Índice
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Remédio amargo A solução irá doer, mas pode curar o Brasil
Expo SCALA 2015 | 18
Público seleto e oportunidades de negócios marcam a 16ª edição
Artigo | 34
A importância das instituições para economia brasileira
RIOgaleão | 36
Aeroporto trabalha para ser o número 1 em cargas do Brasil
40 Acadêmico
Supply Chain é destaque no artigo do LALT Unicamp
46 Crônica
Otimismo é necessário para renovação, Feliz Ano Novo!
Ano XIV Edição 154 2015 Fale conosco: 19 3743.6609 | redacao@cargonews.com.br Presidente do Conselho Editorial: Luiz Guimarães Conselho Editorial: Mariana Zaidan Guimarães | Carlos Varanda | André Feitosa | Patrícia Ferreira | Cassiene Alves | João Batista
Expediente Diretora de Redação: Mariana Zaidan Guimarães Coordenador Editorial: Carlos Varanda Diretor de Arte: André Feitosa Texto: Cassiene Alves | Carlos Varanda | Diego Donato Revisão: Mariana Zaidan Guimarães Fotografia: João Batista | Shutterstock | Capa Shutterstock |Edis Cruz Executivos de Contas: Carlos Varanda | Patrícia Ferreira Mariana Zaidan Guimarães Financeiro: Patrícia Bonzanino Mídias Sociais: Diego Donato | Cassiene Alves | Mauro Junior Circulação: Carlos Varanda Tiragem: 5 mil exemplares A Cargo News é uma publicação da Editora GR1000. Todos os textos assinados refletem a opinião de seus autores, sendo de inteira responsabilidade dos mesmos. Para solicitações, críticas e sugestões, entre em contato com a redação: redacao@cargonews.com.br.
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Caros leitores, O Brasil está doente e parece que a doença é grave, porém o hospital em que o País foi internado pelo jeito não tem médico capacitado para encontrar um diagnóstico exato para o paciente, prejudicando seu tratamento, que hoje é mais paliativo do que eficaz. Tem médica louca, falsos curandeiros e um monte de residentes sem capacidade de encontrar uma cura para a situação em que o País se encontra neste hospital. Estão tratando câncer como dor de dente, e dipirona nenhuma será suficiente para contornar a dor de cabeça econômica na qual estão nos colocando. Aliás, esta dor de cabeça promete se tornar uma enxaqueca daquelas em breve, isso se os médicos não conseguirem encontrar um caminho viável e sólido para cura do País Tupiniquim. E silêncio no hospital não será possível, pois estamos cheios de escândalos e loucos nos corredores desta instituição chamada Brasil. O diagnóstico e os possíveis caminhos para contornarmos esta situação é o assunto de capa desta edição. Quatro entrevistados falaram qual a sua visão para o atual cenário do país e apresentaram suas sugestões para reverter a atual situação econômica brasileira. Mesmo que em Brasília o governo não consiga fazer seu papel de bons gestores, somos otimistas quanto a atuação do setor privado, que mesmo diante dos desafios estão demostrando que a soma entre trabalho, senso de oportunidade e profissionalismo dão resultados positivos. Três bons exemplos desta equação podem ser conferidos nesta edição, com a cobertura da feira Expo SCALA 2015, os melhores do ano no Prêmio Viracopos Excelência Logística e a entrevista com o diretor de carga do RIOgaleão, Patrick Fehring. Nesta última edição de 2015, desejamos aos nossos leitores, parceiros e anunciantes: Perseverança e Atitude. E finalizamos com a uma frase do empresário e empreendedor, Jorge Paulo Lemman: “Prefiro ser otimista, não conheço muitos pessimistas bem sucedidos”. Boa leitura e um excelente 2016 Redação Cargo News
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Milhagem
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IntralogĂstica
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Brasil ainda derrapa ao olharmos para infraestrutura nacional e compararmos com a dos portos estrangeiros Para especialistas, atraso se dá pela falta de calado, excesso de burocracia, gastos e planejamento Andrezza Queiroga | Guia Marítimo
“Estamos evoluindo, mas muito lentamente. Apesar de um conjunto de investimentos programados como consequência da nova Lei dos Portos”. A afirmação é de Claudio Loureiro de Souza, Diretor-Executivo do Centronave, ao ser questionado sobre a estrutura portuária brasileira se compararmos com os portos estrangeiros. Ao todo, estão em andamento 50 novas renovações de arrendamento em portos públicos e mais de 60 autorizações para a instalação de terminais de uso privado, com investimentos que, nas estimativas do governo, alcançariam R$ 60 bilhões, sem contar com uma série de obras de expansão em terminais. Com base nisso, Loreiro admite que há avanços, não estamos paralisados, contudo é, também, preciso reconhecer que esses investimentos ainda demorarão algum tempo para surtir efeito e que, hoje, por conta da enorme demanda por serviços portuários, o Brasil se encontra em situação de pouca eficiência no setor, com grandes gargalos. “Não custa lembrar que, embora sejamos a sétima economia do mundo (pelo critério de Produto Interno Bruto/PIB), patinamos na vergonhosa décima terceira posição no ranking global de eficiência portuária, numa lista de 148 nações. Ou seja, ainda temos um longo caminho à frente. Outro aspecto fundamental: não basta termos terminais modernos e eficientes (isso já existe), mas é preciso que o sistema logístico como um todo funcione de forma integrada, com boas interconexões com os modais rodoviário e ferroviário”, diz. Quem segue a linha de pensamento de Loureiro, é Roberto Lopes, diretor de Operações da LOGZ Logística Brasil SA.. Segundo ele, o Brasil tem ainda grandes desafios a vencer no setor de infraestrutura, notadamente, na infraestrutura portuária, onde há forte demanda, com tendência de crescimento no médio e no longo prazos, a despeito de uma conjuntura econômica desfavorável. “É preciso lembrar que, para os portos funcionarem com plena eficiência, não basta apenas termos terminais equipados e modernos. É preciso também reduzir a burocracia e melhorar a integração inter-
CLAUDIO LOUREIRO – CENTRONAVE
modal, com adequadas conexões ferroviárias e rodoviárias”, crê. Patrício Junior, Presidente do Porto Itapoá, em Santa Catarina, também entende que o País ainda tem grandes gargalos a serem eliminados no setor de logística e, em particular, no setor portuário, mas, segundo ele, é preciso ressaltar que os problemas são em grande parte decorrência de deficiências do sistema como um todo, ou seja, da falta de integração entre os vários modais, do excesso de burocracia e ainda de questões relativas aos canais de acesso. “Nem sempre as restrições estão relacionadas estritamente aos terminais. E dizemos isso sem deixar de reconhecer que o Brasil também precisa de novos terminais para atender à demanda por serviços portuários. Mas, neste sentido, devemos considerar que está em curso neste momento uma nova leva de investimentos no setor portuário, tanto em novos terminais quanto na ampliação e expansão dos já existentes”, aponta. Avaliando este cenário, um dos pontos mais preocupantes, é o calado que os portos e terminais brasileiros apresentam. Segundo a Datamar, o tamanho das embarcações tem dobrado de tamanho, porém o País não tem acompanhando esta proporção, impedindo que esses supernavios atraquem por aqui. Para Loureiro, este é outro ponto fundamental quando pensamos em infraestrutura portuária. “Há terminais extremamente eficientes no País, cuja capacidade não pode ser totalmente aproveitada dentro do sistema por força das restrições nos canais de acesso. Isso significa que o navio, para alcançar o terminal, deve operar com restrições, como por exemplo, de acordo com a maré ou somente de dia, e muitas vezes não pode operar completamente carregado, mesmo que o terminal tenha capacidade para recebê-lo. Um absurdo. Não podemos perder eficiência logística por falta de obras de dragagem, sejam elas emergenciais ou de manutenção. Está aí uma questão em que o Governo e a Secretaria Especial dos Portos devem investir todas as suas energias, pois já está afetando o comércio exterior do Brasil”, finaliza.
“Basicamente, devemos nos antecipar aos problemas, atacar as questões dos gargalos eliminando problemas burocráticos e estruturais, padronizar e unificar ações dos órgãos intervenientes, bem como melhorar os acessos” 08 | RCN
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Diagnóstico da economia brasileira para 2016
O ano de 2015 para muitos setores da economia poderia não ter acontecido, em um período repleto de incertezas e notícias negativas, o comércio exterior brasileiro foi diretamente atingido. Se fizermos uma analogia entre o Brasil e um paciente doente, o país está sendo tratado por médicos que não sabem determinar um diagnóstico, que inicialmente negaram os sintomas e depois de muitas tentativas não encontraram um tratamento assertivo. E os sintomas se agravaram: PIB em queda, real desvalorizado, inflação descontrolada, juros altos, falta de crédito, instabilidade política, briga de poderes, programas do governo estacionados, política externa fraca, infraestrutura precária e a escalada do desemprego colocaram o país na UTI. Mas acreditando que, para toda dor existe um remédio, mesmo que muitas vezes amargo, convidamos alguns especialistas e personalidades para fazerem seu check-up da economia brasileira, apresentando seu diagnóstico e sugerindo o tratamento que ajudará o Brasil a superar este estado quase vegetativo indicado por alguns. 10 | RCN
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Entrevistados
José Geraldo Vantine
Consultor em logística e Supply Chain. Fundador e presidente da Vantine Consulting, autor do livro “Nos Caminhos da Logística”
José Nunes Filho Diretor Titular Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP Campinas
Qual o diagnóstico atual da economia brasileira? Vantine: Inflação, mas que o dobro do previsto, alta retração do consumo interno, desemprego batendo na casa de 2 milhões só na casa de 2015, temperado por profunda crise política e moral. O país está sem rumo e sem comando. Nunes: Muito ruim, a má gestão da economia nos últimos anos associada ao represamento de tarifas controladas, a falta de investimentos em infraestrutura, a corrupção generalizada e a elevação da dívida pública em 2014 para garantir a reeleição da atual Presidente da República conduziram o país a um beco sem saída. Mello: A economia brasileira encontra-se atualmente em um ciclo recessivo, aprofundado em grande medida pela estratégia “austericida” adotada pelo governo a partir do início do ano. Os problemas fiscais e de atividade já visíveis em 2014, e que apontavam para um esgotamento da estratégia de apoio a indústria construída ao longo do primeiro governo Dilma, foi substituída por uma estratégia de ajustamento recessivo que apenas aprofundou os principais problemas nacionais, além de drenar apoio político da presidenta, uma vez que ela está realizando a agenda prometida pelos seus adversários.
Guilherme Mello
Economista com doutorado pela Unicamp, pesquisador do CeconIE/Unicamp - Centro de Estudos de Conjuntura e Política Econômica e professor na FACAMP
Alexandre Espírito Santo Economista da Órama e professor de Finanças do Ibmec/RJ
Espírito Santo: A situação é crítica, pois estamos com um grave problema político, que potencializa a crise na economia. Poucas vezes eu assisti, em nossa história, um quadro como o atual, de consequências tão danosas. O PIB de 2015 será negativo em quase 4% e, em 2016, a situação não deverá ser muito melhor, pois estimo crescimento negativo em 2%. Situação semelhante (dois anos consecutivos de retração no PIB) somente na década de 1930. A inflação já ultrapassou a casa dos 10%, sem possibilidade concreta de voltar para a meta no curto prazo. O desemprego está em alta e deve atingir também a marca dos dois dígitos. Com as incertezas atuais, os empresários estão refratários em investirem na produção, e, sem investimentos, não mudaremos o cenário. O investimento cai há vários semestres consecutivos, como mostra o IBGE. Agora, com toda essa incerteza, e com as taxas de juros nos patamares em que se encontram (para combater a inflação), é compreensível que os empresários prefiram aplicar seus recursos no mercado financeiro. Esse efeito, em economia, chama-se crowding-out, quando o governo, por indisciplina fiscal, precisa de elevado financiamento, o que empurra para cima as taxas de juros e desloca investimentos produtivos para especulativos.
“Poucas vezes eu assisti, em nossa história, um quadro como o atual, de consequências tão danosas”, Espírito Santo www.cargonews.com.br
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Como o cenário atual irá afetar o comércio exterior brasileiro nos próximos anos? Vantine: Para o mercado internacional, e com o dólar em patamar elevado, certamente as empresas exportadoras estão com o sorriso aberto. O problema brasileiro é que está muito dependente da produção agropecuária para o mercado internacional. Nunes: Não temos acordos de livre comércio com outros países, temos acordos ideológicos, estamos amordaçados pelo Mercosul e pelo bolivarianismo, enquanto os países da Aliança do Pacífico, Chile, Peru, México e Colômbia abriram suas fronteiras e estão estabelecendo acordos comerciais com pragmatismo e estão em franco desenvolvimento. Nosso problema é mais político e ideológico que econômico. Mello: O comércio exterior deverá passar por uma mudança importante, devido à desvalorização cambial de quase 80% no câmbio real efetivo verificado nos últimos anos. Esta desvalorização, aliada a mudança na conjuntura econômica externa e as mudanças nas estratégias comerciais brasileiras, poderia abrir enormes possibilidades e uma nova inserção de produtos e empresas brasileiras no exterior. Para isso, no entanto, é preciso superar os desafios e incertezas de curto prazo e manter o câmbio real minimamente estabilizado, garantindo uma perspectiva confiável para o exportador nacional. Espírito Santo: Irá não, já está afetando. E não é somente por causa do câmbio, como muitos advogam. A taxa de câmbio é uma variável fundamental, mas existem muitas outras questões, pois a competitividade das empresas que comercializam com o resto do mundo não depende somente de preços relativos. Nosso custo para produzir é elevado e, enquanto não atuarmos seriamente para reduzi-los, as políticas de comércio serão apenas mitigatórias ou compensatórias, como taxação para importados ou subsídios. São necessárias as reformas tributária, trabalhista, da previdência e reduzir a burocracia. Precisamos, igual12 | RCN
mente, melhorar a logística associada ao comércio. Os portos e aeroportos precisam de melhorias, que envolvem investimentos maciços. Ademais, é preciso rever a questão do foco no Mercosul, que foi a tônica dos últimos governos. Se não considerarmos fechar acordos bilaterais, negociar com economias mais prósperas, como, aliás, vêm fazendo alguns países do Pacífico, não vislumbro melhora consistente para nosso comércio exterior. Você acredita que o Ministério da Fazenda vem errando em seu plano de recuperação da economia brasileira? Aponte seus principais erros e se possível também os acertos. Vantine: É impossível esta avaliação uma vez que o ministro enfrenta sérias restrições de ordem política envolvendo o congresso nacional, o meio empresarial e o setor bancário. É um jogo de xadrez com jogadores de truco. Nunes: O principal erro é tentar passar a conta dos erros e desacertos cometidos pelo governo para a sociedade brasileira, aumentando e criando novos impostos ao invés de reduzir custos, gerir melhor o dinheiro dos contribuintes, diminuir o loteamento de cargos, o aparelhamento da máquina pública, o número de ministérios e a corrupção. Mello: O principal erro foi a aposta em realizar um duro ajuste fiscal, superior a 2% do PIB, acreditando que isso recuperaria a confiança do empresário privado. Na realidade, em uma economia que já vinha desacelerando, o corte de gastos (e particularmente de investimentos) públicos reduz as perspectivas de demanda e rentabilidade do empresário, fazendo com que ele se retraia ainda mais. O segundo grande erro foi ter realizado um choque de preços de uma só vez, particularmente os de energia elétrica e combustíveis. Esses preços realmente necessitavam ser reajustados, mas fazê-lo de uma vez só aumentou demasiadamente a inflação, o que levou o Banco Central www.cargonews.com.br
(equivocadamente) a aumentar os juros, piorando as contas públicas, uma vez que os gastos com juros esse ano devem somar 9% do PIB, tornando qualquer ajuste fiscal ineficaz. A combinação de retirada da única fonte ainda existente de demanda autônoma da economia (o investimento público) com mudança radical nos preços relativos (com sua consequência inflacionária), deteriorou a confiança e as expectativas privadas e nos trouxe ao atual ciclo recessivo, que reduz as receitas públicas e impede até a obtenção de superávits primários. O principal acerto foi a desvalorização cambial, mas que também ocorreu de forma pouco controlada e impactou a inflação. Precisamos agora estabilizar o câmbio no patamar atual para dar previsibilidade para os produtores nacionais e melhorar ainda mais nosso setor externo. Espírito Santo: A política econômica da presidente Dilma, no primeiro mandato, foi centrada em aumento de gastos, concessão de empréstimos e incentivos (via BNDES, principalmente) a determinados setores e empresas, o que alguns analistas chamam de “política das campeãs”. O problema é que tal política desequilibrou estruturalmente o orçamento do governo, que passou a apresentar superávits primários cadentes. Como a eleição de 2014 antecipava-se acirrada, os gastos foram intensificados através de ações pouco recomendáveis, como as famosas pedaladas (questionadas pelo TCU), que deixaram um gasto de, aproximadamente, R$ 50 bilhões para 2015. Assim, o principal problema do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, era acertar o lado fiscal, que estava desajustado e comprometia a retomada. Esse diagnóstico está correto e algumas decisões foram nessa linha, de promover um forte ajuste nas contas públicas. Mas, infelizmente, a redução das receitas, pela queda na atividade econômica, fez um estrago gigante e, de um superávit primário prometido de R$ 67 bilhões, vamos entregar um déficit de mais de R$ 100 bi (considerando o valor das pedaladas). Portanto, o necessário seriam cortes profundos em gastos, especialmente em pessoal e na máquina estatal. Mas, infelizmente, a tesoura não me parece tão afiada e, mais uma vez, vamos penalizar a sociedade com aumento de impostos, incluindo o provável retorno da CPMF.
Com a indústria em desaceleração, diversos setores da economia acabaram prejudicados, atingindo diretamente o PIB nacional e entre outros fatores, contribuindo para uma revisão do grau de investimento do Brasil e de suas empresas pelas agências de classificação de risco. Como estes fatos prejudicam a economia nacional a curto e longo prazo? Vantine: A questão do grau de investimento é um componente exclusivamente de risco para capital volátil. Um país pujante, rico só oferece oportunidades para o investimento produtivo e esse só de médio e longo prazo. Não existe curto prazo para investimento produtivo. Nunes: Quando um país perde o grau de investimento, o seu spread de crédito aumenta, diminuindo a competitividade internacional das suas empresas. Mello: A perda do grau de investimento reduz e encarece o crédito para empresas e governos no Brasil. O impacto se dá, portanto, através do custo de captação de recursos internacionais. Além disso, ele teve algum impacto na taxa de câmbio, desvalorizando-a mais rapidamente do que o esperado. Espírito Santo: Com o quadro fiscal crítico que apresentamos é praticamente impossível sustentarmos o grau de investimento. A relação dívida bruta sobre PIB está em 65% e crescendo, o que é um número muito ruim e não referenda o selo de bom pagador. Já perdemos a chancela da S&P e, provavelmente, perderemos da Moody´s, em breve. Essa situação é muito ruim não somente para o país, mas para muitas empresas brasileiras, pois o custo de captação de novos recursos se elevará de forma significativa. Adicione-se a isso o eminente aumento dos juros americanos. No curto prazo, o impacto é sentido imediatamente sobre o custo de capital das empresas e pela fuga de investidores estrangeiros. No longo prazo, é ruim para o país como um todo, uma vez que desloca investimentos estrangeiros diretos que potencialmente viriam para cá para outros lugares. O pior é que, em minha visão, só voltaremos a ostentar grau de investimento na virada da década (isso se fizermos o dever de casa direitinho).
“O principal erro é tentar passar a conta dos erros e desacertos cometidos pelo governo para a sociedade brasileira”, Nunes www.cargonews.com.br
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Diversos economistas acreditam que 2016 será um ano ainda pior que 2015, porém afirmam que o Brasil deve voltar a dar sinais de recuperação antes da virada para 2017. Você também compartilha desta crença? Vantine: Economistas trabalham com modelos matemáticos e, normalmente, os que fornecem opiniões são áqueles ligados aos bancos e as grandes consultorias de economia. Raramente vejo economista empresário opinar sobre este tema. O fato é que a macroeconomia segue modelo probabilístico similar à previsão do tempo e da bolsa de valores. Tudo pode mudar para o bem ou para o mal, em menor tempo do que se pensa. Nunes: A economia vive de expectativas, enquanto esse governo permanecer elas seguem ruins, pois já não há mais liderança, os três poderes estão se digladiando, não existe mais consenso para nada, as denúncias de corrupção já atingiram o centro do poder e o país está desgovernado. O setor produtivo, embora altamente prejudicado, tenta se descolar do governo, que passa a ser apenas mais um custo, e o seu maior custo, e seguir seu caminho, embora tenha perdido toda competitividade. Mello: Caso não exista uma mudança de estratégia, abandonando-se o ajuste recessivo e voltando a se implementar medidas de retomada do crescimento e dos investimentos, 2016 tem tudo para ser um ano tão ruim quanto 2015, com o agravante de já partir de uma situação bastante deteriorada. No entanto, ainda há tempo para o governo se recuperar politicamente, superando o debate do impeachment, e anunciar para a sociedade uma nova estratégia que permita a recuperação econômica ainda em meados do ano que vem. Espírito Santo: Como disse, o quadro é crítico. Lembremo-nos, também, que as grandes empreiteiras do país estão sendo investigadas e não devem voltar a ter forte atuação no curto prazo, o que dificulta ainda mais a retomada. A meu juízo é praticamente impossível uma virada em 2016, pois a economia é influenciada por expectativas. E as expectativas, hoje em dia, não são nada alvissareiras. Estamos num círculo vicioso: Com desemprego elevado e inflação em alta, a confiança do consumidor vai caindo gradativamente, tornando-o mais seletivo em seu consumo. Isso já foi captado pelo IBGE. Com consumo reduzido,
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as empresas vendem menos e o investimento desaba, o que acaba levando a mais desemprego. Como interromper essa espiral perversa? Só com credibilidade e confiança de volta. Mas, para isso ocorrer, é preciso disciplina fiscal, que, inclusive, ajudaria ao Banco Central na sua hercúlea tarefa de trazer a inflação para a meta novamente. Creio que a situação pode melhorar um pouco em 2017. Todavia, vinculo essa possível melhora somente se se dissiparem essas nuvens carregadas que estacionaram sobre os gabinetes de Brasília. Aí sim, existirá alguma chance de revertermos esse torpor generalizado que tomou conta do empresariado nacional. Há quem defenda que vivemos uma crise mais política do que econômica, como a falta de credibilidade pode afetar o futuro do Brasil? Vantine: É incorreto afirmar que vivemos uma crise mais polícia que econômica. O fato é que a política passa pela maior crise de todos os tempos porque ¨o tiro saiu pela culatra¨ para o ditador Lula da Silva. Nunes: Já está afetando, somos tratados de forma jocosa pelos países desenvolvidos, perdemos a credibilidade e corremos o risco de receber o mesmo tratamento das republiquetas bolivarianas da América Latina, isso pode afetar novos investimentos e negócios internacionais. Por outro lado, o afastamento do atual governo pode gerar expectativas positivas e reativar a economia em pouco tempo, desde que as medidas necessárias de reforma do estado brasileiro sejam implementadas, sem demagogia, fisiologismo ou populismo. Mello: Ela retira a possibilidade do empresário e do investidor privado de planejar e executar investimentos, fazendo com que todos os agentes econômicos procurem aumentar a poupança. Quando um agente o faz, tudo bem. Quando todos fazem ao mesmo tempo, ninguém compra de ninguém e, como consequência, ninguém consegue poupar mais. A crise se instala. Espírito Santo: Há uma crise econômica! Não vamos tapar o sol com a peneira! Essa história de que a economia brasileira está sendo afetada pela crise externa não me parece correta. A economia global vai crescer 3% em 2015, enquanto nós vamos retroceder quase 4%. Agora, é certo que a situação política está piorando o quadro na economia. Próceres da nossa
política estão sendo acusados de malfeitos e isso paralisa o Congresso, que tem uma tarefa fundamental: Votar o ajuste fiscal. O que temo é o quadro de radicalismo e desesperança que acometeu a sociedade. O país vive uma espécie de Fla x Flu desde a campanha de 2014, com ambos os lados mais torcendo por suas convicções ideológicas do que agindo de forma racional. As pesquisas indicam que a corrupção virou o principal problema para mais da metade dos brasileiros. É necessário sinalizar para a juventude do nosso país que vale a pena ser sério, que roubar leva à prisão, mesmo os poderosos. É preciso uma mudança cultural (e instituições fortes) para consolidarmos a democracia e resgatarmos a credibilidade, que está no ralo. Nesse sentido, a operação Lava-Jato me parece desempenhar um papel fundamental. Diversas alianças comerciais surgiram entre as principais economias mundiais, como, por exemplo, a recém-criada Aliança do Pacífico, impulsionando o comércio exterior e parcerias internacionais entre os países participantes. Como o Brasil pode aproveitar este cenário? Vantine: As principais alianças se tornaram mais intensas a partir da primeira década de 90 (século XX). Nesse período o Brasil estabilizou sua moeda, mas a geopolítica da América do Sul foi fortemente influenciada pelo Bolivarianismo, e o Brasil embarcou nessa. Focou no Mercosul, ignorou Alianças bilaterais que depois já vinham sendo criadas pelo Chile, Peru e Colômbia, e finalmente, virou as costas para Aliança do Pacífico. Erro grave que pode comprometer a próxima geração. Nunes: Implementando uma política de comércio exterior pragmática, de resultados, sem ranços ideológicos e populistas, realizando novos acordos comercias e integrando-se economicamente ao mundo globalizado. Mello: O Brasil deve avançar na sua relação com outros blocos comerciais, mas nunca abrindo mão de sua soberania e de sua indústria, como querem nos impor os EUA e Europa. O ideal seria a realização de acordos que, ao mesmo tempo que preveja abertura dos mercados, coloque como condicionalidade a entrada de investimento e a implantação de setores industriais que modernizem a estrutura produtiva nacional. No atual cenário, esse tipo de acordo é muito
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mais possível com os BRICs do que com os parceiros tradicionais. Espírito Santo: Como mencionei anteriormente, o foco do comércio brasileiro, nos últimos dez anos, foi o Mercosul. Afastamos outros parceiros, pois o Mercosul não é um bloco econômico na definição exata, e sim uma união aduaneira. Inicialmente, na década de 1990, tal arcabouço fazia sentido, agora não mais. O governo brasileiro rejeitou a ALCA e deu de ombros para o movimento internacional pós-crise de 2008, de acordos bilaterais. Nossa diplomacia ficou sem estratégia definida em termos de comércio. Os países da Aliança do Pacífico souberam aproveitar essa oportunidade e atuaram de maneira sensata, pois, em minha opinião, investir no comércio internacional era a melhor forma de se sair mais rapidamente da crise de 2008. Você acredita em uma nova política externa do Mercosul com a eleição do novo presidente argentino, Mauricio Macri? Como o Brasil pode reagir a esta mudança em favor da política nacional? Vantine: Sempre defendi a corrente política socialista de centro direita, e vejo com satisfação neste final de ano a derrota da esquerda bolivariana na Argentina e na Venezuela, e dependendo da deposição da atual presidente do Brasil, certamente o Mercosul tomará outro rumo em direção as Alianças com a comunidade Europeia e até mesmo com Aliança do Pacífico. Nunes: Se não reagir, e logo, deixará todo o protagonismo para a Argentina e o presidente Maurício Macri, que é um empresário, tem um pensamento liberal, moderno e antenado com o atual cenário econômico mundial. Mello: Acredito em uma melhoria do próprio Mercosul, uma vez que Macri é menos protecionista que o governo anterior. A melhoria da relação do Mercosul com outros blocos, no entanto, ainda depende muito da postura do Brasil. Espírito Santo: No dia seguinte à eleição de Macri, um aluno brincou: Perdemos de 7 a 1 da Alemanha e, agora, vamos tomar outra goleada, da Argentina. Brincadeiras à parte, a vitória de Macri pode significar uma mudança profunda na economia da região, tão influenciada por políticas populistas nessa última década e meia. É preciso aguardar uns poucos me-
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ses, mas as indicações iniciais são de que Macri será mais liberal na economia e questionará alguns pontos importantes relacionados ao Mercosul, como a participação da Venezuela no bloco. Considero sua eleição importante e pode ser entendida como uma sinalização de que políticas insensatas na economia estão sendo efetivamente questionadas pela população. Mas é preciso ver como o governo brasileiro vai responder a essas eventuais mudanças. Sou um pouco cético em relação a isso. O governo havia divulgado um plano de incentivo a infraestrutura logística, porém com os ajustes fiscais parte deste plano pode não sair do papel, há como o setor privado contornar o déficit logístico brasileiro sem contar com a ajuda do governo? Vantine: O chamado PIL - Plano de Investimento em Logística, é o maior engodo desse governo, não só porque não cumpre, mas porque os projetos são desestruturados e pessimamente gerenciados. Veja o caso da Ferrovia de Integração Oeste-Leste que já consumiu R$ 3 bi e está paralisada, assim como a Ferrovia Norte-Sul que somente após um ano e meio no trecho de quase 900 km entre Anápolis (GO) e Porto Nacional (TO) embarcou a primeira composição com sessenta vagões de soja. Nunes: O governo devia se ater às áreas de educação, saúde e segurança, não tem capacidade para gerir infraestrutura, deve privatizar, a iniciativa privada é mais eficiente e produtiva e sem dúvida essa é a única saída para atender as necessidades de desenvolvimento do país, vejam o exemplo do Aeroporto de Viracopos e das rodovias concessionadas. Mello: Não. O setor privado precisa de infraestrutura, mas não está disposto nem tem condições financeiras de arcar com ela. Aqui, o papel do Estado é fundamental, financiando, planejando e fiscalizando a construção desses projetos. Por este motivo, um dos grandes motores possíveis de retomada do crescimento econômico é exatamente a retomada dos investimentos públicos em parceria com o setor privado, mas que só será possível caso se aceite superar
a lógica do austercidio fiscal atual. Espírito Santo: Cazuza cantou, ainda na década de 1980: “Ideologia, eu quero uma para viver”! Em minha visão, está na hora de deixarmos um pouco de lado as ideologias para agirmos de maneira mais pragmática. Precisamos melhorar, rapidamente, a infraestrutura do país. E essa melhora deverá ser liderada pela iniciativa privada. O problema é que os governos recentes não gostam da palavra privatização; preferem chamar de parceria público-privada. Uma ideologia tola! O PIB potencial só fez cair nos últimos anos. A pergunta que se impõe é: como atrair o empresário a investir em projetos gigantescos, de grande complexidade e riscos elevados? Nos últimos anos, por exemplo, o governo limitou rentabilidade de projetos, mexeu em regulação de alguns setores e a burocracia sempre cria entraves. Isso afugentou a iniciativa privada. Para o setor privado voltar precisamos afastar as incertezas jurisdicionais. Mais regras perenes e sensatas do que incentivos governamentais. Agora, com a taxa de câmbio mais favorável, a entrada de players estrangeiros é uma realidade, como, aliás, os chineses fizeram, recentemente. Você vê oportunidades ainda não exploradas no atual cenário para o mercado de comércio exterior? Vantine: Historicamente o Brasil nunca vendeu, excetuando os graneis clássicos, e as grandes empresas, o Brasil sempre foi comprado. Em muitos segmentos na verdade o Brasil exporta mão de obra, matéria prima e energia, e grande parte da comercialização é feita com INCOTERM FOB. Nunes: Sem dúvidas, o Brasil hoje só participa, competitivamente do mercado de commodities e produtos do agronegócio. Temos que adotar políticas que aumentem a produtividade do setor industrial, investir em inovação e tecnologia, em infraestrutura logística, em especialização de mão de obra, diminuir
“Em minha visão, está na hora de deixarmos um pouco de lado as ideologias para agirmos de maneira mais pragmática. Precisamos melhorar, rapidamente, a infraestrutura do país”, Espiríto Santo 16 | RCN
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a burocracia, o custo do emprego formal, dos impostos e das taxas de juros. Mello: Sim, particularmente com os países do Mercosul e com o bloco asiático, que poderia tanto demandar mais produtos manufaturados brasileiros, quanto se tornar parceiro na implementação de projetos conjuntos no país. Espírito Santo: Sem dúvidas há boas oportunidades. Temos empresas extraordinárias, competitivas e eficientes, mesmo em setores de ponta. Veja o caso da Embraer; um sucesso absoluto. O que quero dizer é que o Brasil não é somente commodities, apesar de entender que sempre seremos importantes no agronegócio. Mas as oportunidades que despontam, em minha visão, são na área do entretenimento, turismo ecológico e tecnologias agrícolas avançadas. Quer um exemplo? A biotecnologia (vide a questão das sementes híbridas) melhora a competitividade agrícola e favorece o setor exportador. O problema é que o governo focou no pré-sal e na indústria que gravita ao seu redor, exigindo o conteúdo nacional. Olha no que deu... Há remédio para que o Brasil volte a crescer, retomando a promessa de ser uma potência mundial? Vantine: Não sei de quem é essa promessa, mas o Brasil só será potência mundial na produção de alimentos, especialmente soja, milho e carne. Aí sim o Brasil se configura como um dos seleiros do mundo porque é um setor de alta qualificação profissional e de investimentos maciços dos empresários do agronegócio. Certamente o Brasil voltara a crescer, pois crises são cíclicas como recentemente aconteceu com os Estados Unidos, Espanha e até mesmo o Japão. Nunes: Sim, mas para isso é necessário um governo forte, que tenha apoio popular, e promova as reformas estruturais do estado brasileiro, como as reformas política, administrativa, tributária, trabalhista, sindical. É preciso que o dinheiro público deixe de ser público e passe a ser tratado como dinheiro do contribuinte e para ele retorne na forma de emprego, saúde, educação, segurança e oportunidades. O
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brasileiro não precisa de esmolas miseráveis nem de demagogia irresponsável e governantes corruptos e populistas, precisa de oportunidades e horizontes claros, o brasileiro precisa de um futuro para se tornar o país do presente. Mello: A retomada brasileira depende da superação imediata da crise política, afastando a possibilidade de golpe que apenas traria maior instabilidade econômica para o país. Além disso, depende de uma mudança na estratégia do governo, que deve comunicar abertamente e de forma transparente que o ajuste se completou, colocando-se os preços relativos (câmbio, gasolina e energia elétrica) no lugar e recuperando o setor externo. Com base nisso, deve-se anunciar uma estratégia de saída da crise, que coadune queda da inflação com queda posterior dos juros, retomada dos investimentos públicos (através da utilização de parte do excesso de reservas cambiais para este fim) e manutenção do atual patamar do câmbio real. Espírito Santo: Claro! Mas só ocorrerá se fizermos o dever de casa como poucas vezes fizemos. Esse é o desafio que se impõe à nossa sociedade. Isso tem a ver, como enfatizei, com a questão fiscal, com um Estado mais enxuto e eficiente. Precisamos adequar o tamanho do governo as nossas necessidades, porém dentro da lei de responsabilidade fiscal. Não dá para gastarmos, com folha de pessoal, quase nove vezes o que se gasta com o Bolsa Família. Precisamos de reformas, sem reformas não vai! Não dá, por exemplo, para gastar quase 10% do PIB com previdência. E, se uma reforma séria não for feita em breve, com idade mínima para aposentadoria, veremos esse quadro insustentável daqui a dez ou quinze anos. Temos todos os requisitos para sermos uma potência global. Ainda temos uma população relativamente jovem, recursos naturais e humanos. A economia brasileira é pujante, responde rápido às crises, mas não há milagres. É preciso determinação política e perseverar (doa a quem doer) nessa faxina ética, que está em curso. Nesse sentido, sou otimista! As entrevistas e outras que foram feitas com o tema Diagnóstico da economia brasileira para 2016, poderão ser lidas no portal Cargo News durante o mês de janeiro de 2016. Acesse www.cargonews.com.br
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Cobertura
Expo SCALA 2015 Público qualificado e importantes players do mercado marcaram presença na feira de negócios e ciclo de palestras, que aconteceu nos dias 17 e 18 de novembro, em Campinas/SP A 16ª edição da Expo SCALA foi considerada pelos seus visitantes um sucesso, com o público extremamente qualificado e importantes empresas expositoras, superando as expectativas dos organizadores nos dois dias de evento. A maior feira de negócios do comércio exterior, transporte e da logística do interior do Brasil, se consolida como um importante encontro de profissionais da indústria importadora e exportadora, além de sua cadeia logística. O evento reuniu diversas empresas do setor e seus profissionais que visitaram a feira e também participaram do Fórum Expo SCALA. A cerimônia de abertura do evento contou com a participação de renomados empresários, representantes de associações de classe, políticos e especialistas do setor. Dividiram a mesa de abertura do evento com o presidente da Comissão Organizadora da Expo SCALA, Luiz Guimarães, o diretor titular do CIESP Campinas, José Nunes Filho; Marcos Farneze, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de São Paulo – Sindasp; o diretor de operações da Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Mota; o viceprefeito de Campinas, Henrique Magalhães Teixeira, entre outras autoridades da região.
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“Um dos fatores importantes dessa 16ª edição da Expo SCALA é que estamos assistindo muitos assuntos e projetos que foram tratados nesses 16 anos serem materializados, uma prova é o Aeroporto de Viracopos, que é um dos principais equipamentos do comércio exterior e logística do Brasil. As diversas micro-ações tomadas no setor rodoviário e político completam esse quadro, como a expansão da nossa base exportadora”, disse Luiz Guimarães, da organização da Expo SCALA. Ainda segundo Guimarães, é preciso apoiar mais o pequeno exportador ou aquele que tem potencial para exportar seus produtos, e aproveitou para anunciar que em 2016 terá novidades sensíveis para os expositores, parceiros e, principalmente, para os visitantes da Expo SCALA. Nesta edição, a feira contou com mais de 30 empresas expositoras, o patrocínio Apresenta da Aeroportos Brasil Viracopos e o patrocínio da Rodovisa Cargas Especiais.
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Prêmio Viracopos Excelência Logística Na noite de encerramento da 16ª Expo SCALA, a Aeroportos Brasil Viracopos realizou a terceira edição do Prêmio Viracopos Excelência Logística. O Prêmio teve por base a apuração de resultados do Ranking de Eficiência Logística do aeroporto, no período de agosto de 2014 a julho de 2015. Este ano, concorreram 84 empresas importadoras, 19 agentes de carga, 29 comissárias de despachos aduaneiros, 35 transportadores rodoviários e 16 companhias aéreas.
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Os grandes vencedores na noite nesta terceira edição foram: Embraer, Martinair Holland, Panalpina e RWA Logistics, além das empresas homenageadas no segmento cadeia logística. A premiação foi auditada pela PWC e contou com o apoio do CIESP Campinas. As empresas Unimed Campinas, Cisa Trading e Brink’s foram as patrocinadoras, deste que é o evento mais importante para o setor de carga de Viracopos.
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Logística e comércio exterior em debate no Fórum Expo SCALA 2015 Durante os dois dias da feira de negócios aconteceu o principal ciclo de palestras e debates do setor na região. Com a chancela de importantes empresas e associações, renomados profissionais apresentaram temas relevantes para o mercado nesta edição.
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Durante a 16ª edição da Expo SCALA, Campinas foi palco do Fórum Expo SCALA, onde diversos temas atuais e pertinentes para o setor foram debatidos, contribuindo para o conhecimento e formação profissional de seu público. Entre os assuntos debatidos há aqueles que ainda geram controvérsia no mercado como: Compliance Aduaneiro, o despachante aduaneiro e as responsabilidades dos importadores e exportadores, que teve como palestrante o diretor do SINDASP, Elson Isayama. A opção multimodal para exportação e cabotagem da região de Campinas também foi apresentada no Fórum, com participação dos profissionais, Elisa Figueiredo da MRS Logística e Fábio Medrano Siccherino, da Embraport. Na sequência, para falar sobre formação profissional, Martin von Simson, publisher do Grupo Guia, apresentou o tema: Os desafios para o treinamento de profissionais de logística. Finalizando o primeiro dia do Fórum Expo SCALA, foi apresentado um dos assuntos mais comentados do comércio exterior na atualidade e que ainda gera muitas dúvidas, o painel: OEA Operador Econômico Autorizado, a Aduana do século XXI, com a presença de An-
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tônio Cesar Bueno Ferreira, auditor fiscal da Receita Federal do Brasil; Elaine Cristina da Costa, analista tributária da Receita Federal do Brasil, Adam Benjamin Cunha, assessor de negócios de carga da Aeroportos Brasil Viracopos. Júlio Cicero Cunha, coordenador de projetos da Embraer e Jonh Edwin Mein, coordenador executivo do Instituto Aliança Procomex – Pró-Modernização Logística do Comércio Exterior. No segundo dia da Expo SCALA, a Amcham (Câmara Americana do Comércio) uma das mais respeitadas associações empresariais do Brasil, apresentou o painel: Projetos de Investimentos em Infraestrutura com a participação do Nelson Fernandes da RGN Log, Maurício Endo da KPMG, Júlio Perdigão da Rota das Bandeiras e Aluízio Margarido da Aeroportos Brasil Viracopos. Para concluir o Fórum Expo Scala deste ano, José Geraldo Vantine, consultor em logística e presidente da Vantine Consulting trouxe o tema: projeto de ampliação do Porto de São Sebastião, com participação do diretor presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Casemiro Tércio Carvalho.
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Depoimentos 16ª Expo SCALA
Carlos Alberto Alcântara Assessor de Assuntos Institucionais da Aeroportos Brasil Viracopos A realização da feira e a premiação das empresas que se destacaram pela eficiência logística são eventos de grande importância para o aeroporto de Viracopos e para o comércio exterior do Brasil, consolidando-se como palco de grande visibilidade para as merecidas homenagens aos importadores e as cadeias logísticas mais eficientes e proporcionando aos participantes um ambiente muito favorável à confraternização, trocas de experiências e novos negócios. Gilson de Farias Gerente Comercial da Rodovisa A Rodovisa pelo 5º ano consecutivo participa da Expo SCALA, para nós é muito importante sermos expositores do maior evento de comércio exterior e logística do interior paulista. A feira fortalece nosso network e os negócios intercompany, agrega conhecimento com as palestras e traz a possibilidade de divulgarmos novas frentes de trabalho, como transporte rodoviário, carga projeto e armazenagem. Além do privilégio de recebermos clientes e parceiros em nosso stand. Elisabeth Pinto Gerente de Vendas da DHL Global Forwarding Estamos muito contentes em fazer parte da história da Expo SCALA há 16 anos, onde prestigiamos cada ano e aproveitamos para o lançamento de nossos produtos, bem como celebrar com os clientes, amigos e parceiros. Sabemos da importância do interior do estado e do aeroporto de Viracopos para o comércio exterior brasileiro, e por esse motivo, sempre trazemos novidades ao mercado em que atuamos. Este ano, estamos aproveitando a Expo SCALA para festejar nossa certificação OEA (Operador Econômico Autorizado) e estamos lançando o Smart Sensor. Marco Capp Gerente Comercial da Haidar Fazer parte de uma feira de negócios deste porte é muito importante, atendeu nossa expectativa, a estrutura é ótima e durante a feira prospectamos bastante. Maurício Gomes Diretor Geral da DVALOG É muito gratificante para nós participar de um evento como este para divulgação da nossa empresa e serviços, e também para prospectar clientes que, com certeza, é o mais importante.
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Elson Isayama Diretor do SINDASP Para nós é sempre importante estar no meio dos importadores, esse adolescente de 16 anos de evento amadurece cada vez mais e o Sindasp ampliou muito nesta edição com o lounge. Essa feira expandiu as fronteiras do Brasil há muito tempo. Alex Franco Diretor da GVW Global Logistics Nossa expectativa é aparecer mais para o mercado, ter a estabilidade que temos não é porque a empresa está investindo, estamos mostrando que somos estáveis e isso é muito importante para o cliente, passamos segurança e confiança. E participar da 16ª Expo SCALA, com certeza nos proporciona muito mais visibilidade e continuaremos sendo o porto seguro para nossos clientes e parceiros. Gabriel Rezende Supervisor de Operações na Skymark Participamos da 16ª edição da Expo SCALA a convite da Rodovisa. Há 20 anos na área, ficamos muito satisfeitos, foi muito interessante. Superou nossa expectativa, fizemos muitos contatos com cargos de governo e foi muito dinâmico, a feira contou com público diversificado reunindo várias empresas em um único ambiente. Eder Desiderio Diretor da Original Logística Para nós é sempre importante marcar presença na região, este ano superou as expectativas de público, um número bastante significativo e as palestras chamaram atenção dentro do esperado. Sandra G. Melchiades Gestão e assessoria de negócios da Proseftur Essa é a primeira vez que participamos da feira Expo SCALA, e foi muito importante para prospectar clientes, nosso stand teve muitas visitas, o que para nós é muito gratificante. A feira atendeu nossas expectativas de possibilidades de negócios e divulgação da Proseftur. Maurício Welsh Diretor Comercial da Wind Logistics Sempre participamos da feira Expo SCALA, e mais uma vez nossa empresa marca presença na 16ª edição. Esse evento de grande porte possibilita grandes oportunidades e novos negócios.
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Depoimentos 16ª Expo SCALA
Matheus Y. Buainain Gerente de Vendas da Nippon Express Foi a primeira vez que participamos da feira Expo SCALA e superou nossas expectativas. Apesar do cenário atual, nosso stand teve bastante procura. O mais importante para nós é poder ter maior visibilidade na cidade de Campinas e, a Expo SCALA é o grande momento para que o Brasil se identifique com nossa marca e empresa. Mauricio Fernandes Cortizo Diretor Regional da TNT Já é o quarto ano consecutivo que a TNT participa da feira. Nosso stand teve muitas visitas, muita procura e isso significa que a empresa está atingindo o seu objetivo, que é reforçar a presença da TNT nesse evento de grande valia. Martin von Simson Diretor do Grupo Guia Foi uma participação muito boa. O guia Marítimo tem muito orgulho de trazer novidades e por estar sempre junto com a Cargo News. Carlos Fróes Diretor de Marketing da KNSBS Solutions Trouxemos muitas novidades para essa edição da Expo SCALA, software novo, que tem como objetivo a redução de tempo garantindo mais produtividade e qualidade para os despachantes aduaneiros. E poder divulgar nosso trabalho na 16ª edição com um público tão seleto, é muito importante. Geraldo Ribeiro Diretor da Negócios & Imóveis É muito importante agregarmos na Expo SCALA. As empresas necessitam do meu trabalho. E temos que estar onde o concorrente não está. Esse é o segredo para prospectar clientes e fazer grandes negócios. Prof. Ali El-Khatib Instituto do Café e Campinas Café Festival Sempre participamos da Expo SCALA. A feira tem o objetivo de incentivar e divulgar nossos serviços e a cada edição nos possibilita criatividade e inovação.
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Rene Genofre Diretor de Frete Aéreo da Panalpina Brasil A região de Campinas é um importante mercado para a Panalpina por possuir grandes empresas nacionais e multinacionais de diversos setores da economia. A Expo SCALA nos proporciona uma maior visibilidade, sendo uma ferramenta de relacionamento e aproximação de nossos clientes e prospects nesta região. Em relação à premiação, esses reconhecimentos são frutos de parcerias e projetos desenvolvidos com eficiência de norte a sul do Brasil, por meio de experiência, tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados. Os prêmios conquistados mostram o quanto estamos empenhados em atender nossos clientes de forma eficiente, por meio de ferramentas inovadoras e equipe comprometida. Neste ano, por exemplo, fomos pioneiros lançando voos cargueiros semanais de Hong Kong, via Huntsville nos Estados Unidos, para Viracopos, possibilitando conectar o sul da China e o meio Oeste americano à Viracopos com tempos de trânsito recordes.
Depoimentos 16ª Expo SCALA
Eduardo Assumpção Diretor Presidente na EGA Solutions Recentemente fechamos contrato com porto atendido em Itapoá, além das operações que atendem mais de 60 mil contêineres, nós somos fortes na armazenagem de carga aérea. Para nós é muito importante participar de um evento desse porte. Osvaldo Nogueira Diretor do Grupo Nex Nossa participação na Expo SCALA é muito positiva, criamos oportunidade de negócios, por meio da feira temos a possibilidade de prospectar e, ao mesmo tempo, mostrar para o mercado o nosso trabalho superando nossa expectativa, esperamos para o próximo ano muitas conquistas. José Nunes Filho Diretor titular do CIESP Campinas A Expo SCALA é um marco representativo da transformação da vocação logística de Campinas numa realidade absoluta. Carlos Batista Rádio BAND A feira foi bem movimentada. Durante o evento transmitimos o presidente da Comissão Organizadora da Expo SCALA, Luiz Guimarães, foi bem interessante para nós da rádio essa participação. Esta é a 2ª vez que participamos e é muito importante para uma emissora de rádio levar o estúdio para outro lugar. Mostrar a cara da emissora para todos os participantes da feira é uma evolução. Glauco Andrade Pricing & Sales Manager da B&M Log A B&M está na quinta participação consecutiva, sendo os dois últimos anos como expositores, e a Expo SCALA nos mostra que com nossa estrutura e vendedores locais, estamos no local e caminho certo. Que a qualidade de participantes na feira possa continuar nesta crescente pois, assim, todos nós seremos amplamente beneficiados.
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Daniela Pedroso Diretora Comercial da rádio CBN Campinas O evento foi significativo e abriu janelas e portas para os expositores, atingindo o principal objetivo que era colocá-los na vitrine comercial. Para a CBN Campinas, que teve o estúdio móvel foi muito importante. Seguiremos nesta diapasão que é divulgar o que Campinas e o Estado tem de melhor, que é a iniciativa dos empreendedores de fazer uma cidade um Estado melhor a todos. Evelyn Ornelas Gerente Comercial da Santos Brasil É importante estarmos presentes na Expo SCALA, pois a região metropolitana de Campinas é uma área nobre, que concentra grandes empresas no segmento de importação e exportação, com prestação de serviços junto a Santos Brasil.
Coluna
Economia e Instituições: o futuro da economia brasileira Por Adauto Roberto Ribeiro
No mês de novembro tivemos a noticia da morte de Douglass North, ganhador do Premio Nobel de Economia de 1993 ao tratar de questões referentes à economia institucional. Em sua análise North procurava entender os mecanismos que estruturam as relações sociais, concluindo que sem a presença de instituições não há intercâmbio político, social e econômico, ou seja, não há vida organizada em sociedade. As instituições reduzem as incertezas inerentes à interação humana fornecendo os incentivos para a ocorrência da cooperação e, dependendo do tipo de cooperação estabelecida, podemos ter incentivos ao crescimento ou à estagnação econômica. Em suma, são as instituições que constituem o ambiente institucional que dá ritmo a atividade produtiva. A complexidade crescente das novas formas de interação social fez da questão da cooperação humana um tema fundamental para a economia. Assim, North analisa um sistema com os agentes operando com base em informações incompletas a partir de modelos extremamente subjetivos de interpretação da realidade, inseridos, no entanto, em um mundo com regras que regulam seu comportamento. Neste contexto, as instituições são as regras que desempenham o papel de elo entre o interesse individual e o interesse coletivo, como as regras de um jogo. Podem ser formais ou informais. Em sociedades mais simples existem mais incentivos para a cooperação do que em sociedades mais complexas. Nestas, em função do maior número de indivíduos e de grupos de interesse, é mais fácil disfarçar o comportamento oportunista, além do que os benefícios individuais da interação coletiva são menores. Por isto, para sociedades mais complexas se faz necessário a presença de instituições formais, que assegurem as transações impessoais. Por outro lado, instituições baseadas em relações pessoais constituem-se em empecilhos para essas sociedades. Para North, a impessoalidade e a ordem são exigências do capitalismo racional e condição fundamental, ainda que não suficiente, para promover o crescimento econômico. Em uma sociedade comple34 | RCN
xa é necessário que todos os membros da sociedade tenham incentivos para obedecer e fazer valer as regras e que haja um número suficiente de pessoas motivadas para punir eventuais desvios. O Estado é fundamental tanto para fazer valer a ordem quanto para fornecer os incentivos ao crescimento econômico. Retomei os conceitos da escola institucionalista e de North para destacar sua relevância para a compreensão da situação econômica do país e as dificuldades para fazer qualquer previsão para o futuro da economia brasileira; em especial, porque no Brasil as instituições sempre foram fundamentais para o entendimento do desempenho econômico e social do país, em geral, contrárias a tese da impessoalidade necessária para o processo de desenvolvimento. Com relação ao Brasil, dado a predominância do modelo personalista e patriarcal, há uma forte ingerência da ordem familiar nos negócios públicos, com consequências nefastas sobre a distribuição de benefícios econômicos. O espirito predatório e extrativista predominou, estimulando a repulsa pelo trabalho e pela organização. O público sempre se confunde com o privado. A ordem burguesa com a defesa do lucro se mantem, porem com valores avessos a uma estrutura competitiva. Neste contexto, formular previsões sobre o futuro da economia é extremamente incerto, depende tanto das ações do presente quanto do que foi erigido como instituições em seu passado, desta forma, o futuro sem duvida vai depender dos desdobramentos da crise institucional. Será que estamos vendo surgir uma nova institucionalidade? Ou apenas um jogo de fortes interesses para a manutenção da velha institucionalidade? Adauto R. Ribeiro
Economista e diretor adjunto do Centro de Economia e Administração PUC Campinas
Aeroportos
Terminal de importação do RIOgaleão Cargo
O RIOgaleão quer ser a porta de entrada de sua carga no Brasil Foi com esta convicção que Patrick Fehring, diretor de carga do aeroporto fluminense, concedeu entrevista para Revista Cargo News no lançamento do seu Programa de Eficiência Logística 2016. Aproximadamente um ano e meio após assumirem a concessão do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na capital carioca, muito foi feito para arrumar a casa e aumentar a competividade de seu Terminal de Carga - TECA. Com foco em três áreas: melhoras do desempenho operacional, das condições de trabalho e em segurança, os investimentos, que devem atingir até 20 milhões até 2016, já podem ser percebidos por quem utiliza o TECA do RIOgaleão. Segundo Patrick Fehring, o primeiro passo para a melhora do desempenho operacional foi a modernização da frota de empilhadeiras do terminal, que após contrato firmado com a Brasif, 40 novos equipamentos para manuseio da carga foram disponibilizados, garantindo 100% de uso no terminal. Outro ponto necessário foi a internalização da equipe que 36 | RCN
cuidava do processo logístico do TECA, antes constituída em boa parte por terceirizados. Também foi formado uma nova equipe comercial, com profissionais que possuem experiência na indústria, entre elas a farmacêutica, no operador logístico e em grandes multinacionais do segmento, e que hoje transferem seu conhecimento para as operações do RIOgaleão Cargo. Além das novas empilhadeiras, foi investido em novas balanças, reforma das docas e na nova câmara fria, que triplicou a capacidade de armazenagem e melhorou a integridade da carga de refrigerados. O terminal de exportação está sendo totalmente modernizado, com substituição completa do telhado e instalação de uma manta térmica que irá garantir temperaturas mais amenas no galpão. Outro foco foi www.cargonews.com.br
a melhoria das condições de trabalho para equipe do Galeão e de seus parceiros, com instalação de novas salas apoio e serviços no prédio administrativo, além da reforma dos banheiros. Nos investimentos focados na segurança, foram instaladas novas cercas de perímetro, mais de 250 câmeras de segurança, novos sensores e cancelas. E os investimentos deste curto período de tempo já apresentaram resultados: “Desde o início de nossos trabalhos no terminal de carga de Galeão, em agosto de 2014, já conseguimos reduzir o tempo médio de liberação de carga em 20%”, comemora o diretor do RIOgaleão. Hoje, o terminal de carga carioca opera com 50% de sua capacidade de armazenamento na importação, o que pode parecer um problema para muitos, para o diretor de carga do aeroporto é uma oportunidade de negócio: “É claro que gostaríamos de ter 100% de nossa capacidade ocupada, mas isso de certa forma nos traz um certo conforto e flexibilidade, nos possibilitando oferecer operações customizadas como, por exemplo, recentemente ganhamos um grande aumento no fluxo de carga de um determinado cliente, isso porque conseguimos oferecer a ele uma área dedicada, um espaço destacado apenas para as operações deles, com um processo diferenciado”. Um dos grandes destaques do RIOgaleão, segundo Patrick, é sua ampla malha doméstica, a segunda do país, além de estar localizado a 20 km da cidade, a 17km do porto, em frente de algumas das rodovias chaves para o país e próximo aos maiores mercados de importação do Brasil. Estas características são alguns dos diferenciais apresentados na busca por novas frequências e crescimento de sua malha internacional: “Hoje, aproximadamente 10% das cargas de importação são provenientes de aviões cargueiros e 90% de carga porão, que são transportadas em aviões comerciais. Do total de cargas que recebemos, 50% é proveniente da Europa, sendo 27 voos com possibilidade de carga porão por semana. Percebemos que a maioria da demanda não precisa de maindeck, o porão no momento é suficiente para esta demanda e a malha atende a capacidade do continente europeu, que se destaca pela carga de fármacos. Estamos trabalhando para trazer mais aviões cargueiros e estamos bem próximos disso, hoje possuímos esse tipo de avião em locais estratégicos. Sentimos também um aumento dos voos charters www.cargonews.com.br
aqui, que atendem as operações do Oil & Gas”. Novas frequências vindas da Europa já estão acertadas para os próximos meses, já em dezembro deste ano, terá início um novo voo vindo de Frankfurt na Alemanha e no mês de abril de 2016, um novo voo com origem em Zurique na Suíça. Os novos voos irão contribuir para aumentar a demanda do RIOgaleão, principalmente do segmento fármaco. Massa crítica Segundo o diretor do RIOgaleão Cargo, muito do trabalho da equipe do terminal de cargas é de criar ‘massa crítica’: “O Rio foi um pouco abandonado nos últimos anos, isso não é um mistério para ninguém, assim criamos a massa crítica para viabilizar um cargueiro, para viabilizar uma operação rodoviária que cobre o preço por quilo e não o caminhão inteiro. E aqui no RIOgaleão nós enxergamos que nossa tarefa é trabalhar a cadeia logística como um todo”. Quando questionado sobre os órgãos aduaneiros, Patrick afirmou que eles possuem um forte relacionamento com todos que atuam no aeroporto, e que a Receita Federal do Brasil e a Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro)- MAPA funcionam muito bem: “Agora iremos formalizar um pouco mais esta governança com eles, criando um comitê de carga mais regular, iremos abrir este fórum um pouco, seguindo o modelo bem-sucedido de outros aeroportos”. Um dos grandes desafios citados é a necessidade de mudar a percepção que os antigos usuários do TECA carioca possuem das autoridades aduaneiras do aeroporto, para isso algumas ações estão sendo
Patrick Fehring, diretor do RIOgaleão Cargo RCN | 37
Profissionais de Sucesso
Lançamento do Programa de Eficiência Logística do RIOgaleão Cargo
tomadas: “Nas últimas semanas tivemos encontros com algumas multinacionais que querem mudar seu fluxo de carga para o Rio, fizemos reuniões com eles e nos encontramos com os órgãos anuentes que também receberam os representantes das empresas. Estamos fazendo essa ponte entre os nossos clientes e os órgãos para ajudar a mudar esta percepção”. Fármacos Buscando a integridade das operações do segmento farmacêutico no RIOgaleão, diversos investimentos foram realizados, um dos quais merece destaque foi o contrato fechado com o IATA para conquista da certificação CEIV Pharma – Center of Excellence for Independent Validators, que trouxe ao terminal de carga uma série de disciplinas e exigências que estão sendo implementadas. Entre as exigências para certificação, foram completados todos os treinamentos dos funcionários de Galeão com o IATA, também já foram realizadas as auditorias detalhadas necessárias para esta conquista: “Estamos trabalhando em fechar todos os pontos de ação desta auditoria. Este é um padrão muito alto que iremos alcançar para o segmento fármaco. Nem todas as ações estão em nossas mãos para conquistarmos a certificação, há muitas ações ligadas aos nossos fornecedores que precisam se adequar e também buscar algumas certificações necessárias para o IATA, assim acredito que no primeiro semestre de 2016 já teremos a certificação do CEIV Pharma” comentou o diretor de carga. O TECA do RIOgaleão possuí uma das melhores infraestruturas para o recebimento e armazenamento do segmento fármacos do Brasil, com 18 mil m³ para armazenagem frigorificadas, além de possuir transelevadores em duas de suas câmaras frias. Os espaços são totalmente automatizados e possuem docas climatizadas dedicadas exclusivamente para fármacos, minimizando assim a possibilidade de variações de temperatura deste tipo de carga durante o seu manuseio no terminal. Com todas as tecnologias que garantem a eficiência e qualidade necessárias 38| RCN
para o armazenamento das cargas, hoje a média de ocupação das câmaras frias está entre 60 a 75%, uma vitória para um espaço que estava parado antes do início da concessão. Hoje, os segmentos de fármaco e instrumentos médicos juntos representam 17% do peso no volume movimentado e aproximadamente 30% do faturamento total segundo informou o RIOgaleão. Programa de Eficiência Logística 2016 Já aplicado com sucesso em outros aeroportos brasileiros, o Programa de Eficiência Logística foi uma ferramenta desenvolvida pela Infraero e considerado um importante catalizador de novos negócios e de relacionamento com o cliente. A equipe do RIOgaleão Cargo, desde o início da concessão, vem trabalhando para aumentar a eficiência do terminal, sendo que após conseguirem reduzir o tempo médio de liberação de carga em 20%, consideram o lançamento do Programa um passo necessário para alcançarem um padrão ainda maior: “É preciso a colaboração de todos os elos da cadeia logística para chegarmos a um patamar ainda melhor de nosso desempenho operacional e este programa irá proporcionar isso para todos que atuam no RIOgaleão” comentou Patrick. O Prêmio de Eficiência Logística será a consolidação de todos os esforços que o RIOgaleão tem feito em melhorias e investimento para atender melhor seus clientes. “Seu principal diferencial e o mais importante desta ferramenta é a assessoria que nossos clientes receberão, porque ela possibilitará ao nosso time comercial oferecer um serviço mais exato, com dados e ferramentas sólidas para melhorar os negócios de nossos clientes, reduzindo seus custos e tempo. Ações como esta agregam valor para todos nós”, concluiu o diretor do RIOgaleão Cargo. Olimpíadas Em 2016, a Olimpíadas no Rio de Janeiro deverá trazer um grande volume de movimentação para o RIOgaleão: “Estamos em contato constante com www.cargonews.com.br
nossos parceiros que possuem experiência no transporte de outras olimpíadas, além dos grandes operadores logísticos que ganharam os grandes contratos ligados a RIO 2016 para estimar esta demanda. Esta demanda também será o grande desafio do setor de exportação, que será responsável por devolver a sua origem todos os equipamentos que chegarão ao país em um curto prazo de tempo” comentou Patrick. O diretor de carga ressaltou que apesar dos jogos olímpicos no Rio trazer um grande movimento ao terminal, o fato de possuírem apenas 50% de sua capacidade de armazenagem em uso, garante que o volume que receberão com os jogos não irá atrapalhar suas operações diárias e nem aos seus clientes regulares, que mesmo durante as Olimpíadas poderão manter suas operações sem nenhum inconveniente. Futuro Para o diretor de carga, o mais importante é que independente do cenário de crise, o RIOgaleão conti-
nuará com seu plano de investimento: “Acreditamos na melhora do País, que já viveu momentos de alta e baixa, por isso investimos focando no período de alta, queremos estar prontos para quando o cenário econômico melhorar e a crise acabar”. E concluiu a entrevista dizendo: “Nosso trabalho está totalmente focado em transformar o RIOgaleão em uma das primeiras portas de entrada do país, hoje estamos em terceiro lugar no país, porém com um forte mercado local e estratégico que nos possibilita boas oportunidades de negócios. Ultrapassar Viracopos e Guarulhos em termos de desempenho operacional é fator chave, conquistando esta posição e alterando a percepção do mercado o cliente só tem a ganhar. Trabalhamos nesta frente, de melhorar o desempenho operacional, no desenvolvimento da malha, seja rodoviário, de cargueiro ou de carga porão e reconquistar os clientes que hoje operam em outros aeroportos melhorando nosso market share, principalmente no Rio de Janeiro e em outros mercados, como Belo Horizonte e até mesmo São Paulo.
Acadêmico
Autores: Wendy Taveras de Bejaran Ana Paula Reis Noletto Laboratório de Aprendizagem em Logística e Transportes - LALT Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo – FEC Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
www.lalt.fec.unicamp.br
Gestão de Conhecimento em Supply Chain Introdução O conhecimento é um bem de grande valor e o seu compartilhamento proporciona mudanças no comportamento das pessoas e na estratégia das organizações. Nos atuais ambientes de negócios, a Gestão de Conhecimento (GC) tem sido reconhecida como uma vantagem competitiva. Sua implementação consiste nas empresas aprenderem a gerir o conhecimento organizacional de forma eficiente, buscando expandi-lo e disseminá-lo, de forma a transformar o conhecimento individual em conhecimento coletivo.
acumulado e técnica, a serem aplicados em um determinado problema ou atividade. Os dados processados para extrair deduções críticas e para refletir experiência e perícia anteriores fornecem, a quem os recebe, conhecimento organizacional de alto valor potencial. Arthur Anderson Business Consulting (1999) afirma que os dados, informação e conhecimento são necessários para lidar com assuntos regulares internos, ao passo que a sabedoria é necessária para lidar com os assuntos irregulares e da adoção de medidas adequadas quando confrontado com uma mudança de ambiente. A Figura 1 (ao lado), ilustra os conceitos de Dados, Informações, Conhecimento e Sabedoria.
O que é conhecimento nas empresas Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), a GC “é a capacidade que a empresa tem de criar conhecimento e disseminá-lo e incorporá-lo aos produtos, serviços e sistemas”. Para Turban et al. (2004) o conhecimento consiste em dados e informações organizados e processados para transmitir compreensão, experiência, aprendizado
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Wendy Taveras de Bejaran, PMP Especialista em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística e Professora convidada do FEC-0600 do LALT/UNICAMP. wendyatdb@gmail.com
Existem dois tipos de conhecimento (Nonaka e Takeuchi, 1997), o conhecimento tácito e o conhecimento explícito. O conhecimento tácito provém das experiências pessoais do indivíduo, é subjetivo e adquirido ao longo da vida e difícil de ser formalizado, transferido ou explicado a outra pessoa. O conhecimento
Ana Paula Reis Noletto Livre Pesquisadora Científica do Centro de Tecnologia de Embalagem – CETEA / Instituto de Tecnologia de Alimentos - ITAL Doutoranda em Engenharia de Transportes pela FEC / UNICAMP
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Tabela 2. Ferramentas de gestão do conhecimento.
Figura 1 - Ilustração dos conceitos de Dados, Informações, Conhecimento e Sabedoria. Fonte: Baseado em Arthur Anderson Business Consulting (1999).
Fonte: Baseado em Picinin et al. (2010).
explícito, por sua vez, é formalizado e encontra-se disponível, por exemplo, em livros e documentos organizados em bases de dados e em publicações em geral e é relativamente fácil de codificar, transferir e reutilizar. A transformação de conhecimento ocorre partir de quatro “modos” distintos de conversão entre os conhecimentos tácito e explícito, sendo esses a “socialização”, a “externalização”, a “combinação e a “internalização”, que compõem o modelo conhecido como SECI. Na Tabela 1 são apresentados os referidos modos de conversão entre os conhecimentos, a forma como ocorre a transferência de conhecimento e as suas características principais
GESTÃO DE CONHECIMENTO E CRIAÇÃO DE VALOR EM SUPPLY CHAIN Gestão do conhecimento em Supply Chain é o processo de integração, rápido desenvolvimento e exploração do conhecimento no ambiente de negócios (Fugate et al., 2012). Porter (1985) afirma que a criação de valor focada na gestão da cadeia de suprimentos deve ser voltada para o cliente, com o objetivo final de alcançar vantagens competitivas.
Fonte: Baseado em Nonaka e Konno (1998)
A integração e compreensão das inter-relações entre as atividades de entrada (movimentação e armazenagem interna) e as atividades de saída (distribuição aos clientes) são particularmente interessantes, pois fornecem informações valiosas sobre o elo das atividades envolvidas (Heikkila,2002). Como exemplo, pode ser mencionado o comportamento das equipes de diferentes setores de uma empresa de produção de bens de consumo. O pessoal de compras tende a concentrar-se no lado da empresa de fornecimento, o pessoal de produção tende a se concentrar em operações internas, e o pessoal de marketing tende a se concentrar em questões referentes a clientes.
Existem ferramentas que auxiliam no processo de gestão do conhecimento, e que atuam no processo de geração de conhecimento através dos modos de conversão da socialização, externalização, combinação e internalização (SECI). Na Tabela 2 são apresentadas algumas das ferramentas de gestão do conhecimento conforme descrito por Picinin et al. (2010).
Através da GC nas empresas, as equipes se desenvolvem em vários fluxos e não apenas em áreas específicas. Essa compreensão das inter-relações, por meio de uma comunicação eficaz, serve para sincronizar a base de conhecimento dos diferentes indivíduos envolvidos nas diversas atividades, promovendo a concepção e execução de uma resposta baseada no conhecimento unificado (Kulkarni et al., 2004).
Tabela 1. Modelos de conversão de Conhecimento
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Acadêmico
CASES DE GESTÃO DO CONHECIMENTO EM SUPPLY CHAIN Estudo desenvolvido por Wu (2008) identificou como alguns fatores chaves afetavam a criação do conhecimento em uma cadeia de suprimentos, tendo como exemplo duas empresas de alta tecnologia de Taiwan. O resumo dos resultados obtidos à partir desse estudo é apresentado na tabela 3.
Em Woolliscroft (2013) é apresentada uma plataforma de sistema de gestão do conhecimento e de informações, intitulada “AUTOCLUSTERS”, que tem por objetivo o compartilhamento de conhecimentos entre os principais parceiros e fortalecimento dos laços entre fornecedores de fabricantes de automóveis na região da Eslováquia. A tabela 4 (ao lado), mostra um resumo dos resultados alcançados pelo uso dessa plataforma.
Tabela 3: Resultados da criação do conhecimento em Supply Chain
DESAFIOS FUTUROS Cada vez mais as organizações estão considerando o uso de GC como forma de prevenção da perda de conhecimento existente, uma vez que o mesmo está sendo perdido através de mudanças organizacionais que reduzem os custos operacionais e os números de funcionários permanentes, tais como terceirização e fusões (Smith, 2001). A GC deve apresentar ferramentas que facilitem a comunicação, além de disponibilizar técnicas que permitam a transferência de conhecimento tácito, convertendo-o em explícito, para permitir a sua difusão generalizada em toda a organização. BIBLIOGRAFIA
Fonte: Baseado em Wu (2008) Tabela 4: Resultados do uso da plataforma AUTOCLUSTERS
Fonte: Baseado em Woolliscroft (2013)
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ARTHUR A.ndersen Business Consulting, Zukai Knowledge Management, Tokyo Keizar Inc., Japan, 1999. CHUNI Wu, (2008),”Knowledge creation in a supply chain”, Supply Chain Management: An International Journal, Vol. 13 Iss 3, pp. 241 – 250. FUGATE, B. S., AUTRY, C. W., DAVIS-SRAMEK, B., & GERMAIN, R. N. (2012). Does knowledge management facilitate logistics-based differentiation? The effect of global manufacturing reach. International Journal of Production Economics, 139(2), 496-509. HEIKKILA, J., 2002. From supply to demand chain management: efficiency and customer satisfaction. Journal of Operations Management 20 (6), 747–767. KULKARNI, S.S., Magazine, M.J., RATATURI, A.S., 2004. Risk pooling advantages of manufacturing network configuration. Production & Operations Management 13 (2), 186–199. NONAKA. I, Takeuchi.H, Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro, ELSEVIER,1997. PORTER, M.E (1985) Competitive Advantage: Creating and sustaining superior performance: Free Press, New York, USA ISBN:0684841460. SMITH, E.A., 2001. The role of tacit and explicit knowledge in the workplace. J. Knowledge Manage. 5 (4), 311–321. TURBAN, E.; WETHERBE, J. C.; MCLEAN, E. Tecnologia da informação para gestão: transformando os negocios na economia digital. 3. Ed. Bookman, 2004. PICININ, Claudia Tania; KOVALESKI, João Luiz; RAIMUNDI, Claudiani Vieira. Gestão do conhecimento e inovação: um enfoque logístico. Revista Eletrônica Fafit/Facic, v. 1, n. 1, 2010. WOOLLISCROFT, Paul, et al. “Implications for optimisation of the automotive supply chain through knowledge management.” Procedia CIRP 7 (2013): 211-216.
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Crônica
Chegamos ao final de 2015, ano tumultuado em todos os setores, com destaque para o político e o econômico. Na abertura da 16ª edição da Expo Scala, como presidente da Comissão Organizadora, falei sobre o desafio da pesquisa, da inovação, do planejamento, da coragem e da ousadia da iniciativa privada brasileira. “Será o impulso fundamental para a grande virada de mesa no cenário da nossa economia”, e ainda frisei com letra maiúscula e em negrito que é imperativo que continuemos a confiar e dar força à sociedade organizada e as nossas instituições, Ministério Público, Supremo Tribunal Federal e Procuradoria Geral da República, para juntos construirmos um novo momento para o nosso país. Um novo “sol” com mais justiça, mais oportunidades, mais verdade e prosperidade. Devemos ficar atentos, principalmente a classe empresarial brasileira, para quebrar a incrível dependência com Brasília. Feliz Ano Novo.
Luiz Antonio Guimarães
Publicitário, consultor em comunicação e marketing