1
3
MÓDULO ESMERALDA PSICOLOGIA DA ALMA Aula 01 – Um olhar para dentro de si mesma Introdução.............................................................................. 7 Minhas histórias, minhas experiências............................8 Entendendo quem eu sou................................................ 10 Aula 02 – Uma visão do mundo ao redor Introdução............................................................................ 17 Como vejo as pessoas e as situações........................... 17 Como sou afetada pelos outros..................................... 19 Aula 03 – Perspectivas e Expectativas Introdução........................................................................... 25 Desafios e oportunidades............................................... 26 O que precisa ser mudado..............................................27 Aula 04 – Projeto de mudança: corpo, alma e espírito Introdução........................................................................... 33 Projeto de mudança para saúde física........................ 34 Plano de mudança para a alma e espírito.................. 35 Autora: Thayza Araújo Esposa do Pr. Mário Sérgio Araújo, supervisor do Setor 41 da IEADO, possui graduação em Pedagogia e em Teologia, e pósgraduação em Psicopedagogia e em Discipulado & cuidado. Apresentadora do programa Mulheres com Esperança da UFADVILLE. Professora do Colégio Evangélico CEEDUC e mãe de Mário Newton.
5
AULA 01: UM OLHAR PARA DENTRO DE SI MESMA TEXTO BASE: “Senhor, tu me sondaste e me conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. [...]E vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno”. (Salmo 139.1,2,24) INTRODUÇÃO Nos dias atuais muitas pessoas apresentam perturbações psíquicas, possuem doenças emocionais, apresentam condutas inadequadas provenientes, muitas vezes, da educação, dos meios de comunicação de massa que invertem e pervertem valores e princípios. Desse modo, reagem com manifestações psicossomáticas, vivendo em relacionamentos conflituosos e infelizes. Assim, conhecer-se mais a fundo é condição essencial para melhorar nossa qualidade de vida, principalmente no que diz respeito aos relacionamentos. Conhecer a si mesmo é uma necessidade e um exercício constante infindo. À medida que vamos amadurecendo, tornamo-nos mais capazes de identificar nossas fragilidades e potencialidades com mais precisão, porém, isso não impede que sejamos surpreendidas em situações novas. Como funciono? O que me agrada? O que me aborrece? O que valorizo de fato, de maneira prioritária? O que norteia minhas escolhas? Quem sou eu? Para nos conhecermos, é interessante olharmos para dentro de nós mesmas com a ótica do Espírito Santo, na ins7
trumentalidade da Palavra de Deus. Somos seres em constante transformação, mas os preceitos de Deus são imutáveis. 1. UM OLHAR PARA DENTRO DE SI MESMA 1.1. Minha história, minhas experiências. a) Minha biografia em poucas palavras. Seria mesmo possível usar poucas palavras para falar de si mesma? Quantas histórias, memórias da infância dos tempos na casa dos pais e avós. Que tal as incríveis aventuras da adolescência e a platonicidade dos amores voláteis? O que dizer das primeiras conquistas nas diversas áreas da vida ou os traumas e arrependimentos de algumas escolhas. O imprescindível nessa fase é não negar os fatos e não se prender ao sucesso, mas permitir-se enfrentar os fantasmas do passado e buscar em Deus força para isso. No Novo Testamento, lembrar não é apenas um ato mental, mas refere-se várias vezes a uma memória que deve motivar à ação. Mimneskomai1 e as outras formas verbais e nominais provenientes da mesma raiz grega trazem o sentido básico de “lembrar”, “evocar”, “considerar”, “ter em mente”. Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras. (Ap.2.5) b) Experiências marcantes: desafios, oportunidades, fracassos, traumas, êxitos. Uma vez que os fatos estão vivos na memória podemos agora filtrar e estabelecer o que nos dá esperança e o que deve ficar de fato para trás, mas não por me ferir e sim por não merecer prosseguir comigo. Assim, há uma diferença entre o que me faz chorar e o que me fez chorar e pode até me provocar risos. As opor1 Metanoia, a palavra grega usada para arrependimento, significa “mudança de mente” - Mimneskomai e as outras formas verbais e nominais provenientes da metanoia tem o sentido de refrescar a mente.
8
tunidades geralmente são seguidas de desafios que podem culminar no êxito ou fracasso: o primeiro desemboca no ápice da felicidade, já o segundo conduz ao trauma, podendo progredir para o bloqueio ou resiliência. O queremos mostrar é que essa sequência não é regra mor do universo, mas por ser comum usaremos para que você possa tomar um fato da sua vida e fazer uma autoanálise. Para isso, tome como exemplo o desafio do relacionamento conjugal. Tente lembrar como tudo começou: o namoro, podendo estar no plural ou singular; tente lembrar até a escolha final e o desfecho conjugal. Desse modo, prossiga lembrando outros desafios que você já enfrentou: estudos, carreira profissional, ministério e outros que você deseje recordar. Se em algum momento algo fizer você sofrer, pare e ore, sobre a ferida para que o Espírito Santo interfira e promova a cicatrização. Lembre-se do que está escrito: “Assim diz o Senhor: seu ferimento é grave, sua ferida, incurável. Farei cicatrizar o seu ferimento e curarei as suas feridas’, declara o Senhor, porque a você, Sião, chamam de rejeitada, aquela por quem ninguém se importa”. (Jr 30. 12,17) c) O que eu extraio de positivo de tudo que sou e vivi até o momento. Agora talvez você pense que chegou a parte mais fácil do processo de autoconhecimento, mas perceba que é nessa etapa a maior exigência sobre o nosso crivo de fé e humildade, pois há um vício em ver os bons momentos como sinônimos de superação, entretanto nesse encontramos a vitória e o gozo, mas a superação, geralmente é precedida pelo fracasso. Sim. Só superamos quando mudamos algo que foi ruim e passamos a torná-lo bom, ou seja, se superamos algo que era ruim e nos fazia sofrer podemos de fato extrair o que foi positivo, ou melhor, o que tornamos positivo e satisfatório. 9
O fato que nos fez bem desde o princípio não foi superação, foi vitória, dele não precisamos escolher o que foi bom, uma vez que no todo foi satisfatório e nos trouxe gozo. Quando discutimos sobre fé e humildade é no sentido de olhar para dentro de nós mesmos, projetando para fora como reflexo nos outros nossa volta e ver com os olhos espirituais o que nos fez melhor, através da fé porque ela deve ser a base de tudo e humildade porque deve ser o sustentáculo de todas as nossas decisões. Além disso, quando conseguimos de fato extrair o que é positivo na situação, encontramos inevitavelmente o contentamento, que segundo o dicionário significa não desejar mais do que tem é estar satisfeito. Ninguém entendia o contentamento melhor que o apóstolo Paulo. Ele escreveu aos Filipenses, informando-lhes que conseguia estar contente em toda e qualquer circunstância (Fp 4.11). Felizmente para nós, ele disse que tinha “aprendido” a estar contente. Isso significa que há esperança para todos nós que, de vez em quando enfrentamos o monstro do descontentamento.2
Portanto, o contentamento independe da situação e da condição, mas a presença deste proporciona leveza perante os desafios e a certeza dos dias melhores. 1.2. Entendendo quem eu sou a) O que dizem de mim? Posso prever que nesse ponto, vem ao seu coração uma máxima da sociedade ‘a opinião dos outros não me interessa’. Se paramos para pensar no que dizem sobre nós poderíamos cair no vício das coisas boas, da fama, do marketing positivo ao nosso respeito. Mas há também a má fama, 2 Hughes, Barbara. Disciplinas da mulher cristã, p.76.CPAD. Rio de Janeiro,2005.
10
as calúnias, as difamações e também as opiniões infundadas. E se dissermos que não nos interessa saber a opinião dos outros estaremos mentindo, pois, até mesmo o próprio Jesus quis saber sobre o que diziam sobre ele. Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe e, no caminho, perguntou a seus discípulos: Quem dizem os homens que eu sou? Eles responderam: João Batista; outros, Elias; outros, ainda, um dos profetas. E vós, perguntou ele, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Cristo. Então, proibiu-os severamente de falar a alguém a seu respeito. (Mc 8.27-30)
Quem é Jesus? Isso era questão central e decisiva na comunidade de Marcos, diante do surgimento de várias lideranças populares por volta do ano 70. Para a comunidade, que professava Jesus morto e ressuscitado como “Cristo”, a compreensão da identidade e da missão de Jesus era, ao mesmo tempo, a compreensão da missão dos cristãos: quem eram os verdadeiros discípulos e as discípulas de Jesus de Nazaré? Essa mesma preocupação deve nos envolver, devo pensar diariamente sobre o que falam sobre mim e procurar ser mais parecido com Jesus. b) O que eu penso de mim? Quando aceitamos a Jesus aprendemos que Deus nos olha através do sacrifício de Cristo e nos vê envolvidos pela sua infinita misericórdia e por seu incalculável amor. Mas quando penso algo sobre mim recorro ao erro de atenuar as minhas limitações e acentuar as virtudes, ou até mesmo o contrário disso. Todavia o que precisamos fazer é manter o equilíbrio, evitar comparar-se com outros, respeitar a nossa própria singularidade. É bíblico e saudável considerar os outros em estima como está escrito: “E consideremo-nos uns aos outros, 11
para nos estimularmos à caridade e às boas obras”. (Hebreus 10:24). Entretanto amar a si mesmo, com equilíbrio e moderação agrada a Deus, o nosso criador. Mostra que somos satisfeitos e gratos com o que Ele criou. A auto aceitação é uma ótica fundamental pela qual enxergamos a vida. Algumas pessoas têm “óculos” negativo que dão uma perspectiva pessimista à vida toda, enquanto outros têm “óculos” positivos que dão brilho à vida toda. A auto avaliação pretende ajudá-lo entender seus “óculos”.3
À medida que nos posicionamos na vida e nos percebemos como seres singulares criados por Deus, somos invadidos pela satisfação e pelo contentamento, assim conseguimos manter o equilíbrio, regado pela gratidão. c) O que eu sou de fato além das expectativas e aparências? Quando descobrimos o que Deus reservou para nossas vidas e como Ele respeita as características da personalidade que Ele mesmo nos deu, a vida se torna mais interessante. Você consegue lembrar da sua infância? O que fazia de você uma garotinha diferente e especial? Como entre as primas, irmãs e amigas, você era diferente? O que você gostava de fazer na escola? Qual a sua brincadeira preferida? Em que aspecto, ou ação você se destacava? Quando perdemos ou esquecemos da maravilha de quem somos, geralmente é pelo fato de nos conformarmos muito com as situações que surgem. Muito dessa conformidade são padrões sociais preestabelecidos por um emprego, relacionamento ou outras necessidades de enquadramento. Quando a conformidade é para agradar as pessoas, na esperança de atraí-las pelo aspecto da nossa semelhança, há um risco muito maior de frus3 Kornfield, David. Introdução à cura interior, p. 157. Sepal. São Paulo,1991.
12
tação. Ser diferente é bom e saudável. Max Lucado escreveu no livro “Quebrando a Rotina”, ele afirma que cada uma de nós tem o que ele chama de ‘ponto doce’, onde devemos viver e interceder por afeições e sucesso, assim encontrando a unicidade. Quando alguém não sabe quem realmente é, todos ao seu redor perdem um pouco. d) Somos forjados pelas situações que surgem Na primeira infância os pais são os principais responsáveis pela formação do caráter, além dos avós, irmãos, tios e primos. Mas à medida que crescemos e passamos a conviver com outros grupos de pessoas, quer seja na escola, na rua, na igreja, começamos a sofrer influências dos amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos e essa classificação é baseada no nível de afinidade. Talvez você esteja pensando que não sofre influência de desconhecidos. O que dizer da mídia? Dos atores e atrizes dos filmes, da ditadura da moda? Enfim, constantemente somos influenciados e influenciamos, o que precisamos fazer é filtrar o que agrada a Deus e que nos fará alcançar nossas expectativas naquilo que deve ser muito mais que aparências. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Porque eu sou do tamanho do que eu vejo, e não do tamanho da minha altura”. Fernando Pessoa Isso significa que quanto mais amplo o olhar, maior grandeza existe na pessoa que olha. E o oposto também é verdadeiro: quem tem um curto alcance de visão é invadido pela pequenez. A altura, em sentido figurado, define o modo de ver a realidade. 13
EXERCÍCIO PRÁTICO Ao chegar em casa faça uma autoanálise, seguindo os tópicos 1.1 e 1.2. A seguir torne os subtópicos em perguntas. Então, leia-os como se estivessem com ponto de interrogação e por fim produza um breve texto com as respostas que conseguir dar a eles. Ao final, que tal ler o texto e após adorar a Deus com o hino “Quero voltar ao início de tudo”.
14
15
16
AULA 02: UMA VISÃO DO MUNDO AO REDOR TEXTO BASE: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes de vida.” (Provérbios 4.23) INTRODUÇÃO Perceber o mundo ao redor denota condições saudáveis de convivência e interacionismo social. Porém, à medida que a tecnologia avança interferências desastrosas acontecem nos relacionamentos sociais, uma vez que estes permeiam a superficialidade e o individualismo. Entender os seus princípios basilares, conhecer seus limites e discernir, diante das influências, o que deve ser mantido e o que deve ser descartado ao longo da autoconstrução pessoal. É imprescindível para a mulher que deseja desenvolver plenamente o seu potencial. 1. UMA VISÃO DO MUNDO AO REDOR 1.1. Como vejo as pessoas e as situações A sociedade está envolvida pela tecnologia e caminha passos largos para o individualismo total, a tecnologia que acelera e cada vez mais influencia nossa vida, nos relacionamentos, escolhas, profissões, também nos faz perceber as pessoas diferentes e nos dá uma nova ótica para as situações. Quando Deus criou o mundo com tudo perfeito, homem, mulher, jardim, tudo estava em plena harmonia e total 17
união. Até que o pecado entrou e assim Adão e Eva perceberam a impureza. Passaram então a ver no outro as imperfeições e a escuridão, olhando para si mesmos já não suportavam se ver, sabiam que estavam nus, desprovidos e assim precisavam se esconder do Criador. Imagino o dia que Adão olhou para Eva pela primeira vez, certamente ficou muito feliz pelo fim da solidão e Eva, do mesmo modo, deve ter admirado as belezas do jardim, o seu coração pode ter sido tomado por um sentimento de orgulho pelo homem que cuidaria dela e tudo aquilo ali era dele e estava sob seus cuidados, também. Entretanto a situação mudou, houve engano e agora após o pecado eles foram expulsos. Adão fala com grosseria reclamando da mulher que o Senhor lhe deu, Eva por sua vez tenta encontrar um culpado e mostra a serpente como inimiga. Mudou a situação, mudou a forma como eles se viam, uma vez que as palavras que proferimos revelam muito de nós mesmos, inclusive características que desconhecemos. Daí que podemos chegar à conclusão facilmente que ambos eram culpados, embora não estejamos aqui para sentenciar. Observando o comportamento do outro, temos o direito de jugar, apenas a nós mesmos. A tendência de uma pessoa de descrever outras de forma positiva é um indicador importante da positividade das características próprias da pessoa. Fortes associações foram encontradas entre positivamente julgar os outros e o quão entusiástico, alegre, bondoso, cortês e emocionalmente estável a pessoa se descreveu e foi descrita por outros. Os investigadores dizem que as percepções negativas de outras pessoas estão ligadas a níveis mais elevados de narcisismo e comportamento antissocial.4 4 https://hypescience.com › Comportamento (10 de ago de 2010)
18
Além disso, a maneira de observar pessoas negativamente por parte das mulheres indica uma probabilidade maior de depressão e transtornos de personalidade diferentes. Os pesquisadores também sustentam que encontrar maneiras de levar as pessoas a ver o outro de forma mais positiva pode promover a cessação de comportamentos associados com transtornos de personalidade. Ser excessivamente negativo ao descrever alguém pode ser uma dica de que a pessoa é desagradável, infeliz, neurótica, ou possui outros traços negativos de personalidade. Há fortes evidências de que a tendência de perceber positivamente os outros em nosso meio social é uma característica altamente estável que não muda substancialmente ao longo do tempo. Segundo Laurent Gounelle, as pessoas só nos devolvem refletida a forma como nós somos. A lei do espelho estabelece que nosso inconsciente, ajudado pela projeção psicológica que realizamos durante esse momento, nos faz pensar que o defeito ou desagrado que percebemos nos outros existe somente no outro e não em nós mesmos. A projeção psicológica é um mecanismo de defesa por meio do qual atribuímos a outras pessoas nossos sentimentos, pensamentos, crenças ou até atitudes que repudiamos.5 1.2. Como sou afetada pelos outros Personalidade é o conjunto das características marcantes de uma pessoa, é a força ativa que ajuda a determinar o relacionamento das pessoas baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar, sentir e agir. De acordo com o dicionário, personalidade é a qualidade ou condição de ser uma pessoa; e o conjunto de qualidades que define a individualidade de uma pessoa moral. (https://www. significados.com.br/personalidade/) 5 https://amenteemaravilhosa.com.br/lei-espelho-ve-nos-outros-seu-reflexo/
19
Mas não nascemos com tudo que somos, parte de nossas características são frutos de construções diárias das interações interpessoais. A personalidade é constituída de traços hereditários e traços adquiridos. A polêmica em torno da questão “herança ou meio ambiente?” demonstra que nem sempre é fácil distinguir os traços fixos da personalidade dos que são variáveis.6
Desse modo precisamos ter discernimento para selecionar os sujeitos da nossa construção de caráter. Só pode nos afetar quem nos dá afeto, ou seja, quem faz parte da minha vida tem opinião de peso. Muitas vezes nos blindamos tanto, devido às rejeições e revoltas e à medida que o tempo passa percebemos que nem sempre esses muros de proteção podem ser favoráveis, às vezes eles nos deixam distantes de pessoas e oportunidades. Quando tomamos uma vacina fortalecemos nosso sistema imunológico, ao se aproximar algum vírus certamente será combatido pelos leucócitos, mas se o sistema imunológico tiver uma disfunção e confundir o próprio organismo com algo não próprio do corpo, ele pode atacar os tecidos do próprio organismo, causando uma doença autoimune, como artrite reumatoide, tireoide de Hashimoto e lúpus. Ou ainda, pode-se desenvolver uma doença decorrente da imunodeficiência, assim, sob ataque de micro-organismos o corpo será invadido sem reação, por já está se defendendo de si mesmo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, percebemos que a defesa exagerada poderá nos tirar o discernimento do que vem contra nós e do que está a nosso favor. Se ficarmos sempre na defensiva como 6 THOMPSON, Dr. Bruce. Paredes do meu coração, p.105. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1994.
20
avançaremos? Portanto, a melhor opção é manter o equilíbrio e com discernimento e sabedoria teremos consciência daquilo que nos impulsiona para cima, daquilo que nos mantem e daquilo que vem interferir e atrapalhar os projetos de Deus para nossas vidas. EXERCÍCIO PRÁTICO Ao chegar em casa, coloque no papel o nome das pessoas que você tem afinidade e das que não tem. Certamente sobre as primeiras você terá facilidade em escrever suas virtudes, mas as outras será difícil começar. Tente olhar para elas com amor e escrever com humildade. Lembre-se o que você fala do outro, reflete quem você é. Com a tarefa feita ore e louve a Jesus com o hino: Jesus a aliança entre você e eu.
21
22
23
24
AULA 03: PERSPECTIVAS E EXPECTATIVAS TEXTO BASE: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. (Romanos 12.2) INTRODUÇÃO No texto base da nossa aula, percebemos o apóstolo Paulo escrevendo um alerta para as pessoas que já conheciam a Palavra e haviam recebido um entendimento novo, pois é isto que a Palavra de Deus nos traz. Porém, por alguma razão, os irmãos haviam se acomodado e precisavam ser renovados, ou melhor, transformados. No dicionário o significado de expectativa é a situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência em determinado momento, ou seja, ter esperança. Entretanto a perspectiva na arte significa a possibilidade de ilusão, tridimensional, até onde os olhos alcançam, aparência de extensão e por fim um sentimento de esperança. Portanto nesse capítulo vamos compreender o que pode ser expectativa e perspectiva. O que posso esperar para ver e o que posso esperar para acontecer. Diante dos desafios e oportunidades, como deve ser meu posicionamento? O que preciso mudar, para que eu saiba aproveitar com plenitude o que Deus preparou para mim? 25
1. Desafios e oportunidades Quando surge um desafio ou uma situação nova logo vem à mente mais um obstáculo sendo formado, pois temos sempre a impressão que o novo será complicado; saindo da zona de conforto e enfrentando nossos medos somos tentadas a desanimar e achar que somos incapazes de superar. O medo pode nos sufocar, paralisar, diminuir nosso interesse, atração e energia. Muitas vezes desistimos de fazer algo, que se não fosse o medo faríamos. Entretanto às vezes o constrangimento do medo é saudável ele pode até limitar nossa capacidade de sofrer risco e de nos machucarmos física ou emocionalmente.7
Mas o desafio não precisa ser visto sempre como algo que nos oprime em medo, ele pode ser a oportunidade de superação, a oportunidade de apresentar e provar toda nossa potencialidade e capacidade. Quando lemos a carta de Paulo aos irmãos em Roma no capítulo 5 entendemos que devemos ficar felizes nos momentos de tribulação, ou seja, momentos de desafio, de perturbação, sabendo que momentos assim produzirão em nós a paciência e esta nos trará experiência, vivência e assim poderemos desenvolver a esperança que não mais nos trará dúvidas naquele tipo de situação, porque o amor de Deus será derramado em nossos corações pelo Espírito Santo. A resposta humana à dor e sofrimento é amaldiçoar a Deus. A fé perseverante, clama por nossa atenção e consagra o nome de Deus, porque está inalteravelmente fixa na confiança absoluta em Deus... à medida que continuamos crendo, mesmo diante de uma resposta negativa, mostramos ao mundo o valor de Cristo. Nossas ações em tais tempos validam a realidade do evangelho para o mundo que observa.8 7 KORNFIELD, David. Introdução à cura interior, p. 124. Sepal. São Paulo,1991. 8 HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão, p.106. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.
26
Portanto, precisamos perceber os desafios como oportunidades de apresentar ao mundo a fé inabalável em Deus, não como supermulheres ou heroínas, mas como guerreiras dependentes de um Deus Todo Poderoso que nunca abandona aqueles que o temem e que nos constituiu mais que vencedoras, limitadas humanamente por classificação de competências, mas ilimitadas na fé autêntica que não apenas espera, mas age no sobrenatural. “Nós somos as Bíblias que o mundo está lendo… Nós somos os sermões que o mundo está prestando atenção” (Billy Graham)
O mundo não conhece a Deus pela própria experiência, por isso são as nossas experiências que os fará aproximarem-se do divino, está aí uma grande oportunidade de falar (testemunhar) sobre o Deus que servimos. 2. O que precisa ser mudado Uma das mais belas passagens bíblicas é o texto que o Dr. Lucas escreve a Teófilo, para dar-lhe a certeza dos fatos que aconteciam em Jerusalém naquele período9 e está registrado do capítulo 24 do evangelho segundo Lucas. Nesse capítulo temos a mensagem de mulheres ágeis e crentes, buscando o mestre, compreendemos a profecia apocalíptica através do conhecimento da cultural judaica quanto ao lenço dobrado e ainda nos encontramos cotidianamente com o sentimento que envolvia os discípulos a caminho de Emaús. Esses discípulos conheciam a Jesus e passaram muito tempo andando com Ele porque conseguiam captar do mestre coisas boas e influenciadoras para as suas vidas, andavam com Jesus porque encontravam nele o que preenchia o vazio que a sociedade traz. 9 Bíblia Sagrada – Lucas 1. 1-4.
27
Todavia, o previsto aconteceu: era necessário que eles se afastassem por um momento em consequência da nobre missão do Cristo, morrer pela humanidade. Foi então que três dias depois, os discípulos estavam enfraquecidos, tristes, abatidos e desanimados, ao ponto de estarem novamente andando ao lado dele, em direção a Emaús, mas incapazes de perceber que aquele peregrino era o amado Jesus. Muitas vezes a tristeza e o sofrimento nos impedem de ver a solução. A solução estava ao lado deles, a esperança caminhava com eles e não conseguiam ver. Mas algo os prendia àquele peregrino, suas palavras traziam à memória algo que lhes dava esperança, que lhes tirava da tristeza. Isso fez com que eles desejassem ficar com o viajante, somente o reconheceram quando o viram partir o pão e no trato com eles perceberam que o viajante peregrino era o mestre que havia ressuscitado. Agora, ao compreenderem isso, foram orientados a retornar para Jerusalém, de onde não poderiam sair até que fossem revestidos e preparados. Jerusalém é lugar de refrigério, preparação e adoração. O que precisa ser mudado, muitas vezes é o percurso. Temos a tendência pecaminosa a nos aproximarmos daquilo que nos afasta de Deus, embora desejemos as bênçãos do todo poderoso e a alegria que somente Ele tem. Quando deixamos que Ele decida sobre os rumos de nossas vidas, somos levadas a retornar para Jerusalém, para o caminho da adoração, do refrigério, esperar dele a saída e a certeza de dias melhores. Portanto, a maior mudança que podemos fazer é deixarmos Ele decidir, devemos abrir mão do nosso eu e afirmarmos que dependemos de Deus. Em Filipenses 4.8-9, o apóstolo Paulo escreve: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitá28
vel, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.” CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, percebemos que a defesa exagerada dos problemas poderá nos tirar o discernimento do que vem contra nós e do que está a nosso favor. Se ficarmos sempre na defensiva como avançaremos? Portanto, a melhor opção é manter o equilíbrio e com discernimento, sabedoria teremos consciência daquilo que nos impulsiona para cima, daquilo que nos mantem e aquilo que vem interferir e atrapalhar os projetos de Deus em nossas vidas. EXERCÍCIO PRÁTICO Ao chegar em casa, faça seu plano de mudanças e tente colocar neles um responsável. Se perceber que a maior responsável é você, ore e peça a Deus autocontrole e sobre si mesma, não coloque culpa alguma, apenas assuma sua responsabilidade diante de Deus. O passado você não pode mudar, mas você pode melhorar o presente e o futuro, siga a orientação divina. Leia: Gálatas 2 e observe o quanto você já mudou e como conseguiu esse êxito. Ouça o hino: Memórias de Léa Mendonça em seguida ore agradecendo pelas conquistas que já alcançou, faça essa oração ouvindo o hino: “Tente lembrar” de Sérgio Lopes.
29
30
31
32
AULA 04 Projeto de mudança: corpo, alma e espírito TEXTO BASE: “Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?” (Mateus 6:25,26) INTRODUÇÃO Talvez você ache estranho começar a aula sobre projeto de mudança, com o versículo que nos instrui a não nos preocuparmos. Toda mulher se preocupa muito, e se há um texto na Bíblia que nos prova isso é Mateus 6: como podemos pensar em mudança sem preocupação se vamos mudar de casa e uma cachoeira de preocupação vem a nossa mente, localidade, conforto, segurança, enfim muitas coisas surgem e nos deixam ouriçadas. O subtópico seguinte será sobre mudança física. Lembro logo do espelho e das brincadeiras que costumo dizer: Estou expandindo o templo do Espírito Santo. Não ligo muito pra minhas gordurinhas, porque no céu terei um corpo glorioso sem celulite e estrias. Quando brinco assim, não é querendo tirar a responsabilidade do autocuidado, mas aliviar a cobrança externa que vem sobre mim. 33
Nos preocupamos muito com que os outros vão pensar, isso é natural, mas não pode ser fatal e decisivo. Precisamos pensar o que agrada a Deus, o que nos faz bem e o que não é danoso ao outro. Se conseguirmos eleger prioridades e seguir com determinação e responsabilidade cada uma delas, a preocupação será realmente dispensável. O que será que as pessoas sentiam em seus corações em ouvir a voz firme de Jesus dizendo essas palavras? O que você sente ao ler e se ouvir dizendo as palavras do mestre? Quando lemos a bíblia somos compelidos a mudar e nos adaptar a vontade d’Ele e se o mestre nos ordena a não nos preocuparmos, devemos obedecer e procurar entender o que é o melhor d’Ele para nossas vidas. 1. Projeto de mudança para a saúde física O conceito de saúde tem sido cada vez mais discutido, precisamos pensar em saúde como qualidade de vida, isso inclui a redução na ingestão de medicamentos, a qualidade da ingestão de alimentos, condições de execução de trabalhos, esporte e lazer e sensação de bem-estar. A organização mundial de saúde define a qualidade de vida como percepção do indivíduo de sua posição no contexto sociocultural e do sistema de valores no qual vive, bem como a suas considerações de objetivos, perspectivas, padrões e preocupações. O plano de mudança física deve ser tratado segundo a bíblia, pois a maneira como pensamos, agimos e pode se tornar um hábito. A forma como pensamos determina o nosso modo de agir. Pensamentos tornam-se ações e as ações tornam-se hábitos, assim ganhando o controle de nossos pensamentos é o primeiro passo crítico em fazer mudanças positivas de vida.10 10 TOLER, Stan. Repense a vida, CPAD. Rio de Janeiro, 2012.
34
O apostolo Paulo nos orienta em suas cartas a deixarmos de lado tudo que é prática errada e nos prendermos ao que é puro, bom e agradável, nos orienta ainda a não nos conformarmos com o mundo equivocado que nos rodeia e diz para nos transformarmos pela renovação da mente, a disciplina na vida cristã é fundamental para desenvolver hábitos saudáveis. A saúde física não é apenas corporal, mas envolve a mente e os sentimentos. Em caso de descompensação química e hormonal várias doenças podem se desenvolver e alojarse no indivíduo. A mente pode disparar um gatilho positivo, tanto quanto um negativo o que ao invés de saúde desencadearia sintomas e configuraria um quadro de doenças psicossomáticas. 2. Plano de mudança para alma e espírito “Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos.” (Efésios 1:18) Na condição de servas de Deus, líderes de mulheres, enfim com a marra de mulheres superpoderosas não temos hábito de pedir ajuda, nem de reconhecer nossas limitações, preferimos manter a máscara e a capa imaginaria da indumentária de heroína ao invés de reconhecer que somos falhas e limitadas, mas para haver mudança na alma e espírito é necessário a auto-observação, reconhecimento e aceitação. Nossa alma precisa de alívio diário e nosso espírito precisa ser renovado constantemente. Por isso a nossa mente deve ser constantemente levada a crer no impossível, realizado pelo Deus que servimos. O apostolo Paulo escrevendo aos irmãos de Éfeso orienta quanto as bênçãos que vem de Deus, fruto da sua mi35
sericórdia, bênçãos materiais e espirituais que devem ser vistas por todos nós como as principais, quando pensamos na mudança da nossa alma e espírito, logo usufruiremos de mudanças materiais e da prosperidade que Deus tem para os seus. Somente alguém uma mulher que se permite ser moldada pelo Senhor, conseguirá se enquadrar no critério d’Ele para mudanças radicais. Geralmente ouvimos alguém dizendo que o chamado pastoral é árduo para o pastor e sua família, devemos concordar, apenas não podemos parar por aí e esquecermos que na mesma proporção é glorioso e honroso servir ao mestre. Para usufruirmos de milagres e benção especiais, devemos e podemos ser provadas de maneira também muito especial e incompreensível para muitos, mas não devemos desistir e o nosso alvo deve ser baseado em: 1 coríntios 2.9. “Como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos dias atuais, muitas pessoas apresentam perturbações psíquicas; têm doenças emocionais; apresentam condutas inadequadas provenientes, muitas vezes, da educação, dos meios de comunicação de massa que invertem e pervertem valores e princípios; reagem com manifestações psicossomáticas; vivem em relacionamentos conflituosos e infelizes. Mas aqueles que são dirigidos por Deus e renovados pelo Senhor podem experimentar algo superior as tribulações momentâneas e terrenas. As mudanças, são necessárias e devem ser vistas como fruto da disciplina cristã e do processo de santificação do Senhor em nós. Para podermos usufruir com excelência aquilo que Deus reservou para os seus. 36
EXERCÍCIO PRÁTICO Ao chegar em casa, faça sua tarefa. Uma vez que você já entendeu que as mudanças são necessárias e benéficas e a autora responsável é você. Execute seu plano de mudança dentro de um cronograma de fácil adaptação e estabeleça um prazo de possível ajustes dentro da sua rotina. Inicie seus dias com um devocional, estabeleça metas diárias, semanais e mensais. Premie-se ao conseguir êxito e avalie-se diante de um espelho, converse consigo mesma e faça terapia aos pés de Jesus, a oração é terapêutica por nos ajudar a organizar as ideias, faça dessa prática um hábito. Ouça louvores e leia a Bíblia, comente com alguém sobre o que leu e isso facilitará a memorização dos textos sagrados.
37
38
39
BIBLIOGRAFIA AGUIAR, Marcelo. Cura pela Palavra. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1998. BEVERE, John. A Isca de Satanás. Belo Horizonte: Editora Atos, 2002. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL – CPAD, 1995. BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 1999. COLLINS, Gary R. Tradução de Gordon Chawn. Ajudando uns aos outros pelo Aconselhamento. Ed. Vida Nova. 2a. edição. 2000. São Paulo. COUTO, Geremias do. A transparência da vida cristã. 1 ed., Rio de Janeiro, CPAD, 2001. CRABB, Larry. De Dentro para Fora. Belo Horizonte: Betânia, 1992. GRAYSON, Curt. Curando as feridas da alma. 2. ed. São Paulo: CPAD, 2000. GOUNELLE, Laurent. https://amenteemaravilhosa.com.br/lei-espelho-ve-nos-outros-seu-reflexo HUGHES, R. Kent. Disciplinas do Homem Cristão. 1 ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1996. KORNFIELD, David. Introdução à Cura Interior. São Paulo: Sepal, 1991. RUTHE, Reinhold. Aconselhamento, como se faz? Curitiba: Editora Luz e Vida, 1999. SEAMANDS, David A. Cura para os traumas emocionais. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1984. SILVA, Severino Pedro da. O homem: corpo, alma e espírito. Rio de Janeiro, CPAD, 1988. THOMPSON, Dr. Bruce. Paredes do meu coração. Belo Horizonte: Editora Betânia, 1994. TOLER, Stan. Repense a vida, CPAD. Rio de Janeiro, 2012. WILKERSON, David. Como Receber mais de Jesus. 8. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001.
40
42