Jornal de programação ABR - JUN

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Programação ABR—JUN


IMAGEM DE CAPA

Tragic Glub Glub Geraldo de Barros BRASIL Pintura a óleo e colagem sobre aglomerado 110 x 110 cm São Paulo, 1966 Reprodução fotográfica: © Gustavo Scatena/Imagem Paulista

EXPOSIÇÃO

Fotoformas e Sobras Geraldo de Barros BRASIL MUSEU ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA 15 JUL A 17 SET

Edição: Câmara Municipal de Lisboa Passado e Presente Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura 2017 Título: Jornal de Programação Abril - Junho Local e data de Impressão: Lisboa, março de 2017 Tiragem: 20 000 exemplares


Por onde começar? A NTÓNIO PINTO RIBEIRO Coordenador-geral da programação

Primeiros versos de A formação do céu e da terra, a cosmogonia dos índios da tribo Marube, numa versão recolhida e traduzida por Pedro de Niemeyer Cesarino1 1 "Por onde começar?" era a pergunta fundamental no início deste programa que durará todo o ano de 2017.

Este começo, de qualquer modo, teria de ser anterior ao mapa ibero-americano, uma descrição heterogénea, diversa, contraditória, que só existe por convenção entre países que se designaram a eles próprios como pertencentes a esta cartografia cuja matriz seria ibérica. E, por isso, começámos pela exposição de Demián Flores, Al Final del Paraíso, um mural onde o artista pintou as tensões entre as práticas culturais pré-colombianas e os efeitos da presença europeia no início da formação das nações americanas. Não está ausente deste programa inicial a intenção do resgate, mas dada a sua dificuldade, espera-se que, pelo menos, se dê visibilidade a todos os herdeiros dos que começaram e às suas práticas culturais, organização social, produção artesa-

© DR

Haveria tantos princípios possíveis, tantos quantos eram os pontos de vista sobre esta ‘construção’ que é o ibero-americanismo, mas face aos quais era necessário encontrar uma narrativa que fizesse justiça, quer à aventura dos que realizaram a expansão, quer à releitura das histórias oficiais que justificavam o lado negro da expansão, como o extermínio de povos, de línguas, de culturas, reconhecendo, ao mesmo tempo, a revisão que hoje nas Américas se faz das narrativas da colonização.

nal, línguas que tanto foram recalcadas e, cremos que, para este fim, também a exposição Visão Yonomami de Claudia Andujar cumpra essa função. 2 Este modo de começar vai continuar em maio, nos teatros Maria Matos e São Luiz, com a série de conferências onde, depois de se ter dado espaço ao começo, se vai debater como viver num mundo que tem

de ser, a todos, comum. E sabendo que não é possível um modo de vida comum sem a negociação cultural entre modos de vida diferentes e um projeto político à escala global, será necessário aprender as narrativas em causa que tanto distinguem as nações, os grupos, os diversos interesses, assim como conhecer os motivos e as consequências do trânsito atlântico, do que se estabelece entre as

1 NIEMEYER CESARINO. Pedro de, Quando a terra deixou de falar, Editora 34, S.Paulo, 2013 2 SOUSA RIBEIRO, António, Memória, in Patrimónios de influência portuguesa: modos de olhar, Walter Rosa e Margarida Calafate Ribeiro (org.) p. 81, INC, Coimbra 2015

Américas e no seu interior, que são uma constante do mundo de hoje como o foram no passado. 3 O passado não existe lá atrás. De cada vez que o nomeamos ou evocamos a partir das ‘coisas antigas’, ele torna-se presente e atua no presente, pois, caso contrário, seria apenas esquecimento. E ao atuar conserva e modifica. 4 Não faz parte deste programa a promoção de uma qualquer identidade ibero-americana. Primeiro, porque ela não existe, nem tão pouco tem uma génese natural e, segundo, porque não existe nenhum comércio dos aspetos simbólicos que a mesma poderia suscitar. Bem longe estamos das exposições internacionais, surgidas no século XIX, que tinham este comércio como objetivo prioritário. Contudo, a diversidade deste espaço geográfico e deste mosaico de identidades imaginárias é uma aventura do conhecimento para os nossos dias, que deve ser trabalhada quer na teoria, quer na prática de forma articulada: “a conjunção entre memória, identidade e património revela-se, em qualquer dos casos, indissociável e constitui uma articulação decisiva para entender os usos culturais do património e os processos complexos de negociação e conflito que lhes estão associados nos nossos dias.”2 5 A ideia de que a crítica e até a revolta são conciliáveis com a festividade perpassa, ela própria como reflexão, ao longo do programa. E um pequeno estudo sobre a arqueologia desta relação dá-nos disso exemplos incontestáveis, dos quais a canção Bella Ciao é um caso sublime. Bella Ciao é uma canção popular italiana, provavelmente composta no fim do século XIX, canto de trabalho das campesinas de Emilia Romagna e mais tarde melodia de protesto contra a Primeira Guerra Mundial. Tal como Bella Ciao a mesma energia, revolta e festa encontram-se nas cantigas de Zeca Afonso, Violeta Parra ou Chavela Vargas que festejaremos nesta primavera.

3 Programa ABR—JUN

Há tempos flutua Vento de lírio-névoa Vai se revolvendo E Koi Voã surge

“a diversidade deste espaço geográfico e deste mosaico de identidades imaginárias é uma aventura do conhecimento para os nossos dias”

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Vento de lírio-névoa O vento envolvido Ao vento de rapé-névoa


O boom, os seus atores e nós A NTÓNIO MEGA FERREIRA Escritor, autor de Viagens à ficção hispano-americana, Lisboa, Arranha-Céus, 2015

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Entre 1967 e 1976, uma espécie de tsunami cultural tomou de assalto os catálogos das editoras europeias, invadiu as primeiras páginas das revistas literárias e até da imprensa generalista, e gerou um movimento global de interesse pela literatura americana escrita em espanhol. Ao fenómeno global, o primeiro de origem literária no século XX, convencionou depois chamar-se “o boom latino-americano”. O abalo teve o seu epicentro não na América central e do sul, onde estavam as suas raízes e a sua razão de ser, nem na Cidade do México ou em Buenos Aires, verdadeiras capitais culturais da América Latina, mas em Barcelona, por impulso, gosto e visão de um poeta e editor, Carlos Barral, e de uma agente literária, Carmen Balcells. Barral tinha uma política editorial: “queria demonstrar que a língua abarca todo o território de fala hispânica, a mancha de que fala Carlos Fuentes, e procurava no Chile, no Paraguai, no Uruguai, na Colômbia… Era o editor das duas margens [do oceano]”.1 Para dar corpo à sua visão, Carlos Barral dispunha de um instrumento privilegiado: a casa editora Seix Barral, um negócio de família, da qual se tornou o principal animador em finais da década de 50. Desde o início dos anos de 1960 que Barral vinha a dar atenção aos escritores latino-americanos: em 1963, publicara o romance de estreia de Vargas Llosa, A cidade e os cães, que muitos consideram o verdadeiro momento zero do boom latino-americano; e no ano seguinte editara o cubano Guillermo Cabrera Infante, que muito cedo se distanciou dos escritores do boom, embora tenha também beneficiado da exposição internacional da sua geração. Um a um, os nomes que hoje reconhecemos como os protagonistas desta novela literária, Carlos Fuentes, Julio Cortázar, Vargas Llosa, García Márquez, vieram a entrar no catálogo da Seix Barral. Por seu lado, Carmen Balcells era uma mulher determinada, que acreditava no sucesso das suas intuições literárias e foi capaz de construir uma rede de apoio e promoção dos escritores hispano-americanos praticamente sem equivalente em qualquer outro mercado editorial. Importou do mercado anglo-americano a figura do agente literário, muito pouco comum na vida editorial europeia, partindo do pressuposto bastante razoável de que os

“o que os escritores promovidos pelo boom visavam era libertar a narrativa sul-americana de espartilhos convencionais, trazendo à luz do dia o fervilhar de diversas culturas unidas por uma língua comum, o espanhol.” autores têm mais em que pensar do que nos seus interesses materiais imediatos. E pôs-se a representar escritores atraídos pela sua eficácia negocial e pela atenção pessoal com que acompanhava a vida, tantas vezes difícil, dos que se propunha agenciar. Com isso, acabou por alterar definitivamente a relação entre os autores e os editores, à escala global. Para Barcelona tinham convergido, a partir de meados da década de 60, numerosos escritores latino-americanos, atraídos pelo ambiente cultural descontraído e contestatário dos anos finais da ditadura franquista, mais visível na sempre revolucionária e inconformada Barcelona do que na circunspeta e institucional Madrid. Para usarmos uma imagem mais próxima de nós, podemos dizer que a capital da Catalunha foi então a Silicon Valley do boom latino-americano. Mas também a Europa se transformara: viviam-se os anos pós-coloniais, que tinham chamado a atenção para identidades africanas e asiáticas; era a época do maio de 1968 e os anos seguintes, que marcavam o questionamento dos equilíbrios sociais gerados pelo pós-guerra. Foi nesses anos que a Europa se

questionou, e que oscilaram os dispositivos identitários hegemónicos do nosso continente: esbateu-se o eurocentrismo, “descobriram-se” culturas alternativas. Por ironia histórica, a afirmação de outras identidades políticas e culturais vai ser estimulada pela própria cultura que se punha em causa: “O alcance das produções literárias latino-americanas e a hegemonia cultural do ocidente que formata esse alcance são, por isso, duas faces da mesma moeda”, escreve a investigadora Margarida Borges.2 Em termos de perceção pública internacional, o boom alicerçou-se no sucesso imediato que acolheu a publicação, em 1967, de uma obra fantástica, torrencial, inclassificável: Cem anos de solidão, do colombiano Gabriel García Márquez. No plano da história literária, no entanto, o movimento de renovação da literatura latino-americana nem sequer começa aí, mas alguns anos antes, com a publicação de obras marcantes de escritores como o peruano Mario Vargas Llosa (A cidade e os cães, em 1963), o argentino Julio Cortázar (Rayuela - O jogo do mundo, 1963), o mexicano Carlos Fuentes (Aura, de 1962) ou

o próprio García Márquez (Ninguém escreve ao coronel é de 1961). Os quatro constituem o ‘núcleo duro’ do boom latino-americano. Com o correr dos anos, García Márquez e Vargas Llosa tornar-se-iam os maiores ícones desta emergência da narrativa hispano-americana: com a indispensável ajuda de Carlos Barral, Balcells fez deles os chefes de fila de um fenómeno que alastrou como mancha de óleo, também porque editor e agente souberam chamar a si outros escritores latino-americanos de primeiro plano, entre os quais José Donoso, Cabrera Infante e Álvaro Mutis. A emergência deste grupo de escritores de talento iluminou ainda a obra de alguns dos seus mais respeitáveis precursores, do argentino Jorge Luis Borges, que só na década de 1960 começara a ser conhecido internacionalmente, ao cubano Alejo Carpentier, do guatemalteco Miguel Angel Asturias ao paraguaio Augusto Roa Bastos e ao uruguaio Juan Carlos Onetti. O impulso inovador dos primeiros escritores do boom dava expressão àquilo que Alejo Carpentier profetizara no seu célebre discurso ao Congresso de Escritores e Artistas Cubanos, o primeiro depois da Revolução, realizado em Havana, em agosto de 1961: “Tudo parece indicar que quando este continente despertar se apoderará do que resta do século XX.”3 De facto, no meio século seguinte ao discurso de Carpentier, cinco escritores hispano-americanos viriam a receber o Prémio Nobel: Miguel Angel Asturias, Pablo Neruda, García Márquez, Octavio Paz e Vargas Llosa. De uma forma ou de outra, todos os escritores do boom (e até os do pós-boom, como o chileno Roberto Bolaño) reconheceram, nessa altura e mais tarde, que o iniciador avant-la-lettre do movimento fora o mexicano Juan Rulfo, o qual tinha publicado, em meados da década de 50, dois livros caraterizados pela clara rutura com práticas literárias convencionais e com o casticismo tradicional na ficção sul-americana: El Llano en llamas e Pedro Páramo. Mas a edição portuguesa parece ter ignorado olimpicamente esta ascendência literária: as obras de Rulfo (Pedro Páramo saiu discretamente em 1980) só viriam a encontrar difusão


O ano decisivo de início da receção do boom em Portugal foi 1971: a publicação de Cem anos de solidão fora antecedida por duas recensões do romance, uma das quais da autoria do incansável promotor cultural brasileiro Irineu Garcia, que viria a dirigir em meados da década de 1970 a efémera mas profícua coleção Latinamérica, com a chancela da Bertrand. Aí se publicariam títulos de Juan Carlos Onetti, Vargas Llosa e Alejo Carpentier. Nesse mesmo ano de 1971, editava-se Aura de Carlos Fuentes (Dom Quixote), O mundo alucinante do cubano Reinaldo Arenas (Dom Quixote), O século das Luzes (Europa-América) e O reino deste mundo (Presença) de Alejo Carpentier e a coletânea de ensaios do mesmo autor à qual foi dado o título de Literatura e consciência política na América Latina (Dom Quixote). E, de forma igualmente significativa, foi nesse ano que se publicou entre nós a antologia Narrativa cubana da Revolução (Presença), que recolhia textos ficcionais de Carpentier, Lezama Lima, Virgilio Piñera, Cabrera Infante e Reinaldo Arenas, entre outros.

posteriormente viria a ceder o lugar à de realismo mágico, rótulo que se aplicou (e ainda perdura) ao colombiano Gabriel García Márquez. Se alguma utilidade a noção de realismo mágico ainda conserva é a de definir os limites geográfico-culturais de uma maneira de encarar e praticar a literatura de ficção; vale, sobretudo, como uma categoria temporalmente determinada da história literária do século XX, se nela não se quiser meter tudo e mais alguma coisa, desde que seja ‘estranho’, ‘exótico’ ou pretensamente ‘mágico’. Porque, num primeiro momento, tendeu-se a assimilar todos os escritores hispano-americanos a esta imprecisa forma de arrumar uma literatura que remetia para um vago território poético de almas penadas e milagres profanos. É verdade que, com o tempo, a etiqueta esbateu-se, mas isso foi porque se foram alargando as fronteiras conceptuais e geoculturais que a justificavam: para os que ainda hoje em dia consideram a noção de

Essa primeira geração do boom, impulsionada pela Revolução Cubana, e, na década seguinte, pelo triunfo da Unidade Popular no

comum, o espanhol. Isto é: queriam tornar universal a perceção da diferença do subcontinente de fala hispânica. Essa diferença foi formulada, num primeiro momento, através da nomeação do real maravilhoso americano, pelo cubano Alejo Carpentier, noção que

realismo mágico operatória, escritores como Salman Rushdie, Patrick Süsskind, Angela Carter, Toni Morrison, ou José Saramago, Lídia Jorge, João de Melo, Hélia Correia (e, até, António Lobo Antunes), reconduzem-se aos seus territórios.

1 Rosa Regàs, citada em Xavi Ayén. Aquellos años del boom. Barcelona, RBA Libros, 2014: 234. 2 Margarida Borges, “Entre o boom e o Nobel: as identidades de Gabriel García Márquez na imprensa literária portuguesa”. Coimbra, O Cabo dos trabalhos, nº 6, 2011, http://cabodostrabalhos.ces.uc.pt/n6: 6.

3 Literatura e consciência política na América latina. Lisboa, Dom Quixote, 1971: 80. 4 Isabel Rute Araújo Branco, A recepção das literaturas hispano-americanas na literatura portuguesa contemporânea: edição, tradução e criação literária. Lisboa, FCSH, 2014, https://run.unl.pt/bitstream/: 495-569.

5 Stephen M. Hart. “Magical Realism: Style and Substance”. A Companion to Magical Realism. Woodbridge, Tamesis, 2010: 3/4. 6 Plinio Apuleyo de Mendoza foi embaixador da Colômbia em Portugal de 2003 a 2007. 7 O aroma da goiaba. Lisboa, D. Quixote, 2005: 63.

Aceitaremos aqui a designação de realismo mágico para caraterizar, de forma aproximativa, a ficção que se produziu tendo por espaço de representação o território hispano-americano situado a norte do equador, entre a Colômbia e o México, em torno do vasto mar do Caribe (ou das Caraíbas, como tradicionalmente dizemos em Portugal). E tomaremos como sua génese “o fosso entre os sistemas de crenças (belief systems) de dois grupos muito diferentes de pessoas. Aquilo que para um habitante do chamado Primeiro Mundo é mágico (uma mulher que ascende ao céu, fantasmas que voltam à terra, padres que levitam, ciganos que se diluem numa mancha de alcatrão) é real e irrelevante para o habitante do chamado Terceiro Mundo. Para mantermos a simetria, aquilo que para os habitantes do Terceiro Mundo é mágico (as dentaduras postiças, os ímanes, os filmes, o comboio, o gelo) é real e irrelevante para o habitante do chamado Primeiro Mundo”.5 Podemos dizer, para simplificar as coisas, que a ficção de García Márquez é realista e é mágica, conforme a procedência cultural e geográfica do leitor. A sua arte está em ter tornado estas categorias interpenetráveis, contaminando-se uma à outra, de tal forma que, por fim, não sabemos o que é real e o que é mágico – e o nosso sistema de crenças é posto em causa. Na longa entrevista que concedeu ao seu confrade e amigo Plinio Apuleyo de Mendoza,6 o escritor comenta: “Conheço simples gente do povo que leu Cem anos de solidão com muito prazer e com muito cuidado, mas sem surpresa nenhuma, pois no fim e ao cabo não lhes conto nada que não se pareça com a vida que eles vivem.”7 Ao longo das décadas de 70 e 80, o interesse dos editores portugueses não deixaria de se focalizar no riquíssimo filão hispano-americano, também porque a atribuição do Nobel a García Márquez, em 1982, reacendeu as chamas já quase extintas8 de um boom que tomara, entretanto, o seu lugar no discurso da história da literatura do século XX. Em 1998, quando o mercado editorial português se encontrava já inundado por dezenas de autores procedentes do domínio hispano-americano, o escritor português João de Melo caraterizou o boom latino-americano como “esse impulso exterior [que] contribuiu para instaurar entre nós uma consciência literária que, em muitos casos, coincide com a prática de pelo menos duas gerações de escritores portugueses” – de Almeida Faria a José Riço Direitinho, de Mário de Carvalho a A. M. Pires Cabral.9

8 Simbolicamente, assinala-se o final do boom com o episódio da zanga definitiva de García Márquez e Vargas Llosa, na Cidade do México, em 1976. 9 Gabriel García Márquez e o realismo mágico latino latino-americano. Camões, nº 5, Lisboa, Instituto Camões, 1998: 38/39

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O mercado editorial português só descobriu o boom com alguns anos de atraso e de forma não sistemática: a obra-prima de García Márquez conheceu a primeira edição portuguesa em 1971, mas, ao longo dessa década, as preferências dos editores dividiram-se entre ele e Mario Vargas Llosa (Julio Cortázar era publicado entre nós desde 1968): apesar disso, o livro de García Márquez só conheceria segunda edição três anos depois da primeira, podendo dizer-se que o sucesso comercial do romance só se verifica verdadeiramente a partir da edição de 1974. Mas, antes mesmo de Vargas e Márquez, os editores portugueses tinham virado a sua atenção para um precursor, Miguel Ángel Asturias, que fora distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1967. Entre 1967 e 1974, impulsionados pela atribuição do Nobel, seis títulos do escritor guatemalteco conheceram edição em Portugal, com a chancela da Dom Quixote.4

Chile, veio inscrever-se precisamente nesse despertar de que falava Carpentier, através de uma forma nova e de novas preocupações, entre as quais avultavam a experimentação de processos narrativos inovadores (todos tinham lido Kafka, Proust, Faulkner e Joyce), a consciência política e a atenção ao social. A sua intenção de intervir na sociedade era percetível, como evidente era o seu alinhamento com a Revolução Cubana e o seu líder Fidel Castro. É provável que a perceção desse alinhamento tenha favorecido a receção dos novos escritores entre nós: viviam-se os últimos anos de uma ditadura obscurantista e, de alguma forma, estes “novíssimos” falavam de um subcontinente cuja simples evocação conotava a ideia de libertação. Mas, literariamente, este alinhamento funcionava apenas como subtexto de uma narrativa mais ambiciosa: o que os escritores promovidos pelo boom visavam era libertar a narrativa sul-americana de espartilhos convencionais, trazendo à luz do dia o fervilhar de diversas culturas unidas por uma língua

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adequada em Portugal já no século XXI, quando a maior parte dos escritores hispano-americanos de primeiro plano (e alguns de segundo e terceiro…) já eram conhecidos do público português.


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O Tempo Desenhado Iconografias de um povo Ameríndio da Amazónia GALERIA MILLENNIUM BCP 3 JUN A 27 AGO © Todos os direitos reservados


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O Teatro Chileno Atual MAURIC IO BA RRÍA JA RA Departamento de Teatro da Universidade do Chile Tradução Alberto Piris Guerra

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É possível que para o público familiarizado com o teatro, particularmente o teatro latino-americano, possam dizer alguma coisa nomes como os de Guillermo Calderón, Marco Layera e a companhia La ReSentida ou Manuela Infante e o Teatro de Chile, entre outros. Estes três diretores partilham não só o facto de serem chilenos, como também o de fazerem parte de uma geração à qual afetou uma verdadeira revolução nas lógicas de circulação e produção teatrais que, a par dos processos de globalização da economia, significa também a internacionalização da cena teatral chilena. Na verdade, este fenómeno não é necessariamente inovador, já nos anos 1990 companhias como La Troppa ou o Gran Circo Teatro tinham percorrido os principais palcos da Europa, a diferença tem a ver mais com o surgimento de um modelo de gestão que se foi impondo a partir dos grandes festivais e programadores que exploram ano após ano os diversos eventos teatrais do mundo. Já não se trata de um convite casual ou realizado no seguimento de um encontro oportuno, falamos agora de um verdadeiro mercado que voltou a instaurar com muita força, do meu ponto de vista, a procura pelas particularidades, pelo singular, face a um imaginário que se reproduz de forma global através dos meios de comunicação de massas. Seja como for, assistimos a um momento especial do desenvolvimento das artes cénicas no Chile porque, como nunca anteriormente, estas parecem suscitar o interesse de espectadores de outras partes do globo. Para compreender este fenómeno, não é suficiente descrever as mudanças de uma economia global que, durante as últimas décadas, estimulou a abertura dos mercados. Existem igualmente processos internos que é necessário referir resumidamente e também explicar o contexto no qual este fenómeno se situa para, finalmente, propor uma breve cartografia da atual cena teatral chilena.

O contexto A década de 1990, que se seguiu imediatamente à Ditadura Militar de Pinochet, foi autointitulada pela própria classe po-

“destacam-se textos com linguagens poeticamente densas, que se afastam do realismo e contrastam com a emergência da paródia televisiva” lítica como “transição”. Este período esteve caraterizado por uma consolidação da institucionalização democrática, uma transformação económica com propensão para a justiça social e uma reforma da vida quotidiana que tenderia a apagar os sinais do regime autoritário. No entanto, ao longo de todo este período a tutela militar manifestou-se permanentemente, de tal forma que o facto que marcou o princípio do fim desta “transição” terá sido a detenção de Pinochet, em Londres, em 1998, e a mesma apenas será consumada com a morte do próprio ditador, em 2006. Por este motivo, é possível falar de duas etapas: a primeira, que abarca a última década do século XX, e a segunda que compreende simplesmente o período do governo de Ricardo Lagos (2000-2005), com o qual termina. No entanto, trata-se apenas duma “transição” porque a tendência que predominou durante todo este período foi uma única: a consolidação e aperfeiçoamento do modelo económico e político neoliberal herdado da ditadura, com ligeiras reformas democráticas; um paulatino desmantelamento da sociedade civil e da organização social que foi muito forte no final dos anos 1980; o início dos julgamentos para os criminosos da ditadura e uma forte presença do poder militar como fiscalizador da nova democracia. Do ponto de vista cultural há mudanças significativas, no sentido de que o Estado manifesta interesse direto pelo desenvolvimento desta área; contudo, as políticas implementadas não se afastam de forma relevante das linhas económicas

traçadas. Resumamos estas políticas em dois pontos: 1.° criação e desenvolvimento de uma institucionalização cultural, que nasce em 1991 com a criação da Secretaría de Cultura dependente da Secretaría de Gobierno, que seria desativada no final dos anos 1990 dando lugar ao Consejo Nacional de la Cultura y las Artes (CNCA) que rapidamente passou a ser o Ministério da Cultura; 2.° implementação de uma política cultural centrada prioritariamente no incremento da produção segundo o modelo do mercado: subsídios atribuídos por concurso (Fondart), incentivos de redução dos impostos a privados (Ley de Donaciones Culturales), ambos destinados a garantir o princípio de subsidiaridade que define o nosso Estado neoliberal. Isto é, o Estado tende a subvencionar a atividade dos privados esperando que o principal responsável pela continuidade sejam os próprios privados num sistema de mercado; noutras palavras, pressupõe-se que a arte se converta em indústria cultural. Isto, a longo prazo, conduziu a um tipo de produção intermitente, mais focada nos requisitos exigidos pelos concursos para obtenção de subsídios do que nos processos artísticos autónomos e levou a uma precarização das condições laborais dos artistas. O Estado não manteve uma instância de promoção governamental permanente, excetuando a Muestra Nacional de Dramaturgia. O paradoxo que significou o período da “transição” foi longamente discutido por historiadores e cientistas sociais no nosso

país e é, sem dúvida, o principal fator que despoleta o descontentamento e mal-estar que caracteriza hoje a nossa sociedade. Talvez um dos seus elementos mais desconcertantes – tendo em conta que o nome da coligação governamental durante esses anos foi o de Concertación por la Democracia – seja a Reforma Constitucional, que liderou o presidente Ricardo Lagos e que acabou por convertê-lo em subscritor da mesma; quer dizer, a Constituição que nos rege, elaborada durante o período mais obscuro da ditadura (entre quatro paredes) e que apoia os princípios políticos e económicos do neoliberalismo, aparece autorizada hoje política e moralmente por Ricardo Lagos (!) – primeiro governo socialista eleito desde Salvador Allende, pelo menos era o que se supunha... Não é de estranhar, é o mesmo Lagos que será o criador deste modelo de financiamento para a cultura, o responsável pelo financiamento da educação universitária chilena e o impulsionador do Tratado de Livre Comércio (TLC) que nos ligou à economia norte-americana.

Os territórios Paradoxismo, desconcerto ou mal-estar são formas para poder desenhar uma espécie de estrutura do sentimento que rege a sociedade chilena e relativamente ao qual o teatro é, sem dúvida nenhuma, um elemento revelador. O maior paradoxo é que a economia chilena cresceu como nenhuma outra na América Latina durante este período, mas os índices de desigualdade e de má distribuição das receitas só se comparam com os de alguns países africanos. Mais dinheiro, mais desenvolvimento, mas não mais produção a não ser uma temível e incontrolável paixão pelo consumo, mas não cultural. O Chile deste novo século está marcado por esta condição paradoxal, que terminará por explodir a meio de 2006 com a chamada revolta “dos pinguins” dos estudantes do secundário e irá alcançar o seu momento de inflexão em 2011, com um país mobilizado por reivindicações de uma educação gratuita, proteção do meio ambiente, entre outras. O Chile depois de 2011 não foi o mesmo, e o seu teatro também não.


Esboço de uma Cartografia para este território Tomarei o período como uma unidade, apesar de ser possível identificar duas fases marcadas: a primeira, com o fim da transição (2005/6) e a segunda, com as grandes mobilizações sociais de 2011, que marcaram o início de uma crise constitucional e política de alcance ainda imprevisível. Este século inicia-se com a emergência de uma geração de novos dramaturgos que vêm

ca na experimentação formal chegando a converter-se, talvez, na criação cénica mais relevante destes primeiros cinco anos do século. Refiro-me a autores como Juan Claudio Burgos, Rolando Jara, Alejandro “Chato” Moreno ou Eduardo Pavez. O seguinte período caracteriza-se pela substituição destas tendências anteriormente mencionadas. Evidencia-se um regresso ao realismo (na direção, com os trabalhos de Aliosha de la Sotta e em ambas, com os primeiros trabalhos de Luis Guenel, Gerardo Oettinger e Bosco Cayo) com diálogos diretos, estruturas lineares e causais, nos quais as metáforas familiares perdem o seu sentido alegórico para converter-se em drama burguês contemporâneo. Por outro lado e motivada pela comemoração

MATELUNA © DR

de uma comunidade vencida, que frequentemente alude à violência ditatorial de forma alegórica: é o caso de Pedazos rotos de algo, de Benito Escobar, de Malacrianza, de Cristián Figueroa ou de La Trilogía negra, de Alexis Moreno; e por outro lado, uma ênfase no estilo autobiográfico em detrimento de imaginários de compromisso político, como é o caso de Lulu, de Ana Harcha, ou de Color de Hormiga, de Lucía de la Maza. Por outro lado, existe uma notável tendência para referir a realidade através de um olhar satírico sobre os meios de comunicação, uma forte influência destes imaginários mediáticos, através de citações, utilização de notícias e da retórica televisiva como metalinguagem (Manuela Oyarzún, Benjamín Galemiri, Luis Barrales, para nomear apenas alguns). Finalmente, desta primeira etapa destacam-se textos com linguagens poeticamente densas, que se afastam do realismo e contrastam com a emergência da paródia televisiva. Alguns autores colocam a tóni-

dos 40 anos do Golpe Militar, surge uma interessante revisão do tema da violência ditatorial nestes formatos realistas e de tom grotesco (El Taller, de Nona Fernández, ou Grita, de Marcelo Leonart). A exacerbação do recurso ao estilo satírico sobre o televisivo culmina com os trabalhos da Companhia Los Contadores Auditores, com as obras Hans Pozo e Las Niñas Arañas, de Luis Barrales, e as primeiras montagens da Companhia La Re-Sentida. Mas logo após 2011 e por causa também da comemoração, primeiro do bicentenário (2010) e posteriormente dos 40 anos sobre o Golpe (2013), a nossa cena teatral tem evoluído para formas de teatro de estilo mais documental, nas quais regressa, por um lado, o interesse pela comunidade e o político e, por outro, uma procura sobre o sentido histórico dos processos sociais. Estas emergências documentais são diversas, os seus referentes abrangem tanto o Teatro Político, de Piscator e Weiss; como os casos da companhia Teatro Público, de Patricia

Artés; do Teatro Kapital, de Iván Insunza; de alguns trabalhos de Jesús Urquieta e mais recentemente, do Colectivo Zoológico, numa linha mais próxima do Biodrama ou do novo teatro documental do “especialista da vida quotidiana” (à Rimini Protokoll ou Lola Arias), aqui integra-se o trabalho de Paula González e o Teatro Kimen ou o de Ítalo Gallardo e a sua companhia La Laura Palmer. Nesta mesma linha é possível inscrever os últimos trabalhos de Guillermo Calderón (Escuela e Mateluna) e os de La Re-Sentida (La imaginación del Futuro), isto para nomear apenas alguns. Este é um território atualmente muito prolífico da nossa cena teatral. Existe, ainda, uma última tendência do que poderíamos chamar teatros expandidos ou teatros performativos. Em alguns, verificamos a entrada em força da visualidade e a utilização dos novos meios de comunicação (Raúl Miranda, Marcos Guzmán, Muriel Miranda, as últimas montagens da companhia Teatro La Puerta, dirigida por Luis Ureta, do Teatro La María ou Teatro Cinema); noutros casos, para além disso, o interesse sobre a crise da representação adquire uma dimensão contemporânea e política e nos quais o conceito de obra se tornou o de investigação cénica. Trata-se do caso notável de Manuela Infante e da sua companhia Teatro de Chile; do Mapamundi Teatro, de Manuela Oyarzún; da companhia Teatro Niño Proletario, dirigida por Luis Guenel e de Ana Luz Ormazábal, que dirige a companhia Antimétodo. Existem igualmente alguns diretores que têm investigado sobre a sonoridade, como Heidrun Breier, Trinidad Piriz e Martín Erazo. Finalmente, também existe uma forte cena teatral em Valparaíso, com companhias como Teatro La Peste ou dramaturgos como Sebastián Carez, entre muitos outros, a par de uma consolidada cena de teatro de rua com grupos como La Patogallina ou La Patriótico Interesante e de uma importante revalorização do Teatro de Marionetas (Viaje Inmóvil, Equilibrio Precario, Teatro Milagros e La Mona Ilustre). Resumindo, o paulatino descrédito das promessas de transformação professadas pelos governos de concertação gerou um importante regresso da questão política. Temas relacionados com a cidadania, soberania e direitos civis das minorias de género e etnia ocuparam os palcos, abandonando a mera reivindicação identitária pela revalorização da dimensão histórica das lutas sociais. Uma enorme proliferação de companhias com diversos imaginários, abertura a outros modos de produção: coletivismos, estratégias colaborativas, autogestão, mecenatos alternativos. Ampliam-se os espaços de exibição tornando mais ténue a ideia de hegemonia: definitivamente, verifica-se uma emergência da diversidade dos territórios.

9 Programa ABR—JUN

modificar a reduzida cena literária, com escritores que se tinham consolidado na década anterior. São escritas dissonantes, algumas bastante convencionais, outras mais experimentais, mas o mais relevante é o facto de se consolidar a figura do encenador-dramaturgo que de agora em diante rege o sistema de produção chileno: Manuela Infante, Ana Harcha, Alexis Moreno, constituem uma primeira leva; em seguida, surgem Guillermo Calderón, Marco Layera, entre outros. Nestes primeiros anos verifica-se um decréscimo do tema da violência ditatorial, excetuando alguns casos notáveis, como o da trilogia La Patria (Cuerpo, Madre e Padre), de Rodrigo Pérez e Soledad Lagos. É habitual nesta nova dramaturgia a representação da família como metáfora

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Que acontecimentos marcam esta transformação. No início da década de 2000 houve um inusitado crescimento dos centros de formação de atores. Contudo, este crescimento do interesse por ser ator ou atriz não é acompanhado pelo desenvolvimento de um sistema produtivo que permita absorvê-los; num país onde não existem nem teatros, nem companhias e nem salas de teatro com financiamento estável, uma parte importante destes novos profissionais vai engrossar as filas de desempregados. Todavia, esta situação também implicou benefícios colaterais. Gerou, em primeiro lugar, um relativo aumento do público interessado pelo teatro, que era simultaneamente produtor de teatro, quer dizer, um aumento do público especialista, mas sem poder aquisitivo de maneira a tornar o sistema sustentável. Em segundo lugar, dá-se uma explosão de montagens e novas companhias, que também ampliaram os imaginários. Finalmente, neste período haverá ainda um interessante aumento das salas de exibição, aparecem locais, que posteriormente se tornarão emblemáticos, como o institucional Matucana 100, até projetos de índole privada e quixotesca (pois, a longo prazo, não serão rentáveis) como a sala Galpón 7, ou o Teatro del Puente ou o Teatro Lastarria 90, que vão dar um enorme impulso a este novo teatro. Sem qualquer dúvida, por um lado, as condições eram favoráveis, mas como a política de estado tendia para a subsidiariedade, a precariedade fez-se notar rapidamente. A esta efervescência seguiu-se, desde 2006, uma contração. Muitos centros de formação desaparecem, muitas salas têm de fechar e os artistas de reconverter-se para outras profissões, mas a ampliação dos imaginários e modos de produção é algo que vai permanecer e que logo após 2011 se consolidará em projetos que cruzam produção artística e autogestão, economias alternativas e processos colaborativos, tudo com uma forte inserção comunitária. Contudo, estes modos de produção contrapõem-se, em certa medida, às lógicas de circulação dos festivais que procuram a internacionalização e por isso, são menos conhecidos.


Conferências internacionais ibero-americanas Passado e Presente SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

O desejo de viver em comum

comum, estava a necessidade de se des-

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

lonial, serão parte deste diálogo. Ao pensarmos com os indígenas, veremos que

impreterivelmente, olhar para as antigas

a ideia antiga de que culturas, línguas ou

colónias para, à luz das novas narrativas

sociedades minoritárias indígenas estão

dos países independentes latino-ameri-

ou estiveram em vias de extinção é, afinal,

canos e africanos, entender a reescrita

expressão de ameaça, uma vez que, ao to-

das novas histórias. Nestes países, por seu

carmos num povo indígena, tocamos um

Adalberto Cardoso BRASIL Patricia Jacquelyn Balbuena Palacios PERU Renata Bittencourt BRASIL Omer Freixa ARGENTINA Veena Das ÍNDIA Patrícia Vieira PORTUGAL Margarida Calafate Ribeiro PORTUGAL

lado, depois das independências e dos

projeto de mundo - sobre o qual iremos

nacionalismos, está também por esclare-

debater - no qual nós, europeus, também

cer o estatuto e o lugar dos primeiros an-

estamos implicados.

fitriões e dos descendentes dos escravos

O programa conta com formatos diversifi-

Tradução simultânea

pois, ser visto senão como um projeto de

25 MAR sábado, das 10h00 às 18h00

que fundaram as Américas. O desejo de viver em comum não pode,

O ‘viver em comum‘ constituiu, na passa-

descolonização do espírito e um projeto

gem do séc. XX para o séc. XXI, matéria de

político de encontro da paz num contexto

debate social e político em que se envolve-

global.

ram pensadores, alternativas políticas e alguns artistas. Era no tempo em que um multiculturalismo de formato light ainda era pensado como possível e que, aparentemente, traduzia uma certa maneira de olhar de alguma urbanidade europeia. Mas deste olhar, ingénuo nuns casos, e cínico noutros, era escamoteado um conjunto complexo de situações explosivas que se têm vindo a manifestar nos últimos 15 anos na Europa e que atingem o seu clí-

© DR

colonizar do espírito colonial tendo que,

Questões indígenas

Ecologia, terra e saberes ameríndios

cados de diálogos: mesas redondas, conversas com antropólogos americanistas e lideranças indígenas, oficinas e reflexões sobre como os olhares indígenas interpelam a nossa forma de estar no mundo.

5 a 7, 26­e 27 MAI Eduardo Viveiros de Castro BRASIL Rodrigo Lacerda PORTUGAL Alejandro Reig VENEZUELA Elisa Loncon Antileo CHILE Elvira Belaunde PERU Ailton Krenak BRASIL Aparecida Vilaça BRASIL Felipe Milanez BRASIL José Bengoa CHILE Raúl Llasag Fernández EQUADOR

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Programação Liliana Coutinho PORTUGAL Consultadoria Susana Matos Viegas

Colaboração Martin Craciun URUGUAI

PORTUGAL

max com a criação da fortaleza europeia

Migrações

10 MAI quarta, das 10h00 às 18h00 Maria Margarida Marques PORTUGAL Juan-Pedro Fabra Guemberena URUGUAI Carlos Gómez Florentín PARAGUAI Berta Palou ESPANHA

No pórtico de “A Selva”, Ferreira de Cas-

contra os refugiados. Questões como o

Pensar em solidariedade com os indígenas

tro (1898-1974) dedica este seu roman-

trabalho precário para os estrangeiros,

na América do Sul, enquanto conhecemos

ce à selva amazónica, onde o mesmo

políticas segregacionistas e a visão dema-

as suas culturas ou lutas políticas, é o gran-

decorre, e aos seus irmãos cearenses

gógica de que a Cultura seria um manto

de desafio deste programa. Éticas ou esté-

e maranhenses «gente sem crónica de-

diáfano, que apagaria todas as fraturas e

ticas indígenas, a terra como ser sensível

finitiva» mas que são quem extraem a

conflitos, contribuíram para o desenten-

e expressão de potencialidades múltiplas

borracha com que se fabricam os pneus

dimento do que na verdade, queria dizer

de interação, a Amazónia e a Patagónia,

dos automóveis que circulam em São

viver em comum. Acresce que a Europa,

como espaços de resistência e confronto,

Paulo ou em Paris. E quem o escreve é

ainda nostálgica dos seus estados-na-

mas também de proposição de formas de

simultaneamente um seringueiro e um

ções imperiais, não entendia que, suben-

viver em conjunto, que diferem do modo

emigrante português que, como mui-

tendida a esta possibilidade de viver em

que ali tem sido imposto pelo projeto co-

tos outros portugueses e espanhóis,

© DR

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Programa ABR—JUN

10


depois dos seus antecedentes colonos,

biguidades, seguido pela afirmação re-

Council for Traditional Music (núcleo de

de um espaço comum de solidariedade

são os emigrantes que têm como des-

cente da noção de cidadania (direitos

música ibero-americana).

e de preservação dos direitos humanos

tino principal - entre meados do século

e deveres iguais dos indivíduos face ao

XIX até aos anos 60 do século passado -

Estado), que está na base da exposição

os países da América Latina. Por muitas

e que será abordado no seminário.

que sejam a razões da emigração – inér-

A visão do passado surge, assim, como

cia dos laços coloniais, melhores condi-

base para uma melhor avaliação das

ções de vida, exílio, asilo, globalização

conquistas do presente e das possibili-

- é sempre uma consequência de uma

dades de construção de um futuro, ba-

política do país do emigrante que, não

seado na igualdade entre os povos e na

só pode ser a de maltratar o cidadão,

dignidade das populações residentes.

como a de não cuidar dele. E estas políticas aconteceram em ambos os senti-

MUSEU DO FADO - AUDITÓRIO

Transições e políticas da Memória no Espaço Ibero-Americano Organização Museu do Aljube

História e Memória são duas dimensões conexas da construção do passado –

mericanas, em particular entre 1960 e

uma como ’construção científica‘ e outra

1980 para a Europa, em consequência

como elaboração coletiva e laboriosa da

das ditaduras em muitos destes países.

representação do passado-presente,

Já nos últimos anos do século XX dá-se

útil na condução política do tempo que

um novo fluxo de emigração para os

corre, na edificação identitária da comu-

países emergentes das Américas, a que

nidade, na socialização dos seus valores

se segue um período de brasilização

fundamentais e na projeção imaginária

– emigração para Portugal – e ibero-a© DR

do presente-futuro.

Músicas de Ida e Volta

Falas da e sobre as Américas 2 DEZ sábado, às 15h00 Miguel Bandeira Jerónimo PORTUGAL Catherine Walsch EUA Gonzalo Portocarrero PERU

No séc. XX, e em parte do atual, a Europa e todo o espaço ibero-americano viveram

Existe um mundo ibero-americano? O

uma vertiginosa ’descida aos infernos‘,

que é a América Latina de hoje? Tem

marcada por guerras mundiais e por su-

ainda algum sentido falar de arte lati-

cessivos golpes militares e revoluções de

no-americana? No final dos ciclos de se-

que resultaram regimes ditatoriais, tran-

minários, lições, colóquios, espetáculos

sições democráticas e um sem núme-

e exposições, será este o momento cer-

ro de situações semidemocráticas e de

to para refletir sobre as questões atrás

corrosão do Estado de Direito, que estão

enunciadas, agora à luz da experiência

longe de sossegar o humanismo defensor

da receção e da materialização de todo

dos direitos humanos e da paz.

o programa e, muito em particular, a

Hoje sabemos que o conhecimento histó-

partir das questões de representação

Em pleno século XXI assistimos à consa-

rico e a rememoração da contemporanei-

e do que é percecionado nos conceitos,

gração, no quadro do Património Cultu-

dade e do ’tempo presente‘ são terrenos

nos temas, nas expressões utilizadas,

ral Imaterial da Humanidade (UNESCO),

de disputa e de construção instrumental

imprecisas certamente, ambíguas com

de diferentes expressões artísticas do

do futuro que queremos. É com a inteli-

certeza, com significados flutuantes.

contexto latino-americano.

gência histórica – que a História perscru-

Para tanto é que este seminário seja

A propósito da exposição que acontece

Em paralelo com o acesso recente às

ta e a memória coletiva sedimenta -, que

realizado conjugando elocuções de in-

no Padrão dos Descobrimentos e com

’velhas‘ fontes primárias, vamos perce-

somos levados a imaginar o futuro e a vi-

vestigadores da Europa, da América do

a curadoria científica e investigação

bendo a intrínseca ligação entre as mú-

ver as hesitações do presente.

Sul e de uma investigadora que é obser-

de Francisco Bethencourt , o seminário

sicas dos dois lados do Atlântico: Fado,

Conscientes desta realidade, grupos

vadora permanente e ativa das Améri-

Racismo e Cidadania quer compreender

Samba, Modinhas, Tango e Flamenco.

promotores da memória, cidadãos e go-

cas, quer na universidade de Quito,

melhor os processos históricos de se-

Tendo por objetivo central a reflexão in-

vernos têm valorizado, de formas diver-

quer em universidades dos EUA.

gregação e exclusão de minorias no ter-

tegrada em torno das questões associa-

sas, as ’heranças difíceis‘ e traumáticas

ritório nacional e de discriminação de

das à gestão e às boas práticas de sal-

das ditaduras, tanto na Europa como em

populações nativas no mundo colonial.

vaguarda e conservação do património

toda a América Latina, com o objetivo

O racismo (preconceito face a descen-

associado a cada uma destas expres-

evidente de prevenir os erros do passa-

dência étnica, combinado com ação

sões musicais, este colóquio é organi-

do e de edificar ’escolas de cidadania‘ e

discriminatória) foi sempre confron-

zado em regime de coprodução pelo

de defesa dos direitos humanos.

tado com formas de integração infor-

Museu do Fado e o Instituto de Etnomu-

Esta conferência internacional toma a

mais, que se tornaram dominantes no

sicologia (FCSH - Universidade Nova de

realidade descrita como ponto de par-

período pós-colonial. É este processo

Lisboa) e conta com a participação de

tida e o diálogo ibero-americano como

histórico de exclusão, com as suas am-

vários investigadores do International

um forte contributo para a edificação

cas Central e do Sul.

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Racismo e Cidadania 24 MAI quarta, às 18h00

Francisco Bethencourt, Jorge Vala e Teresa Beleza PORTUGAL Joacine Katar Moreira GUINÉ-BISSAU / PORTUGAL Mamadou Ba SENEGAL / PORTUGAL Inserido na exposição Racismo e Cidadania

5, 6 e 7 OUT quinta, sexta e sábado, das

10h00 às 18h00

Curadoria Salwa Castelo-Branco, Rui Vieira Nery, Pedro Félix e Sara Pereira PORTUGAL

Coprodução Museu do Fado e Instituto de Etnomusicologia (FCSH-UNL)

11 Programa ABR—JUN

que se seguiram as imigrações latino-a-

nha e Europa, de cidadãos das Améri-

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

28 e 29 OUT sábado e domingo

emigrantes de Portugal e de Espanha a

mericanização – a migração para Espa-

Ditadura e Democracia

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

a partir de 1850, com a primeira vaga de

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

© DR

dos, de um lado e do outro do Atlântico,

e da paz.


Navegar é mesmo preciso! BÁ RBA RA COUTINHO Diretora e programadora do MUDE – Museu do Design e da Moda, Coleção Francisco Capelo

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Programa ABR—JUN

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Em abril, o MUDE inicia a programação desenhada no âmbito de Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura. Ao longo de 2017, três exposições olham para o design da Península Ibérica e da América do Sul, Central e México, refletindo sobre a existência de um design ibero-americano, suas características e contributos para a construção de um mundo verdadeiramente global, sustentável e humanista. Falamos de um território muito vasto e plural, com um passado em comum, muito embora vivido de formas distintas, e duas línguas oficiais que aproximam os vários povos, apesar da existência de muitas outras línguas e inúmeros dialetos. Assim, iremos abordar necessariamente as suas representações e imagéticas, tocar alguns estereótipos ou equívocos e procurar afinidades e convergências.

“um território muito vasto e plural, com um passado em comum, muito embora vivido de formas distintas, e duas línguas oficiais que aproximam os vários povos”

As exposições vão ser também um espaço de reflexão sobre o próprio processo curatorial, uma vez que as várias abordagens, o trabalho das equipas formadas por diferentes gerações de distintos países, a seleção de designers e a organização dos conteúdos evidenciou a carga ideológica das palavras e a persistência de preconceitos, incómodos e leituras divergentes. Mas este mesmo processo demonstrou também a importância deste tempo de reconhecimento, consciencialização e partilha sobre a real proximidade entre todos os países. Os títulos das exposições traduzem esta intencionalidade e testemunham a forma como cada uma tem a sua identidade própria, apesar de terem sido programadas de forma integrada, de modo a problematizar as relações do design dos dois lados do Atlântico Sul, olhando para o passado e perscrutando o presente. Acredito que o valor universalista do design vai ser evidente. Uma vez que o edifício do MUDE se encontra em obras de requalificação integral durante este ano, havia que encontrar o lugar certo que acolhesse esta programação e recebesse o MUDE FORA DE PORTAS. Graças a uma parceria firmada com a Universidade de Lisboa – Museu Nacional da História Natural e da Ciência, as três exposições vão realizar-se no Palácio dos Condes da Calheta, no Jardim Botânico Tropical, em Belém. Esta decisão revelou-se de particular signi-

PALÁCIO CALHETA © DR

ficado, uma vez que o Jardim Botânico acolheu a Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, em 1940, e o Palácio - muito representativo da arquitetura civil portuguesa - recebeu, em 1916, o Museu Agrícola Colonial (mais tarde, Museu Agrícola do Ultramar). As salas do andar nobre, onde

decorrem as exposições, distinguem-se pelos azulejos historiados, da segunda metade do século XVII até finais do século XVIII, com cenas marítimas e militares. A simples abertura das suas portas poderia constituir por si só um acontecimento de relevo na programação da capital ibero-americana,

uma vez que o Palácio está intimamente relacionado com a história ultramarina e a política colonialista de Portugal. Os painéis escultóricos de 1940, a xiloteca, com as madeiras seccionadas e identificadas pela sua designação e proveniência, ou os inúmeros instrumentos, ferramentas artesanais e artefactos das diferentes culturas africanas que constituem o acervo do antigo museu e são provenientes das missões etnográficas realizadas nos territórios das ex-colónias permitiriam diferentes abordagens. O reconhecimento do valor cultural e antropológico deste espólio seria uma das leituras possíveis, uma vez estarmos perante preciosos registos do quotidiano e exemplos de um design anónimo demonstrativo do modo como o homem sempre procurou unir o útil e o belo. Outra perspetiva seria debater a nossa história colonial, colocando-nos a olhar para o nosso passado recente, com distanciamento e objetividade, sem nostalgias ou ressentimentos. O Palácio Calheta é assim o lugar certo para esta programação, tendo-se afirmado também como um conteúdo expositivo, tal como as obras que temporariamente o vão habitar. Começamos com a exposição Novo Mundo. Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño. 2008-2016. Olhamos para além do termo eurocêntrico que cunhou os territórios descobertos pelo Velho Mundo, para escutar mais de 200 designers de 20 países, tomar o pulso aos novos processos colaborativos e dar a conhecer projetos que têm vindo a colocar a tónica na partilha de informação e conhecimento, no intercâmbio intergeracional, na coesão social, na inclusão e no multiculturalismo, contribuindo para o desenvolvimento humano e para a sustentabilidade social. Em julho, apresentamos Como se Pronuncia Design em Português: Brasil Hoje revelando 100 perspetivas do design do Brasil do século XXI (50 livros + 50 projetos). E em outubro, Tanto Mar. Fluxos transatlânticos pelo design propõe uma circum-navegação que envolve alguns países africanos, uma vez que estes fluxos não foram bidirecionais, problematizando a natureza das trocas entre Portugal e Brasil. Com estas exposições, respetivos catálogos e programas paralelos de visitas e encontros, o MUDE inicia uma linha de programação estratégica que terá novos desenvolvimentos já na Rua Augusta, 24.


Archivo Cordero BOLÍVIA ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA – FOTOGRÁFICO 29 ABR A 1 JUL © Archivo Cordero

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Programa ABR—JUN

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Programação ABR—JUN Todos os preçários e respetiva CCE devem ser consultados nos espaços onde acontecem os programas. Mais informações capitaliberoamericana@cm-lisboa.pt Programa sujeito a alterações.

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Programa ABR—JUN

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PRISÃO PARA ESCRAVOS © MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA

HISTÓRIA / OLISIPOGRAFIA

Testemunhos da Escravatura Memória Africana Até DEZ A partir de um convite lançado pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses aos museus, arquivos e bibliotecas da cidade de Lisboa, uma mostra de exposições e objetos assentes nas representações do que a escravatura foi no passado. Este projeto pretende contribuir para a construção de uma discussão do que, ainda no presente, significa a escravatura para os povos ibero-americanos. Curadoria Anabela Valente (Portugal) e Ana Cristina Leite (Portugal) Gabinete de Estudos Olisiponenses EXPOSIÇÕES, DOCUMENTOS E PEÇAS Até 29 ABR BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL

Documentos e obras bibliográficas Até 27 JUN ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO

Tráfico e abolição da escravatura Até 30 JUN MUSEU DE LISBOA / TEATRO ROMANO

Cerâmica

Até 30 DEZ ACADEMIA MILITAR

Marquês Sá da Bandeira, o anti-esclavagista

Até 30 DEZ CASA-MUSEU MEDEIROS E ALMEIDA

Iconografia do negro/escravo. O negro como representação artística Até 30 DEZ FRESS – MUSEU DE ARTES DECORATIVAS

Iconografia do negro/escravo e quotidianos Até 30 DEZ MUSEU DAS COMUNICAÇÕES

Peças dedicadas às Companhias Majestáticas de Moçambique Até 30 DEZ MUSEU DA MARIONETA

Conjunto de Marionetas: Mamulengos Até 30 DEZ MUSEU DE LISBOA / PALÁCIO PIMENTA

Iconografia do negro /escravo/ quotidianos Até 30 DEZ MUSEU MILITAR

Representações do continente africano e elementos do tráfico Até 30 DEZ MUSEU NACIONAL DO TRAJE

Adereços de vestuário Até 30 DEZ PALÁCIO NACIONAL DA AJUDA

Abolição da Escravatura (figuras e factos). Iconografia. Até 30 DEZ SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA MUSEU DE SÃO ROQUE

Iconografia do negro De 1 ABR a 30 OUT MUSEU BORDALO PINHEIRO

A figura do Gungunhana De 3 ABR a 23 JUN BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA ARQUIVO HISTÓRICO

Tráfico, consciencialização e combate

De 8 ABR a 30 DEZ GABINETE DE ESTUDOS OLISIPONENSES

Legislação e escravatura De 11 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DO AZULEJO

Sítio do Mocambo e iconografia do negro

De 18 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA

“Os pretos de Serpa Pinto”

Legislação e disposições municipais BIBLIOTECA DA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS

António de Oliveira Cadornega/ Angola e escravatura no Brasil MUSEU COLEÇÃO BERARDO

Arte Contemporânea

De 18 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DO TEATRO E DA DANÇA

SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA

Prisão para escravos

Figuras típicas

De 21 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DOS COCHES

Iconografia do negro e África De 22 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA

Quotidianos e iconografia do negro /escravo

De 22 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA

Um Museu. Tantas Coleções! De 26 ABR a 30 JUN CENTRO DE ARQUEOLOGIA DE LISBOA

Espólio arqueológico De 10 MAI a 30 DEZ MUSEU DO DINHEIRO

Questões económicas do tráfico De 18 MAI a 30 DEZ MUSEU DA FARMÁCIA

Peças africanas: rituais de cura De 19 JUN a 30 DEZ MUSEU DE MARINHA

Modelos de navios no combate ao tráfico De 28 JUN a 29 SET BIBLIOTECA CENTRAL DA MARINHA JERÓNIMOS

Tráfico, consciencialização e combate

Instrumentos musicais

EM WWW.TESTEMUNHOSDAESCRAVATURA.PT

Até 30 DEZ CASA-MUSEU ANASTÁCIO GONÇALVES

De 6 ABR a 30 DEZ MUSEU DO FADO

ARQUIVO HISTÓRICO DO TRIBUNAL DE CONTAS

Origens do Fado do Brasil

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL E DA CIÊNCIA

De 3 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DA MÚSICA

Negro como modelo artístico

Escravatura no Brasil

De 18 ABR a 30 DEZ MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA

Até 30 DEZ ARQUIVO HISTÓRICO MILITAR

Tráfico de escravos

ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO

A partir de 22 ABR

Questões económicas do tráfico

Iconografia “Negro Ciríaco” Tráfico e abolição

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA / ARQUIVO

Vivências em Lisboa BIBLIOTECA DA AJUDA

Documentação E AINDA

Desdobrável MUSEU DE LISBOA O Museu de Lisboa propõe uma forma diferente de conhecer Lisboa. Quais os locais emblemáticos das vivências dos escravos, quais as confrarias de negros existentes, quais as memórias que deixaram na história da cidade. TEATRO

Paiaçú MUSEU DE SÃO ROQUE 22 e 29 de abril às 19h00 Para alguns autores contemporâneos, o Padre António Vieira, Paiaçú ou Pai Grande, como lhe chamavam os gentios no Brasil de Seiscentos, foi um pioneiro e paradigma de interculturalidade. Paiaçú ou Pai Grande é a revelação de um “novo” sermão de Padre António Vieira que nos mostra todo o seu pensamento em defesa dos índios dos escravos e da salvação humana. Vieira exprime o seu desejo de lutar pela libertação dos escravos índios do Grão-Pará e do Maranhão no Brasil. Pela sua atualidade, surpreendente num mundo cada vez mais multicultural mas onde ainda subsistem situações de desrespeito pela dignidade humana. Um encontro íntimo, simultaneamente grandioso, com o pensamento de Vieira, que não deixa ninguém indiferente.


Com o objetivo de tornar Lisboa um lugar de encontro e de reflexão entre artistas, e destes com a cidade, a Teatro do Silêncio abre as suas portas e promove a realização de residências artísticas para artistas que habitam ou cruzam o espaço ibero-americano, procurando partilhar recursos, conhecimentos e experiências de criação, criando a plataforma A SUL. Haverá duas áreas distintas a desenvolver: a primeira, intitulada Sala de Estudo, terá residências de escrita na área da Poesia. A segunda, procura artistas que tenham um projeto embrionário de investigação e de pesquisa artística em diversas áreas, privilegiando trabalhos em site-specific, performance, instalação e arte urbana. Estes últimos serão acolhidos no Lavadouro Público de Carnide. Coordenação Maria Gil Tutoria Maria Gil, Marta Lança e Sara Anjo Produção Teatro do Silêncio Parceria Junta de Freguesia de Carnide e Biblioteca Natália Correia

RESIDÊNCIA ARTÍSTICA / CONVERSA GALERIA QUADRUM

Interdito Marilá Dardo BRASIL

5 ABR quarta, às 18h00 No contexto das residências dos Artistas Latino-americanos em Lisboa e sabendo que Lisboa é, neste momento, uma cidade de eleição para muitos artistas contemporâneos fixarem residência e concretizando o sentimento de hospitalidade da cidade, as Galerias Municipais, ativaram um projeto de apoio estrutural a quatro artistas a residir na capital. Ao longo do ano, os artistas convidados partilharão o processo em desenvolvimento. Interdito é uma conversa orientada por Marilá Dardot, uma das artistas convidadas. A artista, um livreiro, dois ou três autores e alguns leitores conversarão informalmente acerca da experiência de terem escrito/lido um livro proibido. Esta conversa segue a linha de orientação do projeto de Dardot: partir das imagens de capas de livros proibidos pela censura para desenvolver o seu trabalho artístico. Com António Mota Redol, José Viale Moutinho, Luís Alves, Manuela Tavares, Modesto Navarro, Maria Antónia Palla e Sérgio Ribeiro Artistas em residência Claire de Santa Coloma (Argentina), Hector Zamora (México) e Marilá Dardot (Brasil).

Crónica e Poesia

7 e 8 ABR, 13 e 14 OUT(Crónica) 30 JUN e 1 JUL (Poesia)

sexta e sábado

A Casa Fernando Pessoa é uma casa para a literatura e para a poesia de diferentes línguas e lugares. O poema e a crónica, fixando breves o momento, partilham muitas vezes uma maneira comum de interpretar emotivamente a realidade e esta interseção poética será o fio condutor deste programa. Propomos que escritores e leitores pensem connosco sobre o modo como a poesia e a crónica jornalística, na sua natureza, nos bastam - ou nos faltam - na compreensão de quem somos e de que mundo é este em que vivemos, que cidades são as nossas, que textos e poemas as fazem nossas. Ao longo do ano, em três momentos diferentes (abril, junho e outubro), trazemos textos e poemas lidos em português e em castelhano e convidamos os leitores para o encontro com quem os escreveu para, entre poemas e crónicas, falarmos e lermos, passado e presente. Com (crónica) Alberto Salcedo Ramos (Colômbia), Graciela Mochkofsky (Argentina), Julio Villanueva Chang (Peru), Leila Guerriero (Argentina), Rui Cardoso Martins (Portugal) e moderação de Raquel Ribeiro (Portugal) e Fernando Alves (Portugal) Com (poesia) Andrés Neuman (Argentina), Conceição Evaristo (Brasil), Paula Abramo (México), Luis Felipe Fabre (México), Raul Zurita (Chile), Ricardo Domeneck (Brasil), Sandra Santana (Espanha) e Vasco Gato (Portugal), moderação de Inês Fonseca Santos (Portugal) e Jerónimo Pizarro (Colômbia/ Portugal)

Nem tanto a Sul Nem tanto a Norte Xerem-Associação Cultural EXPOSIÇÃO

Canibalia Até 9 JUN

Projeto expositivo e de investigação da autoria de Julia Morandeira Arrizabalaga acerca da figura e da noção do canibal, assente em documentos históricos, obras e objetos contemporâneos. SCREENING E LANÇAMENTO DE LIVRO 14 JUN

Apresentação da mais recente publicação da Coco Fusco, Dangerous Moves: Performance and Politics in Cuba que olha o desempenho e política cultural na Cuba pós-revolucionária, assim como a dinâmica entre artistas e o Estado, concentrando-se nas formas como a performance tem servido como um meio privilegiado para o comentário social. RESIDÊNCIA E INTERVENÇÃO

OPAVIVARÁ! 23 JUN a 1 JUL Em residência no Hangar, o coletivo OPAVIVARÁ! desenvolverá o projeto Transnômades, apresentado na 32ª Bienal de São Paulo 2016, que são módulos móveis, carrinho, carroça adaptado, trans-significado, movido por tração humana a percorrer os espaços públicos extramuros da cidade, interagindo com a população local.

TEATRO CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

Canta Violeta Parra 8 ABR sábado, às 21h30

Storni-Quiroga Companhia 33 Ânimos PORTUGAL

21 ABR sexta, às 21h30 Storni-Quiroga é uma abordagem, colagem, viagem e poetização da vida e obra de Alfonsina Storni (1892-1938) e de Horacio Quiroga (1978-1937). A obra destes dois poetas é assombrosa e muito importante no modernismo sul-americano, em particular o argentino.

* Projeto apoiado no âmbito do RAAML – Regulamento de Atribuição de Apoios no Município de Lisboa.

Este espetáculo é um poema sobre poetas e a linguagem segue o sentido poético das suas vidas, sendo o diálogo poemas em forma de respostas e questionamentos. Storni–Quiroga é ao mesmo tempo um resgate destas duas figuras importantíssimas e uma homenagem à sua obra.

Dangerous Moves

MÚSICA CAPITÓLIO

As artistas Aline Frazão, Lula Pena, Rita Redshoes e Señoritas sobem ao palco do Capitólio para um concerto onde dão viva voz ao repertório de Violeta Parra. Com direção musical de Francisco Rebelo, podem ser escutados temas como Gracias à la Vida, La Carta, Volver a los diecisiete, Ausencia, La Jardineira, Casamiento de Negros, entre outros.

Alfonsina Storni (Argentina) dedicou a sua vida à poesia, ao ensino e também ao teatro, enquanto Horacio Quiroga (Uruguai) foi um escritor mais multifacetado, trabalhando os diversos géneros literários. Em Storni-Quiroga vemos o cruzamento do trabalho poético dos dois artistas, ao mesmo tempo que abrimos a cortina da privacidade, pois o amor entre os dois foi avassalador, amor num sentido mais lato, interrompido apenas pelo suicídio de Horácio Quiroga. Na verdade, o suicídio é um tema sensível neste espetáculo, uma vez que os dois se suicidaram, pelos mesmos motivos, com um ano de intervalo.

EXPOSIÇÃO PALÁCIO DOS CONDES DA CALHETA (JARDIM BOTÂNICO TROPICAL)

Novo Mundo Visões através da Bienal Iberoamericana de Diseño 2008-2016

22 ABR a 2 JUL Inaugura a 22 de abril, sábado, às 18h00 It's a new dawn, it's a new day, it’s a new life A exposição Novo Mundo parte das cinco edições da Bienal Iberoamericana de Diseño (BID), realizadas entre 2008 e 2016, para refletir sobre a real capacidade do design ser um agente transformador da sociedade e do homem. Os projetos e serviços selecionados, de quase 200 designers oriundos de 20 países. A exposição privilegia mais o pensamento, a palavra, o projeto e a responsabilidade ética de cada designer, do que o produto final. Quer mostrar o design como verbo (como prática e compromisso), expondo as convicções, intenções, expectativas e metodologias defendidas pelos diferentes autores. É um espaço de reflexão sobre o nosso mundo, o interculturalismo do espaço ibero-americano e o próprio processo curatorial que a construiu, na medida em que este permite debater alguns estereótipos e preconceitos que ainda persistem. Curadoria Bárbara Coutinho Comissariado científico Bárbara Coutinho, Francisco Providência, Henrique Cayatte (Portugal) e Manuel Estrada (Espanha), Ruth Klotzel (Brasil), Ignacio Urbina (Venezuela), Carlos Hinrichsen (Chile) e Félix Beltrán (Cuba) Design expositivo Ateliermob (Portugal) Design de Comunicação Lsdspace Gabriel Martínez (Portugal) Uma parceria Universidade de Lisboa - Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MUHNAC) e a Asociación Diseñadores de Madrid (DIMAD)

15 Programa ABR—JUN

Até DEZ

Fixando breve o momento

ARTES VISUAIS * HANGAR – ESPAÇO CULTURAL

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

A Sul

LIVRO E LEITURA CASA FERNANDO PESSOA

© Rita Delille

RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS* TEATRO DO SILÊNCIO


No princípio da criação, de Poesia na Esquina do Bairro, três atores, João Grosso, José Neves, Manuel Coelho e o músico compositor José Salgueiro, viajaram pela poesia ibero-americana, à descoberta das palavras que já foram inventadas. Numa escolha ponderada de poetas, constroem caminhos, e muitas das vezes saem deles abrindo novas possibilidades criativas. Transpondo as barreiras do imaginário poético confrontam-se com a criação e recriação dos sentidos de cada verso e de cada palavra.

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Programa ABR—JUN

16

As várias vozes encontram, partilham e vivenciam experiências culturais diversas, que nos permitem encher e levar nossas almas a ver mais além. Criando redes de contato sucessivas assumem que tudo é dúvida e que belo é descobrir. Correndo todos os riscos no encontro inesperado com o sentido de cada palavra que desbravam, deslumbram-nos com o sublime estado do frutuoso encontro com os poemas, oferecendo-nos, num tear de emoções, múltiplos imaginários e sentidos.

MÚSICA LOCAL A DEFINIR

Canções para Revoluções

24 ABR segunda, às 21h30 Canções para Revoluções nasce, com naturalidade, da existência de um património comum aos povos ibero-americanos - a canção de intervenção ou “canción de protesta”, uma forma de expressão artística / musical intimamente ligada a momentos de grandes transformações sociais que marcaram a história recente destes países. Este espetáculo reúne um repertório representativo da música de intervenção de vários países deste espaço geográfico - desde a revolução mexicana (no início do séc. XX), passando pela Guerra Civil de Espanha (na década de 1930), pela Revolução Cubana (década de 1950), pelos processos de resistência em países como o Chile, Argentina e Brasil (segunda metade do séc. XX), ou da Revolução dos Cravos em 1974. De inegável qualidade artística, a seleção deste património musical é apresentado num único espetáculo arranjado para orquestra sinfónica, Orquestra Metropolitana de Lisboa, e coro, Lisboa Cantat. Sem que se perca a eficácia das mensagens e das melodias simples e diretas, os novos arranjos de autoria de Pedro Moreira vão conferir uma outra dimensão a canções como Coro da Primavera de José Afonso, Cálice de Chico Buarque, Todo Cambia de Mercedes Sosa ou Hasta Siempre de Carlos Puebla. Para interpretar as canções estarão António Zambujo, Lura, Sílvia Pérez Cruz e Vitorino e do canto lírico, Mariana Pacheco (soprano) e Mário Alves (tenor). Participam ainda os instrumentistas Pedro Jóia, Alexandre Frazão e Norton Daiello. A direção musical é assegurada pelo maestro Cesário Costa e a direção artística por Luís Varatojo.

Archivo Cordero BOLÍVIA

CONFERÊNCIA MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

Questões indígenas

29 ABR a 1 JUL

Ecologia, terra e saberes ameríndios

Inaugura a 29 de abril, sábado, às 17h00

5 a 7, 26­e 27 MAI

segunda a sábado, das 10h00 às 19h00

Com Eduardo Viveiros de Castro (Brasil), Rodrigo Lacerda (Portugal), Alejandro Reig (Venezuela), Elisa Loncon Antileo (Chile), Elvira Belaunde (Peru), Ailton Krenak (Brasil), Aparecida Vilaça (Brasil ), Felipe Milanez (Brasil), José Bengoa (Chile) e Raúl Llasag Fernández (Equador).

Comparado a grandes nomes da fotografia histórica latino-americana, como os irmãos Valdés, no Peru, e Militão Augusto de Azevedo, em São Paulo, o acervo do fotógrafo Julio Cordero evidencia os contrastes sociais da Bolívia entre o período de 1900 a 1961. Julio Cordero (1879-1961) foi imortalizado pelo seu trabalho, uma vez que as suas fotografias se transformaram num importante acervo, contendo o registo histórico de factos comuns e atípicos, intrínsecos ao quotidiano do seu país. O fotógrafo encantava os seus fotografados com uma boa conversa, deixando-os à vontade para serem retratados - habilidade que talvez tenha contribuído para o inventário visual dos seus contemporâneos, o maior legado que deixou às novas gerações. A exposição apresenta cerca de 70 fotografias que expõem a vida e os costumes da população de La Paz. São fotografias de presídios, prostitutas e funerais, imagens fortes que possuem na sua essência a dificuldade vivenciada pelos cidadãos mais pobres do país. A par de fotos do comércio local e de festividades populares, o curador espanhol, Miguel López-Pelegrín, complementa a seleção de fotografias de Julio Cordero com alguns retratos realizados em estúdio. Curadoria Miguel López-Pelegrín (Espanha)

OLISIPOGRAFIA

Os Negros em Lisboa Memória Africana

Programação Liliana Coutinho (Portugal) Consultadoria Susana Matos Viegas (Portugal)

Festival Internacional Máscara Ibérica 4 a 7 MAI quinta a domingo

O XII Festival Internacional da Máscara Ibérica volta a ser o centro da cultura ibérica, este ano, num novo espaço da cidade, a Praça do Império em Belém. O Festival, além do tradicional Desfile da Máscara Ibérica no dia 7 de maio, onde são esperados mais de 500 participantes, apresenta ainda: gastronomia ibérica com show cookings e workshops, sendo possível descobrir e adquirir algumas das tradicionais iguarias e peças artesanais nacionais e espanholas. A animação de rua, concertos e o concurso de fotografias Desfile com a Máscara Ibérica complementam esta programação, por onde passam grupos como: Galandum Galandaina, Orquestra de Foles e Los Ninõs de Ojos Rojos.

A partir de MAI Esta rota, preparada pelo Gabinete de Estudos Olisiponenses, pretende recuperar o passado dos locais que em Lisboa ficaram marcados pela presença dos escravos africanos. Assinala os espaços mais emblemáticos ligados à religião, ao trabalho, à vida quotidiana, num percurso que permitirá entender melhor como viveram e que influência tiveram na sociedade, cobrindo um período histórico que vai do séc. XVI ao séc. XIX.

CONFERÊNCIA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

© ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA - REF PT-AMLSB-EFC-002104

23 ABR domingo, às 19h00

FESTIVAL PRAÇA DO IMPÉRIO (BELÉM)

© DR

Poesia na esquina do bairro

EXPOSIÇÃO ARQUIVOS MUNICIPAIS DE LISBOA ARQUIVO FOTOGRÁFICO

© DR

TEATRO/LIVRO E LEITURA BIBLIOTECA DE MARVILA

Migrações

10 MAI quarta, das 10h00 às 18h00 Com Maria Margarida Marques (Portugal), Juan-Pedro Fabra Guemberena (Uruguai), Carlos Gómez Florentín (Paraguai) e Berta Palou (Espanha)

EXPOSIÇÃO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Colaboração Martin Craciun (Uruguai)

6 MAI a 3 SET

TEATRO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Inaugura a 6 de maio, sábado, às 17h00

Feos

A exposição tem por objetivo discutir a relação entre racismo e cidadania num espaço de seis séculos, de 1497 ao presente. A exposição vai estar centrada no caso português, embora abra janelas comparativas para a compreensão do racismo como preconceito relativo a descendência étnica combinado com ação discriminatória. No período considerado, ocorreram a expulsão de muçulmanos, a conversão forçada de judeus, o tráfico de escravos, a colonização de territórios em África, América e Ásia, a abolição da escravatura, a descolonização e o início de um processo inverso de imigração.

Teatro Y Su Doble CHILE

Racismo e cidadania terça a domingo, das 10h00 às 18h00

12, 13 e 14 MAI

sexta e sábado às 21h00 e domingo às 17h30

A exposição visa estimular o grande público a questionar o passado e o presente das relações entre povos, conjugando emigração com imigração, exclusão e integração, ausência de direitos e acesso à cidadania.

Na fila de um cinema um homem e uma mulher vêem-se pela primeira vez. Ambos têm visíveis deformidades físicas, ambos estão sós, ambos têm vivido a suportar o olhar nocivo do mundo. Inevitavelmente desperta neles a ideia do lugar comum, a possibilidade. “São um para o outro”, pensam. Juntos decidem ir encontrar na obscuridade tudo aquilo que a luz esconde. Porém, nada é assim tão evidente. Feos é a nova peça do Teatro y Su Doble (ex-Teatro Milagros). Como nas suas obras anteriores, os bonecos e as animações são os protagonistas encarregados de contar a história, mas desta vez, é tempo para os meninos grandes.

Com curadoria científica e investigação de Francisco Bethencourt (Portugal)

Espetáculo inserido no FIMFA – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas.


EXPOSIÇÃO CARPINTARIAS DE SÃO LÁZARO

Yo nunca he sido Surrealista hasta el día de hoy (2016)

20 MAI a 8 OUT

de terça a domingo, das 10h00 às 18h00

Amazogramas Roberto Huarcaya PERU

20 MAI a 18 JUN Inaugura dia 20 de maio, às 17h00 Roberto Huarcaya (Lima, 1959) é um fotógrafo reconhecido internacionalmente por ter contribuído decisivamente para o desenvolvimento de uma cultura visual moderna latino-americana quer através dos seus trabalhos de investigação sobre identidades visuais no Peru e na região andina, quer através de um permanente trabalho experimental que recorre a instrumentos inusuais para a captação e impressão ou expressão das imagens. O seu trabalho mais recente de grandes dimensões – Amazogramas, 90 metros de Bahuaja Scenes -(2014) é uma instalação fotográfica pouco usual com a qual quis transportar a floresta tropical amazónica para a cidade urbanizada. Recorrendo mais uma vez a um processo de produção experimental, Roberto Huarcaya utilizou três bobinas de papel fotográfico para fotografar a noite na região de Bahuaja Sonema. A iluminação que utilizou foi apenas a de um flash manual e a luz da lua tendo a própria floresta funcionado como uma câmara escura. O resultado combina o mistério, a monumentalidade e a fantasmagoria.

Alfredo Jaar CHILE

20 MAI a 10 SET

quarta a sábado, das 15h00 às 19h00 Inaugura a 20 de maio, sábado, às 18h30 Alfredo Jaar (1956, Santiago do Chile) é um artista reconhecido pelo carácter interventivo, denso e incontornável das suas obras, algumas das quais se tornaram referenciais na arte contemporânea de intervenção política. Incluem-se neste grupo o projeto, que durou seis anos, The Rwanda Project (1994-2000) sobre o genocídio no Ruanda em 1994, a sua conferência de um dia, The Skoghall Konsthall (2000), feita no Museu de Arte Moderna de Estocolmo, The Cloud, (2010), performance realizada nos dois lados da fronteira do México com os EUA, e The Geometry of Conscience, (2010), obra de entrada do Museu da Memória e dos Direitos Humanos de Santiago do Chile. Shadows (2014) é uma obra de homenagem ao fotógrafo sueco Koen Wessing que, em 1978, em Esteli, na Nicarágua, testemunhou um grupo de camponeses a carregarem o corpo de um homem - do campo também - morto pela guarda nacional do ditador Somoza. Koen fotografou o que viu e seguiu para casa da vítima, onde deparou com o desespero e os gritos das filhas do assassinado, momento que fotografou também. Foi a partir deste trabalho que Alfredo Jaar construiu a sua obra Shadows constituída por sete fotografias. Shadows é a segunda obra - (a primeira, de 2006, chamava-se The Sound of Silence) - de uma trilogia sobre o poder de denúncia das imagens relativamente à barbárie dos regimes ditatoriais. Coprodução com Associação Cultural e Recreativa Carpintarias de S. Lázaro

Curadoria de Carlos Saura (Espanha) e Ivan Dias (Portugal)

CONFERÊNCIA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Pájaro Trinidad González

CHILE

25 e 26 MAI quinta e sexta, às 21h30 Estamos no dia mais frio do ano. Muito tarde, em plena noite, um grupo de amigos, todos relacionados com o mundo das humanidades e da arte, conversam e bebem vinho num clima snobe e de autossatisfação. A dona da casa decide sair para despejar o lixo. Quando volta, traz com ela um desconhecido que encontrou a dormir numa vala. O recém-chegado diz não ser um homem, mas sim um pássaro. Os amigos recebem-no amavelmente, mas pouco a pouco começam a sentir-se agredidos pela peculiaridade da sua presença. O clima começa a tornar-se cada vez mais violento, de modo dissimulado, mas determinante. Pájaro é a terceira obra escrita por Trinidad González, depois de La Reunión e Elías. Espetáculo em espanhol sem legendagem Dramaturgia e encenação Trinidad González Jansana Produção Maria Fernanda Olivares Atores María Fernanda Olivares, Nicolás Pavez, Nicolás Zárate e Trinidad González Iluminação Claudia Yolin Assistente de iluminação Nicole Needham Música Tomás González

ARTE URBANA MARVILA

Racismo e Cidadania 24 MAI quarta, às 18h00

Com Francisco Bethencourt, Jorge Vala e Teresa Beleza (Portugal), Joacine Katar Moreira (Guiné-Bissau / Portugal) e Mamadou Ba (Senegal / Portugal) Inserido na exposição Racismo e Cidadania

MURO Festival de Arte Urbana

25 a 28 MAI O MURO acontece em Marvila e integra as principais áreas de atuação da GAU - Galeria de Arte Urbana. Será desenvolvido num formato semelhante ao da primeira edição, realizada no Bairro Padre Cruz, em maio de 2016, contemplando também a componente de animação e espetáculos de rua. O festival, enquanto projeto artístico abrangente e inclusivo, pretende deixar um legado cultural e social único na cidade. Com intervenções artísticas em muros e empenas deste território, culminando com uma componente festiva, com enfoque na vinda de criadores de arte urbana provenientes países da ibero-américa, particularmente dos países com menor divulgação/exposição neste universo artístico.

17 Programa ABR—JUN

Shadows

Entre janeiro e setembro de 2007, Carlos Saura realizou, editou e estreou o filme que constituiu o fecho da sua trilogia da canção urbana. Depois de Flamenco e Tango, Saura embrenhou-se nos mistérios do Fado, encerrando assim uma história pela música que emergiu nos encontros e reencontros nas cidades costeiras do espaço ibero-americano. Canções de ida e volta, como sempre gostou de chamar-lhes. Constituiu, pois, o reportório dessas canções. Chamou-lhes Fados porque entendeu que, ao contrário das suas congéneres espanhola e argentina, o género português encerrava mais universos e interpretações que resultavam da forma como a portugalidade se estendeu pelo planeta. É por isso importante revisitar, dez anos volvidos, esta viagem de Carlos Saura, através dos seus esboços, pinturas, desenhos, guiões e filmes, sobrevoando assim as culturas musicais sobre as quais se tinha debruçado antes e que o conduziram para a forma com que olhou o Fado. Será assim uma exposição em que várias artes de um mesmo artista se cruzam, para nos refazer o mosaico de uma viagem.

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

EXPOSIÇÃO CONTENTORES EM FRENTE À CORDOARIA NACIONAL

© DR

quarta a segunda, das 12h00 às 20h00

© DR

Inaugura a 20 de maio, sábado, às 17h00

16 MAI a 18 SET

Curadoria Pedro Gadanho e Inês Grosso (Portugal)

TEATRO MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

Saura: 10 Anos de “Fados”

Carlos Garaicoa CUBA

O trabalho do cubano Carlos Garaicoa levanta questões socialmente relevantes para os contextos geopolíticos onde trabalha. Entre outras, o artista foca-se nos (des)encontros entre Europa e América Latina; na procura de uma narrativa alternativa ao pensamento eurocêntrico-colonial dominante nos países sul-americanos; em temas como o fracasso do projeto modernista e o fim das grandes utopias do século XX; as tensões e contradições económicas, políticas e sociais da sociedade contemporânea e o seu impacto na paisagem urbana que, aliás, se converte no ponto de partida (e reflexão crítica), para explorar a relação entre cidade e homem, arquitetura e urbanismo, ficção e realidade. Garaicoa é um dos nomes mais importantes do panorama artístico internacional, tendo sido convidado para desenvolver um novo projeto de grande escala para a Sala Oval do MAAT.

EXPOSIÇÃO MUSEU DO FADO

© DR

EXPOSIÇÃO MAAT (SALA OVAL)


TEATRO CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

EXPOSIÇÃO CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

O Estranho Caso do Bigode Irónico

Quasinvisível

26 MAI sexta, às 21h30

1 JUN a 27 JUL

Nas imagens de Quasinvisível não há gente, apenas a sua representação social, a sua herança e o seu fado.

3 JUN a 27 AGO

segunda a sábado, das 10h00 às 18h00 (Galeria Millennium BCP) Inaugura a 3 de junho, sábado, às 17h00

Archivo Alexander Von Humboldt Fabiano Kueva EQUADOR

3 JUN a 27 AGO

Encenação Francisco Gomes (Portugal)

MÚSICA SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

Rigo PORTUGAL

segunda a sexta, das 10h00 às 18h00

segunda a sábado, das 10h00 às 18h00

EXPOSIÇÃO GALERIA MILLENNIUM BCP

Inaugura a 3 de junho, sábado, às 17h00 A minha primeira viagem fi-la sozinho, com um índio. Entre 1799 e 1804, o geógrafo alemão Alexander von Humboldt (1769-1859) e o botânico francês Aimé Bonpland (1773-1858), com passaportes especiais concedidos pelo rei Carlos IV de Espanha e o Conselho das Índias, protagonizaram uma das viagens científicas pela América com maior repercussão e efeitos no futuro. A expedição de Humboldt, que cobriu territórios dos atuais Venezuela, Cuba, Colômbia, Equador, Peru, México e Estados Unidos, é descrita em 30 volumes publicados em Paris entre 1805 e 1834, sob o título de Voyage aux régions équinoxiales du nouveau continent.

© DR

© DR

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Programa ABR—JUN

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Mario Benedetti (Uruguai, 1920-2009) escreveu 80 livros e foi traduzido em 25 idiomas. Em Portugal, só há poucos anos o começaram a traduzir. Porquê? Esta é uma viagem pessoal pela personagem real e fictícia do escritor, poeta, ensaísta, jornalista e crítico uruguaio. Um relato encenado de uma obra pouco conhecida em Portugal, com paragens pelo universo cómico, insólito, irónico, romântico e comovente do autor e do seu bigode.

Ozias Filho BRASIL

Projeto urbano que assenta em três pilares: arquitetura, vitrines e sinalética várias. Desde 2008 que Ozias Filho fotografa este tema, sem se perder no lugar onde as imagens foram registadas, e sim na memória de cidade. A cidade, lato sensu, é o grande cenário, o cenário onde cada um de nós representa o seu papel e sempre visitada como um dado adquirido. Não ver a cidade no detalhe, na desconstrução, é não ver o outro?

Délibab Vítor Ramil BRASIL

28 MAI domingo, às 21h00 Quem melhor do que o compositor para falar deste concerto? “Nas vésperas de partir para Buenos Aires, para dar início à produção deste disco, ocorreu-me que eu voltaria de lá trazendo comigo o registo de um délibáb, tal qual Selbor, o narrador do meu romance Satolep. Gravar as milongas que havia composto para os versos de Jorge Luis Borges e de João da Cunha Vargas seria documentar uma projeção de imagens remotas, de arrabaldes buenairenses e ambientes campeiros, na urbanidade de nossos tempos atuais; seria registar minha visão do que já fora visto por outros em outra parte.”

O Tempo Desenhado

Iconografias de um povo Ameríndio da Amazónia

3 JUN a 27 AGO

segunda a sábado, das 10h00 às 18h00 Inaugura a 3 de junho, sábado, às 17h00 A exposição apresenta uma produção iconográfica ameríndia singular, recolhida pelo antropólogo Pedro Cesarino entre os Marubo da Terra Indígena Vale do Javari (Amazonas, Brasil). Trata-se de um conjunto de 60 desenhos coloridos sobre papel, realizados por três xamãs, entre 2004 e 2009. Os desenhos visualizam narrativas míticas e esquemas cosmográficos do mundo marubo, referentes às artes verbais deste povo falante de uma língua da família pano. O repertório marubo está inserido num movimento recente de produção de narrativas desenhadas pelos povos indígenas da América do Sul. Elas revelam uma maneira peculiar de visualizar histórias e temporalidades outras, assim exibindo afinidades com as tradições pictográficas pré-colombianas da América Central. Curadoria Pedro Niemeyer Cesarino (Brasil)

ARTE URBANA / EXPOSIÇÃO GALERIA MILLENNIUM BCP

Europa-latina + Itacoatiara - Cicatriz de Tordesilhas

© FABIANO KUEVA

Investigação sentimental sobre a vida e obra de Mario Benedetti

EXPOSIÇÃO GALERIA MILLENNIUM BCP

Com base na apropriação das suas estratégias de trabalho: a caminhada, o mapeamento, o diário de campo, a coleção de espécies (vegetais, animais, minerais, arqueológicas) e correspondência pessoal, este projeto procura saber, da ficção ao documental, os novos significados do viajante. Alterando a rota original de Humboldt, visitam-se lugares e chaves localizadas sobre como o ‘olhar imperial’ interpreta as nossas sociedades coloniais; como o ‘conhecimento universal’ toma para si o conhecimento e os bens culturais locais; como o mundo de ‘construção científica’ naturalizou a América, configurando os nossos países como ‘fonte de matérias-primas’.

Nascido em 1966, na Madeira, Rigo tem desenvolvido o seu percurso artístico predominantemente nos Estados Unidos da América, tendo-se formado no Art Institut em São Francisco. Neste programa apresentará duas obras. A primeira tem por título Europa-Latina uma obra bidireccional, ‘apontando’ para Europa num lado e para Latina no outro, permitindo fazer diversas leituras, como por exemplo ‘Europa Latina’ ou ‘Europa + América Latina’, entre outras, e que realça as questões multiculturais destas associações. De grande eficácia simbólica, também devida à consistente relação formal entre as volumetrias dos lances das escadas e o traçado plástico da obra, será com toda a certeza um marco na arte pública a deixar pela Lisboa, Capital Ibero–americana de Cultura, 2017. A segunda exposição, que tem por título Itacoatiara - Cicatriz de Tordesilhas, decorre no contexto da revisitação do passado das relações coloniais e é feita em colaboração com comunidades Guarani e Caiçara, do sul do estado de São Paulo, Brasil. Rigo projeta criar uma escultura que envolverá o marco do Tratado de Tordesilhas deixado na Ilha do Cardoso, no começo do século XVI, por navegadores portugueses na companhia de Américo Vespúcio. Imaginada como cicatriz, esta escultura marcará a reunião do Mundo, dividido em 1494. Com a colaboração de Sérgio Neves, pescador caiçara e dos caciques guarani Renato e Tiago (Brasil)

TEATRO* CENTRO CULTURAL DE BELÉM

A Atriz + O Medo Griselda Gambarro ARGENTINA

3 a 5 JUN sábado a segunda, às 21h00 A partir da temática Passado e Presente, São José Lapa, e os atores que dirige, regressa à escrita da dramaturga argentina Griselda Gambaro, imergindo no seu universo de realismo fantástico em que a emoção do corpo e o sentimento da mente - o medo - é apresentado através do humor. A atriz é uma peça curta. Um monólogo. Uma peça em que a emoção primária do medo se mostra como se fosse uma coisa inofensiva. O medo é uma peça sobre a ansiedade, uma ansiedade cada vez maior, que não dá tréguas e cresce sempre. Algures (nos anos 70), três homens esperam a sua vez de ser chamados. Um deles numa ânsia apavorada que não controla. Num espaço inominável, três entradas que permitem a passagem, para um trabalho? Para a sobrevivência?


FESTAS DE LISBOA 1 JUN a 1 JUL

PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Al Final del Paraíso Demián Flores MÉXICO

Sob marcação: se@padraodosdescobrimentos.pt OFICINA PÚBLICO ESCOLAR | 1º E 2º CICLO DO ENSINO BÁSICO

Pedro e o Capitão

Com Leonor Salazar Máximo 25 participantes | Duração 1h30

URUGUAI

23 JUN a 2 JUL

A Conferência dos Pássaros Escola de Música do Conservatório Nacional

17 e 18 JUN

sábado e domingo, às 17h00 Ópera infantil composta pelo argentino Daniel Schvetz e baseada no libreto homónimo de Jean Claude Carrière, a partir do poema original de Farid Ud-Din Attar, poeta persa do século XII. Todas as aves do mundo reúnem-se para irem em busca de Simorg, o mítico rei dos pássaros. Sabiamente, todas as resistências são dissipadas pela Poupa com recurso a contos, lendas, poemas e mitos da cultura sufi, o universo religioso, místico e cultural do autor. Convencidos os pássaros virá a viagem, uma longa e perigosa viagem que inclui a travessia dos sete vales. Durante o percurso a maioria desistirá, ficará ferida ou perecerá. Uma vez chegados ao seu destino, um camareiro encaminha-os à sala mais alta do palácio, um espaço vazio repleto de espelhos. Afinal, onde está o Simorg? Ópera em cinco atos, para solistas, coro e orquestra do Atelier Musical da Escola de Música do Conservatório Nacional Música Daniel Schvetz Direção musical Ricardo Mateus Preparação e Direção coral Teresa Cordeiro Encenação e movimento Rúben Saints Cenografia Alunos da FAUL orientados por José Manuel Castanheira Tradução do libreto Oriana Alves Produção executiva Élio Correia Produção Escola de Música do Conservatório Nacional

Texto Mário Benedetti Tradução Romeu Costa Direção artística Marta Carreiras e Romeu Costa Dramaturgia Ana Bigotte Vieira Interpretação Ivo Canelas e Pedro Gil Realização vídeo João Gambino Desenho de luz Daniel Worm de Assumpção Música e sonoplastia Pedro Salvador Cenografia e figurinos Marta Carreiras Direção de produção Maria Folque Coprodução Teatro Municipal Constantino Nery e São Luiz Teatro Municipal

EXPOSIÇÃO* SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS-ARTES

Vinte e Três Joalharia Contemporânea na Ibero-América

23 JUN a 22 JUL

segunda a sexta, das 12h00 às 19h00 sábado, das 14h00 às 20h00 Numa era de globalização em que os artistas se deslocam por múltiplos lugares, que relevância tem a sua nacionalidade no contexto artístico? Que sentido faz no século XXI falarmos de arte contemporânea portuguesa, mexicana ou brasileira? Que sentido faz dizer que a joia identifica um povo e uma cultura? Terá passado a identificar somente uma época? Concepção e curadoria exposição PIN - Associação Portuguesa de Joalharia Contemporânea, Carlos Silva, Cristina Filipe, Joana Taurino, Madalena Braz Teixeira e Raquel Soares

© DR

Espetáculo de teatro que pretende explorar os limites da comunicação cénica através das ferramentas do teatro e do cinema. Explora o jogo cénico nestas duas dimensões, jogando com a ação em palco e a ação projetada em tela. A prática da tortura enquadra a temática de fundo e a grande manipulação, psicológica e visual, estabelece as regras do jogo. O texto do uruguaio Mário Benedetti, escritor emblemático da literatura da América Latina, serve de mote a esta reflexão sobre uma prática ainda frequente nos dias de hoje.

Preservando a tradição popular de Lisboa, com relevo para as Marchas, os Casamentos de Santo António e os Arraiais, atualmente as Festas assumem-se também como um evento de referência das expressões culturais mais contemporâneas. Tendo presente a celebração da cidade enquanto Capital Ibero-americana de Cultura a programação contempla propostas de distintos géneros musicais, passando pela clássica, latina e fado. No dia 3 de junho, a Orquestra Gulbenkian revisita as obras de Bernstein, Rodrigo, Marquez, Villa–Lobos, Falla e Revuelatas. O Fado no Castelo, tendo como cenário um dos monumentos mais visitados do país, dedica esta sua segunda edição ao diálogo com o flamenco, o tango, e o chorinho, nos dias 8, 9 e 10 de junho. Soy Loco por ti América, canção composta por Gilberto Gil e Capinan, e gravada originalmente por Caetano Veloso, é uma das músicas mais representativas do Tropicalismo e também dá o nome ao projeto que será apresentado no Jardim do Museu de Lisboa. Com leitura de contos e poemas inspirado no património literário latino-americano, o programa apresenta nos dias 15, 16, 17 e 18 de Junho, concertos de artistas oriundos do Peru, Brasil, Cuba e Argentina. Para encerrar as Festas de Lisboa e seguindo a melhor tradição latina, convidam-se todos a dançar no dia 1 de julho com o espetáculo Baila Comigo Lisboa.

Oficina de colagens concebida em torno da obra de Demián Flores, que contempla os problemas que a sociedade mexicana atravessa e considera as virtudes esquecidas dos heróis antigos para as superar. Esta oficina revela como o artista o faz e convida cada criança a criar o seu próprio herói. OFICINA PÚBLICO ESCOLAR | 1º E 2º CICLO DO ENSINO BÁSICO

Descobrir os Astecas

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Oficina de expressão plástica com o objetivo de dar a conhecer o mundo dos Astecas e a sua misteriosa cultura. As crianças são convidadas a realizar o seu próprio escudo mágico à semelhança dos grandes guerreiros astecas e a conhecer o próprio destino nesta fantástica civilização a partir da data de nascimento. OFICINA PÚBLICO ESCOLAR | 3º CICLO DO ENSINO BÁSICO E ENSINO SECUNDÁRIO

Do papel ao mural nasce o compromisso social

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Oficina de ilustração a partir da exposição e do debate em torno da obra de Demián Flores, um artista contemporâneo comprometido com a sociedade e que tem como objetivo interrogar a identidade do “mexicano”. Vamos dar vida a uma tela diferente, pintada em conjunto, para a qual os jovens vão transpor as suas denúncias sociais, recorrendo a diferentes técnicas de ilustração (desenho, pintura, colagem). Um trabalho coletivo resultante da reflexão sobre a sociedade atual, que permitirá aos participantes tomar consciência do espaço público como lugar de fruição artística e de crítica social, do papel do artista como interveniente social e da importância da arte como denunciadora de conflitos sociais.

19 Programa ABR—JUN

Mário Benedetti

Cria o teu Herói

quarta a sábado, às 21h00, domingo às 17h30

ÓPERA* CENTRO CULTURAL DE BELÉM

PROGRAMA EDUCATIVO

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Encenação São José Lapa Interpretação Filipe Duarte, João Cabral, David Almeida e Inês Lapa Lopes e Alberto Lopes, Avelino Bento, Carlos Fragateiro, João Paiva, Jorge Fraga, Juan Goldin Pagés, Luís Lucas, Paulo Lázaro, Manuel Romano, Rui Pedro Cardoso, Carlos Moura e Francisco Alves (em vídeo) Cenografia / Banda Sonora Alberto Lopes Vídeos Alberto Lopes, Inês Lapa Lopes

TEATRO SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

© JOÃO GAMBINO

Para matar a fome? Para ser morto? O humor corrosivo de Griselda Gambaro, cruel e violento, traz-nos a memória da mais sangrenta ditadura vivida naquele país e da América do Sul. Entre 1976 e 1983 foram assassinados 30.000 argentinos, e tantos desapareceram, sem ainda hoje se saber onde foram sepultados. A 27 de maio de 2016, a justiça da Argentina condenou por unanimidade a 20 e 25 anos de prisão os primeiros réus no megaprocesso que investiga esses crimes contra a humanidade.


PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Racismo e Cidadania Sob marcação: se@padraodosdescobrimentos.pt VISITA PÚBLICO ADULTO | PÚBLICO ESCOLAR | ENSINO BÁSICO, ENSINO SECUNDÁRIO E UNIVERSITÁRIO Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Visitas guiadas à exposição, especialmente preparadas para os diferentes níveis de ensino, orientadas pelo Serviço Educativo do Padrão e com o apoio da Associação dos Professores de História. As visitas guiadas serão complementadas com audiodescrição e interpretação em Língua Gestual Portuguesa.

1 E 2 JUN ÀS 10H30 E ÀS 14H30

Agora eu era um índio!

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Oficina de expressão plástica que pretende comemorar o Dia da Criança (1 de junho) e compreender como foi o encontro de Pedro Álvares Cabral com os índios. Descobrir como era o dia-a-dia dos índios, onde dormiam, o que comiam, como é que se divertiam, quantos idiomas falavam, são pretextos para brincar aos índios em clima de festa, ritmo e diversão e por fim construir instrumentos musicais. OFICINA DE CONSTRUÇÃO DE BONECOS E DEBATE DE IDEIAS FAMÍLIAS COM CRIANÇAS DOS 5 AOS 12 ANOS 11 JUN ÀS 10H30

Meninos de todas as cores

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Oficina de expressão plástica que parte das obras apresentadas na exposição Racismo e Cidadania e que propõe questionar e partilhar as variadas perceções e perspetivas sobre o racismo. Neste contexto, as crianças são desafiadas a adotar amigos e familiares de diferentes culturas do mundo e reproduzi-los na forma de bonecos e a construir uma casa imaginada onde todos podem sentir que pertencem a uma humanidade comum.

Visão Yanomami Claudia Andujar BRASIL

Sob marcação: arquivomunicipal.servicoeducativo@ cm-lisboa.pt VISITA PÚBLICO ADULTO 12 ABR, ÀS 14H30

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 A visita guiada focará o contributo de Claudia Andujar, centrado numa abordagem fotográfica documental e na relação estabelecida com o povo Yanomami (Brasil), através do seu projeto fotográfico que foi também interveniente na defesa dos direitos deste povo.

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA FOTOGRÁFICO

Archivo Cordero BOLÍVIA Sob marcação: arquivomunicipal.servicoeducativo@ cm-lisboa.pt

MUSEU DE LISBOA NÚCLEO PALÁCIO PIMENTA

Sob marcação: servicoeducativo@museudelisboa.pt VISITAS COM OFICINA FAMÍLIAS 29 ABR E 20 DE MAIO ÀS 15H00

Manifesto da Lisboa multicultural Máximo 30 participantes | Duração 1h30

Visita guiada e oficina com o objetivo de dar a conhecer o legado da escravatura africana através da coleção do Museu de Lisboa. Na oficina as famílias são convidadas a criarem o seu manifesto à sociedade de inclusão multicultural. VISITA PÚBLICO ADULTO E JOVEM ADULTO

15 MAI E 19 JUN ÀS 14H30

Máximo 25 participantes | Duração 40m Visita guiada que explora o trabalho do fotógrafo Julio Cordero na cidade de La Paz, no início do século XX. Retratos, famílias completas, cenas campestres, casamentos, documentos policiais ou militares, as imagens de Cordero convidam a percorrer a história quotidiana, política e económica da Bolívia, onde convivem duas culturas distintas: a ocidentalizada e a indígena. VISITA E OFICINA DE MEMÓRIA PÚBLICO SÉNIOR 4,11, 18, 25 MAI E 1, 8, 22 E 29 JUN ÀS 14H30

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Material necessário: fotografias de família Partindo da visita à exposição, os visitantes são convidados a partilhar as fotografias de família e desfiar histórias para uma reflexão sobre as mudanças provocadas pela passagem do tempo.

Memória Africana

MUSEU DA MARIONETA

Sob marcação: museudamarioneta@egeac.pt ou servicoeducativo.marioneta@egeac.pt OFICINA DE EXPRESSÃO PLÁSTICA FAMÍLIAS E CRIANÇAS MAIORES DE 6 ANOS 6 MAI ÀS 14H30

Histórias pintadas para contar o mundo Máximo 24 participantes | Duração 2h00

A partir de uma lenda africana constrói-se um tapete contador de histórias, pintado em tecido e com cores vivas. O objetivo é conhecer as influências dos afrodescendentes na cultura brasileira, recriando a lenda apresentada inicialmente.

MUSEU DO DINHEIRO

Sob marcação: info@museudodinheiro.pt VISITA PÚBLICO ADULTO E JOVENS MAIORES DE 14 ANOS 20 MAI ÀS 15H00 E 11 NOV ÀS 11H00

Testemunhos da escravatura africana

Máximo 25 participantes | Duração 1h30 Memória africana, propondo uma visita temática em torno de uma seleção de peças em exposição. Através das narrativas das moedas nas suas diferentes formas, pretende-se compreender o modo como a movimentação de milhões de escravos africanos influenciou as economias e sociedades atlânticas a partir do século XV.

21 MAI ÀS 15H00 E 21 JUN ÀS 16H00

As faces da Lisboa multicultural Máximo 30 participantes | Duração 1h30

Visita guiada com o objetivo de dar a conhecer o legado da escravatura africana através da coleção do Museu de Lisboa. Onde viviam os escravos, o que faziam e como era a sua existência na cidade. É o contributo do legado africano para o retrato de uma sociedade desigual. Visita também disponível para público escolar. VISITA PÚBLICO ADULTO E JOVEM ADULTO 21 MAI ÀS 15H00 E 10 JUN ÀS 15H00

VISITA PÚBLICO ADULTO E JOVEM ADULTO

Testemunhos da Escravatura

© DR

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Programa ABR—JUN

20

OFICINA DE EXPRESSÃO PLÁSTICA PÚBLICO ESCOLAR | 1º E 2º CICLO DO ENSINO BÁSICO E ENSINO SECUNDÁRIO

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA FOTOGRÁFICO

Trajetos

MUSEU DO FADO

Saura: 10 anos de Fados

Sob marcação: info@museudofado.pt VISITA PÚBLICO ADULTO Visita guiada pelo percurso expositivo do Museu do Fado que engloba a exposição permanente do próprio museu e a exposição Saura: 10 Anos de Fados.

Máximo 30 participantes | Duração 1h30 Visita guiada com o intuito de dar a conhecer o percurso e as vivências dos escravos na cidade através da maquete de Lisboa anterior ao Terramoto de 1755. Visita também disponível para público escolar.

MUSEU DE LISBOA NÚCLEO DE SANTO ANTÓNIO VISITA PÚBLICO ADULTO 3 JUN ÀS 11H00

Culto a Santo António, imagens africanas

Máximo 30 participantes | Duração 1h30 A partir da recém-adquirida imagem de Santo António da obra de Tony Malau, propõe-se uma viagem pelo culto a Santo António no continente africano, de onde eram originários os escravos que serviam a cidade.

MUSEU DE LISBOA NÚCLEO TEATRO ROMANO VISITA PÚBLICO ADULTO 30 ABR ÀS 11H00

Escravos do Império Romano! Máximo 30 participantes | Duração 1h30

Uma visita que retrata os escravos e libertos de Felicitas Iulia Olisipo e do império. A partir da urbe romana explora-se a vivência dos escravos na vida social do império.

BLX - BIBLIOTECAS DE LISBOA

Navegar é preciso Migrações musicais entre a África lusófona, a América brasileira e a Europa portuguesa Sob marcação: isabel.n.goncalves@cm-lisboa.pt OFICINA MUSICAL PÚBLICO ESCOLAR DO 2º E 3º CICLOS E SECUNDÁRIO E GRUPOS DE ADULTOS ORGANIZADOS 5, 9 E 18 MAI ÀS 11H00 E ÀS 14H30 | BLX ORLANDO RIBEIRO 12 MAI ÀS 11H00 E ÀS 14H30 | BLX BELÉM 24 MAI ÀS 11H00 E ÀS 14H30 | BLX MARVILA

Máximo 25 participantes | Duração 1h20 Em 1497 Vasco da Gama desembarcava a leste do Cabo da Boa Esperança, e os nativos “começaram eles a tanger quatro flautas acordadas a quatro vozes de música”. Também Pero Vaz de Caminha, sobre a descoberta do Brasil em 1500, conta que Diogo Dias “levou consigo um gaiteiro […] e meteu-se com eles [os nativos] a dançar, tomando-os pelas mãos; e eles folgavam e riam”. Começavam assim as profícuas interações e práticas musicais resultantes do cruzamento entre os territórios europeu, africano e sul-americano, desenvolvidas em géneros tão variados como o chorinho, o samba, a morna ou o kuduro - e que a presente oficina aborda numa perspetiva histórica com o recurso a imagens, filmes, música e a participação ativa do público. Oficina musical pelo Serviço Fonoteca das BLX


CONTINUAM

EXPOSIÇÃO MUSEU ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

EXPOSIÇÃO MAAT

EXPOSIÇÃO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Al Final del Paraíso Demián Flores MÉXICO

Até 2 ABR

Visão Yanomami

Peixe em lisboa Até 9 ABR

A 10ª edição do Peixe em Lisboa terá lugar no renovado Pavilhão Carlos Lopes e terá como tema central a gastronomia ibero-americana, uma das mais ricas e dinâmicas do mundo e que muito tem vindo a evoluir nos últimos anos. Como de costume, as apresentações de chefes de cozinha entrecruzam-se com a descoberta de produtos, debates e jantares especiais. Um projeto da ATL – Associação de Turismo de Lisboa

Claudia Andujar BRASIL

Até 15 ABR

X-Ville Jordi Colomer ESPANHA

Até 21 AGO

quarta a segunda, das 12h00 às 20h00

Até 7 MAI

terça a domingo, das 10h00 às 18h00

segunda a sábado, das 10h00 às 19h00

TOPONÍMIA

EXPOSIÇÃO MAAT (SALA OVAL)

INSTALAÇÃO GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO

Ordem e Progresso

Ruas de Lisboa: um roteiro iberoamericano Até DEZ

Héctor Zamora MÉXICO

(mapa digital e impresso)

Até 24 ABR

quarta a segunda, das 12h00 às 20h00

VISITAS MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA

ELEVEN

25 a 27 MAI

Cada país tem os seus hábitos, as suas receitas tradicionais, os seus ingredientes próprios, sendo a gastronomia um fator formador da identidade cultural de cada povo. As cozinhas de países como o México, o Peru, o Chile, o Brasil, a Argentina, Espanha e Portugal são hoje em dia reconhecidas internacionalmente. Aliás, muitos dos seus chefs foram já galardoados com várias estrelas Michelin, entre outros prestigiados prémios. Esta mostra propõe a realização de degustações, bem como a organização de jantares criados por vários chefs convidados - José Avillez, Ricardo Costa, Leonel Pereira - e Joachim Koerper, do restaurante Eleven, onde têm lugar os jantares. Curadoria de Luciana Froes e os convidados Elena Reygadas - Restaurante Rosseta (México), Rodolfo Gúzman - Restaurante Boragó (Chile), Felipe Bronze - Restaurante Oro (Brasil) e Jordi Roca - Restaurante El Celler de Cam Rocha (Espanha). Coordenação e idealização de Renata Lima e Mafalda Horta e Costa.

EXPOSIÇÃO CARPINTARIAS DE SÃO LÁZARO

Los Carpinteros CUBA

Galerias da Amazónia

© DR

Mostra Gastronómica

Reserva visitável

Colectivo de Curadores Associação Cultural

Atardecer

Até 1 MAI

Até 22 JUN

quarta a sábado, das 15h00 às 19h00

EXPOSIÇÃO MUSEU ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

Heróis, Povo e Paisagem Chilena Armindo Cardoso PORTUGAL/CHILE

Até 7 MAI

terça a domingo, das 10h00 às 18h00

Pablo Uribe URUGUAI

Até DEZ

quarta a domingo, às 10h30, 12h30, 14h30 e 16h30 marcação prévia (visitasguiadas@mnetnologia.dgpc.pt)

segunda a sexta, das 10h00 às 17h30

LIVRO E LEITURA BLX ORLANDO RIBEIRO, CORUCHÉUS E CAMÕES

3 (Três ao Cubo) 3

Ilustração Ibero-Americana

Até 30 JUN

DESENHO* FUNDAÇÃO ARPAD SZENES–VIEIRA DA SILVA

Lisboa - um ano a desenhar para o futuro 2017 Associação de Urban Sketchers de Portugal

Até DEZ

21 Programa ABR—JUN

PAVILHÃO CARLOS LOPES

Arpad Szenes e Vieira da Silva, os Anos do Exílio no Brasil (1940-1947)

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Cru e cozido, frio e quente.

EXPOSIÇÃO ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA FOTOGRÁFICO

X-VILLE © JORDI COLOMER

PROGRAMA GASTRONÓMICO

© DR

© DR

terça a domingo, das 10h00 às 18h00


PROGRAMAÇÃO ABR—JUN

HISTÓRIA / OLISIPOGRAFIA RESIDÊNCIA

Testemunhos da Escravatura Memória Africana

Até DEZ

A Sul

TEATRO DO SILÊNCIO*

Até DEZ

ARTÍSTICA/CONVERSA

Interdito Marilá Dardot

GALERIA QUADRUM

5 ABR

LIVRO E LEITURA

Fixando Breve o Momento Crónica e Poesia

CASA FERNANDO PESSOA

7 e 8 ABR, 13 e 14 OUT (CRÓNICA) 30 JUN e 1 JUL (POESIA)

MÚSICA

Canta Violeta Parra

CAPITÓLIO

8 ABR

ARTES VISUAIS *

Nem tanto a Sul nem tanto a Norte

HANGAR - ESPAÇO CULTURAL

Até 9 JUN (CANIBALIA) 14 JUN (DANGEROUS MOVES) 23 JUN a 1 JUL (OPAVIVARÁ!)

TEATRO

Storni-Quiroga Companhia 33 Ânimos

CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

21 ABR

EXPOSIÇÃO

Novo Mundo Visões através da BID 2008-2016

PALÁCIO CALHETA (JARDIM BOTÂNICO TROPICAL)

22 ABR a 2 JUL

E LEITURA

Poesia na Esquina do Bairro

BIBLIOTECA DE MARVILA

23 ABR

Dom. 21h

MÚSICA

Canções para Revoluções

LOCAL A DEFINIR

24 ABR

Seg. 21h30

EXPOSIÇÃO

Archivo Cordero

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA FOTOGRÁFICO

29 ABR a 1 JUL

Seg. a sáb. 10h às 19h

OLISIPOGRAFIA

Os Negros em Lisboa Memória Africana

FESTIVAL CONFERÊNCIA

ARTÍSTICA * RESIDÊNCIA

Sáb. 21h30

Sex. 21h30

Festival da Máscara Ibérica

4 a 7 MAI

Questões Indígenas Ecologia, terra e saberes ameríndios

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

5 a 7 MAI, 26 e 27 MAI

Programa ABR—JUN

A partir de MAI PRAÇA DO IMPÉRIO (BELÉM)

EXPOSIÇÃO

Racismo e Cidadania

PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

6 MAI a 3 SET

Ter. a dom. 10h às 18h

CONFERÊNCIA

Migrações

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

10 MAI

Qua. 10h às 18h

TEATRO

Feos Teatro Y Su Doble

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

12, 13 e 14 MAI

Sex. sáb. 21h e dom. 17h30

EXPOSIÇÃO

Carlos Garaicoa

MAAT (SALA OVAL)

16 MAI a 18 SET

Qua. a seg. 12h às 20h

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

TEATRO/LIVRO

Qua. 18h

EXPOSIÇÃO

Amazogramas Roberto Huarcaya

PROJETO CONTENTORES FRENTE À CORDOARIA NACIONAL

20 MAI a 18 JUN

EXPOSIÇÃO

Shadows Alfredo Jaar

CARPINTARIAS DE SÃO LÁZARO

20 MAI a 10 SET

Qua. a sáb. 15h às 19h

EXPOSIÇÃO

Saura: 10 Anos de “Fados”

MUSEU DO FADO

20 MAI a 8 OUT

Ter. a dom. 10h às 18h

CONFERÊNCIA

Racismo e Cidadania

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

24 MAI

Qua. 18h

TEATRO

Pájaro Trinidad González

MARIA MATOS TEATRO MUNICIPAL

25 e 26 MAI

Qui. sex. 21h30

ARTE URBANA

Muro Festival de Arte Urbana

MARVILA

25 a 28 MAI

TEATRO

O Estranho Caso do Bigode Irónico

CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

26 DE MAI

Sex. 21h30

MÚSICA

Délibab Vítor Ramil

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

28 MAI

Dom. 21h

EXPOSIÇÃO

Quasinvisível Ozias Filho

CASA DA AMÉRICA LATINA (CASA DAS GALEOTAS)

1 JUN a 27 JUL

Seg. a sex. 10h às 18h

EXPOSIÇÃO

O Tempo Desenhado

GALERIA MILLENNIUM BCP

3 JUN a 27 AGO

Seg. a sáb. 10h às 18h

EXPOSIÇÃO

Archivo Alexander Von Humboldt Fabiano Kueva

GALERIA MILLENNIUM BCP

3 JUN a 27 AGO

Seg. a sáb. 10h às 18h

ARTE URBANA / EXPOSIÇÃO

Europa-Latina +Itacoatiara - Cicatriz de Tordesilhas Rigo

GALERIA MILLENNIUM BCP

3 JUN a 27 AGO

Seg. a sáb. 10h às 18h

TEATRO *

A Atriz + O Medo Griselda Gambarro

CENTRO CULTURAL DE BELÉM

3 a 5 JUN

Sáb. a seg. 21h

ÓPERA *

A Conferência dos Pássaros

CENTRO CULTURAL DE BELÉM

17 e 18 JUN

Sáb. e dom. 17h

TEATRO

Pedro e o Capitão Mário Benedetti

SÃO LUIZ TEATRO MUNICIPAL

23 JUN a 2 JUL

Qua. a sáb. 21h dom. 17h30

EXPOSIÇÃO *

Vinte e três Joalharia contemporânea na Ibero-América

SOCIEDADE NACIONAL DE BELAS-ARTES

23 JUN a 22 JUL

Seg. a sex. 12h às 19h sáb. 14h às 20h

BAILE E CONCERTOS

Festas de Lisboa

GASTRONOMIA

Programa Gastronómico Cru e cozido, frio e quente

PAVILHÃO CARLOS LOPES RESTAURANTE ELEVEN

Até 9 ABR (PEIXE EM LISBOA) 25 a 27 MAI (MOSTRA GASTRONÓMICA)

EXPOSIÇÃO

Al Final del Paraíso Demián Flores

PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS

Até 2 ABR

EXPOSIÇÃO

Visão Yanomami Claudia Andujar

ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA - FOTOGRÁFICO

Até 15 ABR

EXPOSIÇÃO

Ordem e Progresso Héctor Zamora

MAAT (SALA OVAL)

Até 24 ABR

EXPOSIÇÃO

Los Carpinteros

CARPINTARIAS DE SÃO LÁZARO

Até 1 MAI

EXPOSIÇÃO

Heróis, Povo e Paisagem Chilena Armindo Cardoso

MUSEU ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

Até 7 MAI

EXPOSIÇÃO

Arpad Szenes e Vieira da Silva, os anos do exílio no Brasil (1940-1947)

MUSEU ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

Até 7 MAI

INSTALAÇÃO

Atardecer Pablo Uribe

GALERIA DOS PAÇOS DO CONCELHO

Até 22 JUN

LIVRO E LEITURA

3 (Três Ao Cubo) Ilustração Ibero-Americana

BLX ORLANDO RIBEIRO, CORUCHÉUS E CAMÕES

Até 30 JUN

EXPOSIÇÃO

X-Ville Jordi Colomer

MAAT

Até 21 AGO

TOPONÍMIA

Ruas de Lisboa Um roteiro Ibero-Americano

VISITAS DESENHO

22

Iconografias de um povo Ameríndio da Amazónia

3

1 JUN a 1 JUL

Até DEZ

Galerias da Amazónia Reserva Visitável

MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA

Até DEZ

Lisboa - um ano a desenhar para o futuro 2017 Urban Sketchers de Portugal

FUNDAÇÃO ARPAD SZENES-VIEIRA DA SILVA

Até DEZ

Programa sujeito a alterações


Uma iniciativa da UCCI e da CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (DIREÇÃO MUNICIPAL DE CULTURA E EGEAC) Presidente da Câmara Municipal de Lisboa Fernando Medina Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa Catarina Vaz Pinto Diretor Municipal de Cultura Manuel Veiga Conselho de Administração da EGEAC Joana Gomes Cardoso e Lucinda Lopes Coordenação-geral da programação António Pinto Ribeiro

I N I C I AT I V A

23

PA R C E I R O S I N S T I T U C I O N A I S

Embaixada de Portugal em Espanha

Embaixada de Portugal na Colômbia

Embaixada de Portugal no Uruguai

Embaixada de Portugal no Brasil

Embaixada do Panamá em Portugal

PROGR AMAÇ ÃO

Gabinete de Programação em Espaço Público

Consulado de Portugal em São Paulo

L I S B OA — Capital Ibero-americana de Cultura 2017

Programa ABR—JUN

Direção Municipal de Cultura


www.lisboacapitaliberoamericana.pt

Testemunhos da Escravatura Memória Africana ATÉ 30 DE DEZEMBRO Garrafa “Gungunhana Depois”, 1895 Rafael Bordalo Pinheiro © Museu Rafael Bordalo Pinheiro


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