Pontos Vermelhos

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Materiais utilizados - 6 tampas de plástico previamente pintadas de vermelho; - Meu corpo em movimento; - A cidade; - A data;

- A regra;

- O Registro.

Pontos vermelhos


Descrição Pontos Vermelhos foi uma proposição realizada no primeiro semestre de 2017,

a partir de uma provocação nas aulas de Oficina de criação 3d 1, ministrada pelo professor Jimson Vilela, que sugeriu um trabalho sobre cor.

Para fazer o trabalho, utilizo meu corpo deslocado pela cidade, sendo

conduzido por pistas em vermelho. Uma regra retirada dos números da data

(20/6) regeram o tempo em que permaneci deslocando meu corpo e o numero de lugares a serem visitados.


Materiais utilizados - 6 tampas de plástico previamente pintadas de vermelho; - Meu corpo em movimento; - A cidade; - A data;

- A regra;

- O Registro.


Regras 1º Caminhar vinte minutos até o próximo ponto de ônibus, sendo desviado pela cor vermelha.

2º Esperar o 6º ônibus para embarcar.

3º Permanecer vinte minutos dentro da condução e desembarcar assim que o tempo terminar.

4º Andar vinte minutos nas ruas sendo desviado para o vermelho.

5º No término da caminhada de vinte minutos instalar o ponto no local.

6º Registrar com foto e anotar impressões sobre a localização.


Margens localizadas Ponto Deslocando três lugares Me perder no Longe da vista Materiais utilizados Chego à cidade. - 6 tampas de plástico previamentePerambulando pintadas de vermelho; -desenhos Meu corpo em movimento; -curvas A cidade;

narrativas

- A data;

Guiando - A regra;por coordenadas, escalas, superfícies Sitio - O Registro. Acesso Pontos

Perímetro



Saída de casa: Rua Álvaro do Cabo, em Bonssucesso, Rio de Janeiro-RJ.


1º ponto: Rua das oficinas, 6. Próximo ao Engenhão, Rio de Janeiro-RJ.


2º ponto: Rua Divino Salvador, 265, Piedade, Rio de Janeiro-RJ.


4º ponto: Estrada João Paulo, 2216, Barros Filho, Rio de Janeiro-RJ.



Partindo da prática de experimentação do deslocamento do corpo no espaço e o espaço como suporte da arte, faço amplo uso da caminhada como uma forma propositiva de trabalho artístico. Conforme Sharp (1970 apud Santaella, 2003, pág 260) indica, o corpo pode ser dividido em três unidades: o corpo como instrumento; como lugar; e como pano de fundo. O caráter do corpo como instrumento se refere à todas as substituições que os artistas fizeram da mão como o meio de produção atrística, ampliando as realizações artísticas a outras partes do corpo, conforme Santaella (2013) expõe. Esta proposta de utilizar outras partes do meu corpo como parte integrante do resultado artístico final tem relação com alguns trabalhos que tenho feito deste 2017. As ideias/conceitos do trabalho artístico e as decisões foram tomadas de antemão e executadas posteriormente. Em 2017, fiz uma proposição deambulatória, que pratiquei só. Intitulei a proposição artística de “Pontos Vermelhos”, na qual percorrí o espaço urbano da cidade do Rio de janeiro usando o deslocamento do meu corpo com a


com o celular os lugares em que estive ao acaso – No entanto, um acaso, de certo modo, controlado pela pré-determinação das regras de condução da ação e também pelo relevo do lugar percorrido, que, como lembra Guy Debord(1958), as vezes, possuem barreiras que impedem a entrada ou a saída a certos lugares. Como cerne principal deste trabalho, foi utilizada a prática da deriva, que aconteceu nos arredores do subúrbio do Rio de janeiro. No entanto, dada a natureza da possibilidade de varibilidade de territórios a serem percorridos, a situação artística poderia ter acontecido em quaisquer outros locais: “entre os diversos procedimentos situacionistas, a deriva se apresenta como uma técnica de passagem rápida por ambiênciais variadas. O conceito de deriva esta indissoluvelmente ligado ao reconhecimento lúdico-construtivo, o que o torna absolutamente oposto ás tradicionais noções de viagem e de passeio” Guy Debord, 1958


Anteriormente ao acontecido, estipulei regras que dirigiram a situação atística. Parte da regra consistiu na apropriação de números que orientaram o tempo e o espaço que foram percorridos. Atribuí o número do dia da ação (que foi 20) para definir o tempo (em minutos) a serem gastos nas derivas; e o número do mês (que foi 6) fixou a quantia de lugares a serem percorridos. Para cada um desses locais, eu pintei seis tampas plásticas de potes com tinta vermelha, que seriam deixadas nos locais sinalizando o fim da proposição artística daquele local. Partindo de onde moro, caminhei 20 minutos, sempre usando como sentido de direção pistas em vermelho que apareciam pelo caminho, tais como letreiros, vestuários de pessoas, automóveis, objetos da construção civil etc, até o ponto de embarque localizado na avenida Itaoca nº 1462 morro do Alemão. Esperei o 6° ônibus de transporte publico que passou. Decorridos 20 minutos dentro do onibus, desci no local onde ele se encontrava. A partir daí recomecei a cronometrar o tempo de percurso – agora apé, caminhando outros


20 minutos – que não foram propriamente a esmo: continuei a me direcionar pelas pistas em vermelho, que conduziram o meu caminho até o local onde terminou o cronômetro. Em cada uma das seis derivas, o término do tempo cronometrado indicava onde eu deveria abrigar o ponto vermelho que carregava comigo. Então, anexava o ponto vermelho numa parte do local e fotografava o conjunto para registrar o fim da ação. A partir daí eu me dirigia até o ponto de ônibus mais próximo, tomava o ônibus seguinte e recomeçava o jogo até se esgotarem os pontos vermelhos. tempo e o espaço que foram percorridos. Atribuí o número do dia da ação (que foi 20) para definir o tempo (em minutos) a serem gastos nas derivas; e o número do mês (que foi 6) fixou a quantia de lugares a serem percorridos. Para cada um desses locais, eu pintei seis tampas plásticas de potes com tinta vermelha, que seriam deixadas nos locais sinalizando o fim da proposição artística daquele local.


Partindo de onde moro, caminhei 20 minutos, sempre usando como sentido de direção pistas em vermelho que apareciam pelo caminho, tais como letreiros, vestuários de pessoas, automóveis, objetos da construção civil etc, até o ponto de embarque localizado na avenida Itaoca nº 1462 morro do Alemão. Esperei o 6° ônibus de transporte publico que passou. Decorridos 20 minutos dentro do onibus, desci no local onde ele se encontrava. A partir daí recomecei a cronometrar o tempo de percurso – agora apé, caminhando outros 20 minutos – que não foram propriamente a esmo: continuei a me direcionar pelas pistas em vermelho, que conduziram o meu caminho até o local onde terminou o cronômetro. Em cada uma das seis derivas, o término do tempo cronometrado indicava onde eu deveria abrigar o ponto vermelho que carregava comigo. Então, anexava o ponto vermelho numa parte do local e fotografava o conjunto para registrar o fim da ação. A partir daí eu me dirigia até o ponto de ônibus mais próximo, tomava o ônibus seguinte e recomeçava o jogo até se esgotarem os pontos vermelhos.


cronometrado indicava onde eu deveria abrigar o ponto vermelho que carregava comigo. Então, anexava o ponto vermelho numa parte do local e fotografava o conjunto para registrar o fim da ação. A partir daí eu me dirigia até o ponto de ônibus mais próximo, tomava o ônibus seguinte e recomeçava o jogo até se esgotarem os pontos vermelhos. Usei como forma de documentação recursos que estavam a minha disposição: A câmera do telefone celular Sansung Core Duo; e anotações do nome da Rua, do bairro e número de um ponto de referência próximo a mim para fornecer a minha localização no espaço urbano. Com estas informações, pude observar o espaço percorrido na cidade, utilizando o mapa como recurso de visualização desse deslocamento. Apresentei relatos verbais de alguns momentos da a ação em aula e um mapa (print), onde indiquei local de partida e também os nomes dos lugares que estive – os quais depositei os seis pontos vermelhos


Esta atividade artística, quando é chegado o momento de eu inserir os pontos vermelhos na paisagem, possui um total desprendimento estético com a escolha daquele recorte fotográfico registrado, visto que aspectos que independem de minha sensação estética são os principais fatores determinantes deste plano. O acaso juntamente com o tempo estão ditando as regras que resultarão no recorte da paisagem. O aspecto do recorte fotográfico do local está a par do ready-made, no qual “a escolha foi feita com base em uma reação de indiferença visual e ao mesmo tempo em uma total ausência de bom ou mal gosto”. Duchamp (1961). O que faço nesta prática não tem intuito de apontar ou propor resoluções de problematica sócio-politica, porém o próprio espaço percorrido traz consigo uma serie de situações observadas pelo agente da deriva, que propiciam e potencializam reflexões acerca do cotidiano vivenciado.


Bibliografia: SANTAELLA, Luciana. Culturas e Artes do Pós-Humano: Da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003. DUCHAMP, Marcel. Sobre os readymades. 1961 GUI DEBORD, Ernest. Teoria da deriva. 1958. Apologia da deriva. Escritos situacionistas sobre a cidade. Organização: Paola Berenstain Jacques


Sou Cautar. Moro na zona rural de Carmo-RJ, faço uma prática de caminhadas que envolve o deslocamento em pastos e várzea subindo e descendo montanhas, agussando a percepção. Estes deslocamentos na área do entorno me disponibilizam observar e construir narrativas e situações que remetem a processos artísticos que chamo de “núcleos de imaginação”. Em meus trabalhos utilizo diferentes mídias, pensando sobretudo meu estado social/político como sujeito em transformação sensível em diálogo entre poéticas e paisagem.


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