Índice Editorial
Caros leitores,
Indústria farmacêutica Pág. 04
Sou otimista, mas.... Armínio Fraga ex presidente do Banco Central um dos Gurus mais respeitados da nossa economia, afirmou em entrevista Exame que o crescimento do Brasil não está garantido em 2018. Apesar de mostrar uma visão otimista Fraga ressalta riscos relevantes. Ele aponta a possível eleição de um candidato populista num país que precisa de um tremendo ajuste fiscal é algo perigoso. A retomada do crescimento do Brasil é esboçada em vários setores é realmente o processo político é um grande ponto de interrogação. Mas mesmo num quadro complexo em nossa economia o país mostra que tem gente correndo e investindo, a Cargo News, partiu pra campo e trouxe uma matéria exclusiva sobre as tendências tecnológicas que transformam o setor de transportes de carga, abordando tecnologias de ponta que prometem mudar nossa maneira de fazer negócios. Pelas mãos de Carlos Mira CEO da TruckPAD a gente vê um Brasil que empreende que força o mercado a sair da inércia. A Cargo News trouxe uma reportagem sobre mercado farmacêutico, há três anos em constante crescimento. Antonio Brito da Interfarma afirma que o setor foi menos impactado e cresce a invejáveis dois dígitos ao ano. Uma história de empreendedorismo puro da Topack o primeiro fabricante de Big Bag no Brasil é uma verdadeira aula de negócios, ousadia e pesquisa. Vamos conhecer o idealizador desse projeto José Maddaloni. O diretor geral da JAS do Brasil Elder Apolinário falou, com exclusividade para a Cargo News sobre o ano que passou e quais são os planos da JAS para o futuro. Um dos maiores especialistas em Logística e Comércio Internacional, J.G Vantine colaborou com precioso artigo sobre os "Obstáculos e Desafios da Logística em Tempos de Crise" um material imperdível. Dr. Marcelo Depícoli Dias fala sobre o que significou a Reforma Trabalhista e suas implicações para as relações laborais. Se sua empresa ainda não recebe a Cargo News escreva para editor@cargonews.com.br e veja como receber a revista. www.cargonews.com.br Redação
Foto: Aline Soriani
Big Bag | 12 Teste de metragem dos fios
Ano XIV Edição 163 | 2018
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Viracopos | 12 Reconhecimento
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RCN - Fármacos
Indústria farmacêutica:
um mercado em
ascensão
Há três anos em constante crescimento, o mercado farmacêutico inicia 2018 com as melhores perspectivas Na contramão de diversos setores da economia brasileira, o mercado farmacêutico vem despontando na lista de maior faturamento nacional. Se por um lado a economia brasileira ainda tenta se reerguer e projetar melhorias em 2018, de outro o segmento vem crescendo cerca de dois dígitos ao ano.
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Os números do varejo farmacêutico são expressivos: em 2016, o mercado total – que inclui vendas de todos
Antônio Britto,
presidente-executivo da Interfarma
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os tipos de medicamentos – vendeu 3,5 bilhões de unidades, um avanço de 12,69%. Somente no primeiro semestre de 2017 foram comercializados 1,8 bilhão de unidades, número 3,87% superior ao mesmo período do ano anterior.
Em 2018, as perspectivas são crescimento contínuo. Dados divulgados pela consultoria IQVIA preveem um crescimento entre 6,9% a 9,3% em faturamento e aproximadamente 3,0% em unidade, mesmo em meio à crise. De acordo com a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), com a possível retomada do crescimento e do emprego, existe otimismo no setor. “O impacto da crise brasileira no setor farmacêutico é menor do que o registrado em outras áreas de atividade econômica. Esse fenômeno tem sido registrado em outros países e em outros momentos de crise, mas sempre justificado da mesma forma: medicamentos são produtos de primeira necessidade, portanto a tendência é só reduzir o consumo em situações mais extremas de falta de recursos”, explica o presidente-executivo da Interfarma, Antônio Britto.
Uma das frentes que devem alavancar as vendas nos próximos anos são a dos medicamentos sob prescrição médica. Segundo relatório da IQVIA, estima-se que o crescimento anual médio desses medicamentos será de 6,3% até 2020, destacando medicamentos contra o câncer e imunossupressores. Já os projetos de pesquisa e desenvolvimento de fármacos (P&D) devem ser responsáveis por 50% do aumento das vendas em 2022. “Os medicamentos biológicos, destinados ao tratamento de doenças neurológicas degenerativas e males de alta complexidade, como o câncer, têm se mostrado tendências nas ciências médicas. Muitas pesquisas nessa linha foram anunciadas nos últimos anos e, muito provavelmente, devem fazer esse segmento de mercado crescer significativamente”, afirma Britto. Desafios no setor: a busca pela inovação Um dos maiores desafios enfrentados pelo setor hoje é em torno da inovação. Ao mesmo tempo em que o Brasil ocupa uma posição de destaque no mercado mundial – com grandes perspectivas de ascensão, devido ao tamanho do mercado farmacêutico – as expectativas sobre inovação são menos otimistas.
são multicêntricas, as empresas acabam desistindo e retirando os pedidos submetidos no Brasil para que o cronograma mundial não seja comprometido. Ou pior, sequer fazem o pedido para condução de estudos clínicos aos órgãos competentes”, finaliza o presidente. A Logística a favor do crescimento Os bons resultados do setor farmacêutico têm impulsionado também os negócios de outros segmentos, principalmente da logística, devido à grande demanda de distribuição, armazenamento e gestão de medicamentos no país. Um exemplo desse crescimento é a Ativa Logística, uma operadora logística de medicamentos e cosméticos nacional há mais de 20 anos no mercado. De acordo com o gerente comercial, Silas Gabriel Franco, a empresa tem ampliado diversos serviços agregados à logística para acompanhar o crescimento do mercado, que aumenta constantemente seu faturamento graças à evolução dos sistemas de gestão. “Temos investido fortemente na qualificação das informações e na ve-
locidade da disponibilização das mesmas. Entre nossas principais inovações estão a gestão de filiais, fornecimento de mão de obra especializada e apoio de consultoria fiscal e regulatória”, informa. Apenas no último ano, a Ativa atendeu 2.510 cidades brasileiras, totalizando 150 mil entregas por mês e 200 mil toneladas transportadas por ano, oferecendo soluções nos modais rodoviário e aéreo e em logística. Para 2018, as expectativas são ainda melhores – a estimativa de crescimento é de 20%. Apesar da evolução contínua, o setor trabalha incessantemente para transpor os desafios de uma cadeia cada vez mais meticulosa. “Um dos principais desafios para atingir esse crescimento em 2018 é de se manter com qualidade e eficiência seguindo todas as normas exigentes pelos órgãos competentes”, informou Franco. “A Anvisa, por exemplo, está empenhada em oficializar a rastreabilidade de cada medicamento no país, e a Ativa Logística já dispõe desse sistema e, sem dúvida, será mais um importante diferencial na prestação de serviços neste ano”, conclui o gerente.
“Tais entraves fazem com que os pedidos de estudos clínicos cheguem a demorar o dobro da média mundial, cerca de 12 meses, para um retorno. Como as pesquisas mais relevantes
Silas Gabriel Franco,
gerente comercial da Ativa Logística
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Segundo Britto, existe um ambiente atraente à pesquisa clínica no país, graças a existência de centros de excelência em pesquisa e profissionais altamente qualificados, mas também significativos entraves à aprovação dos pedidos de estudos clínicos, ora protagonizados pela regulação sanitária, ora pelos órgãos de controle ético.
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RCN - Inovação
A tecnologia
a favor da
logística
Como a utilização das tendências tecnológicas transforma o setor de transporte de cargas O uso das tecnologias na logística já é uma realidade para centenas de empresas brasileiras de diversos segmentos. Investir em um fluxo de operações mais inteligente, ágil e dinâmico é uma prioridade para empresas que desejam aumentar seu faturamento e reduzir custos. Em um mercado cada vez mais competitivo e exigente, o empreendedor deve estar preparado para embarcar nas mudanças e satisfazer as necessidades do novo consumidor, co-
nectado e adepto às tendências. Nesse contexto, um dos fatores mais decisivos para o sucesso dos negócios é a logística assertiva, que facilita o fluxo de ações da empresa. Para facilitar a gestão de transporte de cargas, as tecnologias aparecem como ferramenta fundamental para trazer benefícios ao cotidiano empresarial. Pensando nisso, criamos um guia com as principais tendências da tecnologia aplicada na gestão do transporte
de cargas, que prometem estar cada vez mais presente em seu cotidiano. Principais Tecnologias • Rastreamento e Monitoramento As tecnologias que fornecem o rastreio preciso de cargas permitem o acompanhamento do status dos transporte, sinalizando as possíveis ocorrências em tempo real. Aprofundando as tecnologias de rastreamento, é possível usá-las como uma ferramenta para maior segurança da carga e também para determinar melhores rotas de tráfego e facilitar a tomada de decisões dos administradores, que conseguem encontrar soluções mais adequadas em menor tempo, além de oferecer aos clientes a possibilidade de acompanhar entregas em tempo real. • Geolocalização e Radiofrequên-
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cia
Carlos Mira,
CEO da Truck Pad
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• O RFID (Radio Frequency Identification), ou identificação por radiofrequência, é uma tecnologia que vem sendo largamente utilizada para o controle de cargas. Nela, um chip é
fixado em cada produto, que fornece a localização exata do objeto em tempo real, no estoque ou dentro de um caminhão em movimento, detectando todas as manipulações do item. Essa inovação garante mais visibilidade e controle dos estoques, além de oferecer o rastreamento completo dos objetivos, evitando, em muitos casos, roubos e extravios. Como tecnologia complementar entra a Geolocalização, utilizada para identificar e rastrear as cargas a partir dos dados coletados do RFID, gerando referências precisas sobre os veículos e cargas. Sistemas bem estruturados com base na georreferência e na radiofrequência dispensam o uso de tecnologias ultrapassadas e permitem uma avaliação completa sobre o status e o desempenho de cada transporte individualmente. Softwares • Empresas que buscam processos mais eficientes têm apostado em softwares capazes de oferecer melhores resultados na gestão de logística. Entre eles, destacam-se o Sistema de Gestão de Transporte (TMS), usado para planejar rotas, administrar atividades da transportadora e otimizar o envio de cargas, entre outras variadas funções. O TMS integra essas operações e funciona como uma rede colaborativa entre equipe e clientes. • Outro software utilizado para gerenciar rotinas relacionadas ao estoque é o WMS (Warehouse Manage-
ment System). Essa ferramenta realiza a programação de entrada e saída de pedidos, gerencia o recebimento e inspeção de cargas, endereçamento de itens, embalagem, estocagem, separação de pedidos, carregamento e expedição, emissão de notas e inventários. As tarefas rotineiras de estoque exigem organização e cuidados, e uma solução como esta é imprescindível para empresas. • A criação de Mapas Inteligentes e de Sistemas de Roteirização são extremamente úteis no transporte de cargas. Conhecidos como Roteirizadores, esses softwares auxiliam gestores no planejamento e distribuição ao otimizar as rotas de entrega. Para isso, esses sistemas fazem cálculos de quilometragem para definir com precisão as rotas diárias, programando os veículos de acordo com o volume de entregas. Graças à esse recurso, gestores podem controlar e planejar a sequência de viagens e o locais atendidos, considerando a localização geográfica, prevendo também consumo de combustível e tempo de viagem. • Já para a administração de frotas de veículos, existem softwares de automação, como o Sistema de Gestão de Frotas. Com ele, gestores conseguem organizar o fluxo de informações com maior agilidade e maior poder de decisão. Softwares com essa finalidade realizam tarefas como controle da perícia técnica, gestão de manutenções, organização de escalas e monitoramento do consumo de combustíveis.
Aplicativos O uso da tecnologia mobile aprimora a gestão e exerce função fundamental para assegurar que o fluxo de informações seja sempre constante e sem ruídos. Nessa linha, o uso de aplicativos aumenta a eficiência e eficácia no uso de veículos e facilita a comunicação, fator indispensável no bom funcionamento logístico.
"O que acreditamos é que veículos, profissionais e empresas estarão cada vez mais conectados" Carlos Mira Facilitando a tarefa de encontrar cargas de retorno e bons motoristas, surgem aplicativos como o TruckPad, uma ferramenta completa para encontrar, contratar e gerenciar motoristas autônomos. “O TruckPad foi idealizado para ser o amigo eletrônico do motorista de caminhão e criar soluções para o dia a dia de seu trabalho, fornecendo cargas para todos os tipos de caminhões em todo o país, além de informações como rotas, custos de viagem, notícias do setor e promoções exclusivas com fornecedores do mercado”, informa o CEO da TruckPad, Carlos Mira. www.cargonews.com.br | 07
RCN - Inovação
Além disso, o TruckPad conta com funcionalidades como acompanhamento do motorista durante o trajeto através da tecnologia de geolocalização e um chat para comunicação direta. Tudo para garantir ainda mais controle e visibilidade para as empresas contratantes. “Ao baixar o aplicativo TruckPad no smartphone, o motorista se cadastra e informa seus dados básicos, as características de seu caminhão, região que prefere viajar, entre outros. Já as empresas, sempre que precisam fazer um transporte, listam suas cargas na web e informam origem e destino da carga, o valor do frete e o tipo de caminhão. Assim, o sistema conecta as demandas de serviço com os motoristas disponíveis. Por trás, existe um potente algoritmo que analisa e recomenda as melhores ofertas de carga para o motorista de acordo com o perfil e histórico do caminhoneiro”. “Não acreditamos que os aplicativos por si só sejam o futuro. O que acreditamos é que veículos, profissionais e empresas estarão cada vez mais conectados – independentemente dos dispositivos eletrônicos utilizados – num futuro bem próximo. Nesse contexto, a troca e compartilhamento de dados entre as partes trará cada vez mais eficiência para o setor de logística e transporte. E é esse caminho que o TruckPad está trilhando”, finaliza Mira.
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E-commerce e transportadoras Segundo dados da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o setor de E-commerce cresceu 12% no comparativo entre 2016 e 2017, representando um faturamento de 59,9 bilhões de reais. Com um mercado consolidado e mais de 203 milhões de entregas realizadas no ano, o setor ainda esbarra na logística, e mais de 90% das entregas ainda é realizada pelos Correios. Para buscar essa fatia do mercado, transportadoras devem modernizar seus processos e modelos de entrega, oferecendo opções de qualidade ao cliente. A tendência é investir em novos softwares e aplicativos que facilitem a integração entre e-commerces e seus modelos de entrega e tragam rastreamento em tempo real aos compradores.
Tendências para o Futuro Inúmeras tendências tecnológicas despontam no mercado, prometendo revolucionar os processos logísticos brasileiros. Para se manter competitivo, é crucial que a empresas busquem olhar para o futuro e realizar mudanças e investimentos assertivos, saindo da zona de conforto. Vem por aí uma nova era no transporte, e é bom estar atento para analisar essas tendências e aplicá-las na dianteira do mercado. O Transporte Autônomo, por exemplo, já é uma realidade e em breve caminhões poderão fazer entregas sem a necessidade de um motorista. Graças a um potente sistema de GPS, o rastreamento é preciso e facilita a estimativa de prazos e possibilita o controle total sobre as entregas.
Para estabelecer uma maior proximidade com o clientes, diversas empresas já apostam nas entregas no dia da compra, ou em espaços curtos de tempo. Esse pode ser um fator decisivo na decisão de compra, e promete se fortalecer nos próximos anos. A entrega de mercadorias ganhará também um novo reforço: a utilização de drones. Algumas empresas, preocupadas em realizar entregas cada vez mais rápidas, já começaram a realizar testes utilizando o equipamento, uma ferramenta que promoverá mudanças impactantes no setor logístico, uma vez que facilita também a entrega em locais de difícil acesso. Além do transporte, drones também serão utilizados para o monitoramento de caminhões por meio de câmeras, que transmitem as imagens em tempo real.
Inovação Tendências para o Futuro
Imagem Iustrativa
Na outra ponta, as empresas que necessitam de um caminhoneiro listam suas cargas na web, informando o valor do frete, o tipo de caminhão e as localidades de origem e destino da carga. Para ajudar tanto empresas como motoristas a terem mais segurança na contratação, o sistema conta com avaliações de usuários, onde é possível saber mais sobre os serviços prestados anteriormente por ambas as partes.
A tecnologia, além de trabalhar a favor do desenvolvimento, tem uma função ainda mais importante: identificar problemas e encontrar soluções viáveis e práticas para sua resolução. Por isso o Governo Federal desenvolveu no final do ano passado uma ferramenta para tentar resolver um problema muito recorrente no transporte internacional de mercadorias: as barreiras às exportações. O programa, chamado SEM Barreiras – Sistema Eletrônico de Monitoramento de Barreiras às Exportações Brasileiras –, é uma ferramenta elaborada em conjunto entre Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) e Ministério das Relações Exteriores (MRE) para identificar barreiras comerciais à exportação e auxiliar na transparência à análise e na busca por soluções para as barreiras apontadas pelas empresas e associações brasileiras. Segundo um estudo da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), países em desenvolvimento como o Brasil perdem cerca de US$ 23 bilhões
anualmente, o equivalente a cerca de 10% de suas exportações para o G20, graças às barreiras não tarifárias. Já a Organização Mundial do Comércio (OMC), identificou que a quantidade de barreiras mundiais cresceu de 3,3 mil em 2013 para 3,5 mil em 2016, um aumento nos entraves que passam despercebidos em acordos comerciais e que drenam a capacidade competitiva das exportadoras brasileiras. “O Brasil não é um país isento quanto às barreiras não tarifárias, visto que foi identificado também um aumento aqui. As consequências imediatas estão sempre relacionadas a uma diminuição nas trocas comerciais entre os países e prejuízos”, explicou Sérgio Vietas, Diretor Comercial América Latina da NSI (News Soft Intelligence) e especialista em comércio exterior. De modo sintético, o SEM Barreiras visa auxiliar o governo brasileiro a identificar, de forma contínua e sistemática, eventuais barreiras ao acesso de produtos nacionais a mercados externos. “É uma ferramenta para monitoramento, além de uma plataforma de diálogo que permite a comunicação sobre barreiras criadas por um país à exportação. As associações empresariais são as organizações que,
frequentemente, ajudam o exportador a analisar a barreira”, diz Vietas. Para ser efetivo, é fundamental, entretanto, que todo o setor privado adote o SEM Barreiras em suas rotinas, contribuindo com o preenchimento de informações e de dados. “O MDIC, o MAPA, entre outros órgãos governamentais, e as entidades de classe atuam constantemente para dissolver as barreiras comerciais. O SEM Barreiras facilitará a comunicação e, portanto,
"O Brasil não é um país isento quanto às barreiras não tarifárias, visto que foi identificado também um aumento aqui" Sérgio Vietas as ações serão aceleradas. A organização, que pode ser uma empresa ou uma associação, insere qual é a medida restritiva identificada e, posteriormente, tem a visualização sobre o status do processo, acompanhando as ações adotadas pelo Governo para eliminação dessas medidas ou redução dos seus efeitos”, finaliza Vietas.
Sérgio Vietas,
Diretor Comercial América Latina da NSI
Divulgação
Inovação para superar barreiras às exportações brasileiras
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RCN - Big Bags
Topack do Brasil:
O DNA do
Big Bag nacional Responsáveis pelo nascimento da produção de Big Bags no Brasil, a Topack faz história e comenta os rumos para o futuro do setor Responsáveis por revolucionar a armazenagem e o transporte de dezenas de produtos comercializados em grande escala, o Big Bag – ou flexible intermediate bulk containers (FIBC), como é chamado mundo afora – é uma artigo importantíssimo para o melhor aproveitamento dos estoques. No Brasil, esse container flexível foi trazido pelas mãos do empreendedor José Maddaloni, que com isso iniciou uma história de sucesso e crescimento do produto no país.
Fotos: Aline Soriani
O Big Bag nada mais é do que uma embalagem de alta resistência e tenacidade utilizada para o armazenamento e transporte de grandes quantidades de produtos, como grãos e açúcar, entre outros. Sua história começou em
1940, na Europa, com um percursor da FIBC, feito de borracha de PCV. Mas foi só a partir de 1960 que se iniciou sua fabricação em grande escala, com a utilização do polipropileno como matéria prima. Em 1979, Maddaloni buscou adaptar, de maneira pioneira, a produção do produto no Brasil. “A produção do Big Bag se iniciou antes do nascimento da Topack, através de uma solicitação feita pela Rhodia, de Santo André, uma empresa têxtil que usava o big bag que vinha da França e Inglaterra. Eles me propuseram o desafio de reformar as bags que eles tinham paradas, e com o sucesso da reforma, vieram também outros pedidos, e assim nasceu a fabricação nacional de big bags”, contou
Maddaloni. “Recebi todo apoio técnico da Rhodia, que em troca conseguiu diminuir custos e modernizar suas embalagens paradas”. Após o sucesso do primeiro pedido, seguiram-se outros, e a demanda cresceu exponencialmente. “Começamos então a produção em grande escala, para transportar ácido tereftálico, a matéria-prima do PET, produtos químicos para produção de colas e diversos outros produtos. Degrau por degrau, a produção cresceu, até culminar na Topack, alicerçada por pedidos cada vez maiores, dessa vez da indústria alimentícia, como a soja e o açúcar. Essa era a embalagem do futuro”, contou. Maddaloni, buscando evoluir seus
Teares Topack do Brasil
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José Maddaloni,
diretor e fundador da Topack do Brasil
Adilson Duque,
funcionário da Topack do Brasil há 13 anos
processos, passou a visitar diversas fábricas do mundo, como nos Estados Unidos e México, onde pôde aprender e ganhar experiência na customização de bags especiais. A primeira evolução da fabricação foi a verticalização da Topack. “Ao invés de só fabricar o tecido a partir da compra de fios, comprei extrusoras e teares e desenvolvi um maquinário para a fabricação dos fios. Essa máquina é única, e não existe em nenhuma outra fábrica de big bags”.
les de qualidade, como o teste cíclico e testes de resistência mecânica, de tracionamento e de queda, que seguem os padrões de qualidade exigidos pelo Inmetro e padrões internacionais”. A tradição e o cuidado permanente com a qualidade dos produtos da Topack angariou importantes clientes, que acompanham a trajetória da empresa e evoluem com ela, como Copersucar, Braskem, AMG plásticos, Complexo PQS e AMBEV, entre muitos outros.
Outro destaque da Topack do Brasil é a produção de bags travadas, embalagens desenvolvidas com travas internas que possibilitam a armazenagem de diferentes alimentos e materiais sem distorção e com empilhamento perfeito. “A utilização das bags travadas garante segurança no empilhamento, uma vez que evita a expansão das embalagens e possíveis acidentes. A Topack é pioneira nessa customização”.
Mercado em crescimento para 2018 Com a crise que afetou dramaticamente o mercado brasileiro, muitos processos de crescimento empacaram, mas 2018 se inicia com novas perspectivas e oportunidades para o setor. “Nossa demanda já está aumentando, principalmente para mercados como petroquímico e agronegócio, que buscam formas inteligentes de armazenamento. Mas já surgem no horizonte também oportunidades na área de fertilizantes e de outros produtos alimentícios”, prevê Maddaloni. “Nossa expectativa para 2018 é uma retomada no crescimento das vendas, principalmente para novos mercados consumidores que estão
Tecnologia na produção do Big Bag Além do desenvolvimento de uma maquina para a produção de fios, a Topack também possui outras invenções, feitas por uma equipe interna específica para construção de maquinários patenteados. Entre elas, está um equipamento para a costura de alças do big bag, e para a costura das travas internas. Qualidade e Tradição em Big Bag Em 38 anos da Topack do Brasil, a qualidade sempre foi imperativa para a produção de big bags. “Todo nosso processo passa por rigorosos contro-
Topack do Brasil
surgindo, como mineração, petroquímica fina e ferro silício. Acreditamos que o crescimento está aí, e vamos continuar buscando essa evolução”, finaliza Maddaloni.
A Topack do Brasil
Instalada na cidade de Americana, São Paulo, em uma área de 60.000m², especializou-se na manufatura de diferentes tipos de produtos e embalagens para os segmentos alimentícios, químicos, petroquímicos e minerais. Atualmente, os produtos da marca Topack estão presentes em todos os portos marítimos, nacionais e internacionais, fazendo-se acompanhar por laudos e certificados emitidos pela Marinha, Nações Unidas, Secretaria da Saúde e TEN-E, o que possibilita a entrada em diversos países. A Topack do Brasil é uma empresa pioneira e líder no mercado de embalagens flexíveis para transporte de carga em pó ou granulada, com muita tecnologia, atributos intrínsecos e diferenciados. Certificados pela ISO 9001:2008 BVQI, os produtos atendem todas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
José Antonio Soares,
funcionário da Topack do Brasil há 28 anos
Joaquim Custódio,
Funcionário da Topack do Brasil há 30 anos
RCN - Aeroportos
Reconhecido como
2ºViracopos melhor TECA do mundo, marca presença na Intermodal Aeroporto investe continuamente em melhorias de segurança e de gestão para cargas, além de sistemas e treinamento
Agora com o título de segundo melhor aeroporto de carga do mundo em sua categoria, o Aeroporto Internacional de Viracopos mantém a sua tradicional participação na Intermodal 2018, que é considerada a maior feira de logística, transporte de cargas e comércio exterior da América do Sul. O evento acontece de 13 a 15 de março, no São Paulo Expo, na capital paulista. Com estande e uma equipe de profissionais de atendimento, Viracopos vai mostrar durante a feira que a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o aeroporto desde 2012, investe, continuamente, para melhorar a infraestrutura, a segurança e os sistemas para agilizar a liberação de cargas do terminal. O Terminal de Carga (TECA) de Viracopos é um dos mais importantes e movimentados do Brasil e é o maior em valor FOB de carga importada no país. Além de contar com uma ampla e moderna estrutura para movimentação, armazenamento e liberação de cargas, é responsável por movimentar quase 40% de toda carga aérea importada do país. 12 | www.cargonews.com.br
Como reconhecimento das melhorias e dos investimentos realizados, Viracopos foi eleito o segundo melhor aeroporto de carga do mundo em sua categoria (até 400 mil ton./ano) Air Cargo Excellence Awards 2017. O terminal de carga também já havia sido eleito, em 2016, o melhor aeroporto de carga da América Latina na mesma publicação. A premiação é realizada pela Air Cargo World, uma das principais publicações do setor, em parceria com a IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos, sigla em inglês).
"Nosso principal objetivo é a otimização da performance do aeroporto para o cliente, tanto para passageiros quanto para cargas"
A avaliação é baseada na pesquisa Air Cargo Excellence, criada em 2005, e visa celebrar os melhores desempenhos na área de transporte aéreo. “Nosso principal objetivo é a otimização da performance do aeroporto para o cliente, tanto para passageiros quanto para cargas. Essa premiação mostra mais um vez que os nossos esforços estão seguindo no caminho certo”, disse o diretor-presidente do aeroporto, Gustavo Müssnich. Terminal de Alta Segurança Viracopos, em parceria com a Brink’s, iniciou, em setembro de 2015, a construção do primeiro terminal de alta segurança com padrão internacional para cargas de alto valor. A área entrou em operação em abril de 2016. A área exclusiva de 1.560m², dentro do Teca, abriga a mais completa estrutura de segurança especial para cargas de alto valor em aeroportos da América Latina. O local conta com toda a infraestrutura física e tecnológica de segurança utilizadas em operações similares nos mais importantes aeroportos de todo o mundo, incluindo área especial com temperatura
Imagem Iustrativa
controlada, que abrigue cargas de produtos farmacêuticos e outras que demandem esse ambiente.
soluta com aproximadamente 40% do total movimentado no Brasil em 2016 (em US$).
O Terminal de Alta Segurança de Viracopos foi construído e operado pela Brink’s, que já atua nesse segmento em vários países, garantindo o adequado gerenciamento logístico das cargas de alto valor.
CIALog Fruto do projeto de integração de áreas voltado ao Atendimento ao Cliente de Viracopos, o Centro Integrado de Administração e Logística (CIALog) oferece um atendimento personalizado para cada tipo de demanda, passando antes por uma triagem de serviços e prioridades. O foco do projeto é criar uma sinergia entre às áreas, otimizando o tempo de atendimento, e aumentar a qualidade dos serviços prestados.
Liderança nacional Nos últimos quatro anos, o Aeroporto Internacional de Viracopos aumentou sua participação, em valor FOB (US$), da carga importada no Brasil, incluindo todos os modais (aéreo, rodoviário, ferroviário e marítimo). Em 2012, no início da concessão do aeroporto, Viracopos detinha 6,52% do total do movimentado no mercado brasileiro em bilhões de dólares. Já em 2016, esse percentual subiu para cerca de 8%. Ou seja, de toda a riqueza importada pelo país, 8% passam por Viracopos. Se analisados os dados de importação apenas do modal aéreo, Viracopos vem se mantendo na liderança ab-
A primeira fase do CIALog foi inaugurada no dia 27 de dezembro de 2016, e já integra os setores de Central de Atendimento ao Cliente de Carga (CAC), Protocolo, Liberação (Point Log) e Tarifação (Modalidade Correntistas). No mês de março, será concluída a segunda fase, com integração total do setor de tarifas.
Novos sistemas de gestão – WMS Desde o início de 2015, primeiro na Exportação e depois na Importação, o Teca Viracopos conta com um novo sistema de gerenciamento, o WMS (Warehouse Management System). A nova ferramenta é um dos mais importantes e estratégicos projetos para o setor de cargas. O projeto, pioneiro no país, foi desenvolvido pela viastore systems, totalmente customizado para as necessidades do aeroporto. Com investimento de R$ 9 milhões, o contrato incluiu a implementação do WMS, do novo sistema de Controle Alfandegário e do Sistema de Billing (tarifação e faturamento), todos funcionando de forma totalmente integrada. O WMS é um pacote de software moderno e eficiente para o gerenciamento e o controle de todo o sistema de intralogística. O novo sistema consegue identificar o melhor local de armazenagem para cada tipo e volume de carga que chega ao terminal, otimizando espaços e maximizando a eficiência operacional.
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RCN - Aeroportos
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O novo sistema proporciona mais segurança e agilidade no armazenamento da carga, além de um melhor o atendimento à legislação vigente, pois tem um controle alfandegário mais eficiente.
certificação deve ser concluído em até seis meses.
Certificado CEIV Pharma Viracopos assinou, no início de 2016, um contrato com a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo, sigla em inglês) para iniciar o processo de certificação CEIV Pharma (Centre of Excellence for Independent Validators).
Câmara frigorífica O complexo frigorífico de Viracopos foi ampliado e recebeu diversas melhorias, como controle mais eficiente para todas as temperaturas; entrada e saída independentes; controle de umidade; área segregada para produtos da Linha Saúde; equipe treinada e dedicada ao atendimento das cargas da linha saúde; e aumento da área, passando de 13.000m³ para quase 21.000m³.
O CEIV Pharma é um programa de certificação global padronizado, que treina e realiza avaliações para garantir o conhecimento necessário para o transporte de produtos farmacêuticos de cadeia fria. Com isso, Viracopos é um dos dois aeroportos da América Latina que está em vias de obter a certificação CEIV Pharma. O processo de
Câmaras climatizadas na Exportação Viracopos implantou no dia 22 de agosto, para cargas aéreas em Exportação, o serviço “Permanência de Carga em Área de Temperatura Controlada”. Os containers climatizados possuem acompanhamento e monitora-
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mento técnico 24h pelo setor farmacêutico de Viracopos com validação dos controles de temperatura (datalogger). A temperatura mínima é de -18° e a máxima, 22°. As câmaras frigoríficas ficam localizadas ao lado do TECA Exportação. Para Viracopos, o objetivo principal é a disponibilização de um serviço diferenciado, uma vez que foi identificada a necessidade do mercado para atendimento da demanda regional e nacional. Demonstrando que o aeroporto está atento às necessidades de seus parceiros, facilitando e aprimorando cada vez mais a cadeia logística. Infraestrutura Para melhorar a infraestrutura do terminal de carga, a Aeroportos Brasil Viracopos realizou uma série de melhorias no local desde o início da concessão. A área de importação,
Foto: Lucio Daou
por meio de remoção das salas internas, ganhou 1.200m² para liberação de cargas. Além disso, alterações no layout do recebimento possibilitaram mais agilidade e aumento de área útil para movimentação de cargas. A ampliação da cobertura possibilitou aumento de cerca de 8.000m² de área coberta para as operações de importação. Operador Econômico Autorizado (OEA) Viracopos é o primeiro aeroporto do Brasil a receber a certificação de Operador Econômico Autorizado (OEA), programa mundial do Comitê da Organização Mundial das Aduanas (OMA). No Brasil, a iniciativa é realizada em conjunto com a Receita Federal e conta com a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Aliança Procomex. O principal objetivo do programa OEA é colocar o Brasil em condição de país exportador seguro, aperfeiçoando a cadeia logística brasileira, o que elevará o fluxo de comércio internacional. e-AWB Em 2013, Viracopos foi escolhido para sediar e desenvolver, em parceria com a IATA (Associação Internacional
de Transporte Aéreo, sigla em inglês), o projeto e-AWB (electronic Air Way Bill), conhecimento aéreo eletrônico que visa reduzir papéis e desburocratizar os processos de tramitação de cargas internacionais. O sistema é utilizado nos principais aeroportos do mundo. “A homologação de Viracopos para a utilização do e-AWB traz mais agilidade, desburocratizando o processo, uma vez que desobriga a tramitação de cópias físicas do Conhecimento Aéreo, por meio da troca eletrônica dos dados entre os elos da cadeia logística, amparados por contratos regulamentados diretamente pela IATA e firmados entre as empresas participantes”, explica o diretor-presidente de Viracopos, Gustavo Müssnich. Equipamento Viracopos também investiu na re-
"Gestão da Infraestrutura e Serviços Aeroportuários para Logística de Carga"
novação de seus equipamentos desde o início da concessão, em 2012, com a aquisição de 30 novas empilhadeiras de 2,5 toneladas e empilhadeiras de alta capacidade, para cargas de até 20 toneladas. ISO 9001:2015 Como reconhecimento de sua busca por aprimorar, cada vez mais, a gestão de seus processos e ferramentas, a concessionária Aeroportos Brasil Viracopos recebeu, em dezembro de 2013, o certificado “Gestão da Infraestrutura e Serviços Aeroportuários para Logística de Carga”. O reconhecimento foi concedido pela DNV Business Assurance, seguindo as normas da ISO 9001. Em dezembro de 2014, o aeroporto passou novamente pelo processo de avaliação e conseguiu a renovação desse importante selo de qualidade. A ISO 9001 tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa e pode ser aplicada em conjunto com outras normas de funcionamento, como normas de saúde ocupacional, de meio ambiente e de segurança. No final do ano passado, o terminal de carga foi certificado novamente, mas desta vez no modelo ISO 9001:2015. www.cargonews.com.br | 15
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JAS do Brasil:
Evolução em logística
Foto: Aline Soriani
Fundada em 1978, JAS FORWARDING Worldwide é uma das maiores empresas de logística do mundo. Sua sede global está localizada em Atlanta, Geórgia, e hoje conta com 280 escritórios próprios em 48 países. Os principais serviços prestados pela empresa são: Agenciamento em fretes aéreos e marítimos, através de distintas consolidadas próprias para o Brasil; Assessoria e desembaraço aduaneiro; logística integrada (porta a porta); transporte rodoviário nacional (incluso cabotagem); seguro internacional de transporte; soluções envolvendo tecnologia de sistemas (PO Management, visibilidade/rastreabilidade); movimentação de cargas especiais e de projeto. A atuação da Empresa no Brasil é vigorosa: Com atuação e experiência comprovado no mercado local, a JAS do Brasil atua em 12 escritórios próprios e com sete agentes exclusivos em 12 estados, garantindo sua presença nos principais centros comerciais, portos e aeroportos do país, integrando com eficiência os fluxos de importações e exportações de seus distintos Clientes, com a garantida de atendimento e prazos conhecida pelo Grupo JAS no Mundo. Sua matriz brasileira fica na cidade de São Paulo, a terceira maior cidade do mundo e o maior centro econômico da América do Sul. Conhecida mundialmente pela expertise em logística internacional, a JAS do Brasil Forwarding Worldwide celebra 28 anos no Brasil como ótimos resultados, sucesso crescente e as melhores expectativas para 2018. Em entrevista à Cargo News, o diretor geral da JAS do Brasil, Elder Apolinario, contou os desafios e resultados da empresa no ano de 2017 e as expectativas da empresa para 2018.
CargoNews – Em uma breve análise de 2017, qual foi o desempenho da JAS do Brasil? Elder Apolinario – O primeiro semestre de 2017 foi relativamente “morno” considerando ainda impactos do ano de 2016, porém no segundo semestre, tivemos uma movimentação intensa, provocada pela retomada do crescimento de mercado em alguns segmentos, em especial no automotivo, onde detemos uma participação e experiência efetiva – mais 30% do nosso negócio no Brasil vem deste segmento, onde atendemos empresas de classe mundial. Os melhores indicativos de controle da inflação e redução nos índices de desemprego contribuíram para a moderada retomada da confiança do consumidor, que respondeu com maior confiança e voltou a consumir e investir, em especial em bens de consumo duráveis, como automóveis, linha branca, etc. Com isso, distintos setores reaqueceram o consumo, que por consequência aquecem a produção, e como a maioria das empresas estava com estoques baixos ou desregulados, para que as demandas locais fossem atendidas, tivemos elevados números nos índices de movimentação de cargas na importação, em especial a aérea, onde batemos recordes de volumes movimentados nos últimos 2 anos. A parte positiva foi essa, e a JAS cresceu alicerçada pelo crescimento dos nossos clientes o que nos permitiu retomar investimentos em contratações e alavancar negócios em todos os principais trades que operamos; A parte não tão positiva foi que não houve por parte do Governo e da iniciativa
privada, a retomada em investimentos de infraestrutura na escala e volume que o país necessita para solidificar sua recuperação. No âmbito geral, 2017 foi um ano de bastante positivismo e com resultado acima do esperado no cumprimento de nossas metas em volume e em vendas, onde conseguimos recuperar alguns números e também mostrar para nossa matriz, a retomada do crescimento no Brasil, e sua importância para este e demais anos. CN – Mesmo com o agravamento da crise no ano de 2016, a JAS BRASIL conseguiu reverter os números e ter sucesso em 2017? EA – Apesar do ambiente político pouco favorável e de um começo de ano um pouco conturbado, conseguimos no ano passado, manter nossas projeções de crescimento. A grande verdade é que os empresários brasileiros entenderam que a política e a economia, “não precisam necessariamente caminhar de mãos dadas” e com isso, houve um descolamento positivo da economia do ambiente político, nos permitindo olhar para frente, reduzir um pouco a expectativa do que o governo iria ou deveria fazer e focar nossas ações e energias em nossos projetos de resultados, o que efetivamente gerou efeitos positivos. CN – Quais segmentos caminharam junto com a JAS do Brasil em busca do crescimento durante o ano que passou? EA – O segmento automotivo é muito atuante dentro de nossa estra-
tégia de negócios. Há anos a JAS do Brasil atua fortemente nesta divisão e através da ampliação do nosso escopo de atuação ao segmento, estamos crescendo com nossos clientes atuais e captando alguns novos, onde estas contas, trabalhados globalmente através de nosso vertical de automotivo. Outro fator positivo foi o fato de que a JAS do Brasil passou a responder para as Américas e não mais para a América do Sul como até então, nos integrando a uma plataforma de negócios de clientes mundiais, com negócios e estruturas presentes nos Estados Unidos e com isso, ganhamos uma força de vendas integrada e muito mais atuante com empresas que já eram nossos clientes no hemisfério norte, operando nos Estados Unidos, Europa e APAC. CN – Quais foram os números de crescimento da JAS do Brasil em 2017? EA – Em termos de volume, o crescimento foi significativo: 23% na importação aérea e 9% na importação marítima em relação ao ano anterior. Na exportação, crescemos 15% em ambos modais, marítimo e aéreo. No desembaraço e assessoria aduaneira, crescemos 27%. O bom resultado na exportação foi obtido graças a um trabalho que começamos em 2015, quando percebemos que a matriz de negócios no Brasil iria se inverter, e fizemos vários investimentos no setor de exportação, em especial em nossas filiais de Vitoria, Itajaí e Porto Alegre, resultado este que está se solidificando nos últimos anos e tende a aumentar nos próximos.
"A JAS cresceu alicerçada pelo crescimento dos nossos clientes o que nos permitiu retomar investimentos em contratações e alavancar negócios em todos os principais trades que operamos" www.cargonews.com.br | 17
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CN – Houve a abertura de novos escritórios? EA – Sim, na cidade de Vitória. Abrimos uma estrutura própria para atender o mercado capixaba, consolidar nossa participação no mercado exportador e também para começar a atuar mais na importação de insumos e maquinários para o segmento de granito. Vitória tem por característica básica a exportação de pedras para mercados como Estados Unidos, México e países europeus, mas também começamos a olhar o mercado capixaba com o viés de importação, atendendo distintos clientes que importam peças, maquinários e pigmento essenciais a este setor. Além disso, também reformulamos o escritório em Itajaí, renovando não somente a estrutura do nosso escritório, mas também o gerenciamento, mudanças que irão auxiliar na conquista de melhores resultados no mercado catarinense. CN – Quais foram os principais países parceiros da JAS do Brasil? EA – O principal parceiro comercial da JAS do Brasil são os Estados Unidos, que corresponde a 36% do nosso negócio. Depois, como um bloco econômico, temos a Europa, que representa 33% do nosso negócio, principalmente na Alemanha, Itália, França, Inglaterra e Espanha. A Ásia corresponde a 25% e América Latina a 6%. Essa é a plataforma de negócios que temos em importação e exportação no mundo. Para todos estes tráfegos, mantemos estrutura de TLM (trade Lane Manger) com profissionais com intenso conhecimento destes mercados, rotas, clientes para melhor atender nossos clientes.
CN – Quais foram as tecnologias implantadas em 2017 e quais as perspectivas tecnológicas para 2018? EA – Neste ano que passou a JAS do Brasil teve um novo e prazeroso desafio, que foi a implementação do sistema mundial da empresa, o *CargoWise®. Com ele, passamos a fazer parte do sistema mundial integrado de gestão de negócios da Empresa, onde as informações são atualizadas globalmente de forma instantânea, permitindo visibilidade total dos embarques que gerenciamos de nossos clientes. Para isso, passamos por duas fases: a primeira para preparação e instalação desse sistema, que demandava investimentos em softwares e hardwares, para um trabalho mais compatível com essa nova tecnologia; e a segunda para a adaptação e treinamento intenso de nosso staff, que trabalhava em um sistema local. Tivemos um upgrade muito grande na atualização desse sistema. Hoje, nossos profissionais têm a capacidade de extrair e gerenciar informações em um ambiente on-line, 24/7, onde em poucos cliques temos a real visão do status do processo de embarque, em qualquer filial e em toda a empresa em todo o mundo. Temos profissionais extremamente capacitados tanto na extração de dados quanto no tratamento e analise critica destes, permitindo o gerenciamento full time dessas informações. *CargoWise® é um sistema de plataforma única que fornece automação e visibilidade e agiliza os processos logísticos, com a entrada de dados ágil, imediatamente acessível em toda a sua operação e que reduz a margem de erros e a necessidade de fluxos de trabalho intensivos.
CN – Isso impactou diretamente o seu cliente consumidor, com a informação? EA – A implementação desse novo sistema sem dúvida propiciou ao nosso Cliente uma visibilidade muito maior de suas operações logísticas. Mas ele também propiciou à empresa um aumento considerável em nossas responsabilidades, porque o objetivo desse sistema é permitir ao nosso cliente a medição dos nossos serviços de forma automática e dinâmica. Nossas metas internas estabelecem 98% de acuracidade em toda a informação que gerenciamos, incluso follow up de cargas, prazos de lead time/transit time acordados com clientes e prazos na apresentação do faturamento e em toda a gestão do processo de prestação de serviços. Isso significa que temos funcionários trabalhando 24h por dia espalhados em todo o mundo, atualizando e fornecendo informações a cada 30 segundos, e que esses colaborados conhecem as necessidades dos clientes e todas as técnicas de coordenação e gestão de informações, podendo assim interagir com eles em todos os momentos. A JAS tem clientes de classe mundial onde os estoques estão lastreados às nossas informações: onde a carga se encontra, qual parte do processo ela está, onde está armazenada, se já foi a bordo ou não. Todas essas informações são disponibilizadas em tempo real, o que garante que nossos clientes possam tomar decisões assertivas em função do seu negócio. CN – O segundo semestre de 2017 foi uma escola. A empresa teve de aperfeiçoar seus serviços e sua comunicação. A resposta dos clientes foi positiva?
"Neste ano que passou a JAS do Brasil teve um novo e prazeroso desafio, que foi a implementação do sistema mundial da empresa, o *CargoWise®" 18 | www.cargonews.com.br
EA – Foi realmente uma escola. O sistema deveria ter entrado no Brasil há alguns anos e não foi possível graças a alguns entraves locais, principalmente pela questão tributaria brasileira. Porém esta fase já passou e agora podemos usufruir e dispor ao mercado local, todo o benefício desta tecnologia de informação, nos permitindo crescer em muito melhor e maior escala. O sistema veio no momento exato, onde o cliente está retomando o seu negócio e hoje podemos oferecer um processo logístico contínuo e integrado com as necessidades de cada empresa. Hoje o consumidor entende que mais do que mover sua carga, o seu agente logístico é responsável por informar o status da sua operação e mercadoria. Nossa matéria prima é informação (sistemas) e pessoal capacitado (gestão do processo e de pessoas) e através destes recursos, sabemos que podemos ajudar nossos clientes em seus desafios logísticos.
dos com cada cliente. Já no Field Sales a Diretoria de Venda e Marketing foca no desenvolvimento dos tráfegos estratégicos da Empresa (Estados Unidos, Alemanha, Itália, China e México), visando crescimento em volume e lucratividade. Para este ano, estamos “desengavetando” alguns projetos de ampliação de nossas estruturas no Nordeste (Recife e Salvador) e Centro-Oeste do país, em sinergia com o nosso foco principal de entregar os resultados assumidos. Nosso budget desse ano foi traçado de forma muito desafiadora, porém realista para o mercado local, perfeitamente atingível, e estamos todos imbuídos do desafio de entrega-lo. A matriz nos deu todas as ferramentas, e faz com que tenhamos todas as condições de atingir os resultados projetados.
CN – Qual o plano de investimento da JAS no Brasil?
EA – 2018 será um ano muito melhor, porém de muito trabalho para que se possa vencer alguns desafios. Há alguns eventos no ambiente político que podem trazer “momentos de instabilidades” para o mercado no 1º semestre, mas o país caminha para uma solidificação da econômica e de um cenário político mais centrado, com aspectos moderados. Nossos clientes são na sua maioria clientes globais, multinacionais com estruturas sólidas e presentes há anos no Brasil, que desenvolvem negócios com todo o mundo, de forma regular o que nos permite acreditar em um crescimento também continuo para este ano e, sobretudo, para os anos seguintes, algo que nos permitiu definir até 2020, nosso plano de negócios para a JAS do Brasil. A maior preocupação é, sem dúvida, consolidar nossa presença no Bra-
EA – No primeiro semestre de 2018, pretendemos solidificar os investimentos que fizemos em sistemas e em pessoas. Ampliamos nossa estrutura de diretoria, criando uma divisão dedicada a Global Accounts (GAM) e adicional a nossa diretoria de Vendas e Marketing da empresa, permitindo assim ter foco e dedicação a estes dois grupos distintos de clientes. Implementamos também nossa estrutura de KAM (Key Account Management) com foco e objetivo em alocar gerentes técnicos ao atendimento de contas Globais e Multinacionais. Essa estruturara tem a responsabilidade do suporte e desenvolvimento desses clientes, com mapeamento, elaboração de KPIs, cronograma de reuniões e plano de desenvolvimento de negócios defini-
CN – Quais são as perspectivas para 2018?
sil, consolidar os avanços e resultados do ano passado e deste ano e certamente, aumentar nossa participação efetiva no ranking de escritórios JAS no mundo. Hoje o Brasil representa o 5º maior mercado para a Corporação, atrás apenas dos Estados Unidos, China, Itália e Alemanha. Temos um grande desafio internamente para fazer que é de conseguir resultados mais significativos dentro do ambiente JAS, “competindo” internamente com escritórios e economias que estão com seu desenvolvimento consolidados nestes mercados. Nossos principais e acionistas nunca deixaram de investir no Brasil e são os maiores motivadores de nossa crença na Economia brasileira, que é, sobretudo, pungente. A JAS do Brasil acredita nesse país há 28 anos e continuará sua trajetória de investimentos, gerando oportunidades, empregos e contribuindo para o crescimento da Nação. Nossos clientes e parceiros comerciais e operacionais em geral, são empresas e empresários que também compartilham deste sentimento conosco e juntos mantemos uma posição otimista quanto ao futuro do País, onde apesar de aspectos de insegurança política e jurídica do país, sabemos que superaremos estes desafios - Eu sou um otimista por convicção e acredito no futuro do Brasil, na capacidade de cada brasileiro, e acho particularmente considero que é na dificuldade que iremos nos destacar e construir um país melhor. As exigências de mercado são intensas, demandando de cada profissional, maior conhecimento profissional, intelectual e sobretudo uma atuação perseverante, trabalhando mais e melhor pois é com a forma do trabalho, com criatividade e com maior capacitação educacional que iremos solidificar nossa recuperação e crescimento para este e próximos anos.
"Eu sou um otimista por convicção e acredito no futuro do Brasil" www.cargonews.com.br | 19
RCN - Logística
Obstáculos e desafios
da logística
*JG Vantine
em tempos de crise Cenários de crises - No contexto da história brasileira inserido no ambiente político da América Latina, seguramente o cenário das crises teve início com a chamada “revolução de 1964”, quando os tentáculos do comunismo tomaram conta das nossas lideranças. Passados cinco décadas e mais de 12 diferentes situações de democracia e economia, temos hoje o pior dos cenários, no qual ainda resiste o “extremismo vermelho” na figura de um ex-presidente do estilo caldilho ditatorial em contraposição ao equilíbrio da democracia. É isso: o pano de fundo que vou me referir para desenvolver o tema com base na minha trajetória profissional na área de Logística que em dezembro/17 completa 45 anos, dos quais 25 como executivo da General Motors e 30 como fundador e CEO da Vantine Consulting. • Conceitos e consequencias de crises CRISE ECONÔMICA: Quando a economia do país apresenta indicadores negativos, altos níveis de desemprego e aumento da pobreza; CRISE POLÍTICA: É a situação de conflito que ameaça a estabilidade e continuidade de um governo; CRISE MORAL: Quando os governantes, legisladores e julgadores rasgam a Constituição e se juntam aos mega empresários para roubar, mentir e ignorar a nação e seu provo. O impacto com consequência das
crises levam em conta duas variáveis: TEMPO e INTENSIDADE, como ilustrado a seguir: • Fundamentação conceitual da logística Entendo necessário esse esclarecimento, pois atuando na área já longo tempo, tenho sido protagonista desde o nascimento teórico nas academias americanas e europeias e ultimamente assistindo uma forte degradação dessa importante ciência da engenharia e da administração, ou seja, Logística pressupõe a fusão acadêmica dessas duas áreas: Então:
“Logística é o processo de planejamento, operação e controle dos fluxos físicos, movimentação, transporte e armazenagem de matérias primas, insumos e produtos acabados, bem como, das informações a elas relativas, desde os pontos de origem até os pontos de consumo, com objetivo de atender os requerimentos dos clientes”. (Lambert, Stock, Vantine). De forma simplificada e mais adequada a esse artigo, e analisando as diferentes formas de crises, recorro a um “binômio” que usamos muito na década de 80: “TEMPO e ESPAÇO”, o que remete a um conceito que ficou conhecido como “Pipeline Logistics System” (Christopher) que compara: Fluxo de água na instalação de um prédio com o Fluxo de matérias em uma organização. Na comparação, “A” o fluxo do líquido é transportado via “pipeline” de forma contínua, mas na situação “B” onde está a “Logística Empresarial” os seguintes elementos sofrem impactos
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“A” – Fluxo contínuo com registros de controle, transportes diretos e reservatórios de equilíbrio entre fornecimento e consumo; “B” – Fluxo descontínuo com gestão descentralizada, estoques não sincronizados e transporte por caminhão.
causados pelas diferentes crises: • Gestão dos estoques de materia prima • Gestão dos estoques de produtos acabados • Planejamento e balanceamento da produção • Planejamento e abastecimento – atacado/varejo/consumidor Transporte primário – suprimentos • Transporte secundário – distribuição • Transporte terciário – capilarização (Last Mile)
• Da extração até a industrialização praticamente sobressai o custo de transporte (origens: mineral, vegetal, animal); • Da industrialização à distribuição, a relação do custo logístico sobre o valor dos produtos é expressiva, representando entre 5% a 8% – Forte Impacto das Crises; • No segmento da distribuição do varejo e do consumidor (E-Commerce, Omnichannel), o fator pode chegar a mais 10%;
• Ajustando a logística – proteção contra crise Em síntese procurarei mostrar a inter-relação dos fatores: 5.1 Logística não aceita “desaforos”, isto é, necessita de profissional competente e bem formado, que entenda dos fundamentos; 5.2 As crises (os 3 tipos) são semelhantes e analisar as que já existiram trazem muita informação sobre como prevenir e ajustar principalmente a relação de: • Planejamento de demanda • Previsão de Vendas • Política de Estoques • Programa de Produção (no caso de indústrias) 5.3 Do item anterior resulta na integração da Gestão da Produção e Estoques. Infelizmente, na maioria das empresas são áreas ainda compartimentadas (embora algumas utilizem a metodologia S&OP – Sales and Operation Planning). A visão integrada permite maior velocidade de reação.
• Crise e a cadeia de valor Muitas pessoas confundem o conceito de “Cadeia de Valor” (criada por Michael Porter em 1985) com “Gestão da Cadeia de Suprimentos = “Supply Chain Management” (1989 – Bernard La Londe / Martha Cooper), e para esse artigo vamos identificar como se comporta a Logística, seus custos e seus pontos de ruptura em cada etapa da “Cadeia” (que na linguagem da Economia também é tratada como “Cadeia Produtiva”).
Assim como nos impactos, o fator de custo Logístico na Cadeia de Valor é cumulativo, e sem medo de errar posso estimar na ordem de 25% dos quais estimo 60% referente ao transporte e 4% nos diferentes tipos de estoque.
5.4 O transporte, principalmente no elo “Industrialização até Consumo” é predominantemente Rodoviário. Portanto, para trazer o modelo “pipeline” é necessário o planejamento operacional compartilhado “Embarcador – Transportador”. E as empresas
Não se trata de receita “pronta direta do forno”, mas de diretrizes para a Gestão Logística
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de transporte buscarem o equilíbrio entre frota própria x frota contratada – TAC, na razão 20/80. 5.5 A Gestão por fronteiras “corresponde a fatiar” o fluxo físico, como sugere a figura a seguir: A Indústria é o eixo que comanda essa cadeia e a que mais sente o chamado “Efeito Chicote” (uma variação na ponta do consumo vai se multiplicando no efeito reverso) com alto impacto no planejamento da demanda que contamina a previsão de vendas, que contamina as vendas com o aumento dos estoques e redução dos transportes. O “Efeito Chicote” é a parte mais complexa da crise na Logística exigindo conhecimentos de matemática (simulação, modelos de previsão). Causa muitos danos financeiros e operacionais.
Por isso, ao “fatiar” a cadeia pode-se reduzir o impacto como se faz ao construir um “quebra ondas” (molhe) para proteger um porto marítimo do efeito das ondas. Assim, colocando-se um “molhe” ou “amortecedor dos estoques” ao final do “Ciclo 3” se reduz a primeira onda do efeito chicote. Colocando-se um segundo “amortecedor dos estoques” ao final do “Ciclo 2” estamos protegendo o elo mais sensível da cadeia, que é a indústria. E como se faz isso? • Atenuando as disputas comerciais; • Separando as disputas comerciais do Planejamento Logístico; • Superando as barreiras culturais “fornecedores-cliente” e com uso corrente da Tecnologia da Informação, interligar o CDI com o CDV e o
CDA através da interface dos sistemas “WMS-I” (Sistema Inteligente da Gestão de Armazenagem); • Interligando os Ciclos através do TMS compartilhado com as transportadoras, com visibilidade ampla. • Conclusões Numa época em que os Modelos da Gestão Empresarial passam por sérias transformações, e que a tecnologia digital dita as novas regras no Modelo 4.0, para enfrentar os efeitos das crises na Logística, só falta o pleno entendimento da interdependência dos elementos fundamentais: EMBARCADOR + TRANSPORTADOR + RECEBEDOR. Sem isso, nem a “Geração Milenium” nem a tecnologia digital serão capazes de enfrentar os efeitos das crises na Logística.
Imagem Iustrativa
*José Geraldo Vantine, Consultor em Logística e Suppliy Chain. Fundador e presidente da Vantine Consulting 22 | www.cargonews.com.br
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O maior efeito de uma crise é o comportamento da economia e a redução de consumo, ou seja, o rebote é reverso.
RCN - Legislação
Reforma Trabalhista:
*Marcelo Depícoli Dias
o que ela
Significou?
É preciso compreender os reais efeitos da remodelação ocorrida, e de que forma a empresa pode se beneficiar legalmente. A Lei Federal 13.467, de 13 de julho de 2017, trouxe sensíveis implicações para as relações laborais. Alterando diversos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho, a Lei em apreço resolveu questões de grande importância, as quais eram alvo de debates intensos perante o Poder Judiciário. Prestou-se, outrossim, a corrigir determinadas excrescências as quais desmotivavam a contratação de novos colaboradores, fosse em virtude da insegurança jurídica proporcionada pela antiga normatização, fosse em razão do excessivo paternalismo perpetrado por alguns preceitos arcaicos.
Divulgação
É comum ouvir-se, nas conversas acerca do tema, que a reforma trabalhista prejudicou os trabalhadores e favoreceu as empresas. Que suprimiu direitos duramente conquistados e, em contrapartida, fortaleceu a posição dos empregadores, agora supostamente autorizados a cometer arbitrariedades. A afirmação, contudo, é insidiosa, normalmente propagada por pessoas e entidades que sofreram afetação em seus interesses particulares. Houve mudanças? Não há dúvidas. Mas nenhuma delas importou em dano real ao patrimônio jurídico dos que emprestam sua mão de obra, nem criou caminhos para a violação do ordenamento jurídico.
*Marcelo Depícoli Dias, especialista na análise de contratos, em due dilligence e na condução de processos judiciais
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Tomemos, por exemplo, a nova redação dada ao parágrafo quarto do artigo 71 da Lei Consolidada. Segundo a recente prescrição, “A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho” (grifo nosso). Trocando em miúdos, se um trabalhador goza, na refeição, de menos do que o tempo que a lei lhe garante, receberá como trabalho extraordinário o tempo faltante. A antiga lei se mostrava muito mais severa – e, inquestionavelmente, injusta. Digamos que um empregado, laborando em jornada superior a seis horas diárias – e, portanto, com direito a uma hora de intervalo –, gozasse apenas de cinquenta minutos de descanso. Nesta hipótese, a lei e o entendimento jurisprudencial garantiam a ele o direito não a dez minutos de remuneração, mas a uma hora completa. Por diferença ínfima, premiava-se o obreiro com absurda indenização, algo que incentivava inclusive o com-
portamento abusivo e propositado de alguns – o retorno ao expediente poucos minutos antes de completado o período mínimo, com o escopo de reclamação futura. Pode-se afirmar, neste cenário, que a Lei novata eliminou um direito regular? Com todo o respeito a opiniões divergentes, a resposta é não. O direito remuneratório aos períodos de descanso efetivamente suprimidos foi preservado, nos exatos termos do que antes se dava, mantendo-se o acréscimo de cinquenta por cento. O que se excluiu foi o absurdo excesso havido, o enriquecimento sem causa que o próprio ordenamento repudia, de forma a trazer a relação jurídica a um patamar de equilíbrio entre as partes. A correção promovida, aliada a tantas outras, motiva empregadores a firmar novos vínculos, porque não mais ameaçados por benesses desmedidas. Mas como deve o empregador se portar diante das novidades legislativas? Com imensa cautela. Regras jurídicas não existem de forma abstrata, mas dependem da aplicação ao mundo concreto. Neste passo, é imprescindível acompanhar a forma como Magistrados e, especialmente, Tribunais
se posicionarão acerca das alterações, isto é, como a jurisprudência se redesenhará. Em paralelo, a produção preventiva de documentos sólidos os quais se amoldem aos novos termos também acrescerá estabilidade e segurança aos liames, elevando as possibilidades de êxito nas contendas.
Portanto, é certo que as modificações celetistas têm o condão de tornar as relações de trabalho menos onerosas e díspares, incentivando, com a recuperação do mercado, o aumento do volume de contratações. Há, todavia, que se tomar grande cuidado na adoção e implantação dos novos
mecanismos legais, de forma a não se deparar com surpresas advindas da interpretação das normas hodiernas. Agindo assim, a empresa usufruirá das consequências positivas que a reforma trouxe sem gerar potenciais passivos futuros capazes de atentar contra a firmeza de suas finanças.
Novas Regras Reforma Trabalhista Como Era (Amarelo) Nova Regra (Branco)
Jornada de trabalho Máximo de 8 horas por dia, 44 horas por semana e 220 horas mensais. Permite horas extras até o limite de 48 horas semanais (contada a jornada regular) e jornada de até 12 horas, desde que seguida por 36 horas de descanso. Tempo de deslocamento era considerado jornada de trabalho, caso o empregador fornecesse transporte. Tempo despendido até o local de trabalho e retorno não contará na jornada, mesmo que o empregador forneça transporte. Horas à disposição do empregador eram contadas no tempo de serviço. Deixam de ser consideradas como horas da jornada: descanso, estudo, alimentação, higiene pessoal e troca de uniforme. Jornada de 8 horas permitia intervalo de 1h a 2h para almoço. Intervalo para almoço poderá ser de 30 minutos mediante acordo. Lei não tratava de padronização de uniformes. Empregador pode definir o padrão de uniformes, mas a higienização das peças deve ser feita pelo trabalhador (exceto se necessário produto especial). Regimes de trabalho Trabalho intermitente não era previsto em lei. Trabalho intermitente é permitido. Regras sobre home office não eram estabelecidas. Tudo que o trabalhador usar será formalizado com o patrão por contrato, como fornecimento de equipamentos e gasto com energia e internet. Demissões Saída dava direito ao saldo proporcional de salário, 13º e férias, além do saque do FGTS –e, em casos de demissão sem justa causa, 40% do valor dele como multa, paga pelo empregador. Demitido tinha direito a seguro-desemprego. Condições se mantêm, mas é permitida rescisão do contrato também a partir de acordo. Neste caso, o trabalhador tem direito a 80% do FGTS e metade da multa (20%), mas perde direito ao seguro-desemprego. Rescisão Contratual A homologação da rescisão do contrato deve ser feita em sindicatos. A homologação da rescisão do contrato pode ser feita dentro da empresa, na presença de advogados do empregador e do funcionário – que pode ou não ter a assistência do sindicato. Acordo Coletivo A lei não previa acordos, mas eles eram considerados se houvesse entendimento entre empregador e empregados. Mesmo assim, a Justiça poderia barrar os que não favorecessem os trabalhadores. O negociado vale sobre o legislado.
Férias 30 dias por ano, divididas em até duas vezes. Menor período: 10 dias corridos. 30 dias por ano, divididas em até 3 vezes mediante negociação. Menor período: 5 dias corridos. Remuneração Comissões, porcentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos eram incluídos no salário para cálculos de encargos e INSS. Os itens deixam de contar para os cálculos de encargos e INSS. Remuneração por produtividade não pode ser inferior à diária correspondente ao piso da categoria ou salário mínimo. Pagamento do piso ou salário mínimo não será obrigatório na remuneração por produção. Multa Administrativa Empresa que mantivesse empregado sem registro pagava multa de 1 salário mínimo regional por trabalhador não registrado. Infrações envolvendo admissão e férias tinham multa de meio salário mínimo regional. Reincidência dobrava o valor. Multa por funcionário não registrado tem valor fixo de R$ 3 mil por empregado – para micro ou pequenas empresas, R$ 800. Outras infrações têm valor fixado em R$ 600. Os juízes estipulam os valores em ações envolvendo danos morais. Impõe limitações ao valor a ser pleiteado pelo trabalhados, estabelecendo um teto para alguns pedidos de indenização. Ofensas graves cometidas pelos empregadores devem ser de no máximo 50x o último salário contratual do ofendido. Processos Judiciais Acesso gratuito a quem recebesse até 2 salários mínimos ou não pudesse arcar com os custos. Acesso gratuito para quem recebe até 40% do teto do INSS. Custos raramente são pagas pelo trabalhador. Custos do processo devem ser pagas por quem perde, o que pode significar divisão entre as partes. Contribuição Sindical Obrigatória no valor equivalente a 1 dia de trabalho, mesmo se o trabalhador não for sindicalizado. Passa a ser opcional e só pode ser descontada com autorização por escrito do empregado. Grávidas Proibidas de trabalharem em lugares com condições insalubres. Não há limite de tempo para avisar a empresa sobre gravidez. Só ficam desobrigadas de trabalhar em condições insalubres em caso de risco a ela e ao bebê, comprovado por laudo. Mulheres demitidas têm até 30 dias para informar sobre gravidez.
RCN - Sala de Embarque
Artigo do Setor - RCN
Divulgação
Ulisses Fernando Fahl Gestor da área logística / industrial com experiência e carreira desenvolvida em empresas de grande porte como Bombardier, Mann-Hummel, Motorola Industrial, Honda Automóveis e Mercedes Benz
Acuracidade de
estoque
A acuracidade de um estoque é a apuração do "estoque real" (o que temos fisicamente no almoxarifado) com o "estoque contábil" (o que temos registrados no sistema da empresa). Desse modo, uma boa análise dos estoques é imprescindível para o bom funcionamento de todo o sistema de controle, sem deixar furos na hora das reposições e do aumento de consumo pelos clientes. A baixa acuracidade dos estoques é extremamente danosa para a empresa e produz um “efeito avalanche”. Informações pouco confiáveis geram desconforto e medo na área comercial, que não sabe ao certo quanto poderá vender. Também produz estragos na área de Produção e PCP e o custo de mão de obra parada por falta de peça poderá comprometer todo lucro da empresa naquele mês. Mas todos nós lidamos com decepções (para não falar surpresas) quando tratamos da acuracidade dos nossos almoxarifados. Afinal, quem está livre desses problemas entre conciliação do estoque real e o contábil? Base estas surpresas, algumas perguntas são fatais, a saber: • O que leva um funcionário estocar um produto em um local diferente do informado no sistema? • Nosso cliente, seja externo ou interno, necessita de 5 peças, e por que entregamos apenas 2 peças? • Como conseguimos perder (ou ganhar) R$ 50.000,00 no estoque? Tentando ajudar a melhor nossa acuracidade, abaixo algumas dicas: • Classifique os itens dentro do seu almoxarifado Implemente a sistemática do inventário rotativo e para isto faça uma classificação prévia dos itens armazenados com base na curva ABC, que pode ser em função de volume, giro, popularidade ou custo. No caso os itens classificados com “Classe A”, são aqueles com maior custo ou crítico para seu negócio; os de “Classe B” de importância mediana; os de “Classe C” apresentam geralmente menor importância e são de fácil aquisição com custo baixo; os de “Classe D” são aqueles que representam baixa
ou nenhuma movimentação dentro da empresa por um período, como por exemplo materiais obsoletos aguardando alguma definição (venda, doação ou sucata). Após isto defina a frequência de contagens, o qual os itens classificados como “A” devem ser contados numa escala diária ou semanal, enquanto os classificados como “D”, contados anualmente por exemplo. Realize inventários rotativos (cycle count) Com esta prática, ao realizar os inventários rotativos em periodicidade diária, semanal, mensal ou anual conforme Classificação ABC, temos grandes possibilidade de encontrarmos divergências mais rapidamente, permitindo assim efetuarmos análises e com ações corretivas tomadas adequadamente, melhorar nossa eficiência e confiabilidade. Analise sua infraestrutura do almoxarifado Como trabalhamos com uma diversidade de produtos, a demanda para armazenamento e movimentação também será diversificada e sendo assim, o galpão também deverá ter uma infraestrutura adequada, não só em espaço dimensional, mas também capacidade, segurança, TI e organização. Disciplina de quem trabalha
Nossa equipe de trabalho que é responsável pelo armazenamento e traslados, desde o gerente até aqueles que irão conferir ou empilhar as caixas, devem por obrigação entender o significado e importância do trabalho que realizam dentro do almoxarifado e também saber o que é a acuracidade. Todos devem ser treinados, disciplinados e cumprir procedimentos de controle e estocagem. É recomendado também fazermos reciclagens dos treinamentos. Organização do almoxarifado Podemos ter todos os quesitos acima sugeridos, mas se nosso estoque não manter um padrão de organização e limpeza adequado, tudo estará perdido. Uma ferramenta muito conhecida e usada pelas empresas, é o conceito dos “5S”. Estes resultados são excelentes em curto espaço de tempo, não demandam investimentos significativos e beneficiam todas as pessoas envolvidas. Uma boa acuracidade dos estoques é um dos pilares para o sucesso da sua empresa, portanto, mantenha sempre o controle de seus estoques atualizado e bem feito. E então, o que você tem levado em conta quando vai conferir seus produtos armazenados? www.cargonews.com.br | 27