Jornal vivadouro edição março 2018

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Ano 2 - n.º 36 - março 2018

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

Contacte-nos em: geral@vivadouro.org - www.vivadouro.org



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Ano 2 - n.º 36 - março 2018

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“Até às eleições estarei completamente preparada para ser Primeira-Ministra”

Tabuaço Fábio Cecílio homenageado pela conquista do título europeu > Pág. 8

Entrevista Exclusiva à líder do CDS Douro Dentistas no Centro de Saúde são já uma realidade > Pág. 12

Reportagem VivaDouro > Págs. 16, 17 e 18

Douro presente no maior certame nacional de turismo

> Pág. 20 e 21

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2 VIVADOURO MARÇO 2018

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros leitores,

Recentemente uma conjugação de muito frio – pelos cinco graus negativos – muita humidade no ar e total ausência de vento provocou, nas terras mais altas do Douro, um fenómeno conhecido como sincelo – a acumulação da humidade transformada em gelo e que cria pingentes por todos os locais onde a humidade escorre. Este fenómeno ocorre com frequência, não trazendo, habitualmente, nenhum inconveniente significativo. Mas, desta vez, a conjugação dos três fatores referidos levou a que o gelo acumulado nos ramos das árvores tivesse um peso muito significativo e que muitas arvores – muitos milhares de arvores – partissem e estalassem, muitas delas de tal forma que são irrecuperáveis e as que são recuperáveis evolvendo um enorme esforço por parte dos agricultores. Este fenómeno ocorreu apenas numa Cumprimentos, Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Paulo Silva, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 11 ABRIL

A chuva intensa que tem caído na região veio repor os níveis normais das albufeiras afastando o período de seca que se fazia sentir na região

NEGATIVO

FOTO: CA

noite (de 27 para 28 de Fevereiro) mas devastou muitos pinhais e soutos, muitas praças públicas e também tornou intransitáveis muitos dos caminhos e estradas da nossa região. Mas o que é mais significativo é que a população e as autarquias, em vez de andarem a fazer queixinhas e a exigir do estado o ressarcimento justo para os enormes prejuízos deitaram mãos à obra e hoje todos os caminhos e praças estão como se nada tivesse acontecido. Sobra para os agricultores a reparação e recuperação de muitas árvores, o fado de sempre, pois a agricultura é mesmo uma atividade complicada….. Claro que podemos (e acho que devemos) comparar a reação do estado central à reação que ocorreu com o designado mini tornado do Algarve……

FOTO: DR

POSITIVO

Com a neve e o gelo que se fizeram sentir no início deste mês voltaram a registar-se problemas nas principais vias de acesso à região

Sumário: Breves Página 3

“Gestão de Combustíveis Florestais”

Vários Concelhos Páginas 4, 5, 12, 20 e 21 Foz Côa Página 6 Vila Real Página 7, 13 e 17 Tabuaço Página 8 Tarouca Página 9 Sernancelhe Páginas 10 e 11 Destaque Vivadouro Páginas 14, 15 e 16 Carrazeda | Lamego Página 18 São João da Pesqueira Página 19 Moimenta da Beira Página 22 Régua Página 23 Opinião Páginas 24, 25 e 26 Lazer Página 27

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

Assumi recentemente a presidência da Direcção da FORESTIS - Associação Florestal de Portugal, pelo que não estranharão se trouxer para estas crónicas os problemas da Floresta. Há dias, fomos surpreendidos com a forte agitação gerada no sector florestal, pelas alterações às regras sobre a ocupação arbórea e de gestão dos combustíveis florestais acumulados nas nossas matas, em especial na envolvente de edifícios e estradas. Aparentemente parece bem que se tomem precauções para evitar que os desastre de 2017 se repitam. No entanto, o diploma legislativo em causa (DL

10/2018, de 14 de Fevereiro) argumenta que as regras vigentes se revelaram ineficazes para conter a progressão dos incêndios e para garantir a segurança de pessoas e bens e que, por isso, importa revê-las, impondo a sua execução até 15 de Março. No entanto, do que se tratou no passado não foi uma ineficácia de regras, mas antes um reiterado incumprimentos da legislação em vigor, nomeadamente quanto à elaboração e execução dos Planos Municipais de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Importaria antes promover o cumprimento das medidas já previstas, avaliar tecnicamente a sua execução e retirar ilações para futuro. Especialistas manifestam-se surpreendidos com a falta de fundamentação técnica destas novas imposições e dizem que algumas das novas regras até podem ter efeitos contrários aos pretendidos. O corte obrigatório de árvores, até pode criar condições para aumentar o mato superficial e facilitar a propagação do fogo. Além disso, emite-se um sinal que, sendo mal compreendido, pode pôr em causa o património arbóreo nacional com consequências ambientais e económicas negativas. Estas imposições, se fossem cumpridas, traduzir-se-iam numa fonte perpétua de despesa e de quebra de rendimento e, ainda por cima, para salva-

guardar património de terceiros. Isto não é justo e só provocará mais abandono e desinteresse pela floresta. Para proteger uma casa que se aproximou do limite de uma mata, o Estado constitui uma obrigação que configura uma “servidão pública” que tem de ser custeada pelo proprietário florestal. O que seria justo seria o contrário, dando origem a uma indemnização compensatória por perda de rendimento, a cobrar aos detentores do bem que pretende proteger. Em alternativa, o Estado poderia exercer as suas prorrogativas em matéria de expropriações ou equacionar a aquisição dos prédios sob os quais recaem estas obrigações legais. Acresce que estas medidas, perante a realidade do país, são impossíveis de executar nos prazos definidos, ficando como saldo final a ameaça de aplicação generalizada de coimas e a intervenção ameaçadora das Finanças e da GNR, o que não contribui nem para o desígnio visado nem para uma desejável paz social. Perante os desafios que a comoção dos incêndios de 2017 provocaram na sociedade portuguesa, era preferível um ambiente de mobilização, de pedagogia e de cooperação, dado que os problemas estruturais de ordenamento do território só se resolvem de forma gradualista e com muita persistência e participação.


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Breves Concentração de telescópios

CENAS.LOVE em Vila Real ‘CENAS.LOVE’ é uma exposição de fotografia sob o tema do amor, namoro e violência no namoro que a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) cedeu para que a Câmara Municipal de Vila Real a pudesse expor. Esta reúne cerca de 30 dos 90 trabalhos de jovens, de 36 turmas de escolas da área metropolitana do Porto e de um centro educativo, com a ajuda de técnicos e fotógrafos.

Moimenta da Beira vai organizar mais uma edição da concentração de telescópios entre os dias 12 e 13 de Maio. Até ao momento e ainda a dois meses da realização da iniciativa estão já inscritos mais de 40 telescópios e 100 participantes. Na edição deste ano, o programa vai contemplar ainda a realização de um Passeio científico-cultural pelo concelho de Moimenta da Beira durante a manhã e tarde de domingo, incluindo uma visita ao Sistema Solar à escala do concelho e à Fundação Aquilino Ribeiro.

Restaurante da EHTDL em evento internacional Curso de nadadores salvadores em Lamego

Lamego incentiva adoção de cães A Câmara de Lamego iniciou este ano um

FOTO: DR

De 26 de março a 30 de abril, o Complexo Municipal de Piscinas de Lamego acolhe um Curso de Nadador Salvador, em horário pós-laboral, tendo como destinatários todos os interessados com mais de 18 anos e escolaridade obrigatória. Pretende-se dotar os formandos, ao longo de 150 horas, de competências nas áreas de vigilância, socorro, salvamento e assistência aos banhistas. Esta formação é ministrada pela Associação de Nadadores “Os Delfins”, uma entidade formadora certificada pela DGERT e pelo ISN.

O Restaurante Vintage, da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego, foi selecionado para fazer parte da 4ª Edição do evento gastronómico Goût de/Good France, juntando-se assim a mais de 3000 restaurantes em 150 países, para celebrar a gastronomia francesa.

programa gratuito de esterilização de canídeos que visa controlar a população de cães

FIIN 2018 já tem inscrições abertas

abandonados, proibir o seu abate e concreti-

Está a decorrer até ao próximo dia 30 de junho, o período de inscrição para a participação na edição deste ano do Festival Internacional de Imagem da Natureza (FIIN), uma iniciativa organizada pelo Município de Vila Real, tendo como parceiros a UTAD, a Associação Cultural Zona Livre, contando pela primeira vez com o apoio da QUERCUS na constituição do Júri.

zar mais adoções.

O Festival, à semelhança do ano anterior, tem como pano de fundo o tema da biodiversidade, e os concursos têm como objetivo promover a temática do património natural biológico, designadamente os ecossistemas, os habitats e as espécies da fauna e flora selvagens.

Cidadão. A colocação do microchip e a admi-

UTAD lança concurso para alunos do secundário A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) acaba de anunciar a 4ª edição do Concurso Nacional de Multimédia, intitulado “A minha escola dava um filme”, aberto a todos os alunos do ensino secundário do país. A iniciativa decorre no âmbito da organização do Sound, Pictures and Multimedia (SPAM 2018), a ter lugar nos dias 18 e 19 de abril próximo, promovido pelo Curso de Comunicação e Multimédia da UTAD.

As adoções podem ser feitas de segunda a sexta-feira no Canil Municipal, situado ao lado do Parque Biológico da Serra das Meadas, mediante a apresentação do Cartão de nistração da vacina antirrábica é obrigatória.

Câmara de Lamego com imagem renovada A Câmara Municipal de Lamego renovou a sua imagem corporativa. A nova identidade funde os valores da História, do Território e do Trabalho, com o verde, a cor do município. A tarefa de conceção e execução da nova imagem foi feita por técnicos da autarquia. A sessão pública de apresentação da nova imagem simbólica identificativa do concelho foi apresentada publicamente no Teatro Ribeiro Conceição. FOTO: DR

Alijó celebra Dia Mundial do Teatro Alijó é concelho escolhido em 2018 para as comemorações do Dia Mundial do Teatro da Fundação INATEL que decorrem entre 23 e 25 de março. À semelhança de anos anteriores, a Fundação INATEL, desta vez em colaboração a Câmara Municipal de Alijó, Juntas de Freguesia de Alijó, Favaios, Pinhão e Associação Vale D’Ouro, levam a efeito as comemorações do Dia Mundial do Teatro, cuja efeméride decorre anualmente em 27 de março mas, como este ano coincide com um dia de semana foram antecipadas para os dias 23, 24 e 25 de março.

Atelier de Costura em Moncorvo FOTO: DR

A autarquia de Torre de Moncorvo está a organizar um Atelier de artes e ofícios decicado à Costura. A iniciativa acontece entre 20 de Março a 06 de Abril no Centro de memória. As inscrições estão abertas até ao dia 16 Março nas instalações do CLDS Moncorvo 3G ou na Junta de Freguesia de Moncorvo

Expo Jardim e Animais em Sernancelhe O Exposalão de Sernancelhe vai acolher entre os dias 23 e 25 de março a quinta edição da Expo Jardim e Animais, organizada pela Câmara Municipal. O certame vai reunir expositores locais e regionais dedicados à comercialização de plantas, flores, piscinas e produtos de jardinagem, agricultura, animais, maquinaria e tecnologia agrícola. O evento também manterá uma vertente pedagógica, com a realização de espetáculos e animações dedicadas às crianças no primeiro dia. A programação inclui ainda workshops de agricultura, jardinagem e decoração floral e um concerto de cariz social no Auditório Municipal.


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Vários Concelhos

Vendas de vinhos do Douro em 2017 superam 500 milhões As vendas de vinhos do Douro no ano de 2017 bateram recordes com o volume de negócios a ascender aos 556 milhões de euros. Os dados são do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), divulgados num comunicado enviado às redações e onde se pode ler que “2017 foi um “ano de recordes” para os vinhos produzidos na mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo, registando-se um total de vendas de 13,7 milhões de caixas, mais 2,2% do que em 2016.” No que diz respeito ao volume de negócios, o valor de 556 milhões de euros atingido, representa um aumento de 3,6% comparativamente com o ano anterior. O Vinho do Porto, o mais representativo da região, “manteve a tendência dos últimos três anos para um crescimento em valor

das suas vendas, sem correspondente aumento em termos de quantidade”. Em 2017, as vendas ascenderam aos 380 milhões de euros (mais 0,9%), correspondentes a 8,4 milhões de caixas (menos 1,7%). Contudo, nas categorias especiais, onde se incluem os Vintage e LBV, por exemplo, registaram-se “quotas nunca antes atingidas”, com 42,7% do valor total de Vinho do Porto vendido e 22,4% da quantidade. “Esta evolução contribuiu para o aumento do preço médio de comercialização do vinho do Porto”, salientou o instituto, no comunicado. No mercado nacional, os resultados subiram 6% em valor e 0,2% em quantidade, compensando, de acordo com o IVDP, “parte dos decréscimos verificados na exportação, menos 0,3% e menos 2,1% respetivamente”. “2017 marca a chegada de Portugal ao primeiro lugar do ‘ranking’ de vendas de vinho do Porto em valor”, ultrapassando a França, um dado que muitos afirmam estar relacionado com o aumento de fluxo turístico e as visitas que fazem ao Douro e às ca-

ves vinícolas em Vila Nova de Gaia. No que diz respeito aos mercados onde os vinhos são comercializados, regista-se uma manutenção dos países que compõe o top 10, nomeadamente: Portugal, França, Reino Unido, Holanda, Estados Unidos da América (EUA), Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Canadá e Espanha. Também o vinho do Douro registou “um novo recorde de vendas” com 157,3 milhões de euros (mais 10,7%), correspondentes a 4,4 milhões de caixas (mais 11,8%), mantendo a tendência de “fortes acréscimos anuais” que têm vindo a registar-se nos últimos dez anos. Ou seja, segundo o IVDP, “entre 2006 e 2016 as exportações de vinho do Douro triplicaram e as vendas em Portugal mais do que duplicaram, batendo-se recordes todos os anos”. Os dez principais mercados para este vinho, que representaram 90% do valor das vendas totais, foram Portugal (61%), seguido do Canadá, Brasil e Reino Unido, Suíça e EUA, Alemanha, Angola, Bélgica e França. As vendas de Moscatel, outro dos néctares

mais conhecidos da região, situaram-se nos 10,8 milhões de euros (381 mil caixas), mais 3,6% do que no ano anterior, tendo o mercado português uma quota de 93%, seguido pelo Luxemburgo com 2% e Suíça com 1%. O vinho Duriense alcançou um volume de negócios de 6,5 milhões de euros (393 mil caixas), mais 2,7% do que no ano anterior, sendo 81,3% deste valor de vendas em Portugal, enquanto a Bélgica teve uma quota de 2,4%, França 2,3% e China 2,2%. Para o organismo que certifica, controla, protege e promove as Denominações de Origem Porto e Douro, “estes dados revelam um aumento generalizado dos resultados de vendas dos vinhos da Região Demarcada”. A concluir o IVDP destaca o comportamento do “Vinho do Porto, em que as categorias superiores sobressaem e o preço médio sobe, anunciando um reposicionamento, e o Vinho do Douro que tem visto as suas vendas crescer contínua e sustentadamente, tanto no mercado nacional como internacional”. ■

Máscara de Lazarim candidata a Património Mundial A Câmara Municipal de Lamego quer elevar a máscara de Lazarim a Património Mundial da UNESCO, um anúncio público feito pelo próprio autarca, Ângelo Moura, que confirmou ainda que o processo irá começar de imediato.

ainda desenvolvendo a atividade, e outros muito jovens, que fazem excelentes trabalhos”. Um desses artesãos é Adão Almeida que, com 55 anos de idade já perdeu a conta ao número de máscaras que fez desde a sua juventude e que se mostrou bastante satisfeito com a candidatura agora anunciada, “vejo isto como ouro para a minha terra”, disse o artesão aos jornalistas. Só este ano, no Entrudo de Lazarim, saíram à rua 40 novas máscaras de amieiro. O número pode parecer baixo mas estas são peças que demoram meses até esta-

rem concluídas. Como explicou o próprio autarca, trata-se de “elaboradas peças de madeira esculpida que, na sua forma tradicional, se destacam pela expressividade dos seus contornos, quer tenham figuras zoomórficas, quer apresentem características antropomórficas”. “A sua plasticidade, a elegância dos seus traços, quer retratem o ‘diabo’ ou a ‘senhorinha’, tornam-nas verdadeiramente particulares no contexto da arte popular que se destina a representar diversas manifestações do Entrudo”. ■ FOTO: CA

Para o autarca lamecense, “a máscara e o Entrudo são um elemento vivo da história que importa preservar”, para as gerações vindouras como uma “tradição ancestral e identitária” da região de Lamego. A máscara de Lazarim, talhada em madeira de amieiro por artesãos, é um elemento único no Mundo e, para Ângelo Moura, esta tradição “reveladora de um saber fazer original, de um viver e sentir genuínos” deve ser preservada como traço identificativo da região. Durante a apresentação pública da candidatura, o autarca afirmou ainda ter consciência de que este “será um processo longo”, que demorará anos a concluir, mas considerou que este propósito do

município “é exequível”. “A máscara de Lazarim, enquanto arte ancestral de saber fazer e com práticas, expressões, ritos e símbolos identitários transmitidos de geração em geração, tem os atributos necessários para integrar a lista do património cultural imaterial da UNESCO”, justificou. Dentro de um ano, o autarca espera ter a máscara de Lazarim inscrita no inventário nacional cultural imaterial, para depois poder dar continuidade à candidatura à UNESCO. Nesta primeira fase, será criado um grupo de investigadores que vai dar continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido pelo Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (CIMI), situado na freguesia de Lazarim. Todo o processo será liderado pelo próprio município, no entanto, serão envolvidas “todas as forças vivas”, incluindo a comunidade local, as instituições municipais e regionais. “É uma candidatura do município, mas tem que ser muito mais do que isso. Tem que ser um evento regional e transnacional”, considerou. Segundo Ângelo Moura, em Lazarim existe atualmente “uma boa dúzia de artesãos, alguns com proveta idade, mas

> Máscara de Lazarim - “Senhorinha”


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Vários Concelhos

Nota de zero euros do Alto Douro Vinhateiro chega em Abril A nota de zero euros do Alto Douro Vinhateiro só chega em abril mas o promotor garante já que tem centenas de exemplares vendidos só com as imagens que foram sendo divulgadas deste artigo.

tos do Douro. “Na altura lembrei-me da Casa de Mateus mas não houve abertura da parte deles, por isso pensei em algo mais abrangente e uma paisagem do Alto Douro Vinhateiro pareceu-me que resumia um pouco do que aqui há, vinho, paisagem e tradição”. Um dos entraves que Filipe destaca no processo de seleção do que promover até à existência da nota em si, é a forma como a ideia é recebida por quem gere os espaços. “Fora de Portugal as coisas são um pouco mais fáceis, aqui os direitos de imagem são muito apertados e só podemos usar aquela imagem com aprovação dos titulares dos espaços” No caso da ideia de promover a Casa de Mateus, em Vila Real, “foi esse o problema, foi-nos dito que não havia interesse em promover o espaço neste projeto, por isso

acabamos por não poder levar o projeto em frente. No caso do Alto Douro Vinhateiro as coisas são diferentes, não existem direitos para esta imagem porque é algo natural, que pertence a todos, seria diferente se fizesse alusão a alguma marca ou se utilizasse o logótipo da UNESCO”. No total serão impressas 10 mil notas da região do Douro, um número “otimista” segundo Filipa Cunha, em especial “quando comparado com as outras edições que normalmente arrancam com 5 mil exemplares”. A nota será comercializada online na página da Numis Vila Real e em alguns espaços comerciais e turísticos, como a Casa Lapão em Vila Real ou o Museu do Douro em Peso da Régua, pelo valor de cinco euros. ■ FOTO: DR

As notas de zero euros já não são uma novidade em Portugal, atualmente existem seis destas notas: Castelo de S. Jorge (edição 2017), 100 anos das aparições de Fátima, Castelo de Guimarães, Castelo de S. Jorge (edição 2018), Ponte 25 de Abril e Sé de Lisboa. Em abril são esperadas duas novas notas, a do Alto Douro Vinhateiro e da Ponte D. Luis no Porto. Chegaram a Portugal pela mão de Benjamin Busch, um professor de língua alemã, com 26 anos e apaixonado por filatelia. “Desde criança que sou um amante de filatelia já que o meu pai tinha uma loja de filatelia no centro de Estrasburgo. Por esse motivo, comecei desde muito cedo a colecionar selos. A determinada altura, quis deixar a docência e fazer outras coisas, mudar o meu rumo de vida. Em janeiro de 2017 criei um pequeno negócio de filatelia”. A razão para escolher Portugal como mercado para a comercialização destas notas é simples para Benjamin, “estou muito habi-

tuado a Portugal, já que o meu pai tinha um apartamento no Vimeiro. E sempre mantive em mente a ideia de poder vir muitas vezes a Portugal” “Vi uma entrevista de Richard Faille, criador da lembrança da nota de zero euros em 2015, e entrei em contacto com este empreendedor francês no sentido de garantir os direitos exclusivos para comercializar a nota de zero euros em Portugal” Em Agosto de 2017, Benjamin conhece Filipe Cunha numa feira de antiguidades na cidade de Vila Real e propôs-lhe promover estas notas. “O senhor Benjamin é quem tem os direitos de comercialização deste tipo de notas em Portugal e contactou-me para, na altura, divulgar a primeira nota de zero euros portuguesa, alusiva ao Castelo de S. Jorge em Lisboa”, conta Filipe Cunha. Filipe já conhecia estas notas que eram comercializadas na Europa e considerou desde logo abraçar este propósito já que não só podem ter interesse para alguns colecionadores que já conhece da sua atividade, como para os inúmeros turistas que cada vez mais circulam na região e que assim têm oportunidade de levar “uma recordação da sua visita à região do Douro”. Para o promotor destas notas, elas desenpenham também um “papel pedagógico, do ponto de vista que representam sempre um monumento histórico ou uma região”. Tendo em conta estes fatores, Filipe Cunha propôs desde logo ao mentor do projeto a elaboração de algumas notas com elemen-

Rui Santos afirma que centro de controlo do Túnel do Marão reabre este mês O túnel, inaugurado em Maio de 2016, tinha, junto à entrada sul, sentido Porto-Vila Real, um edifício onde funcionava o centro de controlo, com diversos ecrãs e monitores, a partir de onde se fazia a vigilância permanente da infraestrutura, até à decisão de o transferir para a sua sede, em Almada, muito contestada pelo autarca vila-realense. “Uma das peças fundamentais do sistema de segurança do Túnel do Marão era o edifício e equipamento que está no posto de controlo. Sempre consideramos que a IP tinha agido mal em retirar o centro de controlo dali”, sublinhou. A decisão de reabrir, segundo o autarca, “vem dar cumprimento” às conclusões do relatório ao incêndio num autocarro que ardeu dentro do túnel, em junho do ano passado.

“O Governo deu ordens claras para que o relatório fosse tido em conta e para que as recomendações fossem adotadas. Não sei o que anda a IP a fazer para, ao fim de mais de mês e meio, ainda não ter cumprido aquilo que foi o despacho dos secretários de Estado”, salientou o autarca. O documento, a que a agência Lusa teve acesso em fevereiro, aponta algumas lacunas e faz recomendações a nível, por exemplo, da revisão dos planos de Emergência e de Intervenção dentro da infraestrutura. Em despacho publicado também em fevereiro, em Diário da República, o Governo determinou precisamente a revisão “com urgência” e “até 31 de março” dos plano de Emergência Interno do e de Intervenção no Túnel do Marão, ainda a elaboração de um Plano de Prevenção, e a posterior realização de um simulacro de incêndio. ■

FOTO: DR

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, afirmou ter recebido a garantia por parte do Governo de que o centro de controlo de tráfego do Túnel do Marão vai reabrir até final deste mês, estando a aguardar a visita dos secretários de Estado das Infraestruturas e da Proteção Civil à região para formalizar essa decisão.


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Foz Côa

Centro Interpretativo do Vale do Tua promove memória do território

Este equipamento resultou da requalificação de dois edifícios já existentes e a musealização do espaço orçada em cerca de 240 mil euros. De acordo com as exigências do promotor do projecto, a Agência de Desenvolvimento Regional Vale do Tua (ADRVT), o tema “O Vale”, pretende levar o visitante a envolver-se com o vale do Tua em toda a sua dimensão, natural e humana. Numa área tunelar (foi criado um túnel em cortiça), é recriada uma cápsula temporal que direcciona o vi-

sitante num percurso de milhares de anos, desde a dimensão geológica e natural do vale até ao seu povoamento. No tema “A Linha do Tua”, o objectivo é recordar e aproximar. A ideia é levar o visitante a recordar o caminho-de-ferro e compreender a realidade local, podendo envolver-se com o sentimento dos habitantes pela perda do acesso ao comboio. A ligação entre a via-férrea e os residentes do Douro e Trás-os-Montes é o momento que se celebra. No tema “A Barragem”, quer-se levar o visitante a compreender a barragem como algo incontornável ao rio Tua, independentemente do posicionamento de cada um, demonstra-se a relação estabelecida pelo desenho do arquitecto Eduardo Souto de Moura, entre a paisagem e a exigência da tecnologia. A cenografia tenta demonstrar a coexistência da diversidade de opiniões, de paisagens e desenhos que culminaram no processo hídrico do Tua. Qual o papel fundamental da barragem do ponto de vista socioeconómico, do aproveitamento hidroeléctrico na região e país, as preocupações culturais, patrimoniais e ambientais na concepção construção. O discurso museográfico do CIVT pretende despertar emoções e gravar-se na memória dos visitantes, através de dois

contextos expositivos, a exposição de longa duração e as exposições temporárias. Este projecto, no seu conjunto, representa um investimento superior a dois milhões de euros e resulta das medidas de compensação da EDP para o território, decorrente da construção do Aproveitamento Hidroe-

léctrico de Foz Tua. O CIVT será o espaço de excelência para a preservação da memória do Vale do Tua, consagrando a Linha Ferroviária do Tua e promovendo a história deste território, a sua importância económica, social e cultural. ■ FOTO: DR

Abriu portas no passado dia 21 de fevereiro aquele que é um dos projectos mais emblemáticos do Vale do Tua: o Centro Interpretativo Vale do Tua (CIVT). Com vista a preservar e promover a memória do território, o novo espaço vai centrar-se em três temas principais: o Vale, a Linha do Tua e a Barragem.

Passadiços vão ligar Museu do Côa ao rio Douro

“O que se pretende é uma maior aproximação do turismo fluvial do Douro com o Museu do Côa e, ao mesmo tempo, criar passadiços que liguem alguns núcleos da arte rupestre do parque arqueológico”, explicou à comunicação social o presidente da câmara de Foz Côa, Gustavo Duarte.

Este projeto, vincou, “servirá para acelerar a construção de um cais fluvial nas proximidades do museu, de forma a permitir o desembarque de turistas que procuram a arte do Côa e os produtos endógenos”. O projeto irá avançar por fases estando a primeira pensada para um passadiço com cerca de um quilómetro de distância com um desenho igual a uma das gravuras existentes no Vale do Côa e será desenvolvido pelos mesmos autores dos passadiços do Paiva, em Arouca. Esta primeira fase irá arrancar no sopé do museu, permitindo assim a visita a alguns núcleos de gravuras rupestres no Vale de José Esteves e da Vermiosa. “Esta será a primeira fase. Mas, depois, vamos alargar o projeto para que os visitantes tenham uma forma diferente de apreciar a natureza e este nosso património rupestre, o próprio Douro e o Côa”, disse Gustavo Duarte que confirmou ainda que “outra das ideias é ligar um novo passadiço à antiga estação de caminho-de-ferro do Côa,

no troço de linha desativado entre o Pocinho e Barca d’ Alva. O imóvel da estação será alvo de requalificação, já havendo empresários interessados na iniciativa”. Para Bruno Navarro, presidente da Fundação Côa Parque, o projeto será uma mais-valia para a valorização do território do Côa que ganhará

assim uma nova atração. “Este passadiço poderá ser mais uma atração para os turistas que utilizam a via fluvial para descobrirem o vale do Douro”. Com este projeto, a FCP assume o compromisso de abrir mais núcleos de Arte Rupestre ao público, sem ser necessário fazer o transporte em viaturas todo o terreno. ■ FOTO: DR

Numa parceria entre o município de Foz Côa e a Fundação Côa Parque (FCP), irão ser construídos uns passadiços para ligar o museu e parque arqueológico ao rio Douro visando um maior aproveitamento do fluxo turístico fluvial da região.


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Vila Real

Três mulheres fazem do sonho realidade em Moçambique

Para perceber como se chega aqui temos que recuar a 2011 quando Paula Teixeira ficou a conhecer a Helpo e o seu projeto de promover o desenvolvimento nos PALOP através do apadrinhamento de crianças à distância. “Quando tive conhecimento do projeto tratei logo de apadrinhar uma criança, foi algo imediato”, confessa Paula que continua a contar que logo nas primeiras cartas trocadas com o seu novo afilhado ficou com vontade de ir até Moçambique para o conhecer pessoalmente. “Fiquei fascinada e logo com vontade de o conhecer e de conhecer de perto a realidade com que vivia”. Em 2013 Paula partiu para Moçambique, na companhia de outro padrinho português, com um objetivo claro, conhecer o afilhado que apoiava e com quem se correspondia. “Ia com um pouco de receio, é uma realidade completamente diferente da nossa, receava os perigos por que teria de passar”, conta. A viagem correu bem, Paula conheceu o seu afilhado e regressou a Portugal, continuando a corresponder-se com ele. “Em 2015 surgiu uma nova oportunidade de ir a Moçambique, desta vez uma viagem organizada pela associação com mais seis padrinhos. Como já era a segunda vez ia mais tranquila,

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Paula, Dina e Ana são três mulheres, naturais de Vila Real, com um sonho, contribuir para uma vida melhor para as crianças de Moçambique onde planeiam abrir uma segunda escola seguindo o sucesso atingido com o primeiro projeto.

mais disponível para absorver novos conhecimentos”, conta Paula. Terá sido essa tranquilidade que num dos dias fez Paula reparar num grupo de crianças que estava por perto, sentados debaixo de uma árvore até à chegada da professora “que trazia o quadro à cabeça”. O cenário não lhe saiu da cabeça e logo nessa noite começou a tentar perceber o que mais poderia fazer. “Não tinha nada na cabeça mas fiquei logo com a ideia de construir uma escola. Mesmo quando regressei a Portugal não disse nada a ninguém mas era uma ideia que não me largava. Todos os dias, quando deixava o meu filho na escola, ficava a chorar, a pensar o que seria feito daquelas crianças. Um dia simplesmente liguei para a direção da Helpo, em Lisboa e perguntei se o coordenador de Moçambique já lhes tinha falado da minha ideia de construir uma escola. Ficaram muito surpreendidos de eu querer avançar com a ideia mas apoiaram-me desde o início”, foi o começo do projeto Ajuda-me a construir uma escola em

Moçambique. A partir daí Paula começou a tratar de angariar o dinheiro, eram precisos 30 mil euros que foram angariados entre donativos, excursões, venda de merchandising criado para o projeto, eventos e a participação em feiras de artigos em segunda mão onde “vendia tudo que tivesse em casa e que não fizesse falta”. Pelo caminho conheceu Dina que, ao ter conhecimento do projeto, entrou em contacto para ajudar, “mandei uma mensagem a pedir que me enviasse algumas agendas para ajudar a vender”. Com tanta entrega, Paula decidiu falar com a organização para levar a Dina consigo a Moçambique para inaugurar a escola, mais uma ideia aprovada, faltava dar a notícia à sua “tesoureira”, como dizem em tom de brincadeira. “Quando lhe disse começou a chorar”, conta Paula, “até me custou acreditar mas disse logo que sim”, completa Dina. Os planos eram para que a viagem se realizasse mais para o final do ano, após a construção da

escola estar terminada. Em junho, Ana e Paula encontram-se e a fotógrafa disse logo que queria ir com a Paula, bastava que a avisasse da data. Daí a outubro foi uma questão de esperar que o dia chegasse. A escola foi inaugurada e passou a servir para educar mais de 400 crianças em Teacane, Nampula. Com a escola inaugurada Paula confessa que pensou “missão completa” mas, as suas duas novas amigas tinham outros planos, construir uma nova escola. Não conseguindo recusar o desafio, foi uma questão de escolherem o local para o novo estabelecimento de ensino, desta vez o destino será a província de Cabo Delgado, no norte do país. Agora recomeçou a angariação de dinheiro, o método será o mesmo do projeto anterior. Lamentam não receber mais apoio por parte das entidades oficiais da cidade mas acreditam que vão conseguir juntar a verba necessária para regressarem a Moçambique e mudar a vida de algumas centenas de crianças. ■

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Tabuaço

Fábio Cecílio homenageado em Tabuaço

A festa começou com a escolta do atleta pelo Motoclube Rabelos do Asfalto e as boas-vindas do Grupo de Cantares de Barcos, freguesia onde Fábio Cecílio nasceu. No entanto, a homenagem que decorreu no salão nobre da autarquia foi o ponto mais alto das celebrações. No salão nobre dos Paços do Concelho, foram vários os elogios ao jogador. O presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho, referiu-se ao atleta como o “exemplo de que o dom e o talento não bastam, é preciso empenho e dedicação, espírito de sacrifício e, muitas vezes, sair da zona de conforto”. O autarca salientou ainda a importância do movimento associativo, onde Fábio Cecílio começou a jogar, a Associação Juvenil Abel Botelho (AJAB). O presidente da AJAB, Hélder Resende, emocionou-se agradecendo a Cecílio por “levar o nome da AJAB, Barcos e do concelho de Tabuaço tão longe” e considerou mesmo o “miúdo guerreiro” como “umas

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Fábio Cecílio, o número 5 da seleção nacional de futsal foi, no passado dia 25 de fevereiro, homenageado pelo triunfo no Campeonato Europeu da modalidade, pelo município de Tabuaço de onde é natural.

> Fábio Cecílio ofereceu a sua camisola ao autarca

das referências maiores do desporto nacional”. “Lutou e trabalhou muito e, acima de tudo, manteve o foco”, concluiu o dirigente. O próprio Fábio Cecílio, que joga atualmente no Benfica, mostrou-se “agradecido” pela homenagem em Tabuaço e referiu que a sua carreira foi marcada pelas “mensagens de apoio que me deram força e que me fazem continuar” a seguir no futsal.

Fábio Cecílio recebeu ainda um novo desafio na cerimónia: regressar ao concelho daqui a dois anos, como campeão do mundo. Após a cerimónia, onde ainda foram trocados alguns presentes com Fábio a receber distinções da autarquia, da freguesia de barcos e da AJAB, todos os presentes seguiram em desfile até ao pavilhão onde Fábio Cecílio deu os primeiros passos na moda-

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> Carlos Carvalho presenteia Fábio Cecílio

lidade e onde passará a figurar uma lona gigante alusiva ao feito agora conseguido, como forma também “de motivar os atletas mais pequenos, mostrando-lhes que começar aqui não significa que não se consigam atingir os patamares mais elevados”, afirma Hélder Resende. No final de tudo foi ainda servido um Porto de Honra a todos os presentes. ■

> Fábio Cecílio acompanhado por Hélder Resende


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Tarouca

Taça de Portugal de downhill leva 250 participantes a Tarouca

No total estiveram na pista do DhTarouca mais de 200 atletas, na sua maioria de fora do concelho, incluindo de oito nacionalidades diferentes, Portugal, Espanha, França, Itália, Áustria, Roménia, Reino Unido e Estónia. No decorrer dos dois dias a animação e boa disposição estiveram presentes na comitiva, levando Daniel Carvalho, presidente do DhTarouca a manifestar a sua satisfação pelo “espírito vivido ao longo de todo o fim-de-semana e por nenhum atleta se ter magoado com gravidade”.

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A Serra de Santa Helena, em Tarouca, recebeu, nos dias 24 e 25 de fevereiro a primeira etapa da Taça de Portugal de Downhill, uma prova que contou também para o ranking internacional, assinalando o arranque da época 2018.

> Milhares de espectadores assistiram à prova em Tarouca Foto DR

Para o presidente do clube, a organização desta prova em Tarouca “é um orgulho”, estando já a pensar no futuro “que é já no próximo ano”. Daniel Carvalho destacou ainda o apoio dado pela autarquia tarouquense sem o qual “não seria possível realizar esta prova”. Da parte do município, José Damião, vice-presidente, também se congratula com o sucesso da prova, “para o concelho e para o território esta é hoje uma prova de extrema importância. É a primeira vez que temos em Tarouca uma prova de cariz internacional. Durante estes dias vêm a Tarouca milhares de pessoas, só atletas foram cerca de 250, mais as suas equipas e familiares. É uma forma de promovermos o nosso território porque acabam por ficar duas ou três semanas e têm oportunidade de conhecer o que aqui temos para lhes oferecer.” José Damião expressou ainda o seu “agradecimento a toda a equipa do DhTarouca na pessoa

do seu presidente Daniel Carvalho. São gente que trabalha nesta prova durante todo o ano, por isso merecem o nosso agradecimento especial”. Quanto ao futuro, o apoio camarário a este evento está assegurado de forma “incondicional”. “É uma forma de mostrar o valor que damos ao movimento associativo mas também é uma oportunidade de lhes incutir alguma responsabilidade e a perceção de que o que fazem é em prol da sua terra, do seu território. Entre os participantes a satisfação era grande, Francisco Liñares, elemento de uma das equipas vindas de Espanha destacou o desenho da pista, muito exigente, e “a forma muito simpática e amável” com que foram recebidos em Tarouca. Já Natalino Santos, atleta e membro do DhTarouca conta que “esta prova começou como uma brincadeira e neste momento já conta para o ranking internacional, para nós é um orgulho fazer isto pela nossa terra”. ■ Foto DR


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Sernancelhe

Secretário de Estado inaugura obras em Sernancelhe

> Carlos Silva e o Secretário de Estado durante a inauguração

der aos anseios da população, evitando deslocações à aldeia vizinha do Carregal para tratar dos seus assuntos”, ideia também expressa pelo Presidente da Junta de Freguesia, Vitor da Silva Rebelo, que destacou ainda a importância da presença do governante no seu território. Na outra sala da antiga escola foi assinalada a abertura também da Sede da Exploração Cinegética Madrugadas, uma Associação de Caça, presidida por José Eduardo Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, e cuja ação muito tem concorrido para a projeção das qualidades turístico-cinegéticas da localidade de Aldeia de Santo Estêvão e da encosta da Serra da Lapa. Após as inaugurações Carlos Miguel falou aos jornalistas reafirmando a ideia da importância do dinamismo das autarquias na fixação das populações, “as autarquias há muito que fazem milagres e continuarão a fazer, daí a importância de terem projetos e os executar para que estejam mais próximas das pessoas. Há projetos que não estão ligados às pessoas mas aqui o caso é diferente, este é um projeto virado para a população e isso é muito importante. Este governo defende que, o que pode ser feito localmente deve ser feito localmente, por isso temos planeado dar mais competências às autarquias para que levem avante projetos como aqueles que hoje aqui inauguramos”.

Antes do regresso à vila de Sernancelhe houve ainda tempo para mais uma inauguração, desta feita na freguesia de Carregal, local de nascimento do escritor Aquilino Ribeiro que fica agora eternizado numa praça imponente, inspirada no seu livro, “Cinco Réis de Gente”. Desenhada pelo arquiteto local, Paulo Al-

bino Santos, a praça localizada na entrada da freguesia é decorada com cinco painéis, selecionados pelo aquiliniano Paulo Neto, a quem coube a responsabilidade de fazer um breve apontamento sobre Aquilino Ribeiro e a sua obra, que muito agradou às centenas de pessoas presentes na nova Praça Aquilino Ribeiro. ■ Foto DR

À chegada aos paços do concelho, onde assinou o Livro de Honra, Carlos Miguel foi recebido pelo autarca Carlos Silva, juntamente com o Presidente da Assembleia Municipal José Agostinho Aguiar e a Guarda de Honra dos bombeiros locais, seguindo o cumprimento a todos os presidentes de junta. Já no salão nobre, o Secretário de Estado discursou agradecendo a amabilidade da receção e destacando o trabalho desenvolvido pela autarquia que, afirma, “vive uma saúde financeira excelente”. Carlos Miguel falou ainda da importância da dinâmica das autarquias, em especial as do interior, no combate à crescente “litoralização do país”, destacando o poder das economias locais na fixação de pessoas, “é importante termos autarquias mais fortes, mais ligadas ao território, com maior descentralização, mais meios e mais autónomas”, como é o caso de Sernancelhe com as obras que iria inaugurar de seguida, “os concelhos têm de pulverizar serviços pelas freguesias para manter as populações ativas e manter as economias dinâmicas”. Após a assinatura do Livro de Honra do município a comitiva partiu rumo à Aldeia de Santo Estêvão onde o edifício da antiga escola primária ganhou uma nova vida albergando, o Espaço de Proximidade e Apoio ao Cidadão e a Sede da Associação de Caça. O Espaço de Proximidade ao Cidadão, funcionará como um serviço desconcentrado da Junta de Freguesia, organismo que desapareceu com a reorganização das freguesias, obrigando a população em deslocações à aldeia de Carregal onde funciona a Junta de Freguesia. Para Carlos Silva, Presidente da Câmara de Sernancelhe, este espaço “vem respon-

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O Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, esteve presente em Sernancelhe, no passado dia 16 de fevereiro, onde presidiu à inauguração do novo edifício da antiga escola primária da Aldeia de Santo Estêvão e uma praça de homenagem ao escritor senancelhence, Aquilino Ribeiro.

> Carlos Miguel discursou no salão nobre do Município


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Sernancelhe

Milhares provam sopas típicas em Sernancelhe

Mais de quatro mil litros de sopa foram confecionados por 17 associações, cerca de dez mil visitantes passaram pelo certame e o concelho demonstrou estar à altura de preservar tradições, impulsionar a economia local através da promoção dos produtos da terra e promover Sernancelhe como território de cultura. Inaugurado pelo Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, o 5º Festival de Sopas e Encontro de Ranchos ficou marcado pela originalidade em aliar a gastronomia tradicional à cultura etnográfica, enaltecendo os rituais de antigamente, apostando na valorização dos saberes e sabores de antigamente, recuperando receitas e técnicas de confeção diferenciadoras das aldeias do Concelho. A iniciativa soube, de igual forma, enfatizar os produtos biológicos, demonstrando que é possível dar valor acrescentado aos produtos das hortas e quintais das aldeias, ao trazer para as sopas a batata, o feijão, a couve, a cebola, a cenoura, e tantos ou-

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O 5º Festival de Sopas e Encontro de Ranchos de Sernancelhe, que decorreu no fim-de-semana de 16, 17 e 18 de fevereiro, ficou marcado pela afirmação deste como um evento gastronómico de referência no norte do País.

tros produtos criados nas pequenas parcelas agrícolas das diferentes freguesias. Por isso, as 17 sopas apresentaram as características diferenciadoras das respetivas associações, havendo sopas ligadas à montanha, com os enchidos a marcarem o sabor, e as sopas das aldeias ribeirinhas do Távora, com o peixe do rio, por exemplo. Aos milhares de visitantes foi dada, a possibilidade de provarem sopas originais, com ingredientes frescos e que não co-

nhecem produtos químicos. O segredo da confeção esteve na junção dos sabores da terra como os saberes passados de geração em geração e que, caso não fossem impulsionados com iniciativas como o Festival de Sopas, corriam o risco de se perder. A par da capacidade gastronómica de cada associação, o evento contou com a etnografia. Ao palco do Exposalão subiram, durante os três dias, nove Ranchos Folclóricos, numa demonstração da cultura

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> Carlos Miguel e Carlos Silva visitam o certame

de várias regiões do nosso País. Da serra ao litoral, da Beira Alta ao Minho, foram várias as atuações que deram cor e alegria ao multiusos de Sernancelhe. Durante três dias, o Festival das Sopas, que teve entrada livre e dezassete sopas para prova, contou ainda com uma exposição etnográfica das artes e dos ofícios de antigamente, onde não faltaram as antigas cozinhas da aldeia, as tabernas e os espaços agrícolas típicos dos meios rurais. ■

> As sopas são o mote principal deste evento


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Vários Concelhos

Dentistas nos Centros de Saúde já são uma realidade

Com o arranque deste projeto-piloto, a rede de cuidados de saúde primários encontra-se, agora, melhorada e expandida, nomeadamente, pela ampliação da cobertura do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na área da Saúde Oral, um serviço que deixou de ser única e exclusivamente prestado pelas entidades privadas. Presentes na cerimónia de assinatura dos protocolos estiveram diversas entidades tendo todas elas destacado a importância dos mesmos. Para Rui Dionisio, Diretor executivo do ACES Douro Sul, “O atual governo decidiu expandir e melhorar a sua rede de cuidados de saúde primários através da ampliação de cobertura da saúde oral. Era uma necessidade das populações”, destacando ainda o “papel fundamental” das autarquias, “estando completamente disponíveis a trabalhar connosco melhorando os cuidados de saúde prestados aos seus munícipes”. Por sua vez, o Presidente do Conselho Diretivo da ARS norte, Pimenta Marinho, reforçou o “forte envolvimento destas três autarquias para levar este projeto a bom porto” afirmando ainda que há “boas razões para ter esperança no futuro. A ARS norte e o ministério da saúde não abandonarão as populações do interior nem as pequenas unidades de saúde destes municípios”. Presente na cerimónia esteve também o Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Silva que parabenizou os municípios pela abertura dos consultórios. “Muita gente não tem acesso a cuidados de saúde oral por falta de recursos económicos e isso agora começa a mudar

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O protocolo estabelecido entre as autarquias de Tabuaço, São João da Pesqueira e Moimenta da Beira com a Administração de Saúde do Norte, contemplando a implementação de consultórios de medicina dentária nos respetivos Centros de Saúde, foi assinado na presença do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

> Leandro Macedo, Carlos Carvalho e José Eduardo Ferreira

com a existência destes consultórios nos centros de saúde”. O Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo começou a sua intervenção por afirmar que “é importante virmos ao terreno porque, quando estamos fechados nos nossos gabinetes, por vezes esquecemos as pessoas e vindo ao terreno temos uma noção real das suas dificuldades e das coisas boas que por aqui se fazem”. “Há 10 anos começamos com o cheque-dentista, no entanto a sua abrangência era limitada pois destinava-se a alguns grupos específicos como os idosos, as crianças, as mulheres grávidas ou os portadores do VIH-Sida, deixando muita outra gente de fora, este protocolo vem mostrar a importância que a saúde oral tem para este governo”. Fernando Araújo afirmou também que “este projeto veio para ficar, já não voltará para trás até porque as populações e o poder local não deixarão”, lembrando o papel das autarquias neste processo, “as questões da saúde não são responsabilidade dos municípios mas o envolvimento destas três câmaras foi essencial em todo o processo”. Visão próxima das necessidades da população têm os dentistas que agora ocupam este consultórios, em Tabuaço, a Dra Rute Delgado conta que “inicialmente as pes-

soas estavam um pouco reticentes mas à medida que a confiança se foi ganhando as coisas ficaram mais fáceis, tivemos que educar as pessoas em saúde oral, mostrando a importância de um gesto simples como lavar os dentes diariamente. Encontramos pessoas, inclusive mais novas, que nunca tinham feito uma limpeza aos dentes”. A dentista afirma ainda que “esta é uma alternativa aos serviços privados em especial pelos custos associados” contudo, não os substitui “até porque aqui não fazemos certos serviços como a colocação de aparelhos ou próteses”. Felizes pela abertura destes consultórios mostraram-se também os autarcas. Carlos Carvalho, autarca de Tabuaço afirmou que “esta inauguração vem em contra ciclo com aquilo que tem sido feito no interior em áreas tão distintas como a justiça, a educação e também a saúde”, lembrando que “a saúde é um fator primordial para a fixação de populações, éfundamental que a saúde chegue às pessoas, em especial em área como a nossa em que as populações estão dispersas e as acessibilidades nem sempre são as melhores”. José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, reafirma a importância deste serviço atinge um público que não tem acesso a

este serviço na oferta privada por causa dos custos e até mesmo por uma questão de educação. Com este tipo de serviços podemos educar as pessoas para a importância da saúde oral. É um serviço fundamental”. O autarca sublinha as palavras de Carlos Carvalho, no que diz respeito à fixação das populações, afirmando que “este é um passo no bom sentido, não demos tantos como seria necessário mas estamos no bom caminho. Hoje não conseguimos viver na completa ausência do estado, por isso o contributo do estado na implementação deste tipo de serviços é fundamenta. Se nos opomos veementemente quando nos tiram algum serviço também devemos celebrar quando eles se aproximam como neste caso acontece”. O autarca de São João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, considerou este protocolo como um “sinal de que o governo começa a olhar de forma diferente para o nosso concelho, em especial para uma população tão envelhecida e com tantas dificuldades económicas como a nossa”. Contudo, o recém-eleito autarca referiu que “apesar de ser bom ainda é pouco para a Pesqueira, temos ainda necessidade de uma unidade de cuidados continuados e de um serviço de urgência porque estamos afastados de tudo, mas isso não tira mérito a este projeto”. ■


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Vila Real

Tecnologia e Investigação trazem investimento e emprego para Vila Real Contrariando a crescente desertificação do interior e a inexistência de emprego qualificado, Vila Real garantiu, no passado mês de fevereiro, a instalação de duas empresas de renome no seu território numa parceria entre diversas entidades públicas e privadas como são exemplo o município, a UTAD e o Douro Regia Park. A capital transmontana contará já a partir deste ano com a instalação de um pólo da empresa Critical Software e um Centro Fraunhofer, garantindo assim uma oferta de emprego qualificado que poderá ultrapassar as centenas de postos de trabalho.

Laboratório colaborativo para potenciar o vinho No mesmo dia em que o centro alemão foi anunciado foi ainda apresentado o laboratório colaborativo “Vinha e Vinho do Douro — Vines & Wines” que visa contribuir para aumentar o volume e o valor do vinho do Porto no mercado mundial e combater as alterações climáticas. O projeto implica a criação de emprego qualificado, e integra “robótica e tecnologias espaciais para facilitar a adoção e a experimentação de novas tecnologias” na vitivinicultura, indicou Manuel Hei-

tor, ministro da Ciência e do Ensino Superior. O objetivo, além de melhorar a produção nas vinhas durienses, é “posicionar as universidades portuguesas no melhor que se faz no mundo na área agrícola e na competitividade do setor, que pode recorrer a tecnologias espaciais para fazer mais e melhor”, afirmou o governante. Este laboratório nasce de uma parceria entre a ADVID – Associação Desenvolvimento Da Viticultura Duriense, a FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia e o Centro Fraunhofer já anunciado Critical Software criará mais de 100 empregos Criada em 1998, em Coimbra, a Critical Software especializou-se no desenvolvimento de serviços para o suporte de sistemas críticos, orientados para a segurança e para o negócio de empresas, atuando em setores como o da aeronáutica, defesa, segurança interna, transportes, telecomunicações, finanças

e energia. Entre os clientes da empresa conimbricense encontra-se as Forças Armadas de Portugal e do Reino Unido, ou as agências espaciais norte-americana (NASA), europeia (ESA), chinesa (CNSA) e japonesa (JAXA). A chegada da Critical a Vila Real será já em abril com a abertura de um pólo que ficará instalado no Regia Douro Park com uma equipa de 15 engenheiros até à passagem para a sua sede definitiva, que ficará no centro histórico da cidade, e onde se espera que sejam necessários certa de 100 profissionais qualificados, em especial engenheiros informáticos e eletrotécnicos, mas também ligados à área aeroespacial ou física. A confirmação destes investimentos sublinha o esforço que Vila Real tem desenvolvido na atração de empresas e centros de investigação de renome, gerando mais emprego qualificado, ajudando no combate à desertificação a que muitas vezes o interior está associado. ■

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Alemães apostam em Vila Real Foi durante a visita do Primeiro-Ministro, António Costa, às instalações da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, anunciou a assinatura de um protocolo que permitirá a instalação em Vila Real de um Centro Fraunhofer. A Fraunhofer-Gesellschaft é a maior organização de investigação da Europa, com um orçamento a rondar os 2 mil milhões de euros, uma equipa de cerca de 25 mil pessoas distribuídas por mais de 80 centros, incluindo 69 Institutos Fraunhofer na Alemanha (e um centro em Portugal, no Porto). Esta é a mais prestigiada instituição alemã a trabalhar nos domínios da aplicação de sistemas e tecnologias mas também ao nível da economia, sustentando grande parte do desenvolvimento industrial e tecnológico daquele país. Em Vila Real, o novo Centro Fraunhofer irá trabalhar na área da “agricultura de precisão”, ajudando a região a valorizar o seu produto maior, o vinho, e na adaptação a novos desafios como as alterações climáticas, o uso eficiente da água, a viticultura inteligente, entre outros domínios, contribuindo para uma maior sustentabilidade do território.

Para o Ministro Manuel Heitor, “a presença de um Centro Fraunhofer em Vila Real vai ser crítico para aquilo que estamos a tentar fazer com Marrocos, a Tunísia, Argélia, Líbano e países do Médio Oriente”, realçando ainda a importância deste centro naquilo “que pode ser a afirmação internacional da UTAD no Médico Oriente”.


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Destaque VivaDouro

Congresso de Lamego consagra Assunção Crist

O 27º Congresso do CDS decorreu em Lamego durante os dias 10 e 11 de Março. A reunião magna dos centristas fica marcada pelo ap Adriano Moreira após a homenagem que o partido lhe fez e também pelo anúncio da recandidatura de Nuno Melo nas próximas elei Texto e Fotos: Carlos Almeida

Porquê a escolha de Lamego para a realização do 27º Congresso do CDS? Primeiro porque, de facto, temos tido uma grande preocupação em chamar à atenção das necessidades de valorizar o interior e trabalharmos em benefício da coesão territorial e achamos que não basta falar, é preciso apresentar propostas, como temos feito na Assembleia da República nomeadamente com o estatuto fiscal para o interior, mas também devemos fazer outras coisas que estão ao nosso alcance, por isso decidimos fazer o congresso aqui em Lamego que além do mais é uma cidade lindíssima, inserida numa região maravilhosa. Ainda assim Lamego tem este equipamento fantástico que está no centro da cidade. Ainda à pouco alguém me disse que foi lá fora almoçar e que viu a cidade cheia de gente do CDS, isso também é uma imagem importante que queremos passar, que estamos junto de todo o pais, junto do interior ajudando, dentro das nossas possibilidades ao seu desenvolvimento. Continuando no interior, que duas ou três grandes mensagens gostaria de transmitir a estes municípios? Com o que se pode a líder do CDS comprometer? Posso comprometer-me, porque até já o apresentamos no Parlamento, com a criação de um Estatuto Fiscal para o Interior, que sejam verdadeiramente uma mais-valia para o interior, que toque em todos os impostos. Propusemos inclusivamente que fosse criado no Parlamento um grupo de trabalho com todas as forças partidárias

para que esse estatuto seja uma realidade e vamos insistir nessa tecla. Defendi também que fosse criada uma zona franca regulatória para o interior, de forma a atrair a inovação, atrair a economia 4.0, aquela que pode ser feita em qualquer parte do mundo, e que venha para o interior para que aqui sejam criadas start-ups tecnológicas através dessa facilidade para que elas próprias sintam que têm mais vantagens em vir para este território. Certamente que tudo que tenha que ver com a ocupação do território do ponto de vista físico: a agricultura, a floresta e mesmo ao nível da transformação, o acrescento de valor para que consigamos fazer mais. O próprio turismo é muito importante, e tem ainda muito para crescer nestas regiões com qualidade, sofisticação e com a simplicidade que muitas vezes caracteriza o interior. Por isso o estatuto fiscal é tão importante, mesmo ao nível do IRS. Vejo hoje, com satisfação, que todos os partidos falam da necessidade de rever os impostos no interior, uma discussão que foi aberta pelo CDS.

> Os novos militantes do partido, presentes no congresso, foram convidados a subir ao palco

Este foi um ano trágico para a agricultura da região, quer por causa dos incêndios, quer por causa da seca. O que podemos fazer para convencer os jovens a apostar nesta área, mesmo sabendo que se podem deparar com problemas destes e para os quais, muitas vezes, o Estado não dá resposta? Enquanto ministra da agricultura eu apostei forte nos fundos agrícolas. Fizemos uma revisão profunda desse regime que depois deveria ter tido continuidade, nomeadamente com seguros especializados, alguns ainda conseguimos fazer, para de-

terminados produtos. A verdade é que eu sinto que, para este Governo a agricultura é o parente pobre, não só essa linha foi completamente abandonada como outras, como por exemplo medidas estruturais de prevenção da seca e de adaptação às alterações climáticas. A questão do clima é uma das questões estruturais que fazem parte da minha moção porque estou convencida que é preciso aplicar as estratégias que já existem no papel e que não estão a ser aplicadas, mas também pensar em outras medidas como as charcas e as barragens, onde é mais conveniente fazer. Aqui ao lado, em Moimenta da Beira foi anunciada a construção de uma nova barragem mas o autarca diz que é necessária uma segunda numa outra zona do concelho para que a resposta seja eficaz. É esse planeamento estratégico que é cada vez mais urgente porque a seca tende a ser cada vez mais estrutural e cada vez menos conjuntural. O Turismo do Porto e Norte tem reclamado das cativações que as verbas que lhe são atribuídas sofrem, o que é que o CDS pode ou pretende fazer a este respeito? Nós temos feito uma oposição muito firme a este governo que esconde a austeridade nas cativações. Pela mão do CDS foi aprovado um diploma na Assembleia da República que obriga o Governo, a partir de abril, na síntese de execução orçamental, a discriminar as cativações por ministérios, por serviço e por programas orçamentais, para que nos per-

mita perceber de forma clara onde estão a ser feitas essas cativações e naturalmente trabalhar para que o Orçamento de Estado aprovado seja aquele que é efetivamente executado. O problema que temos agora é que temos um orçamento que é aprovado e depois o que é executado é muito diferente e, onde é que Mário Centeno vai buscar o dinheiro? Cortando em tudo onde pode cortar, muitas vezes com um impacto direto quer na qualidade dos serviços públicos, quer, por exemplo, na promoção, na valorização e nos estímulos à economia, nomeadamente através da aplicação dos


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Destaque VivaDouro

tas

poio unânime à líder que ambiciona ser Primeira-Ministra já em 2019. Este congresso fica ainda marcado pelo discurso do Professor ições europeias.

fundos comunitários, não só no turismo mas também na agricultura onde essas verbas têm sido muitíssimo penalizadas por via das cativações. Aliás, há muitos projetos agrícolas que são aprovados mas que ficam suspensos por não haver verba disponível para que avancem. Portanto aquilo que registamos é um forte desinvestimento do Governo nessas linhas de promoção da atividade económica, portanto é o contrário do que nós fizemos e daquilo que eu proponho. Também a saúde é uma preocupação

na região. Ainda recentemente tivemos conhecimento dos enormes atrasos em algumas consultas havendo, por exemplo, utentes a esperar cerca de quatro anos por uma consulta de urulogia. Que soluções apresenta o CDS para este problema? A saúde tem sido uma área onde também temos feito uma forte oposição a este Governo. Temos sinalizado exemplos concretos que recebemos e não só aqui, é um problema que se regista de norte a sul, do litoral ao interior. Com certeza que nas regiões do interior, mais desertificadas, com mais escassez de recursos humanos a situação é pior. Portanto, aquilo que vos posso dizer é que ainda hoje anunciamos a chegada de um novo quadro importantíssimo para o nosso Gabinete de Estudos, o Professor António Ferreira, demonstrando que a saúde é de facto uma grande preocupação para o CDS e que a saúde tem que ser igual para todos. As pessoas não podem depender da zona onde vivem ou dos seus recursos económicos para recorrer a um hospital privado ou a uma consulta privada para verem os seus problemas resolvidos. Mais uma vez falamos de opções do Governo, a margem orçamental que tem por via do crescimento económico e dos impostos que arrecada, porque não baixou impostos, tem sido alvo de opções e opções que estão presas aos acordos que fez à esquerda e ficam a faltar verbas para apostar em setores tão importantes como o setor da saúde. Passando agora para uma visão mais nacional, tem dito diversas vezes que o CDS não fará qualquer acordo com o PS com vista à governação. Não entende que o país poderia estar melhor se esse acordo existisse em detrimento do acordo de governação que atualmente existe? Em tese isso poderia fazer sentido mas a verdade é que o Partido Socialista é este Partido Socialista de António Costa que optou por governar, tendo perdido as eleições, através de um acordo com o PCP e o Bloco de Esquerda. Poderia, por exemplo, ter aceite vir para o Governo da coligação PAF, isso foi-lhe proposto mas não o aceitou. Portanto, este é um governo que optou claramente por virar à esquerda e nós discordamos veementemente desta política. Nós somos oposição firme e somos uma alternativa ao Partido Socialista. Por isso digo que, em Portugal, quem quiser uma oposição e uma alternativa firme ao Partido Socialista, sabe que no CDS tem um voto seguro, sabe que nós estamos a trabalhar para ser essa alternativa e para que o centro-direita no nosso país tenha os 116 deputados e se quiserem que sejamos a primeira escolha tanto melhor, é para isso que estamos a trabalhar, para ser a primeira es-

colha dos portugueses. Ao assumir-se como líder da oposição, é ou não uma utopia pensar que a líder do CDS pode chegar a Primeira-Ministra? Eu acho que é legítimo o CDS aspirar a um lugar cimeiro e aspirar a um dia podermos aplicar as nossas ideias de inspiração democrata-cristã no nosso país, coisa que nunca aconteceu. Já estivemos no Governo mas com o PSD a liderar, com ideias social-democratas. O CDS sempre chegou ao Governo com o PSD, com a força que as percentagens nos davam e muito penalizado pelo voto útil. Hoje o voto útil acabou, hoje nós podemos dizer às pessoas que estão mais livres porque já não estamos a discutir quem ganha a eleição ou quem ganha o direito a ser Primeiro-Ministro por ficar em primeiro lugar, não.

Hoje é Primeiro-Ministro de Portugal quem conseguir juntar o apoio de 116 deputados na Assembleia da República, mesmo não ganhando as eleições, foi o que aconteceu com António Costa. Portanto, se isto funcionou à esquerda também poderá funcionar no centro-direita, de maneira que eu acho que é possível. É um caminho difícil e intenso mas eu acredito no valor do trabalho e nós estamos a trabalhar muito bem, estamos a trabalhar há muito tempo e vamos continuar a trabalhar acreditando que os portugueses vão saber dar valor a este projeto. Sente-se prepara para isso, para ser Primeira-Ministra? Estou a preparar-me mas sinto que já fiz um longo caminho e que daqui até às eleições estarei completamente preparada para isso. ■


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Destaque VivaDouro Ângelo Moura – Presidente CM Lamego Qual a importância de um partido como o CDS organizar o seu congresso numa cidade como Lamego? É uma honra para Lamego receber aqui este congresso. É uma oportunidade que temos de projetar a imagem e a identidade da nossa cidade, portanto a câmara deu todo o apoio à realização deste congresso. A minha presença aqui serve também para cumprimentar todos os congressistas e convidados do CDS. O futuro constrói-se com projetos diferentes e o CDS é parte deles e esse contributo é importante.

Cecília Meireles - Deputada da Assembleia da República A expectativa para este congresso era muito alta, está a ser confirmada? Acho que esta a correr muito bem. Temos tido um debate de ideias livre, aberto, mas temos tido também, para alem deste debate de ideias, um debate de respostas e propostas para os portugueses. Duas medidas concretas que o CDS queira implementar nestes 19 municípios, do Douro? Criamos um estatuto fiscal para o interior que é muito importante e depois há um conjunto de medidas que são defendidas, do ponto de vista económico, para a generalidade das empresas que tem particular interesse para uma região como o Douro que é uma região com enorme potencial de crescimento, porque é uma região reconhecida como tal e que tem um enorme potencial, quer do ponto de vista da produção de um produto que é internacionalmente reconhecido, como é o caso do vinho. O CDS já deu mostras da importância que dá a isso.

Diogo Feio - Deputado da Assembleia da República Qual a importância de um partido como o CDS organizar o seu congresso numa cidade omo Lamego? Representa desde logo um sinal que é o seguinte, todos os partidos organizaram este ano os seus congressos, as suas reuniões magnas e o CDS quis fazê-lo aqui, no interior, dando um sinal claríssimo da opção que temos relativamente às políticas que queremos para o interior. Nesse sentido também tive a possibilidade de, durante a minha intervenção, anunciar que no Gabinete de Estudos teremos um grupo especificamente sobre o interior onde se tratarão temas como o ordenamento do território, a agricultura, a diferença entre o litoral e o interior, pensarmos num país que seja cada vez mais uno. Portanto este é um sinal político forte que mais ninguém deu.

Hélder Amaral – Presidente Distrital CDS Viseu Quais são as duas ou três principais ideias que irão sair deste congresso e que terão um forte impacto nesta região? Desde logo acho que uma delas é a aposta na proteção e valorização da produção nacional e também a formação profissional. O Douro precisa de formação, inteligência, ciência, pessoas capazes de pensar e inovar de forma a ser mais atrativo para a fixação de pessoas. Ainda na semana passada tivemos um forte combate político para que a formação profissional não seja alvo de cativações porque falta mão-de-obra especializada em áreas como o turismo para que seja cada vez mais uma alavanca da região.

Patrique Alves – Presidente Distrital Vila Real Como homem da região, que ideias gostava ver saírem daqui para o futuro do Douro? Eu acho que o mais importante é que haja um compromisso reforçado pelo partido com vista a encontrar soluções que ajudem a fixar pessoas no interior. Há algumas infraestruturas que podem e devem ser criadas mas o mais importante é a existência de massa humana, portanto, todos os sinais que o partido possa dar a partir daqui que potenciem a fixação de pessoas nesta região será certamente a melhor mensagem que podemos levar daqui.

Rui Lopes – Presidente Concelhia de Alijó Como homem do Norte, do Douro, que ideias gostava de ver sair deste congresso para esta região? O Douro não beneficia tanto como às vezes parece, mesmo estando na moda e sendo o motor económico que é. Como presidente da concelhia do CDS de Alijó gostava de ver esta região ser mais valorizada, a região tem que ser pensada como um todo, não apenas olhando para o rio e para as zonas ribeirinhas. O Douro tem muito mais para conhecer do que apenas isso, é essa a preocupação que temos de ter.

Nuno Melo - Deputado do Parlamento Europeu Como vê a realização deste congresso em Lamego? Como um sinal politico evidente de um partido que tem feito do interior e dos problemas do interior uma prioridade que é politica, a politica é feita também de sinais. Ora escolhemos para um congresso nacional de reeleição da Assunção, depois de tudo o que tragicamente aconteceu em 2017 a par de muitos outros fenómenos, desde demografia a um êxodo que infelizmente tem sido imparável e outras desvantagens que são conjunturais, outras são até estruturais, fazer aqui o congresso é realmente relevante e foi pensado e premeditado. Trazer o interior para o discurso politico, não apenas quando acontece uma tragedia, e nesse caso como consequência, mas como prioridade e uma necessidade que se afirma todos os dias, muitas vezes ate quando o mundo politico esta concentrado noutros temas, por isso a Assunção escolheu o interior.

José Pinto – Presidente Concelhia CDS Lamego Qual a importância de um partido como o CDS organizar o seu congresso numa cidade como Lamego? Para Lamego a realização deste congresso na nossa cidade reveste-se da maior importância, por vários sinais, um deles é a preocupação que o CDS demonstra em valorizar o interior. Ainda ontem, durante a minha intervenção, tive oportunidade de dizer que, dos 106 congressos, de todos os partidos, já organizados até hoje, este é o primeiro a ser realizado numa cidade do interior com a dimensão que Lamego tem. Durante o congresso tem-se falado muito do interior, esta será a grande mensagem que sai deste congresso, a aposta do CDS no interior? Claramente. Essa mensagem tem passado muito bem neste congresso. Contudo, uma outra também muito importante é a de que o partido está com a sua líder, Assunção Cristas e quer que ela seja eleita Primeira-Ministra de Portugal.


VIVADOURO MARÇO 2018 17

António Costa debate descentralização na UTAD O primeiro-ministro, António Costa, esteve na UTAD, no passado dia 10 de março, para abrir um debate sobre o tema da descentralização e lembrou que o tema “transcende o mandato de uma legislatura e tem consequências na organização do Estado”. Com “bom senso e com consenso”, é assim que deve ser feita a descentralização nas palavras do primeiro-ministro, porque, defende, “transcende o mandato de uma legislatura e tem consequências profundas na organização do Estado”. António Costa afirmou-o este sábado na abertura de um debate sobre o tema na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real.

O Governo assumiu a “descentralização como a pedra angular da reforma do Estado” e focou a descentralização de competências para os municípios e freguesias, lembrou o chefe de Governo. E sublinhou: “O processo de descentralização fracassará se o Estado transferir atribuições e competências sem conferir aos municípios os meios necessários, humanos, equipamentos, financeiros para que eles possam exercer essas competências, mas fracassará também se desse processo de transferência de competências e de atribuições não resultar maior eficiência e eficácia na gestão dos nossos recursos e, pelo contrário, o Estado acabar por ficar com encargos que não tem depois condições de lhes dar continuidade”. E, para que não se confunda a lei de financiamento em geral com o processo de transferência de competências, Costa explicou que a “lei das finanças locais prevê a criação de um fundo de financiamento

da descentralização onde ficarão alocadas as verbas em concreto, município a município, devem ser transferidas como a mochila financeira das correspondentes atribuições e competências”. Para Costa “estão criadas as condições legais para podermos avançar naquilo onde há consenso e onde, por isso, o bom senso recomenda que avancemos”. Quanto às áreas metropolitanas, o primeiro-ministro salientou que “há um trabalho avançado” e que as juntas metropolitanas de Lisboa e Porto “têm praticamente concluída uma proposta final para apresentar ao Governo”. Ainda em março vai realizar-se uma cimeira juntando estas endidades e o Governo para se “concretizar o novo quadro de competências”. Durante a sua intervenção no debate promovido pela UTAD, a Associação Portuguesa de Geográficos e a Associação de Estudos de Direito Regional

Vila Real

e Local, António Costa salientou que sempre foi a favor da regionalização”. E reforçou que, “para que o caminho continue a ser bem percorrido, é necessário bom senso”. O primeiro-ministro mostrou-se aberto à proposta do líder da oposição, Rui Rio, de a Assembleia da República promover um estudo sobre a administração ao nível regional. “Se a Assembleia da República desejar tomar essa iniciativa, ela é bem-vinda e permitirá um debate sereno, atempado, prolongado, que ajude a gerar consenso e permita avançar com bom senso no momento que seja oportuno”, sublinhou. A descentralização e o quadro comunitário pós-2020 são as duas áreas que estão a ser discutidas entre o Governo e o PSD em dois grupos de trabalho criados especificamente para o efeito desde que Rui Rio se consagrou como líder do PSD. ■

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18 VIVADOURO MARÇO 2018

Carrazeda de Ansiães | Lamego

Carrazeda de Ansiães reclama ligação dos vales do Douro e do Tua O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães reclamou hoje a ligação dos vales do Douro e do Tua, pedindo ao Governo que não esqueça um projeto antigo da construção de um cais comercial nesta zona de Trás-os-Montes. João Gonçalves entende que agora “mais do que nunca” esta ambição “já vertida em pretensão do próprio Governo” faz sentido, com as novas ofertas turísticas e de mobilidade que começam a surgir no lado do rio Tua, como o Centro Interpretativo inaugurado hoje, em Foz Tua, no concelho de Carrazeda de Ansiães. O autarca social-democrata vincou, na inauguração, a necessidade de melhorar as acessibilidades fluviais nesta zona e lembrou que “fazia parte de uma candidatura comunitária a possibilidade de, além de haver uma dragagem do leito do rio Douro, instalar um cais comercial em Foz Tua”, que

não foi contemplado com financiamento, mas que espera “não esteja esquecida essa possibilidade” por parte do Governo. “Foz Tua pode criar esse interface, quer turístico quer comercial, de ligação entre dois vales, um já reconhecido a nível mundial (Douro), e outro que desponta agora o interesse dele (Tua), que eu acho que tem muitas potencialidades para explorar também”, afirmou à Lusa. João Gonçalves defende que “seria realmente muito interessante para estes territórios e para o país essa possibilidade” e “para os operadores turísticos seria uma hipótese a exploração e que não se vê em muitos lados do mundo”. O autarca prometeu empenhar-se em “tentar sensibilizar o Governo para que esse projeto não fique esquecido e que possa continuar a ser considerado nas candidaturas aos fundos comunitários”. Na zona Foz Tua juntam-se três distritos, os de Bragança, Vila Real e Viseu, e os rios Tua e Douro. É ali que se encontra a estação de comboios onde se cruzam as linhas do Douro, que liga o Pocinho ao Porto, e a desativada linha do Tua, que chegou a fazer a ligação a

Bragança. Nesta zona passam também os barcos que fazem passeios turísticos no Douro, desde o Porto a Barca D`Alva, e será ali que se iniciará o novo plano turístico do Tua, que oferece viagens de barco na nova albufeira até à Brunheda e de comboio até Mirandela. Esta oferta faz parte do plano de mobilidade turística e quotidiana que é a principal contrapartida pela construção da barragem de Foz Tua, mas, embora pronto para arrancar, encontra-se num impasse à espera de saber quem vai responsabilizar-se pela manutenção dos cerca de 30 quilómetros da centenária linha do Tua que restam e vão ser reativados para este fim. O presidente da Câmara de Carrazeda de Ansiães considera este plano “essencial para que esse desenvolvimento local neste vale seja uma realidade”, mas falta “essa locomotiva” que é a questão burocrática para que o projeto avance. “Era muito importante que se resolvesse esse impasse, um sinal muito forte quer para investidores quer para as comunidades locais”, considerou, sublinhando que tem a perceção de que “junto de agentes

económicos, há uma atenção muito especial sobre este território, no sentido de eventualmente ali investirem em projetos muito interessantes”. A Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua é a responsável pelo plano e por todos os projetos de desenvolvimento e o presidente Fernando Barros reafirmou hoje estar convencido de que “muito brevemente” vai anunciar “a grande decisão”. A agência está disponível para assumir a gestão da ferrovia, que pertence à Infraestruturas de Portugal (IP), se o Estado assumir o custo durante os 25 anos da concessão do plano. Para já, estão reunidas as autorizações necessárias para dar início aos ensaios do novo material circulante, apontado agora para segunda-feira, depois de anunciados para dia 19 de fevereiro. O plano envolve entidades públicas e privadas e foi subconcessionado ao operador turístico Mário Ferreira, o empresário dos passeios de barco no Douro. A EDP assegurou todo o investimento, nomeadamente 10 milhões de euros entregues ao operador para aquisição de equipamento e reparação da linha já realizados. ■

Relatório revela falhas na construção do multiusos de Lamego O executivo camarário liderado por Ângelo Moura já tinha revelado a abertura de um inquérito a diversas obras da anterior liderança, entre elas o multiusos da cidade. O relatório que agora foi dado a conhecer revela falhas na construção. O relatório, elaborado pela Comissão de Inspeção Técnica de Equipamentos Municipais (CITEM), foi apresentado e analisado em reunião de câmara tendo ficado decidido que a utilização do espaço será avaliada a cada evento, de forma a garantir a segurança dos utentes. “Este documento chegou à conclusão de que a receção provisória do edifício foi feita tacitamente por omissão do dona da obra - a empresa Lamego Renova - que não realizou a vistoria que era exigida”,

avança a autarquia, em comunicado. Da mesma forma, em setembro de 2017 “a receção definitiva da empreitada também foi feita tacitamente, porque o município de Lamego não procedeu à vistoria exigida por lei”, acrescenta. Ainda segundo o relatório, agora tornado público, “logo a seguir à adjudicação da empreitada de construção do Centro Multiusos a um consórcio formado por três empresas convidadas, foi apresentada uma nova versão do projeto de arquitetura, contrariando o projeto inicial e reduzindo a área de construção em cerca de 13%, reduzindo 10 metros ao longo de todo o edifício”. “Não obstante o valor da adjudicação ter sido integralmente pago ao construtor, recebemos um edifício mais pequeno do que o adjudicado e um parque de estacionamento com menos lugares do que o previsto inicialmente”, lamenta o presidente da autarquia, Ângelo Moura. A CITEM concluiu que “o equipamento está inacabado”, exemplificando com o facto de o “parque de estacionamento não poder ser utilizado porque não fo-

ram executados os acessos previstos no projeto licenciado e a cafetaria, embora inicialmente executada, foi demolida no decurso das obras de reconstrução da cobertura e não foi edificada de novo”.

Ainda de acordo com o relatório, “os sistemas de iluminação, de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado) e de deteção e combate a incêndios e de intrusão nunca funcionaram corretamente”. ■


VIVADOURO MARÇO 2018 19

São Joao da Pesqueira

Saberes e Sabores do Douro passaram por S. João da Pesqueira

O certame, inaugurado pelo Secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel, leva até este concelho duriense centenas de visitantes que procuram assim conhecê-lo um pouco melhor. No discurso de inauguração, o secretário de estado afirmou que “este é um bom exemplo do que as autarquias podem e devem fazer para promover os seus concelhos, os seus produtos e as suas gentes e tradições”. Após os discursos e a oferta de um cabaz com produtos locais pelo município a Carlos Miguel, toda a comitiva percorreu o recinto falando com os diversos expositores e os muitos visitantes que já por ali circulavam. Maria Gouveia é uma das expositoras presentes no certame, participa “desde a primeira edição” porque considera a presença importante “para fazermos publicidade aos nossos produtos. Cada pessoa tem a sua forma de confecionar este tipo de produtos, por isso é bom estar aqui para que as pessoas possam, por exemplo, provar os nossos doces”. Um pouco mais à frente está Lídia Sobral, também uma presença habitual e com o mesmo argumento, “é muito importante estar presente para divulgar os nossos enchidos artesanais”. Abílio Pereira é cesteiro, está sentado num banco enquanto vai trabalhando mais um dos seus artigos. “Este é um produto com muita procura e pouca oferta”, confessa enquanto nos diz que vende os seus produtos “para os EUA, Espanha, Inglaterra e em Portugal, se bem que cá é menos por falta de poder de compra”. A cestaria é uma arte que tem vindo a desaparecer, no entanto para este artesão esta não é uma arte condenada ao desaparecimento. “Tenho um filho com 37 anos que também faz isto e três netas que sempre dão uma mão. Não acredito que isto tenha extinção, a não ser que o próprio povo não valorize uma arte como esta. Por isso é que também estamos aqui, para mostrar a nossa arte”. Manuel Cordeiro, presidente da autarquia pesqueirense, em declarações ao VivaDouro, afirma que esta “não é a principal festa do concelho, essa é a Vindouro. Contudo este evento é também muito importante para nós tendo em conta o seu significado e porque

FOTO: DR

Durante três fins-de-semana (24 e 25 de fevereiro, 3 e 4 e 10 e 11 de março), São João da Pesqueira recebeu a Festa dos Saberes e Sabores do Douro.

atrai sempre muita gente de fora que fica a conhecer tudo o resto que temos além do vinho como a maçã, a castanha, a amêndoa, a gastronomia e as nossas tradições”. Para o autarca, a principal mais valia desta festa é a sua importância para a economia

> Abílio Pereira

local. “Este é um evento muito importante para a economia local pois ajuda estes expositores, que muitos deles não são profissionais, a realizar algum dinheiro durante estes dias. Muitos deles têm uma pequena exploração e aproveitam para vender aqui

os seus produtos”. Sendo a vindouro a principal festa do concelho o município aproveitou este certame para a sua promoção, aproveitando ainda “fluxo turístico que a região nota para a amendoeira em flor”. ■

> Carlos Miguel e Manuel Cordeiro


20 VIVADOURO MARÇO 2018

Vários Concelhos

Douro marca presença na BTL A 30ª edição da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), realizou-se entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março na FIL, com uma forte presença dos municípios durienses. O VivaDouro também esteve no maior certame de turismo de Portugal e falou com alguns autarcas presentes no espaço conjunto da CIM-Douro que foi visitado por milhares de profissionais e curiosos. Marcelo Rebelo de Sousa esteve também no espaço dedicado à região do Douro onde teve oportunidade de cumprimentar os presentes e reservando alguns minutos para servir e provar um Vinho do Porto. À saída o presidente afirmava que é um “apreciador de Vinho do Porto, estar aqui é como jogar em casa”.

sença bastante forte como região e não de forma individual. Como Sernancelhe, Terra da Castanha, faz parte deste todo, então justifica-se plenamente a nossa presença aqui. Queremos contribuir para promover o Douro como região de excelência onde existem diversos produtos endógenos e que tem ainda muito para dar a Portugal. O Douro é uma marca muito forte que é reconhecida internacionalmente, por isso cada um dos dezanove municípios que constituem a nossa Comunidade Intermunicipal acaba por se sentir ainda mais valorizados. A grande força do Douro é a paisagem, o vinho e o enoturismo, cabe-nos a nós, em momentos como este, mostrar a nossa monumentalidade, os nossos conjuntos arquitetónicos e os nossos produtos endógenos como a maçã, a castanha, o azeite e tantos outros. Moncorvo (Vitor Moreira – Vive-presidente) É demasiado importante para nós estar aqui.

Pesqueira Considero muito importante estar aqui. Toda a gente sabe que a BTL é o maior evento de promoção turística em Portugal. Nesse sentido era obrigatório estar aqui. São João da Pesqueira é o maior concelho produtor de Vinho do Porto mas a nossa presença aqui serve também para mostrar que somos mais que isso, temos uma gastronomia fantástica, miradouros lindíssimos, museus, inúmeras tradições, é tudo isso que vimos mostrar aqui. Este ano a estratégia foi estarmos juntos, promovendo a região como um todo e isso dá-nos mais força.

Esta é a maior e melhor montra do turismo em Portugal. Estarmos aqui todos juntos é muito importante. Para Moncorvo é importante estar aqui a mostrar o que melhor fazemos. Vamos a muitos eventos mas a presença aqui é obrigatória todos os anos e este ano consideramos que fazia sentido estar integrados neste espaço da CIM-Douro. Temos tido aqui muitos contactos com promotores turísticos profissionais e a aceitação deles foi muito positiva, agora esperamos que ao longo do ano vamos vendo o resultado deste trabalho com o expectável aumento de fluxo turístico.

Sernancelhe A importância é sobretudo porque na CIM-Douro foi decidido marcar aqui uma pre-

Tabuaço Todos os anos temos participado integrados no espaço do Turismo do Porto e Norte,

este ano surgiu a oportunidade de integrar o espaço da CIM-Douro o que para nós acrescenta importância à nossa presença pois consideramos que o território deve ser promovido como um todo. Desta forma conseguimos manter a identidade individual de cada concelho mas ganhamos força enquanto região, como um todo, trabalhando para que o fluxo turístico que passa pela região cresça ainda mais. Entendo que esta estratégia é a mais acertada porque quem nos visita vê-nos como um todo e esta presença torna-nos ainda mais atrativos. Cada um de nós tem o seu “sub-produto” mas se trabalharmos em conjunto podemos promover um só produto, a região como um todo, e isso é o melhor que temos. Cada vez mais o turismo é mais do que tirar uma fotografias ou visitar um espaço, as pessoas procuram uma experiência e esta região pode proporcionar-lhes a melhor ex-

periência desde que façamos este trabalho em conjunto. Tarouca (José Damião - Vice-presidente) É sempre importante estar aqui para nos afirmarmos como território e para nos promovermos. Passam aqui centenas de milhares de pessoas e se nós chegarmos a uma pequena parte dessas pessoas já será muita gente, e isso é importante para nós. É importante apresentarmos o nosso território, o património edificado, os produtos endógenos, a nossa gastronomia, a nossa paisagem e o nosso rio. Tenho a certeza que a nossa presença irá fazer com que muita gente visite Tarouca e o Douro. Considero que é imperdoável estar ausente de um certame desta dimensão.


VIVADOURO MARÇO 2018 21

Vários Concelhos

Penedono Esta aposta que é feita há 10 anos a esta parte tem objetivos muitos concretos: dar a conhecer um território, promover um território, um território do interior com uma identidade própria e isso para mim é determinante. Nós vamos buscar à história a afirmação da nossa identidade e é isso que trago aqui, para mostrar ao país e ao mundo, o concelho em si, a sua parte institucional onde são abordadas questões como o património, a parte cultural, as oportunidades que o concelho pode proporcionar às pessoas ou a quem queira efetivamente investir no concelho, e depois há a objetividade da parte temática, parte medieval que efetivamente nós através de opções de representações temáticas medievais fazemos sempre questão de ocupar um espaço de cerca de 108 metros quadros aqui na BTL. ■


22 VIVADOURO MARÇO 2018

Moimenta da Beira

Nova barragem agrada ao autarca de Moimenta A Câmara Municipal de Moimenta da Beira reagiu com satisfação ao anúncio feito pelo Governo da construção da barragem da Boavista, no âmbito do programa nacional de regadios, mas exigiu também uma infraestrutura semelhante na Nave. A autarquia, liderada por José Eduardo Ferreira mostra-se satisfeita com o anúncio feito pelo primeiro-ministro, António Costa, no dia 3 de março, mas afirma que promete “manter viva a reivindicação” da construção da segunda barragem prevista no Aproveitamento Hidroagrícola de Moimenta da Beira com origem no lugar da Nave, na Serra de Leomil. Ainda assim, o presidente da Câmara manifesta-se preocupado pelo facto de o executivo central continuar com aquilo o que considera ser uma “política de investimentos no regadio muito concentrada no sul do país, em particular no Alqueva”. O autarca defende que as barragens da Boavista e da Nave “serão determinantes para

o reforço do setor da maçã, já que vão assegurar o regadio a muitos hectares de pomares existentes, e permitir que a sua área de plantação possa ser ampliada, como é desejo antigo dos produtores”. Segundo as contas da Câmara moimentense, as barragens representam um investimento de “muitos milhões de euros”. O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, afirmou que “já foram aprovados 22 projetos no âmbito do Programa Nacional de Regadios, no valor total de 248 milhões de euros, sendo que os restantes serão para aprovar até ao final deste ano, para que a execução esteja concluída, o mais tardar, em 2022”. De acordo com o responsável, o programa em causa visa instalar em todo o país cerca de 95 mil hectares de regadios, 54 mil de novos regadios e 41 mil correspondentes a modernizações, tendo sido alocado um investimento público na ordem dos 534 milhões de euros. O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que o investimento no setor agrícola, nomeadamente na modernização e criação de regadios, “é estratégico para o país” e permite responder “ao desafio imposto pelas alterações climáticas”. “É um grande projeto estratégico para o país. São 500 milhões de investimento que vão permitir aumentar em mais 50 mil

hectares as áreas de regadio e modernizar mais 40 mil. Isto melhora a produtividade da nossa agricultura, mas também aumen-

Moimenta da Beira prepara Plano de Mobilidade O Plano de Mobilidade que está a ser preparado pela Câmara de Moimenta da Beira deverá estar no terreno dentro de meses e inclui o transporte a pedido, mais circuitos para a sede do concelho e reforço na ligação com os municípios vizinhos. “Queremos melhorar as condições de circulação, até porque a mobilidade é uma condição essencial ao nosso desenvolvimento”, refere o presidente da autarquia local, José Eduardo Ferreira. O Plano quer permitir que toda a população de Moimenta da Beira se desloque

com “maior facilidade e frequência” à sede do concelho onde está instalada a maioria dos serviços. “Dentro da própria sede do concelho iremos criar circuitos urbanos que permitirão também uma mobilidade mais facilitada”, sublinha o autarca. José Eduardo Ferreira explica também que será reforçada a ligação que já existe com outros municípios vizinhos para “que a população de toda esta região possa usufruir de todos os serviços que existem nos respetivos concelhos”. Nos casos onde não se justifica a frequência de um circuito, estará disponível o transporte a pedido. “Há um conjunto de pessoas que não interagem, não se deslocam, não beneficiam dos serviços por dificuldade. Procuraremos combater esta situação. Não queremos que haja um cidadão que fique excluído da facilidade que este plano representará para todos”, sustenta o autarca. ■

ta a capacidade de reserva e permite uma gestão mais eficiente da água”, sublinhou o chefe do Governo. ■


VIVADOURO MARÇO 2018 23

Régua

Câmara da Régua delega competências nas freguesias A Câmara Municipal do Peso da Régua assinou a 26 de fevereiro protocolos de delegação de competências com as Juntas de Freguesia de Loureiro, Fontelas, Vilarinho dos Freires, Sedielos, União das Freguesias de Galafura e Covelinhas, União de Freguesias de Moura Morta e Vinhós, União de Freguesias de Peso da Régua e Godim, União de Freguesias de Poiares e Canelas, no valor de 293 mil euros. De acordo com os protocolos foram delegadas nas oito Juntas de Freguesia competências para limpeza e conservação das vias municipais. Nas Juntas de Freguesia de Loureiro e União de Freguesias de Galafura e Covelinhas foram ainda delegadas competências no âmbito da reparação e manutenção dos Jardins de Infância, bem

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como, recursos humanos. Os acordos celebrados contemplam ainda uma compensação complementar para todas as Juntas de Freguesia que não possuem cantoneiro municipal. Para além das competências delegadas, o Município manterá o apoio permanente no fornecimento de materiais de construção e financiamento de mão de obra da própria Junta de Freguesia, para a execução de obras assumidas e definidas pelas Juntas de Freguesia, em articulação com a Câmara Municipal. Trata-se de um apoio direto significativo que contribuí para a melhoria da eficiência do serviço prestado aos Munícipes por parte de cada Junta de Freguesia. Estes são exemplos do trabalho de cooperação entre a Câmara Municipal e as oito Juntas de Freguesia, orientado por rigor, com a meta final de tornar Peso da Régua um concelho melhor para todos. A coesão territorial continuará a ser uma prioridade para o Executivo liderado por José Manuel Gonçalves que pretende, nessa perspetiva, manter a cooperação com cada uma das Juntas de Freguesia, descentralizar e investir no futuro do concelho. ■ FOTO: DR


24 VIVADOURO MARÇO 2018

Opinião

Tributo a António Sérgio

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

A CASES vai prestar um tributo a António Sérgio pelo cinquentenário da sua morte ocorrida no dia 24 de janeiro de 1969. A edição do Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio/2018 será integrada nesse tributo, incorporando uma nova categoria destinada a galardoar um(a) jornalista, de nacionalidade portuguesa, autor(a) de trabalho jornalístico publicado acerca de um tema diretamente associado à economia social.

O período para a receção de candidaturas às várias categorias do prémio decorre nos meses de maio e junho e a divulgação inicia-se no próximo mês de abril. As iniciativas inseridas neste tributo iniciam-se com a apresentação pública, em 19 de março, na FNAC Chiado, em Lisboa, pelas 18,30 h, de dois livros de autoria de Natália Correia, resultante do trabalho da investigadora açoriana Ângela de Almeida, um dos quais se intitula “Entre a Raiz e a Utopia - Escri-

tos sobre António Sérgio e o Cooperativismo” que recolhe um conjunto de documentos, na sua maioria inéditos, corresponde a pelo menos doze anos (1946 – 1958) de uma relação de profunda cumplicidade e de luta pelos ideais universais, vivida entre a poeta Natália Correia e o pensador, pedagogo, ensaísta e cooperativista António Sérgio (1883 – 1969).

Um encontro surpreendente, para a maioria dos nossos contemporâneos, entre dois grandes vultos da cultura portuguesa do século XX, sob o signo da fraternidade humana e da paz ou, segundo as palavras de Sérgio, na viva esperança de um «cooperativismo integral» enquanto «libérrima anunciação profética de uma humanidade diversa da que temos hoje».

O Douro sabe bem...

Ganhar a todo o custo

Jornalista / licenciado em psicologia

O futebol em Portugal passa por momentos de alta pressão e de uma desconfiança brutal. Onde o respeito pelos adversários é somente uma miragem e a velha máxima de “ganhar a todo o custo” nunca fez tanto sentido. No entretanto, o ar é quase irrespirável no futebol português. E muito por culpa dos adeptos, que reclamam e se sentem injustiçados quando o antijogo é utilizado contra as suas equipas, mas que, na semana seguinte, estão a aplaudir e a apreciar os seus guarda-redes quando estes demoram na reposição de bola ou pedem assistência médica. Trata-se, por isso, de

FOTO: DR

Tiago Nogueira

uma questão cultural. É impensável vermos isto na Premier League ou na Liga Holandesa, por exemplo. Sendo que isto acontece porque os árbitros também permitem que aconteça. Já que quando estas equipas (Paços de Ferreira, Estoril, etc) foram à Liga Europa, não podiam fazer este tipo de jogo, uma vez que os árbitros não os deixavam estar sempre no chão, potenciando o verdadeiro espetáculo que é (ou deveria ser) o futebol. Passando aos méritos (porque também existem e são importantes realçar), é evidente que o Paços de Ferreira merece uma palavra de destaque pela primeira parte que fez - e que não deixou que o FC Porto fizesse -, estando, acima de tudo, muito bem organizado defensivamente. Tem bons centrais (Miguel Vieira, Rui Correia e ainda o cabo-verdiano Ricardo no banco de suplentes), um grande trinco (Rafael Assis), sou um apreciador deste jogador brasileiro desde os tempos do Desportivo de Chaves, e não é à toa que a equipa orientada por João Henriques está a ganhar ao intervalo tanto ao Benfica como à equipa portista. «Chegámos ao ponto em que

se perdemos por três, quatro ou cinco, estamos vendidos não sei a quem. Se ganhamos, estamos comprados não sei por quem. No futebol português deixamos de ser honestos intelectualmente. Acho que somos uns atores

nesta peça de teatro», afirmou Luís Castro, um pouco irritado com todo este clima de suspeição que se vive no nosso país. Este é um treinador diferente, que se posiciona de uma maneira ímpar e isso também se reflete nos treinos

e nos jogos. O “seu” Desportivo de Chaves quer jogar futebol, no verdadeiro sentido da palavra, seja contra quem for, e o posicionamento é a base de tudo. Dos jogadores, da equipa técnica e da direção, dentro e fora do campo.


VIVADOURO MARÇO 2018 25

Opinião

O Futuro do Douro exige um novo entendimento político

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

A descentralização e a reprogramação dos fundos europeus são assuntos que têm marcado a agenda politica nacional e que, inclusivamente, integraram a agenda do encontro entre o Primeiro-Ministro e novo presidente do PSD. Indubitavelmente, são temas determinantes para a coesão nacional, pois podem contribuir para a diminuição das assimetrias gritantes entre um litoral rico e um interior pobre. Mas, a história revela uma diferença profunda entre a narrativa e a prática sobre políticas territoriais, em que o interior está sempre em posição de perda. O desenvolvimento do interior exige uma visão integrada para o País, com objetivos concretos, metas compagina-

das por medidas e recursos, num cenário de prestação de contas. A descentralização se for pensada na ótica da desconcentração de serviços públicos é uma boa medida; contudo, insuficiente para a sustentabilidade económica e social do interior. A descentralização exige ainda entendimentos sobre as competências das autarquias, um novo pensamento sobre o regime das CCDRs e novas políticas para as regiões. Em termos da reprogramação, a proposta deve ser coerente com o discurso de desenvolvimento do interior; as orientações sobre o futuro quadro devem ir no mesmo sentido. Infelizmente, e a exemplo do passado, a realidade é diferente. A titulo de exemplo, no Norte a

maioria dos projetos aprovados no Portugal 2020 localizam-se na área do Porto; no interior o número é reduzido, contrariando a lógica de convergência. Por sua vez, a reprogramação, socorrendo-se de temas socialmente bem aceites como a descarbonização, parece apontar para uma dualidade regional maior. Um novo ciclo de entendimento político exige criar instrumentos que estimulem o desenvolvimento económico e social do território, assente no conhecimento e inovação, num ambiente globalmente competitivo. Esta lógica exige um maior envolvimento das Universidades ligadas ao território na construção de um sistema regional de inovação. É neste cenário que o Douro deve

ser pensado ao abrigo dos novos desafios societais, seguindo conceitos que permitam um desenvolvimento agrícola resiliente, sustentável e produtivo. Todas as partes interessadas na cadeia de valor, envolvendo a produção, a transformação, os consumidores e atores políticos precisam de atuar em consonância com o sistema cientifico para enfrentar desafios, como o impacto das mudanças climáticas. O futuro exige novas lógicas para pensar o Douro, enquanto região inteligente e laboratório vivo de experimentação de soluções que deem resposta aos desafios societais. Deixamos a resposta para os principais decisores políticos. Mas, a história leva-nos a duvidar sobre um novo ciclo de compromisso efetivo para o desenvolvimento integrado do País.

zar e consolidar mercados e, simultaneamente, aumentar a presença em países com potencial de crescimento. Através de um programa de internacionalização, com o seu expoente no primeiro semestre do ano, o IVDP promove um conjunto de ações que percorrem quatro continentes para dar a conhecer e a provar os vinhos do Porto e do Douro. As iniciativas são diversas e variam entre um plano extenso de seminários com Escolas de Hotelaria em Espanha, provas em Londres, participação nas principais feiras internacionais como a Prowein, na Alemanha e a Vinexpo em Hong Kong, formações e provas em cida-

des do Brasil, E.U.A., Canadá e China. A aposta em mercados asiáticos vem abrir e aprofundar caminho em geografias que têm vindo a revelar-se cada vez mais interessantes. A estratégia integra ainda o convite a jornalistas e especialistas internacionais do setor para virem a Portugal. É parte da missão do IVDP contribuir para a afirmação internacional e para a adição de valor aos vinhos com Denominação de Origem Protegida produzidos na RDD, apoiando a internacionalização dos agentes económicos do sector, numa lógica de valorização transversal e com manifesta preocupação pela sustentabilidade económica, social, cultural e ambiental do território duriense.

Porto e Douro pelo Mundo

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Em 2017, os vinhos da Região Demarcada do Douro, com Denominação de Origem Protegida e Indicação Geográfica Protegida, bateram recordes de comercialização. Registam-se vendas no total de 556 milhões de euros, correspondentes a 13,7 milhões de caixas. Em relação a 2016, a subida em volume de negócios foi de 3,6% e em quantidade de 2,2%. No Vinho do Porto, destacaram-se as categorias especiais que, com quotas nunca atingidas, contribuíram para o aumento do preço médio. Já o Vinho do Douro tem visto as suas vendas crescer contínua e sustentadamente, tanto interna como internacionalmente.

Juntando os primeiros mercados externos, em valor, para os Vinhos do Porto e do Douro chegamos a uma listagem que abrange três continentes com França, Reino Unido, Holanda, E.U.A., Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Canadá, Espanha, Brasil, Suíça e Angola. No último ano, houve algumas trocas de posição nos rankings, mas juntos, representam altas percentagens do total das vendas. O trabalho que tem vindo a ser reforçado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, (IVDP), sempre em articulação com os agentes económicos, visa conquistar, fideli-

O Douro nos títulos dos jornais internacionais

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

É com manifesto prazer e orgulho saber que o Alto Douro Vinhateiro é destaque em títulos de jornais internacionais de renome. Desta feita, foi o jornal britânico The Telegraph que ofereceu a semana passada aos seus leitores uma reportagem sobre os pontos de interesse desta paisagem classificada pela UNESCO como Património da Humanidade. Trata-se de mais uma oportunidade de ouro para chegar não só ao mercado inglês, que bem conhece a atratividade do nosso território, como a um público internacional interessado em descobrir destinos turísticos com qualidade de exce-

lência. Se o Alto Douro Vinhateiro superou a expectativa desta jornalista com forte experiência em viagens por todo o mundo, é fácil de concluir que temos aqui um potencial de comunicação muito forte. Na reportagem, a jornalista explica que o “leitmotiv” da viagem foram as vinhas em socalcos e confirma que o que vislumbrou a partir do rio Douro, foram vistas “espectaculares” e quintas “elegantes”. Destaca, ainda, a condução pela estrada “mais bonita do mundo”, a EN 222, e que a levou a 500 metros de altitude, até ao Miradouro de São Salvador do Mundo. Imagino-

-a a suster a respiração, a fixar o olhar nesta paisagem magnífica e a disparar fotografias sobre o rio e a encosta. Há que gravar para a posteridade este retrato turístico único no mundo. Não foi só com esta reportagem que recentemente o Alto Douro Vinhateiro esteve em destaque. A presença da região na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, a maior feira de turismo no país, a convite do Turismo do Porto e Norte de Portugal foi mais um palco de excelência. Deixo, porém, a nota que a aposta nestes eventos internacionais tem de passar muito para

além das fronteiras concelhias. A presença de entidades públicas e privadas, designadamente municípios, quintas e operadores turísticos, permitiu comunicar que no Douro há ações concertadas e que sabemos trabalhar em rede. Das atividades que foram organizadas no certame, permitam-me referir o empenho que tive oportunidade de testemunhar dos “Filhos do Douro”. São personalidades públicas oriundas da região que sabem passar uma imagem positiva e realista deste tesouro. Não há melhores embaixadores do que as nossas gentes!


26 VIVADOURO MARÇO 2018

Opinião

Lamego marca pontos!

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Lamego liderou o país: Liderou no evento do Governo para a proteção civil; Liderou, de forma claríssima, no grande acontecimento político do CDS. O país político concentrou-se nesta cidade. Lamego e o Douro Sul foram centralidade nestas semanas. Os focos estiveram virados para a região e por boas razões!

A economia local mexeu e a visibilidade deu notoriedade à Marca Lamego! As perceções foram muito positivas, da cidade, da hotelaria local, da infraestura que acolheu os eventos, dos serviços municipais e dos de proteção civil. Lamego está de parabéns! Saibamos ser centralidade mais vezes e noutras iniciativas. Temos que ser ousados e

marcar pontos em vários setores e iniciativas. No Douro Sul precisamos de infraesturas e ambição para instalação de organizações ( empresas e outros serviços ) com escala nacional. Lamego é uma grande marca nacional, uma cidade referência do grande Douro e a capital cultural do Douro Sul! O Douro Sul, a cidade conceptual e simbólica,

vai-se construindo com o progresso das aldeias, vilas e cidades deste território fantástico. Assumamos como um desígnio a busca de empreendimentos de grande escala. Tenhamos coragem de estarmos todos do mesmo lado em propósitos estruturantes para a região. Juntos, somos mais fortes. Para um Douro Sul, com futuro!

cularmente, imagens com “fantasma”, visão turva ou distorcida, cansaço visual, sensibilidade à luz e percepção de halos ao redor das luzes, havendo também uma redução da sensibilidade ao contraste. O tratamento do queratocone depende da fase em que é diagnosticado, da sua gravidade e do impacto que está a causar na visão. Nos casos mais ligeiros o uso de óculos e lentes de contacto hidrófilas normais

será suficiente para resolver as dificuldades visuais. Noutros casos, recorre-se a lentes de contacto de diversos tipos (RPG ou Esclerais) para proporcionarem uma visão mais estável, estas lentes não se moldam à córnea que está deformada e criam entre a lente e a córnea um filme lacrimal que ajuda a diminuir as aberrações da própria córnea e atenuar as imagens fantasma e halos das lâmpadas. Nas fases mais avançadas,

pode-se ter de recorrer a procedimentos cirurgicos, num último recurso poderá ser necessário o transplante da córnea (queratoplastia). Para mais esclarecimentos, não hesite em contactar-nos ou visitar na MultiOpticas-Óptica Oliveiras Lamego, Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria-a-Velha, em que teremos todo o gosto em esclarecer qualquer dúvida que possa ter e apresentar a melhor solução para si.

Queratocone

Dr. Patrícia Optometrista

O nome queratocone provém do grego keratoconus, que significa literalmente “córnea cone”. O queratocone é uma alteração que ocorre na córnea, em que progressivamente esta se vai adelgaçando e a zona central torna-se uma forma mais cónica. Com a progressão da doença a córnea fica cada vez mais saliente que provoca a formação de cicatrizes, desenvolvendo-se astigmatismos irregulares e conse-

Foto: DR

(Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

quentemente a diminuição da acuidade visual. Trata-se de uma doença de natureza genética, cerca de 6 a 12% dos pacientes com esta patologia mencionam ter outros familiares com a mesma doença. Não existindo ainda uma explicação para o seu aparecimento, consegue-se associar ao ato de esfregar os olhos vigorosamente e a outras doenças oculares, tais como a retinite pigmentar, retinopatia da prematuridade ou as conjuntivites alérgicas, sendo também associado ao uso prolongado de lentes de contacto. Os sintomas do queratocone começam geralmente com visão desfocada, que não é muito diferente do desfocado que ocorre com os erros refrativos comuns. Com o avançar da doença, mesmo com o uso dos óculos a acuidade visual não melhora significativamente, começando a existir uma visão flutuante e a necessidade de trocar frequentemente de óculos, tal como, visão dupla mono-


VIVADOURO MARÇO 2018 27

Lazer

B OA S FE ST AS

Piadas de bolso:

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

No hospital, diz o médico: - O senhor é o dador de sangue? E responde o doente: - Não, eu sou o da dor de cabeça!

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego Arroz de Tamboril

Ingredientes 1 tamboril fresco 1 cebola grande 2 dentes de alho 3 tomates Arroz agulha 1 folha de louro 1 cálice de vinho branco Coentros Azeite 1 caldo de marisco Ameijoa branca

Foto: DR

“Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais” O Presidente da Câmara

(Carlos André Teles Paulo de Carvalho)

Preparação Cozer a cabeça do tamboril e o fígado ( muito importante, porque o fígado dá muito gosto ao arroz e também serve para ver se o tamboril é fresco, se não tiver rejeite)com água e sal. Depois de cozido, limpar de espinhas e peles e reservar. Reservar também a água da cozedura. Entretanto, partir o resto do tamboril em cubos e temperar com um pouco de sal. Fazer um refogado com a cebola, os alhos, a folha de louro, o azeite. Quando a cebola estiver translucida acrescentar os tomates partidos aos bocados, coentros picados, o vinho branco e uma pitada de pimenta, tapar e deixar apurar mexendo de vez em quando. Quando o refogado estiver apurado, retirar a folha de louro. Juntar ao preparado anterior a água da cozedura do tamboril na quantidade que ache necessária para cozer a quantidade de arroz pretendida, para que fique com caldo. Se sobrar alguma água não a deite fora pois pode vir a ser necessário acrescentar calda ao arroz. Retifique o sal. Acrescente o arroz e o tamboril, e deixe cozer. É nesta altura, que se acrescenta os bocadinhos de tamboril que se aproveitou da cabeça, e o fígado esfarelado e as ameijoas. Por fim apague o lume, não deixe o arroz cozer muito, e acrescente um molho de coentros picados. Tape o tacho e deixe apurar mais 2 ou 3 minutos antes de servir.

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

Amor: Sentir-se-á muito nostálgico durante este mês. Seja mais otimista! Pratique o pensamento positivo e as ações construtivas agora! Saúde: lembre-se que o desânimo se reflete negativamente na saúde. Tenha pensamentos positivos e verá que se sentirá melhor. Dinheiro: Evite precipitar-se, dê um passo de cada vez.

Diz ele para ela: - Posso não ser rico, não ter dinheiro, apartamentos e carros de luxo, ou empresas, como o meu amigo Anastácio, mas amo-te muito, adoro-te, eu sou louco por ti! Ela olhou-o com lágrimas nos olhos, abraçou-o como se o amanhã não existisse e disse baixinho ao seu ouvido: - Se me amas assim tanto de verdade, apresenta-me o Anastácio!

Desafio VivaDouro

SOLUÇÕES:

RESPOSTA: 16


Foto: CM Alijรณ

Foto: Rui Pires

Foto: Rui Pires

A neve e o gelo pela lente dos nossos leitores

Foto: Hugo Vaz Pinto

Foto: Rui Pires

Foto: Rรกdio Douro Nacional




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