Índice
Capa | 06
A indústria de produtos farmacêuticos em busca pela logística perfeita na cadeia do frio
Entrevista | 04
Certificação CEIV Pharma coloca aeroportos brasileiros na rota das melhores práticas
Premiação | 12
Polar Truck é reconhecida por sua atuação na logística de fármacos
Profissionais de sucesso | 22
Conheça Francisco Nunes, nosso entrevistado desta edição
Artigo | 24
Será que o Euro esta falando “grego”? Por Chayene Martini
28
Acadêmico
31 Colunista Ano XIV Edição 151 2015
Fale conosco: 19 3743.6609 | redacao@cargonews.com.br Presidente do Conselho Editorial: Luiz Guimarães Conselho Editorial: Mariana Zaidan Guimarães | Carlos Varanda | André Feitosa | Patrícia Ferreira | Renata Araújo | João Batista | Diego Donato
Expediente
Caros leitores, Já iniciamos o segundo semestre de 2015, agora o caminho até o fechamento deste ano é rápido. Diversos aspectos marcaram o primeiro semestre do Brasil, casos de corrupção, economia patinando, pacotes de infraestrutura e CRISE! E a perspectiva é de que ela continue a nos assombrar, pelo menos nos próximos meses. Porém, é justamente neste momento que surgem as oportunidades e somente aqueles que estão se preparando saberão aproveitá-las. O Brasil não possui uma economia fácil, nem mesmo uma política agregadora, porém, quem viveu a economia dos anos 80 e 90 sabe bem como nadar contra a correnteza e continuar a viver, e não somente sobreviver. Neste contexto, trazemos nas matérias desta edição alguns exemplos de aposta no mercado e de oportunidades. É o caso do mercado de produtos farmacêuticos, que apesar da alta do dólar, continua a ser um dos mais lucrativos, da farmácia a indústria de insumos, todos acabam sorrindo enquanto outros choram. E quem está se preparando para se destacar neste mercado, irá sorrir junto, como no caso dos terminais de carga, das transportadoras, dos agentes de carga e todos aqueles que estão apostando no mercado e investindo em infraestrutura para atendê-lo. Resultado este que se mede pelo reconhecimento da indústria, como a premiação do Sindusfarma para os melhores dessa cadeia logística. Entre os destaques desta edição, há uma entrevista com o consultor do IATA sobre implantação do certificado CEIV Pharma, que irá garantir as melhores práticas aos terminais aeroportuários. Aproveitem o conteúdo da Cargo News e façam do segundo semestre de 2015 o início de tempos melhores. Boa leitura | Redação Cargo News
Diretora de Redação: Mariana Zaidan Guimarães Coordenador Editorial: Carlos Varanda Diretor de Arte: André Feitosa Texto: Renata Araújo | Diego Donato Revisão: Mariana Zaidan Guimarães | Cassiene Alves Fotografia: João Batista | Shutterstock | Capa Shutterstock Executivos de Contas: Carlos Varanda | Patrícia Ferreira Mariana Zaidan Guimarães | Mauro Varanda Jr. Financeiro: Patrícia Bonzanino Mídias Sociais: Diego Donato | Renata Araújo Circulação: Carlos Varanda Tiragem: 5 mil exemplares A Cargo News é uma publicação da Editora GR1000. Todos os textos assinados refletem a opinião de seus autores, sendo de inteira responsabilidade dos mesmos. Para solicitações, críticas e sugestões, entre em contato com a redação: redacao@cargonews.com.br.
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Entrevista
Certificação CEIV Pharma Garantia das melhores práticas no armazenamento e transporte de produtos farmacêuticos nos aeroportos brasileiros A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), oferece para os aeroportos de todo o país, a oportunidade de participar de um programa adotado mundialmente, para alcançar a certificação CEIV Pharma, que garante as melhores práticas em transporte e armazenamento de produtos farmacêuticos. O certificado CEIV Pharma apoia os terminais logísticos a apresentarem a qualidade e confiabilidade em seus serviços para as empresas do ramo farmacêutico, favorecendo o crescimento de novos negócios neste setor, que hoje cresce mais de US$ 8 bilhões por ano, no mundo, e que deve chegar a mais de US$ 10 bilhões até 2018. Neste panorama, a indústria identificou a necessidade de construir uma rede de rotas comerciais farmacêuticas certificadas que atendam aos padrões consistentes e assegurem a integridade do produto. Como resultado, a IATA tem tido um papel de liderança no apoio à indústria do transporte aéreo para cumprir os requisitos dos fabricantes farmacêuticos. Para entender mais sobre o funcionamento desta certificação, os procedimentos exigidos, a perspectiva do mercado após sua implantação e como as empresas e, principalmente, os aeroportos podem se Carlos Ebner, beneficiar com este programa, entrevistamos o diretor da IATA no Brasil diretor da IATA no Brasil, Carlos Ebner. 04 | RCN
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CN – Por que surgiu, qual a importância e como será o funcionamento da certificação CEIV Pharma no Brasil? CEIV Pharma é a sigla para Centre of Excellence for Independent Validators in Pharmaceutical Logistics e trata-se de um programa adotado mundialmente que surgiu devido a um esforço da indústria para melhorar o nível de competência, bem como a preparação operacional e técnica na logística de produtos farmacêuticos, a fim de diminuir as alarmantes perdas de produtos deste mercado, que hoje corresponde a US$ 2,5 bilhões no mundo inteiro. Para receber a certificação, os aeroportos serão treinados, através de auditorias e treinamentos técnicos no terminal de cargas, oferecidos pelo IATA. CN – A certificação será somente para os aeroportos ou outras empresas do setor poderão solicitar a mesma? Neste início, o programa está direcionado para os aeroportos, que devem passar por auditoria e treinamento nos terminais de carga, passagem dos caminhões e, principalmente, nas câmaras frias. Cias. aéreas e transportadoras rodoviárias também podem e devem ser certificadas para que seja garantido que o armazenamento e transporte de farmacêuticos estejam em conformidade com as melhores práticas e normas operacionais adotadas no mercado internacional. CN – Qual é o cenário atual do Brasil com relação à estrutura da cadeia logística para o setor de fármacos? Ainda há muito a ser melhorado, pois devido à
falta de infraestrutura correta, as perdas deste mercado são muito grandes. Mas, de modo geral, as empresas brasileiras têm buscado cada vez mais se adequar às exigências da indústria. No Brasil, os aeroportos internacionais de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) já demonstraram interesse em participar do processo para a certificação CEIV Pharma. E RIOgaleão (RJ), foi o primeiro aeroporto da América Latina a firmar contrato com a IATA para obtenção do certificado. CN – Quais são as exigências do programa e como as empresas poderão se beneficiar com a certificação? Como já foi dito, os aeroportos com interesse na certificação devem passar por treinamentos técnicos e auditorias oferecidas pelo IATA, assim, poderemos garantir que o terminal de carga esteja em conformidade com a legislação, operando com mais qualidade nos serviços, além de manter a integridade da cadeia fria e reduzir os riscos e custos logísticos. Cumprindo estes procedimentos, a empresa será certificada e, certamente, ganhará destaque no mercado, aumentando o volume de transportes, diminuindo as perdas e, podendo até ganhar novas fatias do mercado já que o nível de segurança nas operações logísticas será muito elevado. CN – Qual a expectativa para adesão ao programa? Esperamos que até o final de 2017, os principais e maiores aeroportos de carga da América Latina já possuam o certificado CEIV Pharma. Precisamos, urgentemente, de padronização e segurança no transporte desses produtos.
“Cias. aéreas e transportadoras rodoviárias também podem e devem ser certificadas para que seja garantido que o armazenamento e transporte de farmacêuticos estejam em conformidade com as melhores práticas e normas operacionais adotadas no mercado internacional”. www.cargonews.com.br
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Interior da câmara fria no terminal de importação GRU Airport Cargo
Frio que faz o bem Os desafios da logística perfeita para a cadeia do frio na indústria farmacêutica O assunto mais comentado no momento é a crise econômica, e esta não será a primeira, provavelmente, também não será a última. Diversas empresas, muitos setores e boa parte das famílias brasileiras estão correndo contra o tempo para reduzir custos, cortar gastos excessivos e refazer o planejamento para os próximos anos. Mas não importa o tamanho da sua (família ou organização), existe um item na lista, que quando se faz necessário, torna-se prioridade e quase impraticável evitar o consumo. Estamos falando de medicamentos e produtos farmacêuticos, mercado que praticamente dobrou de tamanho nos últimos dez anos, totalizando US$ 1 trilhão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê ainda um aumento de 3% a 6% até 2016. 06 | RCN
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É neste contexto que chamamos a atenção para a necessidade de uma reestruturação na cadeia logística deste setor, sabendo que, um dos fatores mais importantes neste processo é manter a qualidade do produto. Para isso, é necessário que a luz, umidade e, principalmente, a temperatura estejam adequadas no transporte e armazenagem de fármacos, que por sua vez, precisam ser feitos em um curto período. A próxima etapa é definir o melhor modal a ser utilizado para cada tipo de transporte; rodoviário, aéreo, marítimo ou ferroviário, para cada rota há sempre uma ou mais possibilidades, mas neste ponto também começa um outro desafio: avaliar a disponibilidade de infraestrutura, mediante detalhada análise dos custos. Estas são apenas algumas problemáticas que fazem com que o setor farmacêutico seja, há muito tempo, um enorme desafio para a logística no Brasil. Apesar das grandes empresas anunciarem investimentos maciços para trabalhar com estes produtos, o país ainda peca e enfrenta diversas dificuldades para que www.cargonews.com.br
os medicamentos cheguem até a população com sua ação farmacológica intacta. Controle da temperatura, tempo da movimentação, estocagem inadequada e o não cumprimento das legislações vigentes são alguns dos fatores. De acordo com Jair Calixto, gerente de boas práticas e auditorias farmacêuticas do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), a manutenção da qualidade e os custos no Brasil são sim um enorme desafio a ser vencido, pois envolvem um território de cobertura muito grande e diferenças de infraestrutura, de uma região para outra, que inserem dificuldades naturais neste processo. “Mas, com certeza, estes problemas têm diminuído na última década, pois as empresas farmacêuticas, através de seus modelos de qualificação de fornecedores e de suas políticas consistentes de qualidade conduzem o mercado a um nível cada vez maior de exigência. Contudo, ainda há muito a se fazer, já que infraestrutura no transporte não depende do setor privado, necessitando de investimentos e políticas governamentais”, afirma. Cada vez mais, medicamentos e produtos da cadeia do frio em geral, contam com embalagens e tecnologias especiais para garantir sua qualidade, mesmo assim, a indústria aposta numa busca contínua por melhoria dos processos e aumento das exigências nos cuidados com estes produtos; estas exigências também são repassadas aos transportadores e distribuidores, para que atendam aos parâmetros estabelecidos. Temos muitas empresas e aeroportos brasileiros preocupados em cumprir os requerimentos do setor, são exemplos disto, a DHL Supply Chain, que se destacou na distribuição e armazenagem de medicamentos e recebeu o Prêmio Sindusfarma pelo 10º ano consecutivo; o Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), que recentemente triplicou a capacidade das câmaras frias de 7,7 mil para 26,3 mil m³, renovando o parque frigorífico de acordo com a legislação da Anvisa e se adequando com as necessidades das principais indústrias de medicamentos e produtos perecíveis, que segundo Maria Fan, gerente comercial do aeroporto, hoje atuam no terminal de GRU; RIOgaleão (RJ) que foi o primeiro terminal logístico da América Latina a participar do CEIV Pharma, programa global de certificação farmacêutica, emitido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), para garantir as melhores práticas em transporte e armazenamento de produtos deste RCN | 07
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tipo; e o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), que também entrou no processo para o CEIV Pharma e após a ampliação das áreas do terminal de importação, passou a implantar procedimentos customizados para cada cliente, permitindo o armazenamento de cargas perecíveis por até 1 hora contada a partir do descarregamento da aeronave, evitando que tais cargas fiquem expostas à temperatura externa. Viracopos será o primeiro aeroporto no Brasil a disponibilizar o serviço de armazenamento e distribuição de cargas da indústria farmacêutica. Segundo Helio Dapena, gerente de política comercial de Viracopos, a área equivale a 8 mil estados do Acre e será um hub de cargas deste segmento. Mesmo com o esforço da indústria e das grandes empresas envolvidas na cadeia logística destes produtos, ainda há muito a ser feito no Brasil, principalmente, fora das capitais. Nosso extenso território exige uma padronização dos procedimentos, requisitos e entendimentos regulatórios entre os diferentes estados. Há também, a necessidade de uma capacitação mais objetiva e ampla para todo o setor de transporte e distribuição. Neste panorama, cabe aos órgãos reguladores revisar e atualizar as legislações vigentes para que haja evolução do sistema, além de mais atenção do governo com relação à infraestrutura ineficaz e os custos logísticos que hoje são muito
elevados, tornando o país pouco competitivo internacionalmente. Hoje, o modal ideal e normalmente utilizado para transporte de produtos perecíveis e medicamentos é o aéreo, devido à agilidade e controle de temperatura, mas também é o mais caro, o que faz com que os custos sejam repassados para o consumidor final. Já os modais com custo mais acessível, como o marítimo e o ferroviário, esbarram na desvantagem dos prazos de trânsito maiores e falta de investimento para expansão e modernização, assim, a opção mais viável (e única em muitas regiões do Brasil) acaba sendo o transporte rodoviário, que tem custo adequado e prazos de entrega razoáveis, atendendo a maior parte da demanda, inclusive completando os outros modais, já que todos eles dependem do rodoviário para finalizar o transporte da carga. De acordo com uma estimativa do IATA e a Pharmaceutical Commerce, a logística da cadeia do frio no ano de 2014 movimentou em torno de US$ 8,36 bilhões no mundo todo, sendo US$5,6 bilhões gastos apenas com transporte e US$2,8 bilhões em embalagens e monitoramento especiais para este tipo de carga. De cada 10 tipos de produtos farmacêuticos fabricados hoje, metade requer controle de temperatura adequado. E devido ao descumprimento deste controle e exposição dos produtos às diversas varia-
Fonte: Expeditors /IATA
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ções de temperatura, cerca de US$ 2,5 bilhões são descartados por ano antes de chegar ao consumidor. O Brasil é o maior mercado farmacêutico da América Latina, onde a população gasta 9% de sua renda com produtos relacionados à saúde. Já segundo dados do IMS Health, só no primeiro semestre de 2015 foram vendidas 3.274.450.815 caixas de medicamentos, o que representa um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior. Jair Calixto também explica que as indústrias seguem as Boas Práticas de Fabricação – BPFs (RDC nº 17/2010) e as Boas Práticas de Distribuição da Portaria º 802/1998, cujas exigências técnico-regulatórias são utilizadas para qualificar seus fornecedores. E que a qualificação destes fornecedores é uma forte exigência das BPFs, por isso, tal procedimento já faz parte do sistema de qualidade das empresas farmacêuticas e estão sujeitos à inspeção da Anvisa. No mercado, existem diferentes programas e prêmios de certificação que reconhecem a qualidade do setor logístico, como é o caso do Prêmio Sindusfar-
ma de Qualidade e a Certificação CEIV Pharma que garantem as boas práticas e uniformidade na movimentação de fármacos. “O interesse deve ser de todos os envolvidos na cadeia logística, pois estes programas promovem o cumprimento dos requisitos que auxiliam na manutenção da qualidade dos medicamentos, da indústria até o paciente, e padronizam a operação, reduzindo as variações que possam causar desvios na eficácia dos produtos”, declara. Calixto reitera que a Sindusfarma auxilia à indústria através de consultores e treinamentos que abrangem os principais pontos relativos ao manuseio dos medicamentos durante o transporte e armazenagem. E que mesmo com os investimentos e evolução do setor na última década, o país está apenas parcialmente adequado às exigências da indústria e dos órgãos reguladores. “Estamos aguardando, pois já sabemos que em breve, no Brasil, haverá uma revisão das BPDT – Boas Práticas de Distribuição e Transporte”, finaliza.
Segmentos reefer avançam no comércio exterior do País Perspectiva é positiva, mas especialistas ainda apontam falhas na cadeia fria Por Andrezza Queiroga - Guia Marítimo
A cadeia refrigerada tem respondido por uma bela parcela do comércio exterior brasileiro. Para se ter uma ideia, no ano passado, o Brasil celebrou os 100 anos da primeira exportação de carne bovina do País e comemorou bons resultados. Segundo a Abiec (Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne), fatores como a manutenção de status sanitário, a perenidade da oferta do produto para atender diferentes mercados, forte e contínua atuação conjunta do setor privado e do governo para reverter embargos, além da parceria com importantes mercados como Hong Kong e Rússia, que continuam liderando as importações de carne bovina brasileira, contribuíram com os números positivos do Brasil. Na prática, somente em 2014, as exportações brasileiras de carne bovina atingiram a marca de US$ 7,2 bilhões, uma alta de 7,7% em comparação com os US$ 6,6 bilhões do ano anterior. O balanço é do diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, que ressaltou “grandes eventos como a Copa e as Eleições no Brasil, crises políticas na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio não impediram de termos crescimento no mercado de carne e muitos fatores colaboraram, como o avanço da área livre de aftosa, a consulta pública americana e o fim de alguns embargos que ainda tínhamos”. Outro mercado que também se destaca é o de frutas. Segundo o diretor executivo da Abrafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados), José Eduardo Brandão Costa, o nicho deve avançar, pois está atrelado a questão da alimentação saudável, bem-estar e redução da obe-
sidade, questões muito discutidas nos dias de hoje e diretamente relacionadas ao consumo de frutas. Segundo o presidente da Associação, Luiz Roberto Barcelos, até 2020 as exportações brasileiras de frutas frescas deverão dobrar, até porque ele acredita que o setor irá investir em novas tecnologias e terá participação mais ativa nas feiras internacionais, o que deve alavancar ainda mais este mercado. Simultaneamente, outro nicho em ascensão é o farmacêutico. Ao todo, a venda de produtos farma ao mercado externo aumentou nos últimos dez anos fazendo com que o Brasil conseguisse passar de 65º para 61º no ranking da participação de medicamentos na pauta de exportações. Além disso, a previsão é de que o crescimento do mercado farmacêutico interno deva alcançar o 4º lugar no ranking mundial até 2016. Para crescer, no entanto, ainda há muito o que ser feito. Para Saulo de Carvalho, da UPS e presidente da Anfarlog (Associação Brasileira dos Farmacêuticos Atuantes em Logística) os desafios vão de encontro ao tamanho continental do País e exigem investimentos efetivos em infraestrutura passando, ainda, pela complexidade e empobrecida regulamentação, principalmente para o transporte (rodoviário, aéreo e marítimo) de produtos farmacêuticos. “Um dos principais entraves do País é a infraestrutura logística em geral. A falta de estrutura nas estradas e no transporte marítimo, são nítidas. Necessitamos de investimentos, capacitação de profissionais, cuidados no transporte em todos os modais e maior envolvimento do setor público regulatório para que atendam e entendam as necessidades do segmento”, diz.
“Grandes eventos como a Copa e as Eleições no Brasil, crises políticas na Ucrânia e conflitos no Oriente Médio não impediram de termos crescimento no mercado de carne e muitos fatores colaboraram, como o avanço da área livre de aftosa, a consulta pública americana e o fim de alguns embargos que ainda tínhamos ”. Fernando Sampaio, diretor executivo da ABIEC “Necessitamos de investimentos, capacitação de profissionais envolvidos na logística fria, cuidados no transporte em todos os modais e maior envolvimento do setor público regulatório para que atendam e entendam as necessidades do segmento”. Saulo de Carvalho, presidente da Anfarlog e diretor da UPS
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Premiação
Polar Truck se destaca com soluções para a cadeia fria Empresa recebe Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2015, onde já havia recebido menção honrosa no ano passado A Polar Truck Service, empresa que atua desde 1996 oferecendo serviços de transportes rodoviários de cargas, recebeu do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no estado de São Paulo, o Prêmio Sindusfarma de Qualidade 2015, que reconhece a atuação dos fornecedores e prestadores de serviços que mais se destacaram no atendimento ao setor. A empresa foi premiada na categoria Soluções para a Cadeia Fria, que no ano passado já havia recebido menção honrosa pelo mesmo segmento. A escolha dos vencedores ocorreu após um processo de votação, onde as indústrias farmacêuticas apontaram os melhores fornecedores em 25 categorias, divididas em cinco classes: Máquinas e Equipamentos, Prestadores de Serviço, Matérias-primas, Materiais de Embalagem e Materiais, Equipamentos e Serviços de Controle de Qualidade. A Polar Truck se especializou no transporte de produtos farmacêuticos e hoje dedica sua frota para este serviço, com veículos equipados com os mais modernos sistemas de refrigeração. O sistema de gestão de qualidade também é reconhecido pelas normas do ISO 9001 e SASSMAQ, comprovando que a empresa passa por auditorias e é reconhecida por importantes organizações. Também este ano, a empresa recebeu o Prêmio
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Quality, chancelado pela Sociedade Brasileira de Educação e Integração, oferecido para empresas que contribuem com o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, ficando em 1º lugar na esfera Transporte de Medicamentos. “Ter a empresa reconhecida duas vezes em menos de um ano, demonstra que nosso trabalho vem se destacando no transporte de fármacos. A Polar cresceu, aprimorou processos e tecnologias, e hoje atua com os maiores laboratórios do Brasil e do mundo”, afirma Agnaldo José dos Santos, Diretor Operacional da Polar Truck. Hoje, além da matriz em Campinas (SP), a Polar Truck conta com filiais nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos (SP), além de uma unidade em Anápolis (GO), onde há uma das maiores demandas de farmacêuticos no Brasil.
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Ranking - GRU
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Estatística
No mês de maio de 2015, foram movimentadas 10.083.859 t no porto, volume 13,7% maior que o resultado registrado no mesmo mês do ano passado que atingiu 8.870.003 t. O resultado foi o melhor de toda a série histórica do Porto de Santos e superou em 2,2% o resultado do mês 05 de 2013, o qual o resultado atingiu 9.867.657 t. MOVIMENTO ACUMULADO O acumulado até o mês de maio atingiu o patamar mais alto do Porto de Santos para o período, registrando a movimentação de 45.906.559 t, 3,3% maior que o ano de 2013, ano em que os números haviam sido recordes atingindo 44.452.304 t e 6,6% acima do mesmo período do ano passado 43.068.659 t. As importações chegaram a 13.571.482 t, 2,0% superior em relação ao mesmo período do ano passado (13.301.110 t). As maiores variações absolutas positivas no comparativo entre os acumulados até maio foram as da carga geral conteinerizada (+720.188 t; 10,5%), gasolina (+180.261 t; registrada a movimentação de apenas 1.424 t no mesmo período de 2014) e óleo diesel e gasóleo (+142.317 t; sem registro de movimentação no mesmo período de 2014). As mais expressivas reduções apresentadas no comparativo mensal ocorreram nas movimentações de adubo (-378.592 t; -35,9%), trigo (-356.270 t; -51,5%) e carvão (-254.555 t; -36,0%).
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As exportações atingiram 32.335.077 t, 8,6% acima do acumulado até maio de 2014 (29.767.459 t). As maiores variações absolutas positivas no comparativo entre os acumulados no período, destaque de alta para a carga geral conteinerizada (+1.547.738 t; 21,1%), farelo de soja (+351.187 t; 23,6%) e para o açúcar (+300.995 t; 6,0%). Já as reduções mais expressivas no comparativo mensal ocorreram nos embarques de álcool (-164.237 t;-33,8%), da carga geral solta (-151.320 t; -8,8%) e de óleo diesel e gasóleo (-34.932 t; -3,9%). A movimentação acumulada de contêineres foi recorde para o acumulado até maio, 978.496 unidades (1.517.824 TEU’s), 10,2% acima do mesmo período de 2014 (888.275 unid. ou 1.396.189 TEU’s). As importações responderam por 486.486 unid. (755.529 TEU’s), 10,3% superior em relação a 2014, 441.203 unid. (693.508 TEU’s). Já as exportações subiram 10,1%, de 447.072 unid. (702.681 TEU’s) em 2014, para 492.010 unid. (762.295 TEU’s) em 2015. No total, ocorreram 2.147 atracações até maio deste ano, 0,5% acima de igual período de 2014 (2.136). Excluídos navios de passageiros e embarcações diversas, foram registradas 1.626 atracações no longo curso, 5,0% abaixo do acumulado até maio de 2014 (1.711); e 354 na cabotagem, 24,6% acima de igual período de 2014 (284).
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Fonte: Assessoria de Comunicação Social do Porto de Santos/CODESP
Porto de Santos apresenta melhor mês de maio de toda série histórica
Gestão
Grupo MP Comex anuncia sucessão na diretoria Prestes a completar 20 anos de sua fundação, o Grupo MP, empresa que oferece assessoria em comércio exterior e é especializada em importação e exportação, despachos e desembaraço aduaneiro, consultoria aduaneira e projetos especiais (Ex-Tarifário e implantação de fábricas multinacionais no Brasil), anuncia nova diretoria. Atualmente, o grupo é dirigido pelo fundador e presidente Alvaro Pavan Filho, que deve se manter no cargo, mas passará a atuar mais ativamente por meio do conselho administrativo da empresa, e devido à grande experiência adquirida, será também o consultor e conselheiro da equipe. Alvaro Pavan Filho criou a empresa em 1995, após ter trabalhado alguns anos com despacho aduaneiro em grandes multinacionais. O Grupo MP surgiu para atender a necessidade do mercado em atuar com despachantes capacitados, que pudessem oferecer serviços com agilidade, principalmente, nos trâmites burocráticos de importação de mercadorias. Seu trabalho acompanhou a evolução da tecnologia e hoje a empresa utiliza softwares e sistemas que garantem a total segurança dos processos. A nomeação dos sucessores será a consolidação de um processo familiar, porém, extremamente profissional, já que os novos diretores serão os filhos Alvaro Pavan Neto, despachante aduaneiro que atua no comércio exterior desde 2001 e agora será responsável pelas áreas de despacho, importação e exwww.cargonews.com.br
portação; e Felipe Pavan, administrador de empresas que iniciou a carreira em 2005 e agora assume a direção financeira do grupo. De acordo com Alvaro Filho, seu objetivo é deixar em vida um legado de muito trabalho e comprometimento para os filhos. “Enxergamos essa mudança com otimismo, afinal a empresa foi construída e se consolidou ao longo destes 20 anos, e nosso compromisso continuará sendo a excelência no atendimento aos nossos clientes”, declarou. Hoje, o Grupo MP mantém a matriz em Campinas (SP), além das filiais nos aeroportos de Viracopos e Guarulhos, e nas cidades de Santos (SP), Salvador (BA) e Uruguaiana (RS). Apesar da crise econômica instalada no país, a empresa tem conquistado novos clientes nos últimos anos e, em busca de novos horizontes está iniciando projetos internacionais. Premiação Em 2012, a empresa recebeu da Infraero, o Prêmio Excelência Logística e, em 2014, também foi premiada com sua nova versão, que agora se chama Prêmio Viracopos Excelência Logística, concedido pela Aeroportos Brasil Viracopos. Nas duas ocasiões, a premiação se deu pelo destaque da eficiente performance logística do Grupo MP junto à indústria em sua atuação no Aeroporto Internacional de Viracopos. RCN | 15
Milhagem
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IntralogĂstica
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Comércio Exterior
Secex e RFB criam Grupo de Trabalho para aperfeiçoar o regime aduaneiro de Drawback Foi publicada no último dia 9 de julho, no D.O.U, a portaria conjunta número 1 de julho de 2015 da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Receita Federal do Brasil (RFB) que cria o Grupo Técnico Permanente para o Aperfeiçoamento do Regime Aduaneiro Especial de Drawback. O grupo tem como objetivo simplificar, modernizar e intensificar a utilização do Regime de Drawback, um dos mais relevantes mecanismos de agregação de valor e apoio às exportações brasileiras. Dentre as atribuições do GT estão a proposição de normas destinadas ao aperfeiçoamento da regulamentação do drawback, a cooperação e compartilhamento de informações entre os órgãos e a criação de medidas para simplificar o acesso e facilitar o seu cumprimento pelas empresas beneficiárias.
Segundo o Secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, a criação do GT cumpre com mais uma etapa do Plano Nacional de Exportações e mostra o empenho do governo em implementar as ações propostas para fomento do comércio exterior. O GT tem como foco aprofundar a discussão sobre medidas que possam reduzir a burocracia nos processos de comércio exterior. O resultado das discussões visa permitir uma maior simplificação para as empresas e, com isso, a melhoria no ambiente de negócios do País. A medida está prevista no pilar de aperfeiçoamento de mecanismos e regimes tributários de apoio às exportações do Plano Nacional de Exportações, lançado pelo governo federal com o objetivo de impulsionar as vendas externas brasileiras.
Divulgação
Investimento
BASF apresenta seu maior investimento na América do Sul A perspectiva é que o investimento no novo complexo de produção traga impacto positivo à balança comercial do País, cerca de US$ 300 milhões por ano A BASF inaugurou, no dia 19 de junho, o seu complexo de produção em escala mundial de ácido acrílico, acrilato de butila e polímeros superabsorventes, em Camaçari, Bahia. Com capacidade para 160 mil toneladas de ácido acrílico por ano, estas são as primeiras fábricas de ácido acrílico e polímeros superabsorventes na América do Sul. Um investimento de mais de 500 milhões, o que é um marco na história da BASF em mais de 100 anos. 20| RCN
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Para o presidente da BASF na América do Sul, Ralph Schweens, o Complexo vai garantir o abastecimento nacional e regional de produtos que são altamente importados, além de impactar positivamente a economia. A perspectiva da BASF é de que o investimento traga um efeito positivo à balança comercial do País, de cerca de US$ 300 milhões por ano, sendo US$ 200 milhões por meio da redução das importações e US$ 100 milhões ao ano em função da criação de exportações. “Essa é uma perspectiva de impacto anual na balança comercial do País, que deve ocorrer a partir do início da operação do complexo”, ressaltou Peter Fayterna, gerente de Supply Chain da BASF. O complexo construído na Bahia envolve a produção, em escala mundial, de ácido acrílico usado na produção de adesivos, produtos químicos para
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construção, entre outros, além de Polímeros Superabsorventes (SAP), usado na fabricação de produtos de higiene. Ao mesmo tempo, a BASF irá converter sua fábrica de acrilato de butila, localizada em Guaratinguetá (SP), em uma unidade de produção de acrilato de 2-etil-hexila, uma importante matéria-prima para as indústrias de adesivos e revestimentos especiais. Os produtos de CP (Acrilato de Butila e Ácido Acrílico) produzidos em Camaçari serão transportados para as demais regiões do Brasil por meio de navegação de cabotagem, o que permitirá a retirada de dez mil caminhões das rodovias. Para viabilizar esse transporte, a BASF contratou tanques nos terminais químicos da Vopak, em Aratu (BA), e da Ageo, em Santos (SP), que fizeram investimentos significativos para atender a demanda. Já a matéria-prima SAP será distribuída para as demais regiões do país utilizando o transporte rodoviário.
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Profissionais de Sucesso
Francisco Xavier da Silva Nunes Habilidade, criatividade, vontade e determinação são princípios essenciais para quem almeja o sucesso no trabalho, principalmente, para profissionais que iniciam a carreira ainda bem jovens. Mas, para ocupar um cargo de extrema confiança, aos 35 anos, em uma grande empresa é preciso muito mais. O entrevistado desta edição é Francisco Xavier da Silva Nunes, que nos conta um pouco de sua trajetória de sucesso e fala sobre as relações interpessoais e os desafios diários de fazer parte do gigante mundo aeroportuário, atuando como Superintendente de Negócios em Logística de Carga na Infraero Aeroportos. CN - Há quanto tempo está no cargo atual e como é sua rotina de trabalho? Estou há três anos neste cargo e hoje sou o responsável pelas atividades logísticas da empresa. A sede atua como principal órgão diretivo construindo políticas e estratégias de mercado, de gestão, e coordenando as necessidades da atividade com as demais áreas da empresa e os órgãos externos, sejam eles públicos ou privados. CN - Qual a sua cidade de origem? Onde mora atualmente e quando ocorreu a mudança? Nasci em Salto (SP) e atualmente moro em Brasília (DF). Mudei para Brasília em 2009 por conta de uma oportunidade que surgiu na sede da empresa, que precisava desenvolver sua estrutura de sistemas logísticos. 22 | RCN
CN - Conte-nos a sua trajetória profissional. Em que ano começou? Por quais cargos e departamentos passou? Comecei minha carreira em Viracopos, em 2002, em um departamento da Gerência de Logística do Aeroporto, conhecida como Estatística e Arquivo de Custódia, que era responsável, entre outras atividades, pelo arquivamento dos documentos liberatórios das cargas, e eu tinha o desafio de apoiar aquela equipe na obtenção de dados estratégicos referentes às cargas processadas no terminal. Em 2006, passei a ser o responsável pela equipe, que ganhava cada vez mais notoriedade, pois a extração de dados passava a ser decisiva para a criação de táticas comerciais paras novos projetos, como por exemplo, o VCP-flex e a própria manutenção das concessões de prazos www.cargonews.com.br
e tarifas da Linha Azul, entre outros. Já em 2009, a partir de uma reestruturação no terminal, assumi a coordenação de Facilitação e Atendimento ao Cliente, com o novo desafio de conduzir um efetivo ainda maior, distribuído em três departamentos. Em 2010 fui convidado para outro desafio, agora à frente da Gerência de Planejamento e Desenvolvimento da Infraero, em Brasília (DF), até que em 2012, recebi a incumbência de assumir a Superintendência de Negócios em Logística de Cargo, onde estou atualmente. CN - Qual a sua formação? Sou tecnólogo em Automação de Escritórios e Secretariado pela Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba (SP), e especialista em Gestão Estratégica da Logística pela Universidade Católica de Brasília. CN - O que o levou a escolher este mercado? Eu agarrei (literalmente) a oportunidade a partir de um colega de classe da faculdade, que mais tarde viria a se tornar uma espécie de mentor e grande amigo. Sempre chegávamos atrasados para as aulas de informática e acabávamos recebendo as atividades no mesmo grupo de alunos. Com o passar do tempo, ele percebeu minha vocação para os sistemas e o interesse na leitura “inteligente” de grandes bases de dados, que eram exatamente as competências necessárias para fomentar a gestão da área em que ele atuava. Esse meu amigo era o gerente do maior terminal de cargas do país, o conhecido Carlos Alcântara. Foi a partir daí que conheci o aeroporto e pouco tempo depois fiz o concurso, no qual fui admitido pela Infraero. CN - O que você aprendeu com os livros? Aprendi que a construção da teoria só é possível para aqueles que questionam seus limites. CN - E o que aprendeu de mais importante na prática? Tudo. A prática é insubstituível. Tem que se jogar! CN - Foram muitos desafios para chegar ao cargo que ocupa hoje? Sem sombra de dúvidas, posso dizer que a disposição de encarar desafios é proporcional ao nível das aspirações de qualquer profissional. Tenho sido muito feliz nessa jornada, pois tive a oportunidade
de participar de diversos projetos vencedores, desde a sua concepção. Isso na prática, me alavancou a interagir com diversas empresas de classe mundial, entidades governamentais e setoriais em busca da superação de desafios, que afligem uma grande parte da comunidade da logística brasileira. CN - Na sua opinião, hoje as empresas e profissionais precisam de mais qualificação? Por quê? Sim, eu creio que é uma questão de amadurecimento de nossa sociedade, de otimização de recursos; fazer mais com menos. Aqueles que dominam essa relação tendem a caminhar na frente de seus pares. CN - Como é sua rotina pessoal e profissional? É fácil conciliar as duas tarefas? Vivo em busca contínua pelo equilíbrio entre as duas jornadas. Tenho aprendido que uma, dificilmente, vive sem a outra. Não digo que isso é fácil, mas se torna menos difícil na medida em que assimilo, um dia após o outro, as pequenas lições que a vida nos oferece, inclusive a partir das experiências de outras pessoas. CN - Quais dicas você daria para jovens que estão começando e pretendem conquistar uma carreira de sucesso em grandes empresas? Provoque mudanças de dentro para fora e nunca perca a capacidade de se adaptar. CN - Que fator você considera essencial para a contratação de um funcionário? Um requisito muito importante é o espírito de equipe. CN - O que considera mais importante: saber lidar com pessoas ou fazer negócios? Na grande maioria dos setores, acredito que não existiria negócio sem as relações interpessoais. Priorizo, portanto, os relacionamentos. Quando sólidos, podem construir não apenas negócios, mas uma gama incomensurável de oportunidades. Os negócios, por sua vez, são frios; devem ser feitos, mas quando gerados a partir de bons relacionamentos, são mais duradouros e tendem a brotar novas oportunidades, que incluem novos relacionamentos e novos negócios.
Sobre a Infraero:
Fundada em 1973, a Infraero é uma empresa pública nacional habituada à diversidade brasileira. Ao todo são 60 aeroportos e 28 terminais de logística de carga. Em 2014, seus aeroportos movimentaram 430,7 mil toneladas de carga.
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Opinião
Grécia, Crise e Democracia: Uma Análise Conjuntural As crises políticas e econômicas contemporâneas não estão dissociadas das demais crises da história. Poderíamos imaginar que a depressão de 1929 ou até mesmo a crise de 2008, ambas nos EUA, poderiam ter gerado uma ‘curva’ de aprendizagem na linha do tempo acerca do comportamento do grande capital, entretanto, a perversidade dos sistemas financeiros globais acabam por prevalecer mesmo que contrariando o caminho da sensatez. A Grécia, por exemplo, berço da civilização ocidental e acolhedora dos mais conhecidos filósofos, ao nosso tempo, está fraca e envelhecida. Pois bem, o próprio Platão registrou em uma de suas observações a seguinte máxima, “Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e não de prudência.” Analogicamente posso continuar a dizer que, recentemente, o Banco Central Europeu se tornou a bengala que sustentou a economia grega dando suporte, por anos, a falta de prudência dos políticos gregos na condução de sua política econômica ancorada no endividamento externo. Este endividamento contorceu o alicerce da Grécia e desde então, estamos assistindo a desmoralização de toda uma nação sob o prisma de uma enorme crise econômico-financeira. Há aproximadamente 5 anos, quando os novos empréstimos começaram depender do pagamento dos empréstimos anteriores, a estrutura financeira grega passa a experimentar o que podemos denominar como uma verdadeira intervenção em termos de soberania nacional através da imposição de medidas de austeridade por parte dos credores, mais especificamente, por parte do Banco Central Europeu, da Comissão Européia e do FMI. O impacto de tais medidas é implacável e deixa para o povo grego uma taxa de desemprego de 26% ou pior, entre os jovens, esta taxa supera os 60%. Com os desdobramentos deste episódio a Grécia se torna o primeiro país desenvolvido da história a não pagar uma dívida com o Fundo Monetário Internacional e podemos nos perguntar:- Como isso poderia ser diferente em um cenário onde milhões de gregos es24| RCN
tão vivendo abaixo da linha da pobreza? Em resposta, os políticos gregos passam a considerar tais imposições de ajustes como ‘humilhantes’ e convocam um referendo. O resultado foi assim, no domingo de 5 de Julho de 2015, neste mesmo referendo, os gregos decidem não aceitar as condições dos credores do país em troca da ajuda financeira e com 100% dos votos apurados, o “não” venceu com 61,31% dos votos. Não obstante, cabe relembrar que na Grécia nasceu, também, a democracia. Uma democracia já enfraquecida que, por hora, parece ter sido repaginada e o povo se afirma como a expressão maior desta nação dizendo não às imposições de austeridade. Deveríamos sim, perto das reais necessidades não só do povo grego, mas de todos os povos oprimidos e todas as economias em ‘frangalhos’ do planeta, achar uma porta de saída contra a especulação financeira e dizer não ao capital fictício, rompendo com esta ciranda financeira que leva, de tempos em tempos, as economias globais ao desequilíbrio e as crises endêmicas geradas e alimentadas pelo próprio capital. Resumindo, melhor seria exportar e importar produtos da Grécia ao invés de cobrar juros e impor medidas e ameaças, desta forma o emprego e a renda real, prevaleceriam.
Chayene Martini, Mestre em Economia e Professor nos Cursos de Administração e Engenharia de Produção na Faculdade Metrocamp do Grupo Ibmec.
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Infraestrutura
Maria Fan, gerente comercial do GRU Airport Cargo
GRU Airport Cargo atrai novos negócios com investimentos Após 2 anos e meio sob administração da iniciativa privada, o terminal de carga apresenta desempenho acima do mercado, ampliando o market share do setor, com 36% de participação nas exportações e importações do País. Com o investimento de R$ 45 milhões em modernização da infraestrutura nos últimos três anos, ações maciças de relacionamento com o mercado e criação de uma nova política de trabalho, mais próxima com seus clientes e órgãos anuentes, já podem ser percebidos por quem utiliza o Terminal de Cargas de Guarulhos. Em 2014, o market share do terminal alcançou 36% nas importações e exportações, aliado aos investimentos na ampliação da capacidade de armazenagem e em melhorias da eficiência operacional, firmaram o terminal na liderança do transporte aéreo de carga no País. Um dos grandes destaques do terminal neste período de investimento após a concessão, foi a entrega das câmaras-frias de exportação e importação, que triplicaram a capacidade de armazenagem das cargas especiais de 7,7 mil para 26,3 mil m³. A ampliação do
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parque frigorífico tem como objetivo garantir o atendimento da demanda para os próximos anos. Segundo a gerente comercial do GRU Airport Cargo, Maria Fan, os investimentos nas câmaras-frias seguiram todas as exigências da ANVISA e, principalmente, se adequam as necessidades da indústria de fármacos e de produtos perecíveis. “Possuímos um bom relacionamento com a Indústria de Produtos Farmacêuticos e seus sindicatos, e buscamos atender as suas necessidades para que utilizem o terminal de cargas de Guarulhos. Hoje as principais indústrias deste setor atuam em nosso terminal”, afirmou a gerente. Outra área que recebeu grande atenção foi a dos armazéns de importação e exportação, que passou por readequação de layout e já permitiu o incremento de 24% na capacidade total de armazenagem. Um dos gargalos que foi resolvido é o transelevador, que
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antes possuía quatro pontos de saída e hoje passou para 10, duplicando o potencial de processamento de cargas. Em abril deste ano, também foi entregue uma área de 450m² reservada exclusivamente para a exportação de itens perigosos. Automação e tempo Além dos investimentos em infraestrutura, o terminal também apostou na automação dos processos internos que tornaram a operação mais eficiente e produtiva. O sistema de Recebimento Automatizado (RF), que substitui o comando escrito por uma tela instalada nas empilhadeiras com todas as informações ao operador para movimentação e armazenagem da carga. O sistema foi implantado inicialmente no terminal de exportação, que já está em plena operação, e recentemente, iniciou no terminal de importação, que estará funcionando 100% até o final de 2015. Segundo o GRU Airport Cargo, quando estiver em plena operação, o sistema poderá avisar, com até 12 horas de antecedência, as informações
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sobre a carga antes da chegada do avião no aeroporto, podendo assim, agilizar todo o processo de recebimento e armazenagem da mesma. Outro destaque entre os serviços oferecidos aos clientes, é o estacionamento exclusivo que organizou a ocupação das docas e reduziu em 38% o tempo para recebimento de cargas, além disso, está implantando o sistema de “pager” que é entregue ao motorista quando chega no terminal, e quando a carga já estiver liberada o “pager” vibra informando o motorista que já pode se posicionar nas docas para retirada da mesma. A reformulação do layout e dos processos da Central de Atendimento ao Cliente, que transformou o espaço em uma espécie de “Poupa Tempo”, fez a espera para liberação da DI cair 41%, com 90% das conclusões em menos de 10 minutos. Quem opera em Guarulhos já sente o reflexo das mudanças no terminal, o tempo total de liberação de cargas caiu 29% nos últimos dois anos, baixando a média das liberações no canal verde para 109 ho-
ras, em 2013, e para 77 horas em dezembro de 2014, isso incluindo todos os intervenientes do processo e tempo que cabe ao próprio importador. Novos parceiros e crescimento O terminal de cargas de GRU Airport possui um diferencial em seus negócios, a grande quantidade de destinos ofertados pelas companhias aéreas que operam no aeroporto e o maior do país em destinos nacionais e internacionais. Hoje a maior parte das cargas que chegam e saem do terminal vem em aviões mistos (aeronaves de passageiros e cargas de porão), porém, como parte da estratégia comercial do aeroporto, há os esforços em trazer de volta as operações cargueiras, que já apresenta um crescimento gradativo no número de aeronaves desta natureza. Só em 2014, quatro novos voos começaram a operar em Guarulhos – um vindo de Basel, na Suíça, e outros três com frequência semanal da Argentina, além das operações com voos charter cargueiros e da já existente rota semanal Miami-Guarulhos.
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Mesmo com os problemas econômicos enfrentados pelo país, que fizeram a movimentação de carga cair no primeiro semestre de 2015, GRU Airport ainda mantém bom desempenho e se consolida na liderança do setor. Em 2014, o terminal de carga registrou crescimento de 3% nas importações e exportações, enquanto o mercado em geral registrou queda de 3%. Em 2015 estão programados ainda mais investimentos em estrutura física, nos procedimentos internos e na eficiência operacional. “Os números comprovam o compromisso da equipe do GRU Cargo, ao mesmo tempo em que demonstram a confiança de nossos clientes e do setor de logística no nosso trabalho”, afirma Marcus Santarém, presidente do GRU Airport que conclui afirmando o compromisso da Concessionária em promover a modernização total do Terminal de Cargas de Guarulhos. A revista e portal Cargo News visitou o Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos a convite da GRU Airport Cargo.
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Acadêmico
Autores: Ana Paula Reis Noletto Roberta de Barros Magalhães Santos Sérgio Adriano Loureiro Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes - LALT | Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – FEC Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
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As características da cadeia do frio de produtos farmacêuticos no Brasil Produtos farmacêuticos são aqueles tecnicamente obtidos ou elaborados, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. A eficácia desses produtos depende da garantia da estabilidade dos mesmos de forma a preservar suas características originais relacionadas à qualidade, segurança e potência (ANVISA, 1999). Entre os fatores que afetam a estabilidade de um produto farmacêutico podemos citar a sua natureza química e as condições presentes na cadeia de distribuição. Alguns medicamentos apresentam uma maior sensibilidade às variações de temperatura em função do tempo. Esses produtos, em geral, precisam estar condicionados entre 2ºC e 8ºC, necessitando de uma cadeia de frio para distribuição (Amaral, 2013). A perda de qualidade desses produtos está relacionada com os parâmetros temperatura e tempo. Uma alteração de temperatura por um determinado período de tempo pode causar alteração das características físico-químicas do produto comprometendo a efetividade, eficácia e estabilidade do mesmo (ABRADILAN, 2015). Segundo dados da ABRADILAN, a falha na manuten-
Divulgação
Ana Paula Reis Noletto Pesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / Instituto de Tecnologia de Alimentos - ITAL Doutoranda em Engenharia de Transportes pela FEC/ UNICAMP
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ção da temperatura em cadeias de distribuição com sistemas de refrigeração causam a perda de cerca 50% de toda a vacina produzida no mundo. Em relação aos principais riscos aos quais os medicamentos estão expostos dentro da cadeia de distribuição, a USP36–NF31 da Farmacopéia dos Estados Unidos da América (The United States Pharmacopeial Convention, 2015) cita: - Níveis elevados de vibração: que pode levar a agregação de alguns medicamentos, tais como proteínas; - Falha de integridade da embalagem: que pode levar a contaminação ou perda do produto em si; - Variações de temperatura: que pode levar a mudanças de propriedades do produto. O Mercado de Produtos Farmacêuticos no Brasil De acordo com dados da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (ABRAFARMA, 2014). As grandes redes de farmácias alcançaram em 2014 faturamento de R$ 32,39 bilhões, um crescimento de 12,81% sobre 2013. O mercado varejista compreende cerca de 56 mil farmácias e drogarias. Além de milhares Roberta de Barros Magalhães Santos Pesquisadora do LALT/FEC/ UNICAMP Mestranda em Engenharia de Transportes pela FEC/UNICAMP
Sérgio Adriano Loureiro Pesquisador do LALT/ FEC/UNICAMP desde 2005 Doutor em Engenharia de Transportes pela FEC/ UNICAMP
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de clínicas e hospitais privados, 90% dos quais abastecidos por modal rodoviário. No Brasil a maior parte da distribuição ocorre de forma indireta passando por distribuidores enquanto uma parte menor segue direto para o varejista (Figura 1). Os principais atores no mercado brasileiro são: - Distribuidores (atacadista): adquire produtos farmacêuticos de empresas nacionais ou internacionais e repassa a varejistas (drogarias e farmácias) e prestadores de serviço (hospitais, clínicas); - Operadores Logísticos: gerencia estoque dos fabricantes nos centros de distribuição, realizando operações de armazenagem em temperatura controlada, nacionalização de produtos, etiquetagem, atendimento de pedidos, empacotamento secundário e logística hospitalar; - Transportadores: responsável pelo serviço de transporte na cadeia de suprimentos, devendo cumprir com os requisitos técnicos e regulatórios conforme legislação vigente, o que configura responsabilidade solidária até a entrega da carga. (Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2015).
Figura 1: Distribuição de produtos farmacêuticos no Brasil.
Legislações e Boas Práticas Corrêa e Aguiar (2012) apresentam um retrato das legislações brasileiras referentes às características e responsabilidades dos envolvidos na cadeia de distribuição desses produtos. Os principais temas abordados pelas legislações são: - Critérios para distribuição e transporte de medicamentos; - Obrigatoriedade e funções de farmacêuticos responsáveis em empresas de transportes e armazenagem; - Manuais de Boas Práticas de distribuição e fracio-
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namento de produtos farmacêuticos, entre outros; - Rastreabilidade, gerenciamento e manutenção da qualidade dos medicamentos (Corrêa; Aguiar, 2012); As indústrias farmacêuticas evitam transferir ou distribuir seus produtos em veículos que já transportem produtos que não sejam compatíveis, como por exemplo, produtos químicos. Os veículos devem estar devidamente documentados e em condições sanitárias que não comprometam a qualidade dos produtos farmacêuticos: limpo, sem umidade, sem odor e sem possibilidade de qualquer tipo de contaminação (ANVISA, 1999). Os produtos farmacêuticos devem ser manuseados de forma a manter sua integridade, segurança e qualidade (ANVISA, 1999). O empilhamento das caixas dentro dos veículos deve respeitar os respectivos critérios: volumes maiores e mais pesados em baixo, rota de distribuição e os símbolos pictórios ISO-780, que representam os cuidados necessários para manusear a carga de acordo com sua fragilidade, perecibilidade, periculosidade, empilhamento máximo de caixas, umidade, limite de temperatura e outras particularidades. Durante o processo de transbordo de carga nas transportadoras, os produtos farmacêuticos não podem ser acomodados diretamente no chão. A armazenagem de produtos farmacêuticos deve ser feita sempre em palete, em local limpo, sem contato com umidade, pragas, produtos com fortes odores ou qualquer outro que possa contaminá-lo (ANVISA, 1999). Nos centros de distribuição, os operadores logísticos devem possuir o rastreamento completo dos produtos farmacêuticos através de etiquetas com código de barras e sistema de gerenciamento de armazenagem. Após o processo de recebimento e conferência, as caixas ou paletes dos produtos deverão ser etiquetados. Cada etiqueta contém um código de barras com as informações de SKU (Stock Keep Unit), quantidade de unidades por caixa, lote e data de fabricação. Os produtos são normalmente armazenados em estruturas tipo single deep (racks) que permitem a seletividade individual. Cada posição nas estruturas possui uma identificação visual e em código de barras que possibilita a separação correta de cada lote. Além dos aspectos mencionados anteriormente, é importante destacar a necessidade de infraestrutura e equipamentos adequados para manutenção da temperatura do produto nas atividades de transporte, armazenagem e manuseio. Como, por exemplo, depósitos e veículos refrigerados, e também embalagens térmicas de qualidade. Para esse setor, existe uma grande gama de sistemas de embalagens disponíveis nos quais prevalece o
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uso de recursos para manutenção das baixas temperaturas. As Figuras 2 e 3 apresentam dois modelos de embalagem para esse segmento.
Tabela 1 - Caixas confeccionados com materiais isolantes como polietileno, poliestireno e polipropileno expandidos (TC 32” from the “tara-cool®” series)
Tabela 3 - Embalagens que apresentam em suas laterais painéis com sistema de isolação por vácuo (Sofribox® refrigerated Box)
A Diretiva 343/13 (Comissão Européia, 2013) trata do uso de embalagens e contentores adequados, veículos com temperatura controlada e monitorada durante o transporte e registro das condições ambientais de toda a cadeia de distribuição de forma que haja comprovação do controle. A Diretiva também apresenta uma preocupação com o uso de sacos de refrigeração em caixas térmicas no que se refere à contaminação do produto com contato direto e correto manuseio dos mesmos (Comissão Européia, 2013). Considerações Finais Este artigo tratou da importância da cadeia do frio para produtos farmacêuticos, identificando as características e a situação do mercado brasileiro. Controlar oscilações de temperatura nas atividades logísticas é um 30 | RCN
fator crítico de qualidade para alguns tipos de produtos farmacêuticos. A responsabilidade pelo sucesso nesta cadeia de suprimentos é compartilhada por seus principais atores. Dentre os principais desafios enfrentados podemos citar: a grande extensão territorial do país e sua diversidade climática que produz grande amplitudes térmicas influenciando os aspectos tempo e temperatura diretamente associados a qualidade do produto; e a falta de infraestrutura (depósitos e centros de distribuição) e equipamentos adequados (veículos e embalagens) o que afeta a eficiência das operações. Outros desafios enfrentados pelo setor no Brasil são roubo de carga e a falsificação de produtos. Referências Bibliográficas Amaral, C. G. de F. Cadeia de frio na distribuição farmacêutica. 2013. 62 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 329/MS/ANVS, de 22 de julho de 1999. Institui o Roteiro de Inspeção para transportadoras de medicamentos, drogas e insumos farmacêuticos. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 26 jul. 1999 Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos - ABRADILAN. Os desafios da cadeia de frio na indústria farmacêutica. São Paulo, 12 maio 2015. Disponível em: <http://www.abradilan.com.br/index. php?m=noticiaFE&id_noticia=1298>. Acesso em: 09 jun. 2015. Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias – ABRAFARMA. ABRAFARMA em Números. Disponível em: http://www.abrafarma.com.br>. Acesso em: 09 jun. 2015. Comissão Europeia. Diretrizes de 5 de novembro de 2013, relativas às boas práticas de distribuição de medicamentos para uso humano. Jornal Oficial da União Europeia, 23 Nov. 2013. Disponível em: <http://www.ordemfarmaceuticos. pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/articleFile1083.pdf>. Acesso em: 09 jun. 2015. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Distribuição e transporte. São Paulo: CRF-SP, 2015. 39 p. Disponível em: <http://portal.crfsp.org.br/publicacoes-2/ cartilhas-por-area.html?download=4:cartilha-da-comissao-de-distribuicao-e-transporte>. Acesso em: 09 jun. 2015. Corrêa, g. b.; Aguiar, M. M. G. E6 Farm 26 - distribuição e transporte de medicamentos. Pós em Revista, Belo Horizonte, n. 6, nov. 2012. Disponível em: <http://blog.newtonpaiva. br/pos/e6-farm26-distribuicao-e-transporte-de-medicamentos/>. Acesso em: 09 jun. 2015. The United States Pharmacopeial Convention. The United States Pharmacopeia. USP 38; NF 33. Rockville: The United States Pharmacopeial Convention, Inc., 2015.
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Coluna
Fim de Semestre Por Adauto Roberto Ribeiro
E o primeiro semestre de 2015 acabou, metade do ano se passou. A expectativa de um ano economicamente ruim vem se confirmando. Agora é hora de já pensar e planejar o ano de 2016. O ideal é uma recuperação da economia, apostar em uma piora do cenário econômico é o mesmo que agir para que este cenário aconteça, o que definitivamente não é bom para o conjunto da economia do país. Pensando nestas questões fui dar uma olhada no Boletim Focus, publicação do Banco Central com as projeções feitas por agentes do mercado quanto aos seus prognósticos para o ano de 2015, e para 2016, realizado na última semana de junho. Pois bem, os dados publicados na pesquisa apontam para uma estabilização da crise econômica e uma retomada lenta do crescimento ao longo do próximo ano. Os agentes, na média, foram até mais otimistas do que eu esperava; senão, vejamos o que o mercado projeta para as principais variáveis econômicas neste ano e em 2016. Para a taxa de inflação, dado o expressivo aumento nos preços administrados ocorrido nos últimos meses, o mercado espera uma variação de preços de 9% para o IPCA e de 7% para o IGP-M ao final deste ano; já para 2016 a projeção é de uma inflação de 5,5% para os dois índices. Desta forma, os agentes econômicos esperam uma desaceleração no crescimento dos preços, embasados no fato de que os preços administrados já foram reajustados e os preços livres sofrerão com a retração da demanda, fruto da política monetária restritiva com a alta dos juros. Em suma, esperam que a inflação caminhe de volta para a meta. Já a previsão para a taxa de juros Selic é que esta deverá fechar 2015 em 14,25% ao ano, devendo diminuir para 12% em 2016. Neste aspecto, a perspectiva é de taxa de juros acima de dois dígitos por um tempo mais longo do que gostariam os que produzem e consomem. Por outro lado, para a taxa de câmbio, a previsão do mercado é de que não deverá sofrer grandes alterações, devendo fechar 2015 em 3,20 R$/dólar e em 3,37 R$/dólar para 2016. Tenho como hipótese que o mercado acredite que um au-
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mento expressivo do dólar pode aumentar a inflação e uma queda expressiva não estimula a exportação, assim, ao que parece, o mercado estima que o governo vai fazer o possível para deixar o câmbio como esta. Para a dívida liquida do setor público, medida como percentual do PIB, uma das variáveis mais citadas hoje como fonte de crise econômica, o mercado prevê que fecha o ano em 37,3% e em 2016 chegue a 38,1%. Uma pequena variação, mínima por sinal, nada catastrófica. Já para a produção industrial, a estimativa para este ano é de grande queda, menos 4%, no entanto, para 2016 o mercado espera um crescimento de 1,5%. Com isso, a previsão para o PIB, de menos 1,5% para esse ano, passa para um crescimento de 0,5% para 2016. Da mesma forma, espera-se para o próximo ano uma balança comercial um pouco mais positiva do que a deste ano (de 4 para 12 bilhões de dólares) e que o balanço de pagamentos apresente quase a mesma entrada de investimentos externos deste ano, algo ao redor de 65 bilhões de dólares. Portanto, o que chama a atenção, é o quanto as estimativas dos agentes econômicos para a economia brasileira destoam do cenário pessimista divulgado no dia a dia econômico. Assim, fica aquela sensação de “copo meio cheio meio vazio”; as notícias do dia a dia nos fazem avaliar o cenário com mais pessimismo, já os dados acima dos agentes de mercado, ao contrário, colocam-se mais otimistas. Para estes, a economia caminha para o ajuste. Assim, como cada um elabora seu próprio cenário, eu fico com a visão mais otimista, não quero parecer querer o pior para a economia do país.
Adauto R. Ribeiro
Economista e diretor adjunto do Centro de Economia e Administração PUC Campinas
Sala de Embarque
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Opinião
Decisões Do verbo decidir. Verbo transitivo e intransitivo. Eu decido, você decide…todos nós decidimos todos os dias, todas as horas, desde o momento que acordamos ou dormimos. Nós decidimos comer, dormir, trabalhar, comprar e não comprar, ir ou não ir e assim por diante. Mas, temos as decisões estratégicas, aqui me refiro às empresariais. Nestes períodos “críticos”, estamos com uma verdadeira síndrome de crises; é crise de confiança, de segurança, de vendas, de talento, de ideias, de líderes, entre tantas outras, e mesmo assim, temos que decidir em nosso dia a dia. As formas de tomar decisões podem ser pela razão ou emoção, mais ousado e menos ousado.
Carlos Júlio, consultor, professor e comentarista da Rádio CBN, é bem claro quando afirma que decisão estratégica é caracterizada por: foco, disciplina e organização. Neste tempero do cotidiano, incluo o “feeling” – sentimento-pressentimento - do profissional que tem a responsabilidade de decidir. Pesa no contexto a experiência, a vivência, e mais, o fazer acontecer (fazeção) e vamos à decisão.
Decidir as prioridades, ao meu ver, tem um valor considerável. Entender o que a idade e a experiência nos entrega é um grande diferencial, um facilitador que pode ser determinante nas tomadas de decisões. Muitas vezes somos vítimas do impacto do momento e, acabamos por decidir sem uma visão de futuro, visão de oportunidade, mas sim, por “clichês”.
Me preocupa muito, mas muito mesmo, a “crise psicológica”, o pessimismo que em primeiro lugar bloqueia a criatividade e inibe as ações. Dias atrás, tomando café na padaria, pessoas em uma mesa ao lado comentavam sussurrando: o HSBC dispensou 20 mil funcionários ou mais.
O economista (XXX) disse que não vai dar certo, que não é o momento, e aí a vaca vai para o brejo.
Ora gente, o HSBC está vivendo um problema global, inclusive com perda de competitividade e de credibilidade, então sair do Brasil e da Grécia é estratégico, meio que cortar o mal pela raiz; e para o HSBC, o momento e clima para isso é o melhor possível agora. Enfim, vamos pensar e decidir. Com certeza você vai precisar. Boa sorte!
Luiz Antonio Guimarães Publicitário, consultor em comunicação e marketing
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Neste tempero do cotidiano, incluo o “feeling” – sentimento-pressentimento - do profissional que tem a responsabilidade de decidir. www.cargonews.com.br