ENTREVISTA -
JOSÉ JOÃO DA FONSECA, DIRETOR PRESIDENTE DA ÁGUAS GUARIROBA EDIÇÃO 12 | JULHO 2013 | R$ 10,00
Na Internet
INDÚSTRIA
Por um setor forte e potente 40 anos de EMBRAPA
08
Geada no MS atingem lavouras de cana-de-açúcar
30
Um Brasil gigante precisa de uma indústria gigante
32
Veículos Flex completam 10 anos de existência
ÍNDICE Capa - Indústria
44
40 anos de Embrapa
Junior Cordeiros
JULHO 2013 REGIONAL
08 Geada no MS atinguem lavouras de
6 EDITORIAL 7 ESPAÇO DO LEITOR
cana-de-açúcar
29 CANA EM FOCO
OPINIÃO
50 CANA NET
30 Um Brasil gigante precisa de uma indústria gigante - Sérgio Longen
INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
dos Sertões
32 Veículos Flex completam 10 anos de existência
12 Feira Metal Mecânica 2013 18 Diesel de cana-de-açúcar estreia em Rally 40 Rede de desenvolvimento, capacitação e competência
ENTREVISTA
20 Os projetos da empresa que cuida
da Cidade Morena - José João da Fonseca Diretor Presidente da empresa Águas Guariroba
ESPECIAL
14 Cooperativismo em alta, conheça mais sobre o Sicredi Campo Grande SUSTENTABILIDADE
25 Já conhece o sistema de fertirrigação? TRABALHO E EMPREGO
36 Senar/MS investe na capacitação de profissionais
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EDITORIAL
A busca por um setor cada vez mais potente
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ompletando um ano de Cana S.A. a 12ª edição de nossa revista, abordará como foco a força das nossas indústrias em Mato Grosso do Sul, que cada vez mais continuam apresentando um ótimo desempenho em parâmetro nacional e internacional. A cada ano somos notados nos segmentos que potencializam nossas exportações, como papel/celulose, extrativo mineral, complexo carne, açúcar/etanol, além de alimentos e bebidas entre outros. Conheceremos também sobre o aprendizado colaborativo, como expor as melhores práticas do cooperativismo de crédito mundial, o uso adequado de fertilizantes em fertirrigação, além de mostrar o incentivo do uso do diesel a partir da cana-de-açúcar, através da famosa corrida Rally dos Sertões. Neste ano comemoramos também grandes vitórias no setor através de indústrias e práticas que se solidificaram em nossa economia, como a tecnologia do Carro Flex que completa 10 anos, ou pelos 40 anos de Embrapa no Brasil que nos torna uma das maiores economias e peçachave no agronegócio global, referência na geração de tecnologias agrícolas tropicais, através de uma visão regional das três Embrapas em MS. Com o crescimento do número de usinas em Mato Grosso do Sul, o Senar se prepara cada vez para aumentar a oferta de mão de obra especializada, e o SENAI se concretiza com um forte pilar do Estado, centrado na educação profissional e tecnológica, na inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da Indústria Brasileira. José João da Fonseca (JJ) Diretor Presidente da empresa Águas Guariroba foi o entrevistado da vez, para nos contar os grandes projetos sócio-ambientais de responsabilidade hoje que a Águas traz à nossa cidade. Uma ótima leitura!
Junior Cordeiros Redator-chefe Revista Cana S.A. 6 10
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Edição nº 12, julho de 2013 www.canaldacana.com.br Cana S.A. é uma publicação do Canal da Cana Jornais e Revistas Ltda-ME CNPJ: 10.939.324/0001-43 Inscrição estadual: Isenta Inscr. municipal: 137.361.000 Tiragem: 5 mil exemplares Circulação: Bancas, Mailing List Vip Diretor-Executivo Wilson Nascimento wilson.nascimento@ canaldacana.com.br (67) 9125-6062 / 21098919 Finanças Marlon Medeiros financeiro@ canaldacana.com.br (67) 9962-7882 Redação e publicidade Rua Albert Sabin, 1713 Bairro Taveirópolis CEP 79.090-160 Tel.: (67) 3211-2030 Campo Grande-MS Críticas, sugestões, elogios e artigos podem ser enviados para: redacao@canaldacana. com.br Reportagem Junior Cordeiros Aline Oliveira Fotografia de capa Junior Cordeiros Projeto gráfico: Gabriel Gomes
Espaço do leitor Edição Anterior
“
Venho por meio desta parabenizar a página online Revista Cana S.A. morei em Cg por muito tempo, e amo essa cidade! agora estou morando em Curitiba, mais sempre estou antenada com as noticías de Mato Grosso do Sul. essa página esta muito legal, um espaço ótimo para o agronegócio. uma comunicação direto com o leitor!!! parabéns a todos. Tabata Carrijo Curitiba - PR
”
A Revista Cana S.A. está também no Facebook, acesse, curta e fique por dentro dos acontecimentos
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Margareth Aquino Campo Grande - MS
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REGIONAL
Geadas no MS atingem lavouras de cana-de-açúcar Canaviais da região foram encobertos pela geada
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om um período chuvoso, o frio intenso chegou e pode causar problema nos canaviais no Centro-Sul. No MS a geada atingiu os canaviais do Estado, em Dourados, por exemplo, as temperaturas atingiram 0,7ºC negativos na madrugada do dia 24/7, e 1,8ºC na madrugada do dia 25/7. “Como cada usina trabalha com uma capacidade de moagem diária, caso não consigam colher as plantas afetadas, a lavoura poderá ser perdida”, disse Roberto Hollanda Filho, presidente da Associação dos Produtores de Bioenergia de MS Biosul. As baixas temperaturas 8 10
e geadas que afetaram diversas regiões podendo causar problemas na operacionalização da colheita de cana-de-açúcar nas unidades produtoras e até mesmo diminuir a expectativa de produção da matéria-prima na safra 2013/2014. No entanto, o impacto só poderá ser mensurado, em média, sete dias após o fim das geadas, conforme o comitê técnico da Biosul. De imediato, os danos surgirão nas áreas plantadas – a cana precisará ser colhida imediatamente para evitar a perda de qualidade da matéria-prima. Com isso, as unidades produtoras terão de alterar os projetos de moagem para produção de
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açúcar, álcool e bioenergia. Nas áreas de plantio, as mudas podem ser diretamente afetadas. “Se as baixas temperaturas aitingirem a gema apical da planta, o replantio da lavoura será necessário, o que implica um investimento muito alto e fora do planejamento inicial das usinas”, explica Hollanda. Conforme as previsões do Inmet, as temperaturas começam a subir a madrugada de hoje. Com isso, medidas de controle e manejo do canavial, bem como a reavaliação de safra serão discutidas na Biosul. Junior Cordeiros
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INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Feira Metal Mecânica
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10ª Feira Metal Mecânica realizada entre os dias 24 e 27 de julho, em Maringá (PR) divulgou o balanço do evento, comemorando mais uma edição de sucesso. Mais de 10 mil pessoas visitaram o local que contou com 180 marcas expositoras, no qual foram fechados R$ 50 milhões em negócios. O responsável pelo departamento comercial da divisão açúcar e álcool da Tectrol (LondrinaPR), Willian Marchesi fez uma avaliação positiva, 12
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destacando a importância do evento para o fortalecimento das marcas existentes no Estado. “A feira foi bastante proveitosa e nosso estande não ficou vazio um só instante. Acredito que o evento foi uma ótima forma para que as empresas se relacionem com os clientes e para ampliarmos os contatos com empresas da região e de outros Estados”, comentou. Já o diretor de vendas da Baw, Henrique Berger, localizada em Caxias do Sul (RS) alegou que a feira atingiu a expectativa da empresa e confirmou a
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presença nas próximas edições. “A Metal Mecânica atingiu plenamente nosso objetivo de contatos e resultados. Nossa ideia de estreitar relacionamentos, firmar parcerias e ampliar o mercado foi atingida com vendas e contatos firmados. Diante disso, com certeza iremos participar da próxima edição”, avaliou. Quem também comemorou os resultados obtidos na feira, foi o responsável pelo setor de vendas da CorDob, Renato Fernandes, de Araraquara (SP). “O público da feira é muito focado no assunto, é profissional, o que para nós é excelente, pois dá resultado. Queremos intensificar nossas vendas na região Sul e nos estabelecermos nela. Eu vejo a feira como uma grande ajuda para isto, inclusive para a redução de custos. Vamos participar da Eletron Ferramental e também da Expomac, todas em Curitiba e esperamos ter os mesmos resultados positivos”, destacou. Opinião Acadêmica– A Universidade Estadual
de Maringá participou do evento e o professor doutor Marcelo Farid Pereira, que também foi coordenador da 1ª Edição da Feira de Inovação Tecnológica (Feitech) explicou a participação dos acadêmicos. “Nossa presença na Metal Mecânica de Maringá visa a aproximação do meio acadêmico com o setor industrial. Representamos mais de 40.000 alunos que sairão das salas de aula com espírito empreendedor, que desejam melhorar a vida das pessoas com inovações tecnológicas. Neste ambiente temos incubadoras, startups, palestras e treinamentos que criam uma cultura de inovação e sinergia com o setor produtivo e empresarial. Sem dúvida, vamos repetir esta experiência em outras feiras pois elas são o ambiente ideal de aproximação entre a Universidade, o Governo e as Empresas”, declarou o docente. Aline Oliveira
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ESPECIAL
Cooperativismo em alta Conheça mais sobre o Sicredi Campo Grande
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Estado de Mato Grosso do Sul possui na atualidade 98 cooperativas registradas no sistema OCB/MS distribuídos em diversos segmentos econômicos, entre eles: saúde, infraestrutura, trabalho, transporte, agronegócio e crédito. A expectativa do setor para este ano e o próximo é crescer entre 10% e 15%, contribuindo para o desenvolvimento da região, já que atualmente contam com 125 mil cooperados que empregam cinco mil pessoas. Nesta edição, conversamos com o presidente da Sicredi Campo Grande, Antonio Kikuo Kurose, agricultor, cooperado há mais de 20 anos e com o mesmo tempo de experiência no trabalho de cooperativismo. Ele revela um pouco de sua experiência profissional e detalha algumas particularidades do 14
cooperativismo na Capital. Revista Cana S.A. - O Senhor possui uma vasta experiência no setor do cooperativismo e foi também presidente da CAMVA (Cooperativa Agrícola Mista de Várzea Alegre). Pode nos contar um pouco desta trajetória? Antonio Kikuo - Sou filho de horticultores, agricultor e avicultor. Já experimentei ser comerciante, mas a experiência durou apenas três anos e voltei ao campo, gosto é de trabalhar na área rural. Em 1991 me associei a CAMVA porque trabalhava com avicultura e passei a participar ativamente da cooperativa. Três anos depois, em 1994 foram realizadas eleições e fui eleito diretor-secretário. Foi um grande desafio e aceitei trabalhar na direção e aprendi muito com os Pioneiros que administravam a cooperativa, e fui sendo reconduzido
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nas eleições seguintes, até que em 2004 me afastei. Nesta época eu já era vice presidente na Sicredi Campo Grande, porém em 2008, me reconduziram à CAMVA e dois anos depois fui eleito presidente onde permaneci até ano passado. Posso dizer que foi uma história gratificante, desengavetei alguns projetos que estavam esquecidos, com a ajuda dos demais diretores e dos cooperados que hoje estão em operação. Um deles é a Unidade de Processamento de Ovos, que tornou possível a mecanização do processo de padronização, com a lavagem, higienização e seleção dos ovos que vão ao comércio. São máquinas com balanças eletrônicas que realizam o trabalho de forma rápida e eficiente, proporcionando produto de qualidade ao consumidor. Outro projeto é a fábrica
de ração inaugurada no ano passado, no dia 12 de dezembro, no dia que a CAMVA completou 50 anos da fundação. Atualmente temos uma fábrica atrás da Coca-Cola que produz 18 toneladas de rações por hora e utiliza mais de 40% do processo, de forma manual. A nova instalação fica em Terenos, na zona rural, desafogando o fluxo de caminhões na Capital e vai produzir 30 toneladas de rações por hor, produzidas na Fábrica Automatizada . Isso é um grande avanço para os cooperados e faltam apenas alguns ajustes para que entre em operação a todo vapor. Antes de deixar a cooperativa contribuí para viabilizar aquisição de nova máquina para Unidade de Processamento de Ovos, pois a produção aumentou muito e as que tínhamos já estavam obsoletas. Conseguimos via BNDES mais de R$ 2 milhões em financiamento de longo prazo, para aquisição desta nova máquina, de última geração, capaz de processar mais de 180.000 ovos hora. Revista Cana S.A. Como o senhor avalia o crescimento das cooperativas de crédito em Campo Grande? Antonio Kikuo - Sou sócio fundador da Sicredi Campo
Grande e posso lhe afirmar que não imaginava ser diretor de uma instituição financeira e nem que cresceríamos tanto em tão pouco tempo. Para se ter uma idéia, fundamos a Cooperativa em 1998 com 25 sócios que investiram equivalente a 25 salários mínimos da época ao todo. Este valor equivaleu a R$ 3.250 reais e hoje, 14 anos depois, temos quase 11 mil sócios e um capital social próximo de R$ 23 milhões. Então só temos motivos a comemorar não acha? Já de início, quando estávamos adequando a sala onde iria funcionar a Sicredi recebemos pedidos para abrir filiais, uma em Rochedo e outra em Camapuã, tudo isso no mesmo ano. Ao final daquele ano inauguramos as duas unidades. E desta forma, com muito trabalho fomos conquistando novos associados e atualmente contamos com quatro
unidades de atendimento na Capital e duas no interior (Rochedo e Camapuã) e mais um posto avançado em Corguinho. É preciso deixar claro que na Capital existem hoje duas cooperativas de Crédito, a Sicredi Federal que hoje chama União, localizada na UFMS que conta com outra administração e possui mais quatro unidades de atendimento na Capital e também duas no interior, (Três Lagoas e Corumbá). No início eram: Sicredi Campo Grande, Federal, Empresarial e Jurídica. E há três anos, nós da Sicredi Campo Grande incorporamos a Empresarial e no ano passado a Jurídica. Revista Cana S.A. - O
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senhor também faz parte do conselho do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP). Em sua opinião, qual o papel da qualificação profissional para o pequeno e médio produtor rural? Antonio Kikuo - Fui conselheiro fiscal em 2002 e me reconduziram há dois anos também como conselheiro fiscal. Acredito que a qualificação profissional é muito importante para o desenvolvimento profissional do cooperado de maneira geral, tanto que o SESCOOP tem um papel importante trabalhando em parceria com as cooperativas. Apesar de ser um sistema ainda novo no país atua fornecendo profissionais qualificados que preparam o material didático e teórico para que os cursos sejam aplicados diretamente 16
nas cooperativas. Os treinamentos são constantes e no início de cada ano é realizado o planejamento de cursos para todas as cooperativas vinculadas a OCB/MS. As mesmas enviam suas demandas de capacitação e assim, são formadas as turmas, por exemplo, na época de colheita, secagem e armazenagem de grãos, pulverização da lavoura, no setor leiteiro, entre outras que há grande procura. Temos observado que estes cursos têm contribuído bastante no desenvolvimento de algumas cooperativas que enfrentavam dificuldades para se manterem abertas. Com o apoio do SESCOOP e da OCB que oferecem treinamento qualificado e com motivação pessoal houve um grande estímulo para estes trabalhadores. Podemos dizer que a acolhida na
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ponta tem sido ótima, então o Sistema vem cumprindo o seu papel. Os cursos oferecidos são diversos, porém temos anualmente os de formação de cooperativistas, líder cooperativista, MBA e etc. E trabalhamos com instituições renomadas como FGV e USP. Aqui no Sicredi temos atualmente 100 colaboradores e 12 deles estão participando de alguns destes cursos. Revista Cana S.A. Quais as linhas de crédito mais procuradas no Sicredi Campo Grande? Antonio Kikuo - Temos várias linhas crédito: comercial, pessoal, capital de giro, rural, FCO, FINAME e etc. Estas últimas mais procuradas. Para se conseguir aprovação é preciso ter patrimônio compatível, capacidade de pagamento e não possuir restrições financeiras, assim como as
exigências feitas no mercado. Revista Cana S.A. Os produtores do setor sucroalcooleiro têm buscado financiamento no Sicredi? Antonio Kikuo - Não tivemos procura específica deste setor, mas estamos abertos para várias atividades. Porém, além da análise financeira levamos em conta como funciona a atividade do produtor. Não aceitamos negociar com pessoas que degradam o meio ambiente ou que tenham empregados em situação de risco, degradante, etc, isso também é avaliado antes de se aprovar o crédito. Mas é necessário destacar que nosso público alvo é o produtor, as usinas trabalham com instituições como o BNDES e o Banco do Brasil, pois o montante de capital que necessitam é muito alto. Revista Cana S.A. - No mês passado, o Banco Central divulgou algumas mudanças sobre vários assuntos referentes às cooperativas brasileiras, como por exemplo, nas condições de admissão de associados, ampliação de área de atuação e pedidos de aprovação de financiamentos. Na sua avaliação, as regras são boas ou ruins para os cooperados? Antonio Kikuo - O
Sistema Sicredi existe há 110 anos e começou no Rio Grande do Sul. Desde a época em que começamos, em 1998, os líderes Sicredi já pleiteavam com o Banco Central melhorias e ampliação na área de atuação das cooperativas de crédito. Uma delas, conquistadas em 2003, foi a livre admissão para cooperados, quando o BC autorizou algumas cooperativas consolidadas a trabalharem neste formato. Antes éramos segmentados por setor, ou seja, só podíamos associar pessoas ou empresas que eram ligadas a determinada área. A Sicredi Federal, só com funcionários federais, a Empresarial, só empresários e nós, só produtores rurais. Conquistamos nossa carta patente em 2010 e hoje qualquer pessoa pode se associar se a documentação estiver em dia, conforme informa o BC. Nós não competimos com os bancos, mas trabalhamos de igual para igual, o que nos difere são algumas particularidades. Por exemplo, as cooperativas não podem trabalhar com câmbio e não tem sistema de compensação, porém, o sistema Sicredi tem um banco, que é o Banco Cooperativo Sicredi para nós termos este acesso. Então hoje além do câmbio e compensação, oferecemos
o consórcio, crédito imobiliário, entre outros produtos e serviços. Então é preciso esclarecer que estas regras já vinham sendo mudadas, porém hoje estão sendo mais divulgadas pela mídia. É claro que as mudanças foram muito positivas, já que aumentam as opções para a população, profissionais autônomos e empresa. A diferença mais importante entre nós e os bancos convencionais é que as instituições bancárias buscam o lucro que vão para remunerar os acionistas e nós não. A cooperativa trabalha com recursos do associado e cobram taxas e juros para manter a estrutura funcionando, como pagamento de colaboradores, impostos, aluguéis, entre outras despesas. E ao final do ano, apurados os resultados, as sobras, após destinações Estatutárias , 45% vão para o Fundo de Reserva e 5% para o Fundo Fates que são utilizados para capacitação dos conselheiros e colaboradores, e outros 50% à disposição da Assembléia Geral Ordinária para os associados definirem onde destinar. Atualmente o capital mínimo para ser sócio do Sicredi é de R$30,00 e temos associados que possuem capital acima de R$ 50 mil. Aline Oliveira
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INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Diesel de cana-de-açúcar estreia em Rally dos Sertões
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m dos destaques do Rally dos Sertões 2013 é o diesel produzido a partir da cana-de-açúcar, um combustível ainda utilizado em testes e não disponível comercialmente. rally brasileiro é uma das maiores competições do gênero no mundo e a 21ª edição do evento terá a participação, inédita em competições automobilísticas, de um carro movido exclusivamente a diesel de cana. Klever Kolberg, com apoio da União da Indústria de Cana-de-Açúcar foi o primeiro piloto a competir com um carro movido a etanol no Rally Dakar em 2010, Kolberg foi um dos dois primeiros brasileiros a 18
desbravar em 1988 o então pouco conhecido Rally ParisDakar. Com 23 participações na mais difícil competição off-road do mundo, ele inova mais uma vez, agora competindo pela primeira vez em um rally utilizando o diesel de cana como combustível. O diesel de cana-de-açúcar que será utilizado pela equipe, foi produzido e fornecido pela empresa especializada em biotecnologia Amyris. Ela emite 40% menos gases que causam as mudanças climáticas e não lança na atmosfera o enxofre, um dos componentes mais perigosos para a saúde humana emitidos pelo diesel convencional, produzido a partir do petróleo. Para Kolberg, que
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está comemorando 28 anos de competições off-road, disputar o Rally dos Sertões 2013 marca um retorno às competições nacionais. Como fez no Rally Dakar 2010 e nos Rally dos Sertões 2010 e 2011, este é mais um projeto no qual Kolberg quer mostrar que a competitividade pode andar lado a lado com a sustentabilidade, provocando as pessoas para que reflitam sobre o que elas estão fazendo pelo meio ambiente. “O tempo está passando e não podemos desperdiçar oportunidades de fazer a diferença para o futuro do nosso planeta. Basta que cada um faça um pouco, porque o resultado desta união pode ser grande e ficar para a história,” afirma o piloto.
Fotos: Cleber Bernuci
Kolberg terá como navegador seu tradicional parceiro Flavio Marinho de França, reeditando a dupla de sucesso que rendeu em 2010 e 2011 o bicampeonato na categoria Pro Etanol no Rally dos Sertões. Esta edição do evento percorrerá 4.115 quilômetros no coração do Brasil, com a chegada prevista para 3 de agosto, também na cidade de Goiânia. O carro será o protótipo T-Rex da equipe Mobil MEM Motorsport, que participa do Campeonato Brasileiro de Rally Cross Country tendo como piloto Marcos Moraes, diretor-presidente da Dunas Race, organizadora
do Rally dos Sertões. O carro é equipado com um MWM 3.0 Turbo Diesel Intercooler e quatro cilindros, que desenvolve 240 cavalos de potência. O Rally dos Sertões 2013 terá um prólogo mais nove etapas com até 746 quilômetros totais. Nos acampamentos o carro será abastecido com os 1.100 litros de diesel de canade-açúcar que a equipe irá transportar dia após dia. “Não é um produto disponível para venda nos postos de combustível que estão no roteiro da prova, então mais uma vez vamos dispor de uma logística um pouco mais
complicada”, disse Kolberg. Quando disputou o Dakar de 2010 com um carro movido a etanol, a situação foi parecida: sua equipe tinha que transportar o combustível, já que nem na Argentina e nem no Chile havia etanol à disposição em postos de combustíveis. Na realização do projeto, Kolberg e equipe contam com o apoio da Mobil, Amyris Biotecnologia, Dakar – Inovação e Empreendedorismo, Artfix, Sparco, MWM e Borg Warner, além do apoio da UNICA. Junior Cordeiros
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ECONOMIA & MERCADO ENTREVISTA JOSÉ JOÃO DA FONSECA, DIRETOR RESIDENTE DA EMPRESA ÁGUAS GUARIROBA
Os projetos da empresa que cuida da Cidade Morena Nesta Edição da Revista Cana S.A., entrevistamos o Diretor Presidente da empresa Águas Guariroba, José João da Fonseca, que falou sobre os projetos sócio-ambientais da empresa que desde 2000 detém a concessão dos serviços de tratamento e distribuição da água potável e o tratamento do esgoto em Campo Grande.
N
o mês de junho foi comemorado mundialmente o Dia do Meio Ambiente e as atenções estão todas voltadas às ações, projetos e profissionais que trabalham em prol da preservação do planeta. Em Campo Grande, a concessionária de serviços Águas Guariroba tem desenvolvido uma estratégia de trabalho que visa a universalização do esgoto tratado da Capital, com prazo previsto até 2025. Em conversa com o diretor-presidente, José João da Fonseca foi possível conhecer melhor os projetos sócio-ambientais da empresa que desde 2000 detém a concessão dos serviços de tratamento e distribuição da água potável e o tratamento do esgoto em Campo Grande. 20
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) assinala que para cada R$ 1,00 investido em saneamento básico, o poder público economiza R$ 4,00 em medicina curativa
As doenças causadas pela falta de esgoto têm reflexos nocivos em toda a história de vida das pessoas, prejudicando o desempenho escolar e reduzindo a produtividade do trabalho. universalização do serviço de esgoto tratado. Revista Cana S.A. - No último dia 5 de junho, o Senhor recebeu na Câmara Municipal uma homenagem pelos relevantes serviços prestados ao meio ambiente, durante sessão solene, pelo vereador Edil Albuquerque. Como foi receber esta menção honrosa? José João Fonseca - Foi um privilégio receber esta lembrança que marca a trajetória de um profissional, porém, o melhor é saber que foi entregue por um representante do legislativo, que representa uma grande parcela da população. Isso significa que estamos no caminho certo.
Revista Cana S.A. - Quantos anos o senhor está na direção da Águas Guariroba e quais as principais conquistas que pode elencar neste período? José João Fonseca - Assumi a diretoria em 2007 e posso afirmar que me sinto privilegiado em participar de um trabalho comprometido com a saúde e qualidade de vida da população campo-grandense. Quando a empresa assumiu os serviços, a cidade possuía 25% da rede de esgoto tratado e até o final deste ano nossa meta é alcançar 73%. Portanto, tenho confiança que antes do prazo estipulado que é 2025 alcançaremos a
Revista Cana S.A. - Com relação a responsabilidade social da empresa, quais as ações e projetos voltados ao meio ambiente que a Águas Guariroba vem desenvolvendo na Capital? José João Fonseca - Nosso projeto é de longo prazo e o retorno do investimento também. Por isso, a empresa tem a obrigação de realizar um trabalho de excelência e mostrar a sociedade os resultados do que vem sendo feito. Em todos os projetos sociais que desenvolvemos há o cuidado de esclarecer às famílias a importância de se ter água tratada, esgoto tratado e a preservação do meio ambiente. Queremos mostrar que somos uma empresa comprometida com o desenvolvimento sustentável de Campo Grande, não estamos aqui somente para ter lucros. Entre várias iniciativas de sucesso temos o “Saúde nota 10” que é um projeto educativo e realizado nas escolas da Rede Municipal de Ensino, com atividades pedagógicas e lúdicas JULHO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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ECONOMIA & MERCADO ENTREVISTA aos estudantes do ensino fundamental. Com foco nas comunidades, temos o projeto “Afluentes”, no qual convidamos lideranças comunitárias até a empresa para entender todo o processo de funcionamento, desde a participação dos funcionários até a etapa de tratamento de água e esgoto. Neste processo convidamos ainda outros representantes, como vereadores, deputados e moradores que queiram participar da visita junto com seus representantes. Consideramos muito importante a participação popular, pois é preciso que as pessoas entendam melhor como funciona todo o processo até que a água chegue tratada na torneira de casa ou que o esgoto saia e seja corretamente destinado. Infelizmente, a maioria só se lembra da empresa quando chega a conta mensal ou quando o serviço é paralisado para manutenção ou reparo. É importante que comparem nosso desempenho com outras cidades e percebam nossa liderança na qualidade de serviços prestados. Um projeto inovador é o que temos na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Los Angeles. Lá construímos uma base para funcionamento da polícia comunitária que desenvolve o projeto “Bom de bola, bom de escola”, com 34 crianças da comunidade. No local construímos um campo de futebol, subsidiamos todo o material do projeto, além de um parque com árvores frutíferas. O melhor é que a comunidade da região tem um aproveitamento total do espaço, que por acaso, tem uma estação de tratamento de esgoto. É um conceito inovador de ETE no país. Buscamos levar mais conhecimento a população, acerca de todas as iniciativas que
A Fundação Getúlio Vargas apontou que, em termos de impacto na educação, havia uma diferença de 30% no aproveitamento escolar entre crianças que têm e não têm acesso ao saneamento básico. 22 36
JULHO 2013 | CANA S.A.S.A. | A energia da informação SETEMBRO 2012 | CANA | A energia da informação
A Fundação Getúlio Vargas, em estudo realizado para a ONG “Trata Brasil” identificou que os trabalhadores com acesso à coleta de esgoto ganham salários, em média, 13,3% superiores aos aqueles que moram em locais sem coleta de esgoto. envolvam o meio ambiente, por meio do Prêmio de Jornalismo Ambiental realizado anualmente. São avaliadas seis categorias jornalísticas e premiadas as cinco melhores reportagens com foco em meio ambiente. Consideramos este concurso uma forma de estimular os profissionais de mídia a pesquisarem e divulgarem informações que irão esclarecer a população sobre o tema. Temos ainda uma premiação voltada aos professores da Rede Municipal de Ensino (Reme). A cada edição escolhemos uma disciplina, levamos os docentes para conhecer a empresa e propomos a elaboração de um plano de aula que alie a área de conhecimento ao tema saneamento básico e água tratada. Os melhores trabalhos recebem premiações diversas. Podemos citar ainda o Viveiro de Mudas, o Estação do Saber, Atendimento Itinerante, Emissão Limpa e o Laboratório de Medição de hidrômetros na Estação de Tratamento. No caso deste último, se o consumidor discordar da medição do consumo, podemos mostrar no laboratório com equipamentos aprovados pelo Inmetro que o total da conta é realmente o resultado do consumo. Além de esclarecer dúvidas, a pessoa aprende que a água é um bem finito, se conscientiza que deve gerar menos esgoto e a preservar o meio ambiente. Revista Cana S.A. A Águas Guariroba realiza um importante programa de saneamento básico, que é o Sanear Morena iniciado desde 2006. Em que fase está o cronograma de desenvolvimento? José João Fonseca - No início do programa foram investidos R$ 200 milhões em investimentos na ampliação da rede de esgoto da Capital. Construímos 712 quilômetros de
Centro de Controle Operacional – Monitora em tempo real as Estações de Tratamento de Água e Esgoto e todos os serviços da empresa.
rede coletora aumentando de 25% para 60% o alcance da população atendida, no período de três anos. No Sanear Morena 2 investimos mais R$ 57 milhões, desta vez dando atendimento a 42 mil famílias da região urbana do Imbirussu,beneficiando diretamente 33 bairros. Estão sendo construídos mais 139 quilômetros de rede coletora, uma nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e nossa meta é concluir a etapa disponibilizando esgoto tratado para 70% da população. Para o ano que vem daremos início ao Sanear Morena 3, com previsão total de investimentos na ordem de R$ 636 milhões, prevendo implantação de dois mil quilômetros de rede de esgoto, 126 mil ligações domiciliares de água, atendimento a 418 bairros e 240 mil famílias.
Já firmamos um financiamento com a Caixa Econômica e serão liberados R$ 160 milhões. Deste total, R$ 115,5 milhões serão direcionados a ampliação do serviço de coleta e tratamento de esgotos. Para as obras de abastecimento de água direcionaremos R$ 32,2 milhões e na área de redução e controle de perdas serão investidos R$ 22,6 milhões. Cabe ressaltar que a universalização do serviço de esgoto da Águas Guariroba irá alcançar R$ 1 bilhão em investimentos de saneamento na capital de Mato Grosso do Sul. Com isso, creio que estamos respondendo ao poder público e a população a confiança depositada e pretendemos concluir este cronograma antes do prazo estipulado. Aline Oliveira
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SUSTENTABILIDADE
Já conhece o sistema de fertirrigação?
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busca por novos manejos sustentáveis na agricultura se faz mais presente do que imaginamos essa procura por nova ferramentas resultam em sistemas que propiciam o desenvolvimento da produção. A fertirrigação não é diferente, consiste nada mais que a aplicação de fertilizantes via água de irrigação. Ela é a utilização do próprio sistema de irrigação como condutor e distribuidor de adubos juntamente com a água de irrigação. Além da água e adubos, também são aplicadas inseticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento, conduzidos e aplicados de forma generalizada. Esse sistema iniciou na
Califórnia por aspersão em pomares, uma técnica relativamente antiga que os agricultores de muitos países usaram em diferentes métodos de irrigação. Mas recentemente em um estudo pela UNESP sobre as vantagens econômicas oferecidas pela fertirrigação, o sistema mostrou um aumento nos lucros do produtor em até 10,8%. Com a fertirrigação há uma diminuição dos custos e também um aumento da produtividade em diversas plantações. Na produção de cana de açúcar, a fertirrigação tem sido uma boa opção aos produtores, pois melhora a eficiência da aplicação dos fertilizantes dissolvidos na água. Na fertirrigação, os nutrientes chegam ao
solo através da irrigação, economizando tempo e otimizando a plantação, seu retorno econômico da fertirrigação é imediato, gerando um maior lucro. Alguns sistemas de irrigação são mais eficientes na aplicação de água, como é o caso do gotejamento e micro aspersão, o que torna, também, mais eficiente o aproveitamento pelas plantas dos nutrientes aplicados. Portanto, quando se trata de fertirrigação, deve-se considerar o sistema de irrigação que está sendo utilizado. Para o uso adequado de fertilizantes em fertirrigação a característica do sistema de aplicação é também importante. Junior Cordeiros
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CANA EM FOCO 21ª FENASUCRO 2013 A Fenasucro é o maior evento mundial em tecnologia e intercâmbio comercial para usinas e profissionais do setor sucroenergético, realizada de 27 a 30 de Agosto de 2013 no Centro de Eventos Zanini Sertãozinho - SP. Um dos principais encontros entre produtores, profissionais e os principais fabricantes de equipamentos, produtos e serviços para a agroindústria da cana-de-açúcar. O evento oferece aos a oportunidade de explorar toda a cadeia de produção: preparo do solo, plantio, tratos culturais, colheita, industrialização, mecanização, aproveitamento dos derivados transporte e logística do produto e subprodutos da cana-de-açúcar. Mais informações em: www.fenasucro.com.br/
AgriBio 2013 O Congresso AgriBio 2013 é voltado para Desenvolver a agricultura Familiar do Norte e Nordeste do país. Realizada no dia 20 de agosto, o evento acontece no Marriot Hotel em São Paulo. A Agribio 2013 promete trazer grandes palestras, divididos em quatro painéis discutindo as mudanças no selo social, os desafios de incluir o norte e o nordeste e semiárido além de debater em como alcançar a inclusão social nas regiões mais necessitadas. Para obter mais informações sobre as inscrições, a programação e outras, acesse: www.biodieselbr.com
10º Congresso da ABMR&A Realizado nos dias 19 e 20 de agosto acontece 10º Congresso da ABMR&A em Vila Noah, Chácara Santo Antônio – Rua Castro Verde, 266 – São Paulo. Os profissionais de marketing, empresários estudantes, produtores rurais e especialistas do setor estarão reunidos em São Paulo, para discutir temas relevantes e estratégias viáveis para o setor. O tema escolhido para este ano é: “O marketing do agronegócio está à altura da importância do setor no Brasil” Para obter mais informações sobre as inscrições, a programação e outras, acesse: www.scotconsultoria.com.br JULHO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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OPINIÃO
Um Brasil gigante precisa de uma indústria gigante
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monitoramento do Radar Industrial da Fiems aponta que o setor industrial de Mato Grosso do Sul criou, de janeiro a maio deste ano, 8.557 novos postos formais de emprego, consolidando-se, como o maior gerador de vagas no Estado. E neste mesmo período a receita de exportação de industrializados já alcançou o volume de US$ 1,36 bilhão, o que representa aumento de 21,7% na comparação com os 5 primeiros meses do ano passado. A nossa indústria continua apresentando desempenho bem acima da média nacional, notadamente nos segmentos que potencializam nossa pauta de exportações, como papel/ celulose, extrativo mineral, complexo carne, açúcar/etanol, além de alimentos e bebidas. Ainda assim, há um espaço considerável para crescer e avançar para novos mercados. E, muitas vezes, as medidas que podem dar suporte a este salto dependem de decisões dos Governos, em todos os seus níveis, que vão bem além das Reformas Tributária, Política e, 30
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até mesmo, no âmbito da Justiça do Trabalho. Temos atuado em conjunto com algumas Prefeituras para implantar o PDR (Programa de Desenvolvimento Regional) que, entre outras ações, propõe a implantação do sistema eletrônico de renovação de Alvará de Funcionamento de empreendimentos de forma a agilizar e dinamizar a economia, ampliação do horário de atendimento das Prefeituras para período integral, além de propor uma política de concessão de benefícios fiscais pelo Governo do Estado (ICMS) e Prefeituras (ISS). Podem parecer medidas menores, mas que no conjunto geram um cenário bem favorável à gestão. E quando ampliamos o olhar, para além das necessidades da nossa indústria, identificamos uma série de outras demandas que acabam influenciando no atendimento dos anseios das pessoas, no seu dia-a-dia. Muitas delas estão na base das manifestações ordeiras realizadas pelo país afora. O que sobra para excesso nos orçamentos do Poder Público, falta na saúde, na educação, no
transporte, na cidadania e no apoio daqueles que efetivamente são capazes de produzir empregos e melhores salários. O momento é de ação de gestão. A sociedade deixou evidente que quer saber onde estão sendo alocados os recursos oriundos das receitas. É fato que existem Prefeituras com excesso de pessoas, de cargos comissionados e com horas extras sendo pagas acima dos salários. Além de outras distorções. O Brasil está nas ruas exigindo novas soluções, assim como a indústria há tempos adverte para a urgência de um modelo de desenvolvimento que privilegie a competitividade, a produtividade, a inovação, com base no controle da inflação e nas políticas de sustentabilidade da macroeconomia e das suas implicações regionais. O ambiente que traduz o inconformismo da população com a classe política é o mesmo em que estamos inseridos. Este não é o momento para convocar um plebiscito para saber quem vai pagar as novas campanhas eleitorais, mas talvez para discutir os modelos da gestão pública e de como podem efetivamente atender a população em sua totalidade. O empresário que luta contra o excesso de impostos, dificuldades de crédito, que não tem acesso às novas tecnologias, que não consegue
trabalhar um plano adequado de logística devido à precariedade de todos os modais, que se debate em meio aos sinuosos caminhos do labirinto da burocracia é a imagem do trabalhador que está nas ruas a exigir o que é melhor para ele e sua família. Somos todos sacrificados por um modelo de gestão pública e política ineficientes nas suas bases e comprovadamente injusto no seu alcance e amplitude. As pessoas que uniram-se nas ruas, exigindo o fim das práticas que influenciam diretamente na má qualidade dos serviços públicos, estão dentro das nossas universidades, das nossas escolas, das nossas fábricas, são trabalhadores do comércio da indústria, na cidade e no campo. Como nós, empresários, contribuem para a construção de um país melhor, mais fraterno e que ofereça dignidade para todos. Somos, afinal, elos de uma grande aliança, de uma liga, que é capaz de ajudar a criar um destino grandioso para todos. Afinal, um Brasil gigante precisa de uma indústria também gigante. Sérgio Longen é empresário do setor de alimentos e presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul
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DESENVOLVIMENTO
Veículos Flex completam 10 anos de existência A frota de carros Flex registra 20 milhões de carros
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m 2013 se comemora 10 anos de lançamento dos veículos Flex no Brasil e a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) anunciou no final de junho que a produção 32
nacional atingiu uma frota de 20 milhões de carros bicombustíveis, com 92% dos modelos existentes no mercado. O modelo bicombustível predomina e no ano passado foram licenciados quase 3,2 milhões de unidades, contra 274 mil
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unidades de gasolina e 197 mil movidos a diesel. Cabe destacar que o uso do motor movido a álcool teve início no final da década de 70, com o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), em uma tentativa de substituir o consumo
É incorreto dizer que quando o veículo flex é novo, se faz necessário abastecer as duas primeiras vezes com gasolina, para depois começar a utilizar o álcool. O carro flexível em combustível funciona sem nenhum problema com qualquer um dos combustíveis desde 0 km ou com gasolina e álcool misturados em qualquer proporção. dos derivados de petróleo em larga escala no mercado nacional, porém o projeto não obteve êxito. No entanto, cabe destacar que o país viveu o período de “era” do álcool na década de 1980 e parte de 1990 quando a venda de carros com o combustível chegou a 90%. Porém, na segunda metade da década de 90 a gasolina apresentou uma queda significativa e quando o álcool voltou a ser atraente, o mercado optou por produzir veículos com motor flex, ao invés de movidos a álcool. A primeira montadora a lançar o veiculo flex foi a Volkswagem, com o Gol 1.6 Total Flex e na sequência veio a Ford, apesar de ter sido a primeira a testar o motor, só lançou o Fiesta bicombustível após a empresa alemã. Análise regional - De
acordo com o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave/ MS), Roberto Mosena, o desenvolvimento de motores que utilizam gasolina e etanol no mesmo tanque foram um grande avanço para o país e para os consumidores. “É importante ter a opção de escolher o combustível mais vantajoso na hora de abastecer. Infelizmente, nos últimos meses, o etanol perdeu a competitividade com a gasolina, por conta do preço mais elevado, porém é essencial ter esta opção”, avaliou. Mosena lembrou que a produção e venda do combustível é importante também na geração de outros negócios em nosso Estado, como a venda de tratores e
máquinas agrícolas e ainda na geração de empregos no setor sucroalcooleiro. “Atualmente, com a exceção dos modelos importados é difícil alguém optar por um modelo movido somente à gasolina. Então se houver incentivo para redução de preços no mercado estadual certamente isso resultará na escolha do etanol como combustível, pela maior parte dos motoristas”. Evolução – A Volkswagem saiu na frente
É correto dizer que os motores apresentam melhor desempenho quando abastecidos com álcool, porém ao utilizar o combustível há maior consumo, então a gasolina continua sendo melhor alternativa quando o assunto é economia. JULHO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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É necessário cuidar do reservatório de gasolina quando ficar algum tempo sem uso, já que o combustível acaba oxidando e goma resultante pode entupir o sistema. Por isso que em alguns carros, em cada partida é introduzida a gasolina, seja ou não necessário. Como alguns modelos não possuem luz de aviso informando que o nível do reservatório de gasolina está baixo é importante realizar a inspeção visual. também no lançamento da tecnologia que dispensa o tanquinho de gasolina para partida a frio, chamado de ‘flex start’. O sistema foi lançado no Polo E-Flex 2009 e atualmente outros modelos já contam com a tecnologia, entre eles o novo Citroën C3 1.6 e o Peugeot 308 1.6. Desafios – O maior desafio da tecnologia flex é ter um consumo eficiente, ou seja, com economia igual ou superior a gasolina. Além disso, há que se vencer outra resistência, a do comodismo do consumidor que está habituado a abastecer com o derivado do petróleo. Um ponto que deve ser mais esclarecido entre a população é de que a opção por álcool contribui significativamente na redução de emissão de poluentes, especialmente o CO2. Um dado preocupante foi de que em 2012 o consumo de etanol caiu 9,6% em relação ao ano anterior, enquanto que a gasolina aumentou 11,9%. A chegada das biorrefinarias no Brasil
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também traz novas perspectivas para o combustível que poderá se popularizar e baratear ainda mais com a produção do etanol de segunda geração. Sem contar a preservação gerada ao meio ambiente. Os especialistas do setor esperam que a próxima novidade para a tecnologia seja a chegada da injeção direta de combustível, com o sistema injetando o combustível diretamente na câmara de combustão onde será queimado. O atual, de injeção direta, aplica o combustível no cabeçote do motor, gerando perda de
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desempenho no percurso. Outro ponto importante é a redução no consumo, gerada também por esta novidade, que irá variar entre 5% e 10%, comparado ao sistema atual, tanto no caso do motor abastecido com etanol quanto com gasolina. Para se ter uma idéia, atualmente é necessário 30% mais álcool em relação à gasolina para gerar a mesma energia, por isso a necessidade de parar mais vezes no posto quando o tanque está com esse combustível. Aline Oliveira
TRABALHO & EMPREGO
Senar/MS investe na capacitação de profissionais Em 2012 foram oferecidas 140 capacitações que atenderam 11 municípios do Estado
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a última edição falamos do crescimento no mercado de trabalho sucroalcooleiro em Mato Grosso do Sul, que de 2006 a 2010 ofereceu nove mil novas vagas de emprego. As usinas necessitam cada vez mais de mão de obra qualificada e crescem os cursos e qualificações oferecidas no setor. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/ MS) completou 20 anos de existência no ano passado e atua em todos os Estados da Federação e no Distrito Federal com objetivo de oferecer a formação profissional do homem do campo. Aqui no Estado tem dedicado especial atenção a qualificação profissional de 36 36
trabalhadores para atender a demanda das usinas. Em 2012 foram oferecidas 140 capacitações em 11 municípios sul-matogrossenses com intuito de atender 14 usinas. Segundo o diretor técnico do sistema Famasul, Clodoaldo Martins entre as especialidades mais procuradas pelas empresas estão a NR 31, manutenção preventiva de tratores, controle de formigas cortadeiras, regulagens de máquinas, enfim tudo que envolva a operação mecânica e manual das usinas. “Com o crescimento no número de usinas em Mato Grosso do Sul, o Senar tem se preparado para aumentar a oferta de mão de obra especializada. A Biosul é uma grande parceira
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nossa e nos apresenta as prioridades de profissionais exigidas pelas empresas”, explicou. Martins destacou ainda que se faz necessário ouvir quais as demandas de empresas e produtores, para saber quais as prioridades de cada um e qual o curso ideal para atender determinada região. “Realizando este trabalho de pesquisa conseguimos produzir um trabalho alinhado com as necessidades de cada região. Atualmente o curso mais procurado é o NR31 voltado aos profissionais que manuseiam agrotóxicos e o curso de regulagem e manuseio de pulverizador, máquinas e implementos agrícolas”, detalhou o diretor. No entanto existe também uma preocupação
“Nós do Senar/MS estamos a disposição para dar atendimento a todas as usinas e também a todos os segmentos do agronegócio aqui do Estado. Entendemos que devemos trabalhar juntos e buscar constantemente oferecer novidades em capacitações, a fim de entregarmos ao nosso cliente final que é o produtor e o trabalhador rural, um trabalho eficiente e com qualidade”, analisou Martins. Junior Cordeiros
com a área de promoção social e para isso são oferecidos cursos de relações interpessoais no trabalho e no cotidiano familiar com foco na qualidade de vida e controle do orçamento familiar. O representante da instituição revelou que os temas trabalhados visam complementar o atendimento ofertado aos familiares dos trabalhadores nas usinas e demonstram a responsabilidade social do Senar no processo de formação profissional. Atendimento ao trabalhador – Durante todo o ano de 2012 e no primeiro semestre de 2013, o Senar/MS já contabilizou a capacitação de 3.355 pessoas com oferta de 220 turmas e carga horária total utilizada de 4.725 horas. “Estes números são bastante significativos para o nosso Estado, levando em conta a demanda que enfrentamos. Os municípios têm auxiliado
bastante nesta oferta de mão de obra com interesse dos trabalhadores, já que todos os setores do agronegócio de MS necessitam de profissionais qualificados”, alertou Martins. A agenda de cursos da instituição é fechada mensalmente e a expectativa é aumentar o número de cursos oferecidos. Somente nos primeiros seis meses já foram atendidos 1.151 pessoas, em 78 turmas abertas. Para que consiga superar os atendimentos realizados, o Senar/MS está montando quatro Centros Tecnológicos: em Dourados, Maracaju, Inocência e Campo Grande. Nestes locais serão implantados os primeiros cursos técnicos da instituição com carga horária de 1.200 horas e grande destaque será dado ao o setor sucroalcooleiro. Na avaliação do diretor técnico da Famasul o aperfeiçoamento da mão
de obra deve ser constante na vida do profissional e o volume da força de trabalho em MS ainda é pequeno frente à demanda que as usinas precisam. Novidades – Com atenção total as novidades do mercado, o Senar/MS está negociando parcerias para oferecer cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pelo governo federal. A expectativa é ofertar cursos de formação inicial e continuada com 160 horas aulas. Um dos mais cotados é o de formação de tratoristas que ainda apresenta falta de profissionais e a meta é iniciar o programa com sete turmas que serão divulgadas assim que for finalizada a negociação com o sistema nacional. Aline Oliveira
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RELAÇÃO DE CURSOS DO SENAR MS PARA ATENDIMENTO ÀS USINAS Mecanização Agrícola – Tratores e implementos agrícolas - MANUTENÇÃO
PREVENTIVA DE TRATORES AGRÍCOLAS (PNEUS) - MANUTENÇÃO E OPERAÇÃO DE SEMEADORAS E CALCAREADEIRAS - NOÇÕES DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE TRATORES AGRÍCOLAS - OPERAÇÃO DE TRATORES – ARADOS AGRÍCOLAS - OPERAÇÃO DE TRATORES – GRADES AGRÍCOLAS - MANUTENÇÃO DE GRADES E ARADOS AGRÍCOLAS
Mecanização Agrícola - Aplicação de agrotóxicos - CONTROLE DE FORMIGAS CORTADEIRAS - NR 31 PARA TRABALHADORES COM AGROTÓXICOS - REGULAGEM E UTILIZAÇÃO DE PULVERIZADOR AUTOPROPELIDO - REGULAGEM E OPERAÇÃO DE PULVERIZADOR ELETRÔNICO TRATORIZADO - REGULAGEM E UTILIZAÇÃO DE PULVERIZADOR (COSTAL/MANUAL) - REGULAGEM E UTILIZAÇÃO DE PULVERIZADOR (TRATORIZADO)
Mecanização Agrícola – Cana-de-açúcar - NOÇÕES DE COLHEDORAS DE CANA-DE-AÇUCAR - OPERAÇÃO DE COLHEDORAS DE CANA-DE-AÇÚCAR - OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE CARREGADORAS DE CANA-DE-AÇÚCAR - OPERAÇÃO DE TRATOR COM TRANSBORDO CANAVIEIRO – NOVO - PLANTIO MECANIZADO DE CANA-DE-AÇÚCAR – NOVO - TRATOS CULTURAIS PARA CANA SOCA – ADUBAÇÃO - NOVO
Mecanização Agrícola – Linha amarela - OPERADOR DE PÁ CARREGADEIRA EM PROPRIEDADES RURAIS – NOVO - OPERADOR DE MOTONIVELADORA EM PROPRIEDADES RURAIS – NOVO - OPERADOR DE RETROESCAVADEIRA EM PROPRIEDADES RURAIS – NOVO
Área Atividade: EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO - EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA TRABALHADORES DO SETOR SUCROENERGÉTICO
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INOVAÇÃO & TECNOLOGIA
Rede de desenvolvimento, capacitação e competências
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SENAI (Federações das Indústrias dos estados) produz cada vez mais cursos voltados para o setor Industrial, com o objetivo de qualificar jovens e aprendizes na formação teórica e prática. Os cursos são gratuitos e contemplam também prática profissional na empresa, de forma a favorecer o pleno desenvolvimento das competências profissionais, para atuar no mercado de trabalho. Para o mês agosto serão abertos cursos de qualificação em Ivinhema, São Gabriel, 40
Sidrolândia, Três Lagoas e Corumbá que traz também um reforço na formação profissional para atender indústria extrativa mineral. Um dos pilares do SENAI está centrado na educação profissional e tecnológica, a inovação e a transferência de tecnologias industriais, contribuindo para elevar a competitividade da Indústria Brasileira. Em Ivinhema são oferecidas 40 vagas para
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o mês de agosto, no curso de costureiro industrial, nos turno matutino e noturno, 20 vagas para o curso de mecânico de máquinas agrícolas, no período noturno, 30 vagas no curso de operador de computador, no período vespertino e 30 vagas para auxiliar administrativo, no período matutino. Sandra Denega informou ainda que as aulas terão início no dia 1º de agosto e se encerram no dia 24 de outubro. “É importante destacar que essa oferta de cursos está alinhada a partir das áreas de maior demanda no município de Ivinhema, áreas onde podemos encontrar o maior número de vagas de
emprego”, salientou. Os cursos oferecidos em Sidrolândia abrem no âmbito do Pronatec são oferecidas 60 vagas distribuídas nos cursos de eletricista predial de baixa tensão (20 vagas), operador de computador (20 vagas) e auxiliar administrativo (20 vagas), sendo que os três começam no dia 8 de julho e terminam no dia 30 de setembro. “Temos visto a grande procura por qualificação, já que o certificado ajuda a garantir não só o conhecimento de teoria e prática, como também ajuda a preparar as pessoas para o ingresso no mercado de trabalho”, declarou a supervisora pedagógica. Para os cursos oferecidos em São Gabriel do Oeste, disponibilizam mais 40 vagas no curso de operador de microcomputador, sendo que os interessados devem se inscrever até o dia 5 de agosto, também no CRAS da Prefeitura de São Gabriel do Oeste ou na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico do município. O gerente do CetecSenai Rio Verde, Valter Costa de Almeida, reforça que em São Gabriel do Oeste há uma grande demanda por mão de obra qualificada por parte das indústrias instaladas no município. “Essa procura faz com que muitos moradores da
cidade se desloquem até Rio Verde para fazer os nossos cursos. Por isso, sempre procuramos disponibilizar a formação profissional em São Gabriel do Oeste por meio de parcerias com a Prefeitura Municipal”, declarou. Três Lagoas oferecem 20 vagas para o curso de eletricista industrial, 16 vagas para o curso de pintor de imóveis e 16 vagas para o curso soldador no processo eletrodo revestido, sendo que os três terão início no dia 5 de agosto, no período noturno. Já o curso de eletricista industrial disponibiliza 40 vagas distribuídas nos período matutino e vespertino, com início no dia 19 de agosto, enquanto o curso de ajustador mecânico começa no dia 15 de agosto e tem 48 vagas distribuídas nos períodos matutino, vespertino e noturno. “O CetecSenai Três Lagoas busca ofertar os cursos para qualificar pessoas a partir das áreas industriais e de empresas de maior demanda no município, áreas onde existe uma carência por profissionais qualificados. Dessa forma, o Senai leva qualificação para auxiliar no desenvolvimento da região”, salientou Adevaldo Vasconcelos. Para contribuir com a manutenção da competitividade da indústria extrativa mineral de Mato JULHO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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Grosso do Sul, o CetecSenai Corumbá reforçou a estrutura de formação profissional com o oferecimento de mais turmas de cursos nas modalidades técnica, qualificação e aprendizagem graças aos investimentos feitos nos últimos anos em obras de reforma, ampliação e modernização da unidade. De acordo com o gerente Marcelo Alexandre Zinsly, essas ações integram o enfrentamento por parte do Senai a um dos principais gargalos do segmento no Estado: a carência de mão de obra especializada. “O CetecSenai Corumbá oferta cursos para qualificar pessoas nas áreas que as indústrias e empresas da região estão necessitando no momento, de forma a auxiliarmos no desenvolvimento social e econômico de toda a região. Essas ofertas ocorrem de acordo com as pesquisas industriais realizadas e, assim, o Senai está promovendo a qualificação da mão de obra para que a indústria seja cada vez mais competitiva”, declarou Marcelo Zinsly. O SENAI é o maior complexo de educação profissional da América Latina, diretamente ligados a um Departamento Nacional, e 27 Departamentos Regionais que levam seus programas, projetos e atividades a todo o território nacional, oferecendo atendimento adequado às diferentes necessidades locais e contribuindo para o fortalecimento da indústria e o desenvolvimento pleno e sustentável do País. Junior Cordeiros
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CAPA
40 anos de
H
oje o Brasil é uma das maiores economias mundiais e peçachave no agronegócio global, referência na geração de tecnologias agrícolas tropicais, com a missão de atender grande parte da crescente demanda de alimentos, fibras e energia da sociedade. Diante deste quadro, a pesquisa agropecuária vem desenvolvendo e aperfeiçoando sistemas de produção não apenas mais eficientes, mas mais sustentáveis, econômica, ambiental e socialmente, tais como a Integração (Lavoura44 10
Pecuária-Floresta) e os sistemas agroflorestais. Para aumentar a eficiência no campo e potencializar o uso de recursos naturais, como solo e água, instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, com 40 anos de credibilidade e responsabilidade, assumem o compromisso de gerar conhecimentos, tecnologias e informações que garantam o crescimento da oferta de alimentos, com segurança alimentar e nutricional. Vinculada ao Ministério da Agricultura, A Embrapa instalou-se no Brasil na
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década de 70, com cerca de 320 pesquisadores adquirindo conhecimentos para estabelecer e ampliar as bases científicas da pesquisa brasileira. Assim nasceu a agropecuária tropical que, anos mais tarde, se tornaria a mais importante do mundo. Nos anos 80 o cenário da agricultura nacional como fonte de inovação, consolidou uma nova fase, onde o Brasil começava a inverter a condição de importador de alimentos e se tornou o maior produtor mundial de álcool, café, cana-de-açúcar e laranja, e segue o caminho que o levou a ser, hoje, uma
peça fundamental no mercado mundial de alimentos, fibras e energia. Através de um programa de pós-graduação, aliado ao amplo intercâmbio, centros de excelência científica internacionais em agropecuária, contribuíram para que a Embrapa se tornasse um centro de ciência e tecnologia de destaque, resultaram na criação e consolidação do programa Labex - Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior. Esse caminho para o exterior foi muito importante para os avanços apresentados pela Embrapa e seus parceiros na fronteira da pesquisa agropecuária entre os anos 1990 e 2000, como a estruturação de bancos de germoplasma animal e vegetal e o desenvolvimento do primeiro clone bovino da América Latina. A revolução tecnológica deu brecha para as grandes transformações, juntamente com globalização, foi à abertura de mercado e deu força ao consumidor, assumindo um papel cada vez mais importante no cenário internacional.
e conquista a região através das três Unidades - Embrapa Agropecuária Oeste/Dourados - Embrapa Pantanal/ Corumbá - Embrapa Gado de Corte/ Campo Grande. Para conhecer um pouco mais desses 40 anos da Embrapa Regional, A Cana S.A. conversou com os Chefes Gerais de cada unidade, no intuito de compreender, os objetivos, novidades e o desenvolvimento na região:
Cléber Oliveira Soares Soares – Chefe Geral Embrapa Gado de Corte
como sanidade animal, melhoramento genético e forrageiro, pecuária de precisão, nutrição animal, a economia do sistema produtivo da pecuária de corte e correlatos principais relacionados a estes principais eixos. Na Administração além do Chefe-Geral há mais três cargos de Chefia nas áreas Administrativa, Pesquisa e desenvolvimento, transferência e Tecnologia.
Com a missão de viabilizar soluções tecnológicas para a cadeia produtiva da carne, ela envolve diferentes temas de segmentos desta cadeia,
Regional A Embrapa esta mais que presente no Estado de Mato Grosso do Sul, ela se solidifica JULHO 2013 | CANA S.A. | A energia da informação
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CAPA Mais uma equipe 57 pesquisadores entre 230 empregados, sendo 90% PHD, 10% Mestre. O Modelo de gestão estratégico voltado em resultado busca um modelo onde se identifica a demanda para dentro do centro de pesquisa, estudando as competências para dar uma resposta por meio das soluções tecnológicas. Como que isso é traduzido para a sociedade, através de produtos, processos e serviços. Exemplo uma vacina desenvolvida, é um novo capim, um novo sistema de orientação de melhoramento genético bovino, uma recomendação de manejo zootécnico, uma avaliação genética entre outros serviços. Hoje na totalidade dos bifes
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consumidos no Brasil tem pelo menos uma tecnologia da Embrapa gado de corte, seja por meio do capim que o gado comeu, ou pela orientação zootécnica, seja por orientação sanitária, por meio da orientação de produção. Um a cada três Bifes exportados é do Brasil cerca 33% da carne é do Brasil, a qualidade faz o mercado, e a Embrapa Gado de corte teve sua importância nesse processo, quando mais se ganha mais carne se compra, a carne é o alimento que tem mais relação com o poder aquisitivo. Ex: Na semana em que o Brasileiro recebe o salário, ele compra uma carne de melhor qualidade para consumo. Essa inovação representa a importância da Embrapa Gado de Corte na
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economia Brasileira. Embrapa 40 + 20: Foco é despertar dentro da empresa quais serão as contribuições que ela vai dar para a sociedade daqui a 20 anos, através dos cenários estratégicos, do agronegócio brasileiro, de forma que o Brasil continue esse celeiro incrementando com alimentos de qualidade, que contribua com o mercado dos diversos segmentos. Durante a solenidade de comemoração de 40 anos das três unidades do MS, foi lançada uma ação chamada de “arca do conhecimento”, é uma urna onde os empregados depositarão ao longo do ano, como eles enxergarão a Embrapa daqui 40 anos.
Dr. Guilherme Lafourcade Asmus - Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste Estabelecida há 38 anos em Dourados, a Embrapa Agropecuária Oeste, contribuiu com as bases técnicas para o avanço e a consolidação da agricultura em Mato Grosso do Sul. Num primeiro momento, quando as culturas de arroz, soja, milho, trigo e feijão avançavam para o BrasilCentral, foram criados, localmente, os conhecimentos técnicos necessários para os sistemas de produção dessas culturas, conhecidos, naquela época, como “pacotes tecnológicos”. Isso permitiu que, ao mesmo tempo em que ocorria a diversificação da produção primária no Estado, anteriormente baseada na pecuária de corte e no extrativismo de madeira e erva-mate, as produtividades fossem crescentes, com a verticalização da produção e a consequente diminuição da demandas por novas áreas para plantio. Passada essa fase, e com as crescentes demandas por uma agricultura mais eficiente, não só no que diz respeito à demanda crescente por alimentos de qualidade, em quantidade e baixo preço, mas
criação de ativos dentro dos conceitos da Economia Verde, com foco na agricultura multifuncional, fornecedora de serviços ambientais, além da produção de alimentos, energia e fibras.
Emiko Kawakami de Resende – Chefe Geral da Embrapa Pantanal também com compromissos ambientais e sociais, a Embrapa Agropecuária Oeste diversificou a sua matriz de pesquisa. Novas áreas do conhecimento foram incorporadas ao seu quadro de pesquisa e de apoio administrativo. As novas demandas por energia limpa, por sistemas mais integrados e diversificados de produção, por menor impacto sobre os recursos naturais, por inovações tecnológicas para o importante segmento de produtores de base familiar direcionam, atualmente, as pesquisas da Empresa. Além dos esforços para diminuição dos, ainda existentes, vazios tecnológicos em sua área de atuação, prevê-se para um futuro muito próximo, uma forte atuação da Embrapa Agropecuária Oeste na geração de conhecimento para a sustentabilidade da agricultura regional, com
Ao longo desses 40 anos de história na Planície Pantaneira, a Embrapa Pantanal tem produzido uma infinidade de informações sobre as principais atividades praticadas na região a fim de que os recursos naturais disponíveis sejam utilizados de forma sustentável, uma vez que a missão da Unidade é produzir tecnologias voltadas para o uso sustentável dos recursos disponíveis na região. Trabalhamos com temas variados, mas principalmente com aqueles voltados para as atividades econômicas mais praticadas na região: a pesca
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CAPA e a pecuária, que, somadas a diversas outras linhas de pesquisas, tem como resultado informações que auxiliam no direcionamento dos rumos em que essas atividades devem ser feitas, a fim de serem sustentáveis e mais rentáveis. Podemos afirmar que a nossa instituição é a que mais conhece e entende o funcionamento do Pantanal e suas dinâmicas. Esses conhecimentos vêm sendo transformados em tecnologias que transferimos para a
população. Além, disso, as informações obtidas têm subsidiado o poder público na tomada de decisões e na elaboração de leis, principalmente na área da pesca e do meio ambiente. Como exemplos de trabalhos realizados podem citar o desenvolvimento de técnicas de manejo de rebanho bovino que as tornam mais eficientes e mais sustentáveis, incluindo-se o melhoramento genético para produção de bezerros de qualidade. Como resultado de muitos anos de pesquisa Com a criação da Embrapa foi produzida uma a produção de safra multiplicou cartilha denominada e também teve um aumento na boas práticas de produtividade da pecuária bovina, manejo para a suína, caprina, ovina e avícola. pecuária do Pantanal. Subiu a oferta de leite, couro, No que tange a pesca, pele, fibras e essências florestais. sabemos hoje que o A Embrapa ofereceu ao País processo ecológico um lucro social de R$ 17,76 que controla as bilhões, aliados a 114 tecnologias populações de peixes é e 163 cultivares desenvolvidas o pulso de inundação: pela Empresa.
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quanto maior a cheia, maior é a produção de peixes e quanto menor a cheia, menos produção de peixes. Temos atualmente um razoável conhecimento do número de espécies animais e vegetais que ocorrem no Pantanal, informação essa valiosa para o desenvolvimento de tecnologias, processos e produtos para o aproveitamento da biodiversidade da região. Trabalhamos também com a agricultura familiar, desenvolvendo e transferindo tecnologias para as famílias que vivem nos assentamentos rurais da parte alta de Corumbá. Enfim, os desafios são muitos e nos motivam a prosseguir para que possamos aliar o uso com a conservação do Pantanal. Junior Cordeiros
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Etanol de segunda geração a partir de 2014 Uma empresa, no município de Araucária, região metropolitana de Curitiba (PR) anunciou que a partir do primeiro trimestre de 2014 já começará a distribuir o etanol de segunda geração, que pode ser feito com resíduos de cana ou do milho. O combustível surge como uma alternativa para colaborar com o meio ambiente, além de ser mais barato e com eficiência semelhante ao etanol comum. Diante disso, a empresa desenvolveu uma matéria-prima que deve ser negociada com as usinas interessadas em fabricar o novo etanol. Por enquanto, o trabalho está sendo feito em pequena escala, como experimento. A primeira usina que começa a produzir o etanol de segunda geração em larga escala é do Estado de Alagoas e mais quatro empresas já anunciaram publicamente que devem produzir o combustível a partir do ano que vem. Entre os maiores benefícios que o etanol de celulose apresenta está a redução do impacto ambiental com a redução dos resíduos, já que o Brasil tem grande volume disponível de biomassa, o que pode dobrar a produção de álcool atual.
Representantes participam de reunião em MS sobre Conflitos Indígenas A reunião foi realizada com o objetivo de apresentar aos produtores rurais do Estado, o trabalho que está sendo realizado no congresso nacional, a fim de buscar soluções para os conflitos indígenas e também promover melhorias para o setor de agronegócios. “A força do agronegócio brasileiro se reflete na figura de líderes como Caiado e Lupion. E a presença deles em Campo Grande, a meu convite é para que possamos posicionar os nossos produtores de como estão sendo conduzidos os trabalhos para categoria no congresso nacional”, explicou. O prazo estipulado pelo governo federal aos produtores está chegando (5 de agosto) e até o momento nenhuma medida foi sinalizada, além de terem que conviver com o descumprimento do acordo feito, na ocasião da vinda do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Várias reuniões foram feitas e os acordos propostos não se cumpriram. O que preocupa é que já ouvimos do próprio ministro que o governo está buscando uma ‘posição’ e não uma ‘solução’.
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