Por CARLOS COLÉCT TRABALHO – UMA “PROFISSÃO” DE FÉ
Todo Homem, em qualquer lugar do mundo, é conduzido a escolher uma profissão que forneça sustento para a sua vida. O que poucos observam, no entanto, é que “profissão” é “professar”, intimamente relacionado à fé. Um trabalho que produz sustento é uma profissão de fé; é a confissão de uma crença. Não qualquer fé. Hoje, um trabalho é visado pelo salário que oferece, pela viabilidade no Mercado e pela crença individual, ou seja, por uma fé que envolve desejos que abrangem apenas o indivíduo (casa própria, carro, bens de consumo, status financeiro, lucro pessoal...); a fé que visa o outro é um quesito pouco analisado na escolha de uma profissão, e a meu ver, é esta fé que faz um trabalho produzir justiça e vida, pois não visa somente um lado (eu), mas também o outro lado (o outro). Talvez isto faça sentido com o verso bíblico: “o justo viverá pela sua fé!”, em outras palavras, há justiça e vida quando um trabalho é realizado como uma profissão de fé; como um exercício fiel a uma boa crença que não se atem somente a si mesmo. Este é o bom trabalho: a realização de uma vocação sagrada. Ser médico deve ser uma profissão de fé, e não um emprego por status; da mesma forma um escritor, um jornalista, um professor, ou qualquer outro ofício. Assim, antes de visar o trabalho é preciso reconhecer a crença que se tem em si, ou melhor, reconhecendo a sua crença, reconhece-se o seu trabalho. Todos têm alguma crença, basta descobrir se ela se volta para a humanidade, porque o trabalho é uma ação comunitária. Se somente houver crença pessoal, não haverá vocação, não haverá trabalho que sustenta a alma; haverá somente um emprego, uma fonte de renda, e não de vida. Isto não é uma negação de si mesmo, é apenas uma visão do outro como uma extensão de si próprio. Para auxiliar nesta reflexão, cito um verso bíblico — Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. (Tiago 2.18) — e proponho a seguinte questão para que seja respondida no interior de cada um: “Qual fé (crença) a tua obra tem revelado?”