O Blackest Gold 02

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Body of the crime

R. Scarlett


poison books Disponibilização: Merlin Cat Tradução e Revisão: Equipe PB Leitura final: Hecate Formatação: Circe

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Blackest Gold R. Scarlett

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Nunca confie em um demônio. Nunca confie em seu coração. E nunca confie na mulher que o segura. Em Body of the Crime, um animal ansia por uma beleza e, oh, como ela o devasta.

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Para Marji e Stephanie Obrigada a vocês, do fundo do meu coração, por ajudar a fazer este livro mil vezes melhor do que era. Papai Tensley também agradece a vocês por despertar sua fera. Vamos mostrar o quão impiedoso Tensley pode ser.

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DAEMON

Eu vejo uma figura Uma que se move com graça como um Deus todo-poderoso Um Deus vingativo E as pessoas me pedem silêncio Ele é um pecador como nenhum outro Mas ele não é criação Ele é devoção Um outro maior Ele cumpre Mas com tensão Ele executa Mas com tensão Seu poder escapa pelas fendas Seu amor escapa também Embora não deva Isso é injusto Amar alguém tão diferente de mim? Tão distinto E poderoso Mas por direito próprio? Seus lábios macios como cetim Contra o meu ouvido E suas palavras sussurradas

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São fervorosas E diligentes Seus olhos de mercúrio brilhando na lamparina Calculando a ira Um caminho de guerra À destruição E à vitória E eu estarei ao seu lado Segurando sua mão Ensanguentada e espancada Mas ainda mais merecedor

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PLAYLIST

Waiting Game - Banks Blackest Day - Lana Del Rey Nothing’s Gonna Hurt You Baby - Cigarettes After Sex Gangsta - Kehlani Wicked Game - ft Annaca You Don’t Own Me by Grace (ft. G Easy) (Candyland Remix) Into You - Arianna Grande West Coast by Lana Del Rey (Dan Heath Orchestral Remix) Lifeblood - Stefano Ruggeri Mind Games - Banks Afraid -The Neighborhood Like Lust - Movement Dead Man’s Arms - Bishop Briggs

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QUINZE ANOS ATRAS

— Onde está a criança? — Uma das sombras perguntou. Molly Darling prendeu a respiração ao ver as três figuras sombrias em sua sala de estar. Ela agarrou o corrimão da escadaria elegante, espreitando o horror que se desdobrava abaixo. — Você é louco se acha que vamos entregar nossa filha de quatro anos de idade, — o Sr. Darling gritou, com o rosto contorcido de indignação. — Por favor, oh Deus, por favor, — a Sra. Darling disse enquanto balançava a cabeça, manchas pretas de rímel desfigurando suas feições delicadas. — Minha paciência está se esgotando, Sr. Darling. — Ao simples som da voz arrepiante da figura mais alta, Molly se encolheu nas sombras. — E quando a paciência de um demônio se esgota, nos tornamos... Violentos. — Deve ter havido algum tipo de mal-entendido, — a Sra. Darling sussurrou, choramingando como um cão desabrigado deixado ao relento na neve. — Minha família esperou trezentos anos por isso — disse o intruso. — Um acordo de sangue foi feito: nossa proteção em troca daquela que nasceu com aqueles olhos. A criança nos pertence. As três sombras permaneciam rígidas, enquanto os pais de Molly pareciam oscilar sob os olhares dos estranhos.

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Sua mãe pegou na beirada da mesa da sala de jantar e encostou-se nela. — Você não pode levar a minha Molly, — o Sr. Darling murmurou, toda a cor se esvaindo de suas feições quando fez uma careta. Molly segurou a respiração. Do que eles estão falando? — Não há como reverter um acordo firmado em sangue — disse o homem friamente, em relação ao pai de Molly com desdém. — Isso não vai acontecer — continuou a Sra. Darling, com sua mão magra girando o colar de pérolas que ela usava até machucar sua pele de porcelana. Ela olhou para a escadaria, os olhos vermelhos imediatamente encontrando os de Molly. — Por favor, — o Sr. Darling pressionou. — Por favor, entenda. Nós não concordamos com isso. Deve haver outra maneira de satisfazê-lo. — Sangue é sangue e um acordo é um acordo — a sombra vociferou. O pai de Molly balançou a cabeça antes de passar os dedos trêmulos pelos cabelos ralos. — Ela não vai a qualquer lugar com você, isso é certo. Saia da minha casa. Agora, — ele disse, apontando um dedo para a porta da frente da casa espaçosa. — Não vamos a lugar nenhum até vermos a criança — respondeu a segunda sombra. Molly franziu a testa, era uma voz de mulher, inesperadamente doce e terna. — Saia agora, — repetiu Darling, — ou chamarei a polícia. A sombra masculina riu. — Nós não vamos sair. — Ela é nossa filha, nossa única filha — implorou a Sra. Darling, começando a gritar. — Ela não fez nada de errado. — É o suficiente, vou chamar a polícia — o Sr. Darling gritou, indo em direção à cozinha. Assim que ele deu um passo à frente, o homem nas sombras agarrou seu braço.

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— Você não vai fazer isso. Parece que você não está entendendo essa situação, Sr. Darling — o estranho sibilou, empurrando o pai de Molly com força suficiente para deslocar seu ombro. — Minha família é dona da sua filha. O homem puxou um pano velho e gasto do bolso interno do casaco e acenou na frente do rosto do Sr. Darling. De onde estava agachada, Molly conseguia distinguir fracos rabiscos e uma mancha avermelhada de sangue no fundo. O rosto do Sr. Darling se contorceu quando sacudiu o braço para fora do aperto da sombra masculina. — Você é louco. Você está totalmente maluco, se acredita que vou concordar com isso. Molly não podia ver a ira que irrompeu da sombra, mas sentiu. A força malévola enxameou a sala como uma colmeia de vespas antes de envolver o corpo do Sr. Darling e batê-lo contra a parede mais distante. Molly chorou em sua mão quando ouviu a chuva de molduras sendo deslocadas de seus pregos para se aninhar no chão ao redor do seu pai. — Se você não concordar com o acordo, eu vou ter que resolver o problema com minhas próprias mãos — afirmou a sombra, movendo-se por acima da forma encolhida do Sr. Darling. Molly ouviu seu pai ofegar quando a sombra se inclinou, pressionando uma mão musculosa contra sua caixa torácica. — Não vou deixar você levar a minha filha — o Sr. Darling chiou, golpeando a sombra e tentando rastejar para fora de seu alcance. Molly novamente sentiu a pulsação de raiva ondular e encher a sala, e a sombra masculina moveu sua mão ao redor do pescoço do Sr. Darling. Enquanto observava o pai se contorcer e engasgar, uma sensação familiar de queimação por trás dos olhos de Molly se acumulou e seu corpo tremeu com uma energia incontrolável.

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— Papai! — Molly gritou, correndo pelas escadas para se atirar na sombra demoníaca. Seus minúsculos punhos batiam em suas costas, mas era como socar concreto. A sombra liberou o Sr. Darling para olhar para ela, uma sobrancelha escura erguida em claro divertimento. Molly se forçou a retribuir o olhar dele. Seus cílios estavam molhados de lágrimas e não faziam nada para camuflar seus olhos anormalmente coloridos. — Você deve ser a pequena Srta. Darling — a sombra falou devagar; assim de perto, Molly decidiu que ele parecia um homem horrível e calculista. — Você tem olhos muito especiais, senhorita Darling. Você sabe por que eles são assim? Você sabe o que é? Molly torceu a boca, puxando o pijama nervosamente. Ela deu uma sacudida sutil de sua cabeça, olhando para o pai do outro lado da sala. Sua expressão não fez nada para reprimir seu terror. — Você é um Daemon — o homem horrível continuou arrastando um longo dedo pela superfície de sua bochecha; sua pele queimava em seu rastro. — Criança, olhe para mim. Molly estremeceu sob o roupão, recusando seu pedido. — Olhe para mim agora, Srta. Darling, ou vou ser forçado a ferir o seu querido velho papai. Ela rapidamente levantou o queixo a ameaça, encontrando o olhar gelado do intruso. Mechas escuras e onduladas emolduravam suas feições bronzeadas, e seus olhos eram o cinza ameaçador de tempestades e trovões. Por um momento tudo o que ele fez foi olhar nos olhos dela, a íris movendose para frente e para trás como se estivesse lendo um livro, desesperado para absorver o conhecimento que detinha. Seu sorriso não continha calor quando ele falou novamente. — Ela tem os olhos de um abençoado, de um daemon. Ela vai servir bem. Em algum momento o pai de Molly deve ter se aproximado deles, porque o Sr. Darling apressadamente puxou

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Molly para seus braços, o homem estranho voltou para seus outros dois companheiros das sombras. — Quando é o aniversário dela? — Perguntou o homem. O Sr. Darling apertou mais os ombros de Molly, puxando-a para mais perto. — Não é da sua maldita con... Suas palavras foram interrompidas quando o homem voltou novamente, empurrando Molly para fora do caminho para estrangular seu pai até que seu rosto ficou azul. — Treze de junho! — A Sra. Darling finalmente gritou, sacudindo as mãos inutilmente. — Seu aniversário é no décimo terceiro dia de junho! Por favor, pare... O homem largou o Sr. Darling no chão e Molly e sua mãe voaram, limpando a saliva de seu queixo enquanto ele tossia mais e mais. A sombra feminina franziu as sobrancelhas com a cena, carranqueando em piedade. — Sinto muito — ela sussurrou, um som tão suave que Molly quase não ouviu. — Eleanor — o homem repreendeu, franzindo o nariz em desgosto. Molly estudou a mulher-sombra, observando a pele pálida, os olhos cor de chocolate e os cachos negros. Ela era etérea, seu comportamento moderado e compassivo. O homem voltou sua atenção para os Darlings. — Estaremos de volta no aniversário da criança. Seguiu-se um silêncio pesado, pontuado apenas pelo esforço de respirar do Sr. Darling fraco e abatido. — Você gostaria de conhecer nosso filho, Molly? — Disse a mulher, dolorosamente animada na entrada da sala espaçosa dos Darlings. — Ele é seu noivo, afinal. — N-Não — Molly conseguiu dizer; ela não sabia o que era um noivo, mas o termo fez sua pele arrepiar mesmo assim.

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— Oh, mas vocês dois serão tão bons amigos — continuou a mulher, determinada. — Tensley, venha aqui. Passos leves ressoaram no mármore, e momentos depois um par de sapatos pretos brilhantes apareceram em frente aos pés descalços de Molly. A curiosidade superou o medo e Molly olhou para o menino em pé diante dela. — Molly, este é Tensley. Tensley Knight — disse a mulher, o vislumbre de um sorriso brincando em seus lábios vermelho rubi. Tensley era mais alto que Molly e seu rosto era fino e de tom bronzeado, assim como a de seus pais. Suas íris eram piscinas tão escuras de cinza que pareciam congelar Molly no local, cessando toda sua função motora por um segundo. — Uh... — Molly ficou boquiaberta, a língua grossa e desajeitada em uma boca muito seca. A expressão de Tensley permaneceu neutra enquanto estudava-a antes de avançar abruptamente para agarrar sua mão esquerda nas suas frias. Ele pegou um anel de prata bonito de algum bolso secreto em seu terno e sem permissão, deslizou no dedo anelar. — Vamos voltar para buscar a daemon, — Sr. Knight disse enquanto caminhava em direção à porta, sua esposa fazendo o mesmo. Foi Tensley quem se demorou, aqueles olhos indecifráveis enquanto examinava a aparência em desalinho de Molly - seus cachos loiros bagunçados, o pijama torto que usava. — Eu posso sentir o seu medo — ele murmurou, chegando tão perto que Molly cheirou seu hálito; era uma espécie de menta, mesmo que não estivesse mascando chiclete. — Eu não vou te machucar. Molly olhou para ele, seu noivo. — Eu não tenho medo de você. — Bom — disse ele, lábios arqueando e iluminando seu rosto. Ele imediatamente pareceu jovem, mais leve, e um

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estranho conforto se instalou no peito de Molly com a transformação. Ela não sentia mais o forte desejo de tirar a mão do aperto dele. — Tensley, — sibilou o Sr. Knight, movendo-se para agarrar o braço de Tensley tão rudemente que o menino estremeceu. Tensley soltou os dedos de Molly e se reuniu com sua família na porta da frente, os três se juntando silenciosamente do lado de fora em um redemoinho de sombras e tristeza. Essa foi a primeira vez que Molly encontrou seu noivo, Tensley Knight. Todos os anos, no dia treze de junho, Molly e sua família esperavam que os Knight voltassem, para causar estragos na família Darling, para condenar Molly a uma existência arruinada... Mas nenhum deles jamais esperou que ela se apaixonasse pela besta que a roubou. Muito menos Molly Darling.

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CAPÍTULO 01

A inocência era uma benção, diabos, Molly sentia falta disso. Ela apertou o delicado colar de pérolas em volta de seu pescoço e amaldiçoou seus dedos instáveis. Uma festa de duas horas de duração rodeada por um bando de demônios e ela estaria de volta em seu minúsculo quarto para estudar para seu próximo semestre. Não poderia vir mais cedo. Molly passou mais base ao longo das contusões que cobriam sua clavícula, esperando que Tensley não notasse; ela não estava pronta para a ira que isso causaria. Por que achou que era uma boa ideia procurar por Cree horas antes de se encontrar com Tensley, ela não sabia, mas sabia que havia sido estúpido – especialmente quando se deparou com caçadores que decidiram a atacar. Seu coração não parava de bater enquanto lavava os restos de base e umidade de suas mãos. Ela precisava se controlar antes... — Molly? Molly pulou com a voz masculina e saiu do banheiro para encontrar Tensley Knight, seu noivo demônio, no meio da sala de estar. Ela o olhou no meio do seu apartamento: quase dois metros de poder masculino perfeitamente controlado, vestido

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em um terno Armani preto e uma gravata combinando. Ossos fortes, queixo quadrado, com cabelos escuros reluzentes e aqueles olhos penetrantes. Não o garotinho de quinze anos atrás. Não, todo homem. Todo dela. Mais ou menos. — Normalmente as pessoas batem antes de entrar. Os olhos de Tensley a examinaram devagar, muito devagar, e ela não perdeu a maneira como um músculo em sua mandíbula pulsou. Ela mordeu o interior de sua bochecha, rezando para que ele não descobrisse que estava quebrando o braço de um caçador há uma hora e meia. Então ele limpou a garganta e qualquer sinal de interesse foi substituído por aborrecimento. — Se eu posso simplesmente entrar aqui sem uma chave, então temos um problema maior do que eu pensava. Molly cerrou os dentes. — Tensley, na verdade, vamos consertar a fechadura. — Assim que tivermos o dinheiro extra. — Estou bem. Ele amaldiçoou em voz baixa e desviou o olhar antes de inalar uma respiração concentrada, composto como sempre. — Nós discutiremos isso mais tarde. Você está pronta? Molly enxugou as palmas das mãos e assentiu. Ele deu um breve aceno para ela seguir, sua mandíbula cortando o denso, ar mofado de seu apartamento como uma lâmina afiada. Você consegue, Molly se acalmou, liderando o caminho para fora do apartamento sombrio no Lower East Side que ela compartilhava com September. Encontrar um monte de colegas de trabalho do seu noivo não era grande coisa. Exceto que seus colegas de trabalho eram um bando de demônios poderosos, sanguinários e imprevisíveis. Ela repetiu as anotações que Illya lhe dera há poucos dias: Eric Rose, segundo em comando. Sly, astuto. Não gosta de discutir assuntos pessoais, apenas o sistema governamental dos

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demônios, a Suprema Corte e, claro, seu rei, Fallen. Bajulação e sagacidade ganham seu respeito. Ele era o mais importante, mas havia alguns outros que Molly precisava conhecer. A festa era para Edgar Daniels - com dezoito anos de idade, um adolescente ansioso pronto para se juntar ao grupo de demônios liderado por Knight chamado Scorpios. Molly sentiu uma afinidade com Edgar quando Illya compartilhou os detalhes sobre ele; ela, também tinha sido encurralada uma vez ingenuamente por uma seita subterrânea extremista quando Cree e seus caçadores de demônios vieram atrás dela - e olha onde isso a havia levado. Um carro preto e lustroso estava estacionado na rua, do lado de fora do prédio de Molly, bombeando fumaça branca do escapamento pela movimentada Rua de Nova York. — Vamos lá. — Tensley colocou a mão grande nas costas de Molly enquanto abria a porta do carro para ela e sua pele vibrou sob o toque dele. Ela entrou, completamente consciente da maneira como seu vestido de renda preta subiu por suas coxas quando o fez. Tensley entrou pela porta oposta e sinalizou para partirem com um movimento firme de seu pulso. Um suspiro pesado saiu de seus lábios assim que eles entraram no fluxo do tráfego, e ele habilmente endireitou sua gravata. Molly girou a corrente da bolsa em volta da mão, recitando as anotações de Illya repetidas vezes em um murmúrio silencioso. Eric Rose, bajulação, sem comentários pessoais, ele gosta de comentários espirituosos, mas não exagere, apenas aja normalmente, totalmente normal, é normal ir a uma festa demoníaca, não é como se eles pudessem me fazer desaparecer sem deixar vestígios... A mão calejada de Tensley apertou a de Molly e ela congelou. Quando ela deu uma olhada para o rosto dele, ele sorriu. —Respire. — Seus olhos vividamente escuros viajaram por cima de seu vestido de renda até suas bochechas aquecidas. Ele parecia tão escuro contra o assento de couro cor de marfim, tão grande ao lado dela.

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— Você parece muito tentadora, querida — ele quase rosnou, com um sorriso amplo. Molly percebeu instantaneamente como o calor se acumulou entre suas pernas; eles não tinham estado tão próximos por um tempo, e estava fazendo coisas loucas em seus sentidos. Ele se inclinou para mais perto, uma mão fria subindo por sua espinha para agarrar sua nuca. — Você parece tensa. Suas unhas arranharam o assento de couro. — Isso parece a minha marcha fúnebre. A testa de Tensley se enrugou, sobrancelhas escuras e naturalmente perfeitas. — Ir para uma festa? Seu peito se apertou. — Sim. Eu só estive em torno de você e de Illya - não uma grande reunião de demônios. Ele correu um dedo ao longo do antebraço nu dela em círculos calmantes. — Eu só preciso fazer uma rápida aparição. Meu pai pediu que você estivesse lá, mas você não precisa falar com ninguém. Nós não anunciaremos o noivado ainda. Ainda. — Fallen vai estar lá? — Molly guinchou, tremendo sob o dedo de Tensley perambulando. Os pelos de seu braço arrepiaram, mas Molly tinha certeza de que tinha mais a ver com a possibilidade de ver o rei demônio novamente do que com a carícia do seu noivo. — Não, ele é muito importante para participar de nossas festas de trabalho, não que nós o queiramos lá de qualquer maneira. Tensley bufou, recostando-se no assento de couro, de modo que este rangeu sob a sua estrutura considerável. Molly olhou o demônio, observando as olheiras de cada lado de seu nariz invejavelmente reto, as linhas de expressão

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rastreando seu rosto bronzeado. Ela se perguntou se ele estava lutando com a insônia também. Ela recostou-se contra ele, tensa pela reação que agora esperava: o recuo de Tensley. Tinha sido uma luta nas últimas duas semanas desde Abaddon; se ela chegasse perto demais para o gosto de Tensley, ele se afastaria dela tão longe quanto possível. Não o impede de me atormentar com carícias aleatórias, Molly fumegou. Sádico. Molly estremeceu com a lembrança do demônio de alta classe que a queria para si. Eles o mataram, a imagem da vida se esvaindo de seu captor ruivo psicótico era uma que ela nunca esqueceria, mas ele ainda estava vivo em seus pesadelos. Molly estava dormindo em intervalos de quinze minutos, muitas vezes acordava se debatendo encharcada em suor frio, alcançando freneticamente alguma arma inexistente para se proteger. Também não havia encontrado conforto em Tensley; ele ainda não a tinha perdoado depois daquela proeza com Cree, e ela entendia o porquê. Ela só precisava recuperar a confiança de seu noivo, descobrir como encontrar Cree e passar pelas próximas horas. Primeiro o mais importante. Molly se afastou de Tensley com movimentos minúsculos, observando o borrão de táxis amarelos e letreiros piscando. — Você está com raiva de mim? — Ele murmurou depois de uma breve pausa. Molly inclinou a cabeça para trás para responder, observando o modo como os lábios de Tensley agora se curvavam em uma carranca. — Nem um pouco. — Bom. — Seus dedos calejados traçaram sua mandíbula rígida quando ele rapidamente puxou as pernas dela sobre as dele.

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Molly ofegou. Isso é o que eu quero - a proximidade que ela finalmente sucumbiu ao desejo, sua saudade por uma besta de homem que poderia quebrála com uma respiração. Exceto que ambos sabiam, agora, que ela poderia quebrá-lo também. Ela poderia literalmente esfaqueá-lo pelas costas quando ele menos esperasse. Confie em mim, Tensley, Molly tentou transmitir com seu olhar enquanto brincava com seus perfeitos botões brancos. Eu não vou te machucar novamente. Deus, ele cheirava bem. Um toque de colônia, sombrio e masculino, e algo mais – a fragrância almiscarada de seu suor. Sua mão subiu pela perna dela como um sussurro e encontrou o tecido enrolado, perigosamente perto de revelá-la. Ele subiu mais pela perna dela, e quando apertou sua coxa, ela apertou sua camisa com mais força. — Ansiosa, dolcezza? Foi quando os dedos dele desceram pela coluna de sua garganta e passaram por cima da clavícula que ela vacilou. Droga. Seus olhos se estreitaram antes de pressionar o local novamente, levemente, mas ainda o suficiente para fazê-la se encolher. — Você está machucada — ele disse. Ela enxotou a mão dele. — Eu caí, um acidente. Eu não contei porque sabia que você iria surtar. — E correu tudo bem, não é, querida? — É uma contusão, vai curar. Suas feições se alteraram em uma expressão decididamente mais erótica. — Posso curá-la? — Uh — Ela não teve muito tempo para protestar antes de sua boca ter descido sobre sua clavícula, cada beijo demoníaco equipado com bioquímicos que poderiam fechar cortes e apagar hematomas, deixando apenas uma pele macia e suave em seu rastro.

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Um gemido rouco escapou quando Molly curvou seus dedos em suas costas lotada de músculos, endorfinas correndo através de sua corrente sanguínea enquanto o calor entre suas pernas crescia. Deus, apenas o toque dele e estou em chamas. Seus dentes beliscaram um ponto sensível e ela gritou, completamente perdida nele. Ele levantou a cabeça quando terminou e ela o olhou, pressionando os dedos na pele recém curada que foi substituída por sua própria marca desbotada. — Você me mordeu. — Ela não queria que saísse tão ofegante, tão claramente entrelaçado com choque e excitação. — E você gostou — ele mostrando os dentes. Predador. Ele era um predador. E eu sou sua presa. Era um lembrete que ela não precisava, da maneira como esses demônios poderiam dizimar seu corpo em um piscar de olhos, eliminar sua existência... — Pare de se preocupar — disse Tensley, tirando alguns cachos de sua bochecha. — Eles não podem fazer nada para você... Não sem minha permissão. Ela olhou — Oh, que nobre da sua parte. Ele riu. — Apenas uma noite de compromisso e podemos voltar ao que era antes. Ah, diversão. Mais conversa fiada sobre nada e visitas embaraçosas? Mal posso esperar. Ela se virou para olhá-lo, observando-o esfregar os círculos escuros sob os olhos cinzentos com um bufar de raiva.

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Como ele tem recebido força? Ele tem visto outras mulheres? Molly se perguntou. Ela queria ser a única a fazê-lo forte, não uma garota aleatória em um bar. — Tensley, eu... — Molly começou, mas o carro parou antes que ela pudesse completar seu pedido de desculpas. — Chegamos — disse Tensley, já saindo pela porta em um zumbido da seda preta Armani.

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CAPÍTULO 02

Molly olhou através das janelas escuras e engoliu em seco; a mansão branca diante dela brilhava, uma estrutura magnífica, elevando-se atrás de um jardim de árvores de peras Callery podadas, pontilhadas com flores iridescente. Era a mesma casa em que Tensley arrancara o coração de um bruxo por insultá-lo. Tensley abriu a porta do carro e ela segurou em sua mão estendida, apertando-a um pouco mais que o necessário. A mansão parecia bastante acolhedora com seu elegante portão de ferro e videiras verde-escuras caindo em cascata pelas pedras, mas ela sabia o que se escondia atrás daquelas portas douradas. O cheiro amargo das árvores de Callery queimou seu nariz, seu odor pungente só piorou seu nervosismo. Tensley moveu-se com graça e confiança para a entrada onde um jovem vestido em um terno preto os deixou entrar. Tensley nem sequer cumprimentou o menino quando eles cruzaram o limiar, e quando Molly sorriu, ele apenas inclinou a cabeça para ela. — Tudo bem, então — Molly murmurou, olhando para o enxame de rostos estranhos que enchiam a sala. Homens e mulheres vestidos com roupas semiformais e ternos de três peças lotavam o clássico piso de mármore preto e

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branco, e as paredes eram adornadas com reluzentes floreiras douradas e pinturas de valor inestimável. Molly ficou imediatamente tonta e se aproximou de Tensley. Não caia, não vomite, não estrague tudo. Tensley não se preocupou em esperar; Ele os conduziu através da multidão, com um destino óbvio em mente. Molly manteve os olhos direcionados para o chão; eles só brilhavam quando ela sentia uma emoção particularmente forte, mas a adrenalina correndo por seu sistema não estava ajudando em nada. — Estou aqui — sussurrou Tensley, apertando a mão dela. A multidão se dividiu para eles como se fossem a realeza, cada homem dando a Tensley um aceno respeitoso quando eles passaram. Seus olhares cintilaram para Molly, mas ela não os retribuiu. Com sua sorte, seus olhos brilhariam e tudo estaria perdido. Demônios saberiam que ela não era uma humana inoportuna. Eles saberiam que ela era um daemon. Um daemon não marcado. — Você está mentindo! — Um homem gritou para o outro, seu rosto ficando vermelho. — Você simplesmente não pode... — O outro homem o empurrou de volta. Molly apertou a mão de Tensley, pressionando-se a seu lado para evitar os homens. Os gritos ficaram mais altos e mais acalorados, e Tensley agarrou o cotovelo de Molly e a arrastou para o outro lado, mais longe da discussão. Ela sorriu para o gesto de sua natureza protetora sobre ela. — Silêncio — disse Tensley friamente para os homens quando eles passaram. À mera visão de Tensley, os dois homens calaram suas bocas, inclinando a cabeça em sua presença.

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Ela olhou para o noivo, observando seu rosto esculpido, aquela estranha calma. Ele irradiava confiança e poder, e ela prosperava com isso. — Então esta é ela? Molly se virou para ver uma mulher de cabelos escuros se aproximando deles com um sorriso e uma barriga muito grávida. — Gabriella, — disse Tensley com firmeza. Gabriella sorriu e acariciou seu estômago estendido. — Você não pode sequer me dar um gentil olá? Um olhar para Gabriella e Molly viu a semelhança: cabelos negros, olhos tempestuosos e pele bronzeada e lisa. Irmãos. Quando Tensley simplesmente olhou para ela, Gabriella disse. —Você me cumprimenta como se eu fosse o próprio diabo. — Não é uma analogia distante, eu acho. O pescoço de Molly ficou vermelho; ela achou que seu noivo ia protegê-la de brigas de demônios, não as instigar. — E esta é sua noiva, Tensley? — Os lábios de Gabriella se estreitaram enquanto ela examinava Molly com diversão. — Pai me contou sobre ela. Ela é tão frágil quanto parece? Molly fechou as mãos em punhos. — Não comece, Gabriella. Não aqui — resmungou Tensley. Gabriella revirou os olhos. — Oh, acalme-se. Posso roubar sua mulher por um tempo? Tenho certeza que os outros ficarão absolutamente encantados em conhecer a garota humana permitida em nosso sarau. Um homem de repente se aproximou pela direita, vestindo um terno preto e com uma expressão ilegível. Molly pensou que ele parecia capaz de proteger o próprio presidente.

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— Tensley, seu pai pede uma palavra. Em particular. Molly ficou rígida com a menção do Sr. Knight. Ela ainda se lembrava de como ele tinha batido no seu pai e isso fez seu sangue ferver. Os traços de Tensley guerreavam com emoção, alguma batalha interna sendo travada dentro dele. Finalmente um lado venceu, e ele se virou para a irmã com um olhar penetrante. — Mantenha-a segura. — Mas é claro. — Gabriella riu. — Eu não quero que nada aconteça com minha futura cunhada, não é? Molly olhou para Tensley e lhe deu um pequeno sorriso. Ele não podia protegê-la de seu submundo de demônios para sempre. — Vá. Eu vou ficar bem. Molly serpenteou sua mão entre os dedos dele, ignorando o modo como a mandíbula de Tensley enrijeceu. Gabriella sorriu. — Venha, você vai adorar conversar com as mulheres. Muito melhor do que ouvir conversas de trabalho sem graça. Molly seguiu atrás da demônio grávida enquanto ela cumprimentava todos os outros participantes que passavam, muitas vezes com beijos no ar e brincadeiras sem sentido. — Essas festas são tão chatas. É sempre excitante quando carne fresca entra aqui toda descontraída — disse Gabriella quando saíram por portas francesas duplas abertas e na escura noite do final de agosto. Molly aproximou-se das mulheres com cautela, recusando-se a se acovardar sob seus sussurros abafados e olhares descarados. — Senhoras, senhoras, este é... amiga do meu irmão — Gabriella cantarolou, cada palavra pingando com falsa doçura. — Senhorita Darling.

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Uma mulher de cabelo castanho acenou com a mão graciosamente. — Oooh, querida, venha aqui. Nós temos muitas perguntas para você. Molly se certificou de manter a cabeça erguida; isso não era como as batalhas que Cree lhe ensinara a lutar. Isto era algo que ela estava acostumada, passou dezenove anos praticando: a guerra de palavras falsas, insultos tossidos e bailes de debutante. Ela sorriu para cada mulher, fazendo um esforço para sustentar seus olhares. — Bem, meu nome é Molly Darling, e Tensley é meu... — Prostituta humana — alguém interrompeu. Molly localizou a locutora a uma certa distância, velada na sombra, uma mão pálida enrolada em uma taça de champanhe. — Que mal gosto trazê-la aqui, Gabriella. É vergonhoso para Scorpios. Molly engoliu uma réplica e apertou sua bolsa. Respirou fundo. Esta não era uma luta com punhos, mas de palavras manipuladas. Ela sabia que era a pária e não teria aliados. Agora em pé na frente de uma multidão de lindos demônios, ela sabia que seria o alvo deles. Se ela quisesse Tensley, tinha que mostrar às mulheres que ela era civilizada, e que tinha uma espinha de aço e não era alguém com quem mexer. Ela precisaria encontrar o elo mais fraco ou uma alma gentil. — É uma prática comum. Muitos demônios têm amantes humanos — disse Gabriella. — Sim, mas nenhum é tão ousado a ponto de trazê-los para uma de nossas reuniões — retrucou a mulher. — Brinquedo de demônio não tem lugar em Scorpios. Nosso futuro líder deveria saber. O futuro chefe de Scorpios com uma humana? Brinquedo de um demônio? Molly inalou novamente, desejando que sua raiva cessasse. Illya a havia alertado que para ganhar o respeito das senhoras de Scorpios, ela tinha que mostrar força —mas não tanta que elas se sentissem ameaçadas.

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Molly pegou uma taça da bandeja e inalou o aroma: lavanda e pêssego, o coquetel de verão perfeito para acalmar seus nervos. Ela sorriu para as mulheres e se aproximou. — Então estamos celebrando um novo membro de Scorpios? Edgar Daniels, correto? Um brilho sombrio nublou os olhos de Gabriella. — Isso mesmo. Ele será um soldado raso por agora, mas pode subir na hierarquia com o tempo — se ele durar tanto tempo. Molly engoliu em seco, seu sorriso leve vacilando. — Gabriella! — Uma pequena mulher repreendeu enquanto sentava em uma poltrona dourada no pátio. A mulher de cabelo ruivo balançou a cabeça e esvaziou a taça antes de entregá-la a um garçom circulando. — Ela está certa, Amélia. Todos aqueles pobres homens Scorpios mortos ou desaparecidos; os caçadores de demônios precisam ser capturados e esfolados. Lentamente. A menção dos caçadores fez a pele de Molly arrepiar. Ela sabia em primeira mão o que eles faziam com os demônios: trancava-os em túmulos e esgotava-os até ficarem fracos e desesperados, e finalmente os libertavam para um jogo assassino de gato e rato. Ela ainda se lembrava do jeito que se sentira ao esfaquear aquele demônio com os caçadores um mês antes - dividindo sua cavidade torácica aberta com um golpe, o spray vermelho como consequência. A maneira como sua boca se abriu e fechou como um peixe encalhado enquanto ele morria. Molly estremeceu no ar da noite. — Por favor, vamos discutir algo menos sombrio — disse Amélia implorando com os olhos castanhos. Bingo. Alma gentil. Aqueles olhos se voltaram para Molly e se iluminaram. — Como você conheceu Tensley? — Sim, por favor, — gritou a estranha na parte de trás, aproximando-se de Molly. Ela tinha cabelos negros, pele pálida

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e brilhantes olhos negros como os de uma cascavel. — Diga-nos, Darling, ele já te marcou? Os poderes de daemon de Molly surgiram por trás de seus olhos, em uma ferroada dolorida louca para escapar. Ela os controlou, tomando algumas respirações meditativas; seria um frenesi se elas descobrissem o que ela realmente era. O zumbido do vidro alertou-a para o fato de que ela estava perdendo o controle de seus poderes, de sua força, e em uma respiração centrada, ela suprimiu seu poder, cada dedo relaxando até o zumbido desaparecer. Controle-se Molly. Não perca a cabeça. E definitivamente não de um soco na cara presunçosa dessa cadela. Treinar a si mesma veio a calhar agora. Meditando, focando em sua respiração. Gabriella sorriu dolorosamente tensa, alargando os olhos para Molly. — Espero que ele não tenha sido muito cruel. Molly retribuiu o sorriso, recompondo suas feições na melhor aparência de neutralidade possível. Os olhos da mulher de cabelos escuros ficaram mais sombrios, mais mortais. — Hmm, assunto delicado? — Ela apertou seus lábios, uma risada na ponta de sua língua enquanto ela rodeava Molly, olhando-a de cima a baixo. — Ou ele a marcou e você está com vergonha, ou ele ainda não o fez. É uma pergunta justa em nossa sociedade, especialmente levando em conta o fato de que apenas demônios nobres podem ver as evidências em si. — Hmm — disse Molly, serenidade disposta em suas veias, na batida de seu coração acelerado. — Isso não é da sua conta. A mulher soltou uma gargalhada cheia. — Uma coisa tão ingênua, não é? — Ela se inclinou para os cabelos de Molly e cheiro alto.

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Molly recuou, olhando para a mulher. — Eu não sinto o cheiro dele em você, o que "oh querida" só pode significar uma coisa: ele não o fez. — As sobrancelhas da mulher dançaram, triunfantes, enquanto ela se afastava para voltar para a festa lá dentro. — Engraçado, eu não me lembro de Tensley tendo um problema para selar o negócio. Com isso, ela se foi deixando Molly boquiaberta em ultraje, seus poderes surgindo da convalescença por trás de suas pupilas naquele brilho característico. Molly apressadamente olhou para baixo, afastando-se das outras e para as profundezas do jardim. — Merda, merda, merda, — ela amaldiçoou, tropeçando com seu salto em uma raiz saliente que quase a enviou esparramada na grama orvalhada. Ela precisava encontrar Tensley; ela precisava dar o fora dali. Antes que mais alguém descobrisse a verdade.

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CAPÍTULO 03

Tensley sentou em sua cadeira de couro, observando preguiçosamente seus colegas de trabalho enquanto discutiam as despesas de Abaddon. Ele permaneceu em silêncio, observando um dos parceiros de seu pai, Connor, a quem Tensley se referia como gorducho em seus pensamentos, secando sua testa suada com um lenço de bolso de seda. — A conta de Abaddon será temporariamente fechada até que um novo duque tome seu lugar e a corte encontre o assassino, — anunciou Connor, fechando a pasta na frente dele com entusiasmo. — Seus bens serão congelados até lá, com todos os familiares restantes levados ao mercado para venda. — Bom. — Sr. Knight disse da cabeceira da mesa, em pé para ajustar seu terno escuro enquanto inspecionava os parceiros. — Alguma pergunta? O lugar ficou em silencio. Mais do que na hora, pensou Tensley; doía-lhe pensar em Molly lá sozinha entre os abutres. Tensley se levantou como os outros, mas uma voz sólida e alta o impediu. — E o boato de que Tensley está comprometido com uma humana, senhor Knight? A acusação veio do pai de Evelyn, o Sr. Rose, de onde ele estava sentado em frente aos Knights, mãos unidas na frente dele.

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Tensley cravou as unhas nas palmas das mãos; o pai da sua antiga amante não tinha nada a ver com isso, mas bem, ele apaziguaria o velho. — Sim, Sr. Rose. Eu estou. Todo o sangue correu para o rosto do Sr. Rose. — Seu bastardo! Você escolheu aquela humana vil sobre minha filha? Como você ousa trazer essa escória à nossa presença! O que Fallen diria... — As coisas mudam — interrompeu Knight, friamente, embora seus olhos fossem dois barris de fogo furioso. — Eu te disse! Está em seus genes. Esses bastardos fracos amam os humanos. — Gorducho riu, alguns outros logo se juntando a ele. Tensley estreitou os olhos, perfurando buracos imaginários no crânio do gorducho. Sua besta, seu lado demoníaco queria espancar o homem. — Eu não sei o quão confortável me sinto em deixar dois homens que são obviamente, simpatizantes de humanos liderar Scorpios — disse outro parceiro chamado Sr. Adams, ganhando mais alguns acenos de concordância. — Eu acredito que uma votação é necessária, Sr. Knight. Os parceiros obviamente não concordam com o seu filho fraco assumindo essa organização e acasalando com essa prostituta humana, — o Sr. Rose cuspiu, levantando a mão. Tensley olhou furioso enquanto a sala se enchia de protestos, forçando-o a bater o punho repetidamente na mesa até que os outros calassem a boca. Ele olhou diretamente para cada parceiro de Scorpios, expondo seus dentes para fazer um ponto ao mostrar-lhes sua ira. Um homem fraco. Ele iria mostrar-lhes que ele não possuía um osso fraco em seu corpo. — Minha família ocupa a posição de Dux1 para Scorpios desde 1699, e continuaremos a liderá-la pelos próximos três séculos e além. Se você tem um problema com quem eu decido me casar, então, encontre a porra da porta. 1

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— Tensley! — Seu pai rugiu. — Eu acho que seu filho deve ser removido por falar com os conselheiros assim — disse Rose, olhando para Tensley — Não temos tempo para líderes fracos e sensíveis. — Se importa em me remover você mesmo? — Tensley desafiou, saboreando a chance de socar o rosto do Sr. Rose. — Meu filho não é e nunca será fraco, especialmente quando está noivo de um daemon — explodiu o Sr. Knight, sua voz reverberando pelo escritório. Tensley pestanejou. Porra. Cada demônio presente se eriçou com essa informação, sua bravura evaporando. — Considerando que essa é uma notícia muito delicada, sei que nenhum de vocês vai expor a noiva do meu filho, a menos que queiram sofrer a penalidade. A corte de Fallen será alertada na hora certa. — O Sr. Knight se endireitou. — Onde está a sua lealdade à minha família? A mim? Eu já falhei como seu Dux? — Precisamos de provas, Salvatore — disse Rose após um longo e brutal silêncio. Tensley cerrou os punhos. Claro que esses filhos da puta precisavam. Ele queria dar um soco no rosto do homem ali mesmo, talvez arrancar um dente ou dez no processo, mas suspeitava que não era a prova que o Sr. Rose estava procurando. — Encontre a senhorita Darling — disse Knight ao empregado mais próximo. — Nós exigimos a presença dela. A cabeça de Tensley girou tão forte que estalou. — Pai — ele murmurou, mas o Sr. Knight o ignorou. O criado voltou depois de vários minutos tensos, trazendo Molly para dentro.

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Ela examinou a sala, os olhos vívidos procurando, procurando, até que se fixaram nele. Algo não dito passou entre eles, uma conversa muda de confusão, medo e rendição. Um encorajamento, um elogio sussurrado, um olhar reconfortante, ele não sabia, mas sabia que ela tinha encontrado em seus olhos o que estava precisando. — Senhorita Darling — disse Knight. — Você faria a gentileza de demonstrar aos meus homens o que você é? Molly olhou para o Sr. Knight; Tensley percebeu que ela deveria tê-lo reconhecido como o homem que atacou seu pai todos aqueles anos atrás. — Eu não sei o que você quer dizer... — Está tudo bem Molly — pediu Tensley, aproximando-se. — Vá em frente. — Tensley... — ela sussurrou, balançando a cabeça. Ele assentiu novamente. Lentamente, ela se virou para encarar todo mundo, seus ombros enrijecendo e as mãos se curvando como se estivesse se preparando para a batalha. Ela fechou os olhos e respirou pelo nariz antes de abri-los mais uma vez para perfurar cada homem com seu olhar brilhante, extasiando-os. Controlando-os. Tensley não podia negar o quão bonita ela parecia enquanto empunhava sua força, sua capacidade de paralisar os membros de Scorpios com medo e reverência. Molly era sua dolcezza, sua beleza. Ela ia ser a morte dele.

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— Isso é o suficiente, senhorita Darling — disse o Sr. Knight vitorioso. — Obrigado. Você está dispensada. Molly relaxou e piscou várias vezes, seus olhos retornando à sua sombra azul normal e procurando por Tensley novamente. — Eu vou me juntar a você daqui a pouco — ele disse, um pouco gentil demais para o seu gosto na frente dos membros de Scorpios, que, na verdade, ainda estavam se livrando do transe de Molly. — Então, agora todos vocês sabem — Tensley começou quando Molly saiu da sala, — que a única maneira que podem me substituir como Dux é me matando primeiro. —Tensley arrancou um pedaço de fiapo do paletó dele e marchou para a porta de carvalho, ainda deixada aberta atrás de Molly. — Aproveitem sua noite. Quando ele estava a poucos metros no corredor, alguém agarrou seu bíceps com ferocidade. — Por mais que a daemon ajude a garantir nosso lugar, você não pode falar com eles desse jeito, — o Sr. Knight assobiou. — Mantenha sua raiva sob controle; as coisas estão precárias o suficiente com todos esses desaparecimentos. Eles quase votaram para sua expulsão. — E eles ainda podem. Tensley endureceu com o tom cadenciado de sua irmã mais velha. — Gabriella, volte para a festa — ordenou o Sr. Knight, espantando-a. Gabriella contornou o pai com extraordinária destreza, considerando o tamanho de sua barriga. — Parece que seu filho não a marcou ainda, pai. Molly Darling não tem o cheiro dele. Tensley inalou com tanta força que salivou. — Querido, querido irmão — Gabriella continuou, claramente divertida por seu desconforto. — Você acabou de enviar um cordeiro para o matadouro.

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CAPÍTULO 04

CARALHO. — Você não a marcou? — O Sr. Knight rosnou, girando Tensley para enfrentá-lo. Os dedos de seu pai perfurando o ombro de Tensley como facas afiadas e, quando Tensley finalmente olhou para o rosto do Sr. Knight, ele viu o demônio puro dentro. — Não. — Por que não? Foi o mais próximo que Tensley já tinha visto seu pai de perder a compostura, e isso o fez se sentir como uma criança de sete anos de idade sendo repreendida novamente. Porque ela não escolheu esta vida, e uma vez que eu a marque, ela nunca se livrará de um marido que não pode dar o que ela realmente deseja: amor. Emoção. Afeição. Todas as razões que ele não podia admitir ao seu miserável pai tirânico. Tensley puxou o braço do aperto do Sr. Knight. — Eu vou resolver isso. O Sr. Knight bufou e girou, gritando por cima do ombro. — Meu escritório. Agora.

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Gabriella e Tensley se arrastaram atrás do pai e entraram na sala onde Tensley um dia comandaria Scorpios. O amplo espaço era luxuoso, com paredes azul marinho e detalhes cromados e de mármore que parecia antiquado e vistoso para Tensley. O Sr. Knight deslocou alguns papéis e sentou-se, batendo os dedos impacientemente contra a madeira de sua mesa enorme. Gabriella e Tensley estavam em frente a ele como duas crianças à espera de uma punição, ambos sabendo que não deveriam falar sem permissão. — Abaddon... Ele sabia — disse Knight com um grunhido. — Foi por isso que ela foi levada. Tensley rangeu os dentes. — Sim. — E agora ela está aqui. Em uma casa cheia de demônios — Gabriella discutiu ao lado dele. — Jogada inteligente, irmão. Tensley olhou para Gabriella, fervendo de raiva. Ele não suportava estar na mesma sala que ela, não depois de ter assistido ela atormentar Illya durante anos. — Não fale comigo. — Ooh, ainda chateado, porque contei ao pai sobre a pequena transgressão de Illya? — Você inventou uma história sobre ele roubar arquivos de Scorpios! Ele quase foi preso! Então sim, eu estou ainda chateado! — Vocês dois, parem. — O Sr. Knight passou os dedos pela juba negra como breu e beliscou a ponte de seu nariz. — Se Fallen descobrir sobre isso... Tensley se endireitou. Pena que ele já sabe que ela existe. Gabriella sorriu. — Molly estava dizendo abertamente a todos na festa sobre como você não dormiu com ela ainda. Isso é uma coisa humana? Ser tão... Sem vergonha? — Cala a porra da boca, Gabriella — disse Tensley.

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— Basta! Tensley, marque-a! Esta noite! Agora mesmo do lado de fora dessa porta, pouco me importa! — Gritou o Sr. Knight sobre a discussão deles. — Não podemos mostrar fraqueza agora, não no meio de nossas negociações com Ares. Gabriella inclinou a cabeça. — Ares? A divisão de Boston? Você está planejando assumir? O Sr. Knight massageou as têmporas. — Sim. Agora saiam da minha frente antes que eu comece a me arrepender de deixar vocês dois viver além da infância. Gabriella rebolou na frente, Tensley presumiu que as mulheres em gravidez avançada gingavam nessa fase, mas não a sua irmã presunçosa, e ele a seguiu, olhando com raiva para a parte de trás de sua cabeça. — Acho que você não é mais a criança favorita — disse ela quando estavam a alguns metros de distância do escritório do pai. — Se você ousar olhar em direção a Molly... — Ai, ai Tensley — interveio Gabriella. — Você está perigosamente se assemelhando a meu outro amado irmão. — Você não tinha que contar ao pai nada disso — disse Tensley, ignorando a sugestão de Gabriella de que ele e Beau eram parecidos. — Você está com raiva porque seu marido não tem o desejo de marcá-la? É isso Gabriella? Você está fazendo o papel de dona de casa ciumenta e entediada? Ela rosnou. Ele definitivamente atingiu um nervo. — Não se atreva, — ela disse enquanto sua mão batia nele, fazendo uma careta. — Não tente por a culpa em mim, Tensley você é um perdedor e já é hora do meu pai saber. Todos esses anos ele favoreceu você enquanto eu fui esquecida por ele. — Favoreceu? — A menos que ser tratado como um soldado em um acampamento militar fosse uma nova forma de

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favorecimento parental, a infância de Tensley não incluía nada do tipo. Gabriella olhou para ele. — Você tem o poder de glorificar nossa família novamente. Você não se lembra? Quando todos pararam de conversar conosco, quando o pai perdeu tantos clientes, tantos negócios por causa dos erros de Beau? Pai tendo que testemunhar em frente à Suprema Corte para provar que ainda estava apto a comandar Scorpios. As crianças eram muito mais cruéis; tenho certeza que você se lembra disso. Nós perdemos as graças de tantos nobres e nos tornamos puro entretenimento para assistir. Esse daemon pode nos trazer de volta. — Eu me lembro, Gabriella — disse ele, levantando o queixo para que os olhos dela seguissem a leve cicatriz que Beau havia dado a ele por prazer. Ao contrário de Gabriella, Beau tinha descontado seus ataques de raiva em Tensley. Ela suspirou e ficou em pé, acariciando seu estômago novamente. Ele olhou para sua barriga por um momento, imaginando como seu marido a tolerava. Ela riu e se virou. — Pensando bem, talvez Abaddon devesse tê-la marcado em seu lugar. Se ela é a daemon que você diz que é, precisa de um demônio que não vai deixá-la controlá-lo. Você obviamente não pode fazer isso, irmão, e nós não podemos resistir a outro escândalo. — Cuidado com a sua língua. — Ele rosnou baixo, suas costas arqueadas, seus músculos tensos e suas unhas cavando nas palmas das mãos. — Então me prove o contrário. Mostre-me que você é capaz de deixar seus sentimentos de lado. Você acha que ela quer você? Ela quer amor e você não pode dar isso a ela. Ela quer um homem humano e em vez disso tem você, demônio rude. Essas palavras se instalaram profundamente dentro do peito e da mente de Tensley. Eu não posso dar a ela o que ela merece... Gabriella deu-lhe um olhar aguçado. — Faça o que é certo pela nossa família, por Scorpios. Marque-a, Tensley. Logo, ou algum outro íncubo vai e o pai nunca vai perdoá-lo por isso.

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Ela o deixou na escuridão do corredor. Tensley rosnou em sua garganta e socou a parede, sua raiva muito grande para conter dentro de si mesmo. Ele se virou para procurar por Molly, mas congelou ao vê-la. Porra do inferno. — Evelyn — ele murmurou, endireitando-se para outro ataque. Sua ex-amante se aproximou ao longo do corredor escuro, sorrindo maliciosamente para ele enquanto jogava uma mecha escura de seu cabelo fora de seu ombro nu. Seus quadris balançavam de um lado para o outro, criando um ritmo hipnotizante que uma vez foi um canto de sereia para ele. Agora era como moedas em uma lata de metal, deixando-o irritado. Seu peito queimava. Ela o tinha queimado, queimado o carinho que ele uma vez teve por ela em cinzas, a nada. Por um tempo, ambos tinham sobrevivido um do outro, dado um ao outro o que era necessário. Ao contrário de Molly, porém, Evelyn conhecia os limites de sua afeição, sabia o que era necessário dela. Ao contrário de Molly com suas roupas sensuais, o jeito como jogava o cabelo, tudo isso acenando, chamando-o para consumir sua essência, Evelyn conhecia seus limites. Eles eram parceiros em seu mundo. Um relacionamento entre demônios era um negócio e só havia uma determinada quantidade de afeto entre os dois. O casamento entre demônios era uma troca de poder, tanto quanto o sexo. E agora, com sua noiva em cena, Evelyn não era mais necessária. Ela inclinou a cabeça para o lado, expondo seu pescoço fino e delicado. — Eu preciso falar com você em particular. — Estou ocupado. Ela imediatamente se agarrou ao braço dele.

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— Não, eu preciso de você. — Ela fez uma pausa, separando seus lábios vermelhos; ele não podia desviar o olhar. — Agora. Ele fez uma pausa e engoliu, envergonhado de admitir que estava excitado. Alguns meses atrás, ele teria concordado imediatamente. Evelyn Rose entendia-o: suas necessidades, sua raiva, os limites de suas afeições. Ela teria sido a esposa perfeita para um Dux. Ele não estava recebendo energia de ninguém, não desde Molly semanas antes e a disposição de Evelyn estava alimentando suas necessidades mais básicas. — Eu vi a sua noiva — Evelyn murmurou quando o pressionou contra a parede. — Ela é muito doce para você. — Ela se inclinou para frente e gentilmente soprou contra o lóbulo de sua orelha. —Você precisa de alguém que possa lidar com você, que pode retribuir... — Tensley? — Molly estava em pé mostrando sua silhueta a uma dúzia de passos deles, a luz do candelabro mais próximo a envolvia em um brilho orvalhado e dourado. Os dedos de Evelyn se aprofundaram nos bíceps de Tensley. Ele sacudiu o braço do aperto de Evelyn e encarou sua noiva, incapaz de ignorar a mágoa e a confusão piscando nas feições de Molly. — Foi bom vê-lo novamente, Sr. Knight — Evelyn ronronou, arrastando um dedo pelo peito de Tensley antes de passar por Molly e desaparecer entre os convidados. Os olhos de Molly perfuraram Tensley como raios laser quando ele se aproximou e pegou o braço dela. Ela se esquivou dele. — Eu estava interrompendo alguma coisa? Minhas sinceras desculpas. Ele agarrou-a novamente, desta vez com sucesso. — Nada que eu não queria que fosse interrompido. Vamos embora.

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Ele a arrastou pela multidão e saiu pela porta da frente da casa. —Eles sabem que eu não marquei você, — ele disse quando estavam na rua. — Sim. Aquela mulher com quem você estava no corredor me cheirou. Tensley acenou para avisar ao motorista que estávamos prontos para sair, apertando a mandíbula enquanto aguardava a chegada do Aston Martin DB5. — Foi tolice da minha parte, sim. Eu calculei mal se certo alguém estaria presente, e se ela chegaria perto o suficiente para reconhecer a falta do meu cheiro. A sobrancelha de Molly arqueou. — Então você esteve perto desta mulher... — Entre no carro — disse ele, oferecendo uma mão para ajudá-la a entrar. Seus olhos gelados o estudaram, grandes e brilhantes, puxando as cordas de seu coração protegidas há muito tempo, desde as fúrias voláteis do irmão. As cicatrizes nas costas dele formigavam sempre que pensava nisso e o lembrava do que ele não poderia ser. — Eu não queria estragar a sua noite — disse Molly calmamente. Ele franziu a testa para ela e ignorou o aperto no peito. Ele não estava bravo com ela, ele estava com raiva dele mesmo, mas sua raiva era como um chicote atingindo os mais próximos. — Não é você, é toda essa porra de noite. Estou pronto para que isso acabe. Entre. Quando ela entrou no carro, seu perfume delicioso fez cócegas no nariz dele, o perfume sedutor desviando seu foco para o único lugar que ele mais queria que seus lábios pressionassem naquele momento: seu pescoço delicado. Seu lado demônio se agitado viciosamente, ansiando por marcá-la, ansiando por reivindicá-la como sua. Ele desviou o olhar, com medo de agarrar sua garganta. Ele nunca quis marcar ninguém antes — a forma de um demônio reivindicar outro por proteção e o ultimo sinal de uma união — não Evelyn ou qualquer outra mulher com quem ele esteve. Ninguém jamais o fez se sentir assim.

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O desejo o balançou profundamente. Ele sabia que estava em apuros, porque já estava viciado nisso. Ele precisava de controle, e precisava disso agora. Eles ficaram sentados em silêncio durante toda a viagem de carro, e ele não se incomodou em tocá-la. Ele estava muito bravo consigo mesmo, com a sua sociedade para fazer qualquer coisa. Muito chateado para ser gentil com ela. Ele era uma fera. Ele não confiava em si mesmo para não devorá-la. Se ele marcasse Molly Darling, estaria condenando os dois.

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CAPÍTULO 05

— Vou passar a noite — anunciou Tensley no momento em que entraram no apartamento de Molly. Uh o quê? Molly piscou para ele e olhou para o quarto dela; a única maneira deles se encaixarem em sua cama de solteiro era se ela deitasse em cima dele. Suas bochechas coraram com o pensamento. — No sofá, — ele especificou, talvez confundindo seu rosto avermelhado por ansiedade em vez de atração. Ela o observou escanear o minúsculo apartamento com uma carranca. A cozinha não tinha sido reformada desde os anos oitenta, e seu antigo fogão a gás regularmente apresentava problemas, uma vez até mesmo ateando fogo no cabelo de September. — Por que você vive neste buraco? — Tensley murmurou, olhando para o sofá gasto onde se ofereceu para dormir. O estresse estava escrito por todo o seu rosto; seus lábios estavam franzidos, e uma pequena ruga vincada entre suas sobrancelhas. Molly queria suavizar o estresse com as mãos... Com a boca... Queria fornecer a ele a energia de cura que ele obviamente precisava.

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Molly suspirou. — Porque eu quero o meu próprio espaço e liberdade, e até me formar e ganhar mais do que o salário mínimo, estou perfeitamente contente em viver neste 'buraco’. Ela jogou sua bolsa na mesa da cozinha ao lado de sua pilha considerável de livros escolares. — Realmente, Tensley, eu fiquei bem aqui nas últimas semanas sozinha. Porque não dormi. Porque eu estava estudando ou procurando por Cree. Porque não consigo dormir. Assim que ele começou a desabotoar sua camisa branca para revelar a parte de cima de seus ombros largos, a respiração de Molly engatou. — Eu vou estar no sofá; chame-me se precisar de alguma coisa — disse ele, batendo ruidosamente nas almofadas. E esse foi o fim da conversa. Ela se sentou em seu quarto, os olhos secos e coçando enquanto digitalizava A History of Venice para a próxima exposição do museu. Abriria em poucos dias, e Molly queria ter certeza de que sabia as respostas para qualquer pergunta que recebesse. Quando ela não estava se aperfeiçoando na história da arte, Molly passava suas noites trabalhando na pilha gigantesca de livros que precisava ler antes do início das aulas em três semanas. Ela acolheu a carga de trabalho, pois fornecia uma desculpa para evitar o sono. Dormir significava significavam Abaddon.

pesadelos

e

pesadelos

Sua única fonte de paz era caçar o pesadelo que ainda estava vivo: Cree, o caçador que ainda queria assassiná-la e a Tensley para vingar a morte de sua própria irmã. Ela era a mulher por quem Beau, irmão de Tensley, havia se apaixonado, com o amor deles resultando no massacre de Fallen tanto dela quanto de seu filho ainda não nascido.

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Molly bateu os dedos nos joelhos machucados e se levantou, abrindo a porta para encontrar Tensley dormindo. Ele estava deitado com o peito nu no sofá, os pés pendendo na borda do braço. Sua calça estava perigosamente baixa em seus quadris, revelando um rastro feliz de pelos escuros que desapareciam sob o cós. Um demônio que parecia um anjo quando dormia. Um caótico e poderoso. Ela o queria, queria sua confiança de volta, e lhe provaria que ele podia confiar nela. Ela decidiu não caçar Cree naquela noite, e em vez disso selecionou outro livro da mesa para revisar. De volta ao seu quarto, as palavras se misturaram e dançaram na página, e a respiração tranquila de Tensley no outro cômodo começou a levar Molly ao estado mais relaxado que ela experimentou em dias. — Vou só descansar meus olhos por um segundo — disse ela em voz alta, encolhendo-se no travesseiro mais próximo.

Um grito a arrastou de volta para a escuridão. Uma voz estrondosa desafiou a dela e ela sacudiu, seus braços agitando contra qualquer força a mantendo cativa. — Não! Não! Pare, por favor, pare com isso! — Ela cravou as unhas tão profundamente que sentiu a pele rasgar e ele assobiou. Quem quer que tenha respondido, suas palavras eram estranhas para seus ouvidos zumbindo. — Por favor! — Ela empurrou o enorme peso de cima dela e se lançou, envolvendo as mãos em volta do pescoço de... — Molly, você está bem! Sou eu! Molly!

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Molly abriu os olhos para descobrir que não estava com Abaddon - não, ela estava em sua cama, enrolada nos lençóis e nos braços musculosos de Tensley. Suas mãos ainda estavam enroladas no pescoço dele e, lentamente, ela as deixou escorregar. Ela caiu para trás, tonta e confusa, o medo ainda pulsando através dela. Ela olhou para ele, arfando, ofegando por ar. — Eu quase te estrangulei. — Eu estou bem, Molly — ele sussurrou sem fôlego. Ele penteou o cabelo encharcado e acariciou suas bochechas manchadas de lágrimas. — Ele esteve aqui. Ele estava de volta e... — Ela não terminou a frase, em vez disso, apertou a boca no seu antebraço para esconder a dor, o medo, a agonia. Tensley franziu as sobrancelhas. — Quem? — Abaddon — disse ela com uma voz frágil. Ela quebrou em um soluço incontrolável. Ela chorou, limpando o ranho com as costas da mão. Ela manteve o medo por muito tempo. Ela escondeu de todos, incluindo September. Agora, tudo estava desabando sobre ela de uma só vez. Tensley segurou a parte de trás de sua cabeça, enrolando os dedos em seus cabelos molhados até que ela teve que olhar para ele diretamente em seus olhos perturbados. — Ele está morto, Molly. Nós o matamos. — Eu sei, — ela murmurou, suas unhas cravando em seus braços. Ela odiava como Abaddon ainda a controlava mesmo sete palmos abaixo da terra. Ela não contou a ninguém que tinha pesadelos ou ataques de pânico, não queria que eles achassem que ela era fraca, especialmente Tensley. Ela queria lidar com isso sozinha, para provar a si mesma que poderia, mas no final, não conseguiu. Ela precisava da ajuda das pessoas ao seu redor. Ela fungou em seus joelhos, engolindo um soluço. Ele não falou por um momento, analisando suas feições molhadas enquanto ela piscou os cílios com lágrimas de volta para ele.

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Ela mordeu o lábio inferior e soltou enquanto dizia: — Não consigo parar de vê-lo, de senti-lo. — Ciccia. — Quando ele falava em italiano, seu leve sotaque ressurgia, suave e poderoso de uma só vez. Os braços dele embalaram-na tão suavemente. Soluço após soluço preencheu o silêncio enquanto ela tentava recuperar o controle. Não o deixe ganhar, não desista. — Deite-se, querida. — Ela fez, seu corpo a acompanhando de imediato. Ele se deitou contra ela, envolvendo seu corpo em torno dela enquanto ela tremia. Seu abraço era poderoso e aterrorizante, ao mesmo tempo. Nesse momento, com os braços ao redor dela, protegendo-a de seus pesadelos, ela sentiu como se pudesse dizer a ele qualquer coisa, como se pudesse se abrir e ele não a rejeitaria. — Ele não me deixará em paz. Mesmo estando morto, ele ainda me aterroriza — ela disse, respirando com dificuldade em sua barba desalinhada. Ela olhou para a mandíbula dele, fechando e abrindo. Seus dedos roçando sua bochecha suavemente, acalmando-a. Ela achou quase graça agora o quanto ela ficou com medo do demônio há um mês. Tê-lo tão perto dela agora a fazia se sentir segura, consolada, mas não apagava seus pensamentos ou medos. Era uma fuga temporária e ela lutava para ficar lá com ele. Tensley era a única pessoa que sabia o que acontecera na câmara de Abaddon. Ela não entrou em detalhes com September ou qualquer outra pessoa. A mão dele segurou seu quadril, pressionando seus corpos o mais próximo possível, e ela o acolheu. — Qualquer um que tentar ferir você terá que passar por mim primeiro. Você entende isso, Molly? Ela assentiu em seu peito. As sombras subiram por suas paredes desmoronando e ela fechou os olhos, orando por outro tópico para distraí-la. Pense em outra coisa, algo mais, qualquer outra coisa...

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Um pensamento veio a ela, um pensamento que estava atormentando sua mente e só aumentou sua curiosidade sobre ele. Ela mordeu o lábio. — Quem era ela? Ele parou de esfregar o quadril dela. — Eu não sei a quem você está se referindo. Ela se sentou, cílios molhados e lábios inchados. — Aquela mulher com quem você estava... Falando antes de eu aparecer. Ela evitou os olhos dele na última parte. Não precisava ser um gênio para perceber o quão perto eles estavam, o modo como eles espelhavam a linguagem corporal um do outro, a forma como suas unhas vermelho sangue dançaram no braço dele, como calorosamente haviam olhado nos olhos um do outro, tão perto que ele poderia tê-la beijado. Ele suspirou, passando a mão tensa pelo rosto. — Uma mulher que você deveria esquecer. Eu certamente o fiz. Ele esperou, cravando seus olhos nos dela até que ela finalmente se acomodou em seu peito quente. Ela confiava nele, mas a curiosidade ainda a consumia, imaginando quem a mulher tinha sido para ele. Ela olhou para o teto, com muito medo de olhá-lo nos olhos novamente. — Sinto muito… Sobre esta noite. Eu sei que você queria uma noite livre de drama. — Você não tem nada para se desculpar. Ela sorriu levemente em seu corpo. — Fale italiano para mim, Tensley. Ele cantarolou em sua garganta. — Mm, mi sono infatuata di te2. A mão dele tirou o cabelo do rosto dela, caindo para o lado dele. Desta vez, quando o sono assumiu, ela não lutou contra isso. Em poucos segundos, ela adormeceu com suas palavras roucas e respiração suave. 2

Eu estou apaixonado por você

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Molly rolou para fora da cama para encontrar o sofá da sala vazio, almofadas fofas o suficiente para esconder qualquer evidência de que Tensley esteve lá. — Legal — Molly murmurou, apertando o quimono azul em torno de sua cintura e semicerrando os olhos para o início do sol da manhã. Quando a porta da frente bateu, seu coração pulou — Tensley voltando com o café da manhã? — Ei, vadia! Isso seria um não. Molly encontrou September curvada sob a mesa da cozinha, inspecionando a perna onde tiveram que usar supercola há duas noites. — Você parece uma merda, — disse September com indiferença. Molly grunhiu. — Obrigada. — Você precisa parar com suas peripécias noturnas, ok? Está estressando você, o que está me estressando. Nosso relacionamento não funciona bem quando somos ambas dramáticas. Molly pegou uma banana no balcão e apontou para um grande livro amarelo na mesa ao lado da sua própria pilha. — O que é isso? — Humm? — September subiu e sentou-se em uma das cadeiras da cozinha que não combinavam. — É a lista telefônica. Molly bufou e pegou seu anticoncepcional, engolindo-o. — O que você está procurando em uma lista telefônica? — O número daquele cara. — Oooh, descritivo. September virou a próxima página. — Aquele cara Lance, lembra? Eu não consegui encontrá-lo on-line, então vou pela velha escola, querida. Molly congelou no meio da mordida. — Lance… O que Cree mencionou que era bom em quebrar acordos?

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— Bingo. Molly terminou a banana e jogou a casca no lixo. — September, eu não quero quebrar o acordo… — Eu sei. Infelizmente. Molly levantou uma sobrancelha. — Então…? September passou como uma louca pelas páginas. — Lance conhece Cree, o que significa que ele pode ser capaz de nos dizer onde o bastardo está se escondendo, então você pode parar de patrulhar Nova York como Buffy. — Eu gosto de Buffy. — Eu também, mas Buffy é uma personagem fictícia que não precisava dormir regularmente, e você não é. Qual é a pressa de encontrar Cree, afinal? Eu diria boa viagem. Molly estudou as linhas de suas palmas. — Eu não me sentirei segura até que saiba que ele se foi. Além disso Tensley ainda não confia em mim. September parou sua busca para olhar para Molly. — E você acha que matar Cree vai consertar isso? — É um começo. — Molly forçou um sorriso e abriu o armário mais próximo. — Quer um pouco de chá? September fez um som de engasgo. — Porra não. Eu odeio chá. Elas ficaram em silêncio depois disso, e o telefone de Molly tocou. A tela lia-se mamãe e Molly gemeu. Ela não tinha falado muito com a mãe ultimamente, considerando como cada conversa se transformava em uma discussão sobre o que ela estava fazendo com sua vida. Seus pais arrogantes não aprovaram seu trabalho, seu apartamento, sua escolha de amigos... E eles certamente não aprovavam Tensley Knight. Molly olhou para a chaleira fervendo, ouvindo seu assobio agudo.

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— Então Fallen estava lá ontem à noite? Eu sei que você estava nervosa em vê-lo — disse September. Molly balançou a cabeça, pontos pretos filtrando sua visão. Maldita privação de sono. — Não, graças a Deus. Ele não foi convidado. September recostou-se e colocou as mãos atrás da cabeça. — Você acha que ele vai tentar alguma coisa? Eu não sei, roubá-la para si mesmo? — Quero dizer… Ele foi o único que fez as regras sobre os compromissos. Ele estaria quebrando sua própria lei desde que estou com Tensley. — Ela olhou para o anel de noivado: um ousado diamante negro cercado por delicados detalhes dourados. Uma promessa baseada em uma mentira. Se Tensley não a marcasse, outra pessoa - alguém horrível - poderia aparecer para fazê-lo. Molly balançou a ideia, se agarrando no balcão. — Você está bem? — September perguntou, levantando-se da cadeira com preocupação. Molly acenou para ela, piscando sua visão embaçada. — Estou bem. É esse maldito calor. Pare de me perguntar isso. — Eu sei. É só... que você está me assustando. Você não dorme, você fica fora a noite toda, e quando volta, está coberta de hematomas. — September olhou para o céu, sacudindo a cabeça. —Se você não quer falar comigo, fale com Tensley. Eu odeio o cara, mas talvez ele possa te ajudar. Molly assentiu, derramando o chá com a mão trêmula. — Então você e Illya? — Ela questionou, mudando de assunto. — Ouvi dizer que ele te pegou no restaurante. As bochechas de September ficaram vermelhas. — De jeito nenhum! Ele é um demônio, Molly. Ele poderia ser o

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único gostosão de todos os cinquenta estados e eu ainda diria não. — Claro, — disse Molly, soprando seu chá. — Eu preciso ir ao museu, mas estou ansiosa para por em dia todas as suas aventuras de fim de noite. — Cara. Aquele restaurante vai guardar minhas aventuras até eu morrer, — September revidou. — A propósito, você já convidou seu noivo para a abertura da exposição? Molly encolheu os ombros. — Eu imaginei que ele estaria ocupado. — Bom, porque eu estou muito interessada na comida de graça, de qualquer maneira. — September voltou para a lista telefônica. —Vou continuar procurando o endereço de Lance enquanto você leva sua bunda para o trabalho. Assim que Molly foi arrumar a cama, viu um pedaço fino de tecido preto jogado no chão. A gravata de Tensley. Ela pegou gentilmente e alisou o material sedoso. Ela enfiou a gravata na bolsa e se virou para o guarda-roupa. Molly não desperdiçou um segundo, colocando uma roupa - um vestido de ilhós branco com salto alto lavanda - e descendo as escadas correndo até a rua movimentada. Ela ansiava pelo Museu tranquilo e suas amplas salas brancas. Nada poderia surpreendê-la lá dentro; nada poderia se esconder por muito tempo. Quando virou na Quinta Avenida, um zoológico de ternos executivos dominava as calçadas e o cheiro de café recém-torrado acalmava seus nervos - mas foi fugaz, porque Molly imediatamente sentiu um par de olhos nela. Ela girou e quase esbarrou com um homem em seu celular; ele surtou com um grito de indignação. — D-Desculpe — disse Molly, examinando a multidão por um tufo de cabelo escuro, um par de olhos verdes.

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Onde você está, Cree? Saia, saia de onde quer que esteja… Se os caçadores de demônios fossem estúpidos o suficiente para segui-la em plena luz do dia, ela teria prazer em quebrar seus ossos no beco mais próximo que pudesse encontrar.

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CAPÍTULO 06

Tensley limpou o sangue da bochecha e estalou a língua como um professor. — Você está pronto para falar agora, escória de caçador? — Ele perguntou com falsa doçura ao homem meio consciente na sua frente, enquanto aplicava mais pressão na ferida que ele acabara de fazer na perna do caçador. O rosto do caçador de demônios se contorceu, enquanto parecia se debater entre confessar ou não. Em vez disso, cuspiu nos Oxfords de couro de Tensley. Pedaço de merda O zumbindo de uma lâmpada, detectava a sobre carga, enquanto banhava ambos em uma luz verde doentia. O porão era pequeno, mas escuro — escuro o suficiente para que eles não pudessem ver onde as paredes estavam ao redor deles, dando a ilusão de que os dois estavam em um abismo sem fim. — Eu já te disse, eu não sei onde ela está — repetiu o caçador pela centésima vez naquela tarde. Tensley cerrou os punhos para não matar o caçador no local. — Mas você a viu, não? Achou que você se divertiria com um demônio por uma noite, adicionando outro entalhe a cabeceira de sua cama?

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— Eu a vi, sim, mas não a toquei. Juro. — A voz do caçador quebrou quando ele puxou contra suas restrições; suas mãos tinham ficado brancas devido à perda da circulação há uma hora. Os homens de Tensley haviam encontrado o caçador sem nome do lado de fora de um bar no Queens, com a língua no fundo da garganta de alguma vadia. Ele estava abaixo na hierarquia, então Tensley provavelmente não poderia usá-lo como moeda de troca, mas Tensley tinha ficado muito desesperado em sua busca por Lex, desde que as três últimas pistas haviam se provado inúteis. Tensley foi até a única mesa da sala — uma descartada de um dos escritórios no andar de cima — e estudou sua série de facas. — Eu quebrei a sua mão, dedo a dedo, e é improvável que você volte a andar com a perna esquerda novamente. Seu nariz está completamente fodido, — ele recitou, selecionando a maior lâmina de sua coleção. —O que é preciso para que um pedaço de merda como você confesse? Preciso cortar a sua mão, é isso que você quer? — N-Não, eu te disse, não sei nada... Rápido como um escorpião, Tensley chegou por trás do homem e agarrou sua mão direita, pressionando a faca na base dela. Quando o homem inspirou tremulamente, Tensley parou de repente. Por um momento, os ombros do homem caíram e seu coração se acalmou. Por um momento. Então Tensley golpeou, cravou a faca na mão do homem, cortando direto até o osso. O grito agonizante do caçador tremeu através do corpo de Tensley, seu lado demoníaco quase ronronando ao som, e ele parou, limpou a mão em sua bochecha. Tensley saiu do porão e virou-se para o soldado que esperava do lado de fora. — Deixe-o sangrar por um tempo, depois faça outra rodada de perguntas. — E se ele não falar?

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Tensley fungou. — Corte a garganta dele. Nenhum dos soldados do 19º Batalhão discutiu as ordens de Tensley quando passou por eles, e pegou o elevador até o seu escritório no andar térreo. Uma vez sentado em sua cadeira de couro, Tensley puxou seu telefone e leu novamente o texto de September: — Ela não vai me ouvir. Sua vez. Uma batida forte na porta entreaberta interrompeu suas reflexões sobre a melhor maneira de ajudar Molly a dormir um pouco. —Quem é? — Sr. Knight? Tensley olhou furioso quando Sr. Rose e Evelyn entraram em seu escritório, escorregadios como duas serpentes no mato. — Que surpresa desagradável, — disse Tensley, desabotoando a gola da camisa. — Eu não me lembro de agendar uma reunião com qualquer um de vocês. — Evelyn me acompanhará, para assumir a minha posição, — anunciou Rose. Tensley mordeu o interior de sua bochecha. — É mesmo? — Seu pai concordou com isso — disse Evelyn, girando uma das canetas douradas de Tensley entre os dedos. O Sr. Rose limpou a garganta. — Tenho certeza de que vocês dois poderão trabalhar muito cordialmente um com o outro durante nossas negociações com Ares. — Os membros do Ares estão muito preocupados com os seus próprios problemas com caçadores de demônios para prestar atenção em nós, — disse Tensley, evitando o olhar de Evelyn. — Uma discussão entre eu e ela não vai impedi-los de entregar o território de Boston. Isso é tudo? O Sr. Rose hesitou. — Suponho que sim. — Então dê o fora.

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Sr. Rose hesitou antes de sair lentamente do escritório de Tensley, resmungando com raiva em voz baixa. Evelyn, por outro lado, desconsiderou seu comando e, em vez disso, cruzou os braços para ampliar o decote por trás de sua elegante blusa preta. — Você é surda? — Tensley cuspiu, seus olhos cintilando no movimento. Evelyn sorriu maliciosamente. — Isso não é muito legal, Tensley, e nós devemos ser legais um com o outro - nossos pais disseram isso. Ela se aproximou da mesa e se inclinou sobre ela, limpando algo da face de Tensley. A ponta do dedo indicador voltou vermelha, a mesma tonalidade carmim do esmalte. — Você gosta de fazê-los sangrar, não é, querido? Eu duvido que sua noiva aprovaria. Eu não acho que ela tenha uma pista sobre o que está por baixo da sua pele e ossos. É puro veneno. Ele olhou — Não fale sobre ela. O comportamento de Evelyn mudou de flerte para transbordar em malícia. — Não, eu não acho que ela gostaria dessa sua versão - esse assassino, esse psicopata - e ela não tem a mínima ideia. Ele cerrou os dentes contra as palavras de Evelyn, contra a verdade que elas mantinham. Ele era um demônio; ele ansiava por violência, se deleitava com sexo. Ele gostava do som dos ossos de alguém quebrando sob suas mãos como um graveto. Ele nunca poderia ser o que Molly queria em um marido. Ele sabia que o que estava por baixo de sua aparência era veneno. Um demônio feio e sedento por marcar Molly, ele teria que mordê-la, enchendo-a com esse veneno vicioso. Evelyn estava praticamente levitando com a vitória. — Mas você vê... Eu amo isso em você. Eu adoraria ver você golpear a cabeça de um caçador de demônios. Isso me deixa excitada só de pensar... — Evelyn alargou sua postura um pouquinho, uma mão pálida desaparecendo sob o tecido preto de sua saia lápis enquanto soltava um gemido.

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Tensley saltou da cadeira e estava ao seu lado em um instante, sacudindo Evelyn com tanta força que seus dentes batiam. — Volte ao trabalho, vá para outro lugar, vá ferrar outra pessoa - não me importo; apenas saia da minha frente. Ele se afastou dela, respirando com dificuldade, esperando pelo som de sua partida. — Eu quero ver o arquivo de Abaddon. Seu sangue gelou e ele se virou para olhar para ela. Só ele e seu pai tinham visto o arquivo; nem os membros do conselho tinham visto o seu conteúdo. — É confidencial. Ela estava esfregando uma marca vermelha já surgindo em sua pele, onde ele a agarrou. — Eu vou conseguir de alguma forma, querido. Por que não me poupa o trabalho? Porque então você saberá que foi Molly e eu quem o matou, e então todos saberiam. Ele engoliu em seco, olhando lentamente para o corpo dela. — Isso nunca vai acontecer, Evelyn. Sua presunção estava retornando lentamente; ela estava visivelmente abalada pela agressão de Tensley, mas qualquer medo que ele tenha infligido já estava evaporando. — Eu não entendo porque você está protegendo alguém que te apunhalou pelas costas, Tensley. Tensley engoliu — como diabos ela sabe disso? — Oh sim, eu tenho minhas fontes. — Ela puxou um tubo de batom vermelho de sua bolsa e traçou seus lábios flexíveis uma vez, depois, duas vezes. — O que estou curiosa é sobre o caçador de demônios que você está torturando lá embaixo. Como ele se encaixa em tudo isso? Talvez ele seja o único que resta que sabe sobre a traição dela? — Ele está aqui porque Lex ainda está desaparecida. Evelyn baixou o batom devagar. — Ele sabe onde ela está?

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Tensley olhou para baixo. — Eu... Eu não sei. — Eu posso ajudá-lo, — disse ela depois de um segundo, em um tom tão genuíno que ele ficou boquiaberto com ela. — Você? Quer me ajudar? Eu teria que ser um idiota absoluto para cair nessa. Tensley se virou, passando os dedos pelo cabelo selvagem. Se Evelyn dissesse a seu pai — porra, a qualquer um — sobre a traição de Molly, ele seria destronado, renegado e excomungado por tê-la deixado viver mais um dia. Assim que Tensley abriu a porta para escapar de sua ex rancorosa, outro pesadelo o impediu de sair: seu pai, Salvatore Knight, vestido com um de seus muitos ternos Dolce & Gabbana, ostentava uma torção amarga em sua boca. — Sr. Knight,— disse Evelyn educadamente. — Você está dispensada — foi sua resposta. Evelyn deu um pequeno aceno de submissão e saiu, deixando Tensley sozinho com a única outra pessoa que ele desprezava tanto quanto ela. — Vou me atrasar — disse Tensley quando o Sr. Knight fechou a porta. — Vou almoçar com a mãe no Café du Soleil. — Ela pode esperar. Tensley fez uma careta; ele não gostou da ideia de sua mãe em pé no calor escaldante de Manhattan esperando por ele. — Mas... — Tensley — seu pai rosnou. — Há assuntos mais importantes em questão. Outro soldado está desaparecido.

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CAPÍTULO 07

O estômago de Tensley caiu. — Outro? — Nossos homens se tornaram descuidados — respondeu o Sr. Knight. — Muito selvagens, muito arrogantes. Tensley pigarreou, preparando-se para o pior. Até agora, aqueles que foram sequestrados eram homens que ele nunca conhecera pessoalmente; que só poderia continuar por algum tempo. — Quem foi? — Gabel Eastwood. O enunciado atingiu Tensley profundamente em seu peito. —Maldito inferno — ele sussurrou, encontrando a cadeira mais próxima em seu escritório para cair. Seu pai ficou em silêncio por um momento, dando a Tensley tempo para processar a notícia. — Eu sei que vocês dois eram próximos enquanto cresciam. Gabel Eastwood foi a única pessoa - além de Illya - a continuar falando com Tensley depois que a notícia da traição de Beau veio à tona. Quando Tensley estava sendo espancado por seus irmãos enquanto crescia, Gabel era o único colega de escola que mostrava uma preocupação genuína quando retornava todo mês de Setembro com novas cicatrizes.

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Gabel era um bom demônio, com um coração compassivo - tão compassivo quanto eram autorizados a ser, de qualquer forma - e agora ele tinha sido capturado por um grupo de lunáticos que sem dúvida o torturariam. — Quando isso aconteceu? — disse Tensley, levantando-se da cadeira com força renovada. — Precisamos enviar uma equipe de busca imediatamente. O Sr. Knight sacudiu a cabeça. — Ainda não podemos contar a ninguém sobre isso. Se Ares suspeitar de outro sequestro, todo o negócio pode ir por água a baixo. — O quê? — Tensley gritou, incrédulo. — Precisamos notificar o batalhão, precisamos divulgar... — Não até que as negociações estejam concluídas. Eles só concordaram com isso porque não veem outra saída, Tensley; nós não podemos alertá-los para qualquer tipo de fraqueza da nossa parte. Tensley enfiou as unhas nas palmas das mãos e olhou para o pai. —Eu vou reunir uma equipe de busca. Uma pequena, — acrescentou ele à expressão de Knight. — Lex ainda está lá fora, e eu não vou desistir deles. O Sr. Knight olhou para Tensley, claramente enojado. — Você é fraco, assim como os parceiros disseram. Bem - tire isso do seu sistema antes de se tornar o Dux, ou você não durará mais de um mês liderando Scorpios. Você tem quatro semanas. Assim que o Sr. Knight saiu da sala, Tensley pegou todos os objetos frágeis em seu escritório e quebrou-os contra a parede. A avenida estava repleta de turistas, infestando a cidade com suas pochetes para tirar selfies no calor escaldante. Tensley estava sentado do lado de fora do Café du Soleil, empoleirado em uma cadeira de ferro desconfortável que cravava em suas coxas e bunda. O suor escorria por sua testa franzida. Em frente a ele estava o próprio diabo: sua irmã, Gabriella.

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Ele queria estar em qualquer lugar, menos ali. Ele tinha uma porra de montanha de problemas para lidar, e os encontros de almoço com sua mãe e irmã eram bastante baixos em sua lista de prioridades, mas a Sra. Knight sempre foi muito persistente, nunca deixaria passar um desses almoços. Então lá estava ele, forçado a respirar o mesmo ar que sua irmã horrenda enquanto esperavam que a mãe voltasse do banheiro. Gabriella cantarolou enquanto tomava um gole de água — Dois limões, e pode ter certeza de que três quartos disto estão cheios de gelo? — E olhou novamente para o copo de Tensley, com dois dedos de uísque Jameson cheio de gelo. Ele não podia nem imaginar como ela havia sobrevivido a uma gravidez sem uma gota de álcool - seus olhos caíram para o seu estado atual - e muito menos a segunda acontecendo atualmente. — Já nas coisas pesadas, irmão? — Ela balançou a cabeça. — Aquela Daemon está te levando a beber de dia. Ele esfregou as têmporas e decidiu concentrar-se no tráfego estridente até que sua mãe, a pacificadora, voltasse. Ele preferia estar quebrando a outra mão do caçador agora. De acordo com o soldado encarregado, ele ainda não havia confessado nada. Gabriella riu ao lado dele, o som como unhas em uma lousa para seus nervos. Seus olhos dispararam para ela. — O que? — Oh nada, — disse ela, acariciando sua barriga. — Eu só gosto de vê-lo com dor. Ele agarrou o copo com mais força e mostrou os dentes. — Eu acho difícil acreditar que você gosta de alguma coisa, Gabriella, especialmente com esse pau na sua bunda... — Ele sorriu fracamente. — A menos que você goste disso também. Gabriella bateu o copo na mesa com tanta força que uma fatia de limão saltou. — Seu pequeno...

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— As pessoas são sempre tão adoráveis aqui — disse a Sra. Knight, seu salto alto, clicando no piso de carvalho do restaurante. — Porque eles sabem quem somos e do que somos capazes, mãe. A Sra. Knight juntou-se a eles à mesa, alisando o vestido rosa de verão antes de focar seus grandes olhos castanhos nos filhos. — Então, por que, exatamente, você me convidou para vir aqui? — Disse Tensley, colocando um guardanapo de linho creme no colo. A Sra. Knight olhou para ele com adoração, ou ignorando seu sarcasmo ou perdendo-o completamente. — Eu só pensei que nós três poderíamos pôr a conversa em dia. Com Beau ainda fora da cidade e os gêmeos na Europa, achei que seria legal ver meus dois filhos, que ainda estão na cidade. Tensley e Gabriella trocaram um olhar. — Como está o Chuck? E meu bebezinho Donovan? — A sra. Knight arrulhou como se seu primeiro e único neto estivesse sentado em seu colo e ela estivesse beliscando suas bochechas rechonchudas. A mãe de Tensley era tão calma e doce para um demônio. Muito doce, diriam alguns. Seu pai compensou isso, no entanto. Gabriella deu uma olhada sóbria para a sra. Knight. — Chuck tem andado muito ocupado no banco. Fallen está muito satisfeito com seu trabalho e mencionou sobre ele assumir o Banco da Suprema Corte aqui em Manhattan. E Donovan está bem para uma criança de cinco anos de idade — disse ela, espiando por cima de sua bebida para Tensley. —Ele sente sua falta. Tensley tomou outro gole de seu uísque para lavar a culpa. Ele amava o garoto, mas ainda era muito difícil estar perto de Gabriella, mais do que algumas vezes por ano. Cada comentário que ela fazia era um insulto, um golpe em seu caráter e um aviso constante para não ser como seu irmão mais velho. Ele honestamente não sabia o que o bom, embora sem graça, Chuck viu em sua irmã cadela.

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A Sra. Knight mexia no anel de casamento, um design muito parecido com o que Molly usava. — Seu pai me contou o que aconteceu na noite passada. Tensley rangeu os dentes. — As pessoas não podem ficar fora dos meus assuntos? — Talvez se você seguisse a tradição e realmente dormisse com sua noiva, as pessoas não teriam que se preocupar! — Gabriella gritou com um sorriso podre. — Fique fora disso, — disse Tensley, as narinas dilatadas. A Sra. Knight franziu o cenho. — Parem com isso! Vocês dois. Tensley recostou-se na cadeira e apertou a mandíbula, concentrando-se no barulho de outros clientes e de copos tilintando para acalmar a sua raiva. A Sra. Knight suspirou. — Eu entendo a gravidade da situação, mas Tensley, querido... — Ela pegou a mão dele, e ele não pôde deixar de se maravilhar com a suavidade da mesma. Ela tinha as mãos de uma mãe, quente e reconfortante e mais suave que qualquer outra. — Se você não... Protegê-la da única maneira que nós, demônios podemos, então a vida dela está em perigo. O olhar de Tensley caiu no pescoço da Sra. Knight, onde uma sombra era o único sinal de sua marca, um colar formado por seu pai, um sinal de unidade e proteção. No segundo que seus olhos avistaram a sombra, seu próprio desejo de marcar Molly cresceu, seu lado demônio se mexendo, empurrando para controlá-lo. Ele queria muito vê-la usando sua marca, mas se livrou dessa sensação. Ele se afastou, tirando a mão gentilmente da mão de sua mãe. — Eu entendendo isso, mãe. Eu aprecio sua preocupação, mas tenho tudo sob controle. Com licença. Ele empurrou a cadeira para trás com um guincho e saiu do café partindo pela avenida, o sol escaldante em suas costas. A última coisa que ele precisava naquele momento era outra palestra de alguém sobre dormir com Molly. Ele precisava esclarecer isto com ela, tentar fazê-la entender que, se fizessem isso, não haveria volta.

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— Talvez... — Disse Tensley em voz alta, esquivando-se de um táxi em alta velocidade na faixa de pedestres. Talvez ela devesse estar com outra pessoa primeiro. Ela tinha apenas dezenove anos, sem relacionamentos significativos no passado com os homens, que ele soubesse, e ele tinha vinte e oito anos. Pelo menos se Molly fosse capaz de experimentar o que era estar com um homem humano amoroso, carinhoso, ela teria essa memória para apreciar nas noites em que estivesse presa nos braços de Tensley. Ele poderia até deixá-la ter amantes durante todo o casamento, se isso a fizesse feliz. A noção o deixava doente além da crença, mas se havia uma coisa que ele tinha certeza, era que nunca seria capaz de oferecer a Molly o que ela merecia. Ele era distante. Frio. Sem emoção. Uma fera. Ele era sem coração - e tinha que permanecer assim.

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CAPÍTULO 08

— Então, eu poderia ir a Paris por três semanas? Tudo pago? Trabalhar no Louvre? — Molly agarrou a cadeira para evitar o colapso. Excitação nem sequer começava a mostrar como ela se sentia sobre a oportunidade. Ela sonhava em trabalhar no Louvre desde que era pequena, imaginando como andaria de um salão para outro, admirando pinturas de valor inestimável e milhares de tesouros raros feitos pelas mãos de visionários. — Vamos trabalhar com a Columbia para patrocinar alguns estudantes para uma viagem para lá, sim — disse o Sr. Cho quando lhe entregou a pilha de papéis. — Eu recomendo fortemente que você se inscreva. Molly os reuniu desordenadamente nos braços trêmulos. — Eu poderia abraçá-lo agora mesmo! — Ela gritou. Sr. Cho estremeceu, surpreso pelo volume de seu grito, talvez. — Mas não vou, é claro. Porque isso seria muito, muito pouco profissional — continuou Molly, recuando pelo corredor. — Muito obrigada, Sr. Cho. Obrigada pela sua consideração! Ele sorriu gentilmente e ela se desculpou, correndo pelos corredores vazios com um enorme sorriso. Era tarde novamente, tão tarde que a segurança lhe pedira para sair. Isso não era novidade; ela e o guarda de segurança noturno, Carl, estavam agora em uma base de primeiro nome.

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Algo escuro e luxuoso chamou a atenção de Molly quando ela enfiou os papéis na bolsa - a gravata de Tensley, a que encontrara entre as almofadas do sofá depois da pequena festa do pijama na noite anterior. Ela parou do lado de fora nos degraus do museu. Ela poderia ir para casa, talvez entregá-la pela manhã... Dane-se. Ela estava de bom humor e sentiu vontade de vê-lo. Molly desceu as escadas e entrou na Quinta Avenida. Ela olhou para seu prédio alto de estilo art déco a dois quarteirões de distância e afastou o nervosismo se contorcendo em seu estômago. Será apenas um rápido “olá e adeus”. Nada sério. Entrou no saguão branco e dourado espelhado e sorriu para o porteiro, Sebastian, antes de entrar no elevador. Enquanto caminhava pelo corredor até a porta, Molly se obrigou a dar passos lentos e calculados, e cronometrou sua respiração por eles. Dentro, fora. Dentro, fora. Ele ficará feliz em ver você. Talvez. Ela engoliu em seco e parou na frente da porta branca, uma detalhada com moldura de coroa que deveria ser uma característica original do edifício. Ela bateu duas vezes, mexendo na gravata preta simples em suas mãos. Uma vez que um minuto passou, Molly franziu a testa. Talvez ele esteja fora? Quando ela se virou para sair, a porta se abriu e Tensley ficou parado, a testa enrugada em confusão. — Molly? Simplesmente ouvindo o som de sua voz rouca e baixa enviou arrepios deliciosos por sua espinha. — Há algo de errado? — Ele continuou estreitando os olhos. Molly deu um sorriso trêmulo e se aproximou. — Oh, não, eu estava apenas na área e percebi que deveria devolver isso, encontrei nas almofadas do meu sofá. — Ela mostrou a gravata como prova.

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Tensley se endireitou e olhou para a gravata, suas feições lentamente se suavizando. — Você veio ao meu apartamento para devolver minha gravata? — Ele não podia tornar isso mais fácil para ela, agora, certo? Ele estava claramente apreciando o seu desconforto. O bastardo. Molly corou. — Hum, bem... — Ela engoliu em seco. — Sim? Seu sorriso de resposta fez seus hormônios disparar, e se perguntar o que ele faria se ela apenas se inclinasse através do limiar e o atacasse com beijos. — Se eu te convidar para entrar, você promete que não vai me esfaquear pelas costas? — Ele disse. O calor chamuscou seu couro cabeludo e ela só conseguiu assentir suavemente. Ambos pensando nela o atacando, só não no mesmo tipo de ataque, ela percebeu com uma risada amarga. Ele nunca esquecerá isso... Ele nunca confiaria nela? O que ela teria que fazer para ganhar sua confiança de volta? Ela não sabia, e isso a frustrou sem fim. Mas ela encontraria um jeito. Quando os ombros deles se tocaram, os dois ficaram tensos - era como ser atingido por uma onda de eletricidade. Molly olhou para os olhos encapuzados de Tensley, depois para os lábios entreabertos. Ele parecia com raiva, e ela ficou instantaneamente nervosa por tentar lidar com essa energia sexual. — Molly — ele sussurrou, mas ela já estava no apartamento, correndo para a cozinha, onde poderia relaxar. Ela abriu a torneira e jogou um pouco de água fria nas bochechas e no pescoço, examinando as conhecidas bancadas de mármore, e os aparelhos de aço inoxidável. O cheiro inebriante de comida indiana — curry e erva-cidreira — despertou seu apetite, e ela localizou vários recipientes de comida nas proximidades. Ela dobrou a gravata e colocou-a ao lado da máquina de café expresso.

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— Molly? — Repetiu Tensley, agora de pé logo atrás dela. Seus membros ficaram rígidos, outra série de fantasias correndo desenfreadas por sua consciência: roupas sendo arrancadas, bocas e línguas se misturando, seus corpos se movendo juntos como um... Ela girou, torcendo as mãos unidas. — Com que frequência precisamos ter intimidade para você se manter saudável? Ele ficou tão surpreso a essa menção quanto ela, com base na velocidade com que suas sobrancelhas se erguiam. — Você realmente quer negociar quão íntimos somos? — Sempre podemos escolher algumas vezes por semana, certo? Trabalhar com sua agenda e a minha? — Ela recuou apenas para bater em uma mesa de centro com sua panturrilha, derrubando um vaso oriental que Tensley pegou com a velocidade da luz antes que pudesse quebrar. — Merda, desculpe — ela murmurou, olhando através de seu cabelo para ele. Tensley estava estudando-a como um complicado problema de matemática. — Eu acho que gostaria de focar mais no que aconteceu ontem à noite — ele disse secamente. Molly fechou os olhos, tentando se acalmar antes que seus poderes agissem. Droga. — Foi... — Você não tem dormido, Molly. — Não foi uma pergunta; foi uma declaração que ela não poderia tentar negar. — Você estava com medo na noite passada. — Tensley — disse ela trêmula. — Você estava gritando tão alto e se debatendo violentamente, como se alguém estivesse atrás de você e você... — Porque ele está em todo lugar! — Sua voz ecoou contra as paredes e, em seguida, um silêncio doloroso encheu o ambiente. Ela não podia olhar para ele, ver sua piedade, sua

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vergonha. Em vez disso, ela inclinou a cabeça e esfregou as têmporas. — Eu sei que ele está morto, eu vi o corpo, mas ele ainda está na minha cabeça. Ele está nos meus sonhos e não quero enfrentá-lo. De novo não. Nunca. Tensley se moveu e as mãos dele acariciaram sua mandíbula subindo até o couro cabeludo e erguendo os olhos dela. Ela viu a compreensão lá, não a pena que ela originalmente achava que encontraria neles. Ela o julgara mal; ela viu sua necessidade de confortá-la, protegê-la e segurá-la, profundamente enraizada em seus olhos e isso aqueceu seu coração. Seus medos não desapareceram, mas ele a fez sentir como se não tivesse que carregá-los todos sozinha. Como se ele estivesse lá por ela. Como se ele fosse ajudá-la a passar por isso. — Você ficou traumatizada com o que aconteceu. Você precisa de tempo para se curar, mas não sozinha. Você entende isso? — Seus polegares roçaram as maçãs de suas bochechas e seguraram-na carinhosamente, com tanto cuidado, mas com tal poder, tal possessividade, que ela se derreteu nele ainda mais, agarrando seus grossos pulsos. — Fale comigo. Conte-me. Não faça isso sozinha, Ciccia. Ela não conseguia respirar, não depois dele ter dito essas palavras, não depois dele estar tão perto e tudo o que ela queria fazer era desmoronar em seus braços. Ela não queria depender dele, no entanto, não como tinha com Cree, mas ela entendeu que precisava de ajuda, então ela simplesmente assentiu contra a palma quente dele. Seu perfume a rodeava como um manto, inebriante como uma dose de morfina que a deixava feliz e drogada por ele. Seu polegar continuou a acariciar suas bochechas, mas logo seu olhar baixou para os lábios entreabertos; ansiando por eles. Seu olhar era pura fome — ela poderia dizer que ele queria saboreá-la tão mal quanto ela queria que ele a reivindicasse. Ela respirou de leve, seu coração batendo quando se inclinou para frente, seus lábios roçando os dele...

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Um barulho estridente fez com que se afastassem, e Tensley tirou o culpado do bolso do paletó com uma maldição murmurada. — O quê? — Ele disse ao telefone, seus olhos escuros ficando ainda mais sombrios enquanto ouvia o que estava sendo dito do outro lado. Depois de um momento, Tensley passou a mão pelo rosto e seus olhos escuros encontraram os dela. Havia um aviso lá — não se mova. Então ele desapareceu em seu escritório, fechando a porta ruidosamente atrás dele. Molly examinou seu apartamento elegante, tentando decidir como passar o tempo. Uma batida na porta a parou. Ela saiu para o corredor e encarou a porta, sem saber se deveria ou não atender. Outro estrondo a fez pular. Alguém parece um pouco impaciente... Molly andou na ponta dos pés até a porta e espiou com muito cuidado pelo olho mágico. Tensley estava imediatamente ao lado dela. — Afaste-se — ele ordenou, tom desprovido de qualquer gentileza que manteve alguns minutos antes. Tensley abriu-a para revelar um homem atarracado de cabelos amarelos no corredor. Tensley olhou furioso para o estranho. — Pearce? Que porra você está fazendo aqui? O homem chamado Pearce não respondeu, passando pelos dois entrando no apartamento como se fosse o dono do lugar. — Eu ouvi que você estava morando aqui. Um fantástico alojamento, companheiro. — Seus penetrantes olhos azuis pousaram em Molly e examinaram cada curva tão dolorosamente devagar que calafrios percorreram seus braços. — Ela é sua? — Ele perguntou, apontando para ela.

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Molly cruzou os braços e olhou para ele. — Você deve estar brincando comigo. — Sim. Ela é minha, — interrompeu Tensley. Molly virou-se para encarar Tensley, com a boca aberta de indignação. Mais uma vez, Pearce levou seu tempo examinando-a. — Um brinquedo invejável, meu amigo — ele finalmente disse antes de desaparecer na cozinha e ruidosamente vasculhar os armários de Tensley. — Merda do caralho — resmungou Tensley, passando por Molly para seguir Pearce. — Por que você está aqui? Molly assistiu do pórtico enquanto Pearce comia a sobra de comida indiana, intermitentemente bebendo de uma garrafa de uísque de aparência cara. Ele era enorme como uma casa, alto e musculoso, com uma espessa cabeleira loura. Ele tinha cicatrizes cor-de-rosa ao longo de sua bochecha e uma barba espessa e selvagem - uma atualmente encharcada de molho de curry amarelo. Pearce tomou outro grande gole com calma antes de limpar a boca na manga e sorrir para Tensley. — Acabei de voltar de viagem da Europa. Pensei em vir ver meu melhor amigo, — disse ele. Melhor amigo? Considerando a maneira como Tensley estava parado, Pearce e seu noivo tinham ideias muito diferentes sobre o que justificava tal status. — Eu achei que poderia ficar aqui por algumas semanas — continuou Pearce, batendo no peito e emitindo um alto arroto. —Você não se importa, não é? — Eu me importo, na verdade, — disse Tensley, pegando a garrafa de uísque do domínio dos dedos grossos de Pearce. — Sua família ainda mora aqui, não? Vá ficar com eles. — Eles estão fora da cidade e eu não tenho a chave — Pearce respondeu, percebendo a vista além de Tensley das

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janelas do chão ao teto. — Merda! Isso é insano! — Ele foi até a sala de estar e pressionou o rosto contra o vidro, olhando para o Central Park. Tensley se aproximou de Molly. — Você deveria ir — ele disse baixinho, ainda observando Pearce atentamente. Ela estava prestes a protestar, mas ele continuou. — Não discuta comigo — disse ele duramente. — Por favor. — Tudo bem, — concordou Molly, andando infeliz em direção à porta. — Saindo tão cedo? — Pearce falou em uma voz cantada, seguindo-os para o corredor. Ela parou na porta e forçou um sorriso. — Sim, boa noite. Pearce encostou a cabeça na parede, observando Molly como uma criança fascinada por um novo brinquedo. — Então você é a humana que todo mundo está falando, certo? A boca de Molly se abriu e ela procurou pela ajuda de Tensley. — Aposto que Evie não gosta disso — disse Pearce, rindo alto. A testa de Tensley se enrugou, mas tudo o mais em sua expressão permaneceu neutro e controlado. — Quem é Evie? — Molly perguntou, um profundo mal-estar em seu estomago. —Vamos Molly, hora de ir... — Evelyn Rose. Ela é a mulher de Tensley — pelo menos, ela era. Cabelos negros, lábios cheios e fodiveis - muito quentes, se você me perguntar. Tenho certeza de que Tensley concorda. — A mulher da festa... — Molly disse lentamente, as palavras de Pearce confirmando suas suspeitas. — Aquela que disse que 'conhecia' seu perfume. — Ela ficou pálida, todo o calor deixando seu corpo. Suas entranhas doíam e torciam e ela olhou para o homem que causou isso.

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Pearce cantarolou, inconsciente da construção da tensão estranha. — Eu aposto que ela conhece. Quanto tempo vocês dois estiveram juntos? Tensley rosnou. — Cala a boca, Pearce. — Cinco anos, certo? Louco. Vocês dois estavam fodendo como coelhos, fazendo isso dia e noite. Qualquer hora, em qualquer lugar. Deus, ela era uma sedutora, não era? Quando vocês dois se separaram? O coração de Molly bateu forte. — Tensley? Ele não deu a ela uma segunda olhada, em vez disso puxou Pearce pelo braço e o forçou a voltar para a cozinha. — Boa noite, Molly — disse Tensley por cima do ombro. Ele não negou, o fato de que eles ainda podem ter alguma coisa acontecendo. Molly correu para fora do apartamento e para o elevador antes que ele pudesse ver seus olhos marejando... Antes que ele pudesse ouvir seu coração quebrando.

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CAPÍTULO 09

Tensley atravessou o ar espesso e abafado do Bacio Divino, ignorando os olhares curiosos de outros demônios enquanto ia direto para o bar. Ele não esteve dentro do clube de demônios construído embaixo de uma mansão em Scorpios por meses, a vida noturna era um incômodo com sua posição e noivado iminente. Mulheres vestidas em lingerie pretas entretinham homens e mulheres nos muitos sofás e poltronas vermelhas do clube, tentando alcançar Tensley e Pearce enquanto passavam. — Sr. Knight, deixe-me alimentá-lo, — uma morena arrulhou. Tensley rosnou profundamente e tirou as mãos da mulher do paletó, a expressão dele o suficiente para mandá-la correndo para outra pessoa. Ele sentou-se no bar e o garçom o notou imediatamente, correndo rapidamente para servir sua bebida habitual: uísque de primeira qualidade. Ele pegou o copo e derramou um frasco de beladona de seu bolso no líquido dourado. Isto derrubava os humanos por horas, mas só causava um zumbido suave em demônios fortes. Ele tomou um grande gole e sentiu aquele calor maravilhoso e difuso subir as pontas dos dedos até o escalpo do couro cabeludo.

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— Me dê uma dose — disse Pearce, com um brilho nos olhos claros enquanto levantava o próprio copo em direção a Tensley. Tensley lambeu os lábios, debatendo. Pearce era imprevisível sem a influência das drogas, e ele não estava no clima de começar a separar brigas. — Acabou — ele mentiu, sacudindo a garrafa antes de colocá-la de volta em sua jaqueta. Pearce gemeu e tomou sua bebida em um gole. — Outro — disse ele, estalando os dedos para o barman mais próximo. Tensley abriu o botão do paletó e recostou-se. — Então, o que o traz de volta a Nova York? — Seu pai, na verdade. Ligou e disse que precisava de ajuda com um problema com os caçadores, não queria estar na mesma situação que Boston ou Itália. Tensley fez uma pausa. Então ele teve que lutar por uma pequena equipe de busca para encontrar Lex e Gabel, mas seu pai faz ligações para quem ele bem entende? Verdade, Pearce Saint era conhecido na Suprema Corte como o melhor rastreador de caçadores pelos demônios, porque ele era implacável pra caralho e encontrava um prazer sádico nisso. Tensley ainda estava irritado com o duplo padrão. — Ninguém quer estar na mesma situação que Boston — respondeu Tensley. — Há um maldito traidor em sua divisão, secretamente trabalhando com os caçadores para atar Belladonna com algo chamado espinho de rosas. — Espinho de rosas? Parece intrigante, — disse Pearce, interesse brilhando em seus olhos. — Sim, mas você não quer mergulhar seu dedo do pé nisso, Pearce. Os caçadores estão usando-o por um motivo; literalmente congela a corrente sanguínea de um demônio e morremos em questão de horas. É o novo veneno favorito dos caçadores, — respondeu Tensley, esfregando as

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têmporas e esperando que quem tivesse sequestrado Lex e Gabel não tivesse essa merda. — Então, o que você tem feito? Viajando? Pearce riu. — Algo parecido. Era nesses raros momentos em que Pearce ficava sério e quieto que Tensley não se importava muito com ele. Seus pais eram próximos, e os dois tinham sido inseparáveis enquanto cresciam, mas isso não significava que Tensley não queria dar uma joelhada nas bolas do idiota na maior parte do tempo. — Você já a comeu? — Pearce perguntou. Tensley endureceu, passando o polegar pela condensação do copo e desejando não o esmagar. — Sim. — Ele tomou outro gole do uísque amargo, cheio de drogas e esperou que o bastardo em frente a ele comprasse a mentira. — Bem, ela fez um trabalho ruim em te chupar hoje, já que você está malhumorado pra caralho. Tensley olhou furioso para Pearce. —Foda-se. Pearce riu e sentou-se, mãos para cima. — Aquela bunda, no entanto. Droga. Você a fode por trás... Tensley bateu o copo no balcão de carvalho com tanta força que uma rachadura se arrastou pelo lado. — Estou tão perto de empurrar sua cabeça através de uma janela. Ela é minha noiva. Mostre algum respeito. — Noiva? Eu ouvi as pessoas fofocando sobre isso, mas não achei que você iria se rebaixar tanto. — Pearce inclinou a cabeça para o lado, sua expressão de desgosto. — Ela é humana, Tensley. Tensley se virou para encarar seu ‘amigo’ de infância, as sobrancelhas franzidas. — Se você tem algo a dizer, diga logo.

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Pearce coçou a sombra de cinco horas com um dedo. — Só parece estranho, especialmente com Ares travando uma guerra contra Scorpios por território. Achei que seu pai teria cuidado em não parecer fraco. A família dela agrega valor a Scorpios ou algo assim? Tensley soltou uma risada amarga. — Algo parecido. Confie em mim, não teremos que nos preocupar em ser fracos. Não com Molly. — Ares está se afogando em ataques de caçadores; eles estão desesperados por alguma proteção real neste momento. — Aqueles filhos da puta estavam agitando as coisas na Itália também, e seu pai disse que alguns caras de Scorpios estão desaparecidos? Tensley olhou para o copo vazio. — Sim. Gabel é um deles. Pearce passou a mão pelo rosto. — Porra, sério? — Tensley novamente assentiu. — Lembra quando ele roubou a calcinha da Srta. Wilson e a amarrou no mastro na décima série? Inestimável. — Seu sorriso vacilou. — Pobre filho da puta. Sim, Gabel muitas vezes agia de forma selvagem em seus últimos anos no colégio interno em Rhode Island - qualquer coisa que tirasse a atenção de Tensley quando o intimidavam falando sobre as várias fraquezas de sua família. Nos últimos anos, Gabel se ocupou comandando o vigésimo batalhão de Scorpios, mas sua camaradagem continuava intacta; Gabel era um irmão para ele, no verdadeiro sentido da palavra. Ele era escorpiano tanto quanto Tensley. Correu no sangue dele e os fez família, os fez irmãos. Se não encontrasse seu amigo de longa data vivo, Tensley nunca se perdoaria. Por mais que odiasse admitir, Pearce era provavelmente um dos melhores indivíduos para fazer isso acontecer. Tensley deu a Pearce um longo olhar. — Você pode ficar em minha casa por alguns dias, mas fique longe de Molly. — Tudo bem, tudo bem. Você a reivindicou, não precisa cortar minhas bolas.

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Tensley se arrepiou, mas se endireitou. Ele queria reivindicá-la, marcá-la como sua - especialmente quando ela sorria suavemente para ele, uma covinha visível, ou quando seus quadris balançavam enquanto ela andava. Ele não tinha certeza se ela estava testando propositalmente seus limites, mas se ela apenas roçasse sua coxa, todos os limites de sua paciência eram quase arruinados. O que aconteceu antes em sua cobertura não poderia acontecer novamente, mesmo que seu lado demoníaco estivesse perdendo a paciência. Uma fera, só poderia aguentar algum tempo sem devorar a presa que ansiava. Ele a arruinaria lentamente, tão lentamente que ela ficaria viciada nele. Mas porra, ele não a merecia. Algum humano que pudesse lhe dar tudo deveria ser seu primeiro, não algo tão monstruoso, tão cruel e contaminado quanto ele, o demônio sem coração. Mais cedo ou mais tarde, ele teria que pensar na ideia de Molly com outro homem. Um amante. A palavra tinha gosto de morte em sua boca, mas se era o que ela precisava, ele tinha que dar a ela. Um homem que poderia adorá-la, consolá-la e... O copo que ele estava segurando quebrou em sua mão. — Jesus, cara — disse Pearce, olhos azuis perscrutando sua própria bebida. Tensley sacudiu a palma da mão, os estilhaços soltos batendo no balcão enquanto ele se levantava. — Fique o tempo que você quiser; Estou saindo. — Ele se virou e parou. — E não traga nenhuma mulher com você. Eu acordo cedo. Pearce sorriu maliciosamente. — Honra de demônio. Tensley zombou quando se afastou, flexionando as mãos enquanto os cortes curavam a perfeição em segundos. Honra de Demônio - uma declaração, um escárnio que eles cantavam na escola. Era irônico porque um demônio não tinha honra e se orgulhavam disso. Tensley recordou as palavras finais do historiador demônio, Sir Edmund, que foram

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obrigados a memorizar na escola: Tome o que quiser - contanto que você esteja vivo, é seu. Quão desesperadamente ele queria tomar o que era dele - um Daemon atraente com deliciosos cachos loiros e lábios carnudos - mas se conteve pelo bem dela. O uísque ainda estava pesado em sua língua, mas ele queria algo mais doce, algo puramente dele. Ele queria entrar em coma bebendo a essência deliciosamente doce de Molly, apenas para acordar dos mortos no dia seguinte para se banquetear como uma fera faminta em seu corpo, fazer tudo de novo, repetidamente. Ah, como ele a arruinaria se pudesse.

***

A caminhada para casa foi rápida. Molly normalmente teria desfrutado da falta de umidade, da refrescante frieza da brisa, contudo, calafrios de mau presságio percorreram os braços de Molly como pequenas alfinetadas. Folhas verdes pesadas sombrearam a caminhada acima dela na calçada, sussurrando suavemente, mas Molly não sentiu paz sob o dossel protetor. O que estava acontecendo com Tensley? O que eles eram? Toda vez que ela achava que talvez ele tivesse decidido perdoá-la, aceitá-la de volta, suas paredes de repente apareciam novamente. E se as palavras de Pearce estivessem certas, poderia ser por causa de negócios inacabados com Evelyn Rose. Molly passou os dedos pelos cabelos e olhou para a rua vazia à sua direita - uma na qual ela instantaneamente soube que não estava sozinha.

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Ela amaldiçoou a si mesma, revirando os olhos para seus passos não tão sutis. Semanas caçando durante a noite haviam aperfeiçoado suas habilidades em dez vezes, e agora ela podia sentir o cheiro do bafo de um dos caçadores de demônios se aproximando furtivamente dela a mais de três metros de distância. O ar se deslocou na parte de trás do seu pescoço e Molly girou, agarrando um dos braços de seu agressor. — Ow! — Ela gritou quando ele jogou a cabeça para frente inesperadamente, atingindo-a diretamente no nariz, de modo que ela viu pontos pretos e tropeçou. A dor tocou através de suas têmporas, latejando quando ela recuperou o foco Ele torceu para tentar obter a vantagem, mas ela só ficou mais cruel. Ela bateu todo o seu peso nele, fazendo ambos voar em uma parede de tijolos nas proximidades. — Vocês não aprendem, não é? Diga a Cree que, se ele me quiser, pode vir ele mesmo! O caçador de demônios começou a se debater, gritando quando Molly empurrou o braço dele em uma direção que não era para ir. — Sua puta do caralho! Molly provou metal; o nariz dela estava sangrando por todo lado. —Onde ele está? — Ela exigiu. — Diga-me onde está Cree! — Eu não sei! Ela pisou no pé dele e ele gritou. — Tudo bem — ela sussurrou. — Então, se você puder fazer a gentileza de entregar-lhe uma mensagem. — Não demorou mais do que um segundo para ela canalizar uma onda extra do seu poder, enlaçar as duas mãos em torno de seu braço e estalar. Seus olhos reviraram quando ele choramingou em agonia.

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Molly se afastou, dando ao caçador algum espaço. — Diga a ele para parar de mandar homens atrás de mim. Diga a ele para parar de esconder sua cara. O homem caiu, embalando seu braço agora quebrado. Foi uma fratura limpa, pelo menos; ela foi mais branda do que o normal. — Você está do lado de demônios — ele bufou, um olho já inchando da briga. Molly lambeu uma gota de sangue do lábio superior e cuspiu. — Eu estou. No momento em que chegou em casa, ela não conseguia parar de tremer, nervos e ansiedade comendo-a por dentro. Ela estava grata que September não estava lá - sua melhor amiga estava pegando muitos turnos extras para ajudar com as contas acumuladas. — Eu preciso de um banho — disse Molly, jogando suas roupas ensanguentadas no cesto. Ela tinha dezenove anos, mas sentia como se tivesse uma centena, como se tivesse visto e feito um século de coisas horríveis. Molly tentou não se concentrar nas atividades recentes em que se envolvera, desde que Tensley reentrara em sua vida mais de um mês antes, mas quando ela estava morta de cansaço assim, era muito difícil bloqueá-las. Ela podia lembrar o som de cada osso que quebrou. O cheiro de cada gota de sangue que ela extraiu de caçadores e demônios. A imagem que ela teve mais dificuldade em esquecer foi sua primeira morte: um demônio faminto, torturado, um com olhos inesperadamente gentis e cabelo loiro avermelhado. — Ele estava tentando me matar — continuou Molly em voz alta, na ponta dos pés em seu banheiro e espirrando água morna no rosto encharcado de sangue. Não era verdade, entretanto; sim, o demônio tinha ido atrás dela na floresta, os outros caçadores rindo entre as árvores, implorando por um show, mas se ela fosse totalmente honesta, ele só estava pedindo por misericórdia quando ela enterrou a lâmina no fundo de seu peito...

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Ela nunca quis matar alguém novamente, nunca. Quando Molly olhou para o reflexo dela, para as gotículas de água avermelhada que escorriam pelas suas bochechas, ela congelou. Ela estava olhando para a nova Molly Darling - a verdadeira Molly Darling. E ela era um monstro.

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CAPÍTULO 10

Tensley olhou para cada porta de apartamento amassada e coberta de grafite diante dele. O corredor tinha um caminho de carpete destruído que provavelmente era verde quando foi instalado, mas agora era um tom de merda marrom que o fazia estremecer. — Como diabos ele mora aqui? — Resmungou Tensley, evitando um preservativo usado descartado no meio do corredor e, mais adiante, uma grande mancha cor de ferrugem de sangue marrom - seco, sem dúvida. Illya Black estava vivendo em uma fodida zona de batalha dos desesperados e mortais - demônios expulsos por serem muito perigosos para a Suprema Corte, ou aqueles que nasceram em uma família de classe baixa. Tensley parou diante de uma porta verde desbotada e bateu duas vezes os dedos na superfície oca; Era uma formalidade, porque ele poderia quebrar a maldita coisa se quisesse. Illya abriu a porta, círculos azulados de exaustão descolorindo a pele de cada lado do nariz. — Ei. — Ei — disse Tensley secamente, pisando dentro da entrada apertada. Illya e sua mãe não tinham muito, mas o espaço era tão reduzido que a pequena quantidade de pertences que possuíam ocupava toda a área.

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Tudo era em conceito aberto, da antiquada cozinha minúscula onde as torneiras congelavam no inverno até a sala de estar onde Illya normalmente dormia em um sofá-cama. — Como está sua mãe hoje? — Perguntou Tensley. Illya esfregou a nuca. — Melhor, conseguiu segurar o café da manhã. Ela está descansando em seu quarto. — Tensley pegou um pacote de beladona. — Eu mesmo testei. Não está adulterado. — Os olhos de Illya se arregalaram. — Tensley, eu não tenho o dinheiro. — Eu não estou cobrando você. Os ombros de Illya caíram e ele lentamente pegou a droga. — Eu não sei como vou te pagar por isso. Tensley olhou para o apartamento de novo, cuidando para impedir o rosto de mostrar o que ele achava dos danos causados pela infiltração no teto, o cheiro inegável de um roedor morto dentro das paredes do apartamento. — Não é necessário, Illya. Você já vive no inferno. — Illya? — Sra. Black chamou fracamente de seu quarto. — Você quer vê-la? — Illya perguntou, movendo-se para a porta aberta. Tensley esfregou os dedos ao longo de sua palma aberta e assentiu depois de um momento. — Claro. — Ele seguiu Illya até o pequeno quarto, uma cama de solteiro era a única mobília no quarto. A mãe de Illya estava apoiada em alguns travesseiros e tentou sorrir quando Tensley entrou. Sua pele estava assustadoramente pálida, cabelos loiros avermelhados desgastados e finos. — Tensley, é bom ver... — Ela começou a tossir, cobrindo a boca com a mão. — DDesculpe, é bom ver você. Tensley não disse nada quando a mão dela saiu borrifada de vermelho, e ela rapidamente a limpou no lençol fino.

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— Ele trouxe um pouco de beladona — disse Illya alegremente, sentandose na beira da cama e abrindo o pacote de pó cinza. — O-o quê? — Os olhos fundos da Sra. Black mudaram de Tensley para Illya. — É seguro — disse Tensley, observando sua hesitação. — Eu mesmo testei. Ela sorriu e colocou uma pequena quantidade em sua boca, deixando absorver em sua língua. Logo seus músculos rígidos relaxaram, e ela afundou de volta nos travesseiros com um suspiro. — Obrigada, — ela sussurrou. — Não há palavras para expressar o quanto sou grata pela sua bondade para o meu filho e eu. — Mãe, você deveria descansar — disse Illya, inclinando-se para beijar sua têmpora. Tensley se remexeu desconfortavelmente na troca afetuosa; Era algo que ele nunca foi autorizado a fazer como membro da Suprema Corte. Muitos olhos indiscretos. Illya e Tensley saíram do quarto, Illya fechando a porta suavemente atrás deles. — Nós vamos encontrar o bastardo que vendeu a sua mãe beladona adulterada, Illya, e eles vão pagar — disse Tensley uma vez que a porta foi fechada e ele tinha certeza que a Sra. Black não podia ouvi-los. — Eu não sou um membro de Scorpios, Tensley. Ninguém vai me ajudar, — disse Illya suavemente, seu tom indicando que ele estava abaixo de Scorpios, abaixo de Tensley. — Você é para mim, Illya. Você faz parte dessa família, e a família sempre vem em primeiro lugar, — disse ele, determinação clara em sua voz. — Não aja como se estivesse abaixo de todos nós. Illya assentiu fracamente. Ele suspirou, esgotamento claro em suas feições. — Como está tudo com Molly? — Porra difícil — resmungou Tensley, olhando para as caixas de cereais baratas alinhadas ao longo do balcão da cozinha. — Meu lado demoníaco quer marcá-la.

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As sobrancelhas de Illya dispararam. — Oh, isso é bom, no entanto. Ela quer isso? — Sim, mas a besta, o meu lado demoníaco, está me deixando louco. Não para por aí. Ele quer marcá-la e engravidá-la — ele disse. — Porque ele a quer? — Illya perguntou, confusão em seu tom. Tensley passou os dedos pelos cabelos e suspirou. — Eu não finjo entender a besta neste ponto. Ele se sente ameaçado por qualquer outro macho. Ele provavelmente ficaria mal-humorado mesmo se você estivesse falando com ela. Inferno, ele provavelmente ficaria mal-humorado se você olhasse para ela por muito tempo. — Ele riu baixinho pelo ridículo da situação. — Eu realmente não sei mais como lidar com ele. Está ficando mais e mais difícil a cada dia. Molly não vai a lugar algum, então eu preciso encontrar uma maneira de contornar isso. Preciso me controlar ou isso vai acabar mal. — Ela quer isso? — Illya perguntou, pensativo. — Ela quer o quê? — Perguntou Tensley, irritado com a situação. — Ser marcada e grávida, por você? — Ele disse. —Às vezes eu sinto que ela quer. Outras vezes, não tenho tanta certeza. Ela é confusa como o inferno. — Por que você não pergunta a ela? — Illya perguntou depois de alguns minutos de silêncio. — A chance simplesmente nunca surge. — Faça surgir, — disse Illya com um sorriso provocante antes de olhar de volta para a porta fechada de sua mãe quando ela começou a tossir novamente. — Deixe-me saber se você precisar de mais beladona. Alguma atualização sobre a doença dela? — Disse Tensley, com o peito doendo pelos Blacks. Illya sacudiu a cabeça. — Está ficando pior; o câncer se espalhou para os pulmões. Belladonna é a única maneira de ajudá-la agora.

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Quando a Sra. Black falecesse, Illya não teria outros parentes de sangue, e Tensley silenciosamente prometeu fazer um esforço ainda maior para estender a mão quando isso acontecesse. — Vou ligar para você amanhã depois da reunião de Ares, — disse ele, dando um tapinha no braço de Illya. — Espero sair sem sangue de ninguém em minhas mãos. Illya riu, acompanhando Tensley até a porta. — Boa sorte com isso. Tensley marchou pelo corredor, passando uma mulher vomitando em sua bolsa no caminho. Assim que ele saiu do complexo de apartamentos, um homem de aparência familiar sentado na varanda chamou sua atenção. O homem levou um cigarro aos lábios enquanto Tensley o estudava, soprando um rastro de fumaça branca no rosto de Tensley. — Beau, — disse Tensley finalmente, enfiando as mãos nos bolsos e ampliando sua postura enquanto olhava para o homem. — Irmãozinho, — respondeu Beau, igualmente frio. Seu cabelo escuro estava para trás, aqueles olhos castanhos parecendo mais escuros do que nunca. — Visitando aquele seu amigo de baixo nível? Tensley não respondeu, o olhar fixo nas muitas cicatrizes vermelhas desbotadas ao longo das maçãs do rosto de seu irmão. Muitas lutas, muito sangue derramado na carreira vivida por Beau. Ele fazia o trabalho sujo para Scorpios, um soldado solitário que policiava a classe baixa e os impedia de causar qualquer perturbação nas pequenas vidas perfeitas dos membros da Suprema Corte. Não surpreendeu Tensley que Beau estivesse perambulando por um bairro do Bronx como este, uma vez que ele abrigava principalmente todos os baixos níveis, incluindo Illya e sua mãe. O que o surpreendeu foi o timing excepcional de Beau. Ele estava seguindo Tensley? — Nunca encontrei um traço desses caçadores — acrescentou Beau após um longo silêncio entre eles.

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— Acho que não temos nada para discutir então — disse Tensley, começando a se afastar. — Tive um rápido vislumbre daquela sua deliciosa noiva, o entanto— gritou Beau atrás dele. As costas de Tensley enrijeceram e ele rosnou em sua garganta, deixando seus feromônios agressivos vazarem e chicotear a pele de Beau. Beau riu, mecanicamente em suas costas. — Sensível sobre ela? Tensley se virou para encarar seu irmão mais velho, a fera ansiosa para assumir o controle e atacá-lo. — Fique longe dela. Beau sorriu. — Ooh, se você está respondendo de forma agressiva, não deve tê-la marcado ainda. Interessante. Ela deve realmente ser algo para agitar a fera. — Estou te avisando para ficar longe, — resmungou Tensley. Beau tragou o cigarro, a ponta vermelha incandescente. — Vamos ver. — Ele jogou o restante no chão e o torceu sob a bota antes de se levantar e ir na direção oposta. — Sempre bom te ver, irmãozinho.

***

—Não pareça tão surpresa em nos ver — disse Tina, franzindo a testa para Molly. Molly abriu espaço em um dos muitos bancos do Central Park e ficou olhando para a salada de frutas que Tina acabara de entregar a ela - um verdadeiro feito para a garota que nem sabia como usar uma cafeteira. Molly pegou o garfo ao lado e comeu uma uva, mastigando lentamente e passando a mão no rosto. — Não faça isso! Você vai manchar sua maquiagem, — Stella repreendeu, golpeando o pulso de Molly.

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Molly gemeu e olhou para a faixa preta em sua mão; antes que pudesse fazer alguma coisa, Stella já estava enxugando a marca com um lenço de papel. Por mais irritantes que suas amigas agissem a maior parte do tempo, Molly tinha que admitir que estava feliz em vê-las. — Ok, ok, pare. Estou bem, — Molly disse, estremecendo quando Stella acidentalmente roçou seu nariz machucado; Molly tinha aplicado uma quantidade obscena de maquiagem para cobrir as marcas roxas sob seus olhos e ao longo de suas narinas, da cabeçada do caçador de demônios. — Você parece horrível, — Tina disse, franzindo a testa preocupada enquanto empurrava uma xícara enorme de líquido espumoso entre as mãos de Molly. — Aqui, beba meu café com leite. Você precisa mais do que eu. Molly brincou: — Obrigada, mas estou bem. — O que está errado? É muito trabalho? — Questionou Stella, arregalando os olhos sob o grande chapéu de sol. — Apenas nos diga. Você está me assustando. Primeiro você vende sua coleção de sapatos de morrer, e agora está andando por aí como um zumbi que perdeu o apetite. Molly engoliu em seco. Por mais que ela quisesse dizer a si mesma que estava aguentando, Stella continuava pairando a sua volta como uma avó preocupada nas semanas desde a morte de Abaddon. Era quase como se ela soubesse o perigo que Molly estava, mesmo sem a compreensão real do submundo do demônio. — Eu não estou com fome. — Molly passou o recipiente de frutas frescas e brilhantes para Tina e sentou-se, colocando um antebraço sobre os olhos. — Talvez devêssemos sair hoje à noite! — Tina deu uma risadinha, o som estridente afetando os nervos de Molly. — Não. Tina bateu sua unha bem cuidada na pele nua de Molly. — Oh vamos, você parece tão triste e eu odeio quando isso

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acontece. Você está sempre com Tensley ultimamente — vamos ter uma noite nossa para variar. Então você pode voltar ao seu sexo animalesco. Molly levantou uma sobrancelha. — Animalesco? Tina sorriu maliciosamente. — Aquele homem é todo animal, Molly. Eu não sei se ele tem um osso gentil em seu corpo. Você tem muita sorte — você tem o sexo, o homem, o amor. Eu quero isso. — Um beicinho tomou seus lábios pintados de rosa e ela cutucou a coxa de Molly. — Por favor, me dê os detalhes. Estou em um período de seca. Stella franziu a testa. — Você dormiu com Arnold Adams na quarta-feira passada. Tina passou uma perna muito magra sobre a outra. — Foi terrivelmente horrível. Ele não durou mais que dez minutos, tão decepcionante. Além disso, estou cansada de flertes. Eu quero me aconchegar com alguém que é meu amigo depois de um sexo alucinante. Curtir é superestimado. — Tina ajustou seus óculos escuros de grife quando um sorriso lento emergiu. — Tensley tem algum irmão? Amigos? Molly ficou tensa com a pergunta. — Não. Tensley é filho único. — E por mais que September negasse, Molly tinha certeza que Illya estava tomado. Tina se curvou e bateu o pé na grama. — Onde ele está?! Deus, eu vou ter 30 e solteira e vocês duas terão belos maridos e bebês fofos e trabalhos fantásticos e eu estarei desdentada. Stella começou a rir. — Por que diabos você estaria desdentada?! — Porque minha família tem os piores dentes de todos os tempos! Meu pai usa dentaduras desde os trinta e oito anos. Eu estarei fora do meu auge em breve, e ninguém vai querer namorar comigo. — Ela respirou fundo e espetou um pedaço de melancia com o garfo. — Eu vou parar de beber. Stella e Molly compartilharam um olhar atordoado.

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— Sério? — Perguntou Molly. Tina tinha sido ligada ao álcool desde que completou quinze anos e tomou um gole de gemada batizada em uma das festas de Natal de seus pais. Tina assentiu. — Vou recomeçar. Uma Tina totalmente nova, e a nova Tina precisa começar limpa de forma que quando o cara certo aparecer - boom! Bebês. — Espero que eu não tenha que te ensinar como os bebês são feitos, minha amiga, — disse Stella, dando a Tona orelhas de coelho. — Porque eles certamente não 'boom' a menos que algo dê errado. — Eu estou bem familiarizada com o modo que os bebês são feitos, muito obrigada. — Tina, você não vai acabar sozinha. Você vai conhecer alguém e ter bebês e manter os dentes, — disse Molly, de pé sobre as pernas bambas. — Eu deveria voltar para o apartamento. — Sua cabeça girou, mas ela não parou de se mover. Ela não tinha dormido a noite toda, continuando a vagar pelas ruas atrás de caçadores de demônios. — Uh, não. — Stella agarrou seu braço e enfiou outro recipiente de comida entre as palmas das suas mãos. — Você precisa comer. Você parece um fantasma. — E isso não é atraente, — acrescentou Tina. Molly olhou para as amigas polidas e arrumadas. Elas conseguiam viver na pura felicidade da inocência e liberdade, enquanto ela era incapaz de escapar de seu próprio inferno silencioso. — Tudo bem. Eu vou comer um pouco de abacaxi. — Ela, sem pedir desculpas, pegou alguns com os dedos da tigela de Tina, mastigando de uma maneira não feminina. — Feliz? Stella sorriu fracamente. — Emocionada. — Agora eu tenho que voltar para a minha missão, — disse Molly, jogando sua bolsa recheada de livros sobre um ombro.

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— As aulas não começam por mais três semanas, — Tina bufou. —Você está me deixando exausta antes mesmo de começarmos! — Tenho muitas leituras avançadas já atribuídas por professores e não quero ficar para trás. — Disse Molly e se virou. Seu coração parou quando viu quem se aproximava e depois reiniciou dolorosamente. — Ei, amor. — Pearce estava a poucos metros do banco, de braços cruzados, de modo que seus grossos bíceps se destacavam em sua camiseta apertada. Molly cerrou os dentes ao seu termo. Amor? Ele deve ter passado muito tempo na Europa. — Pearce...? — Molly engoliu nervosamente, olhando brevemente para suas amigas. — O que você está fazendo aqui? — No Central Park? — Ele levantou uma sobrancelha espessa para ela e se aproximou. — Eu saí para dar uma corrida. Tensley é o pior anfitrião de todos os tempos, Scorpios está controlando sua vida e fica irritado por ter alguém sobre ele. Talvez por isso ela não tenha ouvido falar dele por causa do trabalho? — Então você está ficando com ele? — Molly perguntou, mantendo a voz firme. — Sim, até que eu encontre outro lugar para ficar. Não vou voltar para lá hoje à noite, no entanto; o homem se enfurnou em seu escritório em casa. Molly ajustou sua bolsa pesada, olhando a calçada. Tensley estaria sozinho. — E quem são essas lindas criaturas? — Continuou Pearce, direcionando sua atenção para Tina e Stella, onde estavam sentadas olhando Pearce com curiosidade. O estômago de Molly caiu. — Somos seres humanos, — disse Stella, dando-lhe um sorriso pálido.

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Pearce se aproximou e estendeu a mão grande. — Ah, mas você é mais bonita que um ser humano. O sorriso de Stella cresceu. — O nome é Stella — disse ela, dignando-se a tomar a mão oferecida. Ele a beijou e Molly quis amordaçar. Tina acenou e sorriu. — Tina Fitzgerald. Pearce examinou cada uma das garotas daquele jeito assustador que Molly reconheceu, coçando a barba pensativamente. — Talvez vocês, senhoras, possam me mostrar onde eu poderia pedir uma cerveja decente? — Claro, — disse Stella, inclinando a cabeça fazendo alguns cachos vermelhos balançarem na frente de seus olhos. Pearce estendeu a mão e afastouos, olhando para a amiga de Molly como um bife suculento. — Stella, você não tem que ir aquele desfile de moda hoje à noite? — Molly perguntou, esperando interromper seu pequeno transe bizarro. Os olhos de Stella permaneceram trancados com Pearce quando ela respondeu. — Não é até mais tarde. Tina os deixou e se juntou a Molly, inclinando-se perto de seu ouvido. — Por favor, me diga que Tensley tem outro amigo. — Não, — disse Molly bruscamente; ela não configuraria suas amigas com demônios. — Eu realmente tenho que ir, mas posso pedir-lhe para fazer uma coisa? Tina estava estudando o físico de Pearce como se ele fosse uma escultura em um museu. — O quê? — Fique de olho em Stella. Molly foi embora, com sangue bombeando enquanto percorria o caminho cada vez mais familiar para o prédio de apartamentos de Tensley. Ele estava sozinho, e a única vez que ela teve uma noite decente de sono em semanas foi quando ele estava no outro quarto.

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— Essa é a única razão pela qual estou aqui, — ela sussurrou para si mesma, olhando para a arquitetura clássica que se estendia acima. — Para dormir um pouco.

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CAPÍTULO 11

A última pessoa que Tensley esperava ver à sua porta era Molly. Ela vestia uma saia curta preta e blusa translúcida que revelava o top de renda por baixo, um que mostrou apenas o suficiente de decote para aumentar a sua pulsação. Ela era uma visão a ser considerada, e ele estava lutando tanto para simplesmente não marcá-la bem ali que suas mãos tremiam. Um estremecimento atravessou seu imenso, agitado corpo. Estava ficando cada vez mais difícil manter sua fera sob controle. Toda vez que ela estava perto dele, era como se quebrasse seu controle um pouco mais. Ele era completamente impotente quanto a isso. — Eu te trouxe café, — ela disse, um sorriso nervoso brincando nos seus lábios. Ela o aumentou, mas quando Tensley não disse uma palavra para agradecer, o sorriso vacilou. — Eu só pensei que você precisaria de algo. Eu sinto muito, talvez eu não devesse ter interrompido. Pearce disse que você se enfurnou. À menção do seu mórbido associado, Tensley empurrou-se para frente, elevando-se sobre ela. — Você falou com ele? — Ele não gostou do pensamento de Molly sozinha com Pearce. Nem um pouco. Molly recuou, claramente surpresa com seu tom de voz. — Sim, encontrei-o no parque. Ele estava correndo, bem, até que ele começou a flertar com Stella e Tina.

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Desde que Pearce não estivesse mexendo com Molly, Tensley não se importava de com quem aquele imbecil flertava. — Você pode deixar o café no balcão, — ele disse, gesticulando para ela entrar. — Pearce estava certo, no entanto. Eu tenho uma tonelada de coisas para fazer hoje. Não posso realmente conversar. Era provavelmente rude da parte dele, mas tê-la ali, na sua cobertura, quando eram apenas os dois... Ele sabia que não havia forma nenhuma no inferno de que pudesse se conter. Molly entrou nas pontas dos pés, colocou o café sem barulho algum no balcão da cozinha, e virou-se para ele. — Eu queria saber se... — Sim? — Ele estimulou, tentando manter seus olhos longe dos seios gloriosos dela. Ela lambeu seus lábios e a imagem foi direto para seu pau. Bem, isso não ajuda em nada. — Eu queria saber se poderia estudar aqui. Se ela ficasse, ele se perderia, e ele não estava pronto para amaldiçoá-la a uma existência ao seu lado ainda. Sua fera sofria para assumir o controle e cada vez que ele pensava nela sem a marca, não reclamada, o incitava. Era uma batalha constante entre sua razão e seu desejo, o que era melhor e o que ele desesperadamente ansiava. A fera dentro dele estava ficando mais forte a cada dia, e ele tinha medo de que um dia não seria forte o suficiente para dominá-la. Ele riu suavemente para si mesmo. Não havia dúvida aqui – isso eventualmente iria acontecer, ele sabia disso. Era apenas questão de tempo. Tudo o que ele estava tentando fazer era atrasar isso o máximo possível, até que ela estivesse pronta. Controle, eu preciso de controle. — Eu não acho que isso seja uma boa ideia, Molly, — ele disse, apertando seus punhos para evitar jogá-la sobre seus ombros. — Eu não posso ser distraído...

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Ela balançou a delicada mão. — Você não precisa se preocupar! Honestamente, eu vou ficar tão imersa na minha leitura que você nem vai saber que estou aqui. Isso é uma sugestão de desespero em seu tom? Tão maravilhosa quanto ela ainda era, Tensley tinha que admitir que Molly parecia além de exausta – e essas olheiras sob seus olhos, apressadamente cobertas com maquiagem? — Tudo bem, sim. Mas eu realmente não tenho tempo para conversar. — Ele tinha uma reunião com a divisão de Boston, Ares, no dia seguinte precisava convencê-los de que estava na hora de entregar seu território. Um suprimento vitalício de belladonna, dinheiro e centenas de familiares estava sendo oferecido para adoçar a oferta, mas Tensley ainda se sentia nervoso sobre os termos gerais de Scorpios: Ares teria pouco ou nenhum envolvimento no conselho, e ele não tinha certeza de que aceitariam isso. Molly assentiu e sentou-se no seu sofá de couro sem qualquer outra palavra, puxando vários livros grandes da sua bolsa e espalhando-os na mesa de café. Tensley voltou ao seu escritório e sentou-se, tentando encontrar seu lugar entre os papéis que estava memorizando antes de Molly chegar. Foi só depois que ele releu a mesma página quatro vezes que Tensley inclinou-se para trás e bateu seus dedos contra a mesa de carvalho. Uma mesa onde preferiria tê-la inclinada... — Foda-se isso, — ele disse exalando, apanhando alguns papéis e livros e pisoteando para a sala de estar. Molly olhou para cima, agora sentada no chão com uma caneta entre seus lábios cheios. Ela o olhou por baixo dos seus cílios quando ele sentou em frente a ela e abriu um dos arquivos. As palavras embaralhando na mente dele – Ares, Scorpios, território, poder, demônios de baixonível, caçadores – e ele olhou para cima para ver Molly encarando seu próprio livro. — Tendo problemas?

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Molly vacilou, grandes olhos realmente brilhando por um momento. Teria ele a assustado? — Algumas coisas estão em italiano. — Ela esfregou a testa antes de prender suas voluptuosas ondas num rabo de cavalo solto. — Por acaso conheço alguém que fala fluentemente, — Tensley disse, juntando-se a ela no sofá. Ele podia sentir os olhos dela nele conforme lia o texto, mitologia grega, uma história sobre Hades e o Submundo. — Então você gosta disso? — Ele perguntou quando terminou de traduzir o parágrafo. Os lábios dela se curvaram. — Sim. Eu sempre fui fascinada pelos deuses, quão inflexivelmente cruéis eles eram. Hades e Perséfone me interessaram mais. — Mas Hades era brutal; ele a capturou, — Tensley disse enrugando a testa. Uma faísca perseguiu seus olhos gelados. — Mas ele capturou o coração dela, também. — A sua voz era tão suave e quente como mel que ele doía para provar essa doçura. — Hades apaixonou-se por Perséfone. Ele sabia que a mãe de Perséfone, Demeter, não deixaria qualquer um casar com sua filha. Então um dia, enquanto ela estava colhendo flores, ele a sequestrou. Em sua ira, Demeter – que era a deusa dos grãos, agricultura e fertilidade – destruiu a terra e o cultivo. Uma vez que Zeus viu a penúria causada pela raiva de Demeter, ele concordou que Perséfone precisava ser devolvida à sua mãe. — Hades não discutiu, apenas ofereceu uma romã para Perséfone comer. Alguns acadêmicos dizem que foi um truque da parte de Hades, enquanto outros falam que ela comeu completamente consciente de que isso iria mantêla com Hades. Os deuses então propuseram um acordo: desde que Perséfone comera algo do Submundo, ela teria que permanecer pelo menos uma parte do ano lá. Reia sugeriu que Perséfone ficasse seis meses como sua rainha, e o resto do ano com Demeter. É por isso que temos estações – outono e inverno são quando Demeter lamenta a ausência da sua

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filha, com a primavera e verão marcando seu retorno. — Quando ela terminou sua explicação, ela sentou-se ereta por um momento, contemplativa. Tensley franziu as sobrancelhas; o mito era desconfortavelmente similar à verdadeira situação em suas próprias vidas. Ele era Hades? Teria ele capturado Molly e a jogado em seu próprio Submundo de demônios e guerra? Tensley correu seus dedos ao longo das palavras e as leu em voz alta: — Tão temida era ela que os mortais frequentemente invocavam seu nome em maldições. Você realmente acha que ele a enganou para comer a fruta? Molly deu um infinitesimal balançar do seu queixo. — Eu acho... Acho que ela sabia. Eu acho que uma parte dela estava escondida abaixo da superfície sua vida inteira, uma parte que apenas ele foi capaz de trazer à tona. Hades permitiu que Perséfone fosse quem ela realmente era. — Eu não estou inteiramente convencido de que ainda estamos falando sobre a história, — Tensley murmurou, notando como Molly estava o observando com uma nova fome, não adulterada. Então o momento passou e ela pulou das almofadas, passou por ele e foi para a cozinha. — Eu estava pensando em fazer alguma comida. Está tudo bem? — Vá em frente, — ele disse, pegando outro arquivo e tentando ler enquanto ela alvoroçava-se ao redor. Ele apoiou os cotovelos em suas coxas e mordeu seu polegar, olhando de esguelha para ela explorando sua cozinha como se fosse dela, a ideia dela ficar lá criando uma sensação quente – e então ele repreendeu a si mesmo. Alguns minutos se passaram onde ele focou no seu trabalho, tentando ao máximo ignorá-la. — Aqui, — Molly disse alguns minutos mais tarde, alcançando um prato para ele. Tensley olhou para o prato.

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— Você não tinha muito com o que trabalhar, — Molly disse, interpretando sua hesitação como desgosto. Isso não podia estar mais distante da verdade – nenhum interesse amoroso jamais tinha feito uma refeição para ele antes, e ele sentiu uma pontada no estômago com o gesto. — Você realmente sabe como cozinhar, ou sanduíche de pasta de amendoim e geleia é sua escolha de refeição gourmet? — Ele disse entre mordidas. — Eu nem sabia que eu tinha pasta de amendoim em casa, honestamente. Rindo suavemente, Molly comeu um pouco do seu próprio sanduíche. — Eu posso gerenciar, você aprende rápido se não tem ninguém por perto para cozinhar para você. — O que você quer dizer? Molly deu de ombros. — Meu pais eram muito ocupados. Meu pai me dava um pouco de atenção, mas não era muito frequente. Para eles, ‘serem bons pais’ significava escolas chiques e babás e um monte de presentes no Natal, não incluía tempo de qualidade. — Não soa como uma grande infância, — ele murmurou, observando-a atentamente. — Era muito solitário às vezes, — ela concordou. — É por isso que eu quero ter mais do que um filho, na verdade. Então eles sempre terão alguém com quem brincar. Tensley esfregou sua bochecha e sentou-se para trás, ruminando o pensamento de crianças – seus filhos, se ele seguisse as ordens de sua família. Iria ela querer carregar sua prole? Ela o imaginou, a besta, como pai dos seus filhos? Ou ela imaginou um humano perfeito, gentil? Ele congelou. Ele poderia ser um pai? Ele seria capaz de cuidar dos seus filhos ou seria como o seu pai, frio e distante?

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Olhando para Molly agora, radiante e viciantemente doce, ele não tinha certeza de que conseguiria manter suas mãos para si mesmo. Sua besta amava a ideia dela inchada e descalça muitas vezes. — Quantos você quer? — Ela perguntou de repente, suas bochechas corando levemente. — Eu nunca realmente parei para pensar sobre isso, — ele disse, admitindo. — Nós – demônios – tendemos a ter famílias grandes, para manter a linhagem sanguínea. Eu sempre assumi que teria muitos filhos, mas nunca realmente pensei sobre minhas preferências. Quando ele olhou para cima, ela tinha uma expressão estranha. — O quê? — Ele perguntou, alcançando seu sanduíche para escapar do seu olhar penetrante. — Você é um homem difícil de entender, Tensley Knight. Toda vez que acho que estou progredindo, você vai e diz alguma coisa que eu nunca teria esperado.

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CAPÍTULO 12

Tensley franziu a testa enquanto mastigava. — Isso é... Ruim? O riso alegre de Molly acalmou seu nervosismo. — De jeito nenhum. Eu quero entendê-lo, Tensley. Eu quero saber mais sobre o mundo do qual eu supostamente devo fazer parte. Tensley endireitou-se, ainda mais surpreso pelos eventos daquela tarde. — Por onde você quer que eu comece? Molly acariciou sua mandíbula. — Hmmm... Que tal pelo início? Tensley riu. — O início? Tipo, de tudo? — Aham. — Molly cruzou seus braços e acomodou-se ainda mais nas almofadas. Tensley limpou a garganta. — De acordo com a nossa lenda, começou com um deus chamado Chaos. Dizem que Chaos deu origem a Fallen de seu coração e criou muitos outros deuses nas Profundezas – agora conhecida como Alta Corte da Babilônia. Fallen era um Deus perturbado, no entanto. Ele gostava de atormentar os outros deuses, então com o tempo, eles o abominaram. — Quando Fallen se cansou da companhia deles, ele explorou a Terra, alimentando-se de muitos dos seus prazeres secretos. Foi durante seu tempo na Terra que ele encontrou um reino governado por uma poderosa princesa que havia

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conquistado muitas cidades. Ela tinha uma grande beleza, e ele a admirava por suas façanhas e poder. Com o tempo, ele se apaixonou por ela – o tipo de amor que cega, que o fez querer dar-lhe tudo o que ela pedia. Então, quando ela exigiu a Suprema Corte, ele fez acontecer. Molly inclinou a cabeça, completamente absorta. — O que aconteceu depois? Tensley piscou, tentando lembrar os detalhes da história que ele não ouvia a mais ou menos uma década. — Fallen destruiu cada Deus que ficou no seu caminho, até mesmo Chaos. Os deuses que se juntaram à causa de Fallen tornaram-se os Novos Príncipes da Suprema Corte, que ainda governam hoje. Quando Fallen conquistou a Suprema Corte, ele voltou para recuperar sua princesa, mas ela o havia traído. Ela nunca realmente o amou; era tudo um plano para tirar seu coração, já que ela acreditava que comer o coração de um demônio a tornaria imortal. — Mas eu achei que demônios não tinham coração... Tensley assentiu. — Não corações completos. Então quando Fallen surgiu, ainda vivo e furioso, ele arrancou o coração dela e mandou seus demônios sugar as almas do seu povo, criando familiares. — Fallen jurou que a nossa sociedade nunca seria enfraquecida por humanos novamente, e criou regras rigorosas envolvendo classes de demônios, casamentos e muito mais. Como havia muitos demônios de alta-classe em vigor, todos morando na Suprema Corte, Fallen mandou a superpopulação para a Terra para viver junto aos humanos. Organizações como Scorpios e Ares então foram criadas para manter todos na linha. Molly ajeitou-se no seu assento e brincou com seu rabo de cavalo. —Você já esteve na Suprema Corte? — Não, — Tensley disse. — Mas eu ouvi que é como uma bela escuridão numa fresca noite de verão, que a água é cristalina e as florestas densas e cheias de feras para caçar. Festas

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exuberantes, muita belladonna, e política demais. A Suprema Corte de Fallen tem cortes menores que outros demônios tomam conta. A testa de Molly enrugou. — Fallen tem filhos? — Ele tem uma esposa, Lilith, para quem alguns oram por fertilidade. Eles têm muitos filhos, mas definitivamente favorece seu filho Thorne. — E como isso tudo funciona? Como Fallen consegue controlar dois mundos ao mesmo tempo? — Ela continuou, estupefata. — Antes de tudo, você precisa entender onde nós estamos na estrutura de poder. Fallen governa, sua palavra é ouro, e você está pedindo pela morte se pensar o contrário, — Tensley explicou. — Abaixo dele estão os Nove Príncipes da Babilônia, e a cada um foi dado um setor para gerenciar. Asmodeus é o nosso Príncipe, e a pessoa a quem meu pai – o atual Dux de Scorpios responde. — Depois dos Duxes há os Nobres do Reino, demônios de classe média sem poder real. Qualquer um abaixo disso não é reconhecido pela Corte, malnascidos como Illya, por exemplo. Um gosto ácido encheu sua boca com o pensamento do destino do seu melhor amigo. — Nossa cultura tem regras sociais que não correspondem as suas: acima de tudo, nunca demonstrar amor ou afeição. O comportamento de Molly visivelmente endureceu. — Por que isso? — Porque quando você ama alguém, isso o torna fraco. Vulnerável, — Tensley disse com um suspiro. — Pode ser a maior arma que existe. — Amizade é uma suposta ‘fraqueza’ no seu mundo também? — Sim. — E quanto a Illya? — Illya é diferente, — ele respondeu rapidamente. — Ele é família. Normalmente, demônios de outras famílias são

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considerados concorrência; é uma batalha constante para chegar à frente, ganhar poder e benefícios na Suprema Corte através de qualquer meio necessário, é por isso que minha família lutou tanto para tê-la. — Tensley arriscou um olhar para Molly. — Nossa união, quando chegar a hora, nos tornará poderosos – muito poderosos. Ela retornou seu olhar, embora quaisquer emoções que sentisse a sugestão permanecessem um mistério para ele. — Como isso funciona? — Como o quê funciona? — A... — Ela pausou, então tentou de novo. — A ‘união’. A marcação. — Um rubor nervoso rastejou em suas bochechas. Ouvi-la dizer aquelas palavras era o suficiente para deixar seu sangue em chamas. Seus dedos apertaram suas coxas apenas com o pensamento de marcála. — Você tem certeza de que quer saber isso? Você tem certeza de que está pronta para ouvir tudo sobre isso? — Ele perguntou, certificando-se de que ela não seria sobrecarregada por saber demais em uma única noite. O que havia sido um leve rubor antes agora deixou suas bochechas num vermelho carmesim enquanto ela assentia. Só de ver esse belo carmesim acordou sua fera. Ele abriu a boca e a fechou. Então abriu novamente. — Oh. Bem, isso acontece durante o sexo. Quando atingirmos o clímax, meu lado demoníaco assumiria completamente o controle, e eu morderia seu pescoço. A mordida, assim como minha saliva, formaria um tipo de ‘coleira’ ao redor do seu pescoço, visível apenas aos nobres. Classes inferiores de demônios veriam só uma espécie sombria de cicatriz, e é indetectável para os humanos. Desde que minha família é de classe média, nós apenas veríamos a sombra. As pontas dos dedos de Molly roçaram seu pescoço, talvez imaginando onde ele deveria mordê-la. — E então eu serei reclamada?

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— Sim, — Tensley gemeu, a fera dentro dele implorando para sair e fazer isso bem aqui. — O que significa a marcação no fim das contas? — Molly perguntou, alheia à sua batalha interior. — É uma reivindicação de propriedade e proteção na minha sociedade. Apenas bem-nascidos ou demônios de classes altas e médias fazem isso aos seus pares; é como uma marcação. Ela empacou. — Uma marcação? Como marcar o território de alguém? — Sim, demônios geralmente veem humanos como propriedade, bichinhos de estimação na verdade. Eu não vou mentir, o meu lado primitivo, meu lado demoníaco, pode ver você assim. — Tensley viu o jeito que Molly se afastou e imediatamente recuou. — Mas eu não veria você assim. Para mim, você seria uma parceira. Uma igual. Aqueles olhos brilharam e ela olhou para ele como se quisesse devorá-lo. Não, não, controle-se. — Isso é suficiente por um dia, eu acho, — ele disse, terminando as últimas mordidas do seu sanduíche. — Agora eu preciso focar. Eles de fato permaneceram silenciosos depois disso, a embaraçosa tensão dissipando-se em algo muito mais relaxado e prazeroso conforme ela moveu-se para o chão e continuou a ler. Por volta das oito da noite, ele olhou para cima para encontrar Molly dormindo sobre um livro aberto – novamente – seu pescoço dobrado num ângulo estranho sobre a mesa de café. — Isso não parece muito confortável, — ele murmurou, apanhando-a e indo em direção ao quarto. — Eu só estava descansando, — ela sussurrou, a respiração quente soprando sua mandíbula. — Claro que você está, dolcezza. — Ele sorriu no cabelo dela.

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Ele a deitou, então pegou uma camiseta limpa e colocou ao lado dela na cama. — Eu vou para o outro quarto. — Huh? — Ela olhou para a camiseta, então de volta para ele. — Eu acho que você deveria dormir aqui hoje à noite. Você está exausta, está escuro lá fora... É mais seguro dessa maneira. Após uma pausa, ela concordou. Conforme ela preguiçosamente começou a desabotoar sua blusa, Tensley pegou uma calça de moletom, trocando-se e escovando os dentes no banheiro. — Estou pronta, — ela disse um pouco depois; ele voltou, afastando alguns cachos desarrumados do seu rosto. — Eu vou dormir no sofá. — Por favor, fique, — ela disse, aninhando uma bochecha na mão dele. Não. Não. Não. — Uh... Claro. — Ele rastejou ao lado dela e ela se aconchegou sobre seu peito. Só em tê-la tão perto melhorou sua saúde, reduzindo sua fome por energia. Uma dose de Molly por semana satisfazia a fome, mas ele não podia negar que a queria na sua cama mais seguido – inferno, ele a queria ali todas as noites. — Obrigada por me contar todas aquelas coisas mais cedo, — Molly continuou com um bocejo, contorcendo-se mais perto. — Eu gosto de saber sobre você. — Aham, eu gosto também, — Tensley disse, brincando com uma mecha do cabelo dela. Demais, ele pensou, mas não disse em voz alta. Ele precisava de controle. Ele precisava manter as duas cabeças acima da água ou ele seria o único a se afogar, e seriam as mãos dela ao redor do seu pescoço.

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CAPÍTULO 13

Um repugnante som úmido ecoou no loft vazio enquanto Tensley assistia seu irmão rugir, tentando escapar do vicioso aperto que Fallen tinha no seu pescoço. — Paciência, traidor fraco, — Fallen disse, sua risada cruel cortando fundo no peito de Tensley. — Eu espero que seja doce como o dela era. Tensley vislumbrou o corpo imóvel de Valentina a trinta centímetros de distância, seu cabelo ensopado em sangue escuro, seus olhos sem vida encarando-o. Ela implorou, clamando por Beau, mas a faca de Fallen ainda assim encontrou sua garganta. Beau gritou, um som tão cru, tão horripilante que Tensley se perguntou se seu irmão seria capaz de falar novamente. Fallen apunhalou Beau no peito, esculpindo a carne habilmente para remover um pulsante, negro órgão que ele segurou com classe. Beau caiu no chão com um soluço, pairando as mãos sobre o irregular espaço onde seu coração costumava estar. Seus pais mantiveram-se parados rigidamente na lateral do cômodo, as mãos da Sra. Knight sobre sua boca enquanto ela assistia seu filho mais velho ser transformado num monstro. Ácido queimou a garganta de Tensley e ele se curvou, vomitando em suas mãos e em seus pés descalços. Ele não conseguia falar, não conseguia se mover – tudo o que ele conseguia fazer era respirar. Inspira, expira.

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Inspira, expira. Ele ergueu sua cabeça, vômito correndo pelo seu queixo enquanto olhava o seu líder demoníaco com olhos aterrorizados. Fallen segurou o coração de Beau com um toque suave, quase gentil, sorrindo ternamente para ele. Então ele abriu sua mandíbula e o engoliu – assim como tinha feito com o coração da princesa, muitos, muitos milênios atrás. Tensley assistiu o pomo-de-adão de Fallen sacudir, um dedo de pavor gélido correndo para baixo em suas costas. Fallen cantarolou para si mesmo, lambendo os dedos como se tivesse acabado de se deliciar com um animal selvagem. Ele virou-se para Tensley. — Humph, onde estão minhas boas maneiras? — Ele moveu-se rápido, botas pesadas deslizando pelo piso chegando ao lado de Tensley. Fallen esticou uma mão. Tensley a encarou, as pontas dos dedos ainda pintadas com o sangue de Beau. Fallen deixou sua mão cair, semicerrando os olhos para Tensley. — Quantos anos você tem, garoto? — Dez, — ele disse, sem fôlego. — Ainda jovem. — Fallen assentiu para si mesmo e cantarolou novamente, acariciando sua bochecha, o sangue manchando sua pele como uma grotesca tatuagem. — Seu irmão fez algo muito, muito terrível. Você sabe disso? As narinas de Tensley abriram-se, mas ele estava muito assustado para olhar para longe. — O que ele fez que demônios nunca, nunca devem fazer? — Ele... Ele cultivou um coração. — E por que ele cultivou um coração? — Fallen perguntou avidamente, como um impaciente professor de escola. — Por que ele se apaixonou. — Pelo quê? — Uma humana.

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— Sim, muito bem. Muito bem, garoto, mas há mais, não há? Ele a engravidou. Fora do casamento. Nunca confie em um humano, garoto. — Fallen estalou a língua, balançando a cabeça. — Regra número um no meu reino. Não ame humanos, não se apaixone por humanos – e porque você acha que eu instiguei tais coisas? Tensley pausou, desesperadamente com medo de dar a resposta errada. Num piscar de olhos Fallen estava sobre ele, seus dedos ensanguentados erguendo o queixo de Tensley para encontrar seus olhos vermelhos. —Amor é uma arma; é uma fraqueza. Essa é a sua lição garoto, — Fallen silvou, manchando a pele de Tensley com o sangue de Beau. — Demônios não amam – eles destroem. Lembre-se disso, ou na próxima vez que nos virmos, pode ser que eu esteja engolindo o seu coração. — Tensley! Tensley se sacudiu acordado, lutando com o que quer que estivesse o segurando. — Me solte, me sol... — Tensley, Tensley, sou eu! Lentamente seus arredores ficaram mais claros: seu quarto na penumbra, o horizonte de Nova Iorque do lado de fora das suas janelas do chão ao teto. Os olhos de Tensley foram para Molly, ela estava respirando tão asperamente quanto ele. — Foi só um sonho, Tensley, — Molly murmurou, pincelando suas bochechas com um dedo. Ele encolheu-se ao toque dela, jogando os cobertores longe e correndo para o banheiro. Depois de bater à porta, ele ligou o chuveiro, girando o registro para o mais quente que pudesse. Foda-se Beau. Foda-se Fallen. Foda-se esse pulsante, crescente coração. Ele estava no controle. Ele não iria vacilar. Ele era mais forte do que Beau. Ele tirou sua calça de moletom e foi para baixo do jato escaldante, ouvindo o tamborilar do seu corpo trêmulo.

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Ele fechou os olhos com força, apoiando uma mão contra a parede de azulejos e orando para parar de ver a barriga de grávida de Valentina aberta e o medonho som ofegante que ela fez minutos antes de Fallen cortar sua garganta deixando-a sangrar. Sua mente mostrando memórias que ele reprimiu para sobreviver, para suportar, mas em seus sonhos, elas transbordaram e ele se afogou nelas. — Tensley? Ele abriu seus olhos para encontrar Molly parada fora box de vidro, uma carranca gravada entre suas sobrancelhas. — Eu estou bem. —Não, — ela disse, balançando sua cabeça. — Eu não acho que você esteja. Você estava gritando o nome de Beau. — Molly, — ele grunhiu. — Eu não quero falar sobre isso. — Tens... —Por favor. Molly deve ter ouvido o desespero em seu tom, porque ela assentiu e saiu. Sua ausência não ajudou de maneira alguma, no entanto; as palavras de Fallen continuaram a soar repetidamente na mente de Tensley, uma e outra vez: Demônios não amam, eles destroem.

***

Molly estava grata pela brilhante luz solar fluindo através das janelas do apartamento de Tensley, esperando que isso afastasse seus pensamentos sombrios melhor do que ela tinha. — Eu preciso de café, — ela murmurou, ajustando sua roupa antes de ligar a cafeteira e pegar uma caixa de ovos da geladeira. E um dardo tranquilizante, por favor. Ela precisava de algum tipo de sedativo depois de ver a musculosa bunda de Tensley e aquelas poderosas coxas. Ela travou sua

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tensão sexual focando em mexer os ovos, tostar um pouco de pão, e servir a ambos uma enorme, fumegante caneca de café preto. — Você fez o café da manhã? Molly se virou para ver Tensley usando um terno de alfaiataria preto, seu cabelo escuro arrumado para trás e uma pilha de papeis em ambas as mãos. — Sim. Eu sei que você tem algumas coisas importantes agendadas, e eu queria que você começasse o dia direito. — Hm. — Ele tomou um gole do café, sequer dando um lampejo de sorriso de gratidão quando ela serviu uma porção de comida no seu prato. — Oh, eu queria perguntar se você gostaria de me acompanhar a um evento do trabalho hoje à noite? É no museu; eles estão abrindo a exibição na qual tenho ajudado. — Eu tenho uma agenda muito apertada, — ele disse, tirando um pedaço de casca de ovo da sua comida. — Oh, okay, está tudo bem, — ela disse, virando-se novamente para a cafeteira evitando que ele visse seu desapontamento. Um longo silêncio seguiu. — Que horas eu preciso estar lá? — Ele finalmente perguntou, embaralhando seus papéis ao redor. — Começa às oito, — ela respondeu, colocando a louça que sujou na enorme, pia de aparência cara. Ele verificou seu relógio, ainda sem olhar para ela. — Eu vou te encontrar lá, então. Talvez hoje à noite ela quebrasse a concha dele. Talvez quando mais coisas fizessem juntos, mais seriam de fato um casal. Ela podia ver a tensão em seus ombros e em seu pescoço e se perguntou se ele estava pensando sobre o pesadelo.

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— Tem alguma coisa que eu possa fazer por você? Para ajudar? — Ela perguntou cuidadosamente. Ele finalmente olhou para ela, aqueles olhos tempestuosos aborrecidos hoje. — Não. Ela riu sem humor. — Você não fala comigo, você nem sequer está olhando para mim. Você está irritado e eu não sei porquê. Se tiver alguma coisa lhe incomodando, pode conversar comigo sobre isso, também. Eu não sou sua inimiga. — Ela estava com medo de dizer o nome de Beau, caso ele se afastasse completamente. Os olhos dele caíram para onde suas mãos seguravam o garfo e faca. Então ele olhou de volta para ela e abriu sua boca... — Bom dia vadias, — a voz alta de Pearce ressoou pelo cômodo. Tensley não o cumprimentou, ainda de costas para ele, mas Molly tinha a visão perfeita do gigante arrogante andando na direção deles. Ele coçou seu peito nu e peludo e sentou ao lado de Tensley, abrindo seus braços. — O que tem para o café? — Ovos, — ela disse então se virou para limpar a pia. — Faça seu próprio café, Pearce, — Tensley comeu e distraiu-se com seus papeis. — Não fique tão sensível. Os dois pareciam crianças e ela revirou seus olhos. — Eu gastei toda a minha noite procurando por aquele maldito bastardo e não tenho uma única pista de onde ele está se escondendo, — Pearce grunhiu. Molly franziu a testa para ele. — Por quem você está procurando? — Os Caçadores Alejandro Cree.

de

Orion,

especificamente

Molly enrijeceu e olhou para Tensley, que continuou lendo seus papeis, ainda que as laterais tenham enrugado em

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seu aperto forte. Eles estavam procurando por Cree, também. Possivelmente Lex. Ela parou de pensar nisso e passou um pano no balcão de granito preto, parando quando sentiu alguém a observando. Ela olhou para cima para ver Pearce olhando-a atentamente, a mão apoiada sob o queixo. — Quantos anos você tem? Molly continuou passando pano no balcão. — Dezenove. Um amplo sorriso surgiu em sua boca; parecia doloroso. — Tão jovem, tão inocente. Ela riu. — Não sou tão jovem ou inocente. — Os olhos dela foram para Tensley, que não estava olhando para nenhum dos dois. — Tensley, — Pearce disse. Tensley olhou para cima, o rosto vazio de qualquer emoção. — Eu lembro de você declarando que pequenas, jovens loiras não eram o seu tipo. Molly mordeu a parte de dentro da sua boca. O quê? Tensley inclinou-se contra a cadeira, papéis na mão. Durante toda a conversa, ele tinha estado em seu próprio mundo, digitalizando seu trabalho, mas agora os olhos dele pairavam sobre ela. Deus, os olhos dele estavam tomando-a, levando seu tempo para saborear cada centímetro dela. — Elas não são, — ele disse, indiferente. Isso lançou calafrios pela sua pele e ela cravou as unhas nas suas palmas. — Bem, que conveniente. Adivinha só, Molly? — Ele disse como se ele estivesse para revelar um grande segredo. Ele pôs a mão do lado da sua boca como se apenas Molly supostamente devesse ouvir, mas então disse numa voz muito alta, — Elas são o meu tipo. — Ele riu alto. — Claro, só se você permitir isso. O coração dela bateu mais rápido e ela assistiu conforme o maxilar de Tensley enrijeceu e seus olhos semicerraram-se.

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— Ela está fora dos limites, — ele declarou claramente. Pearce levantou suas mãos em rendição. — Eu seu, eu sei, homem. Acalme-se. — Ele limpou sua garganta. — Tem uma festa amanhã à noite no Dez. Encontrar velhos amigos, fazer novos. Você está interessado? Tensley não olhou para cima. — Não. Molly não queria mais ficar um tempo agora que a indiferença de Tensley a comia e a arrogância de Pearce beliscava um nervo. Ela sentiu ambos os olhares nela quando jogou a bolsa sobre o ombro na sala de estar e arrumou sua saia. — Você vai embora? — A voz séria de Tensley a fez parar. — Eu trabalho as oito, — ela piscou e espremeu seus olhos fechados. Não deixe ele chegar até você. — Tchau noiva! — Pearce gritou quando a porta bateu. — A propósito, eu adicionei meu número no seu celular. Molly olhou para a porta, mas continuou avançando, sem querer ficar mais do que precisava. — Não é seu tipo? — Ela fervia no saguão da entrada e na rua. Ela caminhou rápido, seus saltos batendo na calçada, o ar de verão mais fresco na manhã. O outono chegando a cada dia mais rápido. Um casaco envolveu seus braços cobertos de calafrios e ela pulou. — Puta mer... Tensley andou ao lado dela, as mãos nos bolsos e olhando para frente. — Você precisa vestir um casaco, — ele explicou. — Esses museus colocam o ar condicionado muito frio. — Um... Obrigada. — Seu aparecimento súbito fez a raiva dela esfriar, mas não desaparecer. Suas mudanças de humos estão me chicoteando. Quando pararam em uma esquina, ela olhou para ele. — Por que você é amigo daquele cara?

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— Quem? Pearce? — Sim. — Eles esperavam em um semáforo. — Porque nossos pais eram amigos enquanto cresciam, principalmente, — Tensley disse, acenando para Molly ir primeiro quando puderam atravessar. — Definitivamente não é alguém que eu teria escolhido por mim mesmo – ele é meio louco. — Louco? Tipo louco ruim? — Ela disse, parando – eles já estavam na frente do museu, e ela estava certa de que o Sr. Cho tinha passado por ele para entrar. — Só fique fora do caminho dele. Eu vou tentar hospedá-lo na casa dos meus pais, — Tensley disse, olhos afiados enquanto olhava o tráfego agitado. O celular dele zumbiu, e ele encarou a tela antes de ignorar a chamada. — Você se sente bem hoje? — Molly perguntou, mais duramente do que pretendia. — O que você quer dizer? Ela olhou para as pessoas já fazendo fila para comprar seus bilhetes para o museu. — Eu quero ter certeza de que você está recebendo energia suficiente de mim. Não quero que você fique doente. — Oh. — O celular de Tensley vibrou novamente e ele enterrou-o no bolso. — Você está cuidando bem de mim, Molly. Sem preocupações quanto a isso. — Eu tenho que ir agora, — ela disse quando outro dos seus chefes subiu as escadas perto deles, olhando para ela em reconhecimento várias vezes. — Vejo você à noite? E aqui está o seu casaco... Tensley afastou-se. — Fique com ele. Eu vejo você às oito em ponto. Com isso ele desapareceu no mar de nova-iorquinos, deixando Molly respirando o aroma de sua colônia e almíscar conforme ela arrumava seu casaco mais apertado ao redor dela.

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CAPÍTULO 14

A substância escura na caneca na mesa da sala de reuniões na frente de Tensley parecia mais como lodo de esgoto do que café. Tensley inclinou-se para trás em seu assento e olhou cada um dos bastardos de Boston equivalente a Scorpios: Ares. Um deles teve a audácia de sorrir para ele, mas imediatamente sumiu quando Tensley rapidamente mostrou seus dentes. Assim é melhor, Tensley grunhiu para si mesmo. Ele não conseguia parar de se culpar pela forma com que tratou Molly mais cedo, mas seu maldito estresse comeu seus nervos e ele atacou. Como sempre. Ele queria socar alguma coisa. Ele precisava socar alguma coisa. O olhar de Tensley encontrou o fodido que tentou encará-lo mais cedo. Sim, essa cara de merda iria funcionar muito bem. Seu nome era Fitz Bardot Junior, e com sua camisa polo e calça casual branca, ele parecia mais um perfeito garoto de fraternidade do que um poderoso líder. Polido, preparado, arrumado – até mesmo por suas unhas perfeitamente cortadas. Fitz Junior sorriu, seus dentes brancos demais contra sua pele bronzeada. Talvez para compensar sua aparência de idiota, o demônio usava um par de óculos de aro

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preto grosso que Tensley normalmente só via em hipster fumando no exterior dos cafés da cidade de Nova Iorque. Tensley fez sua pesquisa sobre Fitz Junior: graduado em Harvard, primeiro da sua turma, e um estridente registro limpo na Suprema Corte. Ele seguia as regras, pagava suas dívidas, e não estava muito ansioso para assumir Ares. Tensley não podia imaginar que o garoto conhecia a sensação escorregadia do sangue de outro em suas mãos; ele parecia preferir que os outros fizessem o trabalho sujo então não perderia seus sagrados brunches nas manhãs de domingo no clube de golfe. Era apenas mais uma razão pela qual Scorpios – e Tensley – queriam fundir-se com Ares. Não havia jeito algum que esse nerd idiota pudesse comandar seu grupo de forma eficaz; Tensley era mais do que experiente o suficiente para lidar com ambos. Evelyn sentou ao lado de Tensley, seu pé de salto alto roçando sua coxa de vez em quando. Ele não tinha certeza se a sensação que agitou seu estômago era desgosto, desejo ou ambos. — Não, — Fitz Sênior falou pausadamente num sotaque acentuado de Boston. Seu chocante cabelo branco e tapa-olho era uma rara combinação, e Tensley ainda lembrava como o velho homem tinha perdido seu olho – os Caçadores de Orion tinham apunhalado direto em uma íris e cuspido na outra. Fitz Senior não era nenhum molenga, tampouco; ele era um demônio que metia chumbo na bunda dos seus homens por diversão. A diferença entre pai e filho possivelmente não poderia ser maior. Tensley não perdeu a forma com que Senior limpou a mesa de carvalho com suas luvas de couro pretas, deixando uma leve mancha vermelha – sangue, provavelmente uma pequena evidência da última sessão de tortura de Ares antes de chegar a Scorpios. Filho da puta elegante. Tentando usar fodidos jogos mentais.

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Bem, Tensley podia fazer isso também. — Não? — Os ombros do Sr. Knight enrijeceram e Tensley notou a falta de cor nas mãos do seu pai conforme ele as cerrava em seu colo. — Você não está preparado para lidar com a crescente situação em Boston; demônios estão morrendo, e você perdeu a confiança do seu povo. Todos eles acreditam que você deu aos caçadores espinhos de rosa para ser usado como veneno contra nós. — Eu acredito que seria do nosso melhor interesse concordar, — disse Fitz Junior, assentindo empaticamente. Tensley balançou sua cabeça; o garoto era um fracote. Ele seria comido vivo como Dux de Ares. Fitz Senior desdenhou. — Sua oferta não faz nada para compensar nossas perdas. Estaríamos abrindo mão de um negócio de família e entregando nosso poder para a sua família. — Seus olhos dispararam para Tensley. — Falando em família, por que nós deveríamos confiar na sua, de qualquer maneira? Eu ouvi que seu filho tem uma preferência por humanos. Tensley endireitou seus ombros. Espere um pouco, seu chupa paus. Minha noiva daemon vai ficar feliz em conhecer você. — Meus assuntos pessoais não deveriam ser importantes no que diz respeito à nossa proposta de negócio. O lábio superior de Fitz Senior curvou. — Faça-nos uma oferta melhor e talvez eu aceite. Com isso, o grupo de Boston levantou e deixou o cômodo. O Sr. Knight socou a mesa enquanto Tensley engoliu o frio, lodoso café na sua frente e quase cuspiu fora. — O que mais nós podemos oferecer? Mais dinheiro? Mais familiares? Nós ficaríamos quebrados. — Sr. Knight suspirou e ficou de pé. — Vamos ter que pensar em outra coisa para conquistá-los. — Quando o Sr. Knight saiu, o resto dos membros de Scorpios levantou de seus assentos também e encerraram a reunião. Quando o Sr. Knight saiu, o resto da mesa ficou.

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— Tensley, — O Rechonchudo sussurrou, pegando sua manga conforme Tensley se levantava. Tensley não fez menção de parar, arrumando seus papeis. — O que. — Adams têm vendido belladonna para aqueles malditos caçadores, — O Rechonchudo silvou. — Meus homens começaram a ficar de olho nele desde que notaram que algumas porções estavam faltando. Os ombros de Tensley enrijeceram e ele se virou para encarar o homem baixo, erguendo-se sobre ele. Ele o olhou, a escória de Scorpios. — E por que eu deveria acreditar na sua palavra? Rechonchudo o encarou e estufou o peito. — Porque mesmo que eu não goste de você, não gosto de pessoas que tentam foder com Scorpios. Tensley olhou para o homem, esperando por um sinal, uma gota de suor para ver se ele estava mentindo. Rechonchudo teimosamente continuou a encará-lo de volta e Tensley suspirou. — Por que diabos você não me contou mais cedo se sabia que tínhamos um problema? — Porque isso era sobre Ares, e eu não queria perturbá-lo. Eu estou tentando evitar que o que aconteceu em Boston aconteça aqui. Se os caçadores atacarem nossos suprimentos, a merda vai bater no ventilador. É importante, idiota. — A boca de Pudgy contorceu. — Senhor. Ele virou para ver a pessoa em questão juntando seus próprios papéis e preparando-se para sair pela porta. Ele estava em meados dos quarenta, cabelo ruivo, e encorpado, a pessoa encarregada de lidar com as contas de Scorpios. Porque o bastardo iria vender belladonna era a questão. — Adams, — Tensley o chamou conforme os últimos membros saíram. Adams olhou para cima, olhos ampliando-se até que forçou um sorriso. — Posso ajudá-lo, senhor? — Eu não acho que você vá sair agora. Não vivo, de qualquer maneira. Vamos todos nos sentar, que tal? — Tensley gesticulou para uma das cadeiras de couro e Adams parou, os

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papéis em suas mãos farfalhando de seu nervosismo. Adams engoliu e fez seu caminho para a cadeira, sentando-se. Tensley colocou uma mão no seu bolso e encarou duramente o homem cujo tom de pele avermelhado tinha perdido a cor. —Adams, eu vou lhe perguntar isso só uma vez, e apenas uma. — Os dedos de Tensley encontraram a lâmina afiada no seu bolso e agarrou-a de forma que as arestas morderam sua pele. — Você está traindo Scorpios? Adams balançou sua cabeça selvagenmente. Ele olhou para Tensley e então Rechonchudo, que ficou um pouco mais atrás, braços cruzados. —Não, não! Scorpios é o meu sangue! — Fodido mentiroso, — Rechonchudo disse sob sua respiração. — Você vendeu àqueles caçadores nossos suprimentos! — Eu nunca iria trair Scorpios ou o Dux, — Adams disse, gotas de suor rolando abaixo pelo seu rosto. Ele balançou suas mãos, incapaz de parar de se contorcer ou mover ou falar, e isso agitou o lado demoníaco de Tensley. — Mostre-me sua tatuagem, — Tensley disse, exalando uma onde de feromônios autoritários. Adams ficou pálido. — Você não confia em mim? — Eu não confio em ninguém, — Tensley rosnou. Ele agarrou Adams pelo seu colarinho e rasgou-o para ver o símbolo de seu juramento de manter-se leal a Scorpios inchado e queimado, como uma horrível queimadura de terceiro grau. A tatuagem de escorpião chiou sob o olhar de Tensley. O corpo de Adams tremeu, sua voz frágil. — Eu não fiz isso! Eu juro! Eu vendi belladonna, mas não para eles, nunca para eles. Eu precisava do dinheiro – eu estava desesperado, mas nunca o traí. Eu juro! Tensley removeu a lâmina e a cravou tão profundo na coxa de Adams que ele chorou. — Eu não lido bem com mentirosos, Adams, — Tensley disse e retirou a lâmina, o que fez um som doentio de osso e pele quebrando no processo. Ele

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limpou o sangue nas calças de Adams. — Eu disse que eu não iria perguntar novamente. A família vem primeiro, nossos Scorpios vêm primeiro. Então me diga, para quem você vendeu a belladonna? O peito de Adams subia e descia violentamente e seus olhos oscilaram para frente para trás entre eles. — Um baixo nível, ninguém em especial. — Nós temos provas. Fotos suas vendendo aos caçadores, — Tensley mentiu para testar o homem. Adams olhou de volta para Rechonchudo, sua boca abrindo. Uma risada nervosa escapou dele. — Ótimo, seus fodidos. Sim, eu fiz isso, por que não? Matar alguns demônios baixo nível não vai nos machucar, vai nos ajudar. Nós vendemos para os de classe média e os bem-nascidos e nos livramos das cadelas baixas. Nós conseguimos um bom dinheiro e servimos nosso povo. Tensley encarou o homem, trêmulo e ofegante. — Você acabou de assinar sua sentença de morte. A mão de Tensley lançou-se e enterrou-se profundo no quente peito de Adams, encontrando o órgão batendo e arrancando-o. Adams gorgolejou, então lentamente murchou no assento, ofegando até que nenhum som saiu da sua boca aberta. Tensley ficou de pé, limpando sua mão ensanguentada na sua calça e deslizando a lâmina limpa de volta no seu bolso. Ele olhou para a confusão grotesca e suspirou. Ele se virou para Rechonchudo, que estava atrás dele. — Limpe essa merda. Rechonchudo fez uma careta. — Eu não sou sua vadia. Tensley passou por ele para a porta. — Muito ruim. Limpe, e eu quero que fique impecável. Tensley ouviu maldições murmuradas antes de bater à porta atrás de si. — Tensley, — Evelyn ronronou quando eles eram os únicos no corredor.

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Tensley não se importou de parar – não até que ela agarrou seu bíceps. Ele a sacudiu para fora. — Eu não estou com o humor, Evelyn. Vá flertar com alguém idiota o bastante para corresponder. — Eu não estou tentando flertar, — ela disse num sussurro apressado. — Eu sei informações cruciais sobre Lex, mas eu não quero que ninguém mais escute. Tensley olhou para ela, tão perto que podia contar os três pequenos sinais embaixo do seu lábio inferior. Se ela sabia algo a respeito de encontrar Lex, ele sofreria heroicamente para lidar com sua ex no processo. — Então me diga, — ele sussurrou de volta duramente. Ele tinha acabado de segurar o coração de um homem em mãos nuas; ele estava além do ponto de se importar com educação. — Vamos para um lugar mais privado, — ela disse, sentindo seu interesse e puxando-o para outro escritório. Evelyn abriu a porta e Tensley a seguiu para dentro de uma sala escura como breu, vazia com apenas uma mesa com uma dispersão de papeis. — Diga-me o que você sabe, — ele disse, arrumando sua gravata. —Antes que eu perca minha paciência. Ela ergueu uma escura, bem-feita sobrancelha. — Eu amo quando você perde a sua paciência. O grunhido que saiu da sua garganta deve ter feito ela mudar de ideia porque ela passou pela mesa e procurou pelos papeis. — Aqui. Ele começou a ler, mas parou quando viu que era apenas sobre os ganhos dos meses anteriores de belladonna e familiares. — O que diabos é isso? — Você precisa de mim, não é, Tensley? — Ela sussurrou em sua orelha, subitamente pressionando um beijo de boca aberta na linha da sua mandíbula e deixando uma mancha de batom junto do seu colarinho.

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Ele agarrou os braços dela e a jogou contra a parede, só então notando, que ela havia se despido para revelar uma lingerie preta, minúscula. — Não me toque, — ele silvou, jogando os papeis no rosto dela. —Onde está a informação sobre Lex? Ou tudo isso era apenas um dos seus truques de merda? Evelyn alcançou para acariciar suas coxas, afundando suas unhas no tecido das suas calças. O comprimento dele mexeu, mas a fera permaneceu quieta, sem impulso de tomá-la como queria tomar Molly. — Eu posso fazer você se sentir bem, Tensley. Ele golpeou a mão dela para longe e recuou. — Você mentiu para mim. Ela deu de ombros e seus pequenos, empinados seios balançaram de uma forma que o teriam deixado louco antes. — Eu precisava de você sozinho, então contei uma pequena mentira boba. Eu sei que você ainda me quer, Tensley. Só admita isso. Tensley riu amargamente. — Você é insana se acha que iria querê-la outra vez. Eu não durmo com pessoas que me traem. — Oh, mas a vadia humana ainda é fodível? Você espalhará suas coxas mesmo depois dela tê-lo apunhalado pelas costas? — O lábio inferior de Evelyn tremeu, mas ela estabilizou e deu a ele um olhar sombrio. — Se você quer tanto encontrar Lex, por que não começa com o veneno? — O veneno? O que você quer dizer? — Sua vadia humana. Ele é o fodido veneno. Uma cintilante raiva agitou as profundezas de Tensley e ele ergueu seu queixo, olhando por baixo do seu nariz para ela. — Você está enganada, Srta. Rose. — Ela franziu as sobrancelhas, sentindo seus feromônios agressivos atingindo-a. — Minha vadia daemon seria o termo correto. A boca dela abriu e suas mãos caíram. — Sua o-o quê?

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— Boa noite, Evelyn. — Tensley saiu da sala, ajeitando seu casaco e determinado a ir embora. Quando ele saiu o Sol já tinha se posto, e uma escuridão sombria inundava a Quinta Avenida. Seu celular apitou e ele olhou para baixo vendo o nome de Illya brilhar pela tela. Foi quando ele viu a hora – 21:45. Ele estava incrivelmente atrasado para o evento de Molly. — Porra! — Ele colocou o celular no bolso e entrou na parte de trás do seu carro a espera. — Leve-me para a Madison Avenue!

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CAPÍTULO 15

Ele não vem, Molly pensou de novo. Decepção rastejou através do seu sistema, mas ela disse a si mesma para afastar isso. Molly acenou se despedindo de seus colegas de trabalho, engessando o sorriso falso que usou a noite toda. Várias pessoas lhe perguntaram onde o seu acompanhante estava, e ela sorriu e ignorou com um sorriso educado. Por dentro, no entanto, seu coração estava latejando, murchando até que se sentiu vazia. — Quão estúpida você poderia ser? — Ela murmurou para si mesma conforme virou na sua rua, passando por casais felizes acariciando uns aos outros em bancos e escadarias. O frio ar noturno fez as suas pernas nuas formigarem com calafrios, e ela fechou ainda mais o casaco de Tensley – então considerou queimá-lo uma vez que estivesse dentro do seu apartamento. — Molly? Molly se virou, surpresa ao ver Michael atrás dela. — Uh, oi, — ela disse, um pouco sem fôlego. A última vez que eles se falaram foi um pouco antes de Tensley entrar na sua vida, quando Michael a convidou para sair. Ela ainda se sentia terrível por ter rejeitado sua paixão do ensino médio, então era um pouco estranho vê-lo de novo. — Eu estava apenas a caminho de um pub para encontrar alguns caras, — ele explicou, seus olhos incapazes de parar de

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examiná-la como se ela tivesse acabado de cair do céu. — Você parece... — Ele parou, observando-a. — Deslumbrante. — Ele olhou ao redor dela, em seguida, parecendo reparar o decrépito estado de seu bairro pela primeira vez. — Você vive por aqui? — Obrigada, — Molly respondeu com sinceridade. — E sim, eu me mudei para cá com September. Eu precisava de um descanso dos meus pais. Michael assentiu, seus olhos verde-floresta brilhando embaixo da lâmpada da rua. — Não posso culpá-la por querer um pouco de liberdade. Ele ficou em silêncio depois disso, e Molly tentou pensar em alguma coisa para dizer. — Eu estava indo para casa e... — Eu adoraria entrar. — Ele respondeu rapidamente, sorrindo mais amplamente. Merda. — Oh, Eu-eu tive uma longa noite na verdade, — Molly se atrapalhou. — Eu vou capotar no minuto que chegar. Michael riu, suas bochechas corando. — Eu entendo completamente; você se importaria que eu te acompanhasse até a sua casa, pelo menos? Sempre o cavalheiro. — Claro, — ela respondeu, assentindo. Conforme caminhavam, atualizaram um ao outro sobre suas vidas. Era fácil falar com Michael agora, especialmente sem nenhum sentimento de atração. — Eu posso vê-la trabalhando no Louvre! Esse é o seu trabalho dos sonhos, — ele disse depois que ela contou sobre a potencial viagem. Ele passou um braço sobre seus ombros conforme eles caminhavam, puxando-a mais perto. — Eu estou tão orgulhoso de você. — Obrigada Michael. — Eu, uh, na verdade queria te perguntar uma coisa, — ele disse, limpando a garganta. — Eu tenho um jantar de caridade para a NFL... É para ajudar crianças com deficiências;

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estamos arrecadando dinheiro para que participem de um acampamento de futebol, e estava pensando se você não gostaria de ser minha acompanhante. — Michael, — ela começou, balançando a cabeça. — Eu não sabia se você ainda estava com aquele cara... — Eu ainda estou saindo com ele, — Molly respondeu, querendo prevenilo de qualquer rejeição adicional. — Eu sinto muito. Quando eles estavam chegando perto do seu apartamento, Molly viu um carro preto esperando do lado de fora. Seu coração parou quando uma figura alta saiu; ela reconheceria aquela estrutura musculosa e cabelos escuros em qualquer lugar. Ela encarou Michael e apertou sua mão. — Boa noite Michael. Obrigada por me trazer em casa. Michael deu a ela um abraço e um breve beijo na bochecha. — A qualquer hora. Ótimo encontrar com você, Mols. Ela esperou até que ele chegasse ao fim da quadra antes de se aproximar de Tensley. — Os negócios demoraram mais do que o esperado, — ele começou quando a viu. — Como foi? Molly viu uma mancha na mandíbula de Tensley quando ele pisou na luz no lobby do seu prédio, e o sangue drenou de suas extremidades. Batom. — Você tem algo aqui, — ela disse friamente, apontando na direção geral da mancha. A testa de Tensley enrugou e sua mão foi para a afiada linha do maxilar, em seguida, trouxe os dedos manchados de vermelho a vista. A boca dele abriu, mas ela já tinha subido os degraus do seu prédio e estava pegando suas chaves. — Molly, espere!

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— Quer saber, Tensley? Tenha uma ótima noite. Volte para quem quer que estivesse com você ao invés de aparecer no meu evento e continue – oh, e lembre-se de usar proteção. — Molly, — ele repetiu, seu calor corporal aquecendo suas costas. Ela tentou bater à porta, mas ele era forte demais e apenas empurrou-a de qualquer maneira. — Só me deixe em paz, está bem? — Me escute, Molly, — ele disse quando ela disparou escada acima e entrou no seu apartamento. Ela jogou seus livros e bolsa na cama e puxou as cortinas com babados, olhando para o veículo partindo em marcha lenta. Seu coração quebrou quando o carro partiu. A porta da frente abriu e fechou de novo. Ela imediatamente virou, uma careta no seu rosto quando encontrou Tensley em seu terno bem passado, de pé na sua sala de estar. Ela avançou em direção a ele. — Você não pode simplesmente entrar aqui! — Então que tal você consertar sua maldita fechadura? — Ele gritou, seu próprio aborrecimento vindo à tona, junto com seu lado demoníaco. Ela zombou dele e virou-se. Como você se atreve? Ela queria gritar, mas não o fez. Ela não suportava olhar para ele, para seu olhar escuro e ardente ou a maneira que sua mandíbula era macia e dura e seus lábios tão cheios que eram comestíveis. — Eu entendo que você não se sinta atraído por mim. — O quê? Ela olhou de volta para ele. — Bem, você disse a Pearce que loiras não são o seu tipo e você não quer ter intimidade comigo então... — Porra, Molly! Eu disse isso para que ele recuasse. Ele gosta de fazer jogos mentais e eu não quero que ele foda com a gente, — ele disse, sua voz alta vibrando pelo cômodo.

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Um vizinho bateu na parede, mas nenhum dos dois prestou atenção. Ela olhou para ele. — Como supostamente eu deveria saber disso, Tensley? Huh? Você é tão fechado e temperamental. Eu não entendo. Eu só quero ajudá-lo, o que é tão difícil de entender? Eu só quero entender o que está acontecendo dentro da sua cabeça! — Eu estou muito estressado, okay? Com tudo o que está acontecendo, encontrar Lex antes que os caçadores a matem, mais dos meus homens desaparecendo por causa dos fodidos caçadores... Eu estou estressado sobre administrar Scorpios, sobre todos respirando no meu pescoço. Cada membro de Scorpios esperando que eu foda tudo, e estou estressado para garantir em mantê-la segura e protegida. Eu só estou estressado, Molly, — ele disse, sua voz começando alta e clara e acabando quase num sussurro. — E porra, eu sei que estou descontando isso em você. Você é minha maior prioridade, minha principal preocupação, e não estou lhe falando as coisas porque não a quero se preocupando com isso. Molly encarou o homem, seu corpo tremendo de raiva. Ele estava tão sobrecarregado que ela sequer conseguia envolver sua cabeça em torno disso tudo. No entanto, ele não podia sequer imaginar a ideia de que talvez, apenas talvez, ela quisesse ajudá-lo a carregar tudo isso. Ela suspirou, resignada. Ela ficou em silêncio por um segundo, olhando para ele, através dele, e ele fez o mesmo, perfurando sua alma com seus olhos profundos e escuros. Molly engoliu e acenou para o seu colarinho manchado. — De quem é isso então? Tensley suspirou. — Evelyn Rose, a mulher que você viu na festa. — Ele pausou, esfregando sua testa enrugada. — Nós costumávamos nos ver. Era apenas um arranjo entre nós dois. Ela me dava o que eu precisava, e em troca eu retornava o favor quando ela precisava. Isso durou por muito tempo, e acho que ela começou a ficar possessiva sobre mim. Molly não conseguia esconder como suas feições caíram, junto com o seu estômago. — Oh...

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— Ela está no passado agora, Molly. Eu não a quero mais. Ela me enganou hoje depois da reunião, disse que tinha informações sobre Lex porque sabia que isso iria pegar minha atenção. Acontece que ela mentiu, e tentou me seduzir para fodê-la. — Ele observou atentamente sua reação. — Eu a joguei contra a parede no minuto em que tentou isso. Espero que isso mostre a você meus sentimentos sobre os avanços dela. Ela escaneou a forma rígida dele e deslocou-se em seus pés, mordendo seu lábio inferior. — Você teve sentimentos por ela uma vez, entretanto? Quando vocês dois estavam juntos? Tensley a encarou de volta, sua boca firme, uma linha reta. — Não, Molly. Nunca. Demônios não sentem, nós fodemos. Ela se encolheu com aquilo, e as sobrancelhas de Tensley franziram. —O que eu quero dizer é, não é natural para demônios terem pensamentos afetivos ou amorosos. Fomos feitos e condicionados a destruir, e é tudo que já conheci. Violência. Raiva. Desejo. Isso é tudo. Ela colocou as mãos nos quadris, tentando mostrar confiança, mas não sentia isso – não quando eles estavam discutindo sobre amantes passados. — Então você a rejeitou? — Sim! — Ele gritou, passando a mão violentamente pelo cabelo. — Eu estou enlouquecendo por não te tocar, — ele continuou mais suavemente, soando incomodado. Ela piscou. — Então faça algo a respeito disso. Sem um aviso, Tensley a bateu na parede e mergulhou direto em sua boca, sua língua acariciando a dela gentilmente num primeiro momento, então selvagenmente. Ela gemeu no beijo, necessitada e desesperada por mais. Seus quadris moviam-se em seu próprio ritmo, moendo contra a ereção dele enquanto suas mãos agarravam a cintura dela ainda mais apertado, dedos cavando em sua pele quase dolorosamente, mas ela amou isso. Ela queria mais.

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— Lembre-se, — ele disse sem fôlego no seu ouvido antes de beliscá-lo. — Você não pode me quebrar. Apenas deixe ir. Ela sorriu enquanto enterrava as unhas tão profundas em sua carne que o fez gritar. A emoção de ser ela mesma, de finalmente não se segurar, a fez tonta e bêbada pelo poder, força e confiança. Molly lambeu o lábio inferior dele lentamente e o bebeu, seus olhos tão famintos quanto os dele. — Talvez eu queira que você me quebre. Um silvo gutural escapou da boca dele. Ele se curvou, escavando seu traseiro, e a carregou para o sofá. Ela podia sentir a mão dele deslizando para cima, por baixo da sua saia, e agarrando sua carne nua, apertando sua nádega com força. Cada um dos longos dedos dele enredou-se em sua própria pele suave fazendo seus nervos arder. Sua outra mão espalhou-se debaixo da sua blusa, sobre o seu estômago, cobrindo um seio por cima da sua regata de cetim e beliscando com força seu mamilo direito. — Oh deus, Tensley, — ela disse na sua boca. Ele abaixou seus lábios para a garganta dela e beliscou uma veia pulsante, continuando a agarrar sua bunda. Um duro tapa e ela ofegou, estremecendo em seu abraço apertado. A ereção dele cutucou sua calcinha e ela não podia evitar, mas balançar contra ele, sentindo a dor crescer entre suas pernas. — Você quer meu pau dentro de você? — Ele perguntou, suas palavras a fazendo tremer contra ele. — Por favor, Tensley. Os dedos dele passaram por cima da calcinha dela e encontraram sua excitação. — Porra, Molly. — Ele parou e a deitou no sofá, aninhando-se por entre as coxas dela. Ele apoiou as coxas dela em seus ombros e olhou pra a calcinha coberta de sua luxúria. Ele deslizou um único dedo no ponto molhado e ela grunhiu, arqueando suas costas. Sua

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outra mão manteve sua barriga para baixo. — Já teve sua boceta comida, Ciccia? Ela freneticamente balançou a cabeça conforme ele continuava passando um dedo entre suas pernas num ritmo tortuosamente lento. — Bom. Eu quero ser o primeiro a prová-la. — Ela não precisava ver o seu rosto para saber que ele estava sorrindo. Ele enganchou a calcinha com seu indicador e deslizou-a para o lado, expondo seu sexo úmido para ele. Seu dedo moveu-se novamente, para frente e para trás, deixando-a ainda mais molhada. — Você pode ficar quieta, dolcezza? — Hmm? — Essas paredes são finas como papel; eu ouvi seus vizinhos fodendo da última vez. Eu não quero que eles te ouçam. Seus clamores são só para mim, — ele disse, carrancudo. Ela assentiu desesperadamente. — Por favor, — ela disse ofegante, esticando-se, movendo sua pélvis na direção dele. Ele riu. — Você pediu por isso. — Sua cabeça escura desceu entre suas coxas e ela engasgou com a primeira lambida. Foi lenta e suave, agitando o calor em sua barriga. Ela pressionou sua mão na cabeça. — Você tem um gosto tão doce, — ele disse, a voz pingando com desejo. Suas lambidas ficaram mais profundas, e ele deslizou um dedo gentilmente dentro dela. Então a besta saiu para brincar, e Tensley beliscou, sugou, e lambeu seu sexo fervorosamente. Os dentes dele puxaram gentilmente o clitóris de Molly e um tremor desceu rolando sua espinha até seus dedos do pé curvados. Ela agarrou o cabelo dele, puxando, empurrando, incapaz de impedir a si mesma de gritar. — Não pare, oh Deus, não pare. Bem aí!

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Tensley ouviu, mas ela duvidava que parasse mesmo que ela pedisse. Ele estava investido demais em degustá-la, explorando-a com dedos calejados e uma língua forte. — Está tudo bem, dolcezza. Apenas deixe ir. Eu tenho você, — ele disse entre sugar e lambê-la profundamente. Ela estava tão perto, cegamente perto. Aos seus clamores desesperados, Tensley ficou mais vicioso, seu plano evidente. Ele queria ganhar esse orgasmo dela. Ele queria isso quase mais do que ela – e ele iria buscá-lo. — Tensley, eu não posso, eu não posso, eu vou, oh Deus, Tensley! — Ela arqueou as costas, gritando enquanto o prazer a consumia. Ela colapsou de volta no sofá, sem ar e gasta e brilhando. Quando ele sentou, sugou seus dedos e sorriu para o estado exausto dela. Ele agarrou seu corpo e embalou-a no seu peito musculoso, ainda escondido em sua apertada camisa de botões branca. Ele escovou o cabelo suado do seu pescoço, beijando sua boca escancarada. — Tensley, — ela disse suavemente, olhando para ele. — Eu não acho que consiga caminhar. Seus escuros olhos cintilaram e ele se inclinou para acariciála, deixando leves e suaves, gentis beijos das maçãs de suas bochechas, à ponta do seu nariz, até mesmo seus olhos com pálpebras pesadas. Quando sua boca vagou pela garganta dela, seus lábios escorregando suavemente pela carne macia, ela estremeceu contra o seu calor. — Aqui é onde eu vou morder, — ele sussurrou na sua pele e beliscou suavemente então ela choramingou. — Para reivindicá-la e acarinhar e devorá-la. O toque do celular dela encheu a sala quando ele espalmou sua bunda esmagando-a nele.

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— Não atenda, — Tensley disse. Ela procurou o topo da mesa e encontrou o celular, lendo a identificação da chamada enquanto Tensley salpicava mais beijos pela sua garganta. — É Stella. — Largue o telefone. — Tudo bem, mas só porque você me deu um orgasmo incrível. — Ela envolveu seus braços ao redor do pescoço dele conforme o toque parava, pressionando seus lábios inchados nos dele. — Incrível, hein? — Ele disse entre seus beijos. — De tremer a Terra, de mudança de vida? Qual é, me dê uma pista. Molly deu risadinhas. — Isso foi... Legal. — Legal? — A boca de Tensley caiu aberta. —Eu vou lhe mostrar legal... O celular de Molly tocou de novo, e ela leu a tela. — É Stella de novo. Eu tenho que atender isso – Alô? Stella? — M - Molly? Ela mal conseguia ouvir a voz de Stella pela batida da música. —Onde você está? — Eu não sei. Pearce me trouxe para uma festa, mas eu não sei onde é. — Pearce levou você para uma festa? Tensley franziu a testa. — Na Dez’s? Molly lembrou do convite mais cedo de Pearce para uma festa de demônios. — Oh, okay, apenas fique onde está. Eu vou buscá-la. Você está em segurança? Stella tossiu fracamente. — Eu me sinto engraçada. Eu mal posso me mover. Ela fechou seus olhos com força e respirou profundamente. — Okay, fique onde está. Nós estamos indo buscá-la.

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Molly desligou e saltou aos seus pés, seus joelhos como gelatina. Ela pegou sua bolsa na mesa da cozinha e um casaco no seu quarto, e então notou que Tensley não se mexeu. — Pearce levou Stella para aquela festa de demônios e ela não parece bem. Tensley olhou para ela. — Você quer dizer a cadela que me ameaçou com os sapatos Gucci? Molly o encarou. — Ela não é uma cadela. Você vem ou não? Tensley zombou. — Você tem que estar brincando comigo. Molly colocou o casaco e saiu, batendo a porta tão forte que as paredes tremeram. Quando ela pisou na rua escura, Tensley apareceu ao seu lado. — Você não sabe para onde está indo, — ele disse simplesmente. — Eu vou chamar Illya. Ele me ajudaria em um segundo. Tensley agarrou seu cotovelo, impedindo-a de andar rápido. —Não fique com raiva de mim. Eu não gosto disso. — Então não me irrite, — ela jogou de volta, seus olhos lutando com os dele. Tensley ficou em silêncio por um longo momento antes de ir à direção oposta. — Vamos lá. Eu sei onde é. — Oh, então você decidiu que vai ir? — Molly estalou conforme o seguia. — Eu não vou deixar você ir lá sozinha. Você é minha prioridade número um, lembra? — Ele disse sobre seu ombro, totalmente natural. Molly olhou para a parte de trás da sua cabeça, carrancuda, enquanto um pouco da sua irritação derretia.

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CAPÍTULO 16

A casa estava barulhenta quando Molly se aproximou com Tensley pela rua decadente. — Por que Pearce viria aqui? — Molly perguntou, olhando para o completo oposto do que ela esperava. A festa demoníaca da qual ela participou era formal e elegante; a casa em frente a eles parecia que deveria ter sido demolida há dias. Alguns homens cambaleavam na frente, rindo bêbados, e seu instinto lhe disse que algo estava muito errado. — Porque nós conhecemos Dez. Ele é um fornecedor de Scorpios — disse Tensley, seu passo decidido e rápido. Ele se referia aos negócios e ela se sentia mais segura com ele do lado dela. Molly franziu a testa. — Que suprimentos? Os ombros de Tensley enrijeceram. — Drogas e familiares. Ele tem conexões com todos e pode conseguir o que você quiser rapidamente. Em suas festas, ele gosta de vender coisas valiosas não oferecidas a Scorpios - um negócio clandestino, se você quiser. — Você já veio a essas festas? — Ela perguntou, os olhos se estreitando em suspeita. — Quando eu era adolescente. Não era fora do comum para um demônio de classe alta vir a uma delas. Como Pearce e eu éramos superiores, eles nos tratavam como deuses — disse

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ele, com uma expressão de repugnância em sua voz profunda. — Eu mandei uma mensagem para Illya. Ele vai nos encontrar aqui. Ela simplesmente balançou a cabeça, sua língua como uma laje pesada e seca em sua boca. Ela precisava encontrar Stella - a voz de sua amiga soava tão perturbada ao telefone, tão assustada, e Stella Vanderbilt nunca tinha medo. Molly ficou perto de Tensley quando entraram no sobrado no extremo norte do Bronx. Alguns foliões perdidos enchiam os degraus da frente, intoxicados demais para funcionar. Quando Molly entrou, um cheiro forte de fumaça e maconha impregnou o ar e ela prendeu a respiração. A multidão era densa, corpos se moldando uns aos outros. Luzes piscando e cegando Molly enquanto ela segurava a parte de baixo da jaqueta de Tensley. Não era muito diferente das outras festas que ela tinha ido, mas tinha que se lembrar de que esta não era uma multidão comum. Ela não podia perder o controle sobre seus poderes ou arriscaria expor o que era. Alguém bateu na bunda de Molly - forte. Ela colidiu com as costas de Tensley e se virou para o bastardo arrogante que a tocou. — Hey boneca — ele arrastou, atingindo o braço dela. Oh filho de uma... Tensley estendeu a mão e segurou o babaca pela garganta. — Se você tocar minha garota de novo - se você olhar para ela de novo - vou te engolir e dar suas bolas sem valor para os corvos comer — ele disse, feromônios de agressividade exalando dele. — Sr. Knight, eu-eu não sabia — o sujeito gaguejou, empalidecendo quando Tensley o empurrou de volta para a multidão que se aglomerava. — Venha aqui, — disse Tensley em seu ouvido e agarrou seus quadris, movendo-a na frente. Eles estavam pressionados tão perto, suas mãos nunca deixando seus quadris enquanto atravessavam a multidão.

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Molly examinou a festa por um flash do cabelo ruivo de Stella, mas não conseguiu ver a amiga em lugar nenhum. — Vamos tentar lá em cima, — continuou Tensley, sua respiração roçando o pescoço de Molly enquanto ele os guiava pela escada. Ela subiu primeiro, Tensley logo atrás. Era muito menos barulhento no andar de cima, e Molly respirou fundo enquanto estudava as quatro portas fechadas diante deles. — Eu vou olhar aqui, você começa por lá — Molly instruiu, pegando a primeira maçaneta. Lá dentro, uma garota seminua montava um cara na cama, e os dois gritaram quando a luz do corredor se infiltrou. Molly fechou a porta rapidamente e foi até a porta seguinte. O próximo quarto estava silencioso e escuro enquanto ela olhava em volta. Quando estava prestes a sair, um gemido veio debaixo da cama. Molly parou. — Stella? Soluços encheram o quarto e Molly se abaixou para ver Stella esparramada debaixo da cama. — Oh meu Deus, Stella — disse Molly como ela puxou sua amiga e ajudou-a a sentar no colchão. A camisa de Stella tinha sumido, expondo seu sutiã de renda, e Molly rapidamente tirou o suéter e o colocou sobre os ombros de Stella. —O que aconteceu? A cabeça de Stella caiu e quando Molly segurou seu rosto, seus olhos estavam vidrados e distantes. Alguém a havia drogado. A porta se abriu e um cara com um cabelo estranho entrou, seu zíper desfeito. — Olha o que temos aqui, a puta humana trouxe uma amiga. — Ele riu. — Ficaríamos ricos se leiloássemos vocês duas. Nos leiloar?

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Molly se levantou, cerrando os punhos. — O que você deu a ela? O cara a examinou devagar, lambendo os lábios. — Alguma beladona. Quer um pouco? Molly se encolheu, sua visão embaçada. Beladona, a mesma droga que Abaddon usara nela. Ela se virou tremendo para agarrar Stella, mas o estranho pegou seu antebraço. — Fique de joelhos, boneca. Vamos nos divertir um pouco juntos. Ela cravou as unhas no pulso dele e ele gritou quando ela afastou a mão dele. — Não me toque. Com um rosnado bestial, o homem agarrou o rabo de cavalo de Molly, sua mão livre envolvendo sua garganta. — Você quer jogar duro, querida? — Foda-se, — ela soltou, tentando arranhá-lo para tirar a mão esmagando suas vias respiratórias. Uma vez que pontos inundaram sua visão, Molly relaxou os ombros, canalizando os raios e trovões escondidos lá no fundo para que pudesse retaliar. O esmagamento dos ossos dele sob as pontas dos dedos dela encheu a sala, junto com seu grito brutal. Ela bateu a testa na dele e viu quando ele desabou, inconsciente, no chão. Molly soltou um suspiro e esticou os dedos, a adrenalina desaparecendo rapidamente de suas extremidades. A porta se abriu e Tensley entrou correndo, parando imediatamente ao ver o homem e Molly. Seus olhos percorreram Molly enquanto ela recuperava o fôlego. —Você está machucada? — Estou bem, mas você está atrasado — disse ela, inclinando-se sobre a forma encolhida de Stella na cama. Tensley se moveu para o outro lado de Stella, embalando-a em seus braços como se ela pesasse nada. Stella murmurou, seus olhos vibrando por um segundo antes de fechar novamente.

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— Ele disse que lhe deu beladona — Molly disse a Tensley quando saíram do quarto. — E pelo que eu posso ver, deram-lhe muito, porra. Ela está perdendo a consciência — disse ele. O coração de Molly bateu com força quando desceu a escada e atravessou a multidão, e eles estavam quase fora de casa quando alguém chamou sua atenção. Pearce estava com alguns homens e uma garota de cabelos roxos na cozinha bagunçada, e ele sorriu de prazer quando Molly avançou na direção dele. — Olha quem... — Que diabos há de errado com você? — Molly gritou, tremendo de vontade de bater nele. A testa de Pearce se levantou, mas ele riu. —Onde está meu amigo? A raiva de Molly se acendeu ainda mais. — Você é doente. Você trouxe minha amiga para cá só para drogá-la e deixá-la com estranhos? Os olhos claros de Pearce obscureceram e seu peito arfou ao se aproximar de Molly. — Ela queria diversão; Eu lhe dei. Ela estava muito tensa, então ofereci a ela um pouco de beladona para relaxá-la. O sangue de Molly ferveu. — Seu idiota. — Relâmpago correu por sua espinha, espalhando-se para os dedos dos pés e das mãos. Ela queria acabar com ele, queria espancá-lo até que suas feições não fossem mais reconhecíveis, até que ele fosse um vegetal estúpido. Pearce enrijeceu a mandíbula, não mais brincalhão. — Cale a boca agora, humana, se você sabe o que é bom para você. — Me chame de humana mais uma vez, — disse Molly, vibrando com o poder. Ela estava tão perto de revelar sua natureza daemon, tão perto, mas sequer se importou.

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Pearce bateu as duas mãos de cada lado da cabeça de Molly, prendendoa em um canto da cozinha. — Eu não tenho certeza se ainda posso manter minha promessa a Tensley, você está apenas pedindo para que eu te ensine algum respeito. Tensley de repente saiu do nada, empurrando Pearce para fora do caminho e agarrando Molly pela cintura. — Cai fora, Pearce. A raiva de Pearce vacilou. — Saiam da minha frente agora - vocês dois. Tensley puxou Molly para fora da casa, tensão ondulando em suas costas. — Nunca faça isso de novo — ele repreendeu uma vez que estavam do lado de fora. — Foi muito perto. — Ela não se incomodou em discutir. O ar frio atingiu sua pele quente e ela viu Illya segurando a forma inerte de Stella. Tensley não perdeu tempo passando por ela e segurando Stella em seus braços novamente. — Vamos lá. — Hey, — sussurrou Illya, esfregando o ombro de Molly enquanto caminhavam. — Eles a drogaram, Illya, — ela sussurrou baixinho, passando as mãos pelo cabelo emaranhado. — Eles iam fazer Deus sabe o que a ela. — Ela apertou a palma de sua palma à boca para não gritar. — Provavelmente, vendê-la pelo maior lance, — Illya respondeu calmamente. — Eles usam humanos nessas festas. A maior parte do tempo eles são vendidos para demônios de alta classe que querem alguém com quem brincar — disse ele. — Alguns demônios fazem isso por fora para ganhar dinheiro. O batimento cardíaco de Molly parou. — Como… Tráfico humano? Illya assentiu. O estômago de Molly se contorceu com o pensamento repugnante. Se eles não tivessem chegado a tempo...

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Molly acelerou até que ela estava ao lado de Tensley e podia ver o rosto de Stella claramente. — Oh meu Deus, seus lábios estão azuis, — disse ela, puxando sua jaqueta para detê-lo. Tensley olhou para baixo. — Ela provavelmente está tendo uma overdose. Porra! Molly começou a chorar, afastando o cabelo de Stella da testa úmida. — Tensley, você tem que ajudar. Por favor. Tensley olhou para sua a noiva e engoliu visivelmente. Ela sabia o que estava pedindo, mas isso não importava. Agora não. Tensley apertou a mandíbula e colocou Stella sobre seus pés oscilantes. Seus braços envolveram a cintura dela, puxando-a contra o seu corpo. Ele não estava beijando-a, apenas acariciando seus braços. —Tensley, exclamou Molly. — Isto não é suficiente. Seus olhos escuros perfuraram através dela e ele expirou. Sua cabeça desceu, seus lábios se abrindo sobre Stella. Molly cerrou sua blusa. Ela não queria isso, mas ele precisava fazer. Ele tinha que curá-la. Tensley desviou o olhar, os lábios se afastando de Stella. — Illya. Illya se endireitou, mas depois de uma breve hesitação, ele se aproximou e tirou Stella dele, enquanto Tensley avançou em direção a Molly. Illya passou os dedos pelos cabelos ruivos de Stella inclinando seu pescoço. Lentamente, ele salpicou beijos suaves ao longo de sua bochecha, chegando ao queixo. Stella gemeu depois de alguns segundos e começou a se mexer. Ele a abraçou, absorvendo a beladona remanescente no sistema de Stella através de sua pele. — Uhh — Stella gemeu e moveu a cabeça se inclinando contra o ombro de Illya. Ele esfregou seus braços para cima e para baixo, seu corpo totalmente colado ao dela, quase como se

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fosse para aquecê-la, mas ela sabia que ele estava realmente absorvendo a droga através de sua pele. O som de sua boca batendo na pele dela e os gemidos de Stella ecoaram na rua vazia e escura. Stella de repente levantou a cabeça e virou para que seus lábios se encontrassem com os de Illya. Seus dedos cavaram em seus braços e ele recuou, ofegante. Stella, saindo do torpor induzido por drogas, olhou de volta para os lábios inchados e olhos selvagens de Illya. — Você está bem, — disse Illya quando se separaram, enfiando uma mecha vermelha solta atrás da orelha. Stella não conseguia parar de olhar para ele. — Eu me sinto engraçada. Molly se aproximou e tocou o ombro de Stella. — Vamos levá-la de volta ao meu apartamento, ok? Stella assentiu distraidamente, o olhar nunca saindo de Illya. —Ok… — Eu juro, ele é como criptonita para todas as minhas amigas — Molly sussurrou no ouvido de Tensley quando eles decolaram em direção ao seu prédio. Tensley sorriu ironicamente para Molly e passou um braço pela cintura dela. — Nós geralmente temos esse efeito.

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CAPÍTULO 17

Tensley e Illya sentaram-se no sofá enquanto Molly ficou com Stella no quarto de September. Illya remexia no bolso do casaco, preguiçosamente procurando alguma coisa só para encontrar lenços de papel, e finalmente, ele se acomodou em suas mãos juntas entre as pernas abertas. — Você se sente bem? — Tensley perguntou preocupado, observando o olhar desfocado de Illya. — Apenas um pouco drenado. Eu não tive um golpe de beladona tão forte por um tempo, — ele disse, arrastando uma mão pelo rosto. — O que eles deram a ela me derrubaria também. Tensley sorriu maliciosamente. — Pelo menos, vai relaxá-la por um tempo. Illya caiu de volta em sua poltrona e olhou. — Um pouco demais. Tensley encostou a cabeça na parede em ruínas e olhou furioso para o apartamento de Molly. Ele não gostava que ela morasse aqui - não quando a maldita porta dela estava aberta para qualquer um. Ele pegou alguns caras universitários verificando-a enquanto ela atravessava o corredor. Ele compraria uma fechadura nova para aliviar seus nervos. Excluindo a questão da segurança, era uma área pobre para se viver.

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— Como está a boca grande? — Tensley não gostava de falar sobre o relacionamento estranho de September com Illya, mas ele queria focar em outra coisa. Illya esfregou a testa enrugada. — Ela disse que prefere não sair com um demônio. — Ele deu de ombros, como se entendesse completamente a decisão de September. Tensley olhou furioso para o amigo. — Você está falando sério? Que... — Illya era um tipo raro de pessoa - demônio, e September era cega. — Bem, sua maldita perda. Podemos conseguir algo melhor que a boca Grande. Illya sorriu cansado. — Ou talvez ela só precise de tempo. Tensley gemeu. — Esta mulher te pegou pelas bolas. Ao som da porta de Molly, Tensley se levantou. Illya conseguiu ficar de pé, descansando a palma da mão na mesa. — Como ela está? — A testa de Illya franziu. Molly cruzou os braços embaixo do peito e se aproximou. — Ela vai ficar bem. Eu vou ficar com ela hoje à noite, para que não esteja sozinha quando acordar. Seu peito se contorceu com o quão trêmula sua voz estava. — Bom, deixe-me saber se você precisar de alguma coisa, — disse Illya, esfregando o ombro de Molly. Ela sorriu fracamente para ele. Tensley não desviou o olhar enquanto ela fitou o chão. Ele esperou até que Illya fechasse a porta e se aproximou. — Eles a drogaram, Tensley — ela sussurrou e limpou debaixo do nariz. — Ela disse que não a tocaram, mas a intenção estava lá. Eles iriam vendê-la pelo maior lance e depois? Eu nem quero pensar no que fariam com ela. Ela estava tão fraca quando a encontramos, ela não teria sido capaz de revidar.

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Tensley engoliu em seco. — Nós não somos todos como eles. Seus olhos subiram, molhados e vermelhos. — Promete? — A maneira como seus lábios tremiam, sua determinação quando ela piscou de volta o calor arrastou uma faca através de seu peito. — Prometo. — Ele respondeu honestamente. Um sorriso de olhos marejados agraciou seus lábios e ela se inclinou e o beijou lentamente. Seus lábios macios tinham gosto doce e salgado e ele bebeu através deles. Seu sorriso quebrou enquanto seus dedos traçavam ao longo de sua mandíbula. — Pearce perdeu o coração? Como seu irmão? As sobrancelhas de Tensley franziram. — Não. Algumas pessoas só nascem desse jeito. Seus olhos encontraram os dele, segurando uma profunda tristeza. — O que há de errado com ele então? Tensley segurou suas bochechas. — Ele é o que um demônio deveria ser, mas não está mentalmente bem. Apenas fique longe dele por enquanto. O jeito que ela olhava para ele, tão confiante e pura e ao mesmo tempo como se estivesse o despindo - ele sabia que tinha que dizer algo para manter uma distância entre eles. Ele pensou em Beau, em seus erros, em suas maldições, e soube que não poderia se deixar cair ou perderia seu coração. Controle, ele precisava estar no controle de si mesmo e dela. Ela não poderia chegar perto demais ou ele perderia o controle de si mesmo. Tensley lembrou como ela parecia ao lado daquele homem fora de seu apartamento, confortável e sorrindo para ele como se fosse o único a pendurar as estrelas. Ele tinha visto o homem antes - Michael. Ele era o tipo de homem que daria tudo o que ela queria. Tensley o desprezava porque queria ser esse homem, mas sabia que não podia. Ele nunca seria bom o suficiente.

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Ela saiu de seu abraço, mas parecia mais do que isso. — Boa noite, Tensley. Ele a observou voltar para o quarto dela e assim que ela fechou a porta, ele saiu. Ele entrou no banco de trás do carro e olhou para a janela escura. Se qualquer outro demônio chegasse a se quer tocar um fio de cabelo na cabeça de Molly, ele começaria uma guerra sangrenta.

***

— Acho que queimei a torrada — resmungou Stella no balcão da cozinha, no roupão de Molly. Molly olhou por cima do ombro para o pão preto e fez uma careta. — Eu vou abrir as janelas. Stella tinha acordado uma hora antes, estranhamente calma, e estava se movendo pela cozinha como um fantasma a manhã toda. Stella se acomodou em uma cadeira e descansou a cabeça entre as mãos, enquanto Molly colocava duas fatias de pão na torradeira. Ela precisaria comprar mais mantimentos em breve, e esperava que tivesse dinheiro suficiente para outro pão. — Eu deveria ter seguido meus instintos — disse Stella. — Mas ele queria me levar para jantar e alguns de seus amigos apareceram e todos pareciam tão legais. E então, quando ele percebeu que eu estava nervosa, ofereceu algo para aliviar a tensão. Molly apertou as mãos trêmulas de Stella. — Stella, não foi sua culpa. — Eu nunca deveria ter tomado o que eles me deram. Eu sou tão estúpida, — ela disse fracamente.

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Molly sentou-se e olhou-a diretamente nos olhos. — Você não é estúpida, e eu juro por Deus, se encontrar alguma dessas pessoas novamente, vou fazêlas pagar. Stella fungou e bebeu um pouco do suco de laranja. — Eu sei... — Stella engoliu e inclinou a cabeça para trás, lutando contra as lágrimas. — Eu sei que não digo isso nunca, mas realmente agradeço muito a você. Não conheço muitas pessoas que fariam o que você fez por mim na noite passada. A garganta de Molly ficou seca. — Eu nunca abandonaria você, Stella. Especialmente não na noite passada. — E eu não posso acreditar que beijei o outro amigo de Tensley. Ugh! — Ela enterrou o rosto nas mãos e gemeu. — Illya? — Sim. Molly abriu a boca, mas a porta da frente se fechou e ela se virou para ver September entrando. Illya seguia atrás, o rosto ainda sem cor, mas parecendo um pouco mais desperto do que na noite anterior. — Estou de volta, garotas! Olha quem eu encontrei vadiando do lado de fora do nosso apartamento! — September jogou a mochila no chão e se aproximou, balançando a cadeira para se sentar em frente a elas. — Não sabia que você estava no nosso apartamento de segunda mão, Vanderbilt. Os olhos arregalados de Stella estavam colados em Illya, mas assim que September falou, ela encontrou o olhar de September. —Não, eu amo coisas de segunda mão, só não as suas conexões de segunda mão — disse Stella, sorrindo dolorosamente brilhante. September pegou um pedaço de torrada de Stella e deu uma mordida. — Eu vou só ignorar sua existência agora. Tchau Felícia. — September. — Molly bateu no braço dela.

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— O que? Stella levantou-se e tirou o roupão de Molly, entregando-o a ela. — Eu preciso encontrar Tina para o brunch. Eu te ligo mais tarde. Stella olhou para Illya, as mãos mexendo no cinto enquanto as bochechas coravam. — Sinto muito pela noite passada. As sobrancelhas de Illya dispararam. — Pelo quê? Stella estudou seus sapatos de verniz. — Por beijá-lo. — O que? — September disse, soltando o pedaço de torrada e olhando entre os dois, boquiaberta. Illya riu uma vez e sacudiu a cabeça. — Não se preocupe. Stella tinha uma expressão rara no rosto, uma de ternura. — Tudo bem então, te vejo por aí. — Espero que não — disse September, lançando uma onda de zombaria para Stella. Assim que a porta da frente se fechou, Molly se virou para September. — Isso foi necessário? September ergueu as mãos em sinal de rendição. — Eu acho que sim. E você, o que foi aquilo? — Ela disse, girando para encarar Illya. Illya engoliu em seco. — Eu estava checando-a. September cantarolou. — E por que você está checando Stella Vanderbilt? Molly cruzou os braços. —Ela teve uma noite muito difícil, ok? Dê a ela uma pausa. Uma ruga apareceu entre as sobrancelhas de September. — O que aconteceu? Molly esfregou os olhos e sentou-se; ela mal havia dormido, checando a cada meia hora para garantir que Stella ainda estava respirando. — Ela foi a uma festa com Pearce.

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— Pearce? — Perguntou September intrigada. — Um demônio psicopata que está hospedado com Tensley agora. Ele conheceu Stella aleatoriamente e deve tê-la convidado para uma festa demoníaca na noite passada. — Ooooh, isso não poderia ter terminado bem, — disse September, compreensão gravada em suas características. Molly sacudiu a cabeça. — Não, não terminou. Eles a drogaram com beladona, a mesma coisa que Abaddon me deu. Ela poderia ter morrido se não fosse por Illya e Tensley. September esfregou suas costas e encostou a cabeça no ombro de Molly. — Eu sinto muito, Mol. Eu quero ajudar... Talvez eu possa deixá-la me acertar alguns golpes? Você sabe, fazer ela se sentir poderosa? Molly cutucou sua melhor amiga do lado. — September. — Eu tenho boas notícias, no entanto. — Vocês duas vão se mudar deste apartamento? — Illya disse de onde ele se inclinou contra a bancada laminada barata. Molly mexeu o chá, observando as folhas soltas girarem ao redor. — Ha, ha. O que é, September? — Conheça seu novo feiticeiro, cortesia de sua vadia principal.

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CAPÍTULO 18

Molly entrou num pequeno prédio, espremido entre uma lavanderia e um restaurante chinês. Acima de uma porta preta pintada havia uma placa que dizia Unique New York. Quando ela entrou, percebeu rapidamente que era uma loja de música cheia de discos e instrumentos antigos, com corredores tão cheios que ela precisava andar de lado. Todo o dia no trabalho, ela pensara em encontrar Lance, mas não esperava que aqui era onde o lendário bruxo ficava. — Uh, olá? — Ela olhou para a caligrafia infantil de September para checar novamente o endereço. — Lance — ela gritou na pequena loja. Ninguém respondeu, mas Molly podia ouvir a música alta tocando na sala dos fundos. Ela suspirou e avançou, entrando em uma cozinha antiquada e bagunçada para encontrar um homem sentado de pernas cruzadas em sua mesa envelhecida, pernas dobradas ao ponto de quebrar. — Uh — ela começou, franzindo a testa com a visão. — Estou conjurando, — o homem cantou de volta. — Uh, bem. É importante? Ele simplesmente cantarolou de volta. Molly olhou para a loja caótica, debateu se deveria sair, mas se conteve. Não. Ela precisava encontrar Cree - agora. Ela tirou a tigela cheia de folhas molhadas da frente do homem.

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Seus olhos se abriram. — Isso foi uma atitude idiota. — Preciso da sua ajuda. Lance encolheu os ombros e ficou de pé. Ele era alto, magro e tinha trinta e poucos anos - não o que ela esperava quando ouviu o termo bruxo. — Quem é você? — Ele perguntou, suas sobrancelhas subindo. Ela ficou em silêncio, debatendo se deveria ou não responder honestamente. Ele não parecia perigoso, mas as aparências muitas vezes enganavam. — Recebi informações suas de um amigo, — disse ela, esquivando-se da pergunta. — Tudo bem... — ele disse, balançando a cabeça lentamente. Seu cabelo era na altura dos ombros, marrom escuro e bagunçado, e ele usava um gorro laranja e uma camiseta com as palavras Nova York sobre ela. Óculos escuros ocultavam seus olhos. — Você conhece os Caçadores de Orion? — Ela disse, cruzando os braços. — Os caçadores de Cree. — Ha, aqueles caras não sabem quando parar — disse ele, balançando a cabeça enquanto ria. Ele se inclinou contra a prateleira e alguns pratos caíram, mas isso não o perturbou. — Então qual é o problema? O que você precisa da minha ajuda? Caçadores te importunando? Tentando roubar sua propriedade? — Ele levantou a mão antes que ela pudesse responder. — Não diga nada! Deixe-me adivinhar. Molly não desperdiçaria seu tempo. — Eu preciso saber onde está Cree. Lance levantou três dedos. — Esse era o meu terceiro palpite. — Ele deu uma grande mordida em seu sanduíche meio comido e estalou o lábio bem alto. — Eu preciso encontrar Cree. Agora, — ela disse, sua voz severa.

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Lance engasgou com a comida e bateu no peito com o punho. —Tudo bem, tudo bem. Eu percebo que a paciência é uma qualidade que muitos não possuem. O problema é que Cree não quer ser encontrado agora. O rosto do homem está meio queimado — disse ele, apontando para o próprio rosto. — Eu ouvi dizer que a união não está fortalecida entre os caçadores ultimamente, de forma que poderia ser por isso também... Molly cravou as unhas na palma da mão, foi ela quem jogou aquelas brasas no rosto de Cree, marcando-o para sempre. — Shoot the Freak foi destruído, nenhum deles aparece mais no cemitério. Quando eles mostram seus rostos, é porque estão tentando me matar, então vou perguntar de novo - onde está Cree? Lance deu de ombros novamente. — Não sei, mas se eu o vir, direi que você está procurando por ele. Outro beco sem saída. — Obrigada mesmo assim — disse ela, virando-se para sair e contornando os CDs e discos espalhados pelo chão. — Ei, espere — ele chamou atrás dela. — Cree não saiu da cidade, isso eu sei. Você vai ver o rosto bonito que deu a ele em breve, tenho certeza. As sobrancelhas de Molly franziram. — Eu não sei o que você quer dizer... Ele sorriu largamente. — Claro que sim, foi você quem queimou o rosto de Cree com carvões. Eu sou um bruxo você não pode me enganar. Eu também sei que você é a daemon de Tensley Knight. Cuidado com ele; ouvi falar que demônios tendem a ser um pouco brincalhões. Molly olhou para o homem estranho e se virou, saindo da loja vazia. Sem qualquer ajuda do bruxo, ela teria que passar a noite inteira procurando por um sinal de Cree. — O que há de novo? — Ela murmurou para si mesma, virando o primeiro beco e por pouco perdendo uma garrafa de vidro quebrada no chão. — Ah merda!

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— Molly — veio uma voz escura em suas costas, profunda e melódica. Ela girou, reconhecendo o orador imediatamente. — Tensley? Ele a conduziu de volta para a calçada principal, os lábios cheios em uma linha tensa. — Nós precisamos conversar.

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CAPÍTULO 19

Tensley estava nas sombras da rua e se aproximou, seus olhos de obsidiana piscando estranhamente para ela. — Onde você vai? Ela olhou em sua direção. — Você está me seguindo? Ao som de sua irritação, Tensley se moveu rápido como uma víbora feita de sombras. Cada passo que ele deu fez seu coração bater forte enquanto ele avançava com passadas calmas e confiantes como se fosse o dono do mundo. — Eu estou te impedindo de ultrapassar o limite. Ela jogou as mãos para cima com uma risada amarga. — Que limite? Do que você está falando? — Eu não vou ficar de braços cruzados enquanto você se coloca em perigo — disse ele, sua voz firme. — Eu não estou em perigo. — Você está procurando pelo Cree. Você não está dormindo, não está comendo. Você está obcecada, assustada e agitada — disse ele, com a voz mais áspera a cada palavra. Ela balançou a cabeça. — Você não sabe de nada. — Então, September também não sabe de nada? September contou a ele? Molly rangeu os dentes. — Eu estou bem. — Sua voz trêmula não ajudou no seu caso, no

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entanto. — Eu sou uma menina grande, Tensley. Eu posso cuidar de mim mesma. — Ela girou e continuou pelo beco. Ele seguiu atrás dela, circulando para cortá-la. — Eu não me sinto confortável com você indo atrás desses selvagens. — Eu só quero encontrá-lo, ok? Eu quero parar de pensar que eles estão esperando do lado de fora do meu apartamento, ou que foram atrás de você... Eu só... eu quero fazer isso direito! — Molly, este não é seu fardo para carregar, — disse ele, sua voz profunda como seda contra a pele de Molly. Ela estremeceu, sacudindo a cabeça. — Não, Tensley, é. Eu estraguei tudo, coloquei nós dois em perigo. Eles ainda têm Lex e está me fazendo mal pensar em todas as coisas que podem estar fazendo com ela enquanto falamos... — Ela passou os dedos pelo cabelo. — Eu quero provar que você pode confiar em mim. Seu olhar inabalável penetrou nela. — Com o quê? Não dormindo, voltando para o seu apartamento machucada e espancada? — Ele respirou profundamente e suspirou, um pequeno sorriso aparecendo nos cantos de seus lábios deliciosos. — Você quer lutar, Ciccia? Então que tal você lutar comigo? Se meu pequeno daemon tiver algumas garras, prefiro que ela as use em mim. Ela se acalmou, estreitando os olhos com suas palavras. Ele levantou ambos os braços grossos, acenando com a cabeça para ela. — O que? Com medo da besta? — Suas feições sombrias pareciam mais ásperas à luz da rua enquanto um sorrisinho malicioso aquecia seus lábios. — Me machuque, querida. Ela não perdeu um segundo, empurrando o cotovelo só para ele se esquivar, apertar seu pulso e puxála contra ele. — Enferrujada? Ela pisou no pé dele e ele assobiou de dor.

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— Apenas aquecendo, querido — ela respirou, segurando sua mandíbula em uma mão. — Estou impressionado — disse ele, seu olhar nunca deixando o dela. O corpo inteiro dela pulsando com energia daemon, e qualquer demônio mais velho que uma criança sabia que ela poderia destruí-los com uma torção de sua mão, se quisesse. Mas ele não se moveu. — Mas deixe-me aquecê-la — disse ele, suas palavras retumbando através de seu corpo e para o dela como um terremoto. O antebraço dele pressionou contra seu pescoço esbelto e ele a moveu de volta para a parede de tijolos, um arrepio de pavor e desejo deslizou por sua pele. O hálito quente dele aqueceu a ponta do seu nariz, depois o topo da sua boca. Assustou-a quão próxima ela se sentia dele, quão bem ele podia lê-la. Ela deveria ter sentido perigo, mas tudo o que sentiu foi segurança. Eles estavam se explorando, aprendendo um com o outro - mente, corpo e tudo mais - e ela se sentia mais próxima dele do que de qualquer outra pessoa antes. Esse fato só a aterrorizou e emocionou. Confiança, Molly pensou. Ele está confiando em mim. Os dedos dele traçaram sua mandíbula rígida até uma cicatriz desbotada em sua bochecha, e ela viu suas feições ásperas suavizarem-se com curiosidade. Sua mão mergulhou, alisando a clavícula até os peitorais, e mais abaixo sobre seu abdômen esculpido. Ela o estava sentindo, sentindo seus músculos quentes e duros flexionados sob o toque estimulante, os bíceps protuberantes e a curva de seus quadris fortes e definidos. Ele respirava pesadamente pelas narinas enquanto os momentos passavam. Sua própria respiração engatou quando suas palmas ásperas e frias se afundaram debaixo de sua camisa, vagando sua barriga nua até o fundo de seu peito arfando preso em seu

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sutiã apertado. Eles se curvaram sobre os seios grandes e apertaram gentilmente a princípio, fazendo com que um gemido ofegante escapasse de sua boca enquanto ela cravava as unhas nos ossos do seu quadril. Ela podia sentir uma energia poderosa viajando entre os dois no contato. — Você sente isso? — Sua respiração ofegante ecoou em seus tímpanos zumbindo. Suas mãos deslizaram para sua espinha e a puxaram para mais perto. — Isso é o quão poderoso nós fazemos um ao outro. Ela ofegou contra o ombro largo dele, lábios entreabertos. Ele não estava mentindo; ele era Adônis, construído como um Deus da morte e destruição, e ela estava cercada por ele. Ela estava se apaixonando por um Deus, inclinada ao caos, e ela ansiava por ele como seu último suspiro. As mãos dele deslizaram para fora de sua camisa, mas ele não se afastou. Ele lentamente prendeu a respiração e ergueu o queixo dela, seu olhar pesado e afiado fixo nela. — Não olhe para mim assim. — Suas palavras eram afiadas e baixas, seu rosto tenso enquanto ele falava. — Assim como? — Como se quisesse eu te devorasse — ele assobiou. — Porque, querida, acredite em mim quando digo que não há nada que eu amaria mais do que te devorar completamente — ele terminou, sua voz ameaçadoramente baixa. Sua pele ficou vermelha e ela puxou o lábio inferior para a boca sedenta. — Eu adoraria. Seus olhos escureceram em um grau que ferveram suas entranhas e a fizeram apertar suas coxas. — Lembre-se que eu te avisei, Ciccia. Ele se afastou da parede e apertou as mãos, mas não desviou o olhar dela. — Vamos, — ele disse, pegando a mão

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dela para conduzi-la pelas ruas sombrias. Ele meio que se virou para olhar para ela, com um sorriso lupino. — Você precisa ser alimentada.

***

O bar era escuro e construído de muitos tipos de madeira, as mesas, as paredes com painéis, até os menus... definitivamente não a cena habitual de Tensley Knight. Molly sabia que ele preferia estar em um bar com tetos altos, paredes de vidro pelas quais estranhos poderiam admirá-lo, sofás de couro para relaxar com um uísque com gelo e aperitivos caros que custam um mês inteiro de aluguel. Tensley tirou seu casaco a mesa, fazendo Molly morder o lábio a visão dos músculos sob a camisa. Ela não conseguia afastar a sensação dele em cima dela, entre suas coxas, beliscando seu pulso selvagem. — Como está a Ruiva? Molly saiu de suas fantasias ao som de sua voz rouca. — Uh, ela está bem. Bem, ela ficará. Ela ainda está abalada. Tensley assentiu com a cabeça, esticando o braço no encosto do assento. — Razoável. Pearce tem me evitado, provavelmente porque sabe que vai ter sua bunda chutada. — Seus olhos se voltaram para ela e ele fez uma pausa. — Quem você estava vendo naquela loja de música? — Lance, um bruxo. Cree o mencionou para September, e eu achei que ele tivesse uma ideia sobre onde Cree poderia estar se escondendo. Ele não tem. Tensley zombou. — Nunca confie em um bruxo. Seu sangue é envenenado por caçadores. Eles vão te trair para salvar seus próprios pescoços.

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Ela não sabia o que dizer a isso. Lance não parecia ser um cara mal, mas depois de seu histórico de confiar nas pessoas, ela não iria facilitar para ele. — Ele parecia mais neutro do que qualquer coisa. Outro bufo e depois o silencio. A vela brilhando no centro da mesa, destacando os traços atraentes e severos de Tensley. Molly lembrou-se de seu primeiro encontro, quão tenso ele estava sentado do outro lado da mesa naquele restaurante italiano chique, gotas de suor cobrindo sua testa. Tinha sido a primeira vez que Molly viu mais do homem do que do lado demônio de Tensley Knight. Um casal sentou-se perto deles agora, e a garota não parava de olhar para Molly de seu estande. Molly inclinou a cabeça, com medo de que seus olhos estivessem brilhando. A mão de Tensley pegou a dela e esfregou círculos suaves em sua pele fria. — Olhe para mim — ele murmurou. — Ignore-os. Ela sorriu timidamente para ele e deslizou o dedo ao longo de seu polegar, sobre uma cicatriz vermelha e a veia pronunciada do lado de seu pulso, sentindo o batimento firme. — O que aconteceu com você? Com o demônio cruel? Os traços de Tensley caíram e seu estômago também quando ela percebeu o que tinha dito. Ótimo trabalho, Molly. — Ainda aqui, Molly. Mais do que nunca. — Ele respirou muito devagar, o peito se expandindo enquanto suas mãos fecharam um pouco sobre a mesa e ele olhou para ela, algo mudando em sua expressão. — Mas você deve encontrar outro alguém para ter intimidade antes de irmos adiante, alguém que se preocupe com você. A sala de repente estava encolhendo, sufocando-a. Molly retirou as mãos. — Alguém que... Se preocupe comigo? — Um espinho cresceu em seu peito e ela achou difícil respirar,

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o calor da vela e os corpos em torno deles enxameando-a enquanto ela olhava para ele. Ele se virou, evitando o olhar dela enquanto chamava o garçom para pegar o pedido de bebida. — E o que aconteceria se eu quisesse ficar com essa pessoa? — Molly pressionou, piscando repetidamente, absorvendo as palavras de Tensley. — E se eu quisesse casar com ele? E se eu quisesse ficar só com ele? — Ela engoliu em seco. — Você ficaria bem com isso? — Eu moro em um mundo perigoso, me associo com pessoas perigosas, eu sou perigoso pra caralho — ele disse. — Eu não quero roubar de você mais do que já fiz. Podemos encontrar soluções, você pode ver outras pessoas, eu vou... — Ele engoliu asperamente, como se doesse continuar. — Eu posso administrar se você quiser ver outra pessoa... — Está tudo bem para você se eu tiver um amante? — Suas sobrancelhas se ergueram. — Eu farei o que for necessário para você viver sua vida do jeito que quiser. Assim como você disse antes, podemos fazer um cronograma quando você estiver confortável e pronta. Eu gostaria que você estivesse em minha vida com mais frequência, mas eu não quero forçar... — Eu só quero você, Tensley — disse ela com um tom abafado. Aqueles olhos de obsidiana encontraram os dela e perfuraram seu coração. — Eu estou dando a você uma chance de escolher. Ela sorriu para sua carranca. — E eu escolho você. Porque isso é tão difícil de entender? Tensley desviou o olhar, um músculo pulsando em sua bochecha. — Eu vi você com aquele homem, fora de seu apartamento. Molly franziu a testa. — Michael?

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Ele desdenhou e afrouxou a gravata, os nervos correndo dos músculos tensos para suas feições. Ele lambeu o lábio inferior e praguejou várias vezes como se estivesse lutando contra si mesmo. — E se eu falhar? Eu não posso te dar tudo o que você quer, tudo que você precisa. A intimidade emocional não vem naturalmente para mim, para nós, demônios. Suas palavras eram tão suaves, tão baixas, que Molly pensou por um segundo que talvez tivesse imaginado que Tensley estava confiando nela. Molly tinha pensado em pedir uma cerveja antes, mas agora ela queria uma coisa mais forte. Ele estava com medo de falhar com ela? Essa emoção só provou o quão gentil ele era. Ele não era um demônio; ele não era uma fera fria e insensível. Agora ela só precisava fazê-lo acreditar. Mesmo quando ele deveria ser um demônio pensando apenas em suas próprias necessidades, ele pensava nela, em proteger seu coração. Tensley ergueu a bebida e tomou um grande gole, o pomo de Adão subindo e descendo. De repente, ele tossiu com vontade, deixando cair o copo que se espatifou sobre a mesa. — Foda... — Tensley? Seus olhos correram para a água dela e em um golpe ele tirou da mão dela, derramando todo o líquido sobre suas roupas. — Não beba isso! Molly saltou para trás, a água gelada encharcando sua saia enquanto Tensley engasgava em seu assento, lutando por ar. Ela se levantou e segurou seu antebraço, seu coração batendo descontrolado. — Tensley, o que há de errado? Seu rosto ficou vermelho quando ele apertou a garganta e balbuciou. — Não... eu acho... — Ele tentou se levantar, mas caiu de volta na cadeira, os dedos arranhando a toalha da mesa.

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— O que há de errado? — O tom dela virou pânico. — Velo dourado — ele resmungou.

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CAPÍTULO 20

O coração de Molly batia a galope enquanto a verdade mergulhava em seu peito: alguém tinha envenenado suas bebidas. Ela olhou para o casal ao lado dela, depois para o barman, e todos os observavam atentamente. Ela agarrou o bíceps de Tensley e passou um braço ao redor do peito dele. — Vamos — ela sussurrou. — Vamos sair daqui. — Ele está bem? — O garçom perguntou quando eles tropeçaram, com os olhos arregalados. Molly sorriu timidamente. — Tudo bem. Ele só precisa de ar fresco. As pessoas olhavam descaradamente enquanto ela ajudava Tensley até a saída, sua respiração se tornando mais irregular enquanto seus membros desaceleravam. O velo dourado se espalhava rapidamente; Molly lembrou-se da sensação, da pressa e depois do vazio. Ele ficaria paralisado logo e perderia a consciência logo depois disso. — Eu estou com você, Tensley. — Ela apertou-o mais firme, canalizando seus poderes para ter força para movê-lo. Ela usou o quadril para abrir a porta dos fundos e tropeçou no beco escuro. O cheiro de lixo e fumaça encheu suas narinas, o ar úmido da noite se agarrou a eles como uma segunda pele.

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Um punho se conectou com a bochecha de Molly, enviando-os cambaleando para a parede de tijolos. — Fodidos — Tensley conseguiu tossir, apoiando-se contra ela para ficar em pé. Molly trabalhou sua mandíbula para frente e para trás - não estava quebrada - e olhou para as três figuras que se aproximavam. Um tinha o cabelo rosa brilhante preso em um rabo de cavalo e Molly cuspiu em sua direção. Freya. — Não te vejo desde que Shoot the Freak foi queimado. Eu vejo que você escapou com seu cabelo intacto - pena. — Como estavam suas bebidas? — Freya atirou de volta, reajustando seu rabo de cavalo com um sorriso de escárnio. Tensley grunhiu profundamente em seu peito e um pequeno chiado seguiu depois. Sua compostura fria estava falhando, e Molly não sabia quanto tempo mais ele seria capaz de suportar. — Veio massacrar as feras? Apreensiva que não pudesse lidar conosco sem nos drogar primeiro? — Feras — emanou uma voz escorregadia atrás dos três caçadores, uma quarta figura juntando-se aos outros. O coração de Molly subiu em sua garganta ao ver Cree e seu rosto deformado, ainda mais horripilante pela faixa chamuscada de pele queimada e esburacada ao longo da sua linha do cabelo. — Uma palavra tão apropriada para vocês dois — Cree acrescentou, sua voz como unhas em um quadro-negro para os ouvidos de Molly. Suas botas de metal pesadas bateram contra o chão de cimento, criando um ritmo aterrorizante em seu peito. — Estou surpreso que vocês não tenham destruído um ao outro ainda. — Ele acenou com a adaga afiada entre os dois, a lâmina brilhando sob a pequena quantidade de luz no beco. Cree inclinou a cabeça para olhar Molly com uma expressão brincalhona e confiante em seus olhos enquanto examinava cada centímetro dela. — Ainda parece uma princesa fresca de Manhattan, hein? Nós simplesmente não conseguimos tirar isso de você.

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— Onde está Lex? — Perguntou Molly, com um tom miraculosamente forte e inabalável. Um sorriso lento e sinistro curvou os lábios escamosos de Cree. — Morrendo. Muito devagar. Tensley rosnou e se afastou da parede com as pernas bambas, mas Molly imediatamente pegou seu bíceps e o puxou de volta. — Você está muito fraco — ela sussurrou em seu ouvido, colocando-se entre ele e os quatro caçadores de demônios. Molly estudou cada rosto - eles foram seus companheiros uma vez, pessoas que ela lutou ao lado. Bem, não mais. Ela olhou a adaga de Cree e sorriu para si mesma. Ela não precisava de uma arma - ela era a arma. — Eu iria embora agora antes que ela te destruísse — resmungou Tensley fracamente, embora de alguma forma sua voz ainda contivesse aquela borda viciosa que corria um dedo de pavor pela espinha da pessoa. Uma poderosa energia se elevou ao redor dele como uma chama azul e ela prendeu a respiração, surpresa pela força dele, sua autoridade. Ele empunhava tudo força, beleza, até a sua língua - como uma arma letal. Ele era mortal, mas ela não sabia o quanto mais tempo ele poderia ficar consciente. O veneno se movia rápido e ele estava lutando contra isso. Ela queria lutar contra Cree, queria destruí-lo. — Tarde demais para isso. — Ela mostrou os dentes e se aproximou. Os olhos de Cree se arregalaram, mas ele desdobrou os braços para parecer mais imponente e olhou para ela. — Você não sabe no que está se metendo — ele avisou. — Eu sei exatamente o que estou fazendo. Eu superei você, — declarou Molly, balançando primeiro. Cree se abaixou, agarrou seus pulsos e a virou. Aplausos e risadas irromperam dos três caçadores quando Molly colidiu com o

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asfalto, imediatamente pulando para cima e dessa vez conseguindo dar um soco no meio de Cree. Ele retaliou com uma investida, acotovelando-a no nariz pintando sua visão com pontos pretos e brancos. Sangue escorria em sua boca, e ela provou o gosto metálico dele. Assim que recuperou a visão, Molly teve um vislumbre de Tensley se aproximando de Cree. Não! Tensley levantou o punho sobre a cabeça de Cree, mas Cree notou a expressão de Molly e girou. Com um rápido golpe, Cree arrastou a lâmina pelo estômago de Tensley, fazendo-o cambalear contra a parede. — Tensley! — Molly gritou, pegando Cree antes que ele pudesse cortar Tensley novamente e jogando-o a três metros do beco. Cree gemeu com o impacto e olhou para ela, seu olhar mortal. — Eu vou crucificar vocês dois, fazer lentamente para que todos os caçadores e todos os demônios se lembrem de como somos poderosos — começou ele, levantando e balançando a adaga habilmente para trás e para frente. Molly viu pelo canto do olho que Tensley não estava se movendo, mas não podia olhar diretamente para ele - ainda não, não se ela quisesse ficar lúcida. Ela cuspiu sangue no chão. — Não se eu te matar primeiro. — Você pode tentar, daemon, mas por que você quer me matar quando tenho tanta informação sobre o que significa ser como você? Você nunca se perguntou sobre seus poderes? Como controlá-los - como você os conseguiu para começar? — Cree provocou, aproximando-se enquanto dois de seus caçadores o flanqueavam. Pelo canto do olho, Molly notou Freya, movendose em direção a Tensley e puxando sua própria adaga do bolso. Molly sibilou e girou, batendo com o punho na bochecha de Freya com tanta força que a garota voou contra a lixeira, inconsciente.

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O próximo foi um caçador que Molly nunca havia visto, e ele mal durou um suspiro - Molly quebrou o braço dele em dois, jogando-o gritando no chão como um coelho em uma armadilha. Cree bateu palmas por trás da proteção do último caçador de demônios. — Você fodeu o demônio? Você deve ter... Você é praticamente a Supermulher! — Você vai me dizer onde está Lex, — ela exigiu, dando um passo calculado em direção a ele. Cree balançou um dedo para ela. — Você provavelmente quer ajudar seu namorado primeiro - não foi apenas velo dourado que ele ingeriu. Molly olhou de lado o corpo rígido de Tensley no chão enquanto Cree fugia, suas botas batendo ruidosamente em seu rastro. Vá atrás dele, sua mente cantou. Esta pode ser sua única chance! Seu pé avançou, mas ela parou e balançou a cabeça. Ela apertou os olhos e respirou fundo. Não. Molly mancou até o corpo de Tensley e espalmou suas bochechas frias, tentando pegar seu olhar. Seus olhos reviraram, sem foco, e sua respiração estava baixa e fraca. — Tensley, posso curar você? Fique acordado, apenas fique acordado... — Dolcezza? Em sua voz rouca, o calor perfurou seus olhos e ela o beijou furiosamente, mas os lábios dele estavam frios e imóveis. — Tensley, vamos lá — continuou Molly, pressionando gentilmente as mãos nas bochechas, suas pálpebras fechadas. — Acorde, acorde, foda-se! Ela colocou o braço em volta da cintura dele e o ergueu instável contra o lado dela, voltando apressada pelo caminho que vieram. Ele era muito mais alto que ela e mais pesado, mas ela não ia soltá-lo. Ela andou pelo beco, desequilibrada e trêmula.

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Ela precisava ir a algum lugar perto, e rápido - e então ela viu o letreiro luminoso da loja de música.

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CAPÍTULO 21

—Olá? Molly respirou fundo, parada na cozinha bagunçada de Lance, tendo chamado a primeira pessoa que reconheceu nas recentes ligações de Tensley... — Pearce, por favor, precisamos da sua ajuda, Tensley foi envenenado. Pearce falou arrastado do outro lado, sua voz grossa com sono. — Do que diabos você está falando? O que aconteceu com Tensley? Molly beliscou a ponte do nariz e encostou a testa no batente da porta vitoriana, estremecendo com o novo hematoma que se formava ali. — Nós fomos atacados; alguns caçadores nos seguiram e envenenaram nossas bebidas. — Foda-se! — No fundo, ela podia ouvi-lo movendo as coisas, um vidro quebrando. Uma voz de mulher chamou-o e ele a mandou calar a boca. — Onde você está? — Brooklyn — ela sussurrou. — Na Unique New York, é a loja de um bruxo. — Você é doida? Um bruxo aleatório? — Ele não é aleatório! Eu o conheço. Então você vem ou não? Eu só quero ter certeza de que haverá mais de nós se os caçadores voltarem. — Me dê o endereço.

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Ela deu-lhe os detalhes e depois fez uma pausa. — Chame Illya também. — Foda-se não. — Por que não? Ele murmurou uma série de maldições ininteligíveis antes de suspirar. — Tudo bem. Estarei aí em breve. Ela passou as mãos pelo rosto, observando Lance limpar uma variedade de ervas que usou para livrar o corpo de Tensley do veneno. — Ei — ela disse suavemente. Lance pegou algumas uvas de uma tigela e colocou-as na boca. —Então você encontrou Cree... — Seus ombros enrijeceram. — Mais como ele nos achou e eu o deixei fugir. — Não sei, parece que você fez a escolha certa. Tensley estaria morto em questão de minutos a partir da droga que eles lhe deram. Espinho de rosa. — Ele deu de ombros e continuou empurrando uvas em sua boca e mastigando alto. Ela não podia acreditar que quase tinha ido atrás de Cree em vez de encontrar ajuda para Tensley... O pensamento a fez se encolher. — Há rumores de encontrar um novo líder, de dissolução — disse Lance. — Cree está perdendo a confiança deles, então provavelmente pensou que poderia fazer de vocês dois um exemplo. Claramente, ele subestimou seus poderes de daemon. Molly gemeu em suas mãos. — Enquanto estávamos lutando, Cree disse algo estranho... Ele disse que tinha informações sobre Daemons. Lance levantou uma sobrancelha. — Disse hoje? — Você tem? Um livro? Um panfleto? Qualquer coisa? Como posso esperar vencê-lo se ele souber mais sobre minhas habilidades do que eu? Lance acariciou seu pelo facial. — Não, eu não tenho um panfleto, mas talvez... — Ele se moveu até um armário e começou

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a remexer, pegando um livro grosso e gasto onde ela supunha que copos ou pratos pudessem estar. Ele folheou as páginas, examinando as palavras e murmurando até gritar de alegria. — Aqui! Molly se inclinou por cima do ombro, lendo o parágrafo embaixo do dedo. — O que é isso? — Eu não sei muito sobre Daemons - eles são meio que um enigma para todos nós - mas eu me lembro de uma lenda que meu avô me contou uma vez, e aqui está. — Segundo essa história, os Daemons eram filhos de Nyx, o céu noturno, e Heilos, o sol, resultado de uma união proibida entre o crepúsculo e o amanhecer. As crianças que resultaram eram apenas mulheres, e pensavam ser as mulheres da Amazônia de antigamente. Dizem que elas protegiam a raça humana dos demônios e, quando uma guerra eclodiu entre os Daemons e os demônios, isso queimou a Terra. Os humanos ficaram zangados com os seres desconhecidos destruindo seu povo e suas terras, então os grupos caçadores de demônios foram formados em retaliação. Daemons, ameaçadas neste ponto, se esconderam. — E nos séculos seguintes pensaram que éramos bruxas — Molly refletiu, olhando para a mulher desenhada à mão com olhos brilhantes em uma das antigas páginas do livro. — Você acha que existem outros Daemons vivos hoje? Ou eu sou a única? Lance encolheu os ombros. — Talvez. Os Daemons são bem raros. Molly sentou-se à mesa da cozinha levou as pernas ao peito, apoiando a cabeça pesada nos joelhos machucados. — Tensley vai ficar bem, certo? Eu o trouxe aqui a tempo? Lance cantarolou. — Sim. Pode demorar um pouco para as drogas saírem de seu sistema, mas ele vai ficar bem. Ela mordeu o lábio inferior. — E se eu acelerar o processo? Você sabe.

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Seus olhos se arregalaram em compreensão. — Toque físico? Quero dizer, você poderia se deitar ao lado dele e seu corpo absorveria sua energia... Claro, faça o que achar melhor. A porta da frente da loja se abriu e os dois pularam. — Quem diabos é você? — A voz trovejante de Pearce explodiu quando ele entrou na minúscula cozinha, Illya logo atrás dele. — Lance Shepherd — disse o bruxo com um sorriso torto. — Muito bem, um bruxo aleatório, não listado — Pearce rosnou. —Você trabalha com caçadores? — Nah. Eu sou a ovelha negra. Eu trabalho sozinho. Illya olhou para Lance com cautela. — Então você não está em contato com Cree? Ele balançou a cabeça, seu cabelo longo e despenteado balançando. — Não senhor. — Você não pertence a um clã? — A testa de Illya enrugou. — Não. Eu sou um dos raros que escolhem a vida do lobo solitário. É um extremo ou outro conosco bruxos, comunidade ou apenas nós mesmos. Illya franziu a testa. — O que você faz, então? Lance puxou sua barba. — Trabalho aqui, vendo ervas medicinais para os seres humanos, faço visitas domiciliares quando alguém acha que está possuído. Eles são geralmente apenas mentalmente instáveis. — Então você está nos dizendo que é um bruxo neutro nessa guerra esquecida por Deus que vem acontecendo há séculos entre demônios, caçadores e bruxas? — Pearce olhou furioso para o bruxo, seu tom atado com suspeita. Lance foi até a mesa e moveu alguns de seus livros para o lado, junto com pequenas garrafas rotuladas de alecrim, suco de besouro e alguns outros nomes dos quais Molly nunca ouvira

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falar. — Eu não julgo alguém pelo grupo em que eles nasceram. Se você é legal, então eu sou legal. A sala se acalmou e Illya olhou para Molly. — Como ele está? Molly se levantou com as pernas fracas. — Ele está descansando. — Leve-me até ele — exigiu Illya. Molly balançou a cabeça e levou os dois demônios para o andar de cima, pelo corredor do quarto de hóspedes de Lance. Tensley era apenas uma forma imóvel sob uma pilha de cobertores e colchas; Lance disse que isso ajudaria seu sangue congelado a começar a bombear de novo. Pearce e Illya ficaram dolorosamente em silêncio enquanto olhavam para o amigo. — O que eles usaram nele? — Illya perguntou. — Velo dourado e espinho de rosa. A pele de Illya empalideceu e Pearce chutou uma mesa próxima. — Aqueles bastardos iriam esfolá-lo! Arrepios surgiram nos braços de Molly e ela os envolveu em si mesma. — E você teve que trazê-lo para um bruxo? — O olhar de Pearce perfurou um buraco no lado de sua cabeça, mas ela não olhou para ele. — Deixe-a em paz, Pearce, — silvou Illya. — Foda-se, Black. Molly se encolheu com o insulto - o posto mais baixo de demônios, completamente insignificante para a Suprema Corte da Babilônia. Illya não parecia perturbado, e continuava a encarar Pearce. — Ele estava doente, ok? Eu não sabia mais o que fazer, — disse Molly. — Foda-se este lugar, — disse Pearce, tirando os cobertores e pegando Tensley.

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— O que você está fazendo? — Lance falou do corredor. — Vou levá-lo a um dos bruxos de Scorpios, alguém em quem posso confiar, não uma porra aleatória que pode estar planejando matá-lo! — Gritou Pearce. — Não! — Lance balançou os braços e correu para Pearce. — Ele está em um estado fatal, se você removê-lo do calor, ele estará morto em vinte minutos. Os cobertores estão cheios de ervas; Confie em mim, se você quer que ele viva, você tem que deixá-lo aqui. — Foda-se não! — Pearce — silvou Illya. Pearce tentou atirar Tensley por cima do ombro, mas Molly se colocou entre eles. — Solte-o agora, — ela instruiu, cavando as unhas nos bíceps de Pearce e tirando sangue instantaneamente. — Que porra é essa? — As narinas de Pearce se alargaram enquanto ele examinava as feridas, para depois olhar para baixo. A queimadura familiar em sua espinha, nas pontas dos dedos, e atrás de seus olhos estava em chamas dentro dela. Ela viu o momento em que Pearce reconheceu que algo estava errado, mas ela não iria arriscar a vida de Tensley. — Se você se importa com Tensley, vai deixá-lo aqui. — Você não é humana — ele sussurrou, mostrando os dentes. Com um grunhido, ele baixou Tensley de volta para a cama. — E você é a única culpada se ele morrer. Molly não se moveu quando Pearce saiu como uma criança emburrada. Tensley não iria morrer, ela não deixaria. — Bem, eu vou ter certeza que ele não destrua o meu lugar, — disse Lance com um pequeno sorriso, deixando o pequeno quarto. — É a primeira vez que ele me reconhece há anos, — disse Illya quando restaram apenas os três.

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A boca de Molly se torceu com tristeza. — Espero que ele nunca me reconheça novamente. Illya riu, e foi muito alto na sala silenciosa. As pesadas cortinas estavam fechadas e a única luz era da lâmpada, que mal funcionava no canto. — Como está Stella? Ela olhou para a mão flácida de Tensley. — Ela vai ficar bem; Obrigada pela sua ajuda com isso. — Se houver mais alguma coisa que eu possa fazer para ajudar, me avise — disse Illya, apertando o ombro de Molly ao sair. Ela se moveu lentamente para o lado da cama, passando a ponta do dedo ao longo do braço rígido de Tensley; ele não se mexeu, mas tinha uma constante subida e descida em seu peito. Respirando fundo, Molly tirou a camisa e entrou sob as cobertas com ele, esperando que o contato pele-a-pele pudesse ajudar. Ela colocou o braço sobre o peito dele e o puxou contra o sutiã, tremendo com o frio de sua pele. Salpicando beijos gentis ao longo de sua clavícula, do pescoço até as bochechas, ela esperava que fosse sua força, sua cura. — Eu não vou a lugar nenhum, Tensley, — ela murmurou em seu ouvido, beijando qualquer pele livre que pudesse alcançar. — Prometo. A escuridão encharcou-os nas sombras, lançando um novo véu em seus corpos emaranhados. Ela olhou para a sala escura, a cabeça se movendo contra o peito dele. — Estou apavorada — ela sussurrou para ele, brincando com o lábio inferior rasgado. — Estou com medo de que, se eu não seguir em frente, se eu não parar Cree, eles vencerão. Eu tenho medo de parar, pensar em Abaddon ou Cree, eu nunca quero sentir essa fraqueza, essa impotência. — Ela engoliu em seco. — Toda vez que sonho, sou incapaz de me mover enquanto Abaddon e Cree me destroem. Eu não consigo lutar. — Lágrimas queimaram sua

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visão e ela as deixou cair em sua pele bronzeada. — Eu quero reagir. Eu nunca mais quero ser aquela garota novamente. Ele não disse nada de volta, mas sua respiração irregular encheu seus ouvidos. — Eu vou lutar por você, por nós — disse ela em sua bochecha. Ela enxugou as lágrimas salgadas e o beijou com seus lábios molhados os dele imóveis.

***

Tensley lutou para acordar, ofegando enquanto estremecia. — Tensley — uma voz suave murmurou em resposta. Ele engoliu em seco, a cabeça girando, tentando descobrir a sua localização: uma sala escura como breu. — Tudo bem, eu estou com você. Ele inclinou a cabeça ligeiramente para olhar a silhueta enrolada contra o seu corpo trêmulo. Quando sua visão se acostumou com a escuridão, ele notou um beicinho o cumprimentando, com cachos dourados balançando em seu peito nu, cuja figura completa se aninhava contra seu corpo dolorido. Molly acariciou seu peito, talvez inconsciente de quão íntimo era - a menos que ela estivesse perfeitamente consciente. Seus movimentos eram calmos, exatamente o que ele precisava para ignorar a adrenalina em seu sistema. Então ele se lembrou da última imagem antes de desmaiar, de Molly enfrentando os caçadores de demônios sozinha. Ela era uma guerreira, forte e capaz, e ela tinha dito que o queria. — Você está bem? — Sua voz tensa. Porra, dói falar.

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Molly apressou-se a acariciá-lo por causa da sua voz dolorida. — Estou bem, Tensley. Ele deitou a cabeça no travesseiro atrás dele e gemeu de quão tenso estava todo o seu corpo. — Eles drogaram você com velo dourado e espinhos de rosas. É por isso que você se sente dolorido, — ela adicionou após uma breve pausa. — Malditos bastardos. — Você precisa de água? Eu posso ir... Suas mãos apertaram seu pulso e puxaram. — Não. — Ele não estava deixando-a fora de sua vista, não depois do que tinha acabado de acontecer. — Você não vai me deixar. Ela descansou o queixo contra o peito dele e aqueles olhos poderosos rodaram com força. — Eu não vou a lugar nenhum, querido. Seu coração aqueceu pelo carinho. — Bom. — Ele segurou seu traseiro e puxou-a para que ela deitasse completamente em cima dele. Seu cabelo caía em cascata de cada lado do rosto, criando uma caverna secreta apenas para eles. — Eu quero curá-lo, — sussurrou Molly. Essas três palavras o destruíram de várias maneiras. Ela queria curá-lo, cuidar dele. Seu peito pulsava, junto com seu pau. Ele poderia dar tudo o que ela queria? Pensou nas palavras dela no bar - que ela o queria e só ele. Ele estava apavorado por não poder dar-lhe tudo o que ela queria, tudo de que ela precisava. Ele queria fazer isso por ela, e se ela estava disposta a arriscar-se com ele, ele teria uma chance de ser o tudo dela. Ela escovou seu lábio superior com a ponta da língua e abaixou-se lentamente, até que sua boca encontrou seu lábio

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inferior. Ela chupou e porra, ela tinha um gosto almiscarado e suado, o mesmo que entre suas pernas. Ele espalmou suas bochechas redondas e circulou seus quadris contra os dela, o atrito apenas o enviando para um frenesi. O atrito satisfazendo, mas não o suficiente. Ele queria fazer mais, mas seus músculos ainda estavam fracos, e tudo o que ele conseguia era permitir que ela tomasse as rédeas. Ele a deixaria fazer o que quisesse por enquanto. A mão de Molly deslizou por sua trilha feliz e entrou em sua calça, encontrando seu comprimento rígido. Ele gemeu em sua boca enquanto ela o bombeava, seus dedos circulando a cabeça sensível. Apenas essa quantidade de intimidade curou quaisquer sintomas residuais que ele tinha, e Tensley agarrou sua bunda ainda mais apertado. — Isso é bom? — Ela perguntou sem fôlego entre beijos. Seus dedos cavaram a redondeza suave de suas bochechas. — Se eu não estivesse tão fraco, eu destruiria você. Ela riu da sua voz rouca. — Você faria? — Você não tem ideia do quanto à fera em mim quer te marcar agora. — Ele moveu-a para que ela sentasse diretamente em seu duro comprimento, passando as mãos calejadas pelos quadris lisos. Ele olhou para o torso dela e o sutiã de renda cobrindo seus amplos seios quando ela começou um ritmo lento contra ele, gemendo baixinho. Ele a queria, não podia resistir a ela - seu autocontrole tinha sido pulverizado a nada. Ela quer curar você, ela quer curar você, ela quer curar você... Ele estava fraco demais para pensar direito, fraco demais para não cair sob o feitiço dela. Ele queria ir para dentro dela. Ela puxou a borda da cueca boxer, empurrando-a para baixo para revelar a forma cortado em V de seu abdômen, em direção ao tufo de cabelos escuros. Seu comprimento pesado se

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soltou e ele gemeu ao toque de sua calcinha molhada. Ele queria arrancá-la e deslizar profundamente e devagar, torturando-a, mostrando-lhe o quão bem a faria sentir por dias, meses, anos vindouros. Ele a adoraria, corpo e mente. Molly deslizou a calcinha para o lado e avançou para que sua abertura molhada encontrasse sua cabeça. — Você deveria fazer isso, Tensley. Me marque. Ele queria empurrar dentro dela, sentir seus músculos tensos ao redor de seu comprimento. Quando ela balançou de uma certa maneira, ele mergulhou mais fundo, mas não o suficiente. Seus olhos encontraram seu pescoço fino e delicado, e sua mão envolveuo. Sua besta bateu contra a sua concentração, doendo, rugindo para reivindicá-la. Ele não podia, ele não iria marcá-la. Não neste momento, ainda não. Ela balançou mais rápido, e ele sabia que ambos estavam próximos. — Oh deus, Tensley. — Ela agarrou suas coxas e ele assistiu enquanto ela estremecia, seu orgasmo vindo em ondas. Ele queria sentir seu orgasmo em torno do seu pau. Esse pensamento o derrubou. — P-Porra — Ele balbuciou, empurrando contra o seu sexo convulsionando. Molly desabou no peito dele e beijou a pele arrepiada ali. — Você é tão bom em me destruir. — Pode ser o contrário, querida. — Ele amava sua respiração apressada tocando a pele dele, a emoção de seu batimento cardíaco acelerando o seu próprio. Ele correu as mãos para cima e para baixo em sua espinha, colocou uma mão na bunda dela. Ele queria ter certeza de que ela estaria em seus braços quando acordasse.

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CAPÍTULO 22

Tensley apertou a bunda firme de Molly, sorrindo em seu pescoço. Se ele acordasse assim todas as manhãs com ela, morreria feliz. Ele se aninhou em seu pescoço e deixou um rastro de beijos, imaginando como ficaria sua marca ali em breve. Na memória de seu momento íntimo na noite anterior, ele grunhiu cansado e saiu de debaixo dela, passando a mão pelo cabelo desgrenhado enquanto se espreguiçava. Molly era a maldita deusa da cura. Seu corpo parecia poderoso, ágil e relaxado. Sem tensão, sem dor, apenas carinho da beleza na cama. Droga. Ela estava controlando-o, mesmo em seu sono. Ele estava possuído por ela - sua força, sua coragem, sua beleza. Sua dolcezza era uma leoa, e ele queria que ela cavasse suas garras bem fundo. Ele cobriu-a com cobertores, gentilmente beijou sua têmpora enquanto ela arrulhou e apertou os olhos com mais força, e saiu do quarto. — Onde diabos estou? — Ele encontrou o banheiro, mijou, e novamente viajou pelo corredor para ouvir as pessoas conversando no andar de baixo. Ele olhou para o brilho da cozinha, protegendo os olhos enquanto se acostumavam, e parou quando viu Illya e Pearce

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sentados em uma mesa pequena, não suficientemente grande para os dois homens. — Bom Dia! Waffles ou ovos? Tensley estava olhando para o hippie mais estranho que ele já tinha visto. O homem usava um avental rosa de babados com flores costuradas em volta da cintura e estava de pé junto ao fogão, fritando alguma coisa. — Onde estamos? — Resmungou Tensley. — Na humilde morada de um bruxo. — Pearce atirou enquanto mergulhava o garfo em um waffle afogado em calda. Tensley olhou para o bruxo hippie e de volta para Illya. — Você me trouxe para um maldito bruxo hippie? Pearce levantou um dedo. — Correção: sua noiva cadela o fez. Tensley cerrou as mãos. — Não fale dela assim. Pearce resmungou em seu waffle. — Então ela me trouxe aqui - para você? — Ele apontou para o hippie, uma sobrancelha arqueada. — Lance Shepherd é meu nome, e sim, ela fez. — Ele quebrou um ovo na frigideira e se virou para ele. — Os caçadores envenenaram você com velo dourado e espinhos de rosas. Eles provavelmente estavam planejando torturá-lo até a morte na frente dos outros caçadores. Tensley esfregou a testa e observou atentamente o bruxo hippie. — Ela lutou por você — disse Lance enquanto trazia Tensley seus waffles e ovos. — Ela o carregou por quatro quarteirões. Ela não me deixou dar-lhe ervas, estava muito preocupada em curá-lo, mas ela... Tensley segurou seu braço com força. — Ela está ferida?

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Lance pareceu surpreso com a expressão selvagem de Tensley. —Sim, eles lhe deram alguns hematomas e um olho roxo. Ela não te contou? Tensley não perdeu um segundo e girou, subindo as escadas e voltando para o quarto. Molly estava no final da cama, a luz das janelas correndo em torno de sua figura completa. Ela enfiou a blusa na saia e abriu os lábios em um sorriso tímido. — Bom dia... whoa! Tensley afastou o cabelo dela e viu os hematomas feios no rosto, o olho negro, o lábio cortado, o corte profundo na testa. — Porra, Molly — ele sussurrou, puxando-a em seu peito e evitando suas muitas contusões quando acariciava suas bochechas. As contusões já tinham começado a cicatrizar, provavelmente a partir da troca de energia na noite anterior. — Estou bem, Tensley, de verdade, — disse ela, afastando-se um pouco. — Deixe-me curar você. — Ele beijou sua bochecha e ela suspirou, derretendo em seu abraço. — Você me curou, agora deixe-me curar você, minha valente dolcezza. — Ele salpicou beijos ao longo das contusões antes de ir para sua boca. As mãos de Molly correram ao longo de seu pescoço e subiram em seus cabelos, massageando seu couro cabeludo. Ela de bom grado tocou a escuridão dele, o veneno dele, e ele se perguntou se as pontas dos dedos ficariam tingidas com a toxina dele quando afastasse as mãos - a toxina que ele liberaria em sua mordida quando a reivindicasse. — Tenha cuidado, querida. Eu sou veneno puro. Ela passou os nós dos dedos através das cavidades de suas bochechas, seus olhos poderosos como o sol nascendo, radiante e brilhante, seus raios de sol encontrando suas sombras. — Eu não tenho medo do seu veneno, Tensley.

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Tensley sentou-se com ela na beira da cama e deslizou as palmas das mãos até sua cintura. — Você se machucou em outro lugar? — Você só quer me beijar. — Ela sorriu, inspecionando seus membros. — Hmm, talvez no meu cotovelo. Ele riu e pegou o braço dela, inclinando-se enquanto mantinha os olhos nela. Ele beijou a contusão, a corrida de bioquímicos instantaneamente curando a ferida. — Melhor? — Muito, — disse ela, as adoráveis covinhas aparecendo em ambos os lados da boca. Ele beijou uma e cantarolou contra sua pele macia. — Eu tenho uma festa de negócios para participar hoje à noite, então não vou vê-la até mais tarde. Molly esfregou os ombros dele, liberando um pouco da tensão perpetuamente reunida lá. — Ou você poderia apenas me levar com você. — Molly. Ela pegou suas grandes mãos e o gesto o acalmou. — Eu serei discreta, não vou dar um pio. Eu sobrevivi a dois tipos diferentes de festas demoníacas, então acho que posso lidar com mais esta. Ele sorriu para ela, incapaz de esconder seu orgulho. Ela queria ser uma parte do mundo dele, e ele queria estar no dela mas ela ainda não estava marcada, e ele não queria levá-la para qualquer lugar perto do seu círculo de demônios sem essa proteção. A menos que Lance tivesse algo... A porta se abriu e Pearce olhou furioso para Tensley. — Eu preciso falar com você. — Pode esperar? — Não.

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Tensley suspirou e beijou a mão de Molly antes de sair. Pearce fechou a porta atrás deles e eles ficaram nas sombras do corredor. — Ela não é humana — Pearce retrucou. Tensley se arrepiou e olhou de volta para ele. — Ela quase quebrou meu braço ontem à noite. Por que você não me contou? — Pearce — disse Tensley, ignorando sua intromissão. — Você não vai chegar perto dela. Você não vai chegar perto de nenhuma de suas amigas, entendeu? Eu lhe disse, ela está fora dos limites, e isso inclui todos com quem ela se importa - especialmente depois do que aconteceu com Stella. As narinas de Pearce dilataram e Tensley se controlou para não socá-lo. — A Suprema Corte sabe? Tensley sacudiu a cabeça. — Não, e não vão até Molly e eu anunciarmos nosso noivado, então fique de boca fechada. — Quando a Suprema Corte descobrir, eles estarão por toda parte, Tensley. Todo demônio estará procurando uma brecha para tomá-la para si, — Pearce assobiou. — Confie em mim, Pearce, eu sei. Os ombros de Pearce cederam, mas as linhas na testa se aprofundaram. — Eu vou tentar rastrear Cree, encontrar o bastardo e destripá-lo. — Com isso, ele foi embora, resmungando sobre Daemons e a Suprema Corte e por que Tensley sempre teve o melhor de tudo.

***

Tensley jogou o cigarro no chão e continuou seu caminho de destruição. Faltavam quinze minutos para as oito e ele perderia a paciência se Molly não estivesse pronta. Seu dia tinha sido uma porcaria - de reuniões de negócios lidando com

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Evelyn se esfregando contra ele, até ter que dar uma palestra a um soldado sobre qual era o seu papel. Tudo o que ele queria era um banho quente e um pouco de uísque para acalmá-lo. Ele não queria ir para o maldito evento, onde teria que se exibir e pavonear diante das importantes famílias de Scorpios. Ele só queria passar um tempo sozinho com Molly. Ele estalou a língua. Ele iria socializar, manter uma distância decente entre ele e Molly para que ninguém visse o quanto ele se apaixonara por ela, e depois a levaria para casa com ele. Tensley subiu os degraus de pedra e entrou no prédio. As paredes sujas o saudaram, manchadas de danos causados pela água e anos de desgaste. Quando ele chegou à porta dela, ele só teve que levantar a maçaneta, torcer o punho, e entrar. September estava sentada sobre a mesa, nua do torso para cima e com um pincel na mão. — Ei! Ele amaldiçoou em voz baixa e olhou na direção oposta. — Coloque algumas roupas caralho. — Meus peitos precisavam de liberdade, — ele a ouviu levantar e marchar até o quarto. — E é meu apartamento, idiota. Enquanto examinava a cozinha, ele notou os papéis e livros espalhados ali. Tensley pegou um dos papéis de Molly, admirando sua letra minúscula e perfeitamente reta. Eram notas atribuídas a uma de suas aulas que não começariam por algumas semanas. Bem, caramba, ela era uma super perfeccionista. — Tensley. Ele se virou e quase deixou cair os papéis. Porra do inferno.

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Seu cabelo estava em cachos soltos e cheios, caindo em cascata sobre os ombros e pelas costas. Ela prendeu um lado para atrás, deixando os outros cachos se curvarem atraentemente em torno de seu rosto. O vestido de cetim vermelho-sangue que ela usava acentuava sua figura completa, os topos de seus seios pesados provocando-o, sua cintura fina criando a suprema forma de uma ampulheta. O vestido foi cortado no meio da coxa, e suas panturrilhas bem torneadas pareciam chamá-lo, pedindo para ser afastadas para que ele pudesse devorá-la. O que despertou sua fera foi seu cheiro em Molly. Seus olhos foram para o colar que Lance havia criado, infundido com uma mistura do perfume de Tensley para criar a ilusão de uma marca. Não havia sombra em torno de seu pescoço, mas seu cheiro forte e poderoso por si só dissuadiria todos, exceto o demônio mais determinado a tentar descobrir seu segredo. Nenhum nobre participaria apenas classe média, então ele não teria que se preocupar com eles não vendo a marca. Porra do inferno, seu lado demoníaco rugiu violentamente. Ele a queria mais do que nunca, e não tinha certeza se seria capaz de evitar o ataque. — Molly — ele sussurrou baixinho. — Você pode sentir o cheiro em mim? — Ela alisou o cabelo para o lado para lhe dar uma visão clara de seu pescoço, e seu cheiro o invadiu. Ele engoliu em seco. — Sim — ele disse. Ela franziu a testa. — Você não gosta? — Ela perguntou, parecendo preocupada. Ele riu amargamente. — O que faria você pensar isso? Ela fez uma pausa. — Eu não sei. Você parece... Desconfortável? Como se estivesse lhe causando dor. Como se você não gostasse disso.

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— Se esse fosse o caso — disse ele com os dentes cerrados. —Não é que eu não goste, Molly. Eu gosto disso muito, porra, demais. Isso está me deixando absolutamente louco. — Oh — disse ela em um suspiro, um sorriso tímido em seus lábios. — Bem... Você parece bonito. Ela se inclinou na ponta dos pés e deu um beijo casto na bochecha dele, o que não fez nada para acalmar o desejo. Seu corpo inteiro pressionou o dele, e ele sabia que ela podia sentir seu desejo evidente em seu estômago. — Oops — ela sussurrou, lambendo o polegar e começando a limpar o rosto dele. — Batom. Porra, ele pensou. Ela sabia exatamente o que estava fazendo com ele, a pequena tentadora, e estava gostando disso. — Vamos — disse ele, pegando a mão dela na sua. — Eu quero que esta noite acabe. — Então ele poderia fazer o que tão desesperadamente desejava e finalmente marcá-la.

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CAPÍTULO 23

Molly arrumou a bainha de seu vestido vermelho, tentando evitar que ele subisse muito. Lembre-se de quem você é: uma força a ser reconhecida. Ela não teria medo de nenhum demônio na festa. Ela era toda veneno e garras agora. E com o perfume de Tensley, ela tinha certeza de que nenhum deles iria questioná-la. Não a surpreendeu quando eles apareceram na frente da mesma casa do último evento, nem o fato de que todos pareciam bem vestidos e elegantes. O que a surpreendeu foi a rapidez com que Tensley a abandonou para falar de negócios. A maioria dos homens olhou, mas não se aproximou, enquanto aqueles com quem Molly falara na última festa se aglomeravam ao redor dela junto à lareira. Garçons todo de preto deslizavam ao redor deles com bandejas de champanhe e caviar, ignorados, exceto por aqueles que desejavam um caro aperitivo. Molly olhou para Tensley, onde ele estava sentado em um sofá preto, cercado por jovens mulheres risonhas. Ele dominou a sala sem esforço, deixando cada pessoa com quem falava querendo mais.

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Molly olhou para a ruiva que estava atualmente acariciando a coxa de Tensley de um jeito que ela deveria ter pensado ser imperceptível, mas seus ombros relaxaram quando Tensley tirou a mão da mulher, virando para falar com outra pessoa. — Você não parece comestível — disse Gabriella com um pequeno sorriso e um beijo na bochecha. — Você pode se vestir como o diabo, mas não tem fogo, querida. Molly tirou sua atenção de Tensley e sorriu para mascarar sua raiva. — Eu não gostaria de queimar uma futura cunhada. Gabriella esfregou a barriga redonda e assentiu. — Você pode ser capaz de lidar com meu irmão mal-humorado. Molly cantarolou pensativamente para si mesma. — Eu suponho que nós teremos que ver. Gabriella fez uma revista pela multidão. — Falando do meu irmão, onde ele está? Molly olhou para a taça de vinho branco. — Tratando de negócios. — Ela engoliu a bebida, estremecendo com o sabor seco e picante. — Hmmm. — Por que vocês dois não se dão bem? Os olhos castanhos de Gabriella voaram para os dela e ela mostrou os dentes brancos demais. — Tensley é excessivamente sensível quando se trata de seu caso de caridade. Eu nunca escondi minha antipatia por sua amizade com Illya Black, e talvez eu tenha levado um pouco longe demais às vezes, mas ninguém com o status de Tensley deve ser visto associando-se a tipos como Black. Molly não escondeu sua carranca. Gabriella estalou o dedo para um garçom e ele parou para atender seu pedido, uma gota de suor rolando pela

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têmpora. — Água, dois limões, deixe-os dentro. — Ele assentiu e desapareceu sem palavras. Molly passou o dedo ao longo do vidro frio de sua taça. — Hmm, eu achei que alguém que lidou com o impacto de um escândalo teria alguma empatia para com os outros em situações semelhantes — ela avisou. — Eu sei que sou a cura para o escândalo de sua família, Gabriella, e seria melhor você lembrar que Illya Black é um amigo meu. Gabriella engoliu em seco, demorando antes de responder. —Obrigada pelo lembrete. Molly olhou de relance para Tensley para vê-lo olhando furioso em sua direção. Ela franziu a testa. O que há de errado com ele? A festa toda ele manteve distância, só lançando olhares irritados em sua direção. — Onde é o banheiro? — Perguntou Molly. Gabriella fez um gesto com a bebida para o outro corredor. —Terceira porta à sua esquerda. Molly assentiu e marchou através da multidão de demônios com a cabeça erguida, a mão no colar que Lance tinha feito. Assim que chegou ao corredor e encontrou a terceira porta, Molly parou. Ela precisava de uma pausa, um momento para se afastar do Tensley temperamental e sua irmã dramática. Ela respirou fundo e examinou a parede cheia de retratos dos últimos Duxes - severos e letais, nunca sorrindo - e outro de Fallen e uma mulher ruiva que Molly supôs ser sua esposa. O cabelo de Lilith era selvagem e ardente no retrato, e Molly não conseguia decidir se sua linda boca estava marcada com um sorriso ou em escárnio. Molly passou por uma porta que estava ligeiramente aberta e espiou dentro para encontrar uma estante enorme de livros. Depois de um rápido olhar em volta para se certificar de que estava sozinha, ela entrou.

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A sala era iluminada por um abajur coberto de pó que ficava em um canto distante e parecia ser o escritório de alguém. Os livros eram de capa dura, com sinais em redemoinhos dourados adornando suas lobadas. Um livro vermelho carmesim intitulado Health of Demons chamou sua atenção, e ela tentou tirá-lo do meio dos outros. Ela também pegou outro livro, chamado Leis e Regulamentos da Suprema Corte, e Molly tentou segurá-los em sua mão livre. Então alguém limpou a garganta atrás dela. Ela recuou, derrubando Health of Demons no piso de madeira com um estrondo. Molly olhou para os recessos mais escuros do escritório, mal conseguindo distinguir a forma de uma grande figura encostada a uma escrivaninha. — Quem é você? — Ela disse, esperando que ele não soubesse o quanto ela estava nervosa. — Eu posso sentir o cheiro dele sobre você — a voz rouca disse. Molly engoliu em seco. A figura se aproximou, sua postura se ampliou, e quanto mais perto ele chegava, maior ela podia ver que ele ficava. Seus traços sombrios logo se tornaram familiares e esculpidas - e o coração de Molly se agitou. — Beau. Não havia humor em seus olhos, e a maneira como ele se movia era enervante, como um lobo faminto espreitando sua presa, esperando pelo momento perfeito para atacar. Disseram-lhe que Beau perdera toda a sua humanidade, mas ouvir e ver por si mesma eram duas coisas completamente diferentes. — Tensley era meu substituto, — ele disse, a voz crua, e Molly não tinha certeza se ele estava falando com ela ou com ele mesmo.

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Quanto mais perto ele chegava, mais cada fibra dentro dela gritava para correr - mas ela não podia. Ela estava congelada, presa em seus olhos escuros e vazios. — O que você está fazendo aqui? — Ela conseguiu dizer, o coração batendo a mil quilômetros por segundo. Ele virou a cabeça para o lado, como se pudesse ouvi-lo. — Assim como todos os outros — ele murmurou. — Você está com medo do grande monstro mau, pequena Daemon? — O que você quer? — Ela gritou, sua bravata dolorosamente falsa. Ele sorriu e era ameaçador. — E se eu dissesse que quero você? Você gritaria por ajuda, Daemon? Você gritaria pelo meu irmãozinho? Ou você me deixaria prová-la? — Eu não precisaria gritar, — ela disse, olhando para ele. — Não? — Não. — Ela balançou a cabeça, recuando só para perceber que ele a havia encurralado em outra parte do escritório. Ela tentou se acalmar o suficiente para canalizar seus poderes, para preveni-lo, mas ela estava fora de sua capacidade - Molly entendia Cree e seu bando heterogêneo de caçadores de demônios, mas Beau era uma força completamente diferente, e isso a aterrorizava. Beau lambeu os lábios, examinando-a da cabeça aos pés. — Eu era o único destinado a ter você, mas aquela escória humana me tentou e eu perdi tudo. — Como você pode chamá-la assim? Você a amava. — Molly retrucou, imediatamente se arrependendo. — A amava? — Ele riu. — Ela me destruiu, me arruinou. Ela rastejou sob a minha pele e envenenou minha natureza. Fallen arrancou o coração dela, e então arrancou o meu também.

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Quanto mais perto ele chegava, mais suas narinas se alargavam. Ele se elevou sobre ela enquanto cheirava o ar e alcançou seu pescoço, surpreendendo-a. Ela agarrou seu pulso e mostrou os dentes. — Não. Ele piscou e então um sorriso diabólico apareceu. — Ele não marcou você. Que estupidez! Uma marca falsa, — ele começou, sua mão se fechando levemente ao redor de seu delicado pescoço. — Por que não mostramos a ele qual é o custo de sua insensatez? — Ele disse, a intenção clara em sua expressão. O lobo estava prestes a atacar sua presa. A mente de Molly ficou em branco de medo e ela empurrou Beau, esperando que seus poderes disparassem. — Saia de cima de mim! — Ela gritou quando Beau se inclinou, levando a boca à curva do pescoço e raspando a pele com os dentes. — Tensley! A porta se abriu e Tensley invadiu a sala. — Tire suas mãos de merda dela! — Ele rugiu, sua raiva atingindo-os em ondas palpáveis. —Olha quem chegou a tempo de curtir o show—, disse Beau, sem sequer olhar para Tensley. —Eu deveria arrancar o coração dela agora, irmão? Pouparlhe o trabalho de quando ela te trair mais tarde? Eu certamente apreciaria a sensação de sua vida se esvaindo sob meus dedos, já faz um tempo... — Os dedos de Beau percorreram a coluna da garganta de Molly até o peito, parando acima do lado esquerdo, onde estava seu coração. — Se você deixar um arranhão nela, você é um homem morto, — Tensley começou, sua voz tão baixa e ameaçadora que Molly não reconheceu isso. — Eu já estou praticamente morto, idiota. Tensley avançou em uma cruzada, mas Beau a soltou, rindo. Foi tudo um jogo para ele. Molly tropeçou mais longe de Beau, certificando-se de que ele não poderia alcançá-la novamente.

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— Vejo você por aí, irmão — disse Beau, a palavra como um insulto. Molly observou os ombros de Tensley enrijecerem e um grunhido mortal deixou sua boca. Assim que Beau desapareceu, os olhos escuros de Tensley se voltaram para ela, cheios de uma noite escura e vívida enquanto ele marchava em sua direção, segurando seu rosto em suas grandes e poderosas mãos. — Você está ferida? — Tensley perguntou quando estavam sozinhos, seu polegar deslizando ao longo de sua mandíbula até o decote. — Estou bem, Tensley, — ela sussurrou, apertando os olhos na luz fraca. Ela pegou o pulso dele e o acariciou, enquanto ele ainda segurava o rosto dela. Ela observou seus olhos intensos, aterrorizados, mas fascinados pela escuridão deles. — Você está bem? Seus olhos estão negros. O que há de errado? — Ela perguntou, ansiosa. Ele pegou o olhar dela, aquele olhar letal fazendo seu estômago revirar. — Quando nos sentimos ameaçados, com raiva ou... Excitados... Nossos olhos tendem a ficar negros. Suas bochechas ficaram quentes e ela sabia que ele podia sentir o calor em suas palmas. Ele continuou a observá-la de perto. — Tudo o que eu posso sentir é o meu perfume em você, e vendo como ele tinha as mãos em você, como você não estava protegida — resmungou Tensley, um rosnado escapando dele. — Eu te quero tanto que não consigo pensar direito. Quero morder seu pescoço de marfim - profundamente, fundo o suficiente para marcá-la, profundo o suficiente para protegê-la e torná-la incondicionalmente minha. Você quer que eu faça isso, Molly? — Ele perguntou, sua voz ofegante de necessidade. Seus olhos ferozes; ele era um predador - uma fera - e ele não podia mais resistir à sua presa. —Você carregaria minha marca, Molly? Você está pronta para ser minha? — Ele terminou, sua voz baixa e crua.

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— Sim, — ela respondeu, sua respiração irregular. Ela estava pronta para a fera. Ela estava pronta para tudo isso. Sua boca encontrou a dela e era cruel, impaciente. Molly enfiou os dedos em suas omoplatas antes de deslizá-las para puxar seu espesso cabelo. Isso agitou a besta dentro dele ainda mais, e ele agarrou seus quadris, puxando-a contra sua musculosa e poderosa estrutura. Suas mãos espalmaram suas costas e com um grunhido repentino, ele levantou-a. Ela engasgou, sem fôlego em seu domínio forte, mas ele pegou sua boca novamente e engoliu a sua respiração, levando-os para uma mesa. Ele fez uma pausa, seu peito descontrolado contra o dela, e ela olhou para ele, acariciando suas bochechas aquecidas, aqueles olhos demoníacos penetrando os dela. — Não aqui, não assim, — disse ele sem fôlego. — Vamos embora. — Ele a colocou no chão, as pernas pesadas e fracas, e agarrou a mão dela, levando-os para fora do quarto. Molly ficou perto, sentindo o calor sair da pele de Tensley, da fera dentro dele. Quando ela beijou seu antebraço antes de deixar o corredor vazio, ele lançou-lhe um olhar letal e perigoso, que aqueceu sua barriga com desejo e com o conhecimento do que estava prestes a acontecer. Ele vai me marcar. Tensley atravessou a multidão, empurrando alguns para se certificar de que Molly se movesse intocada. Um homem olhou para ela e Tensley rosnou para ele; sua besta tinha assumido, o lado demoníaco o controlando para defendêla, para avisar os outros. Quando se aproximaram da porta da frente, o coração de Molly disparou. Tão perto da liberdade, estar fora dessa cultura e em seus braços. — Tensley, — uma voz chamou quando eles estavam quase fora.

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Tensley parou e Molly seguiu seu olhar para ver seu pai se aproximando. O Sr. Knight voltou seu foco para Molly e ergueu o queixo, cheirando uma vez. Ele seguiu isso com um breve aceno de aprovação, e Tensley continuou seu caminho para fora da festa, apressando-os pelos degraus da frente. Seu braço serpenteou ao redor da cintura de Molly enquanto ele acenava para um carro. — Você quer a fera? — Ele sussurrou em seu ouvido. — Sim. — Bom, porque ele precisa de você.

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CAPÍTULO 24

Tensley não podia esperar mais. Com a pequena mão de Molly na dele, ele subiu os degraus e entrou no prédio dela, sem se incomodar em dar espaço para os caras da faculdade embriagados, que desciam as escadas ao mesmo tempo. Ele respirou fundo e abriu a porta - ainda com a fechadura quebrada para encontrar a sala vazia. Molly soltou sua mão e entrou, seu cabelo transformado em um halo dourado à luz da lâmpada do canto. Lentamente, ela se virou, seus olhos encontrando os dele na escuridão. Ele sabia o que ela via - seus olhos negros, suas mãos fechadas em punhos ao lado dele - e, embora ela não pudesse dizer ainda, seus dentes caninos alongaram em preparação. Sua besta a queria tanto quanto ele. Ele se moveu, mas a mão dela disparou. Ele franziu a testa. — Tensley, — ela murmurou. — Você está pronto para isso? Eu entendo que ainda somos novos nisso, que você está se acostumando a estar emocionalmente próximo de alguém... — Quando Tensley olhou de volta, Molly esfregou a testa, murmurando para si mesma, e se abaixou para tirar os saltos. Ele a queria. Ele queria protegê-la, defendê-la, reivindicála como sua e marcá-la. Ele estava cansado de se controlar, de se

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impedir de ser o que ela merecia. Ele se exporia para ela ver. Ele derramaria sua pele de lobo para mostrar sua suavidade, sua fraqueza. Era como expor o osso de uma ferida, sensível e perigoso, mas ele faria isso. Ele faria qualquer coisa por ela. — Eu quero ser exclusivo — disse ele, quebrando o silêncio ensurdecedor. Molly olhou por cima do ombro para ele, curvada, a alça do vestido caindo para revelar a lingerie preta rendada por baixo. — Tensley... Ele fechou a distância entre eles e agarrou suas bochechas rosadas em suas poderosas palmas. — Eu quero ser exclusivo. Ninguém mais. Só você e eu, dolcezza. Eu quero você toda para mim. Eu não vou te compartilhar porque sou egoísta, mas vou te dar tudo o que puder para compensar isso. Seus olhos brilhantes, reluziram nas luzes escuras e ela parecia estar agora sem fala enquanto observava sua expressão severa. —Tensley… — Tão ofegante, tão suave, mas ele quase podia sentir o desejo em seu tom. A besta rugiu dentro dele, mais poderosa do que nunca. As pontas de seus dedos roçaram a maçã do rosto dela e os cabelos ondulados. — Você é minha, dolcezza. — Ele agarrou a parte de trás de suas coxas e levantou-a, e um suspiro escapou dela. Ele levou-a para o quarto dela e colocou-a no colchão. Sua mão deslizou entre suas pernas, descansou em sua coxa, e ele podia sentir o delicioso calor pulsante de seu sexo. Ele beijou sua boca aberta, sua língua freneticamente enredada com a dela. Ele moveu a boca para baixo, explorando seu pescoço antes de descer para o seio dela. Através do sutiã, ele mordeu. Ela arqueou as costas em resposta, sua pélvis batendo em sua ereção furiosa. — Arruíne-me — ela sussurrou no ar espesso. Oh, ele a arruinaria. Ela seria dele e só dele. O corpo dela desejaria tanto o dele quanto ele desejava o dela, junto com sua mente. Ele se aninhou em seu pescoço delicado e moeu seu pênis entre suas coxas.

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Ele lambeu sua pele doce e macia, mordendo o ponto sensível atrás de sua orelha. — Marque-me, Tensley. Agora. — Ela beijou sua bochecha e encontrou sua orelha, puxando com força o lóbulo até que ele grunhiu com a deliciosa dor disso. Molly se virou e apontou para o zíper de seu vestido. — Você poderia... Ele abriu o zíper antes que ela pudesse terminar seu pedido. Molly riu, deslizando os pés para fora e jogando no chão. Tensley teve que engolir um gemido ao ver o que ela estava usando por baixo. Um espartilho marcando firmemente a cintura pequena de Molly, suas cintas ligas rendadas presas as meias pretas. — Eu coloquei para você. Foi o que bastou. Ele virou-a e Molly riu de novo quando se posicionou de quatro, aquela bunda redonda e firme no ar, provocando-o, provocando sua besta selvagem. Ele soltou o espartilho e antes que os seios pudessem se soltar, ele pegou e espalmou os dois. Ele queria marcar cada um deles. — Oh Deus. — Nenhum Deus aqui. Apenas um demônio, dolcezza, — ele ronronou contra a parte de trás do pescoço dela, curvando seu corpo contra o dela. Sua ereção quente esfregou entre suas coxas, doendo para reivindicá-la. Ele puxou o cinto e abriu a calça para que pudesse saltar livre, e ela estremeceu com o toque de sua cabeça latejante na parte de trás de sua coxa. — Apenas relaxe, querida, — disse ele, inclinandose para beijar sua coxa antes de fazer o seu caminho para o sexo coberto. Ele tocou o tecido molhado ali. — Você me quer?

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— Sim — ela choramingou, enterrando o rosto no travesseiro mais próximo. Seus chiados sensuais enviaram a besta de Tensley à sobrecarga. Ele deslizou a calcinha para o lado e apertou dois dedos em seu calor. Ela gemeu, suas pernas tremendo. Ele os moveu para dentro e para fora, ouvindo sua excitação crescente enquanto bombeava sua ereção com a mão livre, mantendo o mesmo ritmo de seus dedos. Ele acrescentou um terceiro dedo dentro de Molly e ela ficou tensa. — Shhh, tudo bem. Apenas relaxe, — ele disse, curvando-se para circular sua língua ao redor da área. — Tensley, eu estou perto — ela sussurrou, segurando as cobertas com força. Ele puxou a calcinha sobre os quadris e desceu por suas pernas, e ambos riram quando ele lutou por um tempo, para passá-la pelos joelhos dela. Ele a amassou em uma bola e tomou um breve inalar de seu perfume antes de empurrar os polegares na carne interna e macia da sua coxa, abrindo-a largamente, olhando para sua fenda. Ele sentou-se e rolou-a de costas, as pernas jogadas sobre as dele enquanto se aproximava. A ponta redonda dele cutucou seu sexo e ela engasgou, balançando os quadris para levá-lo dentro. Seu peito inchou enquanto ele pairava sobre ela, e a puxou para perto do alcance de suas pernas, a ponta espessa de sua masculinidade roçando seu sexo. — Cuidado, — ele sussurrou, se afastando. — Proteção. — As leis de Fallen sobre conceber fora do casamento eram rigorosas demais para arriscar ignorar. — Estou tomando a pílula, — Molly conseguiu soltar. Tensley sacudiu a cabeça. — Não podemos arriscar. — Tensley encontrou a carteira no bolso da calça e tirou um preservativo, abrindo-o para rolá-lo sobre o seu comprimento pulsante. Seus olhos voaram para a deusa entre suas pernas, o lábio inferior preso entre os dentes. — Você quer que eu te arruíne? OH DEUS.

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Sim! A besta se ajoelhou diante de Molly, seu poderoso comprimento a torturando enquanto seus dedos seguravam suas coxas, impedindo-a de tê-lo totalmente. Tensley mostrou os dentes, completamente alongados agora, um aviso, uma promessa de que iria marcá-la. — Por favor. — Ela sabia que seria desconfortável na primeira vez, talvez até doloroso, mas estava pronta. Ela o queria. Tanto quanto sobre ele marcá-la, ela sentiu como se estivesse fazendo sua própria marca nele, também. Ele pressionou dentro dela, lentamente, e assim que chegou a sua barreira, ela estremeceu. Ow. Aí estava. — Vou tentar ser gentil, querida. Eu não quero te machucar, — ele sussurrou, beijando o interior de seu joelho. Ele fez o que disse, movendo-se devagar e checando-a toda vez que ela se encolhia. — Continue, — ela sussurrou. Ele assentiu, empurrando mais profundamente. Ela sentiu o impulso, a dor repentina e poder dentro dela, correndo dentro de seus membros. Ele estava esticando-a tão largo que fez seus olhos se expandir, sua coluna arquear e sua garganta secar com luxúria. Ele se inclinou e ela cravou as unhas em suas costas, trancando as pernas em torno de sua bunda enquanto beijava seu ombro salgado. — Você está bem? Ela assentiu contra ele, incapaz de formar palavras. Era como se o comprimento dele preenchesse seu corpo inteiro. — Porra, você é tão apertada, dolcezza — disse ele, sua voz um estrondo profundo. Ele lentamente puxou para fora e ela perdeu a plenitude, mas apenas por um momento antes de ele empurrar para dentro

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novamente, brutalmente lento e gentil. Ela cravou as unhas nas costas dele quando ele empurrou. Seus dedos encontraram seu ponto mais sensível e ele acariciou, o prazer fazendo-a girar seus quadris contra os dele, implorando por liberação. Suas unhas arranharam-no, mas seu corpo era feito de aço e ele começou a balançar seus quadris, o comprimento espesso se movendo em um ritmo lento para começar. Seus gemidos baixos e retumbantes pareciam tão violentos e bestiais. A energia que ele estava dando a ela, todas as vezes que ele falou sobre o quão poderoso poderiam fazer um ao outro - era verdade. Seu corpo começou a tremer, seus olhos brilhando, seus dedos formigando com tanta energia, e Molly foi preenchida por uma sensação repentina que ela não esperava até muito mais tarde. Ela jogou a cabeça e arranhou sua pele, onda após onda de êxtase dominando seus sentidos. Os movimentos de Tensley se tornaram bruscos e rápidos, e os dedos de Molly se curvaram enquanto ele batia nela. A cabeça dela balançou, os dedos dela rasgaram a pele dele, e uma onda de poder tomou conta dela. Observando aquele torso brilhante e musculoso ondulando sobre ela através dos olhos apertados, ela gemeu e se contorceu, seu corpo enrijeceu enquanto o prazer aumentava. Ela o sentiu tenso e seus movimentos se tornaram bruscos e rápidos. — Porra. Os dedos dos seus pés enrolaram e ele bateu nela. Suas coxas apertaram ao redor de sua cintura, mas ele era muito poderoso para ficar parado. Ele levantou-a, ainda se movendo dentro, e sentou-se para que seus seios saltassem na luz dourada a cada impulso. — Porra, dolcezza, — ele sussurrou, encontrando seu clitóris e circulando-o com um dedo, incitando-a a novas alturas.

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— Tensley — ela gemeu, agarrando-se a seus ombros largos enquanto seu comprimento aumentava, esticando-a para um ponto quase de dor. — Você vai aceitá-lo — ele grunhiu, mandíbula cerrada e olhos negros penetrando os dela quando a besta assumiu. Um profundo, escuro e aveludado gemido de prazer escapou de seus lábios e ele enfiou os dentes em seu pescoço, bem no espaço entre o ombro e a garganta. Ela gritou com a eletricidade resultante, a conexão disparou de sua cabeça até a espinha, com um formigamento até a ponta dos dedos dos pés. Um peso atravessou seu pescoço, rigoroso no início, depois relaxando - a marcação estava completa. Sua boca capturou a dela em um beijo contundente, a luxúria traçando de sua língua para a dela. Sem controle, sem restrição de devorá-la, e ela gemeu novamente em sua boca exigente e poderosa. — Você é minha, — foram as únicas palavras que Molly ouviu quando seus olhos se agitaram em exaustão e pura felicidade. Tensley rolou-a de lado e deitou-se ao lado dela, acariciando-a em uma trilha de sua bochecha até a garganta, onde o colarinho estava agora. Pesado e fino, justo em sua garganta - não era desagradável, mas algo que Molly teria que se acostumar. Um conforto, uma segurança, uma promessa. — Não é muito pesado? — Ele perguntou, inspecionando o colarinho invisível. Ela balançou a cabeça cansada. — Não... Parece perfeito. Isso provocou um sorriso suave em seus lábios e ele se apertou contra ela, acariciando seu pescoço, beijando-a carinhosamente, curando as marcas de mordida que ele fez. — Isso foi… — Intenso, doloroso, incrível. Molly não sabia descrever-lhe as emoções que lutavam e batiam dentro de seu corpo.

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Ele se enrolou ao redor do corpo dela e eles ocuparam toda a pequena cama. Ele estava em toda parte, e agora tinha estado dentro dela. Tensley esfregou a parte interna da coxa, acariciando seu sexo dolorido e sensível com um toque gentil. — Quando você não estiver tão dolorida, eu realmente vou destruir você, dolcezza. Ela sorriu contra o peito suado dele, satisfeita em encontrar-se nos braços de outro monstro.

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CAPÍTULO 25

—Oh... — Molly gemeu, arqueando as costas enquanto Tensley usava a língua para apertar o ponto mais sensível entre suas coxas. Ela mordeu as costas da mão para abafar seus gritos, quase tirando sangue. Ah, foda-se ele! Ele segurou sua barriga para baixo, impedindo-a de mudar o ritmo. Tudo o que ela queria era abraçá-lo e depois beijá-lo para ficar melhor. — Tensley, ah-ahh! — Molly balançou, levantando-se da cama quando sua visão ficou turva. Ela estava no céu e no inferno, e ele era Hades, mas ela de bom grado comeu a fruta que ele ofereceu. Ela a devorou. Ele puxou-a para baixo do colchão até que seus rostos estivessem nivelados, e tudo o que ela queria era ele, suas mãos e sua boca. A boca que ainda estava molhada com seu prazer sorriu para ela. —Tão sensível. — Tensley lambeu seus sucos em seus lábios, sugando um de seus dedos em voz alta. — Muito gostosa. Ela ofegou, incapaz de esconder o quão sem fôlego ele a fez. No meio de seu sono, ela acordou com ele lambendo-a suavemente, com fome, e ele não parou. Um orgasmo após o outro veio quando ele caiu sobre ela, lambendo seu mel.

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Como sua língua nunca se cansou está além de mim. — Encontre-me para almoçar no meu escritório — disse ele, beijando-a tão profundamente que ela podia sentir o sabor de sua própria essência em sua língua. Molly balançou a cabeça suavemente. — Eu não posso. Eu preciso trabalhar no horário de almoço hoje para que possa colocar em dia tudo o que perdi. Eu estou andando em gelo fino com eles. — Dolcezza — ele advertiu em um tom que falou diretamente para o calor entre suas pernas. — Você está andando em gelo fino comigo. Ele subiu seu corpo para descansar os cotovelos ao lado de seu estômago e olhou com admiração para seu peito arfando. Ele circulou um mamilo ereto com um dedo e apertou. A cabeça de Molly recuou e ela reprimiu um gemido, olhando-o enquanto ele traçava de um lado para o outro em sua pele sensível. Ele soltou e espalmou ambos com suas mãos calejadas. — Você nunca será autorizada a fazer uma redução de mama. Ela riu e fingiu desaprovar. — Você não pode me dizer o que fazer. Seus olhos de obsidiana encontraram os dela e ele se aproximou, seu hálito quente agitando os pequenos fios de cabelos em volta da testa. — Querida, uma palavra de aviso. — Ele triturou seus quadris contra ela e ela inalou a dureza de seu comprimento. — Desobedecer-me só me fará mais duro. — Hmm — ela meditou, passando a mão ao longo de seu abdômen sólido e peitoral firme. — Onde está a falha nisso? Um sorriso perverso puxou seus lábios enquanto ela tocava o cós da calça dele. Ela queria senti-lo nu contra ela. — Porra, Molly. — Isso não impediu seus impulsos. — Eu não posso. Você ainda está muito dolorida, e eu quero ser rude com você. — Ele sentou e seus olhos caíram para a protuberância sob sua cueca boxer. Ele deslizou a mão sobre seu

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pau, nunca olhando para longe dela. — Isso é o que você fez para mim, uma e outra vez, querida. Molly estendeu a mão para ele, mas ele se esquivou, pegando seu terno descartado de uma cadeira próxima e jogando-o sobre o braço. — Encontre-me para o almoço. Ela levantou uma sobrancelha. — É isso que você está retendo de mim? Tentando me manipular para vê-lo novamente hoje? Seu estômago flexionou tão lindamente quando ele colocou a camisa que Molly não precisou mais ser manipulada para dizer sim. — Eu preciso te provar novamente, e se você for uma boa menina, eu vou deixá-la me provar, — ele brincou. Ela se sentou, pressionando o lençol branco em seu torso e se ajoelhando na beira da cama. — Veremos. Seus olhos se estreitaram, um músculo pulsando em sua bochecha. — Nós definitivamente veremos. E provar. E sentir. E foder. Suas bochechas coraram e depois de um segundo, ela inclinou a cabeça para o lado e mordeu o lábio. — Comigo por cima? — Ele apertou a mandíbula com tanta força que ela jurou ter ouvido um osso quebrar e se mover. — Não me tente. Como eu disse, você está andando em gelo fino. — Ele se reajustou na frente dela e fez uma careta. — Porra. Eu preciso de um banho frio. Assim que ele saiu do quarto dela, ela desabou, sorrindo como uma colegial em seu travesseiro. Ela não conseguiu se conter. Como ela se sentiu, como eles se fundiram. Tão gentil, depois áspero e poderoso. Tensley era a mistura perfeita em um homem, um que sabia o que queria. Com esse pensamento, seu sorriso vacilou. Não seja insegura. Não pense em seu passado. Ela se levantou e vestiu o roupão, vislumbrando seu cabelo bagunçado no espelho. As mordidas de amor cobriam seu pescoço e percorriam toda a clavícula.

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Ela tocou o colarinho invisível e a princípio estava frio, então rapidamente ficou quente sob a ponta do dedo. Marcada. Reivindicada. Dele. Ela caminhou até a cozinha e escutou o som reconfortante e calmo da água correndo, onde Tensley estava sob o jato. Ela ligou a chaleira assim que alguém bateu na porta da frente. September? Mas não, September sabia que a fechadura estava quebrada e bater não era necessário. Molly abriu cautelosamente a porta e congelou: lá estava a sua mãe, vestida com um terno Chanel branco. — Bom dia, Molly — disse a Sra. Darling, passando por ela e entrando no pequeno apartamento. Molly permaneceu sem fala enquanto sua mãe hesitantemente se sentava no sofá, empoleirada na borda como se achasse que qualquer sujeira no lugar passaria para suas roupas. — Eu tentei ligar para você, mas você nunca atende, — ela disse como explicação. Molly apertou o roupão. — Eu tenho andado ocupada. — Com ele? Molly congelou com o desgosto na voz de sua mãe e de canto do olho na porta do banheiro. — Mãe, por que você está aqui? Papai está bem? A Sra. Darling acenou com a mão bem cuidada. — Ele está perfeitamente bem. É com você que estou preocupada. Você está trabalhando tanto que nunca vejo você. Tem dinheiro suficiente? Molly sacudiu a cabeça e acariciou sua testa. — Estou bem, mãe. — Michael está se transferindo para Columbia no outono — anunciou sua mãe, inspecionando as bordas desgastadas da almofada mais próxima. Molly franziu a testa. — OK…

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— Ele é persistente em perguntar como você está em nossos eventos de caridade, completamente apaixonado por você, parece. — Molly mudou de posição. — Bem, isso é legal. Espero que ele esteja bem também. A Sra. Darling franziu o cenho para a resposta indiferente de Molly. — Você não está bem, Molly. Você está confraternizando com aquela besta. Molly riu amargamente. — Confraternizando? Ele me salvou. Lembra quando Stella te procurou, assustada? Ele me protegeu dos outros demônios que queriam me machucar. — Ele fez você pensar isso. Ele está te manipulando e você está se apaixonando pelo charme dele. Ele cravou os dentes tão profundamente que você não pode escapar. — Talvez eu não queira escapar, — ela retrucou. Talvez eu goste de seus dentes profundos. Os olhos da Sra. Darling se arregalaram. — Ele é um monstro. — O que você quer, mamãe? Nossos ancestrais fizeram este contrato sem o meu controle e eu aceitei isso para proteger nossa família. Além disso, eu o conheço muito melhor que você e ele não é um monstro. Ele é complicado, mas não é malvado. A boca da mãe dela franziu. — Como você não consegue ver? Ele é uma fera. — E eu vou devorá-la, — a voz de Tensley subitamente explodiu na porta do banheiro. Seu cabelo ainda estava liso da água, e sua camisa estava desabotoada mostrando seu abdômen esculpido. Ele se aproximou e beijou Molly na bochecha, depois encarou a Sra. Darling. — Bom dia. Prazer em vê-la novamente. A Sra. Darling apertava as mãos, olhando para o demônio.

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Tensley beijou a testa de Molly, abotoando a camisa com dedos ágeis. — Vejo você no almoço, querida. Depois que terminou de se vestir, ele saiu, deixando Molly sozinha com sua mãe. — Você é íntima dele? — O horror na voz da Sra. Darling fez Molly ficar irritada. — Eu gosto dele — disse ela, jogando as mãos para baixo. — Ele não é ruim. É a sociedade dele que é confusa, mas ele é... — Ela lutou pela palavra certa, respirando fundo. — Eu não espero que você entenda minha escolha ou meus sentimentos, mas eu gosto dele e confio nele. Sua mãe se levantou e balançou a cabeça. — Ele fez de você seu peão, e agora vai jogar com você. Estou só preocupada com você. Molly olhou com raiva. Sim, começou como uma obrigação, mas evoluiu para algo muito mais profundo. Essa foi uma a escolha dela. —Vou ligar para você, mãe. — Ela não sabia mais o que dizer. Sua mãe não poderia ser feliz por ela? Ela quebrou as paredes de Tensley e a armadura contaminada por tanto tempo, e finalmente ele estava começando a permitir que ela entrasse. Ele queria controle. Ele protegia seu coração como uma arma perigosa, não queria que a mão de outra pessoa o segurasse, no caso de se virarem contra ele. Ela queria o coração dele, mas não para destruí-lo. Não, só para amá-lo. Para curá-lo. Para fortalecê-lo. Estar com ele. E ela queria desvendá-lo. Ter seu coração.

***

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Os dedos de Tensley se afundaram no couro da poltrona enquanto olhava do outro lado da sala para os pais de Gabel Eastwood. — Você está nos dizendo que não encontrou o nosso filho? — Sr. Eastwood fervilhou. Suas bochechas estavam fundas e seus olhos estavam escuros e sombreados - ele parecia exatamente como um pai que tinha perdido seu único filho. Sua esposa estava pior. Ela não falou, ela não chorou, mas seus olhos vermelhos e inchados procuraram o rosto de Tensley, analisando cada centímetro dele. Gabel parecia mais com a mãe, característica suave e cheia, com um sorriso acolhedor. Agora a Sra. Eastwood parecia uma casca, um corpo cuja alma partira há muito tempo. — Ainda estamos procurando por ele — disse Tensley. O Sr. Knight estava de pé ao lado, sem falar enquanto os Eastwood cresciam mais angustiados. O Sr. Eastwood pressionou os dedos trêmulos na boca. — Ele está desaparecido há muito tempo. Precisamos contar a verdade às pessoas. Os caçadores estão fora de controle e precisam ser tratados agora. Tensley sabia a resposta do pai para isso: não até que Ares concordasse com a fusão. O Sr. Knight sacudiu a cabeça, elevando-se até sua imponente altura, atrás de Tensley. — Precisamos manter isso em segredo. Se alguém descobrir, vamos lidar com um pânico entre a nossa espécie. — O que você faria? — Disse a Sra. Eastwood a Tensley, assustando-o com seu desespero. — O que você faria se fosse seu filho? Tensley engoliu o nó na garganta, recompondo-se para responder. — Vamos atualizá-los se tivermos alguma informação nova, — cortou Knight, com o tom claro de que o assunto não seria mais discutido.

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Os Eastwood obedeceram, embora suas expressões ainda gritassem desespero. Assim que saíram, Tensley se levantou e também saiu da sala. Ele os viu no corredor, com o Sr. Eastwood segurando sua esposa para impedi-la de entrar em colapso. — Eu vou encontrá-lo, — disse Tensley, sua voz muito mais forte do que ele sentia por dentro. Ambos os pais de Gabel se voltaram lentamente para olhálo. — E eu vou trazê-lo de volta. Os olhos do Sr. Eastwood ficaram úmidos e Tensley enrijeceu com a demonstração de emoção, que raramente via em outros demônios. — Obrigado, Tensley. Obrigado.

***

O caçador de demônios na frente de Tensley torceu as mãos amarradas, choramingando enquanto lutava para se libertar. Ele estava em péssimo estado, observou Tensley. Pearce não tinha pegado leve com ele, e agora o humano era uma confusão de sangue e ossos esmagados. O caçador ofegou, alguns soluços conseguindo escapar antes de reprimir seus gritos. — Eu não consegui encontrar Cree, — disse Pearce atrás do caçador, saindo das sombras do porão. — Então eu encontrei a próxima melhor coisa, seu terceiro em comando. O caçador se remexeu em suas amarras e a lâmpada nua iluminou suas feições: seu rosto era preto e azul, o olho direito inchado, o nariz dobrado na ponte onde Pearce o havia quebrado. Um rastro de sangue escorria de uma narina e descia pelo queixo. — Nome, — exigiu Tensley, examinando os movimentos erráticos do caçador.

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O caçador olhou para Tensley e murmurou alguma coisa, sua respiração acelerando. — O nome dele é Ryan — respondeu Pearce. — Encontrei-o no Queens, vendendo nossa beladona. Comprada de Adams. Tensley se aproximou de Ryan, seus passos lentos e firmes. — E onde está o Cree? Ryan engasgou e cuspiu um monte de ranho e sangue no cimento. Depois de um momento, ele levantou a cabeça. — Se escondendo. Tensley sacudiu a cabeça. — Você deve se importar muito pouco se vive ou morre agora. — É a verdade. Eu não o estou protegendo! Eu não me importo com o que acontece com o bastardo. Ele vai matar a todos nós. Tensley olhou para Pearce e depois para o caçador perturbado. — E por que isto? — Ele perdeu a cabeça, — cuspiu o caçador. — Ele quer o Daemon. Ele a vê como o Santo Graal, a resposta para tudo que deu errado desde que ela entrou em seu bar. Ele quer beber o sangue dela e usar seus ossos como uma maldita coroa. Ele está louco pra caralho. Pearce inclinou a cabeça. — Daemon? Quem... — Realização amanheceu em seu rosto. — Espere, Molly é um Daemon? — Pearce — repreendeu Tensley, — agora não é a hora. — Pearce ouviu, mas parecia mais furioso do que antes. Com o simples pensamento de Molly, o peito de Tensley pulsou. Ele a marcou. Ele acordou para encontrála aninhada ao seu lado, e nunca mais quer acordar sem ela. Ele não tinha conseguido parar de olhar para o pescoço dela, à sombra do colarinho invisível, não conseguia parar de tocá-lo para sentir a superfície fria. Duas emoções brigavam dentro dele: uma necessidade de controle e uma necessidade por ela.

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Uma necessidade estava superando a outra rápido e isso o aterrorizava, mas ele estava tão viciado em sua gentileza e bravura que engoliu o gosto amargo e se deleitou com isso. Tensley olhou para o caçador, sem querer se desviar. — E a garota demônio chamada Lex? O que aconteceu com ela? O caçador lambeu os lábios rachados, ensanguentados e doloridos. — Continua viva. Mal. Eles estão mantendo-a por perto só para brincar com você. Tensley fechou as mãos e girou, marchando para as escadas. —Pearce, me consiga a localização. Pearce riu, avançando em direção ao caçador e estalando os dedos. — Com prazer. Tensley dirigiu-se ao seu escritório, as lamúrias do caçador como uma espécie de trilha sonora doentia no fundo e pegou a pasta de cada membro de Scorpios desaparecido. Ele estudou a foto de Gabel, o cabelo castanho claro que encantava as mulheres, seu sorriso com covinhas. Tensley pensou nos rostos dos Eastwood, no cansaço e no terror ao aproximar-se cada vez mais da aceitação de que o filho havia partido para sempre. Então Tensley abriu o arquivo de Lex. A guerreira assustada, durona que rastejou para dentro do seu peito estava sozinha, torturada pelas mãos de um assassino psicótico. Ele encontraria Lex e Gabel vivos, e então derramaria sua ira sobre os caçadores, como ninguém tinha visto em séculos. Ele não teria piedade. Ele não teria arrependimentos. Tensley se levantou e pegou suas coisas, voltando para Molly antes que um dos caçadores a encontrasse. Ele a protegeria com sua vida.

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CAPÍTULO 26

Molly estava na entrada do museu e deixou seus braços cair. Ela terminara a papelada para Paris e agora só tinha que esperar para ver se a aceitariam. Se ela fosse premiada, não compareceria às três primeiras semanas de aula na Columbia, mas Molly dizia a si mesma que a experiência valeria muito mais do que o tempo na sala de aula. — Molly! — Uma voz chamou atrás dela, fazendo-a pular. Ela se virou para ver Michael, um largo sorriso no rosto bronzeado. — Michael, o que você está fazendo aqui? — Molly olhou para a calça esporte azul-clara e a camiseta simples; ela raramente o via vestido tão casualmente. — Sua mãe mencionou o horário do seu intervalo, e achei que seria um bom momento para comermos algo e conversar — disse ele, enfiando as mãos nos bolsos. Ela gemeu interiormente. Sua mãe estava apenas bancando a casamenteira. — Ouvi dizer que você foi aceito em Columbia? Seus olhos azuis brilhavam. — Sim, — ele disse, encolhendo os ombros. — Eu queria estar mais perto da minha família e amigos.

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— Ah —, disse ela, saindo. — Bem, isso vai ser bom para sua mãe. Tenho certeza que ela sentiu muito a sua falta o ano passado. Assim que saíram, Molly viu Tensley em pé nos degraus da frente, uma sacola de comida em uma das mãos. Tensley virou a cabeça e franziu a testa ao ver Michael ao lado dela. Ele se aproximou deles como um leão na caça. Circulando, examinando, com medo de assustá-la, ele se moveu com um poder gracioso. — Dolcezza — disse ele naquela voz suave e cantada, com um fraco sotaque italiano. Molly engoliu em seco e olhou de volta para Michael, cujo sorriso havia vacilado. — Tensley, este é Michael. — Tensley simplesmente acenou para ele, mas ela viu a incerteza em suas feições. — E Michael, este é Tensley, — disse Molly, olhando para o demônio alto. — Meu namorado. — Noivo, na verdade — acrescentou Tensley, sua boca se contorcendo em um sorriso suave. — Eu trouxe aquela pizza que você ama do Vincent — disse ele, apontando para a caixa que segurava. Ela não conseguia lidar com o quão quente ela se sentia na presença de Tensley, quantas borboletas surgiram no momento em que ele encontrou seu olhar. — Você se lembrou disso? Do nosso primeiro encontro? Ele enfiou a mão na dela e levou-a à boca. — Eu me lembro de tudo sobre você, dolcezza. Até mesmo sua maldade. Michael pigarreou, ficando pálido. — Bem, foi um prazer conhecê-lo — disse ele na direção de Tensley, depois se virou para Molly. — Eu vou me encontrar com você mais tarde, Mol. Deixe-me saber se você foi selecionada para a viagem ao Louvre, e podemos ir comemorar. Molly assentiu quando Tensley a puxou escada abaixo. — Louvre? — Ele disse, sua voz de repente gelada.

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Molly piscou para afastar a vertigem e olhou para ele, uma carranca gravada em suas feições. — Eu me candidatei para ir a Paris por três semanas em Setembro. Eu não sei se vou conseguir já que o verão começou, mas adoraria a oportunidade. — Não é seguro — disse ele. — Não quando os caçadores estão correndo por aí. Ela balançou a cabeça. — Eu vou ficar bem. Eu tenho controlado as coisas com eles sozinha por meses. Um silêncio constrangedor se espalhou entre eles antes que Tensley finalmente falasse. — Você não ia me dizer. Molly suspirou, curvando-se para o lado dele. — Eu não contei a ninguém, no caso de não conseguir. Não queria criar esperanças por nada. Tensley ficou quieto, olhando para frente. — Você vai conseguir, Molly. Você é muito motivada e inteligente e talentosa para não fazer isso. Molly corou com suas palavras, mas ainda notou sua distância. —Você poderia ir me visitar. Ele bufou. — Seria impossível deixar Scorpios por mais de alguns dias. — Oh, certo. — Ela tinha que lembrar que ele literalmente dirigia uma organização inteira, um negócio inteiro. Molly olhou para os saltos altos vermelhos ao lado de seus oxfords marrons. — Mas eu gostaria muito de ir — ele acrescentou suavemente. Ela apertou a bochecha contra o braço dele e beijou seu bíceps. —Não vamos nos preocupar com isso ainda. Quem sabe se eu vou ser selecionada? O telefone de Molly tocou e ela olhou para a identificação, seus pulmões se esvaziando quando leu. — Molly? — Perguntou Tensley, imediatamente sentindo seu terror.

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Molly deslizou um dedo trêmulo pela tela. — O que você quer, Cree? — Tensley endureceu com o nome e um grunhido deixou seus dentes cerrados. — Eu posso ou não ter algo que você quer, — Cree ronronou, o som fazendo Molly querer vomitar. Ela engoliu em seco. — E o que é? — Eu tenho aquele pequeno demônio que seu noivo está procurando. — A respiração de Molly ficou presa. Lex Com a hesitação de Molly, Tensley fez um gesto para ela entregar o telefone. — É mesmo? — Disse Molly, incrédula e fria, arrastando a palavra. — Você sabe o que Cree? Aprendi algumas coisas durante meu tempo com você, principalmente em não confiar em nada que você diz. Então, — ela continuou, seus olhos encontrando brevemente o de Tensley enquanto ela falava. Ele parecia em partes iguais lívido e preocupado. — Prove, idiota. Prove para mim que você a tem, porque só a sua palavra não vale muito mais do que a sujeira debaixo dos meus pés. — Eu vejo que nossa Daemon ingênua está muito mais sábia do que costumava ser, — Cree respondeu com uma risada. — Bom. Barulho encheu o alto-falante e Molly ouviu gritos, seguidos por um soluço estrangulado. — Molly? — Lex choramingou através da linha. — Diga a Tensley para parar de procurar por mim. É tarde demais... E também... Se Lex está em tão mau estado, isso tem que significar… Molly se conteve. Ela não queria pensar sobre o que os caçadores poderiam ter feito a ela. — Me passe o telefone, — exigiu Tensley, irritado. Molly fechou os olhos com força. — Lex, estamos indo buscar você, ok? Nós... — Teve a sua prova? — A voz profunda de Cree explodiu.

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Molly apertou o telefone com mais força, imaginando que fosse a garganta dele. — Porque agora? Por que você está fazendo isso agora? — Porque — ele sussurrou, — é hora de você ver o que ela se tornou. É hora de você ver o que causou quando me traiu. Molly respirou fundo para não gritar com ele. — Onde ela está? — Não tão rápido, pequena Molly. É de uma transação que estamos falando; eu dou, mas só se receber algo em troca, — disse Cree, falando com ela como se fosse uma criança. Se ele estivesse na frente dela, então, ela poderia lhe mostrar quão infantil ela poderia ser.. Rasgando o lado intocado de seu rosto com suas garras. Ela fez uma pausa, olhando para a expressão severa de Tensley, e rapidamente percebeu que ele parecia pronto para fazer mais ou menos o mesmo, apenas dez vezes pior. Um animal pronto para destruir. — O que você quer então? — Molly retrucou, sua paciência se desintegrando. Molly esperou, seu olhar nunca deixando o de Tensley. Ela podia ver tantas emoções gravadas lá, profundamente em sua alma - fúria, preocupação, violência, determinação - e ela sabia que seus olhos diziam as mesmas coisas. E então o caçador de demônios nomeou seu preço. Durante os segundos em que o coração de Molly parou de bater inteiramente, ela se perguntou se era forte o suficiente para pagar ao caçador o preço que ele pedira. Molly pensou no corpo frágil de Lex, espancado em preto e azul em algum lugar, mal aguentando enquanto suportava qualquer tortura que os caçadores tivessem feito naquele dia. Ela tinha que tentar salvá-la. Esperançosamente ela encontraria uma maneira de escapar do pagamento solicitado por Cree, mas se não, então que assim seja.

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Isso era por Lex. Por Tensley. Ela seria forte por eles e por si mesma. Quando Molly verbalizou seu acordo, sua voz era como aço e veneno. Cree confirmou o local onde a transação ocorreria e, enquanto ouvia, um sorriso sombrio e cruel apareceu em seus lábios. Ela tinha garras e era hora de começar a usá-las. Tensley sentiu o peito muito pesado, cheio de raiva e ódio e algo que ele nunca quis admitir a qualquer demônio vivo ou morto. As feições de Molly tinham passado de raiva e tristeza para aceitação em questão de segundos, e ele não tinha certeza se queria saber o que tudo isso significava. Ela abaixou o telefone e encontrou seus olhos. — Cree está com Lex — ela começou, sua voz surpreendentemente forte, resignada. — Eu vou encontrá-lo em um motel no Queens. — Ela mordeu o lábio inferior, um hábito ansioso, e ele sabia que significava que havia mais. — O que mais? O que você não está me contando? — Ele se sobressaltou, sua preocupação saindo mais dura do que pretendia. — Há um preço, — ela disse suavemente, — por Lex. — Apreensão encheu seus olhos, mas ele sabia que ela não estava nervosa sobre o que estava prestes a dizer, mas sim sobre como ele iria reagir a isso. Ele não ia gostar disso. — O que o filho da puta quer agora? — Ele rosnou, ombros apertados. Ela ficou em silêncio por um momento, abrindo a boca ligeiramente, apenas para fechá-la novamente. —Molly — continuou ele, agarrando-a gentilmente pelos braços. — Conte-me. Eu dou conta disso.

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A ligação de Cree o deixou estressado. Ele não gostava que o filho da puta falasse com Molly, e nem a besta dentro dele. Controlar-se enquanto ela falava com Cree tomara todo o seu autocontrole, mas agora, com a paciência em baixa, estava a poucos segundos de perder a calma. Seus lábios macios se abriram de novo, o de baixo tremendo. — Eu. Ele me quer. O estômago de Tensley caiu para um poço escuro que ele não sabia que existia e a besta que arranhava suas paredes rosnava dolorosamente. — Não, — ele ordenou, balançando a cabeça violentamente. — Não, não, não. De jeito nenhum, Molly Darling. Eu não vou te entregar a esse psicopata. Cree quer usar os ossos dela como uma coroa, o caçador de demônios disse a Tensley naquele porão. Absolutamente não. — Isso — ele sussurrou em voz baixa, — não vai acontecer porra. Eu vou com você, e vou esculpir meu nome no sangue fresco do coração dele. Aquele filho da puta estará morto antes que possa dizer 'por favor, não faça isso'. Ele enfiou a mão no bolso para pegar suas chaves, mas Molly pegou seu pulso. — Eu não estou pedindo sua aprovação, Tensley. — O poder em sua voz, em seus olhos enquanto perfuravam os dele, o paralisou. — Apenas confie em mim, ok? Lex precisa de nós. Eu posso cuidar de mim mesma. Ele cerrou o queixo. — Foda-se não, Molly. Ele não vai te levar. Nós pegamos Lex, nós rasgamos o bastardo em pedaços, e damos o fora, — ele cuspiu, com certeza seus olhos estavam pretos como breu naquele ponto. As feições endurecidas de Molly se suavizaram e sua mão pegou a dele, entrelaçando seus dedos. — Eu não vou deixá-lo me levar, Tensley. Eu prometo. Você entra e pega Lex, e eu lido com Cree. Tensley observou o modo como seus olhos traçavam sua expressão, memorizando cada ângulo e plano, e um nó cresceu

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em sua garganta. — Vamos — disse ele com um aperto de mão, levando-os pela calçada movimentada. Ele não sabia o que esperar de Cree, mas não iria sem estar preparado para o pior. Não com Molly indo ao lado dele. Sua besta não gostou da ideia dela ser machucada e ele também não gostou. Não havia sentido em discutir com ela ela não iria colaborar - mas foda-se se isso significava que ele a deixaria ir. Se Cree achava que fugiria intocado e glorioso, usando sua coroa de sangue e osso, ele tinha outra porra vindo. Porque se alguém se atrevesse a machucar Molly, ele seria a ira que iria destruí-los.

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CAPÍTULO 27

O motel Sea-Breeze os cumprimentou quando o motorista de Tensley entrou no estacionamento. Da luz de néon brilhante até o aviso de despejo na janela da frente, Molly sabia que eles estavam em uma área desolada onde nenhum habitante ou viajante pararia. Cree escolheu o local perfeito para dar e recolher e desaparecer. Tensley ficou em silêncio todo o caminho até o motel, e agora com o motorista parando o Bentley Mulsanne preto no estacionamento, suas feições ficaram mais sombrias enquanto ele estudava a construção iminente à sua frente. Molly estava olhando para os dois níveis do motel, à procura de movimento, quando a mão fria de Tensley agarrou sua coxa. Sua respiração ficou presa na garganta. Ela se recompôs antes de encontrar seus olhos escuros. Seu foco foi para seus lábios e suas narinas dilatando. Ela queria beijá-lo, saborear a sensação da sua boca sobre ela, mas uma porta se abriu no segundo andar do motel. Ambos olharam para ver uma porta no segundo nadar balançando para frente e para trás. — Fique aqui, Charles — Tensley instruiu o motorista enquanto saía, oferecendo uma mão para Molly. — Vamos lá.

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Ela flexionou seus músculos, reunindo a eletricidade, ela precisava estar pronta para atacar no momento em que Cree cruzasse o caminho dela. Ele queria usá-la como exemplo na frente de seus caçadores para ganhar de volta a confiança deles, e ela se certificaria de que ele não teria sucesso. Ela lutaria contra ele violentamente antes que a usasse como um pião. O ar frio do oceano ao longo da estrada soprou contra sua pele, enviando arrepios por seus braços enquanto andavam sob o sinal zumbindo. O motel, o zumbido agudo da placa morrendo, e batidas de porta balançando colocaram os sentidos de Molly em alerta máximo. Em seguida, um novo ritmo ecoou no asfalto, e Molly se aproximou de seu noivo. Ela engoliu em seco ao ver o rosto marcado de Cree quando ele subitamente emergiu das sombras, seguido por caçador após caçador empunhando espadas e armas. — Onde está Lex? — Perguntou Tensley, sua postura se alargando. Cree se moveu, acenando para alguém atrás dele. Lex foi empurrada e caiu, colidindo com o chão em uma bagunça de pele cinzenta e ossos salientes. Ela só estava desaparecida a um mês, mas nessas quatro semanas os caçadores a tinham reduzido a um esqueleto quebrado. — Entregue-a! — Gritou Tensley, aproximando-se do demônio machucado. Cree sorriu para Molly. — Nós já chegamos a um acordo, eu acredito. Tensley sacudiu a cabeça. — Isso não vai acontecer. Molly olhou para Cree, cuidando para permanecer sem emoção. — Deixe-a ir primeiro. Cree sugou ruidosamente seus dentes, balançando um pé de cabra perigosamente perto da cabeça de Lex. — Tudo bem. Continue escória — ele chutou-a nas costas com a bota, fazendo com que a risada explodisse dos outros caçadores.

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Lex gritou, rastejando pelo asfalto enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. Eles poderiam simplesmente sair? Quanto mais perto ela chegava, mais pesado o peito de Molly parecia. Ela podia ver o alívio passando por Lex enquanto ela se aproximava deles. Tensley disparou e a agarrou, envolvendo seus braços grossos em volta dela e puxandoa para trás. Molly procurou pelo carro, calculando quanto tempo levaria para correr até ao Bentley. Porém - outro caçador que havia se esgueirado por trás deles tinha uma arma apontada para a cabeça de Tensley, com o dedo no gatilho. Molly começou a se mover em direção a Cree, acenando para o caçador armado baixar a arma. — Molly! — Disse Tensley, deslocando Lex nos braços. — O que você está fazendo? Volte aqui! — Diga a ele para colocar a arma no chão! — Molly gritou para Cree. Cree acenou para o caçador mais próximo de Tensley. — Abaixe sua arma, John. Eu tenho ela. — Molly! — gritou Tensley, Lex agora inconsciente em seus braços. — Pare! Volte aqui! — Molly — repetiu Tensley, com a voz grave desta vez. Ela continuou se afastando dele, e ouviu a mudança em sua respiração quando ele entendeu o que ela estava realmente fazendo. Qual tinha sido a barganha com Cree. — Molly! — Ele rugiu. Ela não olhou para trás. Ela se concentrou na expressão presunçosa no rosto de Cree. — Então a prostituta daemon retorna mais uma vez, — disse Cree quando Molly chegou ao lado dele, enquanto erguia o pé de cabra o apoiando em seu ombro. Ele agarrou

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sua cintura com força, mas ela conseguiu não estremecer. Era o que ele queria ver. A garota assustada e perdida. Ela não existia mais. Faça-me sangrar. Veja o que acontece. Cree retirou um canivete e lambeu a ponta. — Envenenado com velo dourado. O brilho da faca nas luzes de néon e o sangue zumbindo em seus ouvidos encheu seus sentidos. — Molly! — Tensley soou lívido atrás dela e quando ela olhou por cima do ombro para ele, enviando-lhe um aviso, ele parou em suas trilhas, seu corpo inteiro tremendo. Lex estava mole em seus braços. — Tirem-na daqui — Ordenou Molly. — Ela precisa de atenção médica! Leve-a para alguém que possa socorrê-la! Tensley ficou congelado, Lex um peso morto em seus braços. — Se você acha que vou deixar você aqui, está muito enganada — disse ele, lívido, mas sabia que ela estava certa; Lex precisava de ajuda. — Eu vou voltar para você — ele jurou antes que seu olhar letal se voltasse para Cree. — E então vou destruir você, Cree. Eu vou te rasgar membro a membro. Tensley andou de costas para o carro, abrindo a porta para colocar Lex dentro. — Oh, você não deveria se preocupar com o que resta de mim, ela veio de bom grado, afinal de contas. Você deveria estar preocupado com o que sobrará da sua noiva quando eu terminar com ela — disse Cree antes de arrastar a faca para baixo no braço de Molly. — O que... — Molly chorou, tropeçando para longe enquanto o sangue pulsava de seu corte. Velo dourado, ela percebeu. Ela agora tinha velo dourado bombeando através de sua corrente sanguínea, e não levaria mais que alguns minutos para torná-la inútil. Cree segurou sua nuca e empurrou-a para o motel. — É só você e eu agora.

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Molly permitiu que ele a empurrasse para um quarto, em seguida, bateu e trancou a porta atrás dele mantendo os outros fora. Ela escutou, cuidadosamente, contando os segundos, os momentos em que ainda tinha poder suficiente para lutar. Então ela atacou. Ela agarrou a mão de Cree e torceu, quebrando os ossos instantaneamente e pegando sua faca para apunhalá-lo no lado com ela. Suas pernas já haviam começado a tremer, então ela jogou Cree no tapete manchado do quarto de motel. Ele balançou a mão sem ferimentos e errou, e Molly bateu na sua boca com o punho. — Você não tem muito tempo — ele sussurrou através dos dentes manchados de sangue. Ela pairou sobre ele, suor pingando sobre seu lábio enquanto o velo dourado continuava a agir. — Eu não preciso de muito tempo — ela respondeu, continuando a bater no rosto dele e pulverizando o quarto com o seu sangue. A arma de Cree caiu do cós, cintilando na luz esverdeada que entrava pelas janelas encardidas. Ela pegou, os nós dos dedos rachados e sangrando, e engatilhou a arma. Faça. Faça isso, disse o monstro dentro dela enquanto apontava a arma para a têmpora direita de Cree. Um barulho de batidas veio de fora, os caçadores devem ter ouvido sua luta e vindo verificar, e agora estavam batendo contra a janela com seus pés de cabra. Seu dedo vacilou no gatilho, pressionando só um pouquinho. Tão perto. Tão perto de matar o pesadelo que a atormentava. Sua visão turva, pontos pretos aparecendo e desaparecendo. Ela bufou, rosnando em sua garganta. Apenas faça isso, Molly. Faça! Suas mãos tremiam, seu corpo balançava, seus membros muito pesados, tão perto de desabar.

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Cree gemeu, resmungando de maneira ininteligível. O dedo de Molly se posicionou no gatilho, mas quando ela olhou para o rosto de Cree, ele se transformou em um demônio com cabelo castanho claro. Um demônio de quem ela tirou a vida. E ela não poderia fazer isso de novo. Molly cravou as unhas no queixo de Cree, forçando os olhos injetados para ela. — Eu sou um monstro, mas não sou um monstro como você. Fique longe de mim e de todos com quem me importo, e você nunca mais terá que ver minha cara novamente. Ela parou sobre as pernas fracas, afastando o cabelo manchado de vermelho do rosto enquanto se preparava para enfrentar os outros caçadores. — Sua puta, — Cree cuspiu, rolando de lado. Molly ouviu alguns suspiros e gemidos quando olhou pela janela quebrada, vazia, seguido por silêncio. Em seguida, a porta da frente se abriu, voando das dobradiças, e uma sombra escura e poderosa encheu a porta de entrada. Tensley. Coberto de sangue, suas mãos formaram punhos de ferro, e aqueles olhos letais de obsidiana procuravam por ela. Ela respirou trêmula no ar rançoso e pesado. Tensley avançou com facilidade, com graça, com uma força poderosa e pesada que a invadiu. Ele era o tipo de besta e homem que destruía impérios com as próprias mãos. Tensley viu Cree primeiro e atacou, agarrando-o pela garganta e levantando-o a centímetros do chão. — Onde ela está? Onde está Molly? — Resmungou Tensley, dirigindo a cabeça de Cree para um espelho barato pendurado na parede mais próxima. — El- Ela está... — Cree gesticulou, apontando. Tensley seguiu o dedo de Cree, finalmente notando Molly onde ela

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estava junto à janela. Apenas uma sobrancelha franziu quando seus olhos se encontraram, e Tensley voltou a bater na testa de Cree no espelho. A besta estava totalmente no comando; ela podia dizer pela sua forma rígida e pulsante, aqueles olhos escuros, seus dentes a mostra, doendo para destruir alguém. Seu olhar penetrante encontrou Cree e ele parecia um lobo, analisando seu próximo alvo. Feromônios agressivos encheram o quarto. Ele rosnou, um arrepio de medo se registrando até mesmo no corpo de Molly. Tensley pegou o pedaço mais afiado da porta estilhaçada onde havia caído sobre a cômoda e o fatiou, deixando o caçador de demônios se afogando em seu próprio sangue. Tensley limpou as mãos nas calças do terno, respirando fundo enquanto ia até Molly. Ela oscilou e Tensley mergulhou para frente, pegando-a antes que ela atingisse o chão coberto de sangue. Molly olhou para o corpo sem vida de Cree. Cree estava morto. Ela usou a parede da sala para se equilibrar, não tendo certeza de quanto tempo tinha agora. O velo dourado estava totalmente em seu sistema e a adrenalina desapareceu. Ela ofegou enquanto tentava respirar. — Dolcezza? Essa palavra. Essa voz profunda. Assim que ela olhou para cima, Tensley espalmou suas bochechas, mas ela não sentiu nada. Não sentiu suas mãos. Não sentia nenhum de seus membros. — Você não partiu, — ela sussurrou, sua língua lenta e inchada. Ele balançou a cabeça, uma emoção crua em suas feições que ela queria lembrar. — Eu nunca te deixaria, Molly. — Ele beijou suas bochechas, então suas mãos, tossindo quando absorveu um pouco do velo dourado da pele dela. — Vamos sair daqui.

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Tensley levantou Molly sem esforço e levou-a para fora, passando por cima dos corpos dos caçadores de demônio que ele tinha matado. As luzes amarelas nebulosas do Bentley sinalizou para eles e Tensley beijou Molly profundamente enquanto andavam. — Estou bem — ela murmurou, fazendo-o rir. — Você está drogada. Estou tentando tirar o suficiente do seu sistema para impedir que você desmaie. —Nisso, ele beijou sua boca com força, e o nevoeiro em volta de seu cérebro levantou-se ligeiramente. Ela sentou no banco de trás ao lado de Lex, que estava enrolada em um cobertor de lã. Tensley subiu ao lado dela, beijou sua têmpora, tentando livrar seu sistema da droga. Ele correu a mão ao longo da coxa dela. — Oi Molly, — disse Lex, as contusões ao longo de seu pescoço e rosto muito mais horríveis de perto. — Ele está morto, Lex — Molly chiou, descansando a cabeça contra o ombro de Tensley. — Bom, — Lex disse, uma pequena faísca do fogo que ela tinha antes de sua captura queimando em suas íris azuis. — O bastardo passou do prazo de validade. Quando o motorista saiu do estacionamento, Molly ficou tonta e fechou os olhos. — Nunca faça isso de novo — sussurrou Tensley em seu ouvido, seus lábios roçando sua bochecha com cada palavra. — Eu não vou arriscá-la nunca mais, dolcezza. Tensley se inclinou e acariciou sua bochecha, depois empurrou o cabelo para trás para ver o estrago. Ele agarrou sua coxa e ela tentou lembrar como seus dedos se sentiam, mas ela estava perdendo força. — Prometa — disse ela sem fôlego, seus olhos lutando para ficar acordada. — Eu prometo.

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CAPÍTULO 28

Tensley pressionou sua boca aos nós dos dedos enquanto estudava Lex dormindo esparramada na cama diante dele: seu cabelo castanho estava cortado curto e emaranhado, seu rosto magro e oco, e sua tez era uma sombra doentia de cinza. Ele tentou engolir, mas um nó na garganta como algodão o impediu. Lex estava de volta, ela estava viva e ele faria qualquer coisa em seu poder para garantir que ficasse saudável novamente. — Ela precisa de muito descanso e uma boa dose de carinho, — um dos muitos curandeiros que Scorpios usou como assistência médica disse. — Ela está desnutrida e frágil. Não a deixe se mover muito, e eu voltarei em breve para ver como ela está. Tensley assentiu, afastando um pouco de cabelo da testa úmida de Lex. — E a senhorita Darling parece estar se saindo muito melhor. O veneno que você deu a ela durante a marcação provavelmente ajudou a atrasar o velo dourado em seu sistema — continuou o bruxo. Tensley assentiu novamente. — Isso é tudo — ele disse, dispensando o bruxo com um mergulho respeitoso do queixo. —Você tem o meu apreço por sua prontidão.

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Depois que o bruxo foi embora, Tensley começou a dobrar os cobertores de Lex mais firmemente em torno de seu corpo magro. Quatro semanas de tortura... De dor inimaginável... — Tensley? — Lex disse, seus olhos se abrindo. Tensley a silenciou, esfregando o braço dela. — Não fale. Apenas descanse. Ela conseguiu um sorriso aguado. — Não me de ordens. Tensley riu. — Pirralha. — Boceta. Ambos os seus sorrisos se desvaneceram e ela tossiu fracamente. —Molly está bem? Tensley terminou de prender os cobertores em volta dos pés ossudos de Lex. — Ela está melhor. — Ele estava ansioso para voltar para sua guerreira machucada; ela dormiu as últimas doze horas em um quarto de hóspedes da casa e estava agora esperando em seu escritório, de acordo com sua secretária. — Vá checá-la, — disse Lex, cutucando o joelho dele através das cobertas. Ele ergueu as sobrancelhas; ela ainda parecia à beira da morte. Quando Tensley não sorriu, ela franziu a testa e tossiu novamente. — Por favor, vá checá-la. Seus olhos molhados piscaram para ele e ele cedeu. Ele faria qualquer coisa por ela. Ele se inclinou e beijou a testa de Lex antes de sair do quarto. No caminho, Tensley parou na cozinha e pegou um sanduíche e salada pronta no caso dela estar com fome. Tensley carregou a bandeja de comida pelo corredor e parou do lado de fora da porta do escritório, acalmando-se. Sua fera ainda estava enfurecida, determinada a curar sua companheira ferida e corajosa.

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Com uma respiração profunda, ele abriu a porta, marchou para dentro e encontrou-a de pé junto à janela. Ela se virou quando ouviu a porta e sorriu suavemente, mas ele ainda viu as contusões em sua mandíbula e alguns arranhões nas bochechas e nariz. Sua besta rugiu. Quando ele sentiu o calor de seus olhos ficando pretos, soltou um suspiro e fechou as mãos, controlando a si mesmo. — Venha cá, dolcezza. — Ele avançou e agarrou-a pelos ombros, puxando-a para mais perto. Ela se apoiou contra a seu corpo, suspirando em seu peito. —Como está Lex? Ele cantarolou. — Ela vai ficar bem, só precisa de descanso. — Ele fez uma pausa, esfregando o polegar ao longo da coluna de Molly. — Você a salvou, Molly. Molly balançou a cabeça suavemente. Depois de um longo silêncio, ela disse: — Você me trouxe comida? Quando ela riu, ele riu, seus corpos vibrando juntos. — Eu vou cuidar de você. — Eu gosto da ideia de você cuidar de mim — ela sussurrou, brincando com os botões da camisa dele como um calmante, hábito nervoso. Ele definitivamente gostava da ideia de cuidá-la, provê-la, protegê-la e dar-lhe tudo o que quisesse. — Você precisa comer, querida — disse ele, beijando seu templo machucado. — Vamos lá. — Ele a soltou e se moveu para sua mesa, colocando a bandeja em cima de alguns arquivos. — Eu também. Quando ele olhou para baixo, viu Molly estudando-o, um brilho feroz e desejoso em seus lindos olhos. Molly queria

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o homem por ele - não só por seus olhos sedutores e lábios cheios, sua forte construção muscular, ou sua voz rouca e grave. Ela sabia quão terna a besta poderia ser, quão selvagem o homem poderia ser - e ela queria ambos os lados. Tensley colocou a bandeja de comida em sua mesa, movendo algumas coisas para que pudessem sentar e comer. Mas ela estava sofrendo para acabar com uma fome diferente primeiro. — Tensley? — Disse Molly, sorrindo enquanto olhava por cima do ombro. Ela brincou com os primeiros botões de sua blusa, abrindo cada um deles enquanto seus olhos deslizavam para lá. — Molly, tanto quanto a quero agora, não é uma boa ideia. Eu preciso curar suas feridas primeiro — ele disse, endurecendo suas feições. — Você pode fazer isso ao mesmo tempo — disse Molly, deslizando mais perto. — Molly — começou Tensley, mas ela se apertou contra o corpo dele e levantou dois dedos para tocar o seu lábio inferior. — Shh — ela sussurrou, roubando um beijo suave de sua boca entreaberta. Depois de outro beijinho, ele a beijou de volta. — Você tem muito controle sobre mim — ele murmurou quando segurou seus quadris, trazendo-os contra os dele. Ele beijou sua boca, viajando para cima atrás de sua orelha, abaixo de sua pulsante jugular. — Eu serei gentil. Ela balançou a cabeça. — Você não vai me machucar. Estou bem. Ele a beijou novamente, sugando seu lábio inferior. Ela espalmou as mãos contra o peito dele, detendoo. — Eu quero prová-lo primeiro — disse ela, uma mão desajeitadamente acariciando sua dureza através de suas calças de terno.

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Seus dedos calejados deslizaram ao longo de sua bochecha lisa de marfim e de volta para seu cabelo loiro. — É mesmo? Ela o puxou pelas lapelas do casaco e sentou-se em seu sofá de couro. Quando a mão dela foi para o seu cinto, ele rugiu. Ele moveu a mão para a parte de trás de sua cabeça, tricotando os dedos através de seu cabelo loiro tomando o controle. Em seguida, começou a pressionar quando a empurrou para baixo, sua mão livre indo para a cintura desfazendo o zíper de sua calça. Uma mão delicada em sua coxa, a outra indo para seu comprimento quando ele soltou seu pau grosso e crescente. Sua respiração ficou mais difícil, mas ela lambeu os lábios carnudos e então lambeu a ponta de sua coroa, seus olhos nos dele quando ela fez isso. Ela envolveu sua boca ao redor da cabeça e chupou antes de lentamente, provocar seu caminho até os dois sacos pesados abaixo. Ele cresceu sólido em pouco tempo, e seu pau inchou para esticar os lábios crus. Doeu, mas ela não ia desistir. Ela começou a trabalhar com a boca, definindo seu próprio ritmo quando se acostumou ao seu tamanho. Molly sorriu ao redor de seu pau quando ouviu seu gemido gutural de apreciação. — É uma boa menina — disse Tensley, guiando-a para cima e para baixo enquanto sua respiração acelerava. As unhas dela cravaram profundamente em sua coxa e um gemido tênue escapou dela. Ela o observou puxar seu lábio inferior, engolindo outro gemido. — Mal começou, querida, — disse ele com um rugido rouco, agarrando-a pelos ombros. Com um grunhido e um puxão, ele manobrou-os para sua mesa e abriu as pernas dela para que pudesse ficar entre elas. — Tensley, — ela ofegou, puxando o cinto dele. Quando seus dedos encontraram seu sexo molhado, ele olhou para ela. — Você não está usando calcinha — ele sussurrou, e ela sorriu de volta para ele. — Foda-se! — Ele

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amaldiçoou novamente e espalhou os lábios, dobrando as pernas para levá-la novamente. Ali. Na sua mesa. Ele cobriu sua boca quando ela ficou muito barulhenta, penetrando-a com o olhar enquanto se movia lentamente dentro dela. — Você me quer, Molly? Tudo de mim, homem e besta? — Ele perguntou rispidamente. Ela assentiu na palma da mão, girando os quadris contra os dele. —Sim. Tensley fechou os olhos e se inclinou trancando a boca no pescoço dela, para provar sua carne e sua marca, seu colarinho. Ela engasgou quando ele atingiu um ponto sensível que a fez dobrar um pouco a sua vontade, então colocou os braços em volta do pescoço dele. — Você é minha. — Ele esmagou seus lábios juntos. Ele se moveu profundamente, girando em círculos lentos e tortuosos. Cada gemido que ela liberou, ele comeu, devorou, e engoliu, sua velocidade aumentando enquanto ela o alimentava. — Você me faz tão forte, — ele sussurrou, e ela não podia negar isso. A mudança em sua forma física, a presença dominante que cresceu quando ela lhe deu um beijo, um toque, ela mesma - ela era o seu poder, sua cura, seu veneno, e isso a emocionou. Ela esperava que ninguém pudesse ouvir seus suspiros, os grunhidos dele ou a batida da mesa do corredor. — Foda-se! — Os dedos dele beliscaram seus quadris, impedindo-a de se mover. — Não se mova ou eu vou gozar em você. — Eu estou tomando pílula, lembra? — Você tem certeza? — Ele perguntou, seus olhos perfurando os dela. Ele não a colocaria em perigo. Ele a protegeria.

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— Tenho certeza. É seguro, — ela sussurrou. Ele mergulhou fundo, lento e poderoso, as mãos esfregando em sua pele quente. Seus olhos tempestuosos focados onde eles estavam conectados, movendo-se lentamente para os seios saltitantes, para o rosto corado. Aqueles olhos famintos não se afastaram dos dela. Ele colocou beijos úmidos ao longo de seu peito e rosto, e ela podia sentir a energia dele aumentando, elevando a um poder que ela nunca havia sentido dele antes. Ela queria ser sua força. Ela queria ser a cura dele. Nesse único pensamento, ela estendeu a mão, traçando o lado esquerdo do peito dele para poder sentir o ritmo da batida sob a mão dela. Ela queria tudo dele. Incluindo seu coração de ferro. Ela deu uma olhada para ele, ofegante e cheia, e seus olhos se transformaram em uma obsidiana emocionante enquanto ele golpeava duro e repetidamente até que ela caiu em seu belo inferno. As costas de Molly se curvaram quando suas paredes apertaram em torno de seu comprimento maciço e latejante, puxando-o profundamente. Sua testa encontrou a dela e logo ele enrijeceu, mostrando os dentes. — Porra, querida — ele sussurrou quando explodiu, desfeito em torno dela. Ela sentiu seu gozo quente profundamente dentro dela. Ela balançou, observando-o se desfazer. Por um momento, ele pairou sobre ela, olhando para ela, bochechas rosadas. — Um... — Molly sorriu. — Você tem uma toalha? Um sorriso rachou seus lábios. — Eu gosto muito disso, — disse ele, deslizando onde seus fluidos escorriam pela parte interna da coxa dela. Ele se levantou, pegando a

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caixa de lenços de papel de sua mesa e ajudando-a a se levantar para limpar. — Obrigada — ela disse quando eles terminaram, rolando a saia para baixo e acidentalmente derrubando alguns arquivos no chão. — Opa, desculpe por isso, — disse ela, curvando-se para pegar os papéis espalhados. — Não se preocupe. — Ele fechou as calças e se agachou para ajudá-la a juntá-los, mas quando Molly pegou a foto de um homem de aparência familiar com cabelo castanho claro, ela congelou. Ela levantou em pernas bambas e agarrou a mesa dele. — Molly? — A mão quente de Tensley acariciou sua bochecha gelada novamente, mas não trouxe conforto. Todo o sangue deixou sua cabeça e correu para recomeçar o coração. — Quem é esse? — Perguntou ela, segurando a fotografia com tanta força que se dobrou. A testa de Tensley enrugou. — Gabel Eastwood, ele é um membro de Scorpios. Eu cresci com ele e nós éramos próximos quando meninos. Ele desapareceu. Achamos que os caçadores também o pegaram. Molly fechou os olhos com dor. Ela podia vê-lo vividamente, a tatuagem escura atravessando o antebraço dele - um escorpião, arqueado para a batalha, ferrão a postos. Ela o matou. Ela havia matado o amigo de Tensley. Oh Deus. — Molly. — Ele deslizou as palmas das mãos até o rosto dela, forçando-a a encontrar seus olhos estreitos. — O que houve? Diga-me. Se ela lhe contasse, o que ele faria? Tudo pelo que eles trabalharam poderia ser destruído. Sua mão espalmou seu peito, vagando sobre o coração de ferro. Estava tão perto que ela poderia segurá-lo. Ela o segurou.

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Ela não podia mentir para ele. Ela não esconderia isso dele. Ele merecia ouvir a verdade porque este tinha sido seu amigo. Ela diria a ele, mesmo que soubesse que sentiria como se estivesse esfaqueando-o novamente, perdendo sua confiança completamente. Suas mãos tremiam; ele tinha que entender quem ela era na época, quão perdida e confusa se sentia no começo. Sua garganta ficou dolorosamente apertada quando ela se engasgou com as palavras, visão borrada. Por favor, me perdoe. — Eu o matei. Tensley olhou para a mulher loira, seu lábio inferior tremendo quando seu corpo inteiro enrijeceu com suas palavras. Ela. Matou. Gabel. Todo o mundo de Tensley parou bruscamente. Ela... Ele não podia acreditar. Isso não poderia ser. Tinha que ser um erro. Ele quebrou o contato visual. Se ele falasse cedo demais, se arrependeria. Ele baixou as mãos e recuou, olhando para os papéis confidenciais espalhados que ela tinha visto. Ele fechou as calças e enfiou a camisa branca de volta. Ele respirou dolorosamente. — Ele ameaçou você? — Ele finalmente perguntou, arrastando o olhar para cima para encontrar o dela, as palavras tão frias que pareciam gelo arranhando sua garganta. A garganta de Molly se contorceu profundamente. — Ele me atacou. Tensley franziu a testa; Gabel nunca faria uma coisa dessas. — Por quê?

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— Os caçadores o tinham, — ela respondeu, a voz tão suave que ele mal podia ouvir. Os caçadores haviam levado Gabel - quando ela ainda fazia parte do grupo deles. — Tensley. — Sua voz vacilou, e seu mundo também. — Diga alguma coisa! Isso foi antes, eu não sou mais assim, você viu! O choque o envolveu. Não. Ela não poderia ter. A mulher que estava diante dele não poderia tê-lo prejudicado novamente. Ela não poderia ter enganado Scorpios - sua família, sua lealdade, seu sangue. — Qualquer coisa. — A voz de Molly soou dolorosa. — Por favor. Controle. Controle. Controle. Porra. Foi por isso que ele a manteve à distância, para evitar algo assim. Para se proteger de se entregar a uma fantasia de intimidade além do corpo. Lembre-se, ela é a mesma mulher que mergulhou uma adaga nas suas costas. Ele balançou a cabeça uma vez. Ele não conseguia pensar direito, não com ela lá, não com a voz dela o chamando como uma maldita sereia. Ele endureceu e os ombros de Molly arquearam, seus olhos arregalando-se, uma parede se formando entre ele e o daemon, seu lado demoníaco tomando a frente. Ele estava enviando uma advertência ao corpo dela, liberando feromônios agressivos que lhe mandaram lutar ou fugir em resposta. — Acho melhor você sair — disse Tensley. Ela soltou uma respiração longa e dolorida atada com lágrimas e dor, esfregando as mãos ansiosamente. Ele viu o

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olhar dela, podia ver os dedos dela se esfregando, querendo lutar, argumentar, dizer alguma coisa. — Foi autodefesa, Tensley — ela disse, seus olhos poderosos desafiando os dele. — Então me diga o que aconteceu — ele sussurrou, os feromônios batendo contra a pele dela tanto que a viu estremecer e imediatamente se arrependeu de sua raiva incontrolável. — Me convença, porque eu quero acreditar que você tem uma justificativa. Ela endureceu, mas não recuou. — Eu estava com os caçadores. Ele rosnou. — Eles estavam me mostrando o que fizeram e ele - Gabel... — Ela se encolheu com o nome. — Ele estava em um túmulo por semanas, e eles o libertaram para me perseguir. Foi um jogo para eles, doentio, mas eu pensei que ele ia me matar! Parecia que ele ia me matar! Ele viu vermelho. Suas mãos tremiam. — Mas você tinha certeza? Você tinha certeza de que ele ia? Molly olhou para ele, seus olhos vívidos brilhando. — Não, não tenho certeza, mas foi autodefesa. Ele não estava agindo certo. — Porque eles estavam o torturando! — Tensley disse, sua respiração irregular enchendo a sala. — Eles o torturaram, tiraram sua única fonte de força, o deixaram chegar ao ponto de insanidade para que pudessem caçá-lo como um animal. — Eu me arrependo de matá-lo — ela sussurrou, seus olhos poderosos abatidos. — Mas não me arrependo de ter me defendido. Eles estavam parados. Ele queria protegê-la, mas tinha que proteger seu povo, Scorpios e seu sangue. Toda a confiança formada entre ele e Molly foi fraturada. Ele não podia confiar nela. Ela o esfaqueou-o nas costas e agora havia matado um de seus homens. Ele seria capaz de dormir ao lado de alguém que poderia fazer isso de novo?

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— Porra, Molly — resmungou Tensley, uma frieza rastejando de seu peito e irradiando-se para suas extremidades. Seus lábios se separaram, uma respiração perfurando o ar, mas ela sugou de volta e se virou. Quando a porta se fechou, Tensley ficou atrás de sua mesa. Uma dor pesada pressionando seu peito, seu estômago e braços - uma frieza que rastejou do nada e o deixou dormente. — Molly, — ele assobiou. — Droga! Seus punhos se curvaram e suas narinas dilataram. Se alguém descobrisse, se alguém de Scorpios descobrisse o que ela fez... Eles poderiam matá-la por traição.

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CAPÍTULO 29

Molly não podia parar de se mover. Nos últimos quatro dias, ela se manteve ocupada a cada momento - lendo seus livros para o semestre, aperfeiçoando seu francês, colocando todo o seu tempo e esforço no museu qualquer coisa para evitar pensar no olhar quebrado de Tensley olhando para ela, a maneira como sua voz quebrou e se tornou dura no instante seguinte, para evitar lembrar o que ela fez ao seu querido amigo há um mês. Você matou o amigo dele. Em autodefesa, a pequena voz sussurrou de volta. Molly se encolheu ao caminhar ao lado de uma de suas próprias amigas, alguém que Tensley ajudara a salvar. A ironia da situação não foi perdida por Molly; ela era uma 'boa' garota humana que matou seu amigo a sangue frio, enquanto ele era um demônio que salvou aqueles mais queridos por ela em várias ocasiões. — Ter um bom almoço vai fazer você se sentir melhor, — disse Stella enquanto batia na porta da casa de Tina. Ela se virou para encarar Molly. — O que aconteceu entre você e Tensley vai passar. Você verá quando encontrá-lo no domingo. — Eu não tenho tanta certeza disso, — Molly murmurou. Stella não sabia a verdade, claro, a extensão da traição de Molly.

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A porta de ferro de Tina se abriu e ambas viram a última pessoa que esperavam encontrar lá. — Pearce? — Molly ferveu. Stella deu um passo atrás de Molly, olhando boquiaberta para o homem grande. Pearce franziu os lábios. — Huh, a garota disse que as amigas estavam vindo. Só não esperava você. — Ele piscou para Molly — O daemon. — O que? — Perguntou Stella atrás dela. — Baby... Oh ei! — Tina apareceu atrás de Pearce, um sorriso trêmulo chegando aos seus lábios ao ver as duas amigas. — Eu achei que vocês viessem ao meio-dia. — Você sabe como Molly é, — disse Stella, sua voz fria e sem graça. — Sempre pontual. — Ahh, — disse Tina, torcendo as mãos. — Ele estava de saída. — Oh, qual é, docinho, — Pearce cantou, o estalo dele batendo em sua bunda soando no ar. Molly cerrou os dentes quando Tina engasgou, pulando levemente. — Eu posso ajudar a recebê-las. Pearce acariciou sua bochecha e ela se virou lentamente para encará-lo. Foi então que Molly pegou o formigamento no ar, o cheiro de feromônios - os feromônios que Pearce estava usando para manipular Tina. — Pearce, — disse Molly em um tom atado com aviso. Pearce olhou para Molly com uma sobrancelha erguida. — Hmm? — Uma palavra. — Ela acenou com a cabeça para a calçada e girou, ouvindo para ter certeza de seus passos pesados seguindo-a. Quando eles estavam a uma boa distância das garotas, Molly olhou para ele. Ela queria empurrar Pearce, usar a força

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total de seus poderes sobre ele, mas suas amigas estavam assistindo. — Fique longe dessas garotas, — ela sussurrou, os olhos assumindo um brilho demoníaco. Pearce perdeu seu sorriso arrogante, mas permaneceu calmo. — Eu sou um demônio, docinho. Nós pegamos o que queremos, quando queremos, como eu tenho certeza que Tensley fez com você. Ela ansiou esbofetear o olhar presunçoso dele. — Estou te avisando, Pearce. Posso parecer inocente, mas vou fazer você se arrepender de ter me conhecido se machucá-la. Um brilho perigoso se acendeu por trás de seus olhos. — Você sabe quantas mãos poderosas adorariam espremer você? As mãos de Molly se fecharam, mas ela se certificou de manter sua expressão impassível. — E eu vou quebrar cada dedo dessas poderosas mãos se elas tentarem alguma coisa. Pearce riu com vontade. — Não morda a mão que te alimenta, daemon. — Ele passou por ela e ela tomou uma respiração profunda e uniforme antes de se aproximar da casa de Tina e encontrar as meninas nos degraus. — O que você disse a ele? — Tina perguntou quando Molly se moveu para a porta da frente. — Eu disse a ele para ficar longe, — ela admitiu. — O quê? — Os olhos de Tina se arregalaram em pires. Os ombros de Stella relaxaram. — Graças a Deus! — Tina, venha se sentar, — Molly instruiu, guiando sua amiga para a sala de estar decorada com as medalhas e prêmios em medicina e ciências dos seus pais. Molly se sentou em um sofá roxo rechonchudo com as duas garotas. — Tina, ele não é uma boa pessoa, — disse Stella, segurando a mão de Tina.

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Tina franziu a testa. — Ele não é um cavalheiro, mas isso não faz dele uma pessoa má. Você disse que não dormiu com ele, mas se mudou de ideia e estiver interessada, vou recuar. — Molly sabia que Stella dera a Tina uma pequena explicação sobre o que havia acontecido entre Pearce e ela, mas obviamente não o suficiente para afastar Tina. — Você dormiu com ele? — Stella questionou, soltando a mão de Tina. Tina sacudiu a cabeça. — Na verdade não. Lembra-se, nova Tina? Nós apenas conversamos a noite toda, abraçamos um pouco. Ele foi doce. — Tina mexia em sua blusa. — Ele queria saber da minha vida. Os meus objetivos. Ninguém me pergunta sobre essas coisas. Eu disse a ele sobre estar nervosa em voltar para a França desde que meus avós morreram, e ele se ofereceu para me acompanhar. — Uma umidade cresceu sob seus olhos e ela piscou de volta, olhando para longe. — Não, Tina. — Disse Stella, voz aguda e dura. Um ódio pelo demônio sangrou em seu olhar, em suas palavras. — Você merece alguém muito melhor. — Por quê? O que há de tão errado com ele? Stella olhou para Molly e respirou fundo. — Fui a uma festa com ele e ele me deu algo, alguma droga e me abandonou. Eu acordei em um quarto aleatório, e um cara estranho estava prestes a... Eu não sei... — Stella pressionou os calcanhares de suas palmas nos olhos. —Molly e Tensley apareceram, felizmente. Pearce só não é um bom cara, ok? A pele morena de Tina ficou um pouco mais pálida. — Ele fez isso? Meu Deus… — Sim, ele fez — Molly confirmou, alisando alguns fios dos cabelos de Stella para trás. Tina assentiu, o sorriso desaparecendo. — Eu realmente gostei dele, sabe? Eu pensei que talvez ele fosse o único... Porque ele manipulou seus hormônios e sentimentos, pensou Molly. Quando o silêncio se seguiu, Molly sentiu-se

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desconcertada sobre como era fácil para Pearce ligar seu encanto, enganar os humanos para que confiassem nele. — Ok, tudo bem, — disse Tina, enxugando as lágrimas. Ela se levantou e Molly notou o avental azul bebê amarrado em volta da cintura dela. — Eu tentei fazer um pouco de quiche, então vamos comê-lo. Tina se afastou, deixando Molly e Stella trocando olhares preocupados. Eles conversaram a tarde toda, falaram sobre escola e pais e a potencial viagem de Molly a Paris. Tina jurou que iria visitá-la, mesmo com medo de voar. Foi quando Stella estava no banheiro e Molly estava juntando suas coisas para partir que Tina falou apressadamente em seu ouvido. — Molly — ela sussurrou, seus olhos castanhos implorando. — Você acha que tem algo errado comigo por gostar dele? Um caroço se alojou na garganta de Molly. Ela firmou sua voz antes de falar. — Às vezes não podemos evitar como nos sentimos; Às vezes, somos amaldiçoadas por sermos atraídas pelas pessoas erradas. — Ela ofereceu um sorriso fraco. — Mas Tina, por favor, fique longe de Pearce. Stella está certa. Você merece alguém incrível, alguém que seja seguro para estar. Tina assentiu suavemente. — Eu vou ficar longe dele. Elas se abraçaram e Molly saiu, seu peito dolorosamente apertado enquanto as palavras se repetiam em sua mente: “Às vezes nós não podemos evitar como nos sentimos; às vezes somos amaldiçoadas por sermos atraídas pelas pessoas erradas.” Molly foi amaldiçoada, amaldiçoada por estar atraída por uma fera, um monstro. Ela foi amaldiçoada porque estava apaixonada por essa fera - e ela não queria que isso terminasse. Mas as feras, ela aprendeu, nunca foram destinadas a serem amadas.

***

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Molly parou no meio do caminho quando abriu a porta do apartamento. Lá, na escuridão, estava Tensley Knight. Seu coração inchou e sua respiração ficou presa; quatro dias de silêncio, e agora ele estava parado rigidamente na frente dela. Ela afastou sua franja suada, exausta de sua longa corrida pelas ruas movimentadas de Nova York. Sombras tocavam ao longo da mandíbula tensa de Tensley e maçãs do rosto cinzeladas, de corte de aço, seus lábios franzidos em uma linha reta. — Tensley — sussurrou ela, temendo que ele fosse simplesmente uma ilusão que desapareceria na escuridão. Ela se aproximou, mas parou abruptamente quando um aviso familiar chicoteou sua pele. Uma advertência agressiva. Seu peito doeu quando o colarinho em volta do pescoço apertou. — Deixe-me falar, — disse a sombra escura, a voz rouca. Isso enviou arrepios pela espinha dela. — Nós vamos continuar este arranjo separadamente por enquanto. Eu não precisarei da sua ajuda por força; Vou encontrá-la em outro lugar. Cada palavra perfeitamente lenta e pronunciada cravou uma faca cada vez mais profunda ao seu coração apertado. — Tensley — Ela continuou a avançar, mas outra onda agressiva mais poderosa a atingiu como uma tempestade, selvagem e feroz e mortal. Seus olhos molhados procuraram os dele na escuridão, mas tudo o que ela viu foi mais sombras e perigo. — Podemos conversar sobre isso. — Eu não quero ouvir suas desculpas, — ele retrucou, o rugido de um leão e a mordida venenosa da cobra tudo enrolado em um só. Seus músculos volumosos ondularam

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quando ele cruzou os braços e ergueu o queixo. — Você matou um dos meus homens. É traição... — Mas foi antes! Foi antes que eu realmente te conhecesse, quando estava confusa... Os olhos de Tensley brilharam. — É traição. Você matou um dos meus homens e isso é imperdoável para o meu sangue, minha lealdade e minha família. — Cada palavra foi um tapa doloroso e ela engoliu um grito, não querendo que ele a visse quebrar, visse como ele estava lentamente a destruindo como prometeu tantas vezes. A luz do lado de fora escorregou contra o lado de seu perfil e ela viu como seus olhos estavam ferozes. — O único motivo por você não estar morta é o sangue em suas veias. Não porque ele se importava com ela. Não porque ela era mais do que apenas um ser raro que ele possuía. — Eu estava me protegendo, — ela disse insistentemente. — Chega. — Sua voz cortou através dela e ela não escondeu seu estremecimento. — Me enganou uma vez, vergonha para você. Me enganar duas vezes, não vai acontecer. Você é indigna de confiança, uma sereia que está tentando me corromper e me enganar. — Ele falou, balançando a cabeça. — Encontre alguém para brincar. Eu não estou mais interessado. Seu tom de raiva torceu a faca mais fundo. Ela queria dizer algo, algo para machucá-lo, mas não podia. Ela não iria. Ela simplesmente ficou de pé rigidamente, cabeça baixa, cílios cheios de lágrimas. Ela estava muito chocada para dizer qualquer coisa. Ele a havia desnudado, desgastado suas paredes de ferro e aço, e ela não conseguia se esconder. Ela estava exposta a ele e ele estava cortando-a, revelando suas cicatrizes, e não era bonito. — Adeus, querida. — Ele passou por ela, desaparecendo nas sombras além de seu apartamento. Seu enunciado do termo carinhoso tinha soado feio e repugnante,

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não da mesma maneira que ele murmurou para ela enquanto acariciava seu cabelo para trás ou quando fez seus dedos dos pés se encolher. Ela afundou no assoalho gasto e soltou pequenos soluços, segurando seu torso. — Foi legítima defesa — ela gemeu, confiante em sua justificativa. Mas por que parecia tão terrível? Porque ela machucou Tensley, machucou-o tanto que ele quis cortá-la. Quatro dias atrás, um monstro lindo a sufocou com adoração e beijos e ansiava por ela, a queria, se importava com ela. Agora, o demônio cruel estava de volta, e ela o convocou inconscientemente. O que ela poderia fazer? O que ela poderia fazer para compensar tudo o que deu errado? Molly não sabia quanto tempo estava sentada soluçando no chão, joelhos puxados para o peito. Quando September apareceu, ela pegou Molly em seus braços e a embalou. — Eu deixei — Molly chorou no ombro dela. — Eu o deixei me destruir. — As palavras afundaram dolorosamente profundo, tão profundo que ancoraram em seu coração. Ela limpou debaixo de seus olhos e se levantou. — A culpa é minha. September seguiu-a até a cozinha quando Molly ligou a chaleira. —Seja o que for, tenho certeza que você pode explicar. Tenho certeza de que isso pode ser resolvido. Molly balançou a cabeça tristemente. — Eu tentei. Ele não entende. Ele não quer nada comigo. Ela lambeu os lábios rachados e passou a mão sobre a alça da chaleira, enquanto escolhia um saquinho de chá sortido. — Pelo menos ele terminou antes de se tornar algo mais?

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Molly olhou para cima e sua boca estremeceu. — Eu dormi com ele. As sobrancelhas de September quase se ergueram até a linha do cabelo. — Oh Deus, Molly. — Ela correu e envolveu novamente seus braços longos e sardentos ao redor dela. — Tudo bem. Molly oscilou, esforçando-se para manter os olhos abertos. Ela queria dizer a September que estava apaixonada por ele, mas sabia que era muito doloroso, precioso demais para falar em voz alta. Todo mundo lhe avisou que ele iria usar seus sentimentos por ele como arma, e agora, embalada nos braços de September, ela estava indefesa. Ele a destruiu, e ela ainda o amava. Quão amaldiçoada ela era.

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CAPÍTULO 30

— Como isto é uma boa ideia? — Illya franziu a testa para as mulheres vestidas de forma provocante em lingerie preta, balançando os quadris e rindo como alunas no escritório de Tensley. Tensley fez uma careta e riscou outro local que o décimo primeiro batalhão já havia revistado. De novo, nada. Nenhum vestígio dos membros desaparecidos de Scorpios. Seus olhos capturaram o arquivo fechado de Gabel e suas mãos se fecharam em punhos. Ele não encontraria um corpo; já tinha desaparecido, usado em benefício dos caçadores para prender demônios. Pouco antes de encontrar Molly em seu apartamento, Tensley se sentou com os pais de Gabel e deu-lhes a notícia, escondendo um detalhe muito importante. — Onde diabos eles estão os escondendo? — Tensley murmurou. Ele não queria pensar na outra opção: que os outros que foram sequestrados estavam como Gabel, corpos transformados em pó e usados para capacitar àqueles bandidos. — Tensley tem sido uma boceta toda a semana desde que terminou com Molly, — disse Pearce para Illya enquanto acariciava a perna de uma das meninas dançando. Ela o recompensou com um beijo e ele a puxou para o colo dele. — Agora ele precisa de uma nova boceta para superar isso.

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Tensley bateu a mão na mesa e olhou para a pilha de livros ao lado dele primeiras edições sobre a mitologia grega que ele comprou recentemente para surpreender Molly. Esqueça essa porra. Ele se perguntou se ela notaria que tinha consertado aquela fechadura quebrada também. — Este é o meu escritório, Pearce, não é um maldito clube de strip. Pearce estava muito investido nos seios da mulher para revidar. — Relaxe. Talvez até considere remover esse pau da sua bunda. — Eu vou te matar se você continuar, — Tensley assobiou baixinho. Illya franziu a testa enquanto duas mulheres dançavam sedutoramente na frente dele. — Ele está em seu elemento agora, isso é uma maldita certeza. Tensley sacudiu a cabeça. — Ele está arrastando aquela maldita amiga de Molly para o meu apartamento toda noite. Ela está ligada a ele pelo quadril. — Quando ele a viu pela primeira vez, olhos castanhos arregalados e curiosos, Tensley ficou chocado ao ver Tina com Pearce, mas imaginou que Stella e Molly haviam lhe dito o que aconteceu, e era escolha dela ficar longe ou não. — Pare de falar de mim como se eu não estivesse aqui — disse Pearce, lambendo a bunda de uma das garotas mais próximas do rosto dele. — Você já pensou em falar com Molly? — Illya perguntou a Tensley, fazendo uma careta quando Pearce bateu as mãos na bunda de várias garotas como se ele estivesse tocando bateria. Tensley bufou. — Não. Ele não queria falar sobre Molly. Qualquer confiança que eles tinham formado havia amassado. Ela salvou Lex, sim, mas como ele poderia confiar nela? Se algum dos membros descobrisse que ela matou Gabel, um membro estimado em sua sociedade, Molly seria morta ou torturada pelo resto de sua vida por esse crime. Ao pensar em Molly, seu peito doeu e sua mandíbula travou sob o aperto duro. Ele poderia confiar nela? Ela poderia traí-lo novamente. Ele não podia mantê-la perto também. Ela era perigosa, para ele, para sua família, para Scorpios. Ele não

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sabia o que faria. Ela estava marcada, o que ajudava agora, e poderosa, mas se perguntou se um bruxo poderia criar outro anel para mantê-la invisível aos demônios para que pudesse viver sua própria vida sem ele. Sua porta se abriu e todos se viraram para ver o Sr. Knight, seus olhos escuros e penetrantes. — Saiam. As garotas se espalharam, juntando suas coisas antes de sair pela porta. Pearce se despediu com um sorriso tímido. — Ligue-me! — Pearce, isso inclui você, — advertiu Knight. Illya nem sequer foi abordado, e ferveu o sangue de Tensley enquanto ele observava os dois demônios saírem da sala. — Eu não tenho tempo para palestras — disse Tensley enquanto arrastava seu dedo ao longo do mapa da cidade de Nova York. — A Suprema Corte sabe. Tensley olhou para a figura imensamente alta do pai e estreitou os olhos. — Sabe o que? O rosnado de seu pai sacudiu os copos cheios de uísque. — Que você não está noivo de uma humana. Você está comprometido com uma daemon. As palavras do Sr. Knight foram como uma pedrada na cabeça. Tensley ficou de pé, trêmulo de raiva. — Alguém vazou isso. Seu pai assentiu. — Sim. Parece que temos um traidor em nossas mãos. — Ele olhou para o mapa e para Tensley e o copo meio vazio de uísque. — Essa não foi a única razão pela qual eu vim. Tensley resistiu revirar os olhos. O Sr. Knight entregou a Tensley uma carta com um brasão de família - o rosto de Ares - carimbado na dobra do envelope. — Ares quer discutir o acordo. — Claro — disse ele com um suspiro. — Agora que eles sabem sobre ela, sabem do que somos capazes. —Ele suspirou,

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revirando os ombros enquanto a tensão se acumulava em volta do seu pescoço como uma corda. — Tudo bem. Agende assim que possível. Um sorriso raro e perverso contorceu os lábios do Sr. Knight. —Vamos recebê-los em nossa casa de verão no Hamptons. — Fantástico — resmungou Tensley, afrouxando a gravata. — E eles querem conhecer sua noiva.

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CAPÍTULO 31

Puta que pariu! Tensley fez uma pausa, franzindo a testa enquanto seus dedos puxavam com força os botões no topo de sua camisa social, o sufocando. — Ela é um risco. Seu pai levantou uma sobrancelha. — Ela é sua noiva. — Tensley tentou discutir, mas seu pai levantou a mão para silenciá-lo e aproximou-se. — Ela é a moeda de troca. Ela é o que eles realmente querem de nós. Se virem vocês dois juntos - esse poder - vão colaborar sem questionar. Fim da maldita discussão, aparentemente. Tensley cerrou as mãos para evitar que tremessem. Preso com Molly na casa de sua família nos Hamilton, fingindo ser um casal feliz... Era seu pior pesadelo. — Tudo bem, — ele latiu. — Eu vou ligar para ela. Este fim de semana? O Sr. Knight assentiu enquanto saía. — Verei vocês dois então. Tensley agarrou a borda da mesa e rosnou. — Isso é perfeito pra caralho. Ele espalmou o celular e procurou o número dela, levando o telefone ao ouvido enquanto tocava. Não imagine ele não precisava de um lembrete de seu rosto bonito e enganador. O rosto da mulher que não só tinha esfaqueado-o nas

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costas, mas também matou um de seus amigos. A mulher que ele tinha marcado e agora desejava que não tivesse, porque sua fera ainda se agitava por ela, ainda a desejava. Ele era um maldito idiota. Limpando a espessura em sua garganta, ele esperou enquanto tocava. Quando ele ia desligar, sua voz suave respirou do outro lado. — Olá? Ele engoliu em seco. Então engoliu novamente. — Molly. — Está tudo bem? Porra lembre-se de quem você é e do que ela é - uma sereia, te chamando para a destruição. — Estou ligando para convidá-la para ir a Hamptons neste fim de semana. Uma pausa. — OK…? — Minha família vai hospedar o equivalente a Scorpios de Boston neste fim de semana nos Hamptons. Estamos tentando negociar seu território. A Suprema Corte sabe da sua existência, sabe que temos um daemon, e agora Ares quer conhecê-la — ele disse, com voz firme e objetiva, sem deixar lugar para nenhum tipo de emoção. Ela ficou terrivelmente quieta do outro lado. — Olha, se você não quer vir, não posso forçá-la, mas seria um grande favor, que vou pagar no futuro, — ele continuou, assustadoramente formal até para seus próprios ouvidos. — Tensley — ela disse tão suavemente que ele mal pegou. Ela hesitou, a calmaria na conversa fazendo seu pulso acelerar. — Tudo bem. Ele fechou os olhos, esfregando a tensão da testa. Porra, essa garota. Essa mulher. — Então... ninguém sabe nada além do fato de você ser um daemon. Eu vou buscá-la em seu apartamento às cinco horas na sexta-feira, então esteja pronta.

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Ele não esperou pela resposta dela, terminando a ligação e batendo o telefone em sua mesa. Ele precisava se controlar. Se ele a visse na frente dele e derretesse em sua presença, estaria sob seu controle. Ele ficaria tão cego que não veria que ela o trairia novamente, ou pior, iria cultivar um coração por ela. Fodase não. Eram suas regras, seu jogo, e ele se certificaria que ela entendesse que qualquer chance de um relacionamento romântico havia acabado. O relacionamento deles seria puramente comercial a partir de agora. Ele passaria o fim de semana e depois a evitaria até saber o que fazer. Ele havia lhe dado muito poder sobre ele e agora tinha que tomá-lo de volta. Ele a removeria completamente e sairia ileso, de volta à sua verdadeira natureza. A de um demônio cruel.

***

Mesmo que já tivesse organizado todos os seus vestidos de verão e calçados roupas de banho, Molly ainda estava frenética quando cinco horas se aproximava naquela noite de sexta-feira. Stella, Tina e September estavam todas sentadas em sua cama enquanto ela verificava cada roupa, oferecendo ideias sobre acessórios para combinar. Molly arrumou o vestido que estava usando, ajeitando os seios para que parassem de sair do decote em forma de coração da parte superior. — Pare de se remexer — repreendeu September, afastando as mãos de Molly do peito. — Eu mataria para ter seus peitos de stripper. — Concordo — Stella entrou na conversa. Molly olhou para as duas.

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— Você precisa de mais blush. — Stella acenou a escova na frente de seu rosto e Molly recuou. — E corretivo. — Não, eu não. — Ela recuou, soltando seu longo cabelo do rabo de cavalo. Os cachos caíram livres, emoldurando suas feições. Stella esfregou os ombros de Molly como se fosse uma lutadora prestes a entrar no ringue. — Você consegue, ok? Vocês vão se reconciliar e fazer sexo incrível e tudo será esquecido. Stella e Tina achavam que Molly e Tensley haviam brigado porque ela flertara com outro cara – não porque matou um dos seus homens. September sabia o que realmente havia acontecido, e ficou do lado de Molly Molly fez uma careta para seu reflexo. — Esta é uma má ideia. — Não, seja positiva! — Stella a sacudiu com força e foi pegar as sandálias brancas do canto. — Coloque estas — Molly sentou-se na beirada da cama e enfiou as sandálias, afivelando em volta dos tornozelos. Sua semana tinha sido um borrão de manter-se ocupada depois de salvar Lex e Tensley descobrindo sobre Gabel. Depois que eles voltaram para a casa de Lance, ela não ficou muito tempo, não querendo vê-lo. Não naquele momento. Ela trabalhou e trabalhou e trabalhou até que a segurança a expulsou do museu. Depois ela voltou para o seu apartamento e estudou os requisitos extras de leitura. Dormir não era algo ela queria; o que ela queria era algo inatingível, alguém que estava furioso com ela. Molly escutou, imaginando como seria ver Tensley novamente. Sim, ela matou um dos seus amigos, mas isso foi antes que soubesse como ele realmente era, quando suas únicas experiências com demônios incluía assistir seu pai ser agredido por um e, basicamente, ter sua vida roubada por causa de um contrato centenário. Ela não iria lutar pelo perdão de Tensley neste caso – em sua opinião, não havia nada a perdoar. — Você é forte, Molly — disse Tina suavemente do seu lugar na cabeceira da cama. Ela tinha ficado estranhamente

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silenciosa a visita inteira, acrescentando algumas palavras aqui e ali, mas principalmente ficando na dela. — Você consegue. — Obrigada Tina — disse Molly, estudando sua amiga com preocupação. — Oh meu Deus! — Stella gritou, olhando pela janela aberta. — Ele está aqui. Molly respirou fundo e parou ao lado dela, localizando Tensley, inclinado contra um elegante carro preto, vestindo um terno marinho. — Droga. — Disse Stella, mordendo o lábio. — Vá pegá-lo, tigresa. O coração de Molly correu quando ela pegou sua bagagem e chapéu de sol. Quando foi abraçar Tina, seu olhar pegou uma mancha azul ao longo de seu queixo. — Isso é uma contusão, Tina? As costas de Tina enrijeceram, mas ela sorriu e colocou os braços ao redor de Molly. — Sim, eu caí quando estava bêbada. Molly queria acreditar nela, mas seu instinto dizia o contrário. Ela forçou um sorriso em seu rosto e abraçou as outras duas garotas. Quando ela colocou os braços ao redor de Stella, ela sussurrou em seu ouvido: — Mantenha um olho em Tina. Stella arqueou uma sobrancelha, mas assentiu. — Eu não estou ansiosa para este fim de semana — disse Molly quando September a ajudou a descer as escadas. — Faça-me um favor, chute sua bunda se ele disser qualquer coisa, mesmo remotamente insolente. — Os olhos de September brilhavam quando um olhar perverso cruzou suas feições beijadas pelo sol. — E vou me certificar de chutá-lo nas bolas também. — Essa é minha garota! Molly respirou fundo antes de sair para o ar úmido de agosto, pesado com um calor de fim de verão.

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Ela desceu os degraus, o tempo todo observando suas feições estoicas, mesmo com um toque de emoção. Ela parou na frente dele, sua bagagem como uma armadura enquanto engolia em seco. — Oi. Ele não falou, apenas a examinou lentamente, como se fosse capaz ver se ela carregava uma arma perigosa debaixo de suas roupas. Ela se manteve firme, passando por sua inspeção quando ele de repente acenou em direção ao carro. — Entre. Ele se afastou do carro e pegou sua bagagem, jogando-a no banco de trás enquanto ela subia do lado do passageiro. Ele decolou sem uma única palavra, e as unhas de Molly cravaram nos assentos de couro preto enquanto Tensley manobrava o carro através do denso tráfego de Manhattan. — Como está Lex? — Molly finalmente chiou para quebrar o silêncio. — Ela está melhorando. Ainda dormindo muito — disse ele categoricamente — Isso é bom. A conversa terminou aí, e Molly se distraiu observando a paisagem mudar de edifícios amontoados e luzes piscando para o campo aberto das zonas rurais. A coloração laranja do Sol espreitava através da grama alta e das ondas, dando origem à escuridão. Ela o assistiu dirigir, suas mãos grandes segurando frouxamente ao redor do volante enquanto eles desciam pela estrada. Ela limpou a garganta depois de cerca de uma hora, e as mãos dele se apertaram ao redor do volante. — Então, sua família toda vai estar lá também? Ele checou seu espelho retrovisor. —Todos menos Beau e os gêmeos. Alguns membros de Scorpios estarão presentes também. Sua respiração ficou presa. — Eles sabem...

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— Eles não sabem de nada — ele rosnou. — E eles continuarão sem saber nada, enquanto agirmos normalmente. Ele pisou fundo no pedal e o carro empurrou para frente, tecendo dentro e fora do tráfego enquanto corriam ao longo da rodovia. Molly afundou em seu assento, o pôr do sol dourado destacando as feições tensas dele em tal exibição divina de perfeição física que ela não conseguia desviar o olhar. Este homem a tinha envenenado e agora ela ansiava por seu veneno.

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CAPÍTULO 32

Tensley sentou-se rigidamente no carro em marcha lenta, encarando a casa de veraneio de estilo clássico cercada por gramados bem cuidados e um caminho circular de tijolos com uma fonte no centro. Ele não ia lá há anos, desde seus dias no internato, quando os meninos passavam relaxando na praia e festejando nas casas dos outros. Tensley olhou para a mulher loira; ela estava recostada apenas o suficiente para mostrar o contorno de seus seios sob o tecido do vestido azul bebê, acentuando cada curva. Deus, ela o tentava mesmo em seu sono. Ele estava pronto para parar o carro e atacá-la. Não ajudava ele ter se recusado a aceitar energia de qualquer uma das mulheres que ofereceram; Ele se sentia doente só de tocar outra mulher. Ele se levantou, puxou as lapelas para endireitar o casaco e marchou para o outro lado. Ele se inclinou, abriu a porta e se apoiou nela. Sua doce boca formou um beicinho, murmurando suavemente em seu mundo de sonhos. — Molly — disse ele. — Quando ela não se mexeu, ele cutucou o braço dela. — Molly, acorde. Ele amaldiçoou sob sua respiração e curvou-se ainda mais. O cabelo dela se espalhava para o lado, expondo seu pescoço nu, onde ele podia ver a sombra de sua marca. Ela

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tinha sido dele, marcada e reivindicada, e então ela destruiu essa confiança. Seus cílios se abriram e ela sorriu. — Oi. — Chegamos, — disse ele em tom monótono, odiando o modo como seu peito se apertou quando o sorriso de Molly desvaneceu. Ela levantou em pernas bambas e examinou o ambiente, a boca se abrindo - a casa era essencialmente uma mansão, e era a única residência naquela faixa de praia por quilômetros. — Venha — ele ordenou, dirigindo-se para a casa. Alguns mordomos esperavam na entrada para pegar sua bagagem, e os passos rápidos de Molly clicavam atrás dele quando ele cruzou o limiar da grande propriedade. A casa era fresca e limpa, com toques sutis de suas origens e herança da Nova Inglaterra. Branco, dourado e tons negros enchiam a sala da frente, e uma grande pintura de Duke Sallos estava pendurada sobre a lareira. Ele era o membro fundador de sua família, ainda vivia na Suprema Corte, e nunca sentiu a necessidade de falar com os seus parentes. — Tensley, querido! — Exclamou a Sra. Knight, descendo a escada para cumprimentá-lo. Ela estava usando um vestido preto simples e imediatamente começou a suavizar rugas imaginárias em seu terno depois que eles se abraçaram. — E esta deve ser a Srta. Darling — continuou ela, também reunindo Molly em um abraço. — É um prazer vê-la novamente, querida, e em circunstâncias muito melhores. Se você precisar de alguma coisa, por favor, não hesite em pedir. Molly piscou, mas conseguiu acenar e sorrir. — Sua casa é linda, Sra. Knight. — Você pode me chamar de Daphne, — a Sra. Knight arrulhou, seu enorme anel de diamante brilhando na luz fraca.

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— Tensley, seu antigo quarto já está pronto. Jantar em dez minutos, então por que você não vai encontrar nossos convidados? Tensley ficou rígido. — Eles já estão aqui? Sua mãe levantou uma sobrancelha e assentiu. — Sim, eles chegaram um dia mais cedo. Eles estão com o seu pai agora, então talvez você deva ir cumprimentá-los enquanto eu mostro a Molly o seu quarto. Tensley trabalhou sua mandíbula. — Tudo bem. Ele saiu, marchando pelos corredores familiares e zombando de todos os espelhos por onde passava. Ele parecia preparado, mas com uma borda selvagem sublinhando seus movimentos rápidos. Ele não bateu antes de entrar no escritório do pai, e todos os que estavam lá dentro ficaram surpresos com a intrusão. Evelyn Rose estava sentada no sofá e sacudiu o pulso em saudação enquanto cruzava as pernas novamente. Ele não esperava vê-la, mas ela provavelmente tinha alguma desculpa relativa à posição do pai dela, para estar presente à aquisição. Fitz Júnior acenou com a cabeça a sua chegada, e Tensley já mal podia esperar para terminar o negócio. — Tensley, — disse o Sr. Knight, suas sobrancelhas grossas se abaixando. — Sente-se. Tensley examinou a mesa observando seus rivais ao fazê-lo.

de

carvalho

polido,

O chocante cabelo branco de Fitz Sênior estava puxado para o lado, e ele tamborilava os dedos grossos na mesa. — A daemon? Tensley fez o melhor que pôde para parecer relaxado. — Ela está se refrescando antes do jantar. Ambos os Fitzes assentiram, olhando um para o outro.

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— Voltemos a esse acordo — disse Fitz Senior, girando o copo de rum. — Nós lhe daríamos nossa terra e você absorveria a nós e nossos homens a Scorpios? — Você viveria bem — disse Knight. — Todas as suas dívidas seriam pagas e seus homens trabalhariam ao lado dos nossos. Você seria parte de uma divisão poderosa diferente de tudo visto antes, Tensley será invencível com sua noiva. Podemos oferecer a você e ao seu povo proteção contra os caçadores. A sala ficou em silêncio, mas uma energia flutuou alta e violenta entre os homens. Fitz Sênior olhou para Tensley. — Quão poderoso ela te faz? Tensley observou a luxúria do poder nos olhos do velho, imaginou se era assim que ele mesmo parecia quando pensava em Molly. Depois de seu último momento de intimidade, ele ainda a sentiu por dias depois, como uma dor em seus ossos que não ia embora. Ela vibrava dentro dele, em sua pele, em seu pau, em seu DNA. Ele pensou inúmeras vezes nas palavras dela. Ela havia lutado para se proteger, não para matar Gabel, mas seu povo vinha em primeiro. Ele precisava protegê-los e proteger Molly. — Muito poderoso — disse ele secamente, levantando o queixo para olhar para eles. Ela era viciante, no entanto, e viciante significava perda de controle, de manter-se sob controle. Os dedos dele doeram para se esticar e alisar sua coxa macia no carro, ou simplesmente segurar sua mão delicada - a mesma mão que poderia esmagá-lo se ela desejasse. Ela não era fraca. Ela era uma tempestade, um maldito furacão que tinha torcido suas entranhas e fez, seu uma vez esquecido órgão congelado bater. Uma e outra vez por ela. Aquela pequena sereia o amaldiçoou a desejá-la, amaldiçoou-o a ceder sob seus olhos poderosos e fascinantes e seu coração valente e mente complexa.

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Ele não iria cair nisso nunca mais. Ele havia sido jogado em uma correnteza e agora estava subindo, encharcado e frio e espancado, mas vivo. Sem ela. Ele morreria faminto por ela. Lembre-se de quem você é, Tensley Knight: um demônio cruel e implacável. Seus lábios se curvaram. — Vamos jantar?

***

Molly olhou para o antigo quarto de Tensley, obviamente decorado por sua mãe. As paredes eram pintadas de azul marinho náutico, e tudo o mais era branco - os lençóis, as fronhas, as estantes cheias de livros grossos e antigos. Ela espiou dentro de uma porta aberta para ver que eles tinham seu próprio banheiro privado, um com azulejos brancos e um grande chuveiro envolto em vidro. — Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você agora? — Perguntou a senhora Darling docemente da porta. — Não, obrigada. Eu estou ótima — disse Molly, retribuindo o tom agradável da Sra. Darling com a dela. — Mãe! — Uma voz gritou do corredor. — O jantar está pronto! Eles estão esperando e o pai está prestes a estourar um vaso sanguíneo - oh, você está aqui. Gabriella, usando um vestido azul solto que não fazia nada para esconder a barriga redonda apareceu ao lado da mãe e olhou para Molly. — Olá de novo — disse Molly. Gabriella olhou para o vestido de verão e deu uma risadinha. —Esqueceu de arrumar alguns itens essenciais, eu vejo.

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— Gabriella — sua mãe repreendeu. — Vá chamar Chuck. Donovan está dormindo? Gabriella respondeu. — A babá está tentando fazê-lo dormir, mas ele continua exigindo ver seu tio Tensley, eu lhe disse que precisava esperar até de manhã. — Minha esposa é tão mandona — um homem brincou quando se juntou a Gabriella na porta, empurrando o aro grosso dos óculos sobre o nariz. Gabriella se virou e passou por ele. — Você gosta de mim mandona, Chuck. A Sra. Knight acenou para Molly segui-los. — Venha querida, vamos agraciar as feras com a nossa presença. — Piscou de brincadeira e pegou a mão de Molly enquanto seguiam pelo longo corredor, passando quarto após quarto espaçoso, e desceu a ampla escadaria de mármore. Molly ficou tensa enquanto entrava na grande sala de jantar completa com porcelana fina e talheres polidos, onde vários convidados já estavam sentados em cadeiras brancas de espaldar alto. Um homem mais velho, talvez em seus sessenta e poucos anos, sentou-se mais próximo do Sr. Knight no outro extremo da mesa, seu cabelo branco penteado para trás como um ator dos anos 40. Próximo a ele estava um homem mais próximo da idade de Tensley, tão apropriado e arrumado quanto o cavalheiro mais velho, mas usando um sorriso afável. Molly ficou quieta enquanto a única outra mulher já sentada a encarava - Evelyn, a ex-namorada de Tensley. Ela sorriu para Molly, com os dentes afiados e ameaçadores. — Posso apresentar a noiva do meu filho — disse Knight, de pé para gesticular na direção de Molly. — O daemon, Molly Darling. — Chuck — ela ouviu Gabriella sussurrar para o marido, apontando uma cadeira livre.

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Chuck apressou-se a puxá-la e Gabriella se balançou para dentro dela, segurando sua barriga enquanto sentava. A Sra. Darling pressionou a mão nas costas de Molly e a guiou em frente para se sentar ao lado de Tensley, juntando-se ao marido na cabeceira. — Ela não se parece com um daemon, — Evelyn pensou alto o suficiente para Molly ouvir. — Ela é. — Tensley sentou-se rigidamente ao lado de Molly e ela notou como ele ainda se esquivava dela. Evelyn bufou, mas não disse nada. Molly chupou os dentes, pesando suas opções: fazer uma cena agora e calá-los, ou arriscar esperar até que fosse tarde demais. Ela não era um rato com gatos - ela era uma leoa. E eles a ouviriam rugir. Ela respirou fundo e relaxou as mãos enquanto uma faísca subia por sua espinha, apertando seus músculos e picando seu couro cabeludo. A adrenalina, a força se reuniu imediatamente e ela piscou, seus olhos luminosos ardendo quando encontrou o olhar fixo de Evelyn. A boca de Evelyn caiu. — Ela é um daemon — o homem mais velho sussurrou, incapaz de desviar o olhar. Molly piscou novamente, controlando sua energia enquanto esperava que seu sistema se acalmasse. Uma vez que estava de volta ao controle, ela sorriu para Evelyn. — As aparências enganam, — disse Molly, tomando um gole do vinho tinto.

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CAPÍTULO 33

Tensley escondeu seu sorriso atrás de seu copo de rum. A refeição inteira, os Fitzes e Evelyn continuaram a roubar olhares de surpresa na direção de Molly e se Evelyn não estivesse olhando furtivamente para o perfil de Molly, estava fodendo Tensley com os olhos. — Ouvi dizer que Scorpios tem tido problemas com os caçadores também — disse Fitz Senior, cortando seu bife com tanta força que a faca guinchou contra o prato dele. Tensley olhou para o pai antes de dar uma mordida em seu bife. —Sim. — Homens desaparecidos — continuou Fitz Senior. — Também ouvi um boato de que você foi capturado, Tensley. Aqueles olhos sinistros se fixaram em Tensley. Tensley demorou a responder e limpou a garganta. — Eu estou aqui, não estou? — Cree, esse é o nome do líder atual deles, correto? — Fitz Sênior cantarolou para si mesmo enquanto tomava um grande gole de seu vinho tinto. Tensley ficou rígido. — Ele está morto, na verdade — anunciou Tensley, sua voz clara e fria. O olhar de Fitz Sênior se aguçou visivelmente. — Interessante, — disse ele, arrastando a palavra.

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— Ele foi morto há uma semana ou mais por seus próprios caçadores — acrescentou Tensley, encolhendo os ombros com indiferença. O sorriso de Sênior era um para esfriar o sangue de um homem. —Isso é ainda mais interessante. Eu também ouvi dizer que ele era impulsionado por um ódio por nossa espécie porque Fallen matou sua irmã. Isso é verdade? Tensley espetou um aspargo com o garfo e decidiu que seria melhor ficar de boca fechada. — Caindo por um humano — disse Sênior e suspirou. — É quase tão doentio quanto sua família ter que lidar com o fardo de se casar com uma humana. — Eu não sou humana, — disse Molly e sorriu docemente para ele enquanto cortava seu bife. Senior riu alto, alto demais, como se quisesse atrair toda a atenção para ele. — Ah, sim, mas você ainda é a mesma ameaça para um demônio que um humano. Hmm, você é uma coisa doce, senhorita Darling. Com esses seus olhos, tenho certeza que poderia hipnotizar muitos da nossa espécie. Lembra-me do rumor sobre o Knight mais velho, Beau, eu acredito, e a mulher por quem ele se apaixonou. Por acaso você sabe a história do que aconteceu com ele? Quando Molly olhou para ele, aquele poderoso olhar inabalável, ele se inclinou para frente. — Você sabe, não é? Os rumores devem ser verdadeiros então, — ele disse como um lento sorriso enrugado ao redor de seus lábios finos. Os olhos dele encontraram os de Tensley e ficou lá, duro e frio. Esses olhos viram muito e Tensley não gostou. Nem um pouco. — Os Knights têm um gosto pela raça mais fraca ao que parece. Tensley agarrou suas coxas. O bastardo sabia. O bastardo absolutamente sabia que seu irmão havia se apaixonado pela irmã de Cree e que ambos acabaram pagando

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o preço final, sabia da morte dela, da sua criança não nascida e a perda do coração de Beau. Era o maior medo de Tensley. Que Molly e ele acabariam assim como eles. Os dedos de Molly envolveram a coxa de Tensley quase como um reflexo antes que ele atacasse. Suas costas tinham curvado, suas mãos se fecharam em aço, e seus dentes brilhavam violentamente como um aviso. Mas sua única mão, apertando a coxa poderosa dele, músculos flexionando debaixo do aperto duro dela, o enjaulou. Ela me conhece muito bem. Fitz Júnior limpou a garganta e voltou seu foco para Molly. — Então você estuda na Columbia? — Ele perguntou, interesse genuíno cortando a tensão. Fitz Sênior franziu o cenho com a mudança de assunto, mas se dignou a inclinar-se para trás e saborear seu vinho. Molly assentiu, retirando a mão da coxa de Tensley, e ele sentiu falta - e odiou o fato de sentir falta. — Estou cursando bacharelado em Belas Artes, estou mais interessada em curadoria de museu. Fitz Júnior sorriu e Tensley teve a súbita vontade de bater na sua cabeça. — O Museu de Belas Artes de Boston tem uma excelente coleção de obras de arte egípcias. Eu vou algumas vezes no ano — disse ele. Maldito bastardo tentando puxar seu saco. Molly voltou o sorriso de Fitz Junior. — Você gosta de museus? Fitz Junior abriu a boca para responder, mas o pai bateu o copo de vinho na mesa.

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— É uma pena o que aconteceu com Abaddon — disse Fitz Sênior, com os dentes manchados de vermelho pelo vinho. Tensley viu quando Molly agarrou suas coxas a menção de seu atacante. — Não falemos dos mortos — disse Tensley; ele sentiu os olhos dela nele. Ele tomou um grande gole de seu rum e o deixou queimar para entorpecer os sentimentos remanescentes sobre Molly em seu corpo. — Nunca te impediu antes, amore. Você amava delirar sobre suas mortes. — Evelyn olhou para ele por cima da sua bebida e voltou seu olhar perverso para Molly. — Seu noivo e eu éramos muito próximos uma vez. Inseparáveis, alguns poderiam dizer. Ele costumava beijar minhas contusões. Porra. Molly endureceu, mas apenas por um segundo. Ela inclinou a cabeça para o lado, com seu viciante sorriso para Tensley. — Mas é exatamente o que é, Evelyn, você foi próxima uma vez. Você é o passado dele, enquanto eu sou seu presente e futuro. O corpo de Tensley paralisou quando ele pegou o sorriso de Molly. Todo o sangue correu de sua cabeça para o seu pau quando ela mordeu o lábio inferior e depois lambeu uma gota de vinho do copo. Ela passou as pontas dos dedos através da sombra de sua marca e todos os olhos foram para lá, chamando a atenção ao fato de que Tensley a havia reivindicado, marcado, e a referência evidente de Molly ao fato de que ele não tinha feito isso com Evelyn. Tensley, vendo seu afeto, sua atenção para a marca dele, agitou sua fera para a superfície. Ele a marcaria novamente na frente de todos eles. — Com licença, — ela disse, deixando seus dedos caírem. As bochechas de Evelyn ficaram vermelhas e suas narinas dilataram quando Molly deu um tapinha na boca com o guardanapo, empurrando a cadeira para fora. — Acho que

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vou dormir cedo; tem sido um longo dia. Foi bom conhecer todos vocês. — Acho que vou me recolher também — disse Tensley, limpando a garganta enquanto também se levantava. Ele não esperou pelos protestos antes de sair da sala de jantar, localizando Molly na grande escadaria à frente. Ele subiu dois degraus de cada vez, depois pegou o cotovelo dela... — Eu tive um pesadelo, tio Tensley — disse uma pequena voz no alto da escada. Molly e Tensley viraram a cabeça para o menino, usando um conjunto de pijama azul-marinho decorado com veleiros. — Donovan — disse Tensley quando o lábio inferior do menino tremeu. Ele enxugou as lágrimas sob os cílios escuros, abraçando um urso de pelúcia com mais força no peito - um urso que Tensley comprara no hospital quando ele nasceu, cinco anos antes. Tensley soltou o braço de Molly e passou por ela, erguendo o menino em sua direção. Donovan passou os braços em volta do pescoço de Tensley e se aninhou antes de apontar para Molly. — Quem é ela? — Ele perguntou, seus olhos grandes e curiosos a observando. — Minha noiva. — Tensley entrou no quarto de Donovan e deitou-o em sua cama, puxando os lençóis até o queixo. Molly estava parada na porta, meio escondida. Donovan olhou para Tensley na escuridão, seus olhos castanhos tão grandes e inocentes. — O que é uma novia? Tensley riu. — É uma NO I VA, e isso significa que eu vou me casar com ela. Donovan inclinou a cabeça. — E ter bebês como mamãe e papai? Tensley fez uma careta. — Sim. Donovan levantou a cabeça e olhou para Molly. — Ela é bonita, mas ela é uma... — Uma humana? Mais ou menos.

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O rosto de Donovan mudou para uma expressão severa. — Você tem que ter cuidado. — Ele sentou-se e deu um tapinha no peito de Tensley. — Ela vai pegar seu coração e nunca vai devolver. A mandíbula de Tensley se contraiu. Ele sabia que Donovan aprenderia isso em uma idade jovem. Estava entranhado em sua sociedade e cultura, como era perigoso amar. Ele afastou o cabelo castanho ondulado de Donovan e se inclinou para beijar sua testa. Foi muito afetuoso - um toque carinhoso, o limite do inaceitável de acordo com a Suprema Corte. Eles temiam que uma criança com muito afeto, muitos abraços e beijos, seria corrompida antes mesmo da puberdade. Gabriella sempre foi rigorosa com Donovan depois de ver o que aconteceu com seu irmão mais velho, ao contrário de Chuck, que cedeu e o sufocou de carinho quando ela não estava olhando. Gabriella, assim como Tensley, estava sempre pensando em seu irmão, no que tinha acontecido com ele. Sua mãe tinha sido muito mole com eles? Eles receberam muito carinho quando criança, permitindo que Beau fosse corrompido por isso? — Ninguém pode te machucar em seus sonhos, Donovan — disse Tensley, alisando o cabelo para trás. — Não deixe que eles te assustem. Você é mais forte que eles. Donovan assentiu com os olhos fixos no tio. — Noite, tio Tens. Ele se enrolou em uma bola, abraçando seu urso. Tensley se levantou e passou por Molly sem olhar para ela, com muito medo de que ela visse sua luta para ser o demônio. Uma espessura de repente impediu suas cordas vocais. — Tensley, espere... — Vá para a cama, eu estarei lá em breve — ele falou atrás dela. Ele precisava de uísque para acalmar a fera.

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***

Molly não pregou o olho - estar em uma casa cheia de demônios não ajudou muito a relaxar. Ela se mexeu sob as cobertas, as mãos deslizando pelo lado vazio da cama. Tensley nunca tinha aparecido. Ela bufou, abrindo a mala e tirando um vestido de verão rosa pálido. Ela o colocou antes de fazer a maquiagem. Ela recebeu uma ligação emocionante do Sr. Cho pouco antes de dormir: ela havia sido selecionada para a viagem a Paris. Ela sairia em uma semana e passaria três semanas morando em um dormitório com outro aluno e explorando tudo o que Paris tinha a oferecer. Molly não estava tão animada quanto deveria, e tinha tudo a ver com a raiva de Tensley Knight por ela. Molly desceu as escadas e entrou na cozinha enorme e reluzente, observando Tensley do lado de fora no jardim com um papel e um pedaço meio comido de torrada na mão. Evelyn estava empoleirada na frente dele. — Bom dia — disse uma voz atrás dela, fazendo-a pular. O rapaz do jantar riu. — Não quis assustá-la, só pensei em me apresentar adequadamente. Fitz Bardot Junior. Ela hesitou, olhando para a mão estendida antes de pegá-la. —Molly Darling. — Sim, eu sei. — Fitz Júnior voltou sua atenção para os dois demônios no jardim. — Eles não parecem acolhedores… Molly franziu os lábios. Fitz Júnior notou sua expressão e deu um tapinha no ombro dela.

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— Não se preocupe; Tenho certeza que é uma conversa inofensiva entre velhos amigos. Molly assentiu. — Então o que os Knights planejaram para hoje? Fitz bebeu de sua caneca de café, encostado no batente da porta aberta. — Só um passeio por sua adega lá nos fundos. Deve ser produtivo. Molly levantou uma sobrancelha. Ele era exatamente o oposto de seu noivo intimidador. — Fascinante. Fitz riu. — Eu gosto de você. Eu estava esperando uma garota apavorada, não alguém com uma boca corajosa como nós. Molly olhou para Tensley, que finalmente os notara. Seus olhos escuros e tempestuosos se estreitaram. — Provavelmente porque estive em contato com alguém similar tempo demais. — Ele é tão cruel como dizem? — Ele agora olhou para Tensley também, cuja testa estava enrugada sobre seus olhos enquanto abaixava o papel e se levantava. — Oh, não, — Molly sussurrou enquanto Tensley se aproximava deles, a cabeça alta e a boca apertada. — Ele é muito mais cruel. — Convidados! Estamos indo para os vinhedos! — Sra. Knight disse da frente da casa, interrompendo a marcha de morte de Tensley até Molly e Fitz Junior. — Vamos? — Fitz Júnior fez sinal para que Molly o seguisse até o vestíbulo. Ela fez isso, jogando a Tensley um doce sorriso no caminho.

***

Molly estava possivelmente na pior localização dos Hamptons - entre Evelyn e Gabriella.

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Gabriella continuou a reclamar de seus pés inchados, mas quando Molly sugeriu que ela se sentasse, o demônio grávido rosnou tão alto que Molly pensou que poderia ser decapitada. A vinícola era linda, se estendendo por quilômetros enquanto passeavam por filas e fileiras de videiras um pouco além da propriedade dos Knight. Chuck pegou um cacho de uva à frente e ofereceu a Gabriella com um floreio, mas ela simplesmente zombou e se afastou. Ele simplesmente deu de ombros e comeu sozinho. Molly foi por outra fileira, colocando algumas uvas na boca e ajustando o chapéu de sol. — Então, o que você fez para irritar tanto Tensley? Molly girou, uma uva caindo da palma de sua mão. — O que? Evelyn suspirou. — Você o irritou; ele nem olha para você. Eu pude sentir a raiva saindo dele durante todo o jantar. Molly olhou sem morder a isca. — Estamos bem. Evelyn riu. — Oh querida, seja bonita, não estúpida. — Ela balançou a cabeça e tirou frutas de uma videira, espremendo cada uva até estourar. — Você é muito macia para os espinhos dele. — Eu tenho meus próprios espinhos, obrigada — respondeu Molly. Evelyn estalou os lábios. — Ele não é alguém para brincar. Ele é um escorpião, uma cobra cheia de delicioso veneno. Ele é cruel e implacável. — Eu acredito que ele me marcou com aquele delicioso veneno, não? — Molly levantou o queixo, mostrando sua garganta nua, onde ela sentiu o aperto do colarinho. — Não significa que ele não pode marcar outra — ela mordeu de volta e riu.

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As mãos de Molly se fecharam e ela disse a si mesma repetidamente: Você não pode quebrar o pescoço dela, você não pode quebrar o pescoço dela, você não pode quebrar o pescoço dela. Os olhos de Evelyn brilharam enquanto ela ria, mastigando a ponta do dedo. — Você engoliria o seu veneno? Molly respirou fundo. — Ele engoliria o meu? Evelyn soltou uma risada amarga antes de deslizar um dedo pela bochecha de Molly. — Você não merece a sua marca. Evelyn acariciou seus dedos manchados ao longo da bochecha de Molly. Molly cravou as unhas no pulso de Evelyn, empurrando a mulher para longe. — Não me toque. Um sorriso sinistro se formou nos lábios de Evelyn. — Ok. — Evelyn levantou o braço e torceu o próprio pulso até que estalou, olhando para Molly o tempo todo. — O que você está... —Tensley! Oh deus, sua puta! — Evelyn chorou, caindo de joelhos enquanto embalava o pulso que ela mesma tinha quebrado. — Tensley! Tensley apareceu em sua fileira e caminhou rapidamente em direção a elas, um olhar de confusão e nojo pintado através de suas feições. — O que aconteceu? — Tensley olhou para Molly, mas Evelyn gritou de novo. — Ela quebrou a porra do meu pulso! — Evelyn chorou, as lágrimas enegrecidas manchando suas bochechas enquanto ela apertava a mão deformada em seu peito. — Ela simplesmente enlouqueceu. Ela é instável, Tensley. Molly compartilhou um longo olhar com Tensley, implorando que ele acreditasse nela. Ela não precisava

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implorar, no entanto. E se ele não acreditasse nela, era sobre ele agora. — O que está acontecendo? — Gabriella perguntou, aparecendo ao lado de Tensley. —Ela só ficava me dizendo que ia destruir Scorpios, que ia derrubar você e sua família... — Evelyn gritou novamente, movendo o pulso para mostrar como ele balançava anormalmente. Foi isso que fez os dois Knights congelarem. Evelyn sabia as palavras certas para jogar com seus medos. Qualquer ameaça à sua família ou a Scorpios tornava a pessoa um inimigo. — Ela está mentindo — disse Molly, sem fôlego pela raiva que se agitava dentro dela. Ela sabia que Tensley sentia o pico de emoção, mas o que a surpreendeu foi sua raiva envolvendo sua garganta e apertando. — Vá se acalmar — instruiu Tensley, seu rosto uma máscara de pedra. Molly bufou alto, seu peito arfando quando seus olhos brilharam mortalmente intensos. Ela olhou para a mão de Tensley ao redor do antebraço de Evelyn, seu peito apertando até se tornar doloroso respirar. Molly foi embora, três pares de olhos demoníacos em suas costas. Não era assim que ela imaginara que as coisas seriam e não poderia aceitar muito mais.

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CAPÍTULO 34

Molly prendeu as pérolas falsas em volta do pescoço, respirando fundo antes de se aventurar fora do quarto. Ela ouviu que Tensley havia levado Evelyn ao bruxo da equipe para ter seu pulso curado, e isso fez o sangue de Molly ferver completamente. Para se acalmar, como Tensley havia instruído, Molly passou a maior parte da tarde na pequena biblioteca no andar principal, folheando livros antigos que eram geralmente primeiras edições. Depois de algumas horas de leitura, ela teve que se preparar para outro jantar. Ela teria voltado com prazer para seus jantares de microondas e miojo em casa, se isso significasse evitar outra refeição com Tensley e seus companheiros horríveis, isso era certo. Enquanto a barra do seu vestido preto sussurrava pelas tábuas do assoalho, Molly ouviu um gemido. Ela parou e lentamente abriu a porta do quarto de Donovan para encontrá-lo encolhido no chão de seu quarto, o rosto entre seus joelhos. — Donovan? O que há de errado? — Molly se ajoelhou ao lado do menino de cinco anos, tomando cuidado para não sentar acidentalmente em um dos seus muitos aviões de brinquedo. — Minha mãe me odeia — ele soluçou, a umidade cobrindo suas bochechas rosadas.

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Molly enxugou as bochechas e sacudiu a cabeça. — Oh, não, querido. Ela ama você. Assim que as palavras deixaram sua boca, o corpo de Donovan se acalmou e ele piscou para ela. — Ela ama? Molly engoliu em seco. Ela não tinha certeza se era apropriado dizer alguma coisa, mas a minúscula voz quebrada de Donovan, cílios molhados e bochechas rosadas a fizeram ceder. — Claro que sim! Tenho certeza que ela esta apenas estressada sobre o bebê. Ele fungou e limpou o ranho na manga. — Ela me disse que eu estava sendo desobediente, mas eu só queria brincar lá fora. — Bem — disse Molly, sentando-se mais confortavelmente no chão, — agora está escuro demais para ir lá fora. Gostaria que eu lesse uma história para você em vez disso? Donovan assentiu e foi até uma estante de livros no canto, selecionando um livro vermelho desbotado e entregando-o a Molly — Aqui vamos nós —, disse Molly, pegando-o. Ele passou os braços em volta do pescoço dela e quando ela o colocou em sua cama de solteiro, ele se deitou, piscando os olhos castanhos para ela. Ela sentou-se na borda e abriu o livro. — Fallen o rei demônio Tão cruel e forte ele é Até se apaixonar por um ser inferior Uma princesa humana Com um coração tão fraco Perfeição em sua forma e sorriso Ele sentiu algo dentro

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Fraco e verdadeiro Ele se apaixonou, E o coração de Fallen cresceu A dor e o grande peso disso Desencorajou seu amor crescente Até que ele lançou o reino dela Nas profundezas do inferno Pois ela era esperta e enlouquecida Agora a Babilônia é sua para reinar E onde ele se senta em seu trono Sem um coração e a alma vazia Aprenda a tua lição, dos meus erros. — Uau... Não é exatamente como as histórias para dormir que ouvi quando criança... — Molly murmurou, fechando o livro. — É muito importante — disse Donovan, se enfiando debaixo das cobertas. Molly sorriu e escovou seu cabelo para trás. — Você deveria tentar dormir. Está ficando tarde. Ele rolou para o lado, colocando o rosto no travesseiro. Quando Molly levantou e nadou em direção a porta, ele sussurrou atrás dela. — Por favor, não o machuque. Ela se virou, inclinou a cabeça. — Machucar quem, querido? — Tio Tensley. — Eu não vou. Prometo.

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Ele sorriu e ela se virou, com o coração pesado e dolorido. Molly esfregou seu peito, dolorido para respirar com tal peso caindo sobre ela.

***

Tensley bateu os dedos contra a coxa, olhando ao redor do escritório do pai. Quando criança, ele sempre quis ver além dessas portas e testemunhar seu pai no trabalho. Agora ele desejou nunca ter visto nada disso. Seus pensamentos voltaram para Molly e Evelyn na adega. Assim que ele levou Evelyn embora, ele soube que tudo tinha sido um truque para colocá-lo contra Molly - sua ex tinha se jogado sobre ele imediatamente, tocando e beijando e geralmente apenas sendo o mosquito detestável que ela sempre foi. Tensley olhou para o relógio; ele estava atrasado para a festa. Todos os altos membros de Scorpios tinham sido convidados, e assim que ele estava prestes a se juntar a eles, Fitz Sênior entrou. — Tensley — disse o velho, indo direto para o armário de bebidas. — Posso ajudar? Fitz Sênior pegou dois copos de cristal de uma bandeja e serviu o uísque mais caro de Knight em cada um. Ele entregou um a Tensley e sentou-se. — Junte-se a mim? —Você certamente se sente à vontade—, disse Tensley, acomodando-se na cadeira da escrivaninha do seu pai. — O que é meu é seu, certo? — Fitz Sênior disse, zombando acima de seu copo. — Eu achei que fazia mais sentido falar com você enquanto seu pai está ocupado com os convidados — ele disse após uma pausa longa e tensa. Ele lambeu os lábios, absorvendo todo o uísque. — Desde que você está assumindo Scorpios, eu quero falar com você, de homem para homem, líder para líder.

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Tensley retribuiu um sorriso. — Claro. Fitz Sênior bebeu seu uísque antes de continuar. — Nosso território é poderoso. Com a expansão, você terá a maior parte do território em nosso reino. Você superará seu pai e seu avô e estabelecerá um novo padrão para sua família. Todo mundo temerá você. Suas unhas clicaram no vidro enquanto um sorriso malicioso se formava em seus lábios finos e enrugados. — Quão importante é o território para você? Mudaria tudo - Tensley seria o Dux mais poderoso do país. — Importante. Fitz Sênior sorriu para isso. — Eu conheci seu irmão mais velho, e ele parecia bastante sensato - no começo. A raiva chiou nas veias de Tensley, mas ele manteve a boca fechada. — Até aquele terrível escândalo. Não havia tido tal enorme infâmia no nosso tempo. Você era apenas um rapazinho na época, mas eu me lembro disso muito claramente. Eu assisti sua família cair das graças da Suprema Corte para ser a zombaria do nosso mundo. Seu pai ainda era poderoso e por causa da lealdade de alguns de seus homens, ele ainda conseguiu segurar Scorpios. Sênior rodou sua bebida e tomou um gole, batendo os lábios para apreciar o sabor. Tensley ainda estava sentado rigidamente em sua cadeira, não fazendo um som, mas suas entranhas estavam torcendo muito apertadas para respirar. — Sua família tem estado em uma linha delicada na Suprema Corte. Um momento errado e zaap... — Sênior cantarolou em uma risada baixa. — Eu vejo diferenças entre o seu irmão e você… Mas eu também vejo as semelhanças. Sua família não pode suportar outro escândalo. Tensley bebeu seu uísque em um só gole. — Cuspa logo, Fitz. Que porra você está querendo?

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— Em troca de nosso poder, nossos assentos na corte e o território que está em nossa família desde 1600... — O velho sorriu de novo, os dentes amarelados pela idade. — Eu quero a daemon para meu filho. Um vazio se expandiu no peito de Tensley, como se todo o oxigênio em seus pulmões tivesse sumido. — O que? — Ela é um risco; você não a quer ao seu lado no poder. Ouvi dizer que ela até quebrou o pulso da Evelyn Rose hoje. Tensley olhou para o bastardo. — Eu já posso ver que ela é uma distração para você. Você realmente quer alguém tão errático para estar no radar da Suprema Corte? — Ah, e você está isento da vigilância deles? — Sem nossos territórios, sim, por isso precisamos de algo para continuar dando valor ao nome da nossa família. Tensley olhou para longe, em silêncio. A ideia de Molly ser mantida longe de Fallen e da Suprema Corte depois da maneira que ela já havia traído Scorpios - era atraente. Sua cabeça lhe disse que Fitz estava certo. Molly seria um risco, um desastre prestes a acontecer, especialmente com o seu afeto por ela crescendo. Então havia o fato de que ela já havia traído seus homens, sua família e ele próprio - e se ela fizesse algo assim de novo? Se tornaria público com tantos olhos atentos. — É tarde demais. Eu já a marquei — disse Tensley sombriamente. Os dentes horrivelmente agudos de Fitz Sênior brilhavam a luz do escritório; ele podia ver que a parte mais difícil do argumento tinha vencido. — Podemos tomar providências em relação a isso. Tudo o que você precisar será permitido. Tensley balançou a cabeça, desejando saber se ele poderia vomitar.

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Ele não iria entregá-la como propriedade. Ele não a daria a ninguém. Ele sabia que estava se tornando muito apegado a ela, emocional demais, e que isso lhe custaria o julgamento e vidas. Ele descobriria uma maneira que ela pudesse voltar para sua própria vida, longe de seu mundo demoníaco, onde ninguém iria machucá-la. — A questão é, filho — disse Sênior, limpando a garganta. —Você está pesando suas emoções ou está pesando a lógica? Tensley fechou as mãos. Porra. Porra! Ele sabia a resposta. Ele não estava pensando em Scorpios; ele estava pensando nela e em si mesmo, no que significava deixá-la ir... O que significava que ele não queria deixá-la ir. Mas então o que aconteceria se ele se apaixonasse por ela? O que aconteceria com a família dele, com Scorpios? O fio delicado tremia nas mãos impiedosas de Fallen. Um movimento errado e Scorpios seria destruído. Tensley olhou por baixo dos cílios para a cicatriz de Fitz Sênior, mal escondida. — Eu vou pensar sobre isso. — Sênior apertou a rótula de Tensley e mostrou seus dentes irregulares. — Boa escolha, filho. Deixe-me saber logo, no entanto. Tensley recostou-se e observou o homem de cabelos brancos sair, esfregando as têmporas durante o que pareceram horas. Molly nunca deveria ser dele. Ele tinha que descobrir uma maneira de extrair Molly Darling de seu mundo demoníaco completamente, mas se não pudesse, esta poderia ser a única maneira de mantêla segura.

***

A sala girava e a cabeça de Molly doía enquanto os convidados dos Knights dançavam em volta dela. Tensley não estava em lugar algum à vista, e Evelyn tinha falado em voz alta a noite inteira para todas as outras mulheres sobre seu pobre pulso.

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— Ela simplesmente tornou-se cruel, como um animal selvagem, e me agarrou por trás e quebrou o osso ao meio — disse Evelyn, descrevendo vividamente a mentira. — Como ela se tornará a esposa do nosso Dux? Ela é perigosa para nós — outra de suas ouvintes concordou, ofegante. Ela podia sentir seus olhos nela, apenas a alguns metros de distância. Ela não queria que isso a incomodasse, mas o ódio, as fofocas que a rodeavam estavam se tornando demais - como reviver o ensino médio quando ela quebrou o braço de um aluno por acidente. — Ouvi dizer que ela matou Cree Alejandro — disse um deles. Molly congelou, seu sangue ficou gelado. Até a dor de cabeça latejante parou por um momento. — Sério? — Sim. Ela cortou a garganta dele. Molly não perdeu mais um segundo. Ela não podia ficar aqui ouvindo rumores, pessoas a insultando, fazendo dela a vilã. Com a frieza de Tensley, ela não tinha razão para ficar. Ela correu através da grande multidão para um corredor muito mais silencioso. Ela arrastou seu dedo ao longo do acabamento da moldura da coroa na parede, parando quando uma porta de carvalho surgiu em seu caminho. Ela espiou dentro para encontrar Tensley sentado atrás de uma mesa grande, mãos cheias de papéis. — Tensley — disse ela suavemente. Sua cabeça se ergueu, os olhos escurecendo ao vê-la. — O que você está fazendo? Volte para a festa. Molly desconsiderou seu comando e entrou. — Todo mundo está com muito medo de falar comigo. Torna-se muito

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chato ouvir as pessoas fofocar sobre você quando está lá, na mesma sala. Tensley zombou. — Bem, eu não sou mais emocionante que o resto deles. — Eu acho que vou voltar para a cidade, na verdade — disse ela, voz de aço. Os olhos de Tensley se voltaram para ela. — Molly — ele bufou e ficou de pé, andando ao redor da mesa. — Apenas mais dois dias. — Por que eu deveria ficar? — Ela cruzou os braços e olhou para ele. — Porque Scorpios precisa desse acordo. — Não é uma razão boa o suficiente. Ele rangeu os dentes, passando a mão pelo rosto. — Tensley — disse Molly, tocando a mão dele. Ele puxou de volta rapidamente. Ela fez uma careta e lentamente olhou para ele, podendo ver a angústia em suas feições. — Você nunca vai me perdoar? Você não confia em mim... — Ele engoliu em seco. — Você acha que eu te machucaria? Ele olhou para as estantes e suspirou. — Volte para a festa, Molly. —E hoje na adega, você honestamente acredita em Evelyn sobre mim? — Não é como se você não tivesse ferido demônios antes — disse Tensley. — Não está totalmente fora de questão. Raiva atravessou o seu corpo. — Eu não a toquei, Tensley — disse ela com os dentes cerrados. Ela ia dizer mais, argumentar, mas se conteve, olhando para ele. — Eu não vou ficar aqui mais tempo se você escolher acreditar nela sobre mim. Você sabe o que? Vou te dar mais algum tempo para refletir sobre o assunto. Molly saiu, andando rapidamente pelo corredor. Ao som de seus passos pesados, ela acelerou o ritmo e se virou para a festa, na ponta dos pés pela multidão. Felizmente, seu pequeno corpo ajudou-a a escapar de suas

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mãos errantes e o deixou em uma situação difícil de tentar passar pela multidão intocada. — Molly! — Chamou Tensley. Assim que ela atravessou a festa e se dirigiu para a grande escadaria, Tensley agarrou seus braços. — Não me toque — disse ela, afastando-se dele. Ela engasgou quando ele a ergueu e subiu as escadas, jogando-a na cama sem cerimônia. — Estou indo embora — disse ela, de pé para jogar suas coisas em uma mala. — Não, você não esta — ele retrucou. —Eu não posso mais fazer isso! Sinto muito por Gabel, eu sinto! Eu nunca quis machucar você ou ele - eu achei que fosse um momento de vida ou morte. Você tem que me perdoar, Tensley! Você tem que confiar em mim; Eu te disse a verdade, não disse? Eu fui honesta com você, mesmo quando sabia que isso poderia acontecer. Então você pode me perdoar ou não? Tensley sentou-se pesadamente na cama e, pela primeira vez, Molly viu apenas um homem magoado à sua frente. Ela respirou fundo, tentando conter sua raiva. — Eu não farei mais isso — ela retrucou. — Você não confia em mim. Você não me deixa entrar. Em absoluto. Eu te conheço? Você me conhece? Ela observou o rosto de Tensley contorcer-se de raiva e depois suavizar. Um momento depois, ele olhou para ela. — O que você quer saber? — Tudo. Demônio e homem. Tudo.

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CAPÍTULO 35

A raiva de Tensley sumiu com a suavidade de suas palavras. Ele acariciou sua mandíbula e simplesmente observou o perfil dela, seus cílios tremulando suavemente. Ele queria confiar em suas palavras, queria confiar que ela não iria machucá-lo, mas ele estava apavorado que se desse todo o poder, ela iria destruí-lo. Demônio e homem? O cântico em sua cabeça, a pequena voz que lembrava o que ela era, o poder que ela segurava em seu punho minúsculo, esmoreceu. O controle sobre si mesmo que ele manteve no escritório de seu pai afrouxou e ele relaxou ombros. — Eu entendo agora porque você fez isso, Molly — ele murmurou. — Gabel era mais besta do que racional naquele ponto. Mais selvagem e primitivo. — Porque eles o mataram de fome — ela cuspiu. — O que não tinha nada a ver comigo. Um silêncio tenso se estabeleceu entre eles e ele a observou cuidadosamente. — Você... — ele começou, inseguro. — Você disse anteriormente que eu não conhecia você e você não me conhecia — ele continuou franzindo a testa. — Se vamos fazer

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esse relacionamento funcionar, não podemos deixar isso acontecer. Conte me algo sobre você, dolcezza, — ele disse suavemente. — O que você quer saber? — Ela perguntou, as pontas dos dedos refrescantemente frias, enquanto deslizavam suavemente por toda sua omoplatas e clavícula. — Conte-me sobre a sua memória favorita — disse ele, seus olhos encontrando os dela na sala mal iluminada. De alguma forma, naquele momento, os dois conversando suavemente à noite como se nenhum problema pudesse alcançá-los, lembrou-o da noite que ele a segurou do pesadelo em seu sono e eles conversaram abertamente um com o outro até as primeiras horas do dia seguinte. Por mais que odiasse admitir, ela contara coisas sobre si mesma, sobre sua vida, sobre o que ela desejava no futuro, e se sentiu honrado por ela compartilhar isso com ele, por ela confiar nele o suficiente para se abrir. Era uma de suas lembranças favoritas deles juntos. — Uma vez — disse ela, colocando seu cabelo atrás da orelha. — September e eu fomos velejar em Cape Cod e nós cheirávamos como peixe e oceano, mas eu adorei. Eu fiz muitos amigos peixes naquele dia. Ela riu em sua mão. — Eu acho que nós comemos muitos deles no jantar naquela noite. — Mais risadas explodiram dos seus lábios cheios. Ele não conseguia parar de sorrir para ela. — E você? — Ela se apoiou em seus cotovelos, uma das alças de seu vestido caindo, expondo a pele pálida e brilhante - exatamente onde ele queria marcá-la novamente, afundar os dentes para deixar uma impressão de si mesmo sobre ela. — Eu não sei — ele finalmente disse, arrumando sua alça a contragosto. — O que você quer dizer com não sabe? — Ela levantou uma sobrancelha. — Vamos, você tem que se lembrar de algo. Ele deu de ombros, seu olhar deixando o dela. — Não, não realmente — disse ele, perdido em seus próprios pensamentos.

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Ela se aproximou mais, suas mãos deslizando sob o colarinho de sua camisa. Parecia agradável, dedos macios explorando sua pele, seus ossos, seu corpo. Ela o fez esquecer o que ele era - uma fera, um monstro a temer. — Vamos lá Tensley. Ele chupou seus dentes. — Brincando no parque um dia com Illya quando éramos meninos. — Ele piscou e endureceu enquanto seus olhos o bebiam. — Quase todos os dias no parque com Illya foram dias bons. Ele encontrou-se perdido em pensamentos e virou-se para vê-la olhando para ele. — Você já sentiu medo? Seus olhos dispararam para ver as feições dela, que estavam coradas, provavelmente do vinho. — Sim. Seus olhos ficaram nele como se ela estivesse com medo de que ele desaparecesse. — Do que você tem medo? — Tenho medo de falhar — ele sussurrou. Eu tenho medo de você. Ele fez uma pausa e franziu a testa. — E você? — O tempo todo — disse ela, ofegando no final. — Do que? Ela brincou com o lábio inferior que ele tanto queria chupar. — Trabalho, escola, demônios... Você. Ele franziu o cenho. — Então você tem medo de mim? Ela assentiu. Seus dedos se espalharam por sua bochecha e em seu couro cabeludo. As palavras pendiam da ponta da sua língua e ele pesou sua escolha: ser o monstro ou ser o homem. — Eu sou o último demônio do qual você deveria ter medo.

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Seus olhos se ergueram, brilhando sob seus cílios grossos, e cuidadosamente, ela se inclinou e apertou seu lábio grosso no lóbulo da sua orelha. — Você confia em mim? Seus lábios se contraíram e ele virou a cabeça para que ele pudesse sussurrar em seu ouvido. — Eu não tenho certeza se deveria... — Tensley... — Uma sugestão de raiva veio através de sua voz suave, mas ela se acalmou. — Eu estraguei tudo antes, quando confiei em Cree e te traí. Foi minha culpa, e quero provar a você que sou confiável, que você pode depender de mim. Eu nunca mais quero te machucar novamente. Eu fui tão ingênua. Eu matei alguém com quem você se importava. — Ela limpou o nariz e fungou mais. Tensley esfregou a nuca. — Eu entendo porque você fez isso. Eu entendi que estava se defendendo – mas isso ainda me chocou. Isso me machucou. Ainda dói. Eu tive que dizer aos pais dele que eles nunca veriam seu filho novamente. Eu cresci com Gabel; ele era um bom homem. Ele foi um amigo para mim quando ninguém mais foi — ele murmurou, sua dor ainda clara em seu tom. Molly se juntou a Tensley na cama, com os olhos brilhando e vermelhos. — Eu sinto muito. Eu não sabia, e tomaria tudo de volta se pudesse. Molly pegou a mão dele e Tensley deleitou-se com o familiar calor de seus dedos em volta dos dele. — Eu também sinto muito por ser frio e distante. Eu estava... Com medo. — Com medo? — De onde sua lealdade estava. — Ela está com você...

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— Eu sei — continuou Tensley, segurando o dedo indicador nos lábios. — Você arriscou sua vida para salvar Lex, e você caçou Cree por semanas. Eu... Eu me perdi um pouquinho. Molly se inclinou para frente, colocando a cabeça no peito dele. — Não há problema em se sentir perdido às vezes, mas apenas lembre-se, eu sempre estarei aqui quando você voltar. Ele passou os dedos pelos cabelos dela, enterrando o nariz em seu aroma floral. Ele nunca quis deixá-la. — Eu não sei se você domou ou agitou a fera — disse ele, levantando o seu queixo para roubar um sabor de seus lábios. Sua respiração acelerou, seus seios subindo mais rápido e mais cheios enquanto ele a observava. Pequenos tremores pulsaram em suas têmporas, concentrando-se em suas feições, procurando uma sugestão de que ele a estava testando, desafiando-a. — Tensley... — Sua confissão morreu e ela puxou os lábios cheios em sua boca e mastigou. — Eu só quero você, tudo de você, a besta e o homem. — Um calor se agitou em seu estômago quando ela se levantou, tirando seu vestido para revelar seu magnífico corpo a ele. — Dolcezza — ele murmurou. — Eu sou seu. — Ela estava tentando a fera, e ele queria desfrutar. Tê-la novamente. Seus dedos calejados brincaram com o cabelo dela, seu polegar roçando sua bochecha de marfim e traçando seu rosto bonito. Em sua escuridão, ele pegou aquele belo sorriso radiante e desejou tê-lo descoberto mais cedo, a reivindicado mais cedo - antes que tudo fosse para o inferno e os amaldiçoasse. Talvez se ele mudasse a data do casamento... Talvez se ela gerasse seu filho... Ele rosnou fundo em seu peito enquanto ela continuava a se despir, removendo seu sutiã e calcinha de renda. Ele moveu

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a mão para a parte de trás da sua cabeça, tricotando seus dedos através de seu cabelo loiro quando a pegou. — Você vai ser a minha morte. — Você me quer? — Molly perguntou, correndo as mãos lentamente sobre sua clavícula até os seios, acariciando os mamilos até ficarem eretos. — Mais do que tudo — disse Tensley, agarrando-a e jogando-a na cama. Então ele atacou, saboreando sua boca doce, sua língua lutando contra a dele. Assim que ele atacou, ele ficou terno, acariciando seu rosto, acariciando seus seios pesados e os deitando sobre a cama. Ela instintivamente envolveu as pernas ao redor de sua cintura, abrindose para ele reivindicá-la. Os dedos dela abriram a calça dele e ele a tirou, junto com a cueca, revelando uma pele escura e cheia de cicatrizes, colidindo contra sua pele macia de marfim. As mãos dela demoraram-se sobre as muitas cicatrizes em suas pernas com um toque gentil, traçando as linhas de volta para sua virilha. Ele estremeceu quando ela agarrou seu pau venoso, bombeando suavemente. — Eu nunca vou passar fome, — ele murmurou, pressionando a boca na dela. Ela recompensou-o com um beliscão no lábio inferior, puxando-o para baixo, para que toda o seu corpo a envolvesse. — Eu não vou deixar — ela sussurrou entre beijos frenéticos, suspirando quando ele cutucou a espessa e grossa coroa roxa de sua masculinidade contra sua abertura. — Dolcezza — Tensley gemeu quando ele empurrou, esticando-a em torno dele e fazendo-a gemer quando a alegou com o lento, bombeamento constante de seus quadris. Não foi como nas outras vezes, mesmo com a mesma quantidade de prazer. Os olhos dela nunca deixaram os seus, seus corpos inteiros se fundindo como um. Era perigoso o que ele estava fazendo com ela, um crime.

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Seu corpo inteiro era um crime, convencendo-o a sentir e fazer aquilo que um demônio nunca deveria. Sua pele mais pálida encontrou sua carne dura e bronzeada, o emaranhado curto de pelos escuros acima de seu membro fazendo cócegas em sua parte mais sensível. Ela tinha bebido seu veneno, domesticado sua fera e sobrevivido. E ele? Seus dedos cravaram na base de sua espinha, levantando-a, então ele manteve o torso dela com o seu, nunca se afastando enquanto bombeava ainda mais rápido. Escalando mais e mais rápido longe da realidade e em um inferno de mentiras. Ela apertou em torno dele e seus olhos tremularam parcialmente abertos, desesperada para vê-lo. Tensley assistiu à visão gloriosa desta bela deusa voando, sua coxa prendendo-o contra ela, seus tornozelos pressionando sua bunda, as unhas arranhando suas costas e seus gemidos sem fôlego cantando nos tímpanos dele. Ele enrijeceu, e os músculos vigorosos ondularam através dos ombros largos, sobre os bíceps e o estômago rochoso. Ele esvaziou dentro dela, bombeando preguiçosamente enquanto desmoronava contra ela. Quando ambos desceram de seu êxtase mútuo, ofegando e brilhando de suor, ela riu suavemente em seu peito. Ele sorriu jocosamente de volta. Ela sorriu sonolenta e ele a puxou em seus braços, segurando-a contra o peito e puxando os cobertores em torno de sua pele nua. — Eu me importo com você, — ela murmurou cansada e parecendo bêbada dele, tão suave, tão gentilmente que ele quase perdeu isto. Ela salpicou beijos fantasmas em seu peito suado.

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Ele acariciou seu cabelo, pressionando um casto beijo em sua testa. — Você e eu precisamos descansar, dolcezza. Ela se aninhou mais perto, seus dedos preguiçosamente traçando as cicatrizes em seu peito. — Eu me importo muito com você. Demais. Tanto que dói, bem aqui, — ela disse antes de pressionar seus lábios macios onde seu coração batia selvagem, só por ela, só por ela. Ele mexeu as cobertas debaixo dela e envolveuas em torno de seus corpos. Ela escondeu o rosto contra o seu peito e o ombro e ele embalou-a. Se alguém descobrisse como ele estava sendo gentil, seria exilado, excomungado ou, pior ainda, seu coração seria tomado - mas era um risco que ele estava disposto a correr. — Noite, dolcezza — disse Tensley, olhando para o teto e esperando que ela desmaiasse para que ele pudesse ver Fitz Sênior sobre o contrato. — Noite, Tensley — ela respondeu, sorrindo em seu corpo com tanta doçura, tanta alegria, que ele não podia sair. Ele encontrou-se preso entre ela e a cama, preso entre a sociedade dela e a dele. Seu maxilar ficou tenso, mas ele continuou acariciando seus cabelos até que ela adormecesse. Seu peito latejava, a dor se formando muito maior do que há séculos. Ele estava dividido em deixá-la ir ou mantê-la para si. Uma besta não deveria se importar, não deveria permitir-se tais emoções fracas e coisas pecaminosas. Porra, ele pensou enquanto o temido calor se espalhava por suas costelas. Um beijo relaxante e suave misturado com uma pitada de fogo. Esse coração perigoso crescendo por ela. Ele estava condenado.

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CAPÍTULO 36

Molly acordou de seu sono, estendendo a mão para encontrar a cama vazia. Ainda era noite e ela perguntou-se para onde Tensley tinha ido. Ela sentou-se, as cobertas se agruparam em torno de sua cintura, e procurou pelo homem que vivia em sua cabeça, em suas papilas gustativas, profundamente em seu peito. Depois de vestir um roupão, Molly caminhou pelo corredor silencioso e desceu as escadas. O barulho fraco de vozes podia ser ouvido distante, e Molly as seguiu até que se encontrou em frente ao escritório do Sr. Knight, a porta entreaberta. Ela ouviu Tensley falar. Ele estava sentado à mesa de seu pai, parecendo perfeitamente em casa, e os Fitzes ocupavam as duas poltronas em frente a ele. — Você está fazendo a escolha certa. Espero que seu pai receba bem as notícias — disse Fitz Sênior. Tensley franziu o cenho. — Eu ainda preciso conversar com eles antes de assinar qualquer coisa. — Ele deslizou um papel de volta em direção a eles na mesa. — Você é um menino sábio. Tenho certeza de que executará bem ambos os territórios se puder tomar decisões como essa sem problema. — Fitz Sênior mudou de posição em sua cadeira e pegou o papel, inclinando-o e Molly pode ver o

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escudo escorpião - preto e dourado, pronto para atacar no cabeçalho. — O daemon seria apenas um risco em tal posição. O sangue de Molly congelou em suas veias. Houve uma movimentação, mas ela não conseguia se mover - não rápido o suficiente para evitar ficar cara a cara com Tensley na porta. — Molly? — Do que você estava falando? — Ela odiou o quanto sua voz tremia, mas se certificou de que um olhar ardente permanecesse sobre ele, não permitindo que nenhuma lágrima passasse. Tensley pressionou os lábios. — Eu posso explicar. Mais tarde. — Não, porra agora, — disse ela, passando por ele no escritório. — Oh querida. — Fitz Sênior cantarolou e se levantou. — Tenho certeza de que você está ciente de que viemos aqui para um acordo, Molly, um território por algo em troca. — Eu sei. — Ela manteve a expressão neutra, ignorando a presença invasiva de Tensley à sua direita. — E suponho que você descobriria logo de qualquer maneira — continuou Fitz Sênior, sua voz poderosa e esfumaçada fazendo seus joelhos vacilar. — O algo em troca é você. — O que isso significa exatamente? — Ela sussurrou. Fitz Sênior tirou um lenço do bolso do peito e enxugou o nariz, totalmente à vontade. — Depois de sua exibição com Evelyn, faz mais sentido ter você fora dos olhos do público. Os Knights não precisam de outro escândalo, então é melhor enviála para outro lugar até que seja necessário. — Você está mentindo — Molly sibilou com os dentes cerrados.

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Tensley agarrou seu ombro, mas ela se encolheu fora de seu toque. Ela não conseguia nem olhar para ele. Isso não está acontecendo. — Você não concordou com isso. — Uma vez que Tensley assine este papel, será feito. — Fitz Sênior teve a coragem de sorrir e jogar uma folha de papel sobre a mesa de centro entre eles. Ele acenou para isto. Molly não conseguia se mexer, não até ler a página. Ele não a queria. Ele estava jogando-a aos leões. — Ele é um homem inteligente. Ele está subindo ao poder, querendo causar uma boa impressão na Suprema Corte. Ele sabe os problemas de ter uma esposa daemon como você, — disse Fitz Sênior calmamente. Ele bateu seus dedos ao longo da borda da mesa, o único barulho constante na sala. — Você vai se casar com Fitz Junior e manter o poder do nome da nossa família. Molly separou seus lábios secos, doendo para estrangular todos os demônios na sala. — Não. Fitz Sênior continuou a sorrir, o que era mais estranho do que se ele tivesse jogado alguma coisa nela. — Não? — Não — disse ela, largando o papel no chão. — Eu não sou um objeto a ser trocado. A raiva de Fitz Sênior desapareceu e ele riu com vontade, como se ela fosse uma criança fazendo birra. — Oh, senhorita Darling, mas você é. Tensley a marcou, a reivindicou como sua propriedade e agora ele está negociando-a por algo melhor. Ela cerrou as mãos, implorando para não o estrangular. Sênior apontou para Tensley, que parecia pronto para matar os dois homens na sala.

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— Na nossa sociedade, você não é um demônio Você é mais humana que qualquer coisa. Você não tem poder, nenhum status em nosso reino. Você é um objeto ao qual ele pode usar como quiser. — Ele fez uma pausa, um sorriso assustadoramente calmo surgindo. — E ele não te quer mais. A mão de Tensley disparou e envolveu a garganta de Fitz, apertando até a pele do homem empalidecer. — Você não sabe nada, bastardo — disse Tensley, empurrando o velho na mesa do Sr. Knight. — Nada foi decidido ainda, então seria sensato você calar sua maldita boca. — Pai, por favor, pare — disse Fitz Junior, de onde ele estava encolhido no canto, sem sequer tentar defender seu pai contra a ira de Tensley. A centelha de violência correu por sua espinha e dançou ao longo de suas têmporas e pontas dos dedos. Ela queria estrangulá-lo. — Eu não sou humana e definitivamente não sou uma de vocês. Eu sou um daemon. Eu estou além de suas fodidas regras. Fitz Junior avançou e ela virou a cabeça para olhar para ele. — Toque-me e você vai gritar. — Sua voz cuspiu veneno e seus dedos doeram para arranhar seus olhos arregalados. — Eu juro. Ambos os homens estavam rigidamente na frente dela, o corpo aquecido de Tensley logo atrás dela, e ela girou, querendo desesperadamente escapar dele e desse inferno. Ela marchou até o quarto deles. — Molly! — Chamou Tensley, mas ela não parou até chegar ao quarto e arrumar suas coisas. O quarto dele. Ele a traiu. A raiva explodiu dentro dela, mas ela podia sentir a tristeza dolorida sob a superfície. Ela o amava e ele não a queria. Ele queria trocá-la como algum brinquedo inútil do qual estava cansado, entediado.

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— Molly, deixe-me explicar. Não é o que você pensa — disse Tensley quando ela retornou ao foyer, impedindo-a de sair. — Deixe-me em paz — ela retrucou. — Apenas ouça. Era isso. Ela girou, seus olhos brilhantes prendendo-o em sua essência. — Se você realmente se importasse comigo, se realmente me quisesse, você lutaria por mim. Por nós. Você é apenas um fodido covarde. Ela o libertou de seu olhar, o brilho diminuindo. Sua expressão caiu, sua testa enrugou. Ele olhou para longe depois de um momento. Ela parou ao lado da porta da frente, seu coração sangrando sobre as tábuas do assoalho. — Adeus, Tensley. — Ela o deixou lá, arrastando sua bagagem até um de seus muitos motoristas. Ela lhe disse que havia uma emergência e Tensley a seguiria mais tarde. Enquanto se encolhia, olhando pela janela de trás para a figura escura de Tensley parada na calçada, Molly ainda podia sentir o beijo venenoso e viciante em seus lábios, sua pele dolorida. Ela estava envenenada, miserável e crua, e tudo o que queria era ouvir seu timbre baixo, seu zumbido rouco. Não. Dane-se ele. Ele pode pegar seu novo território e engasgar nisso. Seu telefone zumbiu, e Molly ignorou nas primeiras vezes até que viu quem estava realmente ligando para ela. — Alô? Tina? — Molly? Molly sentou-se ereta, mal conseguindo entender Tina através de seus soluços. — Tina, o que há de errado? — Ela ouviu uma comoção e a voz profunda de um macho no fundo. — Ele quer que você venha.

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Todo o sangue deixou a cabeça de Molly, indo direto para seu coração galopante. — Quem? O que está acontecendo? — Pearce. — Tina soluçou. — Ele diz que se você não vier agora, vai me machucar. Molly agarrou o telefone em sua palma fria e úmida. — Onde?

***

Ele mataria o bastardo, pensou Tensley enquanto andava pelo escritório, fazendo furos nas cabeças dos Fitzes. — Eu lhe disse para manter as notícias entre nós até novo aviso. Quando pensou em Beau, pensou no que ele se tornaria com Molly se lhe desse seu coração. As cicatrizes em suas costas arderam com a lembrança da ira de Beau, de sua raiva antinatural e falta de cuidado com quem seria ferido. Beau não sentiu nada por tantos anos; Tensley não queria prejudicar Molly mais do que já tinha. Ele se destruiria cultivando um coração, tê-lo arrancado, e tornando-se o que mais temia: um demônio verdadeiramente sem coração. Então ele não seria capaz de se controlar. Ele machucaria Molly, machucaria todos ao seu redor mas agora ele já a machucara. Ele queria estar com ela, mas tinha pensado em tentar libertá-la dele e do seu mundo. Agora tivera efeito contrário. Fitz Sênior endireitou-se em sua altura total, que ainda era dois centímetros a menos que Tensley. — Eu achei que seria melhor notificar o daemon imediatamente. Tensley mostrou os dentes e rosnou. — Cadê? Fitz Junior ergueu as sobrancelhas. — O que? — O contrato.

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A crista do escorpião brilhou em seus periféricos e Tensley mergulhou em sua mesa, rasgando o contrato em pedaços antes que Fitz Sênior pudesse detêlo. — Você pode ficar com o seu território — ele disse, jogando os pedaços no rosto do velho. Ele não perderia Molly. Ele desistiria de qualquer coisa para estar com ela - até mesmo seu título. O rosto de Fitz Sênior ficou vermelho brilhante. — Você não pode fazer isso! — Acabei de fazer. — Você acabou de começar uma guerra, garoto — cuspiu Fitz Sênior. — Nós a queremos, e nós vamos tomá-la. Tensley se virou e segurou o velho pelo colarinho, sufocando-o até que sua pele ficou roxa. — Continue. Me ameace. Com ela ao meu lado, eu serei um Deus e você será a escória indigna de olhar para ela. Ele o soltou, observando o velho cambalear e agarrar seu pescoço, ofegando. — Saia da porra da minha casa — vibrou Tensley, jogando o velho para o lado enquanto Fitz Junior se esquivava fora do caminho. Tensley saiu furioso, flexionando os dedos - aqueles que desejavam embalar Molly novamente. Ele queria preencher o vazio, encontrar seu vício e reivindicá-la novamente. Ele cansou de ser um covarde. Mesmo se fosse condenado e ela roubasse seu coração, ele a deixaria tomá-lo, de bom grado. Ele a encontraria e a manteria para sempre, certificando-se de que ela nunca estivesse com fome, nunca se machucasse e nunca se preocupasse novamente. Ela era dele.

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Sua dolcezza. Seu daemon. Sua inocência. Uma fera ansiava por uma beleza e, oh, como ele caiu. Hades não descansaria até que sua rainha estivesse de volta ao submundo.

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CAPÍTULO 37

O armazém diante de Molly parecia gritar enquanto as vigas de metal soltas balançavam ao vento vários andares acima. Ela deixou cair suas malas e se aproximou, examinando os arredores até avistar Tina no outro extremo de uma sala enorme. A cabeça de sua amiga estava curvada, e soluços sacudiam seu corpo inteiro. Molly queria chamá-la, mas se conteve. Ela deu outro passo para dentro e viu Pearce em pé atrás de Tina, a mão dele fechada em torno de seu bíceps. — Finalmente — disse Pearce, um suspiro pesado saindo de seus lábios. Ele sorriu para Molly, gesticulando com a mão livre para aproximarse. — Molly — Tina resmungou, se debatendo na mão de Pearce. — Deixe-a ir, Pearce — disse Molly, dando passos lentos para frente enquanto observava as incontáveis contusões cobrindo o rosto, o pescoço e os membros de Tina. Pelo que parecia, ele espancou Tina como um saco de pancadas. Pearce agarrou Tina com tanta força que ela gritou. — Eu vou deixá-la ir se você vier comigo. Molly parou, erguendo as mãos em rendição.

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— Ok, ok. Por favor, pare de machucá-la. Posso perguntar por que você precisa de mim? Seus olhos escureceram, perversos e maníacos quando a mesma agressão que Tensley produzia se espalhou sobre ele. — Porque alguém muito poderoso quer você. Agora venha! Ela olhou fixamente para ele - seu corpo trêmulo, seus olhos selvagens e caóticos. Seu lado demoníaco havia assumido. Quem a queria? Alguém poderoso? Alguém da alta classe? — Agora mesmo, pelo amor de Deus! — Ele gritou, fazendo os arrepios de Tina se intensificar. Molly sacudiu em sua voz estrondosa, que ecoou no armazém vazio. Ela lambeu os lábios avaliando se poderia atacar sem machucar Tina - não quando ele estava com raiva, assim fora de controle. — Pearce — disse Molly, aproximando-se lentamente. — Tina não está envolvida nisso. Apenas deixe-a ir. Pearce riu violentamente, fazendo seu grande corpo balançar enquanto Tina tropeçava em seus pés tentando levantar. — Por favor, Pearce — sussurrou Tina, olhando para ele. — Eu te amo, por favor não me machuque! A sua suplica, as unhas de Pearce enterraram profundamente no bíceps de Tina através de sua blusa branca e ela chorou, o vermelho espalhando uma mancha feia através do puro tecido transparente. As súplicas de Tina, seus pedidos, seus gritos fizeram o peito de Molly doer e sua garganta insuportavelmente grossa. — Deixe-a ir — ordenou Molly. Pearce agarrou a mandíbula de Tina e obrigou os olhos injetados da menina encontrarem os dele, selvagens. — Shh, Docinho.

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Molly podia sentir os feromônios preencherem o espaço, e ela olhou para o demônio psicótico enquanto Tina balançava em seus braços. — Eu te amo — Tina murmurou tragicamente. Pearce silenciou-a. — Eu sei que você ama, docinho. — Ele beijou suavemente a testa dela e depois se moveu para a bochecha. — Pearce — Molly advertiu — pare e pense sobre isso, ela é uma garota inocente — Mas há algo que você precisa ouvir — Pearce continuou, Tina se agarrando a cada palavra dele. — Demônios não amam, eles destroem. — Ele enfiou uma faca no peito de Tina, e Molly não sabia dizer qual grito era de sua amiga e qual era o dela mesma. — Pare, pare! — Molly avançou correndo quando Pearce largou Tina, a faca ainda alojada em seu peito e capturou Molly. Os olhos castanhos e aturdidos de Tina encontraram os de Molly e ela gemeu, suas mãos pairando sobre a lâmina. Pearce agarrou o braço de Molly e empurrou-a para a saída. — Eu voltarei, ok? Eu vou voltar, só espere! — Molly gritou por cima do ombro, encontrando o olhar de Tina por um momento. A respiração de Molly estava errática e presa quando Pearce a arrastou para mais perto de um carro preto em marcha lenta na estrada. Não. De jeito nenhum serei levada. Ela deu uma cotovelada nas costelas de Pearce e ele grunhiu e riu. — Isso é tudo que você tem, daemon?

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— Para quem você está me levando? Por que você está fazendo isso? Tensley é seu amigo! — Porra, você faz muitas perguntas. Eu responderei uma — vou levar você para alguém que vai te usar pelas razões certas. Quanto mais perto eles chegavam do carro, mais o pânico de Molly crescia. Ela não seria fraca, não seria a donzela. Ela se concentrou, sentindo o calor tépido de sua força crescendo. Ela deu uma cabeçada nele e o sangue escorreu de seu nariz enquanto ele perdia o equilíbrio, dando a ela tempo suficiente para se afastar. Ele poderia ser forte, mas ela era mais rápida. Ela mergulhou a mão no cascalho, jogando uma pilha de pedras e sujeira nos olhos de Pearce antes de correr de volta para o armazém. — Puta do caralho! — Pearce gritou. Quando seus passos pesados sacudiram o chão atrás dela, ela alargou mais suas pernas, na esperança de ganhar, esperando vencê-lo, mas ele agarrou seu rabo de cavalo e a puxou de volta para ele. Ela caiu com força, sua testa saltando contra o concreto. Molly rolou, chutando-o repetidamente nas canelas até que ele deu um soco contra sua caixa torácica. Molly gritou enquanto seus ossos rangiam, seus poderes enfraquecendo por causa da dor. Pearce se levantou e puxou-a para cima, e ela conseguiu acertar um soco na bochecha dele. Uma picada no seu lado assustou-a, e ela olhou para baixo para ver uma pequena lâmina enterrada profundamente em seu tronco, Pearce ainda segurando o cabo. Molly se moveu rapidamente, empurrando-o para trás e puxando a lâmina de sua carne. Ela atacou Pearce, enterrando a faca bem onde estava seu coração pulsante.

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Ele engasgou, caindo de joelhos na terra. — Sua, puta... — Diga algo original — ela cuspiu, recuperando o fôlego enquanto torcia a faca, afundando ainda mais até que a luz por trás de seus olhos desvaneceu. Pearce estava morto. Molly partiu, correndo de volta para o armazém e segurando sua lateral. Tina estava no mesmo lugar que eles a deixaram, esparramada no concreto em uma poça de seu próprio sangue. — Tina — sussurrou Molly, desmoronando ao lado do corpo imóvel de sua amiga. — Tina, aguente firme. — As mãos dela agitaram-se sobre as muitas feridas de Tina, sem saber o que fazer ou como conter o sangramento. Lentamente, os olhos de Tina se agitaram e ela deu um sorriso. — Você voltou. — Claro que sim — Molly choramingou. A dor destruiu todo o seu corpo. Ela chegou tarde demais. Ela hesitou, não lutou com força suficiente. Não, não pare! Ela procurou freneticamente por seu telefone com uma mão. — 911 — ela repetiu para si mesma, a mão escavando o bolso do seu vestido. — Molly, — uma voz chamou atrás dela, na entrada do armazém. Molly virou a cabeça minimamente e a umidade turvou sua visão, mas ela viu a besta, o homem que a tinha envenenado para amá-lo. — Não — ela murmurou, apertando Tina com mais força em seu corpo. — Não. Temos que conseguir ajuda. Tensley se aproximou e desembaraçou colocando-a de pé. — Ela está morta, Molly.

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Molly,


Molly balançou a cabeça violentamente. Não, Tina não poderia estar morta. Ela ouviu-se dizer repetidamente, enquanto Tensley passava as mãos pelas costas dela, consolando-a. — Está tudo bem, Molly. Estou aqui com você. — Pearce também está morto — disse Illya atrás deles, suas botas esmagando o cascalho enquanto ele se aproximou. Tensley continuou a acariciar seus cabelos, mas Molly mal sentiu. Seu coração era o que precisava ser reconfortado. — Lide com os corpos — disse Tensley para Illya, levantando Molly em seus braços. Ele a levou até um carro esperando e a colocou no banco de trás, era o mesmo motorista de antes, e o homem era profissional demais para questionar sua aparência ou o que acabara de acontecer. Molly se agarrou a Tensley a viagem inteira, sentindo-se entorpecida, perdida, chocada demais para falar. Os dedos de Tensley traçaram ao longo de suas contusões, ao longo do corte em seu lado, e ele amaldiçoou, mais e mais, os olhos dela indo para sua boca franzida. — Você vai ficar bem, dolcezza — ele murmurou. — E eu vou mandar levar suas malas para minha casa até que você esteja pronta para pegá-las. — Ele acariciou sua mandíbula frágil. O carinho a atingiu profundamente em seu peito e ela se aninhou ainda mais, os olhos cegos pelo borrão de luzes em movimento. — Como você me achou? — A voz dela estava baixa demais, mas no silêncio do carro ele ouviu. — Nosso motorista, ele me informou a área em que te deixou. Eu segui seu cheiro depois disso — ele disse suavemente, acariciando sua bochecha machucada repetidamente até desaparecer em nada. O carro finalmente parou e ele a ajudou a sair. Eles estavam no apartamento de Lance para que ele pudesse ajudar a curá-la, e Tensley a levou sem esforço através da loja de música, subiu as escadas e entrou no quarto de hóspedes onde

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eles ficaram uma vez antes. Ela ficou no meio do quarto enquanto ele se movimentava, olhando para os lençóis brancos perfeitos na cama — tão limpos, tão diferentes da enorme quantidade de vermelho que acabara de ver. — Molly? Ela se virou, examinando sua camisa branca salpicada de vermelho. Sua respiração acelerou. — Tire isso — ela murmurou, seus dedos afoitos nos botões. Tensley olhou fixamente para ela, abrindo cada botão e deixando a camisa cair. Ela olhou para si mesma, o sangue pintando sua carne e roupas. Seu coração disparou. Ela estava coberta de sangue, sangue de Pearce e de Tina. Freneticamente, ela puxou suas roupas e as mãos fortes de Tensley as soltaram, deixando ambos em parte nus e espancados. Os dedos dela demoraram-se sobre seu peito, doloridos para alcançar o coração de ferro. — Molly, você está bem. Aqui, vamos limpá-la, — ele disse suavemente, segurando sua mão e levando-a para o banheiro. Ela encostou-se na parede, observando-o ligar o chuveiro e verificar a temperatura com os dedos. Seus olhos se fixaram nela e ele estendeu a mão. — Está quentinho. Ela tirou a calcinha, agora completamente nua, e pegou a mão dele para que pudesse ajudá-la. Ela deslizou pela parede de azulejos e se enrolou em uma bola, deixando a água bater em sua cabeça e costas. Então ela o sentiu entrar atrás dela e puxá-la para trás para se apoiar contra o torso nu dele. — Eu estou aqui — ele disse suavemente, esfregando os braços e segurandoa com força. — Eu não fui rápida o suficiente — ela murmurou enquanto limpava o sangue da pele, a garganta seca demais para

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falar claramente. — Eu poderia ter salvado ela. Pearce... Pearce queria me levar para alguém — alguém que ele disse ser poderoso. As mãos de Tensley apertaram-na com mais força, como se ele pudesse protegê-la agora. — Shh, Molly, não foi sua culpa. — Ela não se conteve, gritando no vapor e balançando a cabeça, incapaz de administrar as palavras. Em vez disso, ela se derreteu nele e ele a abraçou. Logo que a água esfriou, Tensley a levantou, enrolando uma toalha em volta dela e a levou para a cama, não parecendo se importar em deixar um rastro de água. Ele a enxugou e colocou uma camisa sobre o corpo dela, a enfiando debaixo das cobertas. Ela se enterrou nele, cheirando a floresta densa e hortelã e uísque. Seus dedos acariciaram o cabelo dela e ele murmurava coisas em italiano repetidas vezes, porque sabia que isso a havia acalmado antes. — Eu o matei, e eu não... — disse ela, com as lágrimas rolando pelo rosto, nos ouvidos, encharcando o travesseiro. Tensley plantou beijos ao longo de suas bochechas, nariz e lábios. — O bastardo, ele era instável pra caralho. Ela olhou para seu peito em movimento, observando sua respiração pesada se mover através dele. — Eu me sinto vazia — Molly disse depois que eles ficaram lá por um período indeterminado de tempo, poderia ter sido segundos, ou horas, ou dias. A garganta de Tensley ondulou. — Eu costumava me sentir assim. — Mas passou? Ele pressionou o nariz em sua têmpora e exalou. — Sim. Passou.

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Tudo o que ela viu foi escuridão. Todo o veneno dentro dela havia secado e agora ela estava vazia e entorpecida. Ela não estava mais preocupada com o sabor do veneno.

***

Quando Molly acordou, um braço pesado estava pendurado no quadril dela. Ela piscou para o queixo áspero contra sua bochecha e tentou engolir a secura em sua boca. Os olhos de Tensley estavam fechados e sua respiração suave soprava seus cílios. Seu coração doía, mas ela disse a si mesma para não tocá-lo, não desperdiçar mais fôlego. Em sua mente chocada e enevoada, ela havia esquecido como Tensley a entregara a Ares porque não a queria. Ele queria trocá-la como algum objeto. Mas seu maldito coração se misturou com sua mente. Sua respiração morna atingiu seu nariz afiado e ela estendeu a mão, as pontas dos seus dedos pastando... Ela se conteve. Não. Ela tinha desistido. Ela sentou-se, deslizando suavemente por baixo dele. Ela encontrou um de seus vestidos pendurado em uma cadeira próxima e o vestiu, em seguida, achou sua bolsa na mesa de cabeceira. Na cozinha, Molly tropeçou em Lance fritando bacon e ovos em outro de seus aventais com babados. O cheiro de carne frita a fez querer vomitar. — Bom dia, sol! — Disse Lance, acenando para ela com a luva de forno rosa. Quanto mais ele olhava, mais seu sorriso diminuía. — Você parece estar prestes a vomitar.

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Ela balançou a cabeça, respirando fundo e superficialmente. — Estou bem. O bruxo franziu a testa. — Algo está diferente em você — Ela engoliu a saliva espessa e observouo. Ele deu um passo em direção a ela, examinando todo o seu quadro. — Sim, algo está definitivamente diferente. — O quê? — Ela também se examinou, perguntando-se se tinha uma ferida aberta que ela ou Tensley haviam perdido. — Eu sinto um daemon — começou Lance — e um demônio. Ela levantou uma sobrancelha. — Bem, há eu e Tensley... — Não. — Ele balançou a cabeça. — Dentro de você. Molly olhou de volta para Lance, as mãos caindo para os lados. — Não, não, não — ela sussurrou, balançando a cabeça de volta para ele. — Isso não é... Isso é impossível. — Quero dizer — disse ele, encolhendo os ombros depois de uma pausa. — Talvez seja apenas a sua marca... Ela balançou a cabeça novamente. Ela não podia estar, não agora. — É apenas a sua marca — ela concordou severamente. — Eu tenho que ir. Obrigada por tudo. — Ela ia vomitar se permanecesse na cozinha por mais tempo. Ela correu para frente da loja, encontrou seus sapatos salpicados de sangue na porta. Ela se inclinou, colocando cada um com dificuldade. — Molly, — aquela voz poderosa interrompeu seus movimentos. Ela fechou os olhos com força, rezando para ganhar força para o próximo minuto. Ela respirou fundo e virou-se para encará-lo.

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***

Tensley olhou para ela de lado, notando sua inquietação com a camisa que ele tinha colocado sobre ela. Levemente machucada, cabelo loiro, uma bagunça encaracolada nas costas, aqueles olhos de corça olhando para ele... Ele ficou sem fôlego. Então ela levantou a mão, acenando o anel de casamento para frente e para trás. O brilho do anel preto e dourado o cegou. — Tire. Tensley levantou uma sobrancelha. Seus olhos injetados de sangue imploraram e ela piscou de volta a vermelhidão. — Por favor, Tensley. Era isso que você queria, não é? — A tristeza desapareceu e crueldade mergulhou em seu peito. — Me trocar? Por poder? Por terra? A compreensão surgiu no rosto de Tensley e ele murchou diante dela. — Eu rasguei o contrato. Foi um enorme erro, me desculpe — O fato de que você poderia até mesmo considerar isso me faz questionar essa maldita coisa toda! — Ela empurrou seu peito e pisou além dele. — Estou tão cansada de dar e dar e receber nada em troca. Eu não sou um objeto. Eu tenho sentimentos. — Seu corpo inteiro estremeceu. — Eu tenho sentimentos por você e você me quebrou. —Ela olhou para o chão enquanto ele ficava parado, incapaz de se mover, incapaz de falar. — Eu preciso de um tempo sozinha. —Sua testa franziu e ela bufou, a tristeza e a exaustão retornando.

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Então ela partiu, deixando-o vazio e desejando seu toque suave, suas palavras suaves e seu coração de leão.

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CAPÍTULO 38

A sala inteira estava cheia de rostos estranhos e familiares enquanto Molly colocava a bandeja de bebidas em frente da família de Tina. A madeira da mesa brilhava, refletindo sua expressão embaçada, uma que ela sabia parecia espancada e exausta depois de três dias planejando um funeral para alguém jovem demais, inocente demais em tudo isso. Seu coração doía, mas Molly afastou, lembrando-se de não refletir sobre os 'ses', o que mais ela poderia ter feito. Tina estava abaixo de seus pés agora, usando seu vestido Chanel preto e seu favorito sapatos Gucci, juntamente com seus ursinhos e sua cópia desgastada de The Great Gatsby, que ela leu pela primeira vez para impressionar uma de suas paixões, mas acabou amando mais do que o cara. Pessoas murmuravam sobre o 'assalto' e como Tina tinha sido morta a tiros no Queens depois de uma luta com alguém tentando roubar sua bolsa Valentino. A mãe de Tina, Sarah, estava sentada no sofá, cercada por pelo menos cinco terriers choramingando. Molly sentiu o pesado, desespero grosso no ar, e ouviu a tagarelice constante sobre 'o assalto no Queens' e como Tina perdera a vida por uma bolsa Valentino. O pai de Tina não estava lá; Molly não o viu desde que saíram do cemitério, seu choro mais alto do que qualquer outro.

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Molly perambulou pela casa procurando por Stella, finalmente localizando-a debaixo da cama de Tina. — Stella? Stella ignorou Molly, continuando a cavoucar através de uma pilha de roupas enfiadas no espaço entre o colchão de Tina e o chão. Molly se aproximou. Um porta-retratos na cômoda de Tina chamou sua atenção e seu coração afundou; era uma foto das três quando estavam na primeira série, em pé firmemente juntos, elas sorriam tão felizes e cheias de vida. — Ok, ok — disse Stella, pegando nervosamente uma bolsa de maquiagem do armário de Tina e jogando fora conteúdo. Preservativos, pílulas sem identificação e um isqueiro caíram no chão e Stella se esforçou para recolhêlos, transferindo-os para sua própria bolsa. — Temos que nos livrar dessas coisas antes que os pais dela encontrem. Eles ficariam tão bravos — Stella murmurou freneticamente, enfiando tudo em sua bolsa. — Ela não gostaria que eles soubessem sobre essas coisas, sobre o controle de natalidade e o fumo e o sexo. — Stella — sussurrou Molly, inclinando-se para se juntar a ela no chão. Stella sacudiu a cabeça, lutando para pegar cada pequena pílula e colocá-la na bolsa. Ela se levantou e rosnou quando o zíper não funcionou. — Droga! — Stella, Stella — disse Molly, pegando a bolsa e fechando o zíper. Ela agarrou os antebraços de Stella e olhou para seus olhos brilhantes e inchados. — Vamos limpar, ok? Apenas respire fundo. Começou devagar, os olhos de Stella molhando até que ela chorou, caindo no corpo de Molly. Se não fosse Molly segurá-la, ela teria desmoronado no chão. Molly a embalou, a consolou, repetindo uma e outra vez que ela não estava sozinha. Os dedos de Molly afundaram em suas costas e

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ela segurou mais apertado, porque não queria perdê-la, nem outra amiga, nem outra alma inocente em tudo isso. — Shhh — ela sussurrou no ouvido de Stella. Seus olhos captaram o movimento na porta e ela olhou para cima para ver Tensley e Illya em pé. O peito de Tensley inchado, uma respiração profunda solta no ar espesso, e ela viu um músculo pulsar em sua mandíbula. Molly deu um tapinha no ombro de Stella e Stella fez uma pausa, olhando para trás para ver os dois homens. Ela girou, secando sob seus olhos molhados. — Eu sou uma bagunça, — ela murmurou, caindo no chão para pegar sua bolsa. Illya se adiantou e entregou a ela, sorrindo gentilmente. Ela fungou e abraçou sua bolsa contra o peito. — Desculpe — ela disse, os olhos no chão. Tudo o que se ouvia era o seu fungar e, em seguida, Illya envolveu-a em um abraço caloroso, encaixando sua cabeça entre a cabeça dele e o ombro. Ela quebrou, agarrando-se a ele, chorando em seu terno preto desgastado. Illya levou-a para fora do quarto, sua voz suave acalmando-a enquanto se afastavam. Molly se esquivou, seu olhar abatido enquanto se movia em direção à porta e a Tensley. Suas mãos estavam enfiadas nos bolsos, o queixo erguido enquanto ele a examinava. Um vinco de preocupação estava entre suas sobrancelhas escuras, e sua boca tensa não impediu seu coração de martelar como um beija-flor. — Três dias... — Tensley começou, seus olhos indo para a boca cheia e a sombra da barba de cinco horas em torno dela. — Três dias é muito tempo sem te ver. Seu coração baqueou e ela piscou para ele, suas bochechas aquecendo. Ela mudou de assunto rapidamente. — Por que você está aqui? Ele inclinou a cabeça para baixo e suspirou. — Queria prestar meus respeitos a sua amiga.

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Ela simplesmente assentiu. — Eu deveria voltar lá para baixo, Tensley. Alguém pode precisar de mim. — Quando ele simplesmente olhou para o chão, sua mandíbula pulsando, ela passou por ele. Agora que Stella tinha Illya para consolá-la, ela não precisava ficar no andar de cima, perto de Tensley. Então ele falou, o timbre de sua voz baixa e rouca. — Eu vou esperar por você. As palavras perfuraram seu coração e seus pulmões e sua mente. Havia dois significados possíveis diferentes: ele esperaria até que o funeral terminasse, e ele esperaria que ela voltasse ao relacionamento - por quanto tempo? Ela parou na porta, os dedos mordendo a madeira em busca de apoio. Ela teria matado para ele dizer isso semanas atrás, mas agora... Agora ela se sentia vazia, exausta e insegura. — Você não precisa — ela sussurrou de volta, encontrando seus olhos sérios e ansiosos. A escuridão invadiu, chamando por ela. Ela já tinha passado três dias sem o veneno dele; ela se sentiu seca e danificada, mas havia sobrevivido. Ela sabia que poderia sobreviver sem ele, mas não sabia se queria. Ela se afastou, desceu as escadas e continuou ajudando com o que podia. Stella conseguiu se recompor e Illya ajudou a distribuir café e chá. Tensley ficou parado na porta. Ela o pegou observando-a, os olhos negros a examinando como se ela pudesse desaparecer ou se machucar, como se ele fosse o único a beijar as contusões se ela o fizesse. Talvez eu precise me machucar, ela pensou. Talvez ela precisasse se adaptar a dor e nunca esquecer, nunca cometer os mesmos erros ingênuos de antes.

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CAPÍTULO 39

Quando a maioria das pessoas partiu, e Stella e Molly ajudaram a levar a família de Tina para a cama, Tensley ainda estava na casa de Tina, uma imponente estátua de força, beleza e determinação. Molly se moveu em direção a ele, impedindo seu nível de respiração e seu coração acelerarem. Ele cavou fundo dentro dela e quando ela não queria sentir, quando ela queria odiá-lo, não pode. Ele a acompanhou silenciosamente de volta ao seu apartamento e eles entraram no espaço minúsculo e bagunçado. Ela equilibrou uma das mãos na cama e tirou os sapatos de salto alto, flexionando os dedos dos pés vermelhos beterraba. Ela afundou na cama e encarou uma parede de notas adesivas e a mala cheia no chão. Tensley ficou de pé, os ombros largos baixos, o paletó abraçando os músculos grossos. Lentamente, ele se aproximou e sentou ao lado dela, grande e imponente, mas silencioso e calmo. Ela observou-o acariciar sua mão, seu pulso até o dedo anelar e cutucar o anel dourado e preto, sua conexão. — Você vai a algum lugar? — Ele perguntou, tentando ao máximo não encarar suas malas. — Eles me aceitaram no Louvre — ela disse.

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Sua cabeça chicoteou tão rápido que ela ouviu seus ossos estalarem. Sua boca era uma linha reta, mas seus olhos seguraram a emoção que ela não queria ver agora. — Não estou surpreso. — O silêncio encheu o espaço, ela olhando para a parede enquanto ele a observava. — Por quanto tempo? — Três semanas. Ele esfregou o queixo. Ela suspirou alto. — Tensley — começou ela, insegura. Algumas coisas precisavam ser ditas e era agora ou nunca. — Se você não queria ficar comigo, simplesmente tinha que me dizer — ela sussurrou, suas mãos parando seu movimento com suas palavras. — Eu não vou, e nunca irei para Ares. Eu não sou um objeto para ser negociado. Seus dedos entrelaçaram com os dela e os levou até a boca carnuda. Ele os beijou carinhosamente, suavemente, como se ela estivesse machucada ali, como se ele pudesse curar sua dor por dentro. — Eu sei, dolcezza — disse ele, um sotaque grosso saindo quando falou o termo carinhoso. — Eu rasguei o contrato. Eu nunca te daria a eles. Eu estava com medo do que você estava me fazendo sentir, o que um demônio nunca deveria sentir. — Ele respirou fundo, expandindo seus pulmões pesados e deixando tudo sair. — Mas eu não quero deixá-la ir. Eu quero você, mas só se você me quiser. Ela respondeu-lhe com um beijo suave. Os dedos de Tensley brincaram com os cabelos dela e os afastaram para rastrear sua mandíbula até que ela inclinou a cabeça para trás para olhar para ele. Com os olhos encapuzados, ela viu o homem, a besta, aquele que segurava seu coração. — Tensley — disse ela, e seus lábios encontraram os dela, suavemente, cruelmente, tentando curar o que estava quebrado.

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Oh, como ela desejou que ele pudesse curar as contusões internas. Seus dedos correram através de seu cabelo escuro e grosso e ela caiu com ele seguindo depois. Girando, embriagada e bêbada de seus beijos contundentes e cicatrizantes. Suas mãos sobre ela, tão fortes, sua boca tão habilidosa, artisticamente mapeando seus pontos sensíveis que faziam seus dedos se curvar e as costas arquear, se rendendo a ele. Ele fez uma pausa, pressionando a testa na dela e respirou com dificuldade pelo nariz. — Diga-me para parar, porque acho que não tenho controle suficiente. — Outra respiração difícil soprou seu cabelo ao redor e ela olhou para as sobrancelhas, que estavam unidas em concentração. Quando seus olhos encontraram os dela, eram perigosos, sedentos, vorazes. — Molly, eu quero... Ela inclinou a boca contra a dele, pegando as palavras sagradas com uma varredura de sua língua. Ele deslizou as mãos por baixo da blusa dela e agarrou sua cintura, subindo até seus dedos roçarem seu sutiã rendado. Uma vez que sua boca encontrou seu pescoço, ele mordeu a carne tenra e sugou-a entre os dentes, um gemido escorregando por seus lábios. Calafrios eclodiram em sua pele enquanto ele a devorava, arruinando-a como ela queria. Ele enfiou os dedos sob o sutiã e expôs seus seios, suas grandes mãos espalmando primeiro suavemente, depois selvagenmente. Ela o beijou de volta, sangrando em sua boca, sangrando todo o seu ser dentro dele, porque isso era um adeus por agora. Ele deslizou um dedo ao longo de sua fenda e, em seguida, entrou nela lentamente com um único dígito, provocando, testando. Ele trabalhou com cuidado, indo cada vez mais fundo, alcançando suas profundidades sensíveis. Logo ele posicionou seu pau espesso e com a lenta estabilidade de um especialista, Tensley a encheu. — Eu sou seu — disse ele, baixo e rouco. Juntos, eles caíram em um inferno feliz. A inocência era uma benção e, oh, como ela sentia falta disso.

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***

Molly olhou para caixa retangular azul e branca em suas mãos. Quanto mais tempo ela olhava, mais seu estômago caía e o calor se espalhava pelo pescoço. — Senhorita? — Alguém chamou, e Molly se virou, de olhos arregalados, para o caixa. A mulher indiana acenou com a cabeça para o objeto em sua mão. — Você vai comprar? Molly olhou para a caixa de papelão e apertou-a em seu punho. Ao som de um bebê chorando, ela olhou para cima. Do lado de fora da pequena loja no aeroporto estava uma mulher segurando um bebê agitado, arrulhando e balançando para acalmar a criança. Eu não posso estar. Eu não posso estar. É muito perigoso. — Senhorita? Molly voltou para o caixa e assentiu. — Sim, sim. — Ela levou a caixa para o balcão, pagou e enfiou na bolsa. Parecia mais pesado, queimando um buraco em sua bagagem, mas ela não podia olhar para isto. Ela continuou andando, focada no sinal de neon para o banheiro das mulheres à frente. Ela abriu a porta do banheiro e parou, olhando para todas as portas fechadas. — Droga — ela sussurrou, seu peito começando a doer. Ela andou de um lado para o outro, envolvendo os braços em seu meio e implorando para que alguém terminasse.

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Quando a porta de uma cabine começou a se abrir, ela deixou os braços caírem e se moveu... — Voo AA234 para Paris, França, embarque final — os alto-falantes soaram acima. Os ombros de Molly caíram e ela cerrou as mãos. — Embarque final. Ela girou, andando rapidamente pelo corredor até a área de embarque. Vendo a longa fila, ela sentou-se, esperando assumir o controle sobre seus nervos antes de embarcar. O que Tensley pensaria? Ele ficaria furioso se fosse verdade. Ela pensou em Fallen e seu sorriso superior quando a condenou à morte. — Merda — ela murmurou. Ela fechou os olhos, protegendo-os das pessoas ruidosas ao seu redor e respirou fundo. Ela contou os dias de suas pílulas. Ela não conseguia lembrar-se de perder nenhuma, mas tudo tinha sido um caos em torno de Cree e os Hamptons. Ela não podia estar, era cedo demais, muito rápido. Acalme-se, acalme-se. — Você está bem? — Perguntou uma mulher, esfregando as costas de seu bebê. Outro bebê. Molly olhou para o nariz de botão do recém-nascido e bochechas rosadas, o estômago revirando. — Você parece que vai vomitar. A atenção de Molly voltou para a mulher. Lentamente, ela assentiu. Ela não conseguia parar de pensar nas palavras de Lance. Porque Molly Darling não poderia estar grávida. Agora não. Não do filho de Tensley. Ela estaria sentenciando seu filho por nascer a uma morte cruel pelas mãos de Fallen.

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Significaria sua própria morte e, em última análise, significaria condenar Tensley ao destino de Beau. Ele se tornaria um demônio sem coração.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, gostaria de agradecer aos meus pais e família que me apoiaram em cada passo do caminho. Eu não teria sido capaz de produzir um livro tão incrível sem a ajuda das minhas duas boas amigas, Marjorjie e Stephanie. Vocês garotas foram além de qualquer coisa que eu pudesse imaginar e as pessoas mais úteis, compreensivas e bonitas que eu já conheci. Elas ouviram cada ideia, cada passo do caminho e eu estou tão sobrecarregada, tão grata por sua generosidade que não tenho certeza de como vou pagar, mas provavelmente em livros, toneladas e toneladas de livro (LOL!) Também M, estou muito feliz que sua mãe tenha aprovado o título. Ela é a bomba pontocom. Obrigada a todas as minhas maravilhosas leitoras beta: Yvette, Taylor, Kim, Pam, Vasiliki, Alison, Emma e Megan. Vocês, senhoras, analisaram cada detalhe e tornaram o livro muito melhor. Obrigada a todas por dedicarem tempo para lê-lo quando estava em condições perfeitas. Amo todas vocês! É claro que não posso deixar de agradecer às minhas três garotas: Caley, Megan e Breanne por me ouvirem incessantemente tagarelando sobre cada detalhe minúsculo e pedindo um milhão de vezes conselhos ou opiniões. Eu estaria perdida sem vocês, senhoras na minha vida. Obrigada aos meus editores: Ashley Carlson, Ami Deason, Caitlin e minha linda formadora e designer gráfica da capa, Regina Wamba. Vocês meninas rock e obrigado por me ajudar em um momento de crise! Obrigado a todos os blogueiros que fizeram de tudo para promover e rever o Body of the Crime. Toda a postagem ou teaser importa.

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E por último e muito importante, obrigada aos meus leitores. Vocês tornam isso possível e estou muito honrada por vocês terem a chance de ler meus romances. Espero que tenham gostado da segunda parte da jornada de Molly e Tensley.

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