Jornal Viva Douro novembro 2017

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Ano 2 - n.º 32 - novembro 2017

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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Linha do Douro encerra para melhoramento >

> Págs. 16, 17 e 18

Carlos Silva eleito novo presidente da CIM-Douro

> Págs. 21 e 22 PUB


2 VIVADOURO NOVEMBRO 2017

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Carlos Almeida

Isto é o que está ao nosso alcance de alterar. Mas como iremos estar daqui a alguns anos? As alterações de precipitação em Portugal tendem a ser muito negativas até final do século XXI, segundo os modelos físico-matemáticos traçados pelo painel intergovernamental para as alterações climáticas. E para alterar este estado das coisas e estas previsões só com novas politicas globais de redução de emissões de gases de efeito de estufa e muito mais drásticas do que as que se têm projetado. Apesar de não podermos influenciar diretamente o que deve ser feito pelos lideres globais, podemos e devemos fazer a o que podemos, por um lado poupando os recursos (como a água) e, por outro lado, procurando que a reutilização das energias e dos recursos seja uma realidade, ou seja tendo comportamentos no nosso dia a dia que leve a que os impactos da nossa vida de todos os dias sejam os menores possíveis na natureza e no equilíbrio natural; utilizando energias mais limpas, usando menos e só quando mesmo necessário os veículos mais poluentes e assumindo como também nossa esta responsabilidade.

NEGATIVO Continua sem chover na região e algumas autarquias já começas a sentir dificuldades no abastecimento às populações

Cumprimentos,

Sumário: Vários Concelhos Páginas 3, 15, 20, 22, 24 e 27

“As Alterações Climáticas e a Barragem de Foz-Coa”

Breves Páginas 4 e 5

Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684

Vila Real | Sabrosa Página 6

Paginação: Rita Lopes

Vila Real Páginas 8, 11, 21 e 25

Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Lamego Página 9

Próxima Edição 13 DEZEMBRO

Apesar da falta de água, e da antecipação das vindimas em quase três semanas, estão previstos vinhos de excelente qualidade.

FOTO: DR

Caros leitores, Sou um otimista porque acredito sempre que mesmo na pior das situações haverá sempre uma solução ou um remédio e que por traz de problemas complexos se escondem soluções criativas e inovadoras que vão acabar por se colocar o estado das coisas melhor do que o estado anterior. Infelizmente não é possível ser otimista quando observamos e sentimos a seca profunda em que estamos mergulhados e quando vemos arvores, como os castanheiros, que não são muito dependentes de água, a definhar com a inexistência de humidade nos solos. É urgente e necessário pensar estrategicamente na água, como um recurso já escasso e que vai ser ainda mais escasso no futuro e reestruturarmos a forma como é captada, como é conservada e como é reutilizada. E é urgente e absolutamente necessário que deixemos de ignorar as alterações climatéricas e os seus impactos, pois a aceleração que temos sentido nos últimos anos vai prosseguir, obrigando os transformadores, comerciantes e agricultores a investir fortes recursos para alterar os seus processos de cultura, armazenamento e até de venda para esta nova realidade.

FOTO: DR

POSITIVO

Tarouca | Lamego Página 7

São João da Pesqueira Página 10 Armamar Página 12 Penedono Páginas 13 e 14 Destaque Vivadouro Páginas 16, 17 e 18 V. N. Foz Côa | Vila Real Página 19 CIM-Douro Página 23 Sernancelhe Página 26 Opinião Páginas 28, 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

Diz-se no Minho que: - “em Setembro, ardem os montes e secam as fontes...”. Este ano, os montes arderam de Julho até Outubro. E, mesmo no Portugal húmido, estamos em Novembro e as fontes continuam secas. Ninguém terá dúvidas que na origem dos fenómenos extremos que vivemos estão os efeitos das mudanças do clima, do aquecimento global, do desgovernado crescimento das emissões que contribuem para o efeito de estufa. Os alertas de cientistas e as diligências dos mais esclarecidos não têm sido suficientemente persuasivos para que haja uma comoção global. Alguns danos já ultrapassaram o ponto de não re-

torno, com efeitos negativos irrecuperáveis no ténue equilíbrio da vida sobre o Planeta. Entre as geografias mais vulneráveis destaca-se a Europa do Sul, incluindo Portugal. No âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima, as conferências das partes - COP - lograram uma progressiva tomada de consciência, no sentido de reforçar a capacidade dos países para lidarem com o impacto das alterações climáticas. A reunião de Paris (COP21, em 2015), estabilizou o compromisso de limitar a 2º C o acréscimo global de temperatura, em relação à que se verificava na era pré-industrial e, se possível, chegar mesmo a 1,5º C. Apesar do incompreensível egoísmo da nova liderança dos USA, que considera o acordo de Paris desfavorável para o interesse americano, ele entrou em vigor há um ano. Na COP23, a decorrer em Bona, a Comissão Europeia mostrou que é possível chegar a resultados, quando há vontade política clara. A União Europeia conseguiu reduzir em 23% as suas emissões de CO2, entre 1990 e 2016, enquanto a sua economia cresceu 53%! O que importa agora é implementar o acordo de Paris e definir o contributo de cada país para a boa performance colectiva. Mas subsiste o problema de acesso à água em Portugal, que pode obrigar-

-nos a rever opções que tínhamos como estabilizadas. O Prof. Eng.º Laginha Serafim, nos anos 70, surpreendeu a comunidade científica quando defendeu o transvase do Norte húmido para o Sul seco, sugerindo que a única bacia hidrográfica com aptidão física para tal seria a do Rio Côa, mediante operações de bombagem de água do Douro, pela cascata do Côa acima, até a verter na Ribeira da Meimoa, na bacia do Tejo. Mas para isso seria necessário um debate sério que permitisse ponderar os distintos interesses em jogo com a revisão das objecções de natureza cultural que se levantaram à construção da Barragem de Foz-Côa. O reservatório de Foz-Côa equivaleria a uma reserva de cerca de mil milhões de metros cúbicos de água, com enorme valor estratégico para o vale do Douro e para o reforço do abastecimento de água à Área Metropolitana do Porto. Já não são os argumentos energéticos, para garantir a regularização da cascata do Douro nacional com os seus cinco aproveitamentos hidroeléctricos, cuja potência instalada (de 924 MW) poderia ser devidamente rentabilizada. É antes a capacidade de armazenar água e de a disponibilizar para abastecimento a Norte e a Sul, até ao Tejo. Isto merece reabrir o debate nacional.


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Vários Concelhos

Durienses com entrada Emídio Gomes gratuita no Museu do Douro condecorado na Galiza O Museu do Douro, no Peso da Régua, instituiu a entrada gratuita aos sábados para os residentes da Região Demarcada do Douro, uma iniciativa que visa divulgar e retribuir o contributo do território para o funcionamento da unidade museológica. Criado na sequência de uma lei aprovada por unanimidade na Assembleia da República, o Museu do Douro abriu portas em 2008 como o primeiro museu de território a ser construído em Portugal. Para Fernando Seara, presidente do Museu, o mesmo deve criar uma relação mais próxima com aqueles que vivem na região e isso consegue-se através de

inciativas deste género. “O museu não é nosso, é de quem o usa e existe para a população. Temos que ter uma atenção redobrada com a população residente e foi nesse sentido que resolvemos abrir gratuitamente aos sábados para quem mora na região”, afirmou resumindo que as pessoas da região t~em que sentir “que o museu é delas”. Outro aspeto a ter em conta é o económico, “Percebemos também que o esforço financeiro das famílias do Douro se tinha agravado nos últimos anos. O bilhete não é caro (custa 6 euros) mas, multiplicado por quatro ou cinco, numa só família tem um peso considerável”, salientou ainda. O museu é gerido pela Fundação do Museu do Douro, que junta instituições particulares e públicas, muitas dos quais autarquias da região demarcada. Entre janeiro e outubro, entraram cerca de 41.000 pessoas que pagaram bilhete no Museu do Douro, evidenciando um crescimento sustentável ao longo dos anos. ■

O vice-reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Emídio Gomes, foi condecorado com a medalha de ouro da Coopreração Transfronteiriça, distinção entregue pela Confederação dos Empresários da Galiza.

nhecido o seu esforço em prol do desenvolvimento sustentável destas duas regiões. Antes de Emídio Gomes receberam a mesma distinção o político espanhol Manuel Fraga Iribarne e ainda o português Luis braga da Cruz. ■

A distinção foi entregue na cidade espanhola de Redondela (Pontevedra) numa iniciativa que teve ainda o apoio da Xunta da Galicia e da Associação Empresarial de Portugal (AEP). Para a condecoração foram tidos em conta os esforços feitos por Emídio Gomes na parceria entre o norte de Portugal e a Galiza em termos, económicos, políticos, empresariais e culturais, nos cargos que foi desempenhando. Para o vice-reitor “é uma satisfação” ver reco-

1,5 Milhões de garrafas de espumante vendidas até Setembro Os números impressionam até porque em 2004, quando foi iniciada, a produção de vinho espumante na Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, era um projeto experimental. O vice-presidente da cooperativa Nuno Silva esteve presente nas celebrações do Dia Europeu do Enoturismo, modalidade a que aquela vila do distrito de Viseu quer, o mais depressa possível, adaptar-se em nome de um crescimento sustentado, falando sobre o vinho espumante. “Em 2004, uma vez que estávamos a vender o vinho base de espumante para várias caves do país, sentimos a necessidade de fazer essa experiência e tentar aqui criar o nosso espumante”, contou Nuno Silva, acrescentando que, após um período de estágio de 9 meses, quando as 6 mil garrafas foram colocadas no mercado, o vinho teve uma “aceitação muito positiva, fazendo com que em dois meses se tivessem esgotado”. No ano seguinte “passaram a ser 40 mil e o mercado continuava a pedir mais”,

pedidos a que a cooperativa deu sempre resposta, “crescendo de forma sustentada até atingir em 2017 o patamar de 1,5 milhões de garrafas”, explicou. “Quando a atual direção da cooperativa iniciou funções em 2013, a faturação era de cerca de 2 ME e em 2016 ultrapassou os 10 ME”, congratulou-se Nuno Silva. O investimento, segundo o vice-presidente, abrange “não só os vinhos como também a maça, num esforço que permite pagar melhor as uvas aos agricultores, passando de valores entre os 9 e 15 cêntimos em 2004 para acima dos 40 cêntimos no presente”. Com cerca de um milhão de garrafas nas caves, em janeiro de 2018 esse número chegará aos “1,5 milhões, abrangendo seis variedades”, sendo a que “mais vende é o malvasia fina, seguido do rosé touriga nacional, verdelho, fraga da pena, o tinto touriga franca e o pata de lebre”. As vendas há muito que já superaram as fronteiras nacionais sendo este produto exportado para o Brasil, Angola, Peru, China, França, Suíça e Inglaterra, num total de 18 a 20% da produção. Com um crescimento de 50% em 2017 (até final de setembro), a cooperativa abrange vários concelhos: Moimenta da Beira e Sernancelhe, e ainda franjas

de Tabuaço, Armamar, Tarouca, Meda e Penedono, num total de 700 hectares de vinha. O vinho espumante é produzido pelas

Caves Terras do Demo, que integram aquela cooperativa, nome que pretende homenagear o vulto maior da cultura do concelho, Aquilino Ribeiro. ■


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Breves Sopas e merendas 2017

Formação para treinadores de andebol

FOTO: DR

Terá lugar no próximo dia 25 do Novembro, entre as 09h00 e as 13h10, uma Formação Especifica de Treinadores de Andebol, creditada pelo IPDJ para efeitos de renovação do TPTD, para os graus I, II, III e IV. A formação, a decorrer na cidade de Peso da Régua será dada pelo Prof. João Pedro Varejão, treinador de Andebol com o grau EHF Master Coach. A sessão teórica decorrerá no AUDIR – Auditório Municipal Peso da Régua, e a sessão prática no Pavilhão da Escola Secundária Dr. João Araújo Correia.

Festival FIIN em Vila Real O Festival Internacional de Imagem de Natureza irá decorrer em Vila Real entre os dias 1 e 10 de Dezembro, com o objetivo de fazer chegar a todos a mensagem de que devemos preservar o património natural do planeta. Dedicado à natureza e à biodiversidade, o festival é composto por três concursos: curtas-metragens de natureza, fotografia da biodiversidade e desenhos de natureza e científicos. FOTO: DR

De 17 a 19 de Novembro, Freixo de Espada à Cinta junta a gastronomia mais tradicional e genuína nas Sopas e Merendas. Entre restaurantes aderentes e o espaço de restauração poderá degustar o melhor da cozinha local. Na tenda de eventos terá ainda espaços de venda de produtos regionais e cerveja artesanal no 1º Encontro de Cervejeiros Artesanais.

Oncologia no interior em debate As Jornadas de Saúde, que decorrem entre os dias 23 e 24, em Vila Real, juntam instituições públicas e privadas transmontanas para discutir a importância, os obstáculos e os desafios da oncologia no interior do país.

Exposição “Douro Património da Humanidade” O Museu do Imaginário Duriense (MIDU), acolhe a exposição de fotografia “Douro Património da Humanidade”, que irá estar patente até 11 de março de 2018. Esta coletânea fotográfica, composta por 21 elementos, foi concebida a partir do basto espólio fotográfico do Museu do Douro, com o intuito de promover o Douro no Mundo, tendo sido inaugurada na sede da National Geographic Society, EUA, em 2013.

Lamego recebe “A pele que há em mim” Mais de 15 anos para ter a casa paga Segundo a plataforma ComparaJá.pt, uma casa de 120 m2 no distrito de Vila Real demora, ao seu proprietário, cerca de 15,4 anos até estar paga na totalidade, já no distrito de Viseu esse tempo aumenta ligeiramente para os 15,8 anos. A plataforma ComparaJá.pt, criada em 2015, é uma plataforma ‘online’ gratuita e independente de análise de produtos e serviços (sobretudo financeiros - cartões de crédito, créditos pessoal e habitação - mas também de pacotes telecomunicações).

Alunos gastam em média 5518€/ano Segundo um estudo realizado pelo Projeto CESTES 2, liderado pela professora e investigadora, Luísa Cerdeira, cada aluno da UTAD tem um gasto estimado de 5518 euros por ano. Estes custos são relativos a despesas com habitação, alimentação e outros gastos relativos à sua área de estudo.

Semana da Ciência & Tecnologia 2017 Entre os dias 20 e 26 de novembro, realiza-se na UTAD a Semana da Ciência & Tecnologia 2017, integrada no programa nacional de Ciência Viva, e que terá lugar em diversos espaços, dentro e fora do campus universitário. A realização desta semana pretende divulgar os projetos científicos que se fazem na academia, bem como os rostos dos investigadores que lhes dão corpo e os resultados que obtêm.

Tem lugar no próximo dia 24 de novembro o espetáculo “A pele que há em mim”, uma peça de autoria de Pedro Fiúza e produção da ACE – Teatro do Bolhão, uma das principais companhias de teatro do nosso país, com direção artística de António Capelo. Superação. Determinação. Esperança. Estas são as palavras-chave dos vários personagens da peça.

Principezinho anima Natal dos mais novos As crianças de Peso da Régua terão oportunidade de assistir, este ano, à peça “Principezinho” que estará em exibição no palco do AUDIR no próximo dia 9 de Dezembro. A presente criação aposta numa dimensão de espetáculo musicado, em que a expressão do texto, além de dito, é também cantado.


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Breves Câmara de Lamego baixa IMI A Câmara Municipal de Lamego vai reduzir a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), relativo aos prédios urbanos, fixando-a em 0,38%, e diminuir a participação variável no IRS dos munícipes para 4%. Na prática, com a concretização destas medidas a autarquia vai prescindir de arrecadar, todos os anos, mais de 320 mil euros de receita com o objetivo de devolver rendimentos aos munícipes.

Filipe Marques campeão nacional de legends Filipe Marques venceu o Campeonato Nacional de Legends, categoria FEUP2, no passado dia 29 de outubro no autódromo de Portimão. O piloto de Sabrosa, que se estreou este ano como piloto federado, participou na competição como piloto em nome individual apoiado pela equipa ACF MOTORSPORT/ OK PNEUS.

Natal para os idosos O Município de Vila Nova de Foz Côa, no âmbito do seu Plano de Acção Social está a organizar o almoço de NATAL para todos os idosos do concelho, com idade igual ou superior a 65 anos, a realizar no dia 13 de Dezembro de 2017. Os interessados poderão inscrever-se no Município ou na Junta de Freguesia da sua localidade, até ao dia 29 de Novembro de 2017.

Natação distinguida em Santa Marta de Penaguião A Federação Portuguesa de Natação atribuiu o certificado “QUALIDADE NÍVEL 1 FPN” à Escola de Natação Municipal de Santa Marta de Penaguião, considerando o cumprimento dos requisitos do sistema FPNCQ17 e o comprometimento de adoção de uma atitude de melhoria contínua da qualidade pedagógica, didática e de gestão da sua escola de natação.

Autarquia dinamiza sessão de esclarecimentos Feira de Santo André Realiza-se, entre o dia 30 de novembro e o dia 8 de dezembro, a Feira de Santo André no Município de Mesão Frio. Do programa fazem parte diversos momentos de animação como concertos, grupos de cantares, a habitual corrida de cavalos, o mercado e o cortejo medievais, entre muitos outros.

Reconhecendo que o Sistema de Incentivo ao Empreendedorismo e ao Emprego – SI2E representa uma importante e atual janela de oportunidades para as micro e pequenas empresas, bem como empreendedores locais, a autarquia dinamizou uma sessão de esclarecimento que decorreu no dia 8 de novembro na Casa do Paço de Dalvares.

Desertificação e despovoamento em discussão Desertificação e Despovoamento, o Futuro da Agricultura em contexto de alterações climáticas, este é o tema do seminário que terá lugar no Cineteatro de Torre de Moncorvo, no próximo dia 22 de novembro a partir das 9:45 horas.

Vila Real é o 4 distrito com mais acidentes de trabalho fatais Segundo os números avançados pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), Vila Real é o quarto distrito onde se regista o maior número de mortes em contexto laboral com 9 óbitos registados entre Janeiro e Outubro deste ano. Entre os distritos abrangidos pela CIM-Douro registam-se ainda 3 mortes em Viseu e apenas uma nos distritos de Bragança e Guarda.

Agrupamento Dr. José leite de Vasconcelos conquista, em Tarouca 7ª Bandeira Verde Eco-Escolas Pelo sétimo ano consecutivo, o Agrupamento de escolas Dr. José Leite de Vasconcelos ergueu orgulhosamente a Bandeira Verde Eco-Escolas, galardão conquistado na sequência do conjunto de programas e atividades implementados com vista à sensibilização para a adoção de comportamentos em prol da sustentabilidade e da criação de uma consciencialização ambiental junto da comunidade educativa.


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Vila Real | Sabrosa

Vila Real investe na melhoria de parques infantis A Câmara Municipal de Vila Real, anunciou, em comunicado, um investimento de cerca de 230 mil euros na renovação e revitalização de 13 parques infantis existentes no concelho. Depois da aposta na melhoria de vários estabelecimentos de ensino e de grande parte dos espaços desportivos municipais, o executivo continua a apostar na melhoria das condições de vida das suas crianças e jovens. “A par da educação e do desporto, brincar é uma componente fundamental para o desenvolvimento pleno das crianças. Assim, a autarquia, após um levantamento exaustivo das necessidades, aprovou um pacote intervenções com vista à requalificação dos parques infantis da Alameda de Grasse, da Cruz das Almas, da Estação, das Flores, da Fonte Nova, da Habirreal, do Jardim da Carreira, de Minas de Parada de Cunhos, do Parque Corgo, do Parque de Merendas, da Quinta das Hortas, das Regadas, e da Torreslar III Fase”, pode ler-se no comunicado da autarquia. O primeiro equipamento a sofrer obras de melhoria foi o Parque Infantil da Estação que recebeu novos divertimentos e um piso em relva sintética, uma intervenção que custou cerca de 28 mil euros. Em andamento estão já as obras dos par-

ques infantis da Alameda de Grasse, Habirreal, Parque Corgo e Torreslar III fase, sendo previsto que os 13 equipamentos sejam melhorados até ao final do ano. Entre a totalidade dos parques alvo de obras, em três serão instalados equipamentos adaptados às crianças com necessidades especiais, no âmbito do projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem “Brincar é para Todos”, da autoria da Associação Lua de Alecrim, com uma dotação orçamental de 10 mil euros. Segundo o mesmo comunicado da autarquia vila-realense, “esta adaptação passará, nomeadamente pela instalação de equipamentos multifuncionais, sensoriais e de fácil acessibilidade para bébés, crianças com necessidades especiais e de mobilidade”. ■

Sabrosa apresenta UTAD e Centro Cultural indicadores positivos de Amarante assinam protocolo para ensino artístico de condições de vida A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Centro Cultural de Amarante assinaram um protocolo com o objetivo de reforçar a colaboração no ensino artístico, nas áreas de teatro, música e dança. Segundo informações dadas por José Luis Gaspar, Presidente da Câmara Municipal de Amarante, está também a ser preparada a criação de outras ofertas formativas e novos projetos, contextualizados no acordo celebrado entre as duas partes. Para o vice-reitor da UTAD, Artur Cristovão, este acordo permitirá abrir portas

para celebração futura de acordos” no domínio do ensino artístico. O acordo, assinado no auditório do Centro Cultural de Amarante (CCA), estabelece o fomento “para o desenvolvimento da atividade artística e cultural, no contexto regional, nacional e internacional”. O CCA é uma instituição cultural e recreativa, sem fins lucrativos e de utilidade pública, desenvolvendo desde 1981 várias atividades no ensino artístico especializado de música e dança. O presidente da câmara explicou ainda que o protocolo reforça a relação de Amarante com mais uma instituição de ensino superior, recordando que a cidade celebrou também um acordo de colaboração com o Instituto Politécnico do Porto (IPP). ■

Segundo um estudo elaborado pelo Núcleo Distrital de Vila Real da EAPN, Sabrosa é o melhor concelho do distrito em indicadores ligados ao emprego e à educação. Os resultados, apresentados durante o seminário “o combate à pobreza e exclusão social nos territórios de baixa densidade”, promovido pela EAPN - Rede Europeia Anti-Pobreza, que se realizou no passado dia 25 de outubro, no Regia Douro Park em Vila Real, mostram que Sabrosa é o concelho com menor taxa de abandono escolar.

Já em termos de emprego, o concelho liderado por Domingos Carvas é aquele em que o salário médio é mais elevado nos funcionários por conta de outrem, atingindo o valor de 986,60€ mensais. Em nota enviada à comunicação social o município afirma que “estes dados revelam um desenvolvimento real socioeconómico do concelho e, ao mesmo tempo, impute-lhe um maior estímulo e uma responsabilidade assumida em trabalhar, apoiar e promover ações para que esta evolução social continue e seja mais abrangente, numa missão que terá de ser partilhada com todos os agentes institucionais, sociais, educacionais e empresariais do território.” ■


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Tarouca | Lamego

Tarouca vai ter parque eólico Numa nota emitida pela secretaria de Estado da Energia é dado a conhecer que foram aprovadas as construções de dois novos parques eólicos da EDP Renováveis, um em Maunça, Batalha, com capacidade de 20 megawatts e outro em Vigia, Tarouca, com capacidade de 28 megawatts. A aprovação, assinada pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, é relativa a candidaturas à atribuição de licenças eólicas em 2008 e representam um investimento de cerca de 50 milhões de euros. De acordo com o gabinete de Jorge Seguro Sanches, “a instalação destes projetos, ainda com tarifas ‘feed-in’ (isto é, tarifas

subsidiadas), insere-se na lógica de estabilidade contratual e regulatória assumida pelo Governo para o setor”, realçando que os projetos terão “uma considerável incorporação industrial nacional, de acordo com as contrapartidas do contrato, assumidas pelo promotor com o Estado”. Na nota, a secretaria de Estado da Energia realça ainda que “a evolução tecnológica, entretanto registada nos últimos anos, combinada com o forte potencial solar nacional impôs, no entanto, uma mudança de paradigma no setor das energias renováveis”, que se traduz no fim das tarifas subsidiadas à produção de eletricidade. “É neste contexto que assenta a atual aposta do Governo na promoção de projetos renováveis, sem tarifa feed-in, que penalizem a fatura de energia, em especial das famílias”, acrescenta. No entanto, estes projetos da empresa liderada por Manso Neto aguardavam aprovação desde 2008, pelo que seguirão as condições então vigentes. ■

Presidente da Câmara de Lamego quer avaliar equipamentos municipais O recém-eleito presidente da Câmara Municipal de Lamego, Ângelo Moura, procedeu à criação da Comissão de Inspeção Técnica de Equipamentos Municipais (CITEM) com o objetivo de avaliar os equipamentos municipais existentes. O objetivo principal da comissão é pronunciar-se sobre a conformidade legal dos edifícios para a sua utilização e com o projeto, incluindo a confirmação da execução de todos os trabalhos previstos. Constituída por técnicos superiores da autarquia, transversal às suas unidades orgânicas, esta comissão verificará também aquilo que foi pago e o que foi executado e a qualidade e cumprimento das boas regras de construção. Determinará também a existência de cauções e outros meios de garantia da boa execução dos trabalhos, bem como a segurança das instalações, na ótica da sua utilização. Ângelo Moura, autarca lamecense, afirmou que a CITEM foi criada “face às di-

versas notícias e factos que têm vindo a público e a constatação de diversas situações anómalas no funcionamento, operacionalidade e segurança de diversos equipamentos municipais”. No futuro existe ainda a hipótese da CITEM poder avaliar todas as infraestruturas municipais, no imediato a sua intervenção será dirigida ao Centro Multiusos de Lamego e edifícios anexos, ao Complexo Municipal de Piscinas e aos centros escolares. ■

Best of Wine Tourism anuncia vencedores O renomado concurso Great Wine Capitals – Best of Wine Tourism, anunciou no início do mês os vencedores da edição deste ano, entre eles foram distinguidos alguns projetos durienses. Das sete categorias existentes, o Douro tem distinções em quatro: Restaurantes vínicos, onde o vencedor foi o restaurante Cais da Villa, em Vila Real; Arquitetura e Paisagem, ganho pela Casa do Rio em Vila Nova de Foz

Côa; Experiências Inovadoras em Enoturismo, distinção para as caves Calém em V. N. de Gaia e ainda a empresa Cooltour Porto, no Porto, que arrecada o prémio de Serviços de Enoturismo. O Great Wine Capitals é um concurso internacional que engloba as cinco principais regiões vinícolas em todo o Mundo: Douro (Portugal), Adelaide (Austrália), Rioja (Espanha), Bordeaux (França), Mainz (Alemanha), Verona (Itália), Napa Valley (Estados Unidos) e Casablanca Valley (Chile). As distinções serão entregues no decorrer do mês de Novembro no âmbito da Assembleia Geral Anual da Great Wine Capitals Global Network que este ano acontece em Valparaíso, no Chile. ■


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Vila Real

Websites pouco amigos do turismo Um estudo efetuado no âmbito do projeto DOUROTUR, apresentado na Conferência Anual da Association for Tourism and Leisure Education and Research – Destination past, present and future, em Viana do Castelo, indica diversas debilidade na promoção turística nos sites dos municípios da NUT III. O estudo, coordenado por Xerardo Pereiro, docente e investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), os bolseiros Gonçalo Mota e Nieves Losada analisaram a imagem projetada pelos websites oficiais dos 19 municípios que constituem a sub-região do Douro (NUT III), com o objetivo de problematizar a imagem oficial projetada do destino turístico Douro, pela importância que esta tem na construção de uma marca identitária

sólida do destino com a qual poderá competir a nível nacional e internacional”. Segundo os resultados agora apresentados, são diversas as debilidades na promoção dos municípios através dos seus websites”, em especial no que diz respeito ao mercado internacional “uma vez que nenhum dos websites oferece informação fiável em outros idiomas além do português”. Também na “navegabilidade, aparência e estrutura destas presenças on-line” foram encontradas diversas falhas e mesmo na oferta turística de cada concelho isso se verificou pois os websites oferecem “informação sobre os seus recursos mas não sobre produtos turísticos concretos acessíveis ao consumo do potencial visitante”. Da investigação ressalta ainda que, em muitos casos existe “negligência na qualidade em prol da quantidade”, deixando evidente a “ausência de uma estratégia de marketing bem delineada na criação de imagens, discursos e narrativas que sejam capazes de atrair e seduzir visitantes e turistas”. A análise dos websites foi efetuada em três fases através de técnica de análise mista, baseada na combinação de técnicas de

análise qualitativa e quantitativa e distintas perspetivas teóricas como o marketing e a antropologia. Numa primeira fase foram avaliados itens relacionados com a qualidade dos websites, como a navegabilidade, a qualidade da informação disponível, a aparência visual e a capacidade de resposta proporcionada. Numa segunda fase foi realizada uma análise de conteúdo com base nos fatores de atração do destino, fatores pull, dada a sua relevância na construção da marca territo-

“Modelvitidouro” a aplicação que ajuda a prever a produção no Douro Desenvolvida por investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a “Modelvitidouro” é uma aplicação desenvolvida pelo projeto com o mesmo nome e que ajudará a prever a produção vitivinícola da Região Demarcada do Douro, com base em dados meteorológicos. João Santos, investigador do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) da UTAD, afirmou à agência Lusa que esta aplicação permite “um acompanhamento em tempo real, numa es-

cala diária, da evolução das condições meteorológicas” e da “previsão de produção”. A estimativa de produção é feita desde o início do ciclo vegetativo da planta, entre a primavera e a vindima, tendo em conta as condições meteorológicas, permitindo uma melhor gestão das práticas agrícolas e ainda uma melhor gestão dos ‘stocks’ das adegas. “Trata-se de uma ferramenta de apoio”, frisou João Santos. A aplicação já foi testada este ano e já previa a quebra de produção na região devido ao tempo quente e seco que se fez sentir ao longo do ciclo vegetativa das videiras. Outra das vantagens da aplicação é a previsão de risco de doenças na vinha, evitando assim perdas avultadas de produção. “No ‘Modelvitidouro’ temos um modelo de produção e algumas informações úteis para os viticultores ao nível do risco de doenças na vinha, que vamos calculando e vamos dan-

do essa informação num boletim trimestral”, disse o investigador. Ainda segundo informações dadas por João Santos, o modelo está pronto a ser utilizado, no entanto pode vir a sofrer alterações no futuro tendo em conta as observações feitas e o histórico que for sendo acomulado. Desenvolvido em parceria com as adegas cooperativas de Favaios, Mesão Frio e Freixo de Espada à Cinta, o projeto “Modelvitidouro” apresentou os seus resultados no “Open day Modelvitidouro” que aconteceu no passado dia 3 de Novembro no Regia Douro Park -- Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real. Este dia aberto contou com a participação de especialistas internacionais na área das alterações climáticas e da vitivinicultura, nomeadamente o professor norte-americano Gregory Jones e Nuno Magalhães, da UTAD. ■

rial do destino, place branding. Finalmente, a terceira fase assentou numa análise crítica do discurso da promoção turística, patente nos referidos websites. Esta investigação é um dos primeiros outputs de uma das quatro linhas de investigação que compõem o projeto DOUROTUR, que envolve uma equipa multidisciplinar de 40 investigadores e 10 bolseiros. Os resultados obtidos dizem respeito à Linha 2: A imagem, a comunicação e os relatos turísticos do Douro. ■


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Lamego

Ângelo Moura: “Um dos objetivos que temos é a reorganização de fundo dos serviços municipais, rentabilizando melhor os nossos recursos” Após 12 anos afastado do poder, o Partido Socialista regressa agora à Câmara Municipal de Lamego pelas mãos de Ângelo Moura. O novo presidente pretende melhorar os serviços municipais e a relação com os lamecenses, bem como trazer de volta a Lamego a importância que a cidade já teve no contexto regional. Como têm sido as primeiras semanas enquanto Presidente da Câmara de Lamego? As primeiras semanas são de muito trabalho. Quem chega de novo e encontra uma casa desarrumada tem trabalho acrescido. Desde o primeiro dia que estamos à procura das melhores soluções, das melhores escolhas. Propositadamente dedicamos as duas primeiras semanas a perceber como é que a Câmara e os seus serviços funcionam por dentro. Eu tinha uma perceção desse funcionamento mas era sempre uma visão de fora como membro da Assembleia Municipal. Nomeadamente no que diz respeito à gestão quotidiana do concelho fomos já introduzindo algumas alterações que, no nosso entender, trazem uma maior transparência e rigor. Dois princípios que queremos manter daqui em diante. Da análise que fez à gestão do município, encontrou alguma surpresa? Não, surpresa propriamente dita não. Sem vaidade, sendo um espectador, era um espectador atento daquilo que a câmara ia fazendo, era o líder do grupo do Partido Socialista na Assembleia Municipal, o que me obrigava a ter essa atenção. Confesso que alguma desorganização e atitudes menos próprias, em termos de rigor ou gestão, provocaram alguma surpresa mas já estamos a trabalhar para corrigir o que de mal estava feito. Um dos objetivos que temos é a reorganização de fundo dos serviços municipais, já temos um levantamento exaustivo do que se passa e até ao final do ano queremos ter essa organização pronta. Com um conhecimento mais profundo da realidade da autarquia e, olhando ao programa com que se candidatou, prevê algu-

ma dificuldade na sua execução? No que diz respeito aos grandes projetos, a verdade é que ficam largamente condicionados pela situação atual. No decorrer da campanha fomos alertando sobre a situação económica do município, relativamente a alguns números que nos eram dados a conhecer pelos trâmites legais e obrigatórios na gestão das contas camarárias. Ao chegar aqui fomos confrontados com outras realidades, nomeadamente ao nível da gestão quotidiana, em concreto sobre a situação financeira. Estamos já a lançar os procedimentos concursais para levar a cabo uma auditoria que nos trará números mais sólidos. Aquilo que já percebemos é que a situação em que nos encontramos irá obrigar a adiar alguns dos nossos projetos mas isso não pode limitar a nossa ação, teremos de ter o engenho e a arte para concretizar aquilo a que nos comprometemos. Em devido tempo daremos a conhecer, aos lamecenses, a real situação financeira da Câmara, dizendo-lhes aquilo que poderemos fazer para melhorar a sua qualidade de vida. Daqui a quatro anos, qual seria o projeto que, falhando a sua implementação, o levaria a considerar que o seu trabalho ficou incompleto? Em termos de grandes projetos nós sempre falamos em dois pontos, a reestruturação urbana e a mobilidade, de pessoas e veículos, dentro de Lamego. No que diz respeito à mobilidade, não podemos somente falar na mobilidade do cidadão ignorando o problema do trânsito automóvel que se vive na cidade. É preciso que as pessoas consigam entrar e sair da cidade, bem como movimentar-se dentro dela, só depois podemos pedonalizar algumas ruas, fazer corredores para que as pessoas possam circular à vontade. Temos já inúmeras empresas que movimentam grandes veículos pesados e temos que organizar esse trânsito. Sem dúvida que esta tem de ser a nossa maior preocupação. Outro objetivo que assumimos claramente é o acesso à autoestrada, já começamos a desenvolver contactos tendo em vista a resolução deste problema com o poder central. Criou uma Comissão que terá como objetivo analisar algumas das infra-estruturas municipais, o que o levou a tomar essa medida? Já sabíamos que alguns equipamentos suscitavam dúvidas quanto ao seu estado estrutural e de segurança, nomeadamente o Pa-

vilhão Multiusos que, desde a sua construção tem sido gerador de dúvidas. É preciso saber em que estado estão estes equipamentos, não só na sua legalidade mas, principalmente, no que diz respeito à segurança daqueles que os utilizam. Já visitamos o equipamento e temos uma noção exata do estado em que se encontra mas é sempre uma visão de leigo, daí a necessidade de ter um relatório elaborado por técnicos especialistas que nos passem um retrato fiel do que se passa. Mas existem outros equipamentos que serão alvo desta comissão, por exemplo as piscinas municipais cobertas. Têm surgido nas notícias e nas redes sociais algumas dúvidas quanto ao seu estado de conservação. Os centros escolares também apresentam várias debilidades, as piscinas descobertas têm o pavimento em mau estado, entre outros. Por isso entendemos que era necessário fazer um apuramento do real estado destas obras, numa visão técnica, longe da discussão política. Esta comissão é composta por elementos do município, oriundo de diferentes divisões camarárias e que certamente farão um trabalho rigoroso, para que os lamecenses tenham a visão real do que se passa, acabando de vez com qualquer rumor que exista e não seja

verdadeiro. Ao longo dos últimos anos Lamego foi perdendo força na região, pretende trazer de volta esse espírito de liderança? Efetivamente esse é um grande desafio que nós abraçamos já em plena campanha eleitoral. Esse processo de devolver a Lamego a importância que já teve será a médio, longo prazo, não é algo que se faça de um dia para o outro. Temos consciência que fomos perdendo essa importância, é até curioso que num período em que se gastaram milhões em Lamego se foram perdendo serviços, gastando o dinheiro em betão e aço. Há obra que efetivamente foi feita e que está ao serviço da população, outra nem tanto como já falamos e algumas estarão mesmo a penalizar a cidade e o concelho. Primeiro teremos que travar esta perca de importância e inverter o caminho ganhando mais importância mas isso tem que ser feito com calma, com os pés no chão para que seja um crescimento sustentável. A própria romaria dos Remédios, conhecida como “a romaria de Portugal” já só carrega mesmo o nome e nós queremos que essa designação volte a fazer sentido, esse foi o caminho que traçamos desde o início. ■


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São João da Pesqueira

Manuel Cordeiro: “Compromissos eram assumidos de boca” Em São João da Pesqueira encontramos o único autarca independente do território da CIM-Douro. Manuel Cordeiro acredita ser possível fazer mais e melhor pelo concelho mesmo com os constrangimentos financeiros a que está sujeito. Foi a segunda vez que o PNT se apresentou nas urnas, considera que nestas eleições conseguiu transmitir melhor as suas ideias? A mensagem que passamos este ano, infelizmente, foi a mesma que passamos há quatro anos porque os problemas mantiveram-se e alguns agravaram-se. Há quatro anos, o problema de não termos ganho – apesar de ficarmos a cerca de 300 votos, sinal de que as pessoas já pediam uma mudança – foi o facto de o movimento ter sido criado pouco tempo antes das eleições, acabamos por ter pouco tempo para a campanha e para nos apresentarmos às pessoas. Esse é um fator muito importante, a empatia que se cria com as pessoas durante a campanha. É óbvio que, há quatro anos, com dois meses para esse contacto acabou por ser pouco, as pessoas não nos conheciam bem. Durante quatro anos ficamos na oposição mas estivemos lá realmente a fazer oposição. Apresentamos propostas e quando tivemos que votar contra alguma decisão votamos, fizemos uma oposição construtiva. Também fizemos oposição fora da câmara, com boletins e comunicados que íamos passando à população e através das redes sociais, denunciando situações que para nós eram ilegais e mereciam ser denunciadas. Estivemos em todo o lado, em todos os momentos, a dar a cara para que as pessoas nos conhecessem. Pessoas essas que a certa altura começaram elas próprias a vir ter

connosco quando sentiam que o seu problema não estava a ser resolvido. Ou seja, as pessoas também foram percebendo que nós estávamos atentos e disponíveis para os ajudar, e isso também se notou durante a campanha, as pessoas já nos conheciam, já não perdemos tempo a ter que nos apresentar. Tem certamente passado as últimas semanas a inteirar-se dos assuntos camarários. Tem tido alguma surpresa? Como é sabido, nós decidimos avançar com uma auditoria, e daí não sei se virá alguma surpresa. No entanto, e tendo em conta que estou aqui há pouco tempo, desconhecia que a câmara funcionava de uma forma tão desorganizada, quer a nível de estrutura, quer ao nível das contas. Todos os dias sou surpreendido com despachos que tenho de fazer sobre compomissos assumidos pelo anterior executivo, compromissos esses que eram tratados de “boca” (obras e despesas de diversas origens), sem qualquer procedimentos concursais e que agora nos vêm ser pedidos, o que nos deixa numa situação complicada porque se não correram os procedimentos corretos, essas despesas não deviam ser pagas, mas por outro lado as obras estão lá e as pessoas têm direito a receber. É uma situação difícil de gerir e que me deixa surpreendido, da mesma forma que fico ao perceber que a dívida não são os tais 7 milhões de euros anunciados mas muito superior. Isto porque têm vindo ter connosco algumas pessoas e empresas que nos apresentam dívidas da câmara que desconhecíamos e que representam um valor avultado. São diversas as situações que nos apresentam, desde o caminho que precisava ser aberto e foi dito para avançar, mais uma vez sem haver qualquer procedimento, até aos funcionários a recibos verdes que nos vêm dizer: ‘o valor do recibo é o que está aqui mas o senhor x prometeu-me que me ia pagar mais uma determinada quantia’. Estas situações levaram-nos a pedir a tal auditoria que já foi falada. Neste momen-

to estamos a reunir algumas propostas de auditores para analisar e pretendemos dar início à auditoria entre o final deste mês e o início do próximo. Analisando as propostas com que se apresentou e a realidade que veio encontrar, antevê alguma dificuldade na implementação dos seus projetos? Á partida sim. Com uma câmara ainda mais endividada do que estava à espera, poderá por em causa alguns projetos. Por outro lado, a vontade que temos em reorganizar a câmara e aproveitar melhor o nosso trabalho, pode ajudar a libertar alguns recursos para investir. Claro que isto pode parecer aquele discurso de queixume apontando o dedo ao passado, mas não é isso. Mesmo nas condições existentes eu acredito que o nosso projeto vai avançar mas não podemos ignorar que a situação é má, e ainda temos que aguardar pelos resultados da auditoria. Feita toda essa análise, quais são então os projetos prioritários neste momento? Não sei se vai ser possível em quatro anos mas a questão da SUB, Serviço de Urgências Básicas, que encerrou em 2013, é um tema importante para nós. Também o problema das acessibilidades, que também não será em quatro anos que se faz a mudança desejada. A questão do tribunal, são tudo questões que vão levar o seu tempo e nós alertamos para isso mesmo durante a campanha. A minha primeira prioridade será organizar a câmara e pôr em ordem as contas do município, disso não haja dúvidas, essa será a nossa preocupação mais imediata e urgente. Até ao final do ano temos já marcada uma reunião em Lisboa para a qual vamos levar dois ou três dossiers que consideramos essenciais e pelos quais vamos lutar com toda a força mas estamos sempre dependentes das decisões do Governo e do Orçamento de Estado. Até agora essa reivindicação pelo concelho nunca existiu e isso agora vai mudar. Relativamente à reorganização da câmara, pode assegurar às pessoas que aqui trabalham que não vão perder o seu emprego? Dois dias depois de tomar posse, numa sexta-feira ao final do dia reuni todo o pessoal para uma reunião (obviamente alguns, por força das suas obrigações não pode estar presente mas foi-lhes entregue a mesma mensagem. Queremos perceber a estrutura, se há pessoal a mais, se há pessoal a menos, se há alguém que não esteja a desempenhar as funções que devia estar, etc. Não é minha vontade, nem da minha equipa despedir alguém por qualquer razão, seja ela política ou outra qualquer mas, mas também lhes disse olhos nos olhos que, se achar que alguém está a mais irei fazê-lo, acima de tudo para o bem da câmara. Era fácil fazer um comunicado e, quem está a recibos verdes terminar o seu vínculo nos prazos legais mas não é esse o nosso prin-

cípio. Se alguém for despedido é porque as suas funções não são necessárias nem é possível alocar a outro serviço. Numa prespetiva regional (CIM-Douro), é o único independente eleito. Em discussões a este nível pensa que a sua posição pode ser mais frágil perante as representações partidárias ou, por outro lado, acredita que pode trazer uma visão mais objetiva sobre os problemas da região? Na CIM-Douro, até ao momento, ainda só tive uma reunião desde que fui eleito. Como presidente da Assembleia Municipal ocupei também um lugar na Assembleia Intermunicipal, portanto já conheço algumas pessoas e o modo de funcionamento da instituição por isso não me parece que faça diferença pertencer a um ou outro partido. O facto de o novo presidente da CIM-Douro ser o seu homólogo de Sernancelhe é importante para haver uma maior sensibilização do organismo para esta área da região? Sobre essa questão, honestamente ainda é difícil responder. O presidente tomou posse à uns dias e ainda temos de perceber como será o seu mandato, as suas ideias. É uma pessoa que conheço há pouco tempo mas fiquei com uma boa impressão. Teve o cuidado de falar pessoalmente com os diversos autarcas, até para encontrar consensos ao nível dos secretários, pedindo sempre uma opinião. Por isso a primeira impressão foi bastante positiva. Quando à questão que coloca, a ideia que existe na CIM-Douro é que todos os autarcas têm o mesmo poder. Agora, resta perceber se a prática é essa. Teoricamente alguém que vem de um concelho semelhante ao nosso, tem uma sensibilidade maior para os problemas que aqui se vivem e isso pode ser importante para manter o tal equilíbrio. Para concluir a entrevista, se nos voltássemos a encontrar para uma entrevista, qual seria aquele projeto que gostava de dar como exemplo de algo que parecia impossível mas aconteceu? Daqui a quatro anos espero dizer que o meu concelho é mais conhecido lá fora e que as pessoas que aqui vivem se orgulhem ainda mais de serem de São João da Pesqueira. Já sentimos orgulho nas paisagens, na gastronomia, nos vinhos mas falta passar essa mensagem lá para fora, para chegar ao turista fazendo com que nos visite com mais regularidade. No que diz respeito a obras farei certamente algumas mas, como disse, os grandes projetos não dependem só de nós. Aí espero que no final destes quatro anos alguns desses dossiers estejam jjé bem encaminhados, em especial no que diz respeito às acessibilidades e alguns serviços. ■


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Vila Real

UTAD trata animais vítimas dos incêndios Um mês depois dos incêndios que atingiram a zona centro do país, no Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, encontramos cinco animais que continuam a recuperar dos ferimentos sofridos. Entre os cinco, quatro cavalos e uma cabra, são diferentes os ferimentos e os tempos previstos para que regressem a casa sendo que, uma égua, apresenta ainda um prognóstico bastante reservado. Cada um destes animais vivenciou a tragédia de forma diferente e todos escaparam a um fim quase certo. A pequena cabra, que entretanto é chamada carinhosamente de Vitória, foi a única do seu rebanho a escapar com vida. “O rebanho foi destruído e o dono ficou sem casa, sem rebanho, sem cortes e as pessoas de lá pediram ajuda e nós recebemos o animal” conta o Dr. Filipe Silva, médico no Hospital Veterinário. Na estóica fuga o animal acabou por partir uma perna, “agora está aqui com uma tala, na patita que partiu, está serena. Quando chegou tinha leite. Muito provavelmente teria filhos”. Tendo em conta a sua franca recuperação, “deverá sair dentro de três semanas”, no entanto coloca-se outra questão, não é sabido quem é o proprietário. A pequena cabra chegou trazida por um grupo de voluntários e apenas ficou um contacto telefónico escrito numa folha. “Não sabemos se o senhor já reconstruiu o que ardeu mas vamos contactar quem a trouxe para que possa voltar ao seu dono”, conclui o médico. Quiara é a égua que gera mais preocupação entre os seus tratadores. Escapou ao incêndio de Tondela e o seu prognóstico é muito reservado. “Este é um dos casos mais complicados que temos. Os quatro cascos estão em risco de cair. É um caso de muito, muito mau prognós-

> Alunos de medicina veteriária participam no tratamento

tico”. No entanto, Filipe Silva tem esperança que ela possa recuperar. “Para já está a aguentar. Está aqui há duas semanas, está a comer. Está a ser medicada para as dores. Tem feridas muito feias. A parte do traseiro está todo em carne viva. Deve ter passado a noite toda em cima de brasa, literalmente. O animal não deve ter encontrado uma zona livre de perigo e queimou-se em contacto com o chão quente. Mas para já ainda tenho esperança. Vamos aguardar”. “Tem uma espécie de palmilha para o apoio não doer tanto. Para lá dos cascos queimados tem também queimaduras de pele nas pernas e por isso é que tem aquela espécie de ligaduras nos membros. Esta, em termos de queimaduras é a pior”, explica o médico. Outro cavalo que chegou em risco foi o De Vito, vindo de Vieira do Minho. Ainda é possível perceber alguma dificuldade na respiração, já está bastante melhor mas ainda inspira bastantes cuidados. . “Inalou fumos e tem um problema respiratório complicado. Está muito mal apesar de estar um pouco melhor mas ain-

da não está livre de perigo. Chegamos a ter que o entubar para lhe dar oxigénio”. As próximas duas a três semanas serão cruciais para a Tiara e para o De Vito. Nas boxes ao lado encontramos mais dois cavalos, vindos dos incêndios de Oliveira do Hospital. Um deles é o Cenizo, “um macho. Está bastante queimado mas está francamente melhor. Foi um companheiro meu que nos alertou que eles estavam lá em Oliveira do Hospital e uma equipa da UTAD foi lá busca-los. Lá era impossível trata-los”. Cenizo e outros dois cavalos foram libertados pela sua proprietária na esperança que conseguissem escapar às chamas. “Um deles nunca chegou a aparecer e este apareceu no dia seguinte em muito mau estado”, afirma Filipe Silva. As melhorias em ambos são bem visíveis, no entanto os dois tiveram queimaduras de 2º grau e precisam de cuidados constantes, devendo ficar nas instalações da Universidade por mais algum tempo. O médico de animais da direção do Hospital veterinário da Universidade de Trás-os-Montes acrescenta que o esforço que diariamente

a equipa de médicos e enfermeiros faz para recuperar estes animais tem também sido uma boa forma de aprendizagem para todos, professores e alunos do curso de veterinária. “Porque o tipo de cuidado que eles necessitam é diário e várias vezes por dia. Limpar as feridas, administração de medicamentos, etc. E aí dá jeito ter uma grande equipa. Também o facto de alguns desses elementos serem alunos permite-lhes ganhar alguma experiência, estes são daqueles casos que estudamos mas que só colocamos em prática quando acontecem, não conseguimos simular este tipo de casos, nem eles são comuns, felizmente”. Nas próximas semanas os animais ficarão em repouso, principalmente os cavalos. Logo que possam vão dar os primeiros passos no picadeiro do hospital e, muito pela certa, haverão de ter sessões de fisioterapia, dentro de água na moderna piscina que o hospital Veterinário de UTAD construiu recentemente. Quanto à Cabra, dentro de duas semanas poderá voltar a passear pelos montes que não arderam, na serra da estrela. ■

> Dr. Filipe Silva - Médico e docente da HVUTAD


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Armamar

Armamar festeja Maçã de Montanha Realizou-se nos passados dias 20, 21 e 22 de outubro, em Armamar, a décima edição da Festa da Maçã, certame que tem registado um crescimento considerável no número de expositores e visitantes que recebe. Tradições e costumes, cultura, maçã, vinho, fumeiro e muito mais, tudo isto esteve presente na X Festa da Maçã de Armamar que, ao longo dos três dias em que se realizou, contou com diversos momentos de interesse pensados especialmente para a promoção do produto com maior destaque no concelho, a maçã de montanha. Com a ajuda do bom tempo que se fez sentir, a animação entre aqueles que visitaram o certame era evidente. “Viemos passar o fim-de-semana à Régua, falaram-nos nesta festa e viemos até cá para conhecer (…), estamos a gostar muito, é uma forma de conhecermos melhor as tradições e a cultura desta região”, afirmou Manuela Aires, natural de Lisboa em visita ao certame. Já a sua amiga, Maria Ortiz, vinda de Espanha salientava o ambiente que se sentia e ainda a simpatia das pessoas que a recebiam sempre com um sorriso no rosto, “Está a ser muito divertido, as pessoas são muito simpáticas e este ambiente de festa é fantástico”. Por sua vez, entre os expositores o ambiente foi também bastante animado com destaque para a forte afluência de visitantes que se fazia notar. “A feira está a ser

Maria Ortiz e Manuela Aires Visitantes oriundas de Madrid e Cascais, respetivamente

boa, com muita gente a visitar e isso é bom para nós a claro, para o concelho”, afirmou Fábio Aires, enquanto dava alguns doces feitos com maçã aos turistas que se aproximavam da sua banca. Já para Rosalina Paiva, produtora de maçã em exposição no certame, o destaque era para o produto maior destes dias, “as pessoas estão a aderir muito bem, falam sobretudo do sabor da maçã que dizem ser muito saborosa e doce”. Feliz pelo sucesso que o evento atingiu estava o autarca local, João Paulo Fonseca: “Temos superado aquilo que eram as nossas melhores expectativas, quer em número de expositores presentes, quer em número de visitantes. Aumentamos em 15% o número de expositores relativamente ao ano passado e aumentamos em mais de 100% o número de visitantes. Isto é sinal que a promoção que temos feito (da festa e do concelho), está a dar frutos”

“Esta já é a 10ª edição da festa. Inicialmente era uma feira das atividades locais, muito virada para dentro do próprio concelho. Há 3 anos houve uma aposta clara do município em transformar este certame num evento de promoção de Armamar para o exterior, não só para Portugal como também para o estrangeiro, daí termos não só a maçã mas também os vinhos, a gastronomia e as nossas tradições em exposição aqui. Queremos mostrar o que melhor fazemos”, afirmou ainda o edil. Exemplo da variedade de produtos presentes na Feira da Maçã foram os diversos expositores dedicados às alfaias agrícolas e outros produtos originais como é o caso de Tiago Rebelo que, em Armamar, expôs o seu fumeiro tradicional, “nós fazemos fumeiro tradicional e são esses sabores que queremos dar a conhecer às pessoas, o fumeiro como as nossas avós faziam e não o que agora se consome, muito industrializado”. Em ano de seca prolongada, não foi a falta de água que mais problemas trouxe aos agricultores, como Jorge Augusto da Associação de Fruticultores de Armamar (AFA) afirmou, “A seca não nos afetou muito porque temos uma vasta área onde a água é abundante e conseguimos, através da rega, minimizar os efeitos da seca, já o granizo de Julho foi uma catástrofe, foram percas muito avultadas, na região perdemos cerca de 40 mil toneladas”. Do programa da Festa da Maçã fizeram ainda parte diversos momentos musicais, culturais e desportivos como foram exemplos a apresentação do livro “Por cá e entre nós”, da autoria de Manuel Igreja e a presença de diversos ranchos folclóricos e grupos de cantares que circulavam pelo recinto. ■

Rosalina Paiva Expositora

Fábio Aires e Mulher Expositores


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Penedono

Mercado Magriço, a montra de Penedono Em São João da Pesqueira encontramos o único autarca independente do território da CIM-Douro. Manuel Cordeiro acredita ser possível fazer mais e melhor pelo concelho mesmo com os constrangimentos financeiros a que está sujeito. Foram milhares os visitantes que ao longo dos três dias passaram por Penedono para participar neste evento que é um retrato fiel da realidade socioeconómica do concelho. Para Carlos Esteves de Carvalho, presidente da Câmara Municipal, este evento serve para “afirmar as dinâmicas locais e fomentar o empreendedorismo, reunindo o que de melhor se faz no concelho”. Este é um projeto que tem vindo a crescer em dimensão e importância ao longo dos anos levando o autarca a estabelecer uma comparação curiosa quanto ao seu objetivo para os projetos que ali são apresentados, “este mercado resulta de um trabalho persistente, incentivando novas iniciativas. Resulta do querer estar presente como parceiros fieis, como se de uma criança se tratasse quando ajudamos a caminhar. Motivamos para os primeiros passos, acompanhamos até que comece a caminhar sozinha, estando nós em absoluta parceria, através do Gabinete de Apoio ao Empresário da Câmara, de modo a que os passos dados sejam cada vez mais seguros”. Para quem chega a Penedono pela primeira vez e visita este Mercado, pode ter uma ideia geral do que é o concelho, em que áreas se aposta a nível económico e do trabalho que as diversas associações levam a cabo.

A designação Mercado Magriço, surge como “fator diferenciador, em especial comparando com o que acontece noutros concelhos” afirma o autarca concluindo que “podia ser a Feira da Castanha, disto ou daquilo, mas seria sempre somente mais uma. Com este nome diferenciador tornamo-nos mais autênticos, mais abrangentes, nunca deixando de elevar a castanha enquanto nosso fruto de excelência, mas valorizando em paralelo outros produtos endógenos que também se afirmam neste concelho”. Para os expositores esta é também uma oportunidade de mostrarem o seu trabalho e os seus produtos. Diamantino Fernandes e Maria Patrocínia, produtores da região trazem para o evento “tudo o que se produz no terreno, castanha, noz, figo, etc.” Para este casal esta é uma oportunidade também “para escoar mais algum produto e dar a conhecer o trabalho que se faz ao longo do ano”, normalmente os clientes que têm são o setor hoteleiro e algumas lojas da região, ao cliente final vende-se pouco, por isso é importante estar presente no Mercado Magriço”. Também José Macieira tem uma banca onde vende vários produtos da região, apesar de o negócio não ser seu, “este negócio é da minha mãe, ela compra aos produtores e depois vende ao cliente final o produto tal como ele é ou já processado como é o exemplo das compotas ou dos licores”. Para José a participação num evento desta dimensão é também bastante importante, “é uma oportunidade de dar a conhecer o que fazemos e dar oportunidade a quem nos visita, em especial aos que são de fora, de levarem com eles um pouco daquilo que somos”. O Mercado Magriço leva, todos os anos milhares de visitantes até aquela vila medieval, não só com o intuito de visitar o certame mas também para participar em alguns eventos paralelos como foram exemplo este ano uma

montaria ao javali ou uma caminhada pelos olivais da região. José Silva é um desses visitantes, a boa disposição é notória talvez porque, como nos diz, já está “de barriga cheia”. Para este visitante oriundo da zona de Castelo Branco, este tipo de eventos são essenciais “para mostrar o que se faz por todo o país”. Quase de partida para casa, este visitante diz que leva com ele “a simpatia das pessoas” com quem se cruzou e um “conhecimento mais exato de Penedono, sobretudo em termos gastronómicos”. De regresso à conversa com o autarca Carlos Esteves de Carvalho, este deixa-nos a ideia que o Mercado Magriço deve ainda crescer nas próximas edições, pensando na promoção de outros produtos como foi feito ao longo dos anos com a castanha. “Pegando como exemplo a azeitona, hoje é prova evidente para os nossos agricultores que, de uma forma concertada em união convergente, os seus/nossos produtos podem ser olhados como fatores de crescimento. Refiro-me ao papel importante desempenhado pela Cooperativa de Olivicultores do Vale do Torto que estando no seu quarto ano de atividade, já exporta grande parte do azeite que produz para o estrangeiro, onde é vendido ainda sem o seu próprio rótulo. Hoje a Cooperativa cria a sua própria marca perspetivando continuar a apostar nos mercados internacionais com a sua própria marca, valorizando o produto, promovendo o nosso Concelho. Esta é uma das nossas ambições”. Outro motivo de orgulho para a organização é a Junça da Beselga, que este ano foi certificada e que tem um espaço de relevo no evento. O Mercado Magriço é portanto uma montra fiel do que Penedono tem para mostrar ao país e ao mundo, num evento que cativa quem o visita, não só pela excelência dos pro-

dutos e projetos ali apresentados mas também pela simpatia com que o visitante é recebido. ■

Diamantino Fernandes e Maria Patrocínia Expositores

José Macieira - Expositor


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Penedono

Cristina Ferreira: “De ano para ano o número de expositores vai crescendo e isso é sinal da vitalidade deste certame” Cristina Ferreira, vice-presidente da Câmara Municipal de Penedono é responsável pela organização do Mercado Magriço, um projeto que abraça com dedicação e prazer em mostrar o que de melhor se faz naquele concelho. Podemos dizer que o Mercado Magriço é a montra do concelho de Penedono? Sim, o Mercado Magriço vai já na sua oitava edição e é na realidade uma montra das potencialidades económicas do concelho de Penedono. Neste certame estão representados os empresários, os produtores, os agricultores, diversas associações desportivas e culturais, artesãos, entre muitos outros. O que pretendemos é divulgar as nossas potencialidades, dar a conhecer ao país e fora o que de melhor se faz. Somos um concelho rural, do interior e empenhados em caminhar lado a lado com os nossos agentes económicos. De ano para ano o número de expositores vai crescendo e isso é sinal da vitalidade deste certame. Consegue traduzir esse crescimento em números? No ano passado terão passado por cá cerca de 20 mil pessoas, este ano ainda não temos números certos, até porque não temos um

> Cestos feitos a partir da Junça da Beselga

sistema que nos permita aferir corretamente. As entradas são gratuitas e as pessoas vão deambulando pelos diversos espaços do Mercado. Quem visita este certame pode encontrar logo no início um espaço mais institucional, depois uma área dedicada às nossas empresas, deparando com um recinto central destinado à animação no evento e à venda de produtos locais como a castanha, o azeite, os frutos de casca rija, os licores, a doçaria, etc., terminando numa vasta área de restauração. No exterior proporcionamos uma exposição de máquinas agrícolas e automóveis ao longo do certame e, na manhã do último dia, o Concurso de Ovinos e Caprinos. Gostava ainda de destacar outras iniciativas como a Montaria ao Javali e a Caminhada pela Rota do Azeite. No fundo o nosso principal interesse é o de promover o concelho e o que de melhor se faz. Esses eventos paralelos ajudam a atrair mais gente de fora? Claro que sim. Tanto a montaria como a caminhada, que este ano foi dedicada à rota do azeite, obedecem a esse propósito. A realidade é que estas iniciativas são também muito importantes para promover a região. A caminhada permitiu aos participantes a oportunidade de percorrerem os nossos olivais, terminando na Cooperativa dos Olivicultores do Vale do Torto, na freguesia do Souto, onde tiveram a possibilidade de observar todo o processo

> Presidente e Vice-presidente do município

de produção, culminando numa prova de azeite. No regresso os caminhantes aproveitaram para apreciar a paisagem deslumbrante transportados num comboio turístico. Quais os desafios futuros para o Mercado Magriço? A génese do Mercado Magriço é sempre promover os nossos empresários e os nossos produtos. Este ano temos em exposição o artesanato em Junça da Beselga certificado, tratando-se do sétimo produção artesanal com certificação a nível nacional. Outra arte ancestral presente no certame é a Tecelagem de Castainço à qual o município está a dar uma especial atenção contribuindo para a sua revitalização. Este ano temos ainda uma outra unidade produtiva artesanal dedicada à apicultura. Esse projeto que me fala é um dos exemplos máximos do propósito deste Mercado, ou seja, um projeto que começa quase como um hobbie e se transforma num negócio próspero? Nos primeiros anos começamos por lançar desafios aos jovens empreendedores. Alguns deles acabaram por criar o seu negó-

cio com o apoio do município através do programa Penedono Empreende Emprego. É uma caminhada lenta mas sustentada, permitindo que, aqueles que cá estão não saiam e, ao mesmo tempo, tentar atrair pessoas de fora para que se estabeleçam no nosso concelho. Temos que apoiar os nossos jovens e as suas ideias para que estes se fixem e as desenvolvam contribuindo assim para o nosso crescimento e desenvolvimento. Para quem visita, pela primeira vez, este certame, qual é a mensagem que o município quer lançar? Acima de tudo desafiamos as pessoas a vir conhecer Penedono, conhecer o nosso património natural e edificado, as nossas potencialidades económicas. Convidamos também para degustarem as nossas castanhas, em especial a variedade Martaínha, o azeite, os frutos de casca rija e toda a doçaria ligada à castanha. Acredito que quem vem pela primeira vez fica maravilhado com o Castelo de Penedono e demais património cultural existente, o Hotel Medieval em pleno Centro Histórico da vila, tudo ótimas razões para que nos venham descobrir. ■


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Confraria da Castanha entroniza novos confrades Teve lugar no passado dia 28 de outubro, no Centro das Artes de Sernancelhe, o 5º Capítulo de Entornização da Confraria da Castanha As honras da receção tiveram lugar no Auditório Municipal pelo Presidente da autarquia, Carlos Silva Santiago, pelo Mordomo-mor, Alberto Correia, pelo representante da Con-

fraria madrinha, a das Almas Santas da Areosa e do Leitão, Castro Madeira, em representação da FPCG, falou Joaquim Almeida, o PAG, João Ferreira que deu a palavra à professora da UC, Margarida Neto para proferir a Lição Confrádica, sob o tema “Evocando o professor doutor João Fraga de Azevedo”. O encerramento desta sessão foi feito pelo autarca de Penedono Carlos Esteves Carvalho dando lugar a um momento musical antes do cortejo rumar à Igreja Matriz, onde o pároco José Miguel Almeida procedeu à saudação e

Douro terá financiamento para fomento do empreendedorismo Está a decorrer segunda fase de candidaturas ao SI2E - Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego, programa de incentivo ao empreendedorismo e emprego que financiará investimentos até 100 mil euros. Potenciar a empregabilidade, estimular o empreendedorismo qualificado, e contribuir para o aumento da coesão social do território, são os objetivos principais desta importante medida que está a ser gerida pela Associação do Douro Histórico (ADH). Os beneficiários desta medida serão as

micro e pequenas empresas, para que possam potenciar novas dinâmicas nas suas atividades tirando proveitos futuros em termos de mais-valias. Incluídas estão entidades que exercem atividade artesanal bem como outras atividades de cariz individual ou familiar e grupos de pessoas ou associações que contemplem no seu funcionamento qualquer atividade económica. Segundo a ADH, este tipo de incentivos são de relevante importância devido ao efeito catalisador que podem ter na região em termos de investimento e empregabilidade, contribuindo também para a fixação de pessoas e a sustentabilidade das zonas rurais. A ADH abrange os concelhos de Sabrosa, Mesão Frio, Vila Real, Alijó, Murça, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua. ■

bênção das insígnias. Após a leitura do juramento por parte dos novos confrades, foram ainda entronizados os confrades de honra, a Escola Profissional de Sernancelhe, representada pela sua directora Ana Chaves e a docente universitária, Margarida Neto, e ainda os confrades institucionais, , Junta de Freguesia do Carregal, representada pelo seu presidente, Vítor Rebelo. União de Freguesias de Ferreirim e Macieira, representada pelo seu presidente, Jaime Ferreira. União de freguesias de Sernancelhe e

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Sarzeda, representada pelo seu presidente, Rafael Lopes. No final da cerimónia houve ainda tempo para a habitual “fotografia de família” junto ao pórtico da igreja, rumando em cortejo até ao Centro Municipal de Artes onde decorreu uma prova de espumante “Terras do Demo”, acompanhada de produtos tradicionais locais. No final todos os participantes tiveram lugar no habitual almoço com uma ementa à base de castanha. ■

Vila Real abastecida com água da barragem do Pinhão Devido ao prolongado período de seca o concelho de Vila Real passou a ser abastecido de água pela barragem do Pinhão abandonando assim o abastecimento feito a partir da barragem do Sordo que apresenta níveis preocupantes. A informação foi dada por Rui Santos, autarca vila-realense que se mostrou preocupado com a situação, “acertamos com a empresa Águas do Norte que o concelho de Vila Real passaria a ser abastecido pela barragem do Pinhão, abandonando o abastecimento da barragem do Sordo porque está com uma reserva de água já com um nível muito preocupante”, afirmou aos jornalistas. Situada na zona de Torre do Pinhão, concelho de Sabrosa, a barragem que agora abastece Vila Real tem uma capacidade de armazena-

mento de 4,2 milhões de metros cúbicos de água e entrou em funcionamento em 2007. Normalmente o abastecimento do concelho gerido por Rui Santos é feito pela barragem do Alvão mas, os níveis críticos que esta apresentava tinham já levado ao corte desse fornecimento há alguns meses. Rui Santos afirmou ainda que foram dadas ordens “aos serviços para que não haja regas com água pública em nenhum dos jardins”, assegurando ainda que a problemática da água tem sido acompanhada pelo executivo e que o “abastecimento de água para consumo humano foi garantido em toda a extensão do concelho de Vila Real”. “Água. Poupe agora... para não faltar depois!” Este foi o mote da campanha de sensibilização que a Empresa Municipal de Água e Resíduos (EMAR) de Vila Real promoveu junto da população e que, segundo o edil, tem tido resultados positivos, “a nossa campanha, a chamada de atenção, julgo que foi bem apreendida e permitiu-nos chegar ao dia de hoje sem nenhum problema de maior”. ■


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Linha do Douro: Encerramento gera preocupaçã

Com as primeiras notícias sobre o encerramento da Linha do Douro na comunicação social começaram a surgir as primeiras reações Texto e Fotos: Carlos Almeida

As primeiras notícias chegaram através da comunicação social e na região do Douro, entre autarcas, comerciantes e população começaram logo a surgir as primeiras reações de receio e preocupação sobre o futuro da mesma, trazendo à memória outros casos como o encerramento da Linha do Tua e da Linha do Corgo que ligava Peso da Régua a Vila Real. Depois de lançado o alarme a Infraestruturas de Portugal (IP) veio anunciar que o falado encerramento seria temporário e teria em vista uma maior rapidez na conclusão das obras de eletrificação da linha que decorrem desde 2015. O problema é que, embora sejam só 16 quilómetros que fecham, a linha do Douro tem ainda mais 111 quilómetros que se prolongam até à Régua e Pocinho, que ficam assim desligados do Porto e da rede ferroviária nacional. E mesmo que sejam assegurados transbordos rodoviários aos comboios para o Douro interior, o impacto na procura é sempre negativo porque implica para

os passageiros mudarem duas vezes: primeiro do comboio para o autocarro e depois do autocarro para o comboio. Uma das primeiras vozes que se levantou perante esta possibilidade foi a do presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, que, logo no seu discurso de tomada de posse se mostrou bastante indignado com a situação. “Lamento que não tenha sido dado conhecimento aos autarcas desta intenção que, segundo parece, é para a IP a forma mais fácil de resolver os problemas, mas isto tem implicações muito sérias”, disse. Uma delas, segundo afirmou ainda, “é que, depois de reabrir a linha, é difícil recuperar o mercado que entretanto se perdeu”. “Além disso, pela experiência que tenho naquilo que vejo das obras ferroviárias, os prazos nunca são cumpridos e os três meses podem ser um ano” concluiu José Gonçalves. Outra preocupação do autarca é com o impacto no turismo pois a época baixa no Douro é cada vez mais curta e há mais gente a querer viajar no comboio por motivos de lazer.

Outra voz que mostrou indignação contra a decisão foi o presidente do muni-

cípio de Mesão Fio, Alberto Pereira afirma-se contra o encerramento, em especial tendo em conta o fluxo turístico da região e o impacto que esta medida pode ter. “Estou cem por cento contra! O Douro está a ter uma procura turística como nunca e essa solução seria muito má, tanto para os turistas como para as populações”. Segundo o autarca, os trabalhos na linha deveriam acontecer durante as “horas mortas”, evitando o encerramento da linha e evitando os constrangimentos que pode causar. Operadores turísticos e comerciantes também estão expectantes Idênticas preocupações têm os operadores dos cruzeiros fluviais, que contam com a via-férrea para os seus pacotes turísticos na região. Matilde Costa, porta-voz das empresas Barcadouro, Rota do Douro, e Tomaz do Douro, teme que esta interrupção – que está prevista para os meses de Inverno – resvale para a Primavera, que é quando iniciam os cruzeiros. “É muito mau se isso vier a acontecer


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Destaque VivaDouro

ão

s de preocupação, em especial tendo em conta o encerramento de outras linhas na região como a do Corgo ou Tua.

pois assim não sabemos quando podemos avançar com o material promo-

cional para a próxima época”, disse, lamentando que nem a Infraestruturas de Portugal, nem a CP, lhes comuniquem estas alterações. “O pior disto tudo é a incerteza. Já estamos habituados a gerir a incerteza, mas esta é mais uma que pode ter impacto negativo porque as pessoas gostam muito da parte do comboio nos programas turísticos”. O facto de o encerramento estar previsto para uma época de menor movimento faz com que Rui Cardoso não se preocupe em demasia. “Tendo em conta que é época baixa o impacto será menor, nesta altura não há muita gente a viajar, o turismo nesta altura do ano é pouco e são poucas as pessoas que utilizam a linha não sendo em passeio”. Na praça de táxis de Peso da Régua, apesar das notícias não serem tão negativas como numa primeira fase pareciam ser, Urbano Sousa, taxista há 42 anos, mostra-se ainda um pouco expectante para ver o que realmente irá acontecer. “Segundo o que se sabe, vão ser colocados transportes alternativos mas ainda não se sabe de que forma isso será feito. Os utilizadores do com-

boio é que são quem mais vai sofrer, dependendo da forma como o transbordo em autocarro será feito a viagem pode ser mais demorada e isso pode ser um problema para quem tenha compromissos marcados”, afirma. No que diz respeito ao serviço que presta, Urbano Sousa tem uma visão menos derrotista vendo mesmo aqui uma oportunidade de negócio. “As pessoas ao chegarem aqui e verem que o comboio será mais demorado e que têm de fazer os transbordos podem querer fazer a viagem de táxi, juntam-se 3 ou 4 dividindo o custo da viagem, acabando por ser vantajoso para nós”, diz-nos sublinhando que “o transtorno será sempre para as pessoas que se vêm obrigadas a procurar a melhor solução”. É também a pensar nas pessoas que Fernando Almeida, dono de um quiosque no largo da estação da Régua, expressa a sua preocupação. “Para as pessoas isto vai ser muito chato, muita gente sai daqui de comboio para o Porto para irem a consultas médicas, em especial pessoas já com uma idade avançada. Se são pessoas idosas e com problemas de saúde, certamente que este entra e sai entre

comboio e autocarros será uma situação desagradável”. A procura na linha do Douro tem vindo a aumentar, em grande parte justificada pelo boom turístico. Em 2014 a CP transportou 737 mil passageiros neste corredor, número que subiu para 818 mil em 2015 e para 838 mil no ano passado. As estimativas para este ano apontam para um novo recorde de viagens e de número de passageiros, o que demonstra a importância desta ligação para o Douro. Reunião em Lisboa trouxe garantias e alguma tranquilidade Já durante este mês de Novembro os autarcas de Peso da Régua, Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião deslocaram-se a Lisboa onde estiveram reunidos com o Secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins e responsáveis da CP, que asseguraram que o encerramento seria feito apenas por três meses e no período de maior acalmia no movimento. Assim o encerramento da linha ficou planeado para os meses de Novembro e Dezembro de 2018 e Janeiro de 2019. Da reunião resultou a garantia de que o prazo de encerramento será cumprido à risca não devendo ser ultrapassado e durante o qual será criada uma rede de transporte entre as duas estações com a máxima eficiência e o mínimo tempo possível de transporte. Outra certeza saída deste encontro é o melhoramento da restante linha, entre Marco de Canaveses e Peso da Régua, estando para breve a fase de avaliação do impacto ambiental, perspectivando-se para início de 2019 o lançamento da respectiva empreitada. Outra reivindicação da região quanto a este transporte é a ligação a Espanha que poderia permitir uma ligação mais rápida ao país vizinho, não só de passageiros mas, em especial, de mercadorias. Durante a reunião foi dito aos autarcas durienses que esta é também uma preocupação do atual governo e que este é um dos investimentos que irão ser discutidos e definidos em 2018 e que serão incluídos no próximo quadro comunitário.


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Para Domingos Carvas, autarca sabrosense, esta deve ser uma das grandes preocupações da ferrovia para a região, a ligação a Espanha. “O encerramento de qualquer serviço na região é um problema e uma preocupação para nós, mesmo que temporário é sempre um transtorno. O facto de estas obras serem feitas em “época baixa” minora os problemas em especial para as pessoas, quando falamos de mercadorias é diferente, aí os constrangimentos podem ser maiores. No entanto temos que pensar que apesar dos problemas

> Praça de Táxis da Régua

no imediato, esta será uma obra favorável para a região. A hipótese de voltar a abrir a linha até Espanha é que deve ser a nossa bandeira, costuma dizer-se que o que trás, leva, mas neste caso eu acho que traria mais do que levaria, ou seja, traria mais gente à região e levaria daqui as mercadorias (trazendo, indiretamente, capital), por isso acho que essa deve ser a nossa luta e esta pode ser uma boa oportunidade para fazermos passar essa mensagem”. O facto de as informações chegarem a conta-gotas não permitiu ainda às

populações e agentes económicos ficaram descansadas quanto a esta solução. Rui Cardoso, taxista na praça da estação ferroviária do Pinhão desconhecia a possibilidade de encerramento temporário da Linha, “não sabia de nada, nestas coisas nós sabemos depois de acontecerem”, afirmou. Os exemplos negativos do passado Muita da exaltação causada por esta decisão da IP em encerrar a Linha do Douro deve-se a outros

exemplos de ferrovias encerradas na região. O abandono da Linha do Corgo teve início ainda durante os governos de Cavaco Silva, com o encerramento do troço entre Chaves e Vila Real em 1990. Em 2009, o troço restante da linha, entre Vila Real e a Régua, foi encerrado para obras, vindo a ser definitivamente encerrado já pelo atual governo no início de 2012, caindo assim por terra a réstia de esperança que ainda existia de ver esta linha recuperada e que muitos defendem como mais um fator de atração turística para a região. A Linha do Tua é outro exemplo, esta talvez o mais mediático. Ao longo dos anos a linha foi deixada quase ao abandono chegando ao ponto de resultar em diversos acidentes que acabaram por resultar em vítimas mortais. A perigosidade da linha, o custo elevado do seu melhoramento e a mais-valia energética da construção de uma barragem foram os argumentos que levaram ao encerramento desta linha centenária indo contra os desejos das populações que desde sempre cresceram próximas da ferrovia. Os diversos movimentos criados, as manifestações e abaixo-assinados que foram feitos mostraram-se insuficientes para demover o Governo de José Sócrates de avançar com a construção da barragem Foz-Tua que este ano ficou concluída. ■


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Reflorestação do Parque do Tua testa método inovador A reflorestação da área ardida este ano no Parque Natural Regional do Vale do Tua (PNRVT), vai ser feita com um método inédito em Portugal, que promete mais resistência das plantas à seca. Segundo os responsáveis do parque, as novas árvores serão plantadas num recipiente “feito a partir de pasta de papel reciclado, desenhado especificamente com o intuito de reduzir o desperdício de água e aumentar a taxa de sobrevivência das plantas”, um método importado dos Países Baixos e que agora será colocado em prática nos concelhos de Murça e Alijó, numa área de 60 hectares da microrreserva do rio Tinhela e que pertencem ao PNRVT. “Mais do que substituir as árvores ardidas, o Parque Natural Regional do Vale do Tua vai introduzir um equipamento inovador, nunca até agora usado em Portugal, e que responde às necessidades imediatas de garantir uma maior taxa de sobrevivência às

espécies replantadas e combater as dificuldades sentidas em zonas áridas, particularmente em anos de seca prolongada, como foi o caso”, adiantam as mesmas fontes. Pedro Leote, biólogo que coordenou a preparação do projeto, explicou como se irá processar a plantação: “Trata-se de um recipiente feito a partir de pasta de papel reciclado, com a designação comercial de Growboxx, que vai ser introduzido no solo juntamente com a planta, permitindo que a sua raiz cresça livremente e sem ter nenhum efeito poluidor do solo, reduzindo o desperdício de água, aumentando assim a taxa de sobrevivência das plantas. O objetivo é permitir a germinação e cultivo sustentável, a nível económico e sobretudo hídrico, em zonas áridas ou afetadas por secas, por todo o país”. O projeto foi submetido para financiamento ao Prémio ICNF 2017 “Uma Ideia Natural”, uma iniciativa do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, em parceria com o Fundo Ambiental, que financia, até 50 mil euros, as candidaturas que melhor respondam aos seguintes critérios: Manutenção de Habitats; Recuperação de Espécies; Restauro de Habitats; Valori-

V.N. Foz Côa | Vila Real

zação de Territórios. Apesar da candidatura, Artur Cascarejo, diretor do parque veio já assegurar que “com ou sem apoio o projeto vai avançar”. A primeira fase do projeto avançará em breve com “as medidas de engenharia natural para a estabilização das vertentes e redução da erosão dos solos, enquanto se vai também fazendo a recolha de propágulos de espécies silvestres e a aquisição de plantas já germinadas em viveiros”, referem os responsáveis. De seguida será feita a plantação seguindo o método apresentado, nas freguesias afe-

tadas, seguindo-se a sua monitorização, uma das principais componentes do projeto “não apenas porque permite com celeridade intervir e substituir as plantas que não sobreviveram, mas porque vai permitir aferir os reais resultados do equipamento que aqui vai ser usado pela primeira vez em território nacional”. Artur Cascarejo não tem dúvidas que “estes equipamentos vão funcionar muito bem” podendo mesmo ser “uma estratégia a replicar dentro” da área protegida, no resto da região transmontana e no país. ■

Centro Oncológico de Vila Real reivindica novos equipamentos, especialistas e obras Abriu portas há cerca de uma década reduzindo drásticamente o número de deslocações dos utentes aos hospitais do litoral. Agora a administração vem alertar para a necessidade de mais profissionais, um segundo acelerador linear para aumentar os tratamentos e obras de ampliação. Depois de Lisboa, Coimbra e Porto, o Centro Oncológico de Vila Real foi o primeiro a abrir portas no interior do país dando resposta às necessidades dos utentes desta região. Segundo João Oliveira, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), só neste último ano aumentou 32% o número de doentes tratados nesta unidade. O objetivo atual é melhorar o serviço

prestado e aumentar a capacidade de resposta, para isso serão necessários alguns investimentos, na aquisição de um novo acelerador linear, o “upgrade” do atual que se encontra em funcionamento desde a inauguração, mais especialistas da área e obras de ampliação do atual edifício. Já em Maio, durante uma deslocação a Vila Real, o ministro da Saúde anunciou a aquisição deste novo equipamento para reforçar a unidade de radioterapia do Centro Oncológico do CHTMAD, um investimento que poderá rondar os cinco milhões de euros e vai permitir introduzir novas técnicas de tratamento. O presidente do conselho de administração, João Oliveira, aguarda com “muita expectativa” a autorização para a aquisição deste segundo acelerador linear por parte dos ministérios da Saúde e das Finanças, esperando que a mesma seja dada ainda até ao final deste ano. “Até agora ainda não aconteceu, mas sei que o senhor ministro está muito empenhado em fazer essa aprovação, que não depende exclusivamente dele. É um equipamento absolutamente necessário”,

salientou. De acordo com o mesmo responsável, o equipamento atual “atingiu o estado de lotação total nos últimos meses”, referindo ainda que este equipamento já está “no limiar de tratamentos que consegue fazer”, mesmo “trabalhando 12 horas por dia”. “Os profissionais têm-se desdobrado para a utilização deste equipamento, mas, infelizmente, as condições técnicas não permitem mais, por isso é absolutamente necessário termos o segundo acelerador linear e a seguir fazer um ‘upgrade’ ao atual para lhe prolongar o tempo de vida e para tratar mais doentes também”, sublinhou. A aguardar autorização está também a possibilidade de contratar mais profissionais, como oncologistas e técnicos de radiologia. Já no que diz respeito às obras de ampliação do edifício, esse é um projeto a médio prazo mas que é considerado essencial para o crescimento da unidade e para o melhoramento do serviço prestado. “Sendo o cancro uma doença tão comum, não tem sentido haver um grande

número de doentes a deslocar-se todos os dias centenas de quilómetros para fazer o tratamento”, afirmou, Miguel Barbosa, diretor do serviço de oncologia do CHTMAD, concluindo que é por esta razão que se “pretende é que o doente seja tratado o mais próximo de casa possível”. Tendo já evitado centenas de deslocações ao litoral para tratamento, o centro oncológico de Vila Real assinou recentemente um protocolo com a Unidade Local de Saúde do Nordeste para o tratamento de pacientes no Hospital de Macedo de Cavaleiros. Em 2016, foram realizados 8.000 mil tratamentos no centro oncológico. Até ao final de 2017, prevê-se que sejam atingidos os 12.000 tratamentos, juntando os números de Vila Real e de Macedo de Cavaleiros. Nesta região, onde as doenças oncológicas são a segunda maior causa de morte a seguir às doenças cardiovasculares, os principais cancros detetados são os relacionados com o foro digestivo (intestino e gástrico), seguidos dos da mama e próstata. ■


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Vários Concelhos

Ex-comandante dos Bombeiros de Penedono investigado pela Judiciária O ex-comandante dos Bombeiros Voluntários de Penedono está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ), suspeito de participação económica em negócio e abuso de poder. Em causa estão negócios efetuados por António Nogueira, ao longo de pelo menos quatro anos, com a empresa Luis Figueiredo, de Aveiro, fornecedora de material de combate a fogos. Comandante da corporação de Penedono durante 18 anos, António Figueiredo viu a sua comissão não ser renovada no início de 2017 ficando agora a saber-se que a decisão teve por base as suspeitas de crimes económicos em que terá participado, sendo-lhe assim retirada toda a confiança. Numa investigação da rádio Antena 1 foram dados a conhecer alguns pormenores sobre as suspeitas que recaem sobre o ex-coman-

dante já tendo mesmo sido apresentada uma queixa ao DIAP por parte do presidente a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penedono, José Maria Silva. “Entregamos um dossier onde demonstramos, através de documentos, inúmeras irregularidades, negociatas e outras coisas graves. De tal forma que o DIAP considerou passível de investigação por participação em fraude económica e abuso de poder”, afirmou José Maria Silva aos microfones da Antena 1. Em causa poderão estar vários negócios entre os quais a aquisição de uma viatura de combate a incêndios no valor de 21 mil euros, à empresa Luís Figueiredo, viatura essa que foi omitida da fatura que a empresa passou à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), responsável pelo pagamento. Inquirida a empresa sobre este negócio a mesma afirma que nunca recebeu o valor correspondente à aquisição da viatura, no entanto não existem provas de que a empresa tenha tentado receber esse valor. O carro

de combate surge no relatório de contas da corporação, estando no entanto em situação ilegal pois não existe o recibo comprovativo do seu pagamento. Apesar de não fazer parte das competências do comando dos bombeiros, participar na gestão da Associação Humanitária, existem documentos (aos quais a Antena 1 teve acesso) que provam que António Figueiredo ignorava essas diretrizes, existindo mesmo uma nota onde o ex-comandante informa que existe um crédito de 13 mil euros na empresa Luís Figueiredo, relativo a material que não foi entregue. Vera Alegria, responsável pela parte administrativa de secretaria e por quem passam todos os documentos da associação, admite estranheza e revolta com algumas decisões. “Se em 2013 ficou material por vir, porque é que em 2015 foi pedir o mesmo material à mesma firma? Sabendo ele (António Figueiredo) que aquele material que foi faturado por aquela empresa nunca chegou, eu não consigo compreender. Eu como bombeira voluntária presto o meu serviço de forma gratuita e saber que alguém se tenta aproveitar, denegrindo a nossa imagem, é algo que não consigo entender”. A fatura em questão tem um valor de cerca de 12 mil euros e refere-se a diverso material de combate a incêndios como pás e agulhetas, e ainda 66 lanços de mangueira, mais do dobro dos necessários para equipar todos os carros da corporação. Maria José Pimentel, presidente da mesa da assembleia da associação humanitária é outra das vozes que se levanta contra o ex-comandante, lembrando mesmo algumas palavras deste na última reunião e que ficaram escritas em ata: “A ANPC paga tudo, basta saber fazer as coisas. Eles (ANPC) sabem que as corporações sobrevivem com os créditos conseguidos durante a época de incêndios”.

Tendo em conta os factos, foi então decidida a não renovação da comissão de serviço do comandante, no entanto este tentou por todos os meios manter-se no cargo, sendo nomeada uma Comissão Arbitral que confirmou o afastamento. “Havia situações duvidosas em várias áreas relativas à gestão dos Bombeiros de Penedono ao nível das contas, compras e vendas e outras situações graves. Como não obtivemos respostas satisfatórias por parte do comando este perdeu a nossa confiança e decidimos não renovar a comissão de serviço”, afirmou o presidente da associação humanitária. Já no decorrer de 2017 foi então nomeado um novo comandante, Nuno Sanina, que tomou posse em Julho, no entanto, um mês depois, a ANPC revogou o despacho onde promulgava a nomeação, deixando um vazio no comando da corporação. A situação preocupa a direção da associação que já fez chegar essa preocupação ao comando nacional, “temos falado muitas vezes mas não sei o que se pode fazer, dizem que os juristas estão a analisar o caso mas não entendo o que estão lá a fazer para demorar tanto tempo”. Para Jaime Marta Soares, Presidente da Liga Portuguesa de Bombeiros, este é mais um sinal da falta de competência que se vive na ANPC. “A autoridade tem que repor a legalidade. Se nomeou e homologou um novo comandante, deve assumir essa decisão. Não conheço o caso a fuundo mas dá para entender que existe aqui falta de competência por parte da ANPC”, afirmou. A Antena 1 tentou obter testemunhos da ANPC e de António Fugueiredo, no entanto, ambos se mostraram indisponíveis para responder à rádio pública. O caso está a ser investigado pelo Ministério Público por alegada participação económica em negócio e abuso de poder. ■

CCDR-N promove prémios “o norte somos nós” Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), enquanto entidade gestora do programa NORTE2020, promove os prémios “O Norte Somos Nós”, com o intuito de reconhecer publicamente projetos inovadores, que tenham sido apoiados pelo “ON.2 – O Novo Norte”, programa inserido no QREN.

Para os prémios foram analisados mais de 6 mil projetos com grande mérito regional tendo a CCDR-N identificado os 21 finalistas, que agora se apresentam a votação, divididos por 7 categorias. Entre os promotores dos projetos selecionados estão empresas, grupos de investigação e instituições públicas, reconhecidas por investimentos que fizeram nas áreas da Competitividade, Inovação, Investigação, Inclusão, Qualificação, Sustentabilidade e Património. A votação é pública e será feita online no site http://onortesomosnos.jn.pt, entre os dias 3 e 24 de novembro, sendo depois conhecidos no decorrer da Gala

da Entrega dos Prémios O Norte Somos Nós, que se realiza a 30 de novembro,

pelas 21h00, no Museu do Carro Elétrico, no Porto. ■


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Vila Real

A economia social esteve em debate na UTAD Foi no auditório de Geociências da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que teve lugar mais um Fórum da Economia Social, subordinado ao tema: “A coesão territorial e a valorização do interior, no passado dia 4 de novembro. Organizado pela Associação Portuguesa de Management (APM) e pela UTAD (Departamento de Economia, Sociologia e Gestão - DESG), o fórum contou ainda com o apoio de diversas entidades, tais como: a Associação dos Amigos de Pereiros, as Cooperativas Agrícolas de São João da Pesqueira, Castanheiro do Sul e Penela da Beira, Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES), entre outras. O evento, que juntou vários nomes influentes na região, como o Professor Fontaínhas Fernandes, Reitor da UTAD, António Silva Fernandes, Presidente da Associação dos Amigos de Pereiro, Emídio Gomes, vice-

-reitor da UTAD, entre muitos outros, pretendeu discutir a realidade do território, mostrando alguns dos exemplos positivos e discutindo caminhos para o futuro da região neste setor. Um dos exemplos positivos do trabalho no campo da economia social vem da CASES, dirigida por Eduardo Graça, esta cooperativa envolve diversas associações de cariz cultural, desportivo e outros, grupos de folclore, e muitas outras entidades, orientando-as e dando-lhes apoio para um desenvolvimento sustentado. Também o exemplo da Cooperativa Agrícola de Moimenta da Beira foi destacado pelo trabalho que tem desenvolvido na promoção dos produtos que representa, levando o nome do concelho mais longe, apostando num trabalho sólido e comprometido com os seus colaboradores. Presença notada no evento foi a do novo autarca de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, destacando-se como único autarca a participar neste fórum. No final dos trabalhos os presentes tiveram oportunidade para um momento de confraternização durante o almoço no restaurante panorâmico da universidade. ■

> Mesa que deu inicio ao Fórum da Economia Social

> Silva Fernandes à conversa com João Leite

> Silva Fernandes a ser felicitado pelo Reitor da UTAD

> Emidio Gomes no uso da palavra


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Vários Concelhos

Douro vive seca extrema A seca que está a afetar o sul da Europa é particularmente severa na Península Ibérica. O mês de Outubro, em Portugal, foi o mais quente dos últimos 20 anos. Em Espanha, a nascente do rio Douro está praticamente seca e as albufeiras das barragens registam valores mínimos recorde. Os habitantes dos Picos de Úrbion não têm memória de um ano assim. A nascente do rio Douro, a mais de 400 quilómetros da fronteira com Portugal, está seca. A neve, que nesta altura do ano, deveria cobrir por completo a montanha com mais de dois mil metros de altitude, foi substituída por temperaturas de mais de 25ºC. A situação que se vive é grave e, apesar de as populações continuarem a ter água nas suas torneiras, obriga a uma gestão, cada vez mais rigorosa dos nossos consumos evitando males maiores no futuro. Uma das áreas em que a seca é mais notória é na agricultura. Culturas que ficam aquém da sua produção por falta de chuva na altura de desenvolvimento dos frutos e animais que têm de ser alimentados com palha comprada devido à falta de pastoreio, “está tudo seco, nesta altura já devíamos ter uma vida mais tranquila, era só colocar os animais nas pastagem e recolher ao final do dia mas este ano, em novembro, continuamos a trabalhar como se fosse verão”, diz um criador de gado da zona de Penedono. Autarquias tomam medidas para combater seca Para minimizar o efeito da seca, diversas autarquias da região têm levado a cabo diferentes iniciativas e posto em prática algumas medidas. É o exemplo de Penedono onde já em julho, olhando às previsões que davam conta de um prolongamento do tempo quente levaram o executivo liderado por Carlos Carvalho a lançar uma campanha de sensibilização para a utilização deste bem. “A falta de água é uma preocupação natural e é de lamentar que o Governo, na pessoa do Ministro do Ambiente venha só agora, em finais de outubro, alertar para os problemas da seca. Aqui em Penedono começamos a preocupar-nos logo em Julho quando reparamos que as nossas reservas estavam a diminuir e as previsões (que à distância não são 100% assertivas mas são fiáveis), apontavam para a ausência de chuva por um longo período. A sensibilização é difícil de fazer porque há hábitos instalados que é preciso alterar e isso não acontece de um dia para o outro, é um trabalho que leva o seu tempo. As pessoas

têm que pensar que pequenos gestos podem ajudar a mudar esta situação, aqui em Penedono pedimos às pessoas para nos darem “um minuto de atenção”, e nesse minuto pode ser poupada muita água, através de pequenos exemplos que damos. Neste município nós gerimos a nossa própria água e, usando camiões cisterna temos garantido água em todas as populações, vamos ver se iremos conseguir manter a situação controlada. Não pretendemos alarmar ninguém mas a verdade é que as pessoas têm de estar atentas a este problema antes que ele se agrave”. Em são João da Pesqueira a falta de água às populações ainda não se fez sentir, no entanto esta é uma preocupação para o recém-eleito autarca, Manuel Cordeiro. “Não temos tido problemas de abastecimento até agora. É claro que nos preocupa o futuro, se a situação se mantiver assim podemos vir a sentir alguns problemas como já se vão verificando em outros concelhos. Na agricultura, é onde se sente mais este problema, isso notou-se já nas vindimas e na castanha e também se nota na azeitona. Aí sim, podemos dizer que o efeito da seca foi nefasto. Agora, no abastecimento às populações, aí não temos tido problemas. Vamos lançar uma campanha de sensibilização mas não sabemos qual o meio que vamos utilizar, poderá ser através de um edital ou do boletim municipal. Temos a obrigação moral de o fazer no sentido em que mostramos a nossa solidariedade com o país e o mundo”. Também na vila de Sabrosa, Domingos Carvas, presidente da câmara, mostra preocupação com a situação que se vive. “A seca é um problema atual e que se vai agudizar com o passar dos anos. Temos alertado os nossos munícipes para a gestão inteligente que deve ser feita deste recurso, no entanto, o que percebemos é que, quanto maior é a seca, maiores são os consumos de água, até porque estamos numa zona rural e muita gente usa a água da rede para regar o seu jardim e a sua horta. Temos de saber contrariar isso dando

o exemplo, este ano regamos todos os jardins do concelho com água não tratada, reduzindo esse consumo. O que pensamos é que, enquanto as pessoas tiverem água na torneira não darão o devido valor a este problema. Um dos entraves que temos nesta luta poderá ser o custo reduzido da água no orçamento familiar, se a água custasse 3 ou 4 vezes mais, passando de 6, 7 euros mensais para 40 ou 50, talvez aí as pessoas tivessem mais cuidado. Isto é quase como os incêndios, só nos lembramos de limpar os terrenos em volta das casas quando as chamas se aproximam”. Um dos distritos mais fustigados por este problema em Portugal é o de Viseu, apesar disso, Lamego ainda não sente os verdadeiros efeitos da falta de água. “Felizmente por aqui ainda não sentimos muito os efeitos da seca, muito pelo contrário, temos estado a ajudar alguns concelhos vizinhos que aqui vêm buscar água. Estamos atentos ao evoluir de situação e não podemos pensar que isto é ocasional, diversos especialistas alertam para o facto de esta vir a ser uma realidade cada vez mais presente com o passar dos anos”. Alertas chegam e consequências são preocupantes Os alertas para a escassez de água têm chegado um pouco de todo o lado e as consequências desta seca extrema são preocupantes, quer ao nível da agricultura, quer no que diz respeito aos nossos hábitos de vida. Por agora é garantido que em 2018 teremos menos cerejas, amêndoas e azeitonas nas bancas do mercado. E se não vier chuva para encher as barragens, vai faltar o milho e o arroz agulha nacional, porque não chegam sequer a ser plantados. Perante o calor e seca deste ano, só as vinhas parecem ter aguentado o ano com sucesso. Os produtores têm conseguido adaptar-se às condições: nas zonas mais secas os agricultores recorreram à rega e em todas as regiões os produtores conseguiram antecipar a vindima em quase três semanas. No início de agosto já

as uvas tinham atingido a maturação ótima, o que promete vinhos de elevada qualidade em 2017. A campanha de apanha da azeitona ainda não acabou, por isso é difícil conhecer os impactos reais. Mas é claro que, onde faltou água, sobretudo nos olivais de sequeiro, as azeitonas não cresceram tanto. Os olivais de sequeiro são a norma em Trás-os-Montes, por isso os produtores estavam à espera que os frutos mais pequenos dessem menos azeite, referiu Francisco Pavão. Mas, para surpresa do presidente da Associação dos Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro, o rendimento da extração de azeite “está a ser 2 a 3% superior à do ano passado”. Pedro Matos Soares, investigador do projeto Cenários de Alterações Climáticas, desenvolvido na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem trabalhado nos cenários de seca e deixa sérios alertas. “As alterações de precipitação em Portugal tendem a ser muito negativas até final do século XXI. É o que indicam os modelos físico-matemáticos que utilizamos para realizar as projeções, de acordo com os dois cenários traçados pelo Painel Intergovernamental para as Alterações climáticas, o RCP 4.5 e o RCP 8.5. Num cenário mais dramático pode levar a uma redução de precipitação anual entre 20% e 35% em Portugal, sendo que no sul essa redução é a mais elevada. Estes cenários de diminuição de precipitação não são iguais para todas as estações, não são muito significativos no inverno, mas são-no mais na primavera, no outono e no verão. Ou seja, com menos chuva na primavera temos impactos mais significativos na agricultura e na floresta e no consequente risco de incêndio”. Resta-nos portanto fazer um consumo cada vez mais parcimonioso deste bem que é de todos e que cada vez se torna mais escasso tentando mitigar os efeitos devastos que pode ter no futuro. ■


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CIM-Douro

Carlos Silva: “Não podemos ser nós a dividir-nos, temos que olhar para nós como uma força única que representa o Douro” Recentemente eleita a nova direção da CIM-Douro, o Viva Douro foi conversar com o presidente e os dois vice-presidentes com vista a perceber quais os planos para este mandato da nova equipa para o organismo que representa os 19 municípios durienses. Quais são as principais ideias que quer implementar na CIM-Douro? Em primeiro lugar é com que a CIM-Douro não esteja restringida unicamente à figura do seu presidente. Todos têm que estar envolvidos da mesma forma. Há um presidente, há dois vice-presidentes e há a possibilidade de criar grupos de trabalho temáticos. A ideia é desde logo pôr os autarcas a trabalhar lado a lado em prol da região. Em segundo, é preciso colocar o plano estratégico para a Comunidade e para a Região. Em função desse plano estratégico, que há-de ser proposto na reunião de Dezembro se estiver concluído até lá, como acredito, colocar então em prática as medidas necessárias. A afirmação do nosso território enquanto elemento agregador de um conjunto de dinâmicas, em especial económicas é importante. Se repararmos a CIM-Douro será hoje a Comu-

nidade com maior relevância no turismo em todo o país, este é o coração do Douro. Mas não é só o turismo, também a agricultura e a valorização dos nossos produtos são muito importantes. Depois há ainda o património edificado, uma importante fatia do valor da nossa região, de grande interesse nacional e que merece ser divulgado. Depois temos os problemas que devemos ter em conta: a questão da desertificação ou o despovoamento, o envelhecimento, os serviços que já se perderam e outros que se podem perder e que são essenciais para as nossas populações, em especial em questões ligadas à saúde. O despovoamento acaba por levar estes serviços a fecharem, tirando ainda mais força à região. Aqui a Comunidade tem também um papel importante, lutar por melhores condições para quem aqui vive, é um pressuposto que não devemos esquecer. A CIM-Douro não é, nem pode ser um organismo que sirva apenas para apresentar uns projetos e fazer candidaturas a fundos e depois aplicá-los. A Comunidade Intermunicipal tem a força de 19 municípios, com 220 mil pessoas, esta força tem que ser agarrada para promover um conjunto de ações que cada vez serão mais importantes para a nossa região. Entendo então que a prioridade é colmatar as desigualdades entre os diversos territórios dentro da CIM. Os territórios são mais ou menos idênticos. Temos duas ou três cidades maiores e os restantes 16 municípios acabam por ser muito semelhantes. É óbvio que essas cidades maiores podem ajudar as restantes a crescer ainda mais, todos ficamos a ganhar se nos agregarmos aos maiores, crescendo como região. Pegando num exemplo concreto, Sernancelhe não é um grande produtor de vinho como outros, no entanto produzimos muita castanha, este ano todos tivemos o mesmo problema com as colheitas devido à seca. Os problemas de fundo são transversais aos diferentes municípios. Ter um presidente e dois vices, cada um de uma subregião da CIM, garante uma representação equitativa no organismo? A representatividade na CIM foi importante no momento em que definimos a estratégia para o

Conselho Executivo, ter aí as três subregiões representadas. A partir desse momento todos estão aqui a representar a mesma região, o Douro. Não podemos ser nós a dividir-nos, temos que olhar para nós como uma força única que representa o Douro. Isso permite-lhe também delegar alguns assuntos com mais tranquilidade? Claro que sim, esse é o objetivo. A CIM tem muita coisa para fazer, se estivéssemos só agarrados ao presidente, e mesmo aos dois vices, provavelmente o trabalho que pretendemos fazer daqui a quatro anos não estaria feito. Acredita então que a CIM deve ter um papel de maior relevo no desenvolvimento da região? Sem dúvida. Eu entendo que esta CIM, com a força que tem pode ser muito mais do que aquilo que a lei lhe consagra. Devemos levar a cabo um conjunto de ações em defesa do nosso território. Há um conjunto de infra-estruturas, em especial no que diz respeito à rede viária que são importantíssimas para o desenvolvimento da nossa região, e que muitas vezes atravessam os diversos municípios, por isso devemos estar juntos em prol desse objetivo. Não podemos ter dinamismo só porque existem fundos comunitários, temos que aproveitar a força de todos para reivindicar junto do poder central.

Consegue dar-me alguns exemplos dessa força conjunta? Uma estrada que é pedida por um autarca pouco valor tem, se forem dois continua a não ter força mas, se se juntarem os 19 à volta daquela estrada, pensando que é boa para aquele município mas também pode ser boa para o todo da região, então teremos mais poder perante o poder central. Temos que nos lembrar que representamos 220 mil pessoas e elas não são números, cada uma delas é um pedaço de Portugal. Temos também um dos produtos que contribui para a economia nacional, o nosso vinho. Esta força não pode ser ignorada, e nós temos que saber unir-nos em torno da região. Se contribuímos muito para o país, o país também tem que nos apoiar. Eleito ainda há poucos dias, quais serão as suas prioridades para a CIM? A primeira medida é colocar o Plano de Ação Estratégico para a CIM. Depois de debatido e aprovado então arrancamos para o nosso desenvolvimento. O que me preocupa mais e que não pode ser feito de imediato é fazer com que a região funcione de forma integrada, essencialmente na componente turística, tirando o máximo proveito dela. O nosso principal objetivo é criar esta força conjunta. O resto virá com as linhas orientadoras que vão ser discutidas. ■

> Na foto, Nuno Gonçalves, Carlos Silva e Domingos Carvas


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CIM-Douro | Vários Concelhos

Nuno Gonçalves e Domingos Carvas são os novos vice-presidentes da CIM-Douro Representantes do Douro Superior e do Douro Norte, respetivamente, os dois vice-presidentes falam na importância da representatividade na Comunidade como garante de uma CIM que defenda a região como um todo, fazendo valer a vontade dos 19 municípios. Como vice-presidente da CIM Douro e representante da sub-região do Douro Superior, o que pretende trazer para este organismo? Mais do que a representação do Douro Superior interessa valorizar a região como um todo. Obviamente que a escolha desta direção acaba por ser bastante representativa de todo o território. Quer o presidente quer os dois vices têm um propósito em comum, representar o território como um todo e não cada uma das suas subregiões. Esta vai ser a aposta desta equipa. É natural que cada um de nós tenha um maior conhecimento da sua subregião, não podemos ignorar que eu sendo do Douro Superior tenho uma melhor noção das dificuldades e necessidades desta área. O trabalho que temos pela frente é o de juntar estes conhecimentos todos em prol de um bem maior que é a região, o Douro. Uma CIM Douro forte pode ser um contributo essencial no crescimento da região como um todo? Naturalmente. Estes três autarcas que agora foram eleitos estão numa missão de representar os seus pares. Não nos podemos esquecer

que esta é a maior CIM do país em número de municípios e só com o mesmo objetivo conseguimos fazer a região crescer, por isso temos que estar unidos. Daqui a quatro anos, no final deste mandato, o que gostava que a próxima direção dissesse sobre a atual direção? Gostava que fosse reconhecido que, o trabalho a que nos propusemos foi cumprido e que a CIM está mais forte bem como a região e cada um dos municípios que a compõem. ■

Como vice-presidente da CIM Douro e representante da sub-região do Douro Norte, o que pretende trazer para este organismo? Julgo que devo trazer mais agressividade, no sentido lato da palavra. Acho que a CIM Douro não funcionava bem porque a liderança permitia que assim acontecesse. Queremos, sobretudo, estar mais perto dos autarcas e das suas necessidades. A CIM é uma entidade aglutinadora de vontades e pessoas de uma região, por isso deve liderar essa região de corpo e alma ao lado da população. Uma CIM Douro forte pode ser um contributo essencial no crescimento da região como um todo? Tem que ser. Uma CIM Douro forte terá que ser também exigente. Ao sê-lo estará também a potenciar o território. Se não o fizermos não vamos ter aquilo a que temos direito, que é aquilo que as outras CIM’s têm. É necessário discutir as medidas do quadro comunitário 2020, que está a iniciar-se. Temos que estar atentos ao processo de renegociação deste quadro comunitário, caso contrário somos ultrapassados, como tantas vezes fomos. Isso a mim não me assiste. Se tivermos uma liderança política forte e tivermos tecnicamente preparados para os desafios que aí vêm, acredito que vamos ser um farol des-

tes 19 municípios. A solidariedade de todos os municípios é evidente e isso manifestou-se na aprovação desta coordenação, que veio também dar uma exigência maior. Somos uma CIM grande e esperamos que dessa grandeza saiam muitos apoios para aqueles que fazem parte do nosso território. Daqui a quatro anos, no final deste mandato, o que gostava que a próxima direção dissesse sobre a atual direção? Que cumpriram cabalmente as suas funções e que deram tudo o que tinham pela CIM e pela representação dos 19 municípios. ■

Turismo aumenta no Douro e sazonalidade diminui O turismo no Douro voltou a crescer em 2017, notando-se ainda uma diminuição no fator sazonalidade. Ao Douro os turistas já não chegam, em maioria, pela via fluvial mas também de carro, comboio, autocaravana e bicicleta. À agência Lusa, José António Fernandes, da Associação de Empresários de Hotelaria e Turismo do Douro (HTDouro), afirma que “está a ser um ano fantástico para a região”, sendo notório o crescimento a todos os níveis, desde a restauração ao alojamento. “Os grupos e a procura já se diluem mais no tempo. Podemos dizer que a época baixa já não é tão grande. A sazonalidade está a diminuir notoriamente”, frisou. O verão prolongado, que tem trazido alguns problemas para a região, é uma vantagem para o turismo, convidando as pessoas a visitar o Douro mas para José António Fernandes, a

procura começa também mais cedo com programas que não são apenas dedicados à vinha e ao vinho mas a outros setores agrícolas como a amêndoa, a castanha ou o azeite. A forma que os visitantes usam para chegar à região também se tem alterado, muitos ainda chegam de barco mas é cada vez mais comum viajarem de carro, , autocaravana, comboio ou de bicicleta “Acho que o turismo fluvial serviu para impulsionar o outro tipo de turismo. Neste momento, tenho imensas pessoas a chegar ao museu de bicicleta”, afirmou Fernando Seara, diretor do Museu do Douro, localizado no Peso da Régua. A origem do turista estrangeiro é cada vez mais diversa, na sua maioria são oriundos de países como os Estados Unidos da América, Brasil, Austrália, Argentina, Uruguai, Bélgica, França ou Luxemburgo. José Manuel Gonçalves, presidente da autarquia reguense fala ainda no sucesso que o parque de autocaravanas da cidade tem atingido, “é cada vez mais procurado”, afirma. Construído há cerca de três anos, o número de lugares disponíveis já foi entretanto aumen-

tado e mesmo sendo pago “está regularmente cheio”, diz o autarca, dizendo ainda que este parque “é uma referência a nível europeu para a rede do autocaravanismo e este é um setor com enorme potencial. Esta é uma aposta ganha para a região” Com um grande poder de compra, os autocaravanistas são na sua maioria deles franceses, alemães, espanhóis ou dinamarqueses e, durante os três dias que passam em média no parque, efetivamente compram e consomem na cidade e daqui partem para visitar outros locais do Douro. Outro dos testemunhos que evidencia este crescimento é o de Catarina Fonseca da empresa Novas Etapas. Instalada na Régua esta empresa vende passeios em cruzeiros diários, passeios de jipe e tuk-tuk, tendo ainda uma loja onde so podem encontrar diversos artigos de artesanato e produtos regionais como vinhos, azeite e compotas, entre outros. “Falamos muito do turismo fluvial, nomeadamente dos barcos-hotel, mas um dos grandes problemas desse tipo de programas é que os passageiros pouco param ou pouco saem do

barco para visitar a cidade”, refere Catarina, por isso esta dispersão na forma de chegarem também faz a diferença, acabam por ser os pequenos grupos ou os turistas individuais quem “dá movimento” ao comércio local. Efetivamente, o turismo fluvial é talvez o que menos contribui para a economia local e José António Fernandes tem consciência disso mesmo, “o turismo fluvial ainda pouco se reflete nos empresários locais, é um problema que tem que ser resolvido”. “Da Bélgica, França ou Luxemburgo vêm de carro e à procura do que cá temos, como o vinho. A venda à porta está a ganhar peso na região e é a que mais valor deixa aos produtores”, sublinhou Fernando Seara, diretor do Museu do Douro. Apesar dos bons números apresentados, o turismo do Douro ainda tem diferentes pontos onde se pode desenvolver e essa aposta está a ser pensada pelos agentes da região. “Ainda falta fazer muita coisa a nível, por exemplo, da formação, não temos cozinheiros nem pasteleiros suficientes, e também do marketing e da promoção”, sublinhou José António Fernandes da HTDouro. ■


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Vila Real

Ex-Aluna da UTAD aposta no crowdfunding para financiar projeto Licenciada e Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e com uma especialização na área de design gráfico, Marta Varela desde sempre que desenvolveu interesse pelas área da gestão de marcas, design e ilustração. O Viva Douro foi conversar com esta jovem empreendedora. Viva Douro (VD) – Como surgiu a ideia de criar a Milustra D’ouro? Marta Varela (MV) – Desde cedo que tive interesse pelas áreas de design e ilustração, assim como pela gestão de marcas, desta forma, e através de uma análise ao mercado transmontano e alto duriense, verifiquei que ainda não existe um leque variado de produtos que representem e divulguem a nossa região, pelo nosso país e até mesmo lá fora. Neste seguimento surgiu a ideia de criar a Milustra D’ouro, uma marca de produtos ilustrados com conteúdos referentes a Trás-os-Montes e Alto Douro, com o objetivo de “levar mais longe” as potencialidades da nossa região. VD – E quando surgiu o projeto? MV – A marca surgiu no início deste ano, no âmbito do concurso a uma bolsa de apoio ao empreendedorismo português, denominado StartUp Voucher, que conta com o co-financiamento do COMPETE 2020, Portugal 2020 e pelo FEDER - “Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional”. A Milustra D’ouro já conseguiu também o apoio da incubadora de empresas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). VD – Já estão a vender ao público? MV – Neste momento a marca ainda se está a lançar no mercado. Atualmente ainda não inicíamos a venda dos nossos produtos ao público. Nesta fase inicial, pretendemos perceber a aceitação das pessoas face à ideia e dedicar todos os nossos esforços no desenvolvimento de uma marca sólida e capaz de responder às necessidades

propostas. Estamos também a tentar estabelecer parcerias, estando sempre receptivos a novas propostas. VD - A Milustra ocupa todo o teu tempo? Sim, o meu tempo atualmente é 100% dedicado à Milustra D’ouro. De momento a equipa é constituída por duas pessoas, mas cabe-me a mim a gestão do projeto. VD - Qual o objetivo da campanha de crowdfunding e porquê esta plataforma? MV – No âmbito do lançamento da marca, foi criada recentemente uma campanha de crowdfunding no site do PPL (financiamento coletivo), de modo a angariar apoios que permitam “dar o pontapé de saída” para o lançamento da Milustra D’ouro. O crowdfunding consiste numa forma simples de angariar fundos e de apresentar a ideia em que toda a comunidade pode participar. As contribuições feitas através do site, terão sempre associadas uma determinada recompensa, ou seja, existe uma troca justa: as pessoas estão a contribuir para um projeto que consideram viável, mas também recebem algo em troca. Assim sendo, no caso da campanha da Milustra D’ouro, se a pessoa gostar e se identificar com a ideia e pretender contribuir, esse apoio terá sempre associada uma recompensa, neste caso a um produto exclusivo da marca. VD – Como podem então as pessoas fazer para contribuir? MV – As contribuições poderão ser realizadas no site do PPL (plataforma portuguesa de crowdfunding), pesquisando pelo nome da campanha: MILUSTRA D’OURO. É importante salientar que ao apoiar, estará a apoiar a região de Trás-os-Montes e Alto Douro já que o conceito primordial da Milustra D’ouro é promover e “levar mais longe” a região. Apoiar a Milustra D’ouro não é estar a apoiar apenas o empreendedorismo português, é apoiar a ideia de que a região de Trás-os-Montes e Alto Douro merece ter uma presença mais forte no nosso país, tendo assim direito a uma marca própria que represente a região de forma criativa e apelativa. VD - Qual está a ser o feedback relativamente aos produtos e à campanha? MV - O feedback por parte das pessoas tem sido bastante positivo. A Milustra D’ouro tem recebido mensagens de apoio de várias pessoas da região de Trás-os-Montes e Alto Douro. Em duas semanas a campanha já conta com 15 % do objetivo alcançado. As pessoas têm contactado de modo a saber onde poderão adquirir os produtos e quando estes estarão disponíveis. A campanha tem sido bastante interessante e importante para que a marca perceba a receptividade das pessoas. ■

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Sernancelhe

Festa da Castanha – Sernancelhe Em Sernancelhe a castanha é rainha e a Festa da Castanha é o certame que celebra este fruto, típico do Outono, num ambiente de muita animação e com milhares de visitante a acorrerem àquela vila do distrito de Viseu. Armando Mateus, vereador municipal é um dos principais rostos da satisfação pelo sucesso que este evento tem alcançado. “O sucesso deste evento é muito grande e isso deve-se essencialmente à promoção que fizemos fora do concelho, em especial a ação que desenvolvemos em Lisboa e que despertou muita curiosidade a quem lá nos visitou”. A celebrar a sua 25ª edição, a Festa da Castanha tem registado um crescimento sustentado mas que este ano foi maior que os anteriores, colocando novos desafios à organização do certame. “Mesmo com o espaço que tem vindo a aumentar, este ano registamos que a afluência ultrapassou as nossas melhores expectativas e o espaço parece já pequeno. Em eventos paralelos, como é o caso da prova de BTT, conseguimos limitar o número de participantes garantindo que os atletas vão daqui totalmente satisfeitos. Já no restante evento é difícil limitar o número de participantes levando a que se registem algumas falhas, às quais estamos atentos para que possam ser melhoradas em organizações futuras”. Este ano também o clima acabou por ajudar, o bom tempo que se fez sentir durante o certame foi um incentivo aos visitantes que acorreram em largo número a Sernancelhe. “Este ano o tempo ajudou, permitiu-nos ter muita gente no exterior o que nos levou a apostar nos passeios no nosso comboio turístico, tivemos também um palco exterior, entre

outras ofertas.” O sucesso do evento com a participação de milhares de visitantes é também um dos destaques que aponta Miguel Santos, da empresa FruSantos que este ano está a lançar uma nova marca, Saudade, aproveitando a Festa da Castanha para a sua promoção. “Este evento tem uma forte adesão por parte do público, por isso também aproveitamos para dar a conhecer a marca que agora lançamos. O nosso interesse aqui é dar a conhecer o que fazemos na região, em especial no que diz respeito à castanha, aos frutos de casca rija como por exemplo a avelã, a amêndoa e a noz, e ainda o azeite”. No que diz respeito à rainha da festa, em Sernancelhe é dado um maior destaque à qualidade martaínha, “é uma qualidade boa para assar, bastante doce e com um descasque muito bom”, afirma Miguel Santos. Assim como se tem verificado com outras colheitas da região, as quebras na produção de castanha são consideráveis, havendo mesmo quem aponte para números na ordem dos 70,

80%, comparativamente a 2016. Para Miguel Santos, esta é uma realidade inevitável, “nós já estamos no mercado há 35 anos, fomos a primeira empresa a nascer na região neste setor e também a primeira a exportar castanha, num ano como este já estávamos a prever uma quebra. A castanha, tal como outros frutos, precisa de água para crescer saudável e este ano com a seca isso não aconteceu, não conseguimos ainda falar em números mas é uma quebra grande em toda a região”. Também Ana Santos, representante da Coopenela, está preocupada com a situação “a castanha está a cair, ao contrário do que se pensava, mais tarde que o habitual mas, queremos acreditar que as coisas ainda se vão compor”. A qualidade, essa é inquestionável “a nossa castanha martaínha é muito boa, sempre muito boa” afirma Ana Santos. Como representante de uma cooperativa de produtores, a Coopenela tem estado a acompanhar os seus associados perante o problema da seca disponibilizando ajuda técnica sempre que necessário. Para o vereador Armando Mateus, a realização de um evento como a Festa da Castanha assume maior importância em anos como este em que as quebras anunciadas são grandes. “Para além do trabalho que fazemos fora do evento, com todo o apoio técnico que prestamos aos nossos agricultores e mesmo com a parceria que temos com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a organização deste permite a esses mesmos produtores mostrar o seu produto, que tem uma elevada qualidade”. Entre os visitantes, Bernardo Augusto, natural de Viseu, veio até ao certame através de uma excursão. Para o homem, com “quase 80 anos”, este evento tem sido “bastante agradável, vê-se muita gente, muita festa com música por todo o lado e claro, comem-se muitas castanhas”, concluindo afirmando que “foi para isso que viemos”. Do programa da Festa da Castanha sobram

ainda os vários momentos de animação musical entoados pelos diferentes Ranchos Folclóricos e Grupos de Cantares presentes. ■

Miguel Santos Expositor


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Vários Concelhos

PSD questiona intervenção no rio Corgo, em Vila Real Segundo informação do Partido Social Democrata, o mesmo pediu esclarecimentos ao Ministério do Ambiente sobre a intervenção que a Câmara Municipal de Vila Real está a fazer no rio Corgo, em especial junto à praia fluvial de Codessais. As obras de requalificação do corgo arrancaram em setembro, obrigando ao esvaziamento da albufeira existente naquela zona e que acabou por originar diversas queixas, uma delas apresentada à GNR local por um docente da UTAD. Também a candidata do CDS-PP à Câmara Municipal, Joana Rapazote, chamou à atenção para este problema ainda durante a campanha eleitoral. Em causa está uma alegada “destruição de habitats” de diversas espécies existente naquela zona.

Para o autarca vila-realense, Rui Santos, todas as intervenções foram “devidamente licenciadas” afirmando ainda estar “absolutamente convencido de que não há nenhum atentado ambiental”. Na Assembleia da República, os deputados da bancada laranja, Luís Leite Ramos e Luís Pedro Pimental, questionaram o Ministério do Ambiente, querendo saber se tem conhecimento das consequências desta intervenção, e se foi aberto qualquer procedimento administrativo no sentido de “avaliar as consequências e os impactos ambientais”, acrescentando querer informações sobre que condições e limitações foram impostas à concretização do projeto e qual o objetivo da obra e o prazo previsto para a sua conclusão. Este pedido de esclarecimentos surge no seguimento de uma queixa apresentada no Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Vila Real, pelo docente da UTAD Rui Cortes que considera que foram “infringidas as normais legais” e que a “câmara destruiu habitats e espécies”. “Foi feito um esvaziamento completo da albufeira do Corgo, na zona de Codessais, sem obedecer a medidas de minimização do impacto,

nomeadamente das espécies aquáticas que ali se encontravam, neste caso os bivalves e os peixes”, afirmou Rui Cartes à agência Lusa, acrescentando que o leito do rio “foi compactado com maquinaria pesada” sendo também “depositados inertes destruindo os habitats dos bivalves e os habitats de desova das espécies piscícolas”. A receção da queixa foi já confirmada pela GNR que afirmou ter feito um auto de notícia, remetendo o processo para o Ministério Público. “A única coisa que sabemos é que temos licenciamento, agimos de acordo com o licen-

ciamento, fizemos aquilo que nos foi dito para fazer e desconhecemos qualquer anormalidade no tratamento daquele espaço”, afirmou o autarca, lembrando que esta obra é apoiada por fundos comunitários, estando “a ser executada dentro daquilo que foi aprovado”. Rui Santos referiu os vários projetos que o município tem realizado no âmbito da biodiversidade, executados em parceria com a UTAD, afirmando-se “orgulhoso” dos mesmo pois ajudam a afirmar Vila Real como “destino da biodiversidade”. ■

Foz Côa exporta xisto com Casa do Douro mais de 500 milhões de anos celebra 85 anos São pedras de xisto únicas, retiradas de um local que já foi um oceano, junto ao rio Côa e são cobiçadas um pouco por todo o mundo. É sabido que em Vila Nova de Foz Côa existe um vasto e valioso património histórico e arqueológico, classificado como património da humanidade, a arte rupestre do Côa. No entanto, é do conhecimento de poucos que neste mesmo concelho existem pedras de xisto com mais de 500 milhões de anos, e que são únicas no mundo. A área onde estas pedras se encontram localiza-se junto do rio Côa, numa extensão de cerca de 2 quilómetros. Segundo o geólogo Mauro Búrcio, “trata-se de uma rocha sedimentar formada por camadas, há 500 milhões de anos, naquilo que era o fundo de um oceano”, concluindo que, ao serem talhadas, “dão sempre um ângulo de 90 graus, ou seja, em forma de paralelepípedo, o que lhe confere um carácter e rugosidade únicos”. As pedreiras de xisto ficam a cerca de quatro quilómetros de Foz Côa, nas proximidades do Parque Arqueológico do Vale do Côa, e estão em actividade, pelo menos, desde 1850, altura em que havia uma forte actividade vinícola no Douro Superior,

sendo típico ver estas pedras a servirem de guias aos arames que suportam as vinhas durante o seu crescimento, conhecidos como esteios. Devido às suas propriedades físico-mecânicas, em especial a sua baixa absorção, porosidade e elevada resistência, textura e cor, o Xisto Foz Côa converteu-se num recurso para todo o tipo de construções civis, já que tem inúmeras aplicações, que vão desde os mais modernos revestimentos de fachadas, pavimentos e ornamentação de espaços verdes. No concelho existem, atualmente, três empresas a extrair esta pedra. Pedro Duarte, administrador da Solicel (uma das empresas extratoras), afirma que a empresa é “o maior empregador privado do concelho de Foz Côa, bem como um dos maiores exportadores dos territórios do Vale do Côa”. A aposta da empresa, que exporta 95% do que produz, é em rochas criativas para fachadas de imóveis e em mobiliário urbano, exporta para diversos continentes e tem uma facturação anual que ronda os 3,6 milhões de euros, que representam um crescimento de 40% face a 2016. A Alemanha e a França são os principais mercados de exportação, mas a Rússia, Itália, Polónia, Noruega, EUA e Emirados Árabes Unidos constituem igualmente mercados para onde a empresa já exporta e nos quais pretende crescer no futuro. Mas há outros mercados a conquistar como a Coreia do Sul e o México. ■

A Casa do Douro celebra em novembro o seu 85º aniversário. A instituição, que foi já a principal representante dos viticultores durienses, vive novos desafios e um futuro que ainda não está definido. A celebração terá lugar já no dia 18 no Salão Nobre, sendo já conhecido o programa para uma tarde de discussão sobre a instituição. A sessão de abertura está marcada para as 14:30 sendo feita pelo atual presidente, An-

tónio Lencastre, juntamente com o Manuel Novaes Cabral, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP). Após a abertura um painel constituído por diversas figuras da região irá debater o tema: “A Casa do Douro e a viticultura regional: entre o passado e o futuro”, finda a qual serão apresentados dois livros da autoria do Eng. António Mesquita Montes, antigo presidente da instituição, “Casa do Douro – 75 anos de História” e “História da Casa do Douro – Década de 90”. O dia terminará com um Porto de Honra após a sessão de encerramento que ficará entregue ao Presidente da Câmara Municipal de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves. ■


28 VIVADOURO NOVEMBRO 2017

Opinião

Uma Confederação nova - um novo futuro para a economia social

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

Na próxima 3ª feira, dia 14 de novembro, realiza-se, em Lisboa, a sessão final do Congresso Nacional da Economia Social. Poderia tra-

tar-se de mais uma sessão de debate como tantos outras que se têm lugar, todos os dias, por toda a parte. Não é o caso desta sessão de dia 14 de novembro de 2017. Qual a diferença? Nesta sessão culminar-se-á o trabalho de um ano de debates alargados à maior parte das entidades do setor da economia social, e seus dirigentes, do qual deverá resultar o compromisso para, a breve prazo, constituir a Confederação da Economia Social Portuguesa. Qual a importância desta decisão? Para além de resultar de um consenso entre parceiros privados que comungam valores e princípios comuns, entidades de pes-

soas, que trabalham para as pessoas e com as pessoas, significará um passo no sentido da união de forças no respeito pela autonomia e diversidade de cada uma delas, em prol do reconhecimento do setor da economia social. Desta forma abrir-se-á o caminho para que cooperativas, mutualidades, associações, fundações, misericórdias, IPSS s, que representam mais de 6% do emprego remunerado a tempo completo nacional e 3% da riqueza nacional, implantadas em todo o território nacional, que produzem bens transacionáveis, e prestam serviços de proximidades nas comunidades locais, possam contribuir, de forma cada vez mais autónoma e au-

tossustentável, para a coesão social e territorial. Este passo no sentido da criação de uma Confederação que congregue energias dispersas, mobilize mais vontades, fora e dentro do setor da economia social, não será, certamente, uma figura de retórica, nem uma entidade sonâmbula, antes pelo contrário, um fator de modernização, dinamização e reforço da capacidade de resposta positiva da nossa sociedade à desigualdade, pobreza, desemprego e desertificação do interior. A criação da Confederação da Economia Social Portu-

guesa será o início de um novo futuro para um setor consagrado na Constituição, a par dos setores público e privado, e que não tem sido suficientemente reconhecido e valorizado. Bem hajam os dirigentes que decidiram com coragem, e determinação, assumir os riscos e as responsabilidades de contruir um projeto que, embora ainda incompleto, assume a união na diversidade da economia social, e que beneficiará, desde já, as condições de trabalho de todo o vasto universo das mais de 61 000 entidades da economia social nacional.

O Douro sabe bem...

O privilégio de uma mente sã

Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia

Viver nos dias de hoje, com uma mente sã e com visão suficiente para enxergar a magia do desporto, é um verdadeiro privilégio. Acredite, é mesmo. Respiramos na geração de Cristiano Ronaldo e Leo Messi, duas lendas que continuam a bater todos os recordes. Jamais se rendem. Dei por mim, numa destas noites frias de um seco novembro, a regar a minha criatividade com alguns vídeos dos dois. Desta-

que para uma compilação com algumas das suas melhores jogadas, com Ludovico Einaudi a dar-lhes a melodia perfeita para tudo aquilo que eles são capazes de executar dentro de um campo de futebol. “Nuvole Bianche” era a música. Que em português ganha o sentido de “nuvens brancas”. E não há coincidências, até porque na linguagem do desporto rei a história é outra. Essa expressão leva-nos a um patamar muito próximo das palavras Messi e Ronaldo. Porque, de facto, eles andam lá muito perto. A passear nas nuvens brancas, numa dimensão superior a todos os outros futebolistas, catapultando os amantes deste desporto para as estrelas quando as nuvens teimam em desaparecer. São, seguramente, duas referências e, mais do que isso, assumem-se como uma inspiração para todas as crianças que sonham. E que sonham alto, muito alto, tal como eles sonharam. Em Rosário e na Madeira. Com toda a perse-

verança que se exige a quem já foi considerado o melhor do mundo por cinco ocasiões. Porque o talento não basta. Que o diga Roberto Bolaño, um famoso escritor chileno. Talvez um dos melhores de sempre. Nasceu em Santiago do Chile, filho de uma professora e de um camionista (antigo campeão de boxe amador), sendo que a sua passagem pela escola foi atormentada pela dislexia, algo que o levou a isolar-se e a ler tudo o que lhe aparecia à frente. Não é à toa que se afirma que os grandes campeões nascem nos momentos de maior adversidade. Em tudo na vida. E num outro desporto que também muito aprecio, jogado com as mãos mas nem por isso mais fácil do que o futebol, Federer e Nadal ainda continuam no ativo e parecem melhor do que nunca. Na presente época dividiram entre si aquilo que muitos já não acreditavam ser possível. Os quatro títulos de Grand Slam. Australian Open

e Wimbledon (já lá vão oito troféus) ficaram do lado do maestro suiço, já Roland Garros (o décimo da carreira) e US Open foram conquistados pelo tenista espanhol. Absolutamente impressionante. Isto é quase como casar com o primeiro amor. Envolve muito trabalho e muita união. No fundo, muito amor. Algo que os dois têm pelo ténis em doses desmedidas. Federer e Rafa são também grandes amigos fora dos courts. E espante-se ou não, começaram ambos a namorar com as suas atuais companheiras quando tinham 19 anos e ainda hoje fazem questão de dedicar os triunfos às suas mulheres. Porque por trás de um grande Ho-

mem está (quase) sempre uma grande Mulher. Sim, Mulher com M grande, feita de um calibre diferente e que está sempre pronta para se sacrificar pelos seus (uma das maiores virtudes do ser humano), garantindo o equilíbrio necessário para que tudo flua corretamente em direção ao sucesso. Quando as peças não estão todas reunidas, o puzzle ficará sempre incompleto. É uma evidência elementar, de acordo, mas transporta, sobretudo, um significado profundo. “Se a Mirka me revelasse que não queria viajar mais, a minha carreira terminava. É tão simples quanto isso”, quem o diz é Roger Federer. A inteligência de um grande campeão.


VIVADOURO NOVEMBRO 2017 29

Opinião

Movimento em Defesa do Interior o qual integra autarcas, empresários, e representantes do sistema cientifico e que, nos próximos dias, será recebido pelo Primeiro-Ministro. Este grupo inicial vai ser alargado a diversas personalidades e instituições que tenham como objetivo contribuir para atenuar um dos grandes problemas nacionais da atualidade, a desertificação do Interior, e que numa linguagem mais atual, tem António Fontainhas sido denominada por territórios deFernandes safiantes. Esta iniciativa mereceu o Alto PaReitor da UTAD trocínio do Presidente da República e, numa primeira fase, prevê Foi apresentado ao Presidente da dinamizar debates a nível regional e República a criação do “Movimento nacional, visando refletir e acolher pelo Interior: Em nome da coesão”, ações que possam contribuir para

inverter as assimetrias reinantes, num prazo de três legislaturas, caso existam politicas publicas que as apoiem. As projeções demográficas do Instituto Nacional de Estatística confirmam a diminuição de população, de 10,3 para 7,5 milhões de habitantes até 2080. Adicionalmente, a maioria da população está concentrada, mais concretamente em 33 municípios da faixa litoral. Temos a consciência política que o país está perante um grave problema de coesão económica e social. Este cenário tem vindo agravar-se, como demonstram os indicadores socioeconómicos destas regiões, que resultam do histórico encravamen-

Saber Servir, Vender Melhor

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Maior conhecimento sobre o produto, melhor performance no serviço, mais retorno. “Sa-

ber Servir, Vender Melhor” é uma iniciativa o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP), desenvolvida em articulação com o sector, visando sensibilizar e orientar para a forma correta de servir e vender Vinho do Porto. Trata-se de ir criando embaixadores, é muito importante que as pessoas sejam capazes de transmitir histórias e satisfazer curiosidades de forma a envolver o consumidor na apreciação de um produto único que deverá ser apresentado nas condições certas e com as combinações que melhor resultam e mais realçam as suas caraterísticas.

Através de ações de formação, dirigidas a profissionais de bares e restauração, pretende-se aprofundar o conhecimento sobre o Vinho do Porto, dotando os formandos de conhecimentos que permitam um correto aconselhamento e um atendimento completo e rigoroso. Com uma parte teórica e outra de prova, aborda-se a história do Vinho do Porto, a Região Demarcada do Douro, o papel do IVDP no controlo de qualidade e certificação, a produção, os estilos de vinho, a descodificação do rótulo e contra-rótulo e o serviço com referência a temperaturas, condições e práticas de guarda até ao copo, terminando

to geográfico e que acentua a sua condição de territórios periféricos e marginais. Esta situação contribuiu para que o país disponha de um envelope de fundos comunitários relevante visando a convergência. Contudo, a sua utilização não se tem traduzido na melhoria deste quadro. Indubitavelmente, o futuro exige ações concretas em que o foco seja o território e não apenas a sua verbalização. É crucial que os decisores reflitam sobre a aplicação de instrumentos específicos para os territórios com menores oportunidades de desenvolvimento e formatos que estimulem os agentes económicos para a valorização dos recursos endógenos. A titulo de exemplo, refira-

-se o atraso na decisão do Norte 2020 sobre programas específicos destinados a estes territórios como o PROVERE. Perante esta situação todos temos de contribuir para inverter esta situação, alargando espaços de consenso num país que funciona a diferentes velocidades. Só deste modo se pode atenuar o eco crescente das vozes contra o excesso de centralismo reinante, quer da órbita nacional, quer da órbita regional, de modo a que as forças centrípetas se sobreponham às centrífugas e assim se consiga um desenvolvimento regional mais equilibrado. Caso contrário, estará em causa a coesão da região e do país.

com as harmonizações gastronómicas. Se informação é poder, a consequência natural e expectável da qualificação será contribuir para o aumento das vendas, propiciando um acréscimo de receitas para produtores, bares e restaurantes e, inevitavelmente, ajudando a incrementar gradualmente as exportações. Pelo aperfeiçoamento do serviço e promoção do consumo de Vinho do Porto junto dos turistas, aposta-se na melhoria das experiências, nomeadamente gastronómicas e vínicas, que levarão consigo e que vão querer relembrar pelo acesso aos produtos nos seus países e o

Vinho do Porto está em todo o Mundo, para apreciarem e partilharem. “Saber Servir, Vender Melhor” foi iniciado pelo IVDP em fevereiro de 2012 e é o primeiro projeto de educação sobre Vinho do Porto em prática no território nacional dedicado à restauração. Para os próximos meses, estão previstas diversas ações com especial incidência em Lisboa, Porto e no Douro, para reforçar uma promoção fundamentada do Vinho do Porto nos restaurantes. Formar, informar, apoiar, fazer parcerias estratégicas para promover o Vinho do Porto em Portugal e no mundo.

70 anos: uma bela idade

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

Havia muitos temas para focar neste meu apontamento. Uns com maior, outros com menor atualidade. Mas o que acabou por me convencer prende-se com a comemoração dos 70 Anos do jornal “A Voz de Trás-os-Montes”. Parabéns à equipa. Lembro-me bem, em miúdo, que lá em casa para além do Jornal de Notícias se lia o “O Vila-Realense” e “A Voz de Trás-os-Montes”. Isto é, a imprensa

local tinha o seu peso… Isto vem a propósito do aniversário de “A Voz de Trás-os-Montes” – 70 Anos! É muito tempo. O tempo de uma vida. Na vida de um ser humano muito pode acontecer. Comunicar, aprender, experimentar. Mas o dever é o de informar os seus leitores. Mas um jornal, também, é o resultado das circunstâncias em que se insere. No tempo e no espaço. Pelo que é marcado pelo contexto territorial, social

onde se integra, por um lado e influencia-o, por outro. Ora, um Jornal é, também, uma voz porque dá voz a quem não a tem. Foi assim a voz de transmontanos e durienses ao longo das últimas décadas. Celebrar “A Voz de Trás-os-Montes é celebrar as regiões de Trás-os-Montes e de Alto Douro, os transmontanos e os durienses. É um fator de coesão social. É uma voz que conta na Região…

Rebobinar “A Voz-de-Trás-os-Montes” permite-nos refletir sobre o passado, permite-nos compreender o presente que somos para pensarmos o amanhã que queremos ser. Não vamos pensar passado e, muito menos, fazer passado. Vamos pensar e fazer futuro… Em suma, potenciar o desenvolvimento de contextos e práticas sustentáveis. Potenciar a identidade dos territórios de Trás-os-Montes e de Alto Douro.


30 VIVADOURO NOVEMBRO 2017

Opinião

Douro’s - Para um Douro maior e mais unido!

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Com identidades distintas, personalidades vincadas, posicionamentos na vida diferentes, laços de sangue e fortes afinidades – são três irmãos! O Douro Superior, o Douro Norte e o Douro Sul, devem manter relações de família, partilhar o seu bom nome e heranças indivisíveis, sentimentos comuns, dar-se a conhecer de forma conjunta em estratégias mais amplas! Mas, não podem viver a mesma vida – são só irmãos!

É irrealista e antinatural a ideia de que o Douro deverá ser só um para estar unido. O Douro ficará unido sempre que respeitemos as idiossincrasias de cada um dos territórios e das áreas territoriais com maior homogeneidade – cultural, geográfica, potencialidades e problemas. A tentação de homogeneizar artificialmente é tirar força ao ímpeto transformador de cada um destes territórios, é descaracterizar e esconder as identidades e potencialidades próprias. Por isso, saibamos dar espaço de afirmação a estas submarcas do grande Douro – Douro Superior, Douro Norte e Douro Sul! A CIM – Comunidade Inter-

tidade supramunicipal e uma vontade de adotar uma postura de proximidade com as estruturas da sociedade deste vasto território, estaremos num momento histórico de afirmação da região alargada do Douro. Estar próximo, é sentir o pulsar desta vasta região com o propósito de a mobilizar, para a resolução de problemas comuns e definição de estratégias que impliquem escala de maior dimensão. Estaremos a unir também, quando potenciarmos a afirmação das organizações e das pessoas numa escala mais ajustada, permitindo-se maior consistência e eficácia. No caso concreto do meu Douro Sul, importa dar força e maior visibilidade à Associação de Municípios, fazendo dela

municipal do Douro, deverá ser a estrutura motor e agregadora do grande Douro, promovendo a unidade na diversidade. Pela atitude da nova liderança, Dr. Carlos Silva Santiago, que tem uma visão clara quanto ao modelo de governação desta en-

a liderança das políticas e das ações mais específicas e só possíveis a esta escala. Por exemplo, numa área estruturante como é a saúde, os problemas são idênticos mas não são de resolução comum para todo o Douro!

O Centro Hospitalar Trás os Montes e Alto Douro, não é a solução para as graves falhas assistenciais em todo o Douro. Dadas as características geomorfológicas deste grande Douro e a dimensão deste vasto território, as estruturas assistenciais deverão ser mais homogéneas e por isso de menor dimensão! Nem tudo o que é grande serve de forma eficiente e efetiva os cidadãos! Para o meu Douro Sul, somos já muitos os que defendem uma estrutura assistencial com caraterísticas muito próprias. Deverá juntar o Hospital de Lamego, os Centros de Saúde destes concelhos, as IPSS e os municípios, numa rede formal de cuidados de saúde integrados e de proximidade – proximidade real e não só de conceito! Só para provocar a vossa atenção, esta estrutura permitiria a efetiva rede de camas hospitalares em todos os concelhos do Douro Sul! Não será uma USL – Unida Lo-

cal de Saúde? Que seja outra coisa qualquer! Não há figura normativa o que o permita? Faça-se uma à medida da realidade deste território, cada vez mais desprotegido! Não seremos autossuficientes? Claro que ninguém é! Mantenhamos relações estruturais com Viseu e Vila Real e, naturalmente, com a rede de recursos em saúde noutras centralidades. O Douro Sul precisa com urgência de medidas que vão ao encontro das necessidades reais. E são muitas na área da saúde – aqui dadas como exemplo das políticas que precisam de um novo modelo organizacional. Não é só um problema de recursos, é fundamentalmente um problema de organização. Um Douro Sul, território deste Grande Douro, com boas soluções, contribuirá certamente para um Douro cada vez Maior e melhor! Todos somos Douro!

Degeneração macular relacionada com a Idade (DMRI)

Catarina Rodrigues Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

A degeneração macular faz parte do processo de envelhecimento do organismo, motivo pelo qual é igualmente designada degenerescência macular relacionada com a idade (DMRI). É uma doença particularmente frequente em idades acima dos 55 e uma das principais causas de redução da acuidade visual nesse grupo etário. A mácula é uma pequena parte da retina com um papel importante na visão, é a responsável pela nossa visão central. Em algumas pessoas a degeneração macular progride tão lentamente que a perda de visão

não é percetível durante muito tempo, enquanto que noutras progride tão rapidamente que pode levar à perda de visão num ou em ambos os olhos. A degeneração macular apresenta poucos sintomas na fase inicial da doença, podendo em muitos casos ser até assintomática. Com a progressão da patologia, um dos sintomas comuns é a perceção de um escotoma (mancha) no centro (ou perto) do campo visual. Ao longo do tempo a visão central vai-se tornando desfocada, tem-se dificuldades a reconhecer rostos; dificuldades

na condução, na leitura e as cores tornam-se mais esbatidas, apresentando-se também dificuldades nas alterações de luminosidade e uma visão com linhas onduladas. De uma forma incontroversa considera-se a idade, história familiar e tabagismo, como fatores de risco. A carência em vitaminas e oligoelementos, exposição intensa a luz solar e radiação ultravioleta, hipertensão arterial e arteriosclerose, podem igualmente ser considerados, mas com menor relevância. Como foi mencionado ante-

riormente, sendo esta uma doença na fase inicial assintomática ou com poucos sintomas, nada melhor do que se dirigir a um dos nossos gabinetes de optometria e fazer uma consulta para detetarmos o mais precocemente as pequenas alterações que possam estar a acontecer. Para mais esclarecimentos, não hesite em visitar-nos na MultiOpticas-Óptica Oliveiras Lamego, Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria-a-Velha, em que teremos todo o gosto em esclarecer qualquer dúvida que possa ter.


VIVADOURO NOVEMBRO 2017 31

Lazer Piadas de bolso:

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego

Um homem decide desabafar com

RISOTO DE CAMARÃO

- Eu tinha tudo! Dinheiro, uma casa

um amigo: bonita, um carro desportivo, o amor

Ingredientes: . 200 g de camarão . Sal a gosto . Sumo de 1/2 limão . 1 dente de alho picado . Pimenta rosa a gosto . 2 colheres (sopa) de azeite . 1 cebola picada . 150 g de arroz arbóreo . 1/2 chávena (chá) de vinho branco . 1 colher (chá) de açafrão . 2 chávena (chá) de caldo de legumes . 100 gr manteiga . 1/2 chávena (chá) de queijo parmesão ralado

de uma linda mulher, e então… tudo acabou. - O que aconteceu? – perguntou intrigado o amigo. Explica o homem:

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

Preparação:

Limpe os camarões e tempere com o sal, o sumo de limão, o alho e a pimenta . Reserve. Numa panela, aqueça o azeite e aloure a cebola. Acrescente o arroz e mexa bem sem deixar queimar. Adicione o vinho branco e mexa até se evaporar. Misture o açafrão e junte aos poucos o caldo de legumes. Controle o ponto do arroz e, um pouco antes de ficar pronto, acrescente os camarões. Desligue o fogo quando os camarões estiverem cozidos e o arroz ficar cremoso. Acrescente a manteiga, o queijo parmesão ralado e salsa picada. Envolva delicadamente e sirva bem quente.

- A minha mulher descobriu… Dois amigos desempregados conversavam, diz um:

Amor: Os defeitos também fazem parte da personalidade, não espere encontrar alguém perfeito. Saúde: Quando o Sol se cruza com Júpiter em oposição ao seu signo você terá um impulso dinâmico, como se uma mola a impelisse a ir em frente. Pode não estar à vontade com aquilo que a rodeia, mas terá a auto-confiança que é necessária para modificar as situações e ir ao encontro da sua própria felicidade. Dinheiro: Nada o preocupará.

Desafio VivaDouro

Dica: Sirva com uma salada verde. Foto: DR

SOLUÇÕES:

O Jornal VivaDouro oferece uma assinatura anual à primeira pessoa a responder corretamente a este desafio. Enviar resposta para: geral@vivadouro.org

- Gostava de ser pobre um dia… - Um dia, como assim? – pergunta o outro muito intrigado. Explica o primeiro: - É que todos os dias é muito mau!



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