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Mario de Andrade
from Revista Ler - nº 18
by Vera Cruz
Amar, verbo intransitivo
Este romance é definido pelo autor como idílio (pequena composição poética, campestre ou pastoril; amor simples e terno; sonho; devaneio.) e abusa das técnicas modernas, usando uma linguagem coloquial, perto do falar brasileiro. Publicado em 1927, um ano antes de “Macunaíma”, mostra o drama de Carlos, jovem burguês, e de Elza, professora de alemão e pretensa iniciadora do menino na vida sexual. A hipocrisia da sociedade paulistana do início do século serve de pano de fundo para esta história
Aspectos da literatura brasileira
Composto de 12 ensaios de crítica literária, Mário de Andrade aborda, de forma a validar a força da cultura brasileira, a literatura de autores importantes como Machado de Assis, Castro Alves, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Raul Pompeia, entre outros, apresentando em suas análises temas como nacionalidade, história, folclore, música popular e muito mais.
Aspectos da música brasileira
Minucioso estudo sonoro-musical que se predispõe a analisar criticamente a realidade musical brasileira. Confrontando a língua falada com a cantada, discorrendo sobre a característica nasal do português falado no Brasil, analisando a discografia nacional e o samba rural paulista, Mário de Andrade nos apresenta um breve histórico e um painel da música brasileira na primeira metade do século XX.
Aspectos das artes plásticas no Brasil
Não faltam em São Paulo “detalhes de beleza ou soluções arquitetônicas de interesse técnico”, como assinala Mário de Andrade num dos quatro estudos que compõem este livro. Foi em Minas Gerais, porém, que ficaram os esplendores da arte barroca e suas ressonâncias musicais do século XVIII. Os estudos “A capela de Santo Antônio” e “O Aleijadinho” põem em evidência esta diferença que já se fazia marcante no período formativo das duas civilizações. Completam o volume um estudo sobre Lasar Segall, que Mário de Andrade escreveu para o catálogo de uma exposição de obras do pintor feita no Rio em 1943, e “Do desenho”, em que destaca o caráter essencialmente intelectual do que diz ser “uma arte intermediária entre as artes do espaço e as do tempo”.
Briga das pastoras e outras histórias
Antologia reunindo 13 textos escritos nas décadas de 20 e 30 pelo autor de “Macunaíma” procura mostrar como, a partir do Modernismo, e especialmente da obra de Mário de Andrade, o povo finalmente se tornou um personagem importante da literatura brasileira.
Cartas a Manuel Bandeira
As cartas de Mario de Andrade a Manuel Bandeira fazem parte de uma correspondência de cerca de 13 anos. São cartas esclarecedoras da obra de Mário, da sua maneira de trabalhar, sua visão pessoal da vida, da literatura, da música e das artes plásticas, deixando suas preciosas impressões de crítico. Valioso testemunho que se torna um dos melhores subsídios para a história do modernismo no Brasil.
Cartas de Mário de Andrade a Luis da Câmara Cascudo
Mário de Andrade era conhecido, também, por sua fidelidade absoluta as amigos, devendo-se lembrar sempre do juramento que fez a si mesmo, quando não recebeu resposta de um figurão da época: o de que, se viesse a ser célebre, não deixaria sem resposta as cartas ansiosas que recebesse. O resultado disto é uma vasta documentação em forma de missivas. Aqui temos 56 cartas e dois bilhetes de Mário, que demonstram a influência recíproca destes dois mestres em suas obras.
Os cocos
Este volume foi organizado por Oneyda Alvarenga a partir dos documentos e anotações legados por Mário de Andrade. O coco é a forma poético-musical do folclore rural que, talvez mais intensamente que qualquer outro gênero popular, encantou e ocupou o escritor, que por ela já se interessava mesmo antes da Missão de Pesquisas Folclóricas da Discoteca Municipal de São Paulo, que pesquisou sobre os cocos no Nordeste entre dezembro de 1928 a fevereiro de 1929, reunindo uma vasta documentação. Mario de Andrade traz diversas contribuições para entendermos esta prática.
Contos novos
Produto de uma longa gestação artesanal, livro preparado pelo autor nos últimos anos de sua vida e de publicação póstuma, os “Contos novos” são considerados pela crítica como ponto alto da maturidade artística de Mário de Andrade. Compõe o volume os contos: “Vestida de preto”, “O ladrão”, “Primeiro de maio”, “Atrás da catedral de Ruão”, “O poço”, “O peru de Natal”, “Frederico Paciência”, “Nelson” e “Tempo da camisolinha”.
Correspondência Mario de Andrade & Manuel Bandeira
Lacrada até julho de 1997, a pedido de Mário, a parte mais significativa dessa correspondência começa a ser revelada nesta edição que dá conta da fértil comunicação, ao longo de três décadas, entre dois dos maiores nomes da literatura brasileira. Graças ao trabalho rigoroso do organizador, que nas notas às cartas apresenta todas as informações necessárias à compreensão dos dados contextuais, o leitor pode tomar pleno contato com a troca de confissões pessoais, opiniões sobre poemas, ideias sobre questões do cotidiano do país e sobre a evolução da arte brasileira, entre muitos outros temas.
Correspondência Mário de Andrade & Tarsila do Amaral
Ultrapassando as fronteiras da amizade, as cartas trocadas por Mário de Andrade e Tarsila do Amaral oferecem ao leitor um contato direto com algumas das questões mais candentes que impulsionaram os artistas do período. Mostram o interesse pela atualidade das tendências artísticas internacionais, aliado à preocupação com a cultura brasileira, além de revelar detalhes dos processos de criação de dois dos maiores nomes do modernismo brasileiro. Organizado pela historiadora e crítica de arte Aracy Amaral, o volume inclui uma série de notas explicativas e a análise material dos manuscritos ao final de cada texto, cronologia, caderno de fotos e reproduções de diversos outros documentos, entre eles catálogos de exposições de Tarsila no período modernista.
Danças dramáticas do Brasil
É conhecida a paixão de Mário de Andrade pela música, a sua “segunda amante”, conforme suas próprias palavras. “Danças dramáticas do Brasil” é uma obra que reúne os estudos de Mário de Andrade em relação à música popular, captando a alma simples do povo, e o verdadeiro folclore brasileiro. Organizado por Oneyda Alvarenga, aluna dileta de Mário, depois sua colaboradora, que pegou das numerosíssimas anotações, deu-lhes ordenação, segundo critérios do próprio Mário, que ela conhecia como poucos, e deu forma à obra.
De São Paulo: cinco crônicas de Mario de Andrade, 1920-1921
De novembro de 1920 a maio de 1921, em cinco números da revista mensal Ilustração Brasileira, Mário de Andrade escreveu as crônicas que integram esse livro. Organizado, com introdução e esclarecido por notas de Telê Ancona Lopez, fala sobre a metrópole paulista e o modernismo, temas definidores da vida e do trabalho de Mário. Uma visão arguta de São Paulo, lançada por um de seus filhos mais ilustres.
Dicionário musical brasileiro
O dicionário, publicado em 1989, com organização de Oneyda Alvarenga e Flávia Toni, apresenta os principais termos da música, em especial da música brasileira, compilados por 16 anos pelo grande Mário de Andrade. Um dicionário que evidencia influência das manifestações portuguesas e africanas no Brasil, acolhe o emprego de todo o tipo de formas musicais, frases-feitas e gírias no cotidiano, registra superstições de instrumentistas e questiona emprego de determinados termos.
Macunaíma: o herói sem nenhum caráter
Publicado em 1928, Macunaíma é o herói sem caráter, símbolo de um povo que não descobriu sua identidade. Nascido nas profundezas da Amazônia, o herói de Mário de Andrade é cheio de contradições - assim como o país que lhe serve de berço. A saga de Macunaíma começa quando ele perde sua muiraquitã, um amuleto de pedra que havia ganhado de Ci, a Mãe do Mato. Acompanhado de seus irmãos Maanape e Jiguê, o herói viaja para o Sul em busca do amuleto, que estava em poder do fazendeiro peruano Venceslau Pietro Pietra. Encantado com a “civilização moderna”, Macunaíma, de certa forma, se vê dividido entre seu reino e as maravilhas de “São Paulo, a maior cidade do universo”.
Os melhores contos de Mário de Andrade
Os contos mais significativos da extensa obra do modernista Mário de Andrade foram selecionados pela professora de Letras e responsável pelo acervo do escritor no Instituto de Estudos Brasileiros, Telê Ancona Lopes.
Os melhores poemas de Mário de Andrade
Estética é predominantemente a proposta da obra de Mário de Andrade, motor principal do Modernismo no Brasil. Frequentemente citado pelo romance “Macunaíma”, marcou também pela poesia. Nesse livro pode-se conhecer o que de mais importante ele escreveu, desde os anos 1920 até livros editados depois de sua morte, em 1945, como “Lira paulistana”, editado no ano seguinte. A poesia de Mário de Andrade tem grande variação formal e temática.
Paulicea desvairada
Obra de Mário de Andrade publicada em 1922, mesmo ano da Semana de Arte Moderna. Trata-se de um marco da literatura brasileira e traçou os alicerces da estética do Modernismo no país, transformando o panorama das artes no Brasil. O salto consolidado em “Paulicea desvairada” ilumina Mário de Andrade moderno, unindo renovação, experimentação, à análise não mais ingênua de seu tempo. Nele publica sua famosa “Ode ao Burguês”.
O poço
Coletânea de contos de Mario de Andrade, selecionados de diversos livros publicados anteriormente. Fazem parte do volume os contos “Vestida de preto”, “Peru de Natal”, “Frederico Paciência”, “Tempo de camisolinha”, “O ladrão”, “Primeiro de maio”, “O poço”, “Nelson”, “Atrás da catedral de Ruão”, “Caso Pançudo” e “Túmulo, túmulo, túmulo”.
Poesias completas
Em 1943, no plano de suas obras completas, “Poesias completas” deveria ampliar o conteúdo de “Poesias”, seleta que, em 1941, revisita os títulos publicados na década de 20 - “Pauliceia desvairada”, “Losango cáqui”, “Clã do jabuti”, e “Remate de males”, trazendo também os inéditos “A costela do Grã Cão” e “Livro azul”. “Poesias completas” abrangeria a integralidade dos livros até 1930, os inéditos divulgados em 1941 e novos inéditos como “O carro da Miséria”. Apenas em 1955, dez anos após a morte do autor, a obra se concretiza. A presente edição busca restituir, nos textos apurados mediante o confronto com edições em vida e manuscritos, o projeto original de Mário de Andrade para esse livro. Anotada e acrescida de documentos, contribui para a história da literatura no Brasil.
Será o Benedito!
Um dos autores mais importantes da língua portuguesa, Mário de Andrade revela-se um cronista de mão cheia. Em tom de conversa, conduz o leitor por uma viagem ao interior de São Paulo, na Fazenda Larga. Longe dos arranha-céus e dos ‘chofers’, o homem da cidade conhece o garoto Benedito, “nos seus treze anos de carreiras livres pelo campo”. A cerca que separa a casa-grande do vasto gramado é o obstáculo a ser conquistado em busca de uma aproximação.