, o site Contando Ciência na Web está promovendo uma ação educativa, em parceria com as Unidades de pesquisa da Embrapa, voltada às instituições de ensino público e privado de todo o Brasil. Já foram enviados 8.700 exemplares da cartilha Desafios com ciência, 58 Guias de padronização para edição e publicação de
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conteúdos no site CCWeb, 29 CDs institucionais e 1.450 CDs-Rom com jogos educativos e interativos. Com o material, as Unidades vão apoiar mais de 200 instituições de ensino que devem concorrer à premiação dos melhores projetos de ciência desenvolvidos por alunos e professores em cada região brasileira. O resultado será divulgado em abril de 2014, durante o evento “Ciência para a Vida”, em Brasília. Além da viagem à capital, as escolas vencedoras (uma por região) receberão um kit de publicações infantojuvenis, e os estudantes um kit aluno, que inclui mochila ecológica, caderno e outros materiais escolares. Para as cinco Unidades
que indicaram as instituições vencedoras, será doado um kit de Minibibliotecas, acervo composto por 120 títulos impressos, além de CDs e DVDs com tecnologias da Embrapa. O concurso − resultado da parceria entre o CCWeb e o projeto Embrapa & Escola − faz parte da programação de aniversário de quarenta anos da Embrapa e de dois anos do site.
A participação das escolas no concurso é feita por meio das Unidades da Embrapa localizadas em cada região. É responsabilidade das Unidades selecionar cinco instituições de ensino fundamental para serem contempladas com material didático. As escolas inscritas participarão de palestras sobre uma tecnologia desenvolvida pela Unidade, na região, e, a partir daí, poderão escolher um tema para o projeto de ciência. A coordenação do concurso é da Embrapa Informação Tecnológica (Brasília, DF) e da Secretaria de Comunicação (Secom) da Embrapa, com o apoio das Unidades de Pesquisa. Para mais informações: regina. fiuza@embrapa.br ou (61) 3448 2439. Kátia Marsicano Embrapa-Brasília
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ENTREVISTA WALDEMIR MOKA, SENADOR DA REPÚBLICA (PMDB/MS)
Cenário do agronegócio em Mato Grosso do Sul Na edição de setembro da revista Cana S.A entrevistamos o senador da república, Waldemir Moka (PMDB/MS), parlamentar com vasta experiência política e que acumula no currículo três mandatos como vereador, deputado estadual e federal. Em 2010, o senador foi eleito senador pelo Estado de Mato Grosso do Sul.
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oka detalha o trabalho que vem realizando no senado federal e analisa o cenário do agronegócio regional e nacional, além de pontuar os benefícios que o sistema modal ferroviário trará para o Estado. Cabe destacar que uma de suas frentes de trabalho é a busca por implantar políticas públicas para o setor rural, visando a melhoria de condições de produção e trabalho para trabalhadores e produtores rurais. Acompanhe a entrevista
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tema de momento envolve o financiamento da saúde. É um problema que precisa ser resolvido imediatamente. A situação está piorando a cada dia e é preciso destinar mais dinheiro para que o cidadão seja bem atendido quando precisar recorrer ao sistema público de saúde. Também temos atuado para resolver a questão indígena, que chegou a um nível insustentável, a compra de terras por estrangeiros, a repartição das receitas dos entes federados (FPE) e os recursos para investimentos em infraestrutura (rodovias, ferrovias e o modal aquaviário), além de investimentos voltados à infraestrutura produtiva do agronegócio, seja via plano safra, seja por outras fontes para atrair investimentos para o Mato Grosso do Sul. A parceria do meu mandato com as prefeituras também tem merecido destaque. E está ainda mais fortalecida com a Subcomissão de Assuntos Municipais, vinculada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), da qual sou vice-presidente. Ali tratamos de tudo o que se relaciona com a gestão municipal.
Cana S.A. - Na sua gestão como senador, quais as proposições que avalia como mais expressivas para o Estado de Mato Grosso do Sul? Waldemir Moka - Nossas ações em Brasília envolvem todas as áreas, em especial as que mexem com a qualidade de vida das pessoas e que possam melhorar a economia do país e do Estado. Na área social, apresentei projeto que regulamentou a profissão do cuidador de idoso. Foi aprovado no Senado e agora está na Câmara. Presido a Comissão de Assuntos Sociais, uma das mais importantes do Senado. O
Cana S.A - A sua atuação no congresso tem sido abrangente, porém verificamos um forte compromisso com o setor do agronegócio, no qual o senhor ocupou cargos de liderança nas comissões de agricultura, pecuária, abastecimento, desenvolvimento rural e política rural. Isso se deve ao atendimento das necessidades econômicas de MS ou o setor ainda carece de regulamentação nas políticas publicas? Waldemir Moka - O agronegócio exerce importante e fundamental papel na economia de Mato Grosso do Sul e do país, como gerador de divisas, renda e trabalho. É o agronegócio que produz o superávit na balança comercial e ajuda a equilibrar as contas públicas, mas não é somente isso. O setor como um todo, carece de regulamentação e o Código Florestal foi exemplo dessa necessidade, assim como temas voltados à regulamentação da terceirização do trabalho, a questão dos conflitos indígenas que afugenta os investidores, já inibidos de investir no nosso Estado por conta das restrições à compra de terras por estrangeiros. Questões como a Defesa Agropecuária, por SETEMBRO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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ENTREVISTA exemplo, têm que estar sempre na pauta, por conta da enorme fronteira seca do Mato Grosso do Sul. Carecemos de políticas públicas. Ser indicado para presidir a Comissão de Assuntos Sociais do Senado foi um presente do meu partido. Nela, tratamos de questões relacionadas às áreas sociais, como saúde, transporte, direitos trabalhistas, atenção aos deficientes, aos idosos, entre outras. Cana S.A - Qual sua avaliação do cenário atual do agronegócio brasileiro, que registrou na safra 2013/2014 um recorde de vendas e exportações? O senhor acredita que os produtores conseguirão manter este bom momento? Waldemir Moka - A demanda mundial por alimentos é uma realidade hoje. E para os anos futuros será ainda maior. O produtor brasileiro vem se preparando com tecnologia e produção sustentável, tanto que ao longo dos 40 anos aumentamos a produção em mais de cinco vezes, graças ao crescimento da produtividade sem a expansão significativa da área, com o aproveitamento das áreas de pastagens degradadas e outras abandonadas
na década de 80 e 90 por conta das grandes dificuldades enfrentadas pelo setor, com a falta de crédito, sem mercado para exportar e outros fatores relacionados ao intervencionismo governamental, sem uma política clara para o setor produtivo. Cana S.A - O senhor pode nos falar qual foi sua participação no substitutivo do PLS 330/2011 que estabelece as regras para o sistema de integração entre produtores rurais e indústrias? Waldemir Moka - A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária aprovou esse projeto, na forma de substitutivo. Já seguiu para a Câmara e esperamos que seja aprovado lá também para que se transforme em lei o mais rápido possível. O texto estabelece regras claras para o chamado sistema de integração entre produtores rurais e indústrias. A ideia é acabar com as disputas judiciais entre produtor e agroindústria. Essa disputa ocorre por divergências sobre valores devidos a cada parte, responsabilidades em caso de problema na atividade ou prazos de repasses de resultados, entre muitos outros motivos. A integração é um contrato no qual
“O agronegócio exerce importante e fundamental papel na economia de Mato Grosso do Sul e do país, como gerador de divisas, renda e trabalho” Divulgação
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o produtor rural se responsabiliza por parte do processo produtivo, como a produção de frutas ou criação de frango e suínos, repassando essa produção à agroindústria, como matéria prima a ser processada e transformada no produto final. Cana S.A - No final de agosto, o Senado aprovou o projeto que modifica regras do Banco da Terra para os agricultores familiares, do qual o senhor foi o relator. Quais foram os grandes destaques da proposta? Como o senhor avalia o crescimento e a formalização da agricultura familiar no país e no Estado de MS? Waldemir Moka - O projeto inicial apenas permitia que pequenas propriedades rurais em inventário tivessem acesso aos recursos do Banco da Terra, permitindo que um ou mais herdeiros, ou a própria viúva ou viúvo, adquirissem a parte dos demais, mediante contratação de financiamento com recursos do Banco da Terra. Durante a elaboração do relatório, observamos outras dificuldades que precisavam ser corrigidas, como, por exemplo, o prazo de financiamento e de carência. Desde 1998, esses prazos estavam engessados em 20 anos com três de carência, inadequados para o agronegócio atual e alguns modelos produtivos. Os limites de enquadramento também estavam congelados desde 1998. Por isso, retiramos esses limites da lei, deixando para o regulamento, tornando a atualização do programa muito mais ágil, conforme exige hoje o agronegócio, assim como o reconhecimento do contrato bancário com força de escritura pública, reduzindo o custo para o Banco da Terra, além da inclusão de cláusula de segurança ao instituir seguro de vida para quitar o débito em caso de falecimento de um dos titulares. Todas essas medidas eram necessárias para aprimorar o Banco da Terra. É indiscutível a importância da agricultura familiar na economia nacional, e essa importância decorre da produção de produtos consumidos pelas famílias, como o feijão, o arroz, a mandioca, o leite, a carne de aves e suínos. Ou seja, o agricultor familiar não produz commodities. Mas produz grande parte dos alimentos que está na mesa dos
brasileiros. Nesse contexto, o PRONAF vem tendo um papel de fundamental importância no desenvolvimento e no fortalecimento da Agricultura Familiar e o nosso Estado tem dado bons exemplos de uma agricultura familiar que produz renda, riquezas e inclusão social. Aqui o PRONAF está cumprindo seu papel. Entretanto, vejo que já está na hora de modernizar o programa para permitir que o produtor cresça. No modelo atual, por exemplo, se um produtor aumentar sua renda, ele é excluído do sistema e perde os benefícios do Programa. É importante modernizá-lo para que possa premiar aquele que quer crescer, muitas vezes por necessidade familiar. É importante destacar que essa divisão entre agricultura familiar e agricultura empresarial não é boa para o agronegócio. Cada um deve ter o tratamento das políticas públicas de acordo com suas necessidades. Mas essa diferenciação tem prejudicado o mini, o pequeno e o médio produtor rural, que por muito tempo não teve ao seu dispor políticas publicas para atender suas necessidades. Isso está sendo corrigido e tem sido fato nos planos agrícolas e pecuária do Ministério da Agricultura nos últimos anos. Cana S.A. - No início de outubro (2 a 4), Dourados sediará o 7° Canasul e a 3° Agrometal, promovido pela Prefeitura Municipal que espera consolidar a cidade como o polo de serviços do setor sucroenergético em MS. Qual sua opinião sobre o setor sucroalcooleiro e o que pode ser feito para se conquistar melhor colocação no ranking nacional de produção e serviços? Waldemir Moka - Dourados vem sendo considerada capital regional, centro de serviços e comércio de uma região que abriga 38 municípios, localizados num raio médio de 147 quilômetros e que reúne 841.986 habitantes, cujo PIB regional soma aproximadamente R$ 11,113 bilhões, segundo dados do IBGE de 2009. Dourados tem o segundo maior PIB entre os municípios de MS – 8% do total das riquezas produzidas no Estado, o 158º maior PIB entre os municípios do Brasil e o 68º lugar entre os municípios interioranos brasileiros. A cidade também ficou com o 146º maior potencial de SETEMBRO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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ENTREVISTA consumo (IPC Marketing) entre todas as cidades brasileiras em 2010, com índice de 0,10%, além de se destacar como Cidade Universitária, contando com seis universidades, duas delas públicas, além de oferecer capacitação para o nível médio e técnico, com uma excelente logística, localizada na BR-163 O Estado é um dos poucos do País com elevada capacidade de expansão na produção de cana-de-açúcar e, para melhorar no ranking nacional de serviços produção e serviços, precisamos vencer alguns gargalos, relacionados à propriedade privada, como a venda de terras para estrangeiros e questão indígena, que tem trazido uma insegurança jurídica e ameaçando o direito de propriedade. Ainda temos algumas questões relacionadas à restrição ambiental que devem ser corrigidas, como a restrição de cultivo e expansão da produção de cana-de-açúcar em áreas já objeto de estudos antropológicos nas APAs (Áreas de Proteção Ambiental), principalmente em relação à concessão de financiamento para esse setor, tema que está sendo avaliado pelo Ministério da Agricultura e Ministério do Meio Ambiente. Cana S.A. – O Estado conta atualmente com 23 usinas em funcionamento e a maior reclamação dos empresários é a falta de mão de obra qualificada. Com a criação do Parque Tecnológico de Ponta Porã, o senhor acredita que a população terá uma alternativa a mais para se qualificar e conquistar empregos que exigem capacitação? Waldemir Moka - Com certeza. E é esse o objetivo do Parque Tecnológico de Ponta Porã. Universidades, entidades privadas, governos estão se unindo para criar um pólo de desenvolvimento tecnológico, pesquisa, formação técnica e profissional, justamente para preparar os jovens da região para o mercado de trabalho. O objetivo é gerar alternativas para que essas pessoas que vivem na fronteira possam ser integradas ao mercado de trabalho, para produzir renda e, acima de tudo, conhecimento. O Parque Tecnológico de Ponta Porã vai produzir conhecimentos de acordo com a 20
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necessidade e exigência de nossa região, de nossa população, de acordo com nossas tradições e cultura. Há diversas entidades participando do projeto, como Fiems, Famasul, Sebrae, Fecomércio, órgãos federais e estaduais, Prefeitura de Ponta Porã, universidades, além do Governo federal. É um projeto que tenho tratado com muito carinho. Surgiu de uma conversa que tive em 2010 com o então prefeito de Ponta Porã, Flávio Kayatt. E está saindo do papel. Felizmente. Cana S.A. – O ministro dos Transportes, Bernardo Figueiredo esteve em Campo Grande para participar de uma audiência pública e reforçar que MS será contemplado com a ferrovia EF-267 em vários municípios. Afirmou também que há 40 anos se diagnosticou a necessidade de ferrovias no país. Como o senhor vê esta afirmação do diagnóstico e o seu cumprimento só agora? Waldemir Moka - O diagnóstico está correto. Além da falta de investimento em ferrovias, o Brasil também se esquece de investir em hidrovia, tão ou mais importante que as primeiras. Se, ao longo desse período o país tivesse investido nesse modal, hoje Brasil e Mato Grosso do Sul estariam prontos para enfrentar a concorrência internacional. Sem isso, a competitividade dos nossos produtos cai muito em razão do alto custo do transporte, em especial. Cana S.A. - O senhor já tinha algum projeto voltado ao transporte ferroviário em MS? Waldemir Moka - Sempre atuei para tentar viabilizar a Ferrosul. O projeto da ferrovia prevê ligação de regiões de Mato Grosso do Sul, como Bolsão, Grande Dourados, Conesul e Maracaju, aos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Trará benefícios para os quatro Estados (Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e, particularmente, para o Conesul que abrange os municípios de Eldorado, Iguatemi, Itaquiraí, Japorã, Mundo Novo, Naviraí, Sete Quedas e Tacuru, bem como para a região metropolitana de Dourados. Nessas regiões, há grande
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produção de grãos, carnes, álcool e açúcar. Não tenho a menor dúvida de que a integração ferroviária entre esses Estados será um dos maiores empreendimentos do Brasil. Com a chegada de grandes empresas no ramo da celulose em Três Lagoas, por exemplo, Mato Grosso do Sul começa a diversificar a matriz socioeconômica. A expectativa é que a produção de celulose dobre nos próximos anos, saindo de 1,2 milhão de tonelada para 2,3 milhões de toneladas por ano. A produção de álcool deverá triplicar, saltando de 2 bilhões de litros para 6 bilhões ao ano. A Ferrosul terá papel importantíssimo no desenvolvimento econômico dos Estados que integram o Codesul (Conselho do Desenvolvimento dos Estados do Sul), que, juntos, respondem por 20% das exportações brasileiras, que ultrapassam R$ 200 bilhões. Cana S.A. – Quais os benefícios mais imediatos para os produtores de MS, no que se refere ao escoamento da safra? Waldemir Moka - Além da rapidez com que
o produto chegará aos portos, haverá redução no custo do frete. Dados do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) dão conta de que o transporte ferroviário custa 60% menos que o rodoviário. Isso tornará a produção do Estado mais competitiva, nos mercados nacional e mundial. Cana S.A. – O senhor acredita que o transporte ferroviário será uma realidade breve para o país, ou é um projeto de médio a longo prazo? Waldemir Moka - Se o Governo federal já viesse investindo no setor, acredito que já teríamos alguma solução. No entanto, estamos atrasados em relação a esses investimentos. Finalmente, o governo acordou para a importância desse modal, que dá mais agilidade com menor custo no transporte da produção agropecuária do Estado. Mas o caminho é longo em razão do tempo em que ficamos parados nesse setor. Aline Oliveira SETEMBRO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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AGROBUSINESS
Canasul & Agrometal 2013
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7º Canasul (Congresso da Cana de Mato Grosso do Sul) acontece juntamente a 3ª Feira Agrometal, realizadas em Dourados nos dias 2 a 4 de outubro no Parque de Exposições. Como uma das maiores feiras da região e do setor, muitos empresário acreditam que Dourados pode vir a ser o pólo de manutenção industrial do Estado. O Canasul é conhecido por reunir especialistas do setor sucroenergético, por meio de cursos, palestras, workshops e simpósios de renome nacional, oficinas temáticas, feira de produtos e serviços, além de rodadas e caravanas de negócios para atender as empresas fornecedoras, produtores rurais, usinas, técnicos agrícolas e industriais
e comunidade em geral. Cabe destacar que a Canasul fortalece o objetivo da Prefeitura de Dourados, que em conjunto com a FAMASUL, BIOSUL, SEPROTUR E FIEMS, desenvolve o projeto Polo de Serviços do Setor Sucroenergético de Dourados e Região. O objetivo das ações é fomentar a geração de empregos e aumentar a renda nos municípios que possuem a atividade focada no setor sucroalcooleiro. Segundo o prefeito Murilo, o potencial e desenvolvimento da região foram impulsionados anos atrás pela agropecuária e agora recebe grandes investimentos com a instalação de 22 indústrias sucroenergéticas. “Nossa missão é incentivar esse setor e criar condições para que Dourados se transforme num
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Feira de Dourados promete criar condições para que Dourados se transforme num centro regional de prestação de serviços para a indústria centro regional de prestação de serviços para essas indústrias. O Canasul e a Agrometal fazem parte desse trabalho, de trazer grandes eventos para Dourados”, afirmou o prefeito. Representando o governador André Puccinelli, a secretária estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo Tereza Cristina Corrêa da Costa também elogiou a iniciativa do prefeito Murilo de chamar a responsabilidade para si de criar em Dourados o pólo de manutenção das indústrias de MS. “O Canasul e a Agrometal serão um sucesso”, afirmou Tereza. A secretária ainda disse que a energia gerada pelas usinas de etanol e açúcar já são suficientes para abastecer todas as residências do Estado.
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A feira conta com 54 estandes situados no pavilhão e na área externa, tendo prioridade o empresariado local, mantendo contato com todas as empresas do setor cadastradas na Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável, convidadas a participar do projeto “Polo de Serviços do Setor Sucroenergético de Dourados e Região”. A secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável Neire Colman destaca que no evento o visitante poderá conhecer as inovações existentes no mercado para a manutenção industrial, indústria química e de máquinas e na área de serviços. “Nosso foco é trazer as novidades que a Fenasucro apresenta em Sertãozinho
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para Dourados. Tudo isso vai estar no Canasul e Agrometal”, acrescenta Neire. O evento já é considerado um dos melhores no setor sucroenergético trazendo com ele rodadas de negócios ampliadas a cada ano. Usineiros, fornecedores e compradores têm na rodada uma importante opção para a prospecção e o fechamento de bons negócios. A área do evento abriga também uma praça de alimentação. O presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul) Sérgio Longen disse que o desenvolvimento só é possível por meio da união de pessoas com o mesmo objetivo e para ele, o Sistema S tem contribuído para esse desenvolvimento, qualificando mão de obra. “O sucesso passa pela relação dos parceiros, que se juntam
para criar oportunidades e as condições de crescimento. Acredito que o trabalho desenvolvido atualmente pelo prefeito Murilo vai trazer mais investidores, renda e emprego para Dourados”. O presidente da Biosul (Associação dos Produtores de Bionergia de Mato Grosso do Sul), Roberto Hollanda Filho reforça que esta edição do Canasul e Agrometal mostra que Dourados está caminho certo. “O momento é de aproveitar o potencial existente na cidade, com solos férteis para a produção; discutir com os investidores o que se precisa e movimentar ainda mais o setor no município”, diz, lembrando que “não existe dúvida que mais estas edições do Canasul e Agrometal serão um grande sucesso, como todos os eventos que acontecem em Dourados”. A Feira Agrometal
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contribui para a manutenção de forma mais rápida e barata, além de gerar empregos no em Dourados. “É um grande projeto do prefeito Murilo, que teve essa visão em implantar o polo sucroenergético. Ainda é pequeno, mas tende a prosperar a cada ano, por isso a importância de eventos como esses”, disse Paulo Escobar.
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idealizada pelo prefeito Murilo, completa a terceira edição, que trás como foco o setor sucroenergético e metalmecânico, e também com opções de negócios para a área agrícola, indústria, comércio e serviços. A feira reunirá empresários do setor, produtores rurais e técnicos da área agrícola e industrial. Para o diretor superintendente da Usina São Fernando Paulo Escobar, os dois eventos são um apoio bastante importante e uma forma de movimentar o setor sucroenergético e também incentivar mais empresas que atendem as indústrias a se instalarem no município. O projeto pioneiro em incentivar o setor sucroenergético gera redução de custos às indústrias, pois
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CANA EM FOCO 13ª Conferência Internacional Datagro[ Em sua 13ª edição, a Conferência terá como tema principal “Diversificação, Biotecnologia e Logística – na rota do futuro”. O evento é composto por palestras de elevado teor técnico, ministradas pelos mais renomados especialistas brasileiros e internacionais do setor sucroenergético mundial. O principal objetivo da Conferência é reunir autoridades da indústria para debater perspectivas de mercado, planejamento estratégico, comércio internacional, produção e outras questões atuais dos segmentos de açúcar e etanol. Na edição passada a Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol reuniu mais de 700 diretores, executivos e empresários de 33 países, números que atestam a sua relevância para o setor sucroenergético. A Conferência Internacional DATAGRO sobre Açúcar e Etanol acontece nos dias 21 e 22 de outubro de 2013, com início a partir das 14h00 do dia 21 de outubro no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo.
VIII SIMPEC Com o intuito de congregar profissionais, estudantes, pesquisadores e produtores ligados à produção de gado de corte, será realizado na Universidade Federal de Lavras (UFLA), de 24 a 26 de outubro, o VIII Simpósio de Pecuária de Corte e III Simpósio Internacional de Pecuária de Corte (SIMPEC), promovido pelo Departamento de Zootecnia e organizado pelo Núcleo de Estudo em Pecuária de Corte (Nepec). A melhoria do sistema produtivo e os investimentos em tecnologia para a padronização e qualidade da carne serão temas de destaque da programação, que contará com palestrantes de renomadas instituições de ensino e pesquisa nacionais. Além disso, neste terceiro ano de internacionalização do evento, haverá participação de pesquisadores internacionais atuantes nos Estados Unidos, que abordarão temas que estão na fronteira do conhecimento científico.
1º Workshop Brasil Educação e Segurança no Campo A área de educação da ANDEF (Associação Nacional de Defesa Vegetal) promove o 1º Workshop Brasil Educação e Segurança no Campo no dia 22 de outubro, em Brasília (DF). O objetivo do evento é apresentar os trabalhos desenvolvidos em prol da educação no campo e trocar informações com outras instituições buscando melhorias no processo de educação para o homem do campo. Será uma oportunidade de apresentarmos os projetos de educação no campo para os participantes que são desde universidades até órgãos do governo como Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
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OPINIÃO
AGRICULTURA BRASILEIRA o momento pede reflexão
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agricultura brasileira vem apresentando números que são espetaculares. A área cultivada em 2012/2013 bateu na casa dos 53 milhões de hectares, e a produção de grãos está estimada em 184,3 milhões de toneladas. São números de causar inveja. Mas temos potencial para aumentar significativamente a produção de grãos, fibras, carnes, açúcar e biocombustíveis. No período de 2003/04 a 2012/13 a área ocupada com soja cresceu 22,9%, com milho 18,0%, com algodão e feijão decresceu 22,9% e 41,6%, respectivamente. Analisando-se a produtividade destes produtos, durante o mesmo período, constata-se aumento de 25,9%; 50,7%; 18,4% e 37,0% na produtividade de soja, milho, algodão e feijão, respectivamente. Estes dados não deixam dúvidas que o aumento da produção tem sido sustentado pelo aumento da produtividade. Caso mais crítico é o feijão, onde a redução da área foi tão expressiva que o aumento da produtividade não foi suficiente para evitar a escassez
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do produto, especialmente a partir do segundo trimestre de 2013. O feijão perdeu área para o cultivo de outras espécies que apresentam ser mais atrativas para os agricultores no que diz respeito a rentabilidade. Embora os números acima apresentados sejam bastante interessantes, estamos vivendo um momento delicado da agricultura brasileira, especialmente devido à elevação dos custos de produção. De acordo com estimativas do Instituto Mato-Grossense de Economia (IMEA), o custo de produção da safra 2013/2014 deve aumentar cerca de 17,1% para soja e 10,4% para o algodoeiro, quando comparado com os custos do ano agrícola de 20012/2013. Saindo dos números vamos ver o que está acontecendo no campo:1- necessidade de controle mais frequente e sistemático de pragas, doenças e plantas daninhas; 2surgimento de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas; 3- surgimento de novas pragas. Até quando vamos conseguir conviver com estes fatores que interferem negativamente na produtividade, no custo de produção e na qualidade ambiental? A demanda por alimentos, fibra e energia é crescente por parte da
população, cada vez mais urbana e mais exigente, tanto no aspecto quantitativo como no qualitativo. No caso do Brasil, os programas oficiais de transferência de renda têm proporcionado condições para que um enorme contingente de brasileiros tenha acesso a alimentos. Em resumo: conforme já previa Malthus (Ensaio sobre a população - 1798), há necessidade de um conjunto de ações para que as demandas da população, especialmente por alimentos, sejam plenamente atendidas. Face ao exposto, é necessário refletir sobre o modelo de agricultura que queremos para o Brasil. Fundamentos básicos não estão sendo observados, como por exemplo a rotação de culturas, pois com isso estamos selecionando pragas, doenças e plantas daninhas. Começam a surgir plantas daninhas de difícil controle, novas doenças como ferrugem asiática da soja, ramulária na cultura do algodoeiro; novas pragas, como a Helicoverpa armigera e mosca branca, todas causando enormes prejuízos e exigindo aumento dos gastos com herbicidas, fungicidas, inseticidas, combustível, máquinas, implementos etc. Novas cultivares resistentes a determinadas pragas são colocadas no mercado, mas em curto espaço de tempo, não são mais eficientes.
Por que isto está acontecendo? Será que o modelo onde tentamos produzir num mesmo ano agrícola duas safras é o mais adequado para as diferentes situações, ou seria adequado apenas para condições bem específicas? Será que em alguns casos não estamos perdendo nas duas safras, além de estar causando outros problemas? Como fica a questão do vazio sanitário? Ele é fundamental para quebrar o ciclo de pragas e de agentes causadores de doenças. Estes exemplos são de táticas de manejo integrado de pragas e doenças. Em resumo, temos instituições de pesquisa públicas e privadas, cooperativas, instituições de transferência de tecnologia e indústria trabalhando com e para os produtores brasileiros, que possuem como uma de suas marcas a sua capacidade empreendedora. Para continuar a produzir de forma sustentável, para atender à crescente demanda por alimentos, fibras e energia, é preciso incorporar aos diferentes sistemas de produção os conhecimentos existentes e utilizá-los da melhor forma possível. É preciso incrementar aquilo que se chama de Boas Práticas na Agricultura. Fernando Mendes Lamas Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste
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Venda de maquinários vive clima favorável e cenário acolhedor 32
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Setor sucroenergético ajuda manter o mercado de venda de maquinários aquecido
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egundo dados, pesquisas e apontamentos, o setor de maquinas agrícola vive um cenário extremamente acolhedor para as vendas. O aquecimento do cenário se deu por meio dos reflexos positivos diante alguns fatores que foram fundamentais, para que a venda de máquinas iniciase o ano com recorde de vendas, marca da qual o mercado não batia há mais de 40 anos. A previsão é de continuar neste clima favorável também em 2014, devido ao cenário de bons preços das commodities agrícolas, safra recorde e financiamentos com juros abaixo da inflação. “O cliente tem cada vez mais clareza que a incorporação de novas ferramentas tecnológicas é crucial para que se atinja o grande desafio do setor: o aumento da produtividade”, indaga Eduardo Nunes – Gerente de Vendas da Massey Ferguson. Entre os fatores responsáveis por manter o mercado aquecido, esta a renovação do maquinário, entre elas, aquelas destinadas ao mercado sucroenergético tem acontecido com mais frequência do que imaginamos.
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As máquinas destinadas para essa cultura trabalham muito mais horas que as destinadas ao cultivo de grãos. Há estudos que afirmam que a oferta global de biocombustíveis triplicará até 2035, atingindo 232 bilhões de litros por ano e que o investimento no setor será de 1,4 bilhão de dólares. Enquanto um trator trabalha em média 600/700h na lavoura por ano, o trator destinado à produção de cana trabalha em torno de 3 a 4 mil horas por ano. Eduardo Nunes afirma que “O Brasil se mantém como o segundo maior produtor mundial de etanol, responsável por 24% da produção mundial. Também não é novidade para quem produz cana-de-açúcar que para aumentar a produção sem expandir a área plantada, é necessário investir em ferramentas e serviços que 34
resultem em rendimento da produção” . Segundo Anfanvea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o acumulado dos primeiros oito meses de 2013, as vendas cresceram 26,4% sobre o mesmo período de 2012, para 56.551 unidades. Já a produção caiu 3,1%, mas cresceu 22,4% sobre agosto de 2012. Em 2013, até agosto, foram produzidas 67.127 máquinas agrícolas, número 18,1% maior que o dos primeiros oito meses do ano passado. “Acredito que o grande benefício do agricultor em investir nos equipamentos neste momento é a disponibilidade de crédito com juros abaixo do praticado no mercado, se considerarmos que a inflação do pais projetada para o ano de 2013 é de aproximadamente 6%, enquanto a taxa de juros
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do programa Finame PSI é de apenas 3,5% ao ano. Vale destacar que este programa encerra-se no final de 2013, e ainda não existe nenhuma sinalização do governo federal que será mantido para o ano de 2014” relata Alexandre Vinícius de Assis Gerente comercial da Valtra. Somente em agosto, foram vendidas 550 unidades, incrementos de 7,21% sobre julho e de 32,85% ante agosto de 2012. Conforme o novo cenário, as vendas internas de máquinas agrícolas, que no ano passado somaram 69,4 mil unidades, deverão crescer 18,4%, para 83 mil unidades. A estimativa anterior previa um aumento de 4% a 5%. Já a produção deverá crescer 13,5% - bem acima dos 3,1% estimados anteriormente -, para 95 mil unidades. As feiras agropecuárias são uma ótima oportunidade
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para apresentar os principais modelos da marca que há mais de 50 anos conquista empreendedores rurais por todo o país. As equipes das principais concessionárias da marca na região em que a feira acontece ficam a disposição dos visitantes para atendimento, como esclarecimento de dúvidas sobre produtos, financiamento, peças e indicação das melhores soluções para os diversos tipos de aplicação. Os pequenos produtores têm aproveitado as facilidades de crédito e investindo em máquinas agrícolas. Os tratores, com potência entre 65cv e 130 cv são referência em produtividade e versatilidade no Brasil. A linha se diferencia por oferecer a pequenos e médios produtores, desempenho superior aliado a um baixo consumo de combustível, além de apresentar design arrojado, versatilidade e fácil operação. “Com certeza pequenos produtores representam uma fatia considerável da nossa carteira, tanto que a Valtra destina alguns de seus produtos a este tipo de empresário rural.” Diz Alexandre. Hoje o trator é sinônimo de inovação incorporada
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a uma estrutura robusta e baixo custo operacional e suas opções de configurações atendem às necessidades de produtores de inúmeras culturas desde arroz, soja, milho, fumo, batata e frutas até o pecuarista que necessita de uma máquina eficiente nas atividades que envolvem as rotinas da criação de animais. Como neste ano as perspectivas do agronegócio no Brasil estão muito boas, o
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Alexandre Vinícius Assis, Gerente Comercial da Valtra
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produtor está capitalizado e aproveitando a oportunidade para investir em máquinas novas de última geração. O empresário rural não vai apenas renovar a frota, mas se atualizar em termos tecnológicos. Ele quer colher mais no mesmo espaço. O produtor está capitalizado e aproveitando as taxas atrativas de financiamento. Junior Cordeiros
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Eduardo Nunes, Gerente de Vendas da Massey Ferguson
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ESPECIAL
Medidas beneficiam todo o setor sucroenergético
Proposta permitirá que mais de R$ 700 bilhões em dívidas sejam renegociadas com o governo
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rodutores e proprietários de usinas comemoraram no mês de setembro a aprovação da Medida Provisória 615/2013, que trata da concessão de benefícios de subvenção econômica aos produtores de cana-de-açúcar e etanol, com acréscimo de 20 assuntos diferentes. Entre eles, estão a autorização de usar o saldo de créditos do PIS/Pasep e da Cofins para compensar outros tributos federais ou solicitar o ressarcimento em dinheiro, além da ajuda financeira a 38
municípios no valor de R$ 3 milhões anunciada pela presidente Dilma Roussef. O Senado Federal aprovou a MP no dia 11 de setembro e foi aceito também em tempo recorde na câmara dos deputados. Inicialmente, o texto encaminhado pela Presidência da República era voltado para os subsídios concedidos a usineiros prejudicados pela seca na região Nordeste e que causou dano a safra 2011/2012. No entanto, o relator da proposta, senador Gim Argello (PTB/DF) incluiu outros
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temas como licença para explorar serviço de transporte individual de passageiros, como táxis e vans. O texto aprovado incluiu também a reabertura dos prazos do Refis da crise, elencado como um dos maiores programas de parcelamento já criados pelo governo federal. Segundo o relator da MP, a proposta permitirá que mais de R$ 700 bilhões em dívidas sejam renegociadas com o governo. Desse montante, ao menos R$ 70 bilhões se referem exclusivamente a grandes empresas brasileiras
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com atuação no exterior. Cabe destacar que o prazo de adesão ao programa havia se encerrado em novembro de 2009, mas com a aprovação da medida provisória a data se estenderá até o final de 2013. Benefícios ao setor sucroalcooleiro – Os produtores de cana beneficiados pela MP 615 receberão diretamente ou por meio de suas cooperativas, a subvenção de R$ 12 reais por tonelada, limitada a 10 mil toneladas cada um, referente à safra 2011/2012. O governo estima que 18 mil produtores afetados pela estiagem sejam beneficiados, sendo utilizados recursos no valor de R$ 122,2 milhões. Já as destilarias de etanol com produção voltada ao
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Relator da proposta, Senador Gim Agello (PTB/DF) mercado interno receberão subvenção de R$ 0,20 por litro de combustível efetivamente produzido e comercializado na mesma safra. O custo previsto é de R$ 393,5 milhões considerando volume de 1,9 bilhões de litros, com desembolsos em 2013 e 2014. Além disso, R$ 47,7 milhões serão gastos com a isenção de PIS/Cofins sobre
as subvenções deste ano. Convém reforçar que para receberem os benefícios, tanto produtores quanto usineiros não precisarão comprovar regularidade fiscal com a União. O recebimento poderá ocorrer ainda por meio de cooperativas ou sindicatos do setor. Aline Oliveira
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Emendas – Entre as propostas mantidas no texto final estão:
Já as emendas excluídas da MP 615 são as seguintes:
• O parcelamento para bancos e seguradoras de dívidas do PIS e Cofins, vencidas até 31 de dezembro de 2012 • Reabertura do prazo de adesão ao chamado Refis da crise, programa que permite a renegociação de dívidas por empresas com débitos fiscais federais (até 31 de dezembro de 2013) • Direito à exploração do serviço de táxi a ser transferido, por herança, aos familiares do titular, durante o período de validade da concessão • Autorização de financiamento para a renovação e implantação de canaviais • Subvenção de R$ 12 por tonelada a produtores de cana afetados pela estiagem, no limite de 10 mil toneladas cada um • Subvenção a destilarias de etanol com produção voltada ao mercado interno. Serão pagos R$ 0,20 por litro produzido e comercializado na safra 2011/2012
• Regularização de terras públicas do Distrito Federal ocupadas por templos • Possibilidade de reinclusão dos clubes de futebol no parcelamento de débitos com o INSS, com a Fazenda Nacional e com o FGTS previsto na Timemania • Ampliação de benefícios para plantadores de cana do Paraná e da área abrangida pela Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste) • Desoneração da folha de empresas de prestação de serviço de transporte, vigilância e segurança privada e do comércio varejista de produtos farmacêuticos • Alongamento de dívidas com recursos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste em municípios com calamidade pública ou em situação de emergência • Transmissão do direito de utilização de quiosques, trailers, feiras, bancas de venda de jornais e revistas em áreas públicas
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USINA EM FOCO
Usina desenvolve trabalho de controle ambiental Usina São Fernando Açúcar e Álcool de Dourados trabalha com 100% de corte mecanizado
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editoria Usina em Foco tem como objetivo levar aos leitores mais informações sobre as usinas instaladas em Mato Grosso do Sul, tendo em vista o crescente número de empresas em funcionamento no Estado e que atualmente contabilizam 22 unidades. No mês de outubro, entre os dias 2
e 4, o município de Dourados irá sediar o 7º Canasul e o 3º Agrometal, eventos que devem movimentar experiências, negócios e oportunidades ao setor sucroenergético. A Revista Cana S.A. apresenta na edição de setembro, a Usina São Fernando Açúcar e Álcool, localizada no município, com sede na Rodovia MS 379, no sentido Laguna Carapã. Em funcionamento desde novembro de 2008, a empresa tem capacidade de produção para 4,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 330 mil toneladas de açúcar e 150 mil metros cúbicos de etanol anidro. Além disso, possui dois geradores com potência de 122,2 MW e área de plantio de 60 mil hectares. A usina São Fernando trabalha com 100% de corte
mecanizado, limpeza da cana a seco, moenda eletrificada, venda de crédito de carbono, objetivando sempre a tecnologia e otimização da matéria-prima, nos produtos disponibilizados que são: açúcar, álcool hidratado e anidro. Cogeração de energia – A empresa também denominada UTE São Fernando (Usina Termoelétrica) possui um projeto de cogeração que consiste em gerar energia elétrica utilizando para isso, o bagaço de cana-de-açúcar a partir de um processo térmico. No local, o processo de geração de energia tem condições de gerar 48 mil kW, o que equivale ao consumo de eletricidade de uma cidade com 100 mil habitantes. Se comparado com o município de Dourados, a UTE teria
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condições de abastecer metade da população. Meio Ambiente – Preocupada com as questões ambientais, a usina São Fernando possui um sistema de gestão ambiental que: regulamenta as empresas nos quesitos sócio-ambientais, trabalha com produtos e serviços ambientalmente corretos, além de desenvolver um Programa de Educação Ambiental para os funcionários, de forma a exercer a responsabilidade social e ambiental na região. Segundo informações da empresa, o programa disponibiliza aos colaboradores informações sobre a conservação do meio 44
ambiente, uso racional da água, energia, prática da coleta seletiva do lixo em casa e no trabalho. Há ainda, o programa de Monitoramento Ambiental que visa acompanhar a implantação das medidas determinadas para reduzir, eliminar ou compensar os impactos negativos identificados na implantação e operação de um empreendimento. Na São Fernando são monitoradas as seguintes operações: caldeira, contaminação do solo, águas superficiais e controle dos processos de erosão e assoreamento, águas pluviais, controle das emissões de fumaça lançadas nas chaminés, monitoramento do ar no
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entorno da usina, controle de presença de poluentes no rio Dourados, córrego Madeira e Curral de Arame, além de estimular a regularização de reservas legais e recuperação de áreas degradadas das propriedades parceiras da usina. Cabe destacar que a UTE São Fernando possui as seguintes licenças ambientais: licença de operação para produção de açúcar, álcool e energia, captação de água, operação de geração de energia e transmissão, operação de posto de combustível. Aline Oliveira
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A usina utiliza para a cogeração de energia o bagaço da cana-de-açúcar
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LITERATURA
Adubação da Cana 30 anos
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Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) promoveu o lançamento do livro “Adubação da Cana – 30 anos de experiência, do autor Claudimir Penatti, na cidade Ribeirão Preto (SP), durante o 7° Grande Encontro de Variedades de Cana. A obra apresenta conceitos e histórias vivenciadas pelo agrônomo, graduado pela Escola Superior de Agricultura ‘Luiz de Queiroz’ na Universidade de São Paulo (USP), em 1981. O mestrado foi concluído em 1991 na mesma instituição, abordando área de concentração em Solos e Nutrição de Plantas. “Nosso objetivo é compartilhar todo o conhecimento adquirido durante estes anos sobre adubação. Queremos esclarecer dúvidas e auxiliar os profissionais ligados ao setor
sucroenergético”, explicou o autor. Penatti destacou ainda que, “junto com o CTC pude investigar temas relacionados à nutrição da cana-de-açúcar e hoje o Centro tem sua recomendação padrão de correção da fertilidade do solo e adubação da cultura”. Inclusive, nas últimas safras foram desenvolvidos trabalhos com o objetivo de aperfeiçoar as recomendações às novas tecnologias, novos produtos e novos manejos empregados na produção de cana-de-açúcar. Informações sobre o autor Graduado em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agricultura 'Luiz de Queiroz' da Universidade de São Paulo (1981), Mestre (1991) em Agronomia pela Universidade de São Paulo, com área de concentração em Solos e Nutrição de Plantas. Foi Pesquisador Especialista depois passando para Sênior no CTC - Centro de Tecnologia Copersucar, em Piracicaba-SP, de 1982 a 2001. Depois passou a trabalhar na área de transferência de tecnologia, cobrança de
royalties das variedades SP até 2004, a partir daí, no Centro de Tecnologia Canavieira, como Gerente Regional da Região de Piracicaba, responsável pelas Associações de Fornecedores de Cana e do Grupo Cosan (hoje Raízen). Atualmente, trabalha na área de Desenvolvimento de Produto, na validação das variedades CTC e na área de Nutrição da Cultura da Canade-Açúcar. Sobre a publicação – O livro pode ser adquirido por meio do site Grupo Idea: www. ideaonline.com.br ou pelo telefone (16) 3211-4770. O investimento é de R$ 130,00 e pode ser solicitado direto ao autor, pelos telefones: (19) 3429-8218 e (19) 98197-3446. Aline Oliveira
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INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Biocombustível nacional Altos custos com investimentos e produção atrasam produção de combustíveis provenientes de biomassa
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utilização de biocombustíveis no abastecimento mundial já é uma realidade e as usinas em atividade no Brasil já vem se preparando para atender esta demanda. No entanto, é preciso ainda superar algumas dificuldades, como tecnologia de ponta para o setor e os altos investimentos. Uma pesquisa divulgada pela Organização Não Governamental (ONG) Greenpeace e o Conselho Internacional de Energia Eólica em agosto deste ano divulgou que o uso do etanol e biodiesel deve atingir crescimento de 30% do consumo de combustíveis no país até 2050. Segundo o relatório, embora ainda predomine a utilização de derivados de petróleo, os biocombustíveis podem auxiliar a reduzir sensivelmente a utilização de combustíveis fósseis nos próximos anos. Cabe destacar que uma das principais vantagens de se produzir combustíveis a partir da biomassa é que por ser derivada de plantas, é
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facilmente renovável, em razão da viabilidade de plantio. Os usos potenciais são excelentes, já que é capaz de substituir o petróleo com a substância da qual são produzidas, as chamadas commodities químicas. Estas substâncias são usadas ainda na fabricação de produtos comuns, como plásticos, tintas e adesivos. Mercado potencial Algumas multinacionais da cadeia produtiva, após observarem o potencial de produção brasileiro, estão em busca de parceiros nacionais que queiram investir no biocombustível proveniente da cana-de-açúcar. É o caso da suíça Clariant e a dinamarquesa Novozymes que tem buscado novos investidores interessados em produzir o etanol 2G, ou etanol de “segunda geração”. Este tipo de etanol é apontado por muitos especialistas, como alternativa para ampliar a produção do álcool no Brasil, sem ter que investir diretamente no aumento da área plantada ou da matéria-
prima por exemplo. A técnica leva em conta o aproveitamento de resíduos como a palha e o bagaço da cana e pode reduzir os custos de produção em até 10%, se comparado ao produto convencional. No entanto, devido ao alto custo da enzima utilizada no processo de hidrólise e que viabiliza a quebra das estruturas de biomassa, os empresários do setor ainda não estão animados em adquirir a tecnologia. Para se ter uma ideia o custo da enzima pode variar entre 35% a 50% do custo final de produção, ou ainda, cerca de US$ 100 milhões para se montar uma unidade capaz de produzir 75 milhões de litros de etanol. Projetos em andamento No final do primeiro semestre, por ocasião do Ethanol Summit foram anunciados três projetos envolvendo o etanol 2G. O primeiro, pela usina Granbio, em Barra de São Miguel (AL), com previsão de funcionamento para o primeiro trimestre de 2014, investimentos na ordem
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de R$ 350 milhões e capacidade para produzir 82 milhões de litros de etanol por ano. Já o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) também está com projeto em andamento, com construção de uma unidade ao lado da Usina São Manoel, no interior paulista. O centro prevê que a obra demore entre 12 e 18 meses para entrar em operação, mas, em princípio funcionará em caráter de demonstração. Por fim, dois gigantes do setor, a Raízen (que é uma joint venture entre Shell e Cosan) e a Petrobras também possuem investimentos para o etanol de segunda geração, porém preferiram não revelar detalhes dos projetos. A unidade da Raízen é aguardada para o final de 2014 e a o da Petrobras para 2015.
Pesquisas científicas em Mato Grosso do Sul A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), especificamente o campus de Chapadão do Sul trabalha com várias pesquisas voltadas a biomassa, com foco na produção de cobertura do solo e na melhoria de qualidade dos mesmos, visando um sistema de plantio direto com qualidade e maior produtividade. O professor-doutor Aguinaldo José Freitas Leal, docente da instituição informou que no setor sucroalcooleiro as pesquisas em andamento são voltadas a cultura da canade-açúcar e podem auxiliar bastante o processo de aumento da produção. “Desenvolvemos projetos voltados para o
aumento da produção de raízes e consequentemente, de cana em ambientes marginais de produção. São avaliados solos com baixa porcentagem de argila e matéria orgânica, com intuito de oferecer resultados que aumentem a qualidade da produção nas áreas plantadas por produtores e usinas”, explicou. Na avaliação do pesquisador, o tema biomassa é um assunto atual e que tem despertado o interesse no meio acadêmico, principalmente no Estado de São Paulo, maior região produtora de cana-deaçúcar. “No Estado de São Paulo existe uma fundação estadual de Apoio a Pesquisa, a Fapesp, que destina 1% (ou R$ 1 bilhão) de sua receita ordinária para pesquisas em diferentes áreas. Em Mato Grosso do Sul, SETEMBRO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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Professor-doutor Aguinaldo José Freitas Leal, docente da instituição UFMS, em campo de pesquisa
Pesquisas em MS O docente da UFMS revelou que atualmente não existem pesquisas específicas sobre biocombustíveis no campus de Chapadão do Sul, porém existe um grande número de projetos desenvolvidos e em desenvolvimento com foco na produção de matéria-prima utilizada na produção do combustível como: girassol,
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nabo forrageiro, crambe, soja (biodiesel) e cana-de-açúcar. Questionado sobre a proposta de produção do etanol 2G no Brasil, o docente entende que é uma alternativa com médio prazo, já que há necessidade de altos investimentos para implantação nas usinas e para produzir o biocombustível. “Assim que for estabelecida, a
produção de etanol de segunda geração será uma opção viável para a realidade brasileira e que contribuirá para o sistema elétrico nacional, representando ainda uma importante fonte de renda para as indústrias sucroalcooleiras”, finalizou Leal. Aline Oliveira Divulgação
a Fundação de pesquisa que é a Fundect não tem o mesmo potencial de investimento. Avalio então que para estimular a pesquisa com qualidade seja necessário ampliar os recursos estaduais para investimentos em pesquisas, além de se promover o incremento das parcerias entre a iniciativa privada e instituições públicas de pesquisas”, argumentou Leal.
ACONTECEU
XXI Fenasucro D e 27 a 30 de Agosto de 2013, no centro de eventos Zanini em Sertãozinho - São Paulo aconteceu a 21ª edição do principal evento do setor sucroenergético. A Fenasucro é o maior evento mundial em tecnologia e intercâmbio comercial para usinas e profissionais do setor sucroenergético. Mais de 33 mil visitantes de 20 estados brasileiros e 30 países passaram pela Feira, para conferir as avançadas tecnologias em máquinas, equipamentos e produtos para o setor sucroenergético, foram 550 expositoras nacionais e internacionais, com oito eventos paralelos, contabilizando mais de 60 palestrantes. Além de reunir autoridades, líderes de classe, técnicos e os produtores de cana-de-açúcar, a Feira também atraiu um ato público em favor do setor sucroenergético.
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A versão on-line da Cana S.A. www.canaldacana.com.br
Brasileiros gastam mais com carro do que com alimentação
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O consumo dos brasileiros em 2013 foi estimado em R$ 1,55 trilhão pelo Ibope Inteligência. A maior parte (18%) vai ser gasta com os veículos. Serão R$ 278 bilhões com prestações, manutenção, taxas, seguro e combustível. O montante, resultado da combinação de crédito fácil, transporte público ruim e a paixão do brasileiro pelo automóvel, ultrapassam até mesmo as despesas com alimentos dentro de casa, estimadas em R$ 250 bilhões para este ano.
Diretores da Odebrecht Agroindustrial reafirmam parceria e investimentos em MS O presidente da Odebrecht viu em Mato Grosso do Sul não só a oportunidade de incentivos para a instalação das unidades, mas o que classifica como uma nova fronteira agrícola. “É um conjunto de características que o Estado oferece. Sem dúvidas, para o nosso negócio olhando o setor agroindustrial, Mato Grosso do Sul é localizado, produtivo e tem uma tradição de longa data”, elencou. “Mato Grosso do Sul é o principal Estado em termos de investimentos sucroalcooleiros, então a gente sempre tem uma oportunidade de vir e discutir possibilidades e ideias de novos projetos” comentou Luiz de Mendonça. No Estado, a Odebrecht conta com três grandes polos industriais instalados nos municípios de Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante e Costa Rica. “Todos voltados para a produção de etanol, cana de açúcar e energia elétrica a partir da biomassa”, explica. Com novos investimentos no Estado que ainda não podem ser divulgados, Luiz de Mendonça ressalta que viu nos municípios onde estão localizadas as unidades da Odebrecht uma possibilidade de formar mão de obra, e de boa estrutura. “Temos uma boa logística, próxima do mercado consumidor. Temos um bom escoamento fluvial, além de rodovias e ferrovias. Reúne condições perfeitas. É uma nova fronteira agrícola de uma nova maneira que a gente vê”, finalizou o presidente.
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