Guia Sabores de Minas

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Região Central

ROTEIROS GASTRONÔMICOS - SÃO JOAQUIM DE BICAS ..............................................................................................

BANQUETE EM FAMÍLIA

PREÇO R$ 1,00 - NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE DO JORNAL ESTADO DE MINAS


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Região Central

ROTEIROS GASTRONÔMICOS - SÃO JOAQUIM DE BICAS ..............................................................................................

BANQUETE EM FAMÍLIA EXEMPLAR DE ASSINANTE - VENDA PROIBIDA



GUARDIÃS DAS TRADIÇÕES .........................................................................................................

EULER JUNIOR/EM/D.A PRESS

“A comida tem um poder muito grande de promover a união das pessoas. Hoje em dia muitas famílias não fazem uma refeição em conjunto, nem mesmo comem uma pipoca. A gente tem que preservar esses hábitos.” Com esse pensamento sábio, Conceição Resende Maia ilustra bem o espírito encontrado nesta visita a São Joaquim de Bicas. Contadas e temperadas com alegria, as receitas traduzem toda a sua importância para as famílias desta pacata cidade tão próxima de BH. Tem o caldo “mágico” de jiló da Conceição, eternizado nas quermesses da igreja, e a carne de lata da Telma, que conta no sabor a história de sua avó e mostra nas embalagens a casa onde tudo começou. O inusitado perochê vem de longe, tradição ucraniana repassada pela mãe do professor Melch, que já ensinou aos filhos. A galinhada da Valdete é responsável pelos melhores momentos dos parentes, que têm no fogão o centro das atenções. A jovem Elisa, quando fala do aprendizado com a avó Eliane sobre a maionese da “bisa”, tem um carinhoso brilho no olhar que denuncia o principal segredo da receita. E tem a dona Zinha, que criou sete filhos vendendo seus bolinhos no balaio. Sintetizam essas e outras deliciosas histórias as irmãs Medeiros, que moram em diferentes casas no mesmo terreno e se revezam na preparação das quitandas do café da tarde, nas quais o imperdível pão de batata da Helena tornou-se estrela. Tanto que teve sua receita destacada entre tantas que degustamos em recente evento da cidade. Com ar aconchegante e as singelas palavras da Conceição, São Joaquim de Bicas espera por sua visita. Bom apetite. Eduardo Avelar Chefe de cozinha


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RUTO ABENÇOADO

Partindo de BH, a viagem é curta. Inversamente proporcionais são as expectativas. A menos de 30 quilômetros da capital, São Joaquim de Bicas promete aos viajantes do Sabores de Minas experiências para agradar em cheio ao paladar e ao humor. Mas basta chegar à casa de nossa primeira anfitriã, na comunidade da Farofa, para acalmar a ansiedade. À frente de suas inseparáveis panelas, Maria da Silva Maia, a Lilia, esbanja simpatia e hospitalidade. À beira do fogão, ela discorre sobre seu amor pela vida, com longos capítulos concentrados na cozinha e no cultivo da terra. Há 14 anos ela e a família se dedicam à plantação de chuchu, um negócio que enche seus olhos de brilho e o coração de orgulho. Mas o fruto da lavoura é mais que fonte de renda: é ingrediente obrigatório na cozinha. “Faço chuchu puro, com carne moída, pernil... Faz bem para a saúde e é uma delícia”, derrete-se. E como amostra de seus conhecimentos, Lilia presenteia as visitas com uma receita simples, mas cheia de boas lembranças. “Antigamente, bacalhau era luxo e só tinha na Semana Santa. A gente ficava esperando a data para comer.” Os tempos são outros e, graças ao chuchu e à persistência, bacalhau, assim como outras tantas coisas, não falta à mesa da casa.

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Lília conhece mil e uma variações do produto da terra

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CHUCHU COM BACALHAU

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INGREDIENTES

4 chuchus pequenos, descascados e cortados em cubos 300 g de bacalhau em lascas grandes Tempero caseiro (alho e sal) a gosto 1 colher (sopa) de sal 2 colheres (sopa) de óleo Pimenta a gosto

mexer. Deixar por alguns minutos antes de desligar o fogo.

......................................................... Receita fornecida por Maria da Silva Maia, de São Joaquim de Bicas: (31) 3522-0409.

COMO FAZER

Levar ao fogo água suficiente para cobrir o bacalhau. Quando começar a ferver, pôr o sal e esperar ferver novamente. Pôr o bacalhau e deixar ferver por 10 minutos. Despejar em um escorredor e lavar com água corrente. Aquecer uma panela com óleo e pôr o tempero. Refogar o chuchu e tapar a panela. Quando secar toda a água, pôr o bacalhau, a pimenta e

RÚSTICO ......................................................... Na comunidade da Farofa, “seu” Kleber Emmerinck é conhecido como “faz tudo”. Entre as peças que saem de suas mãos, destaque para o tradicional pilão. Contato: (31) 3534-8707.

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O ALTO DO PÓDIO

Quem é que não guarda uma lista particular das melhores comidinhas do mundo? Seja o arroz da mãe, a broa da avó, o mingauzinho da cantineira da escola, não há quem não tenha suas simples mas insubstituíveis preferências. O fato é que, para o paladar, não há receita que supere aquelas que evocam boas lembranças. E assim é também na casa de Helena Silva Saraiva, moradora da Farofa, em São Joaquim de Bicas. Sem poupar elogios ou temer pecar pelo exagero, o marido e os filhos demonstram toda a idolatria pelo biscoito de queijo preparado por suas mãos. Ocupando o posto de inigualável, a quitanda não falta na cozinha de Helena. Seja para servir as visitas ou deixar a mesa cotidiana ainda mais prazerosa, o biscoitinho brilha na hora do café. E façamos justiça: se a receita não é a melhor do universo, chega bem perto. Feita com batata cozida e nata, a quintanda é fofinha e de um sabor, de fato, único. Prêmio para Helena e seus dons culinários, que acabam de conquistar mais fiéis admiradores.

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Não faltam fãs para os produtos do forno de Helena

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BISCOITO DE QUEIJO COM BATATA

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INGREDIENTES

1 kg de polvilho azedo 1 kg de polvilho doce 6 batatas grandes, cozidas e bem amassadas 500 g de queijo de minas curado e ralado 3 colheres (sopa, rasas) de sal 2 copos (tipo americano) de óleo 6 ovos caipiras 500 g de nata

COMO FAZER

Em uma bacia ou gamela, despejar os polvilhos e a batata amassada, ainda quente. Pôr o óleo e a nata e sovar bem. Pôr os ovos, um a um, o sal, e amassar. Por último, pôr o queijo e amassar até dar o ponto de enrolar. Fazer pequenos rolinhos ou meias luas com a massa. Pôr no tabuleiro e

levar, por 20 minutos, ao forno préaquecido a 200 graus.

......................................................... Receita fornecida por Helena da Silva Saraiva, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-8803.

DA BOA ......................................................... Anote as cachaças que fazem sucesso e não podem faltar na sua coleção: Chiquita Bacana: (31) 3534-8811 Ilha Grande: (31) 3261-6782 Sete Estrela: (31) 3534-8768

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DIOMA UNIVERSAL

Por aqui já desfilaram criações de inspiração árabe, dinamarquesa, japonesa, italiana e de tantas outros sotaques espalhados pelo globo. Afinal, a cozinha é ou não um caldeirão de culturas que se reinventam e se complementam no dia a dia? Para deixar a mistura ainda mais heterogênea, vamos acrescentar um toque ucraniano, este oferecido por Melchizedec Paulino, morador de São Joaquim de Bicas. Professor de matemática, Melch faz de tudo um pouco nas horas vagas, inclusive delícias de forno e fogão. Uma delas é o perohê, ou perochê, como o mineiro apelidou o prato tradicional do país do Leste Europeu, cuja receita veio de uma tia. “Ela é filha de italianos, mas não sei como aprendeu a fazer a receita. Comi o perochê pela primeira vez quando criança e sei que foram feitas adaptações para abrasileirar a iguaria.” Da tia, a receita foi passada para a mãe de Melch, até chegar às mãos do professor. Por meio delas, o prato ganhou outros toques brasileiros, estes encontrados no recheio e nos temperos do molho. Ao chegar à mesa, a massa prova que, para entender a boa comida, o paladar é quem dita o sotaque.

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SABOROSA .........................................................

Mistura de temperos torna perfeita a iguaria de Melch

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Linguiça caseira fresquinha, bem preparada e com tempero na medida faz toda a diferença na cozinha. Na Farofa, saboreie a linguiça feita por Leonardo Ribeiro. Contato: (31) 3522-0229.


PEROCHÊ

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INGREDIENTES

Para a massa 1 kg de farinha de trigo 3 ovos 250 g de margarina 2 copos (tipo americano) de leite Sal a gosto Para o recheio 800 g de batatas 250 g de requeijão cremoso Cheiro-verde e sal a gosto Para finalizar Molho de tomate, queijo ralado e folhas de manjericão

COMO FAZER

Para a massa, pôr, em uma tigela ou gamela, todos os ingredientes, sendo primeiro a farinha e por último a margari-

na. Misturar e sovar bem. Com um cilindro ou rolo, abrir a massa até que fique com a espessura aproximada de meio centímetro. Reservar. Para o recheio, descascar as batatas, cozinhar em água com sal, escorrer e espremer. Misturar com o requeijão e o cheiro-verde. Com a boca de um copo, cortar a massa em círculos e por em cada pedaço uma porção do recheio. Fechar as bordas, como se fosse um pastel, apertando bem para não abrir. Aquecer água suficiente para cobrir e cozinhar os pasteizinhos, aos poucos. Retirar assim que subirem para a superfície. Servir com molho de tomate, queijo ralado e folhinhas de manjericão.

......................................................... Receita fornecida por Melchizedec Paulino, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-9370.

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AMINHO DA ROÇA

Em Bicas – nome mais curto e carinhoso dado à cidade – não é preciso encarar estrada de terra rumo à zona rural para saborear delícias típicas da roça. Na área urbana, basta assuntar um pouco para se chegar a um verdadeiro reduto de delícias. Ao dobrar a esquina indicada, o cheirinho resultante da alquimia da cachaça já conduz à casa de Cheila de Almeida e Silva. Logo na entrada, os visitantes se deparam com diversas plaquinhas afixadas no portão, que dão pistas do que vem pela frente: doces caseiros, pinga da boa, queijos e, é claro, a simpatia mineira que é nosso autêntico cartão de visitas. Sem paradas, o caminho para a cozinha é guiado pelo aroma de coisa boa preparada no fogão. Em um legítimo e fiel tacho de cobre acomodado sobre as brasas do fogão a lenha, vai ganhando forma o doce de mamão recheado, uma pérola digna de admiração. Feita com muito cuidado e paciência, a iguaria exige quatro dias para o preparo. Pode ter certeza: compensa esperar.

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Paciência e simpatia adoçam o farto tacho de Cheila

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DOCE DE MAMÃO RECHEADO

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INGREDIENTES

Mamões verdes pequenos Cravo a gosto 1 kg de açúcar cristal para cada 4 litros de água Doce de leite Material Lixa de parede número 220

COMO FAZER

Passar a lixa nos mamões, debaixo da água corrente, para que fiquem lisinhos. Com uma faca, cortar uma tampa na parte superior dos frutos, preservando os cabinhos. Retirar os

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caroços com a ponta de uma colher. Lavar bem, por fora e por dentro. Em um tacho, cobrir os mamões com água, pôr um pano de prato por cima e levar ao fogo por cerca de duas horas e meia, inclusive as tampinhas. Tirar do fogo, escorrer e cobrir com água novamente. Deixar de molho por cerca de seis horas e levar de novo ao fogo por uma hora e meia. Repetir o processo por quatro dias. Na última etapa, levar os mamões ao fogo com água e açúcar, seguindo a proporção, de modo a cobrir as frutas. Deixar no fogo até a calda engrossar um pouco. O ponto é quando a calda abaixar cerca de três dedos do nível inicial. Retirar do fogo, escorrer os mamões (a calda não será usada) e rechear com doce de leite. Fechar as tampas com dois palitos de dente e conservar na geladeira até servir.

QUALIDADE .........................................................

Receita fornecida por Cheila de Almeida e Silva, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-9729.

Doces, geleias, molho de pimenta, vinho de jabuticaba são iguarias da marca Viver Natural, produzidos seguindo cuidados especiais com o meio ambiente e a saúde. Contato: (31) 3534-9848.

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EMPERO DA HISTÓRIA

As pernas já não têm a agilidade de antigamente. Mas o amor pela cozinha e tudo o mais que a cerca se manteve intacto com o passar dos anos. Com nostalgia de quem se recorda de bons tempos, Maria Inácia do Amaral, moradora da comunidade da Farofa, conta um pouco sobre sua história à frente das panelas. “Na sexta-feira, eu passava a noite todinha preparando salgados. Logo cedo, aos sábados e domingos, ia andando para a cidade de Igarapé, com meu balaio nas costas, pois não tínhamos ônibus.” Foi de seu cobiçado cesto que dona Zinha, como é chamada, tirou o sustento para os sete filhos – dois seus, cinco de criação. E foi dali também que brotou uma delícia que ficaria para sempre na memória de quem teve a oportunidade de saborear: o bolinho de feijão. “Até hoje me cobram esse bolinho, mas não tenho mais condições de fazer como antigamente, pois a saúde já não é a mesma.” Para sorte dos viajantes, dona Zinha resolveu matar a saudade do ofício com uma generosa porção de bolinhos, que têm como diferencial o tempero. A prosa e o carinho, que também dão o tom, são sentidos a cada mordida.

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TRADIÇÃO .........................................................

Dona Zinha não faz segredo das joias de sua cozinha

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Anualmente, a comunidade da Farofa promove festa que tem entre os atrativos um concurso para eleger a melhor farofa das cozinheiras locais. As festividades costumam acontecer em maio.


BOLINHO DE FEIJÃO

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INGREDIENTES

2 kg de feijão miúdo (parece com o fradinho, mas não tem as manchas pretas) 3 cabeças de alho socado com sal a gosto 1 cebola pequena ralada Pimenta-malagueta batida no liquidificador a gosto Óleo para fritar

COMO FAZER

Em máquina de moer café ou triturador, quebrar o feijão, mas sem que ele fique muito moído, pois os pedaços precisam ficar mais grossos, como se tivessem sidos partidos ao meio. Lavar em água corrente e separar as cascas do miolo, que será

usado na receita. Deixar de molho de um dia para o outro. Passar a massa no moedor de carne três vezes. Durante esse processo, pôr uma vasilha para aparar também a parte líquida que vai se soltar do feijão, pois ela também será usada. Misturar o feijão moído com a parte líquida, o tempero, a cebola e a pimenta. Com as mãos, misturar bem a massa. Aquecer óleo suficiente para cobrir os bolinhos e fritar, as poucos, colheradas da massa. Deixar dourar dos dois lados e escorrer bem a gordura antes de servir.

......................................................... Receita fornecida por Maria Inácia Amaral, de São Joaquim de Bicas: (31) 3522-0462.

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RUQUES NA MESA

Eva sabe como ninguém amansar o ingrediente ‘bravo’

........................................................................................................................ Hortaliça tinhosa que só ela, o cansanção poderia ser banido da lista de ingredientes para a boa mesa, não fosse a sabedoria de antigas gerações. Seguindo a máxima de que na natureza nada se perde, o povo da roça, atento a tudo o que brota da terra, descobriu que a folhinha danada, que queima quem nela toca, pode ser domada nas panelas. E como pode. Na cozinha de Eva Cândido de Oliveira, moradora da comunidade da Farofa, a planta empresta sabor e cor especiais à costelinha de porco, ao frango ensopado e a outras carnes. Mas, para agradar, é preciso saber os truques do preparo. “Na hora em que eu jogo o cansanção na panela, aperto bem as folhas com a colher, que é para a baba sair. Se não fizer isso, ele fica ‘pegando’ na boca”, ensina Eva. Acostumada à lida com as panelas, ela tem no fogão a lenha um dos cantos preferidos da casa. Nos fins de semana, saem de lá paneladas de gostosuras, como feijoada, feijão de tropeiro e galopé. E depois de se fartar com essas preciosidades, há convidativos e frondosos pés de jabuticaba e ameixa dos mais acolhedores.

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FRANGO COM CANSANÇÃO

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INGREDIENTES

1 frango picado e sem a pele Alho, sal, orégano e limão a gosto 2 copos (tipo americano) de óleo, mais 2 colheres (sopa) 3 molhos de cansanção

cerca de 20 minutos. Se necessário, corrigir o tempero.

......................................................... Receita fornecida por Eva Cândida de Oliveira, de São Joaquim de Bicas: (31) 9273-1187.

COMO FAZER

Temperar o frango com alho, sal, limão e orégano e deixar descansar por uma hora. Aquecer dois copos de óleo e fritar os pedaços, até que fiquem bem dourados. Retirar da panela e reservar. Em outra panela, aquecer o restante do óleo, refogar um pouco de alho socado e pôr as folhas de cansanção já lavadas. Com uma colher, apertar bem as folhas, para que saia a baba. Quando a verdura já estiver bem amassada, pôr os pedaços de frango e cobrir com água. Tapar a panela e deixar cozinhar por

ARTESANAL ......................................................... A farinha de mandioca de Elói da Silva é preparada seguindo o processo tradicional, com cuidados que vão desde o cultivo da planta até o momento de torrar a iguaria. Contato: (31) 3532-0373.

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ENTAÇÃO CENTENÁRIA

Telma preserva receita tradicional, mas não teme inovar

........................................................................................................................ O aroma convidativo que vem da cozinha não deixa dúvidas: tem carne de porco no fogo. O cheirinho se intensifica a cada passo e, ao chegar à fonte de tamanha tentação, os visitantes descobrem que a iguaria é ainda mais especial do que se imaginava. Diante dela, é provável que muitos se recordem da infância vivida na fazenda dos avós, enquanto outros, que nunca ouviram falar da receita, podem ter a curiosidade aguçada. Há os que não resistem em arrancar pelo menos um “fiapinho” com a ponta dos dedos e aqueles, mais abusados, que pegam logo um pedaço inteiro, se esbaldando, sem cerimônia, com tamanha delícia. A verdade é que é impossível ficar indiferente. É para todos esses admiradores que Telma Avelina Lara Eugênio Silva oferece a carne de lata, uma receita centenária que a acompanha desde os tempos de menina. Com brilho nos olhos, ela conta sobre sua relação com a avó, responsável por seu caminho trilhado na cozinha. “Lembro que, nas férias, sempre ia para a roça. Minha avó dava muita liberdade para mexer nas coisas, para ajudar no preparo das comidas. Aprendi muito.” Tanto aprendeu que, partindo da tradição, solta a imaginação para inovar. A prova disso está no prato irresistível que oferece.

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CARNE DE LATA

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INGREDIENTES

1 kg de pernil suíno limpo e cortado em pedaços grandes 1 colher (sopa) de tempero caseiro (alho e sal) Pimenta-do-reino e pimenta-malagueta a gosto 3 colheres (sopa) de vinagre Banha de porco

COMO FAZER

Temperar os pedaços de carne com tempero caseiro, pimentas e vinagre. Deixar marinar de um dia para o outro na geladeira. Em uma panela grande, pôr gordura de porco suficiente para cobrir os pedaços, acrescentar a carne e levar ao fogo. Quando os pedaços estiverem bem dourados, pingar água aos poucos, para finalizar o cozimento. É importante que a água seque. Deixar esfriar e armazenar a carne, com a gordura, em vasilhas com tampa ou latas. No momento de servir, aquecer a carne em sua própria gordura. Uma sugestão é servir acompanhado de polenta e couve. Depois que a lata é aberta pela primeira vez, a carne pode ser consumida em até cinco meses.

...................................................... Receita fornecida por Telma Avelina Lara Eugênio e Silva, de São Joaquim de Bicas: (31) 9232-4229

EXCLUSIVOS ......................................................... Para encarar a cozinha com charme, a estilista Bruna Resende oferece modelos exclusivos de aventais. Feitas em patchwork, as peças têm encanto próprio. Encomendas: (31) 8372-6000.

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OZINHA QUE ENCANTA

Nas histórias fantásticas, feiticeiras têm o dom de combinar, em seus caldeirões, elementos para preparar as mais poderosas poções mágicas. Fora das páginas dos livros, a moradora de São Joaquim de Bicas Conceição Resende Maia também acredita na mágica que vem das panelas. “A comida tem um poder muito grande de promover a união das pessoas. Hoje em dia, muitas famílias não fazem uma refeição em conjunto, nem mesmo comem uma pipoca. A gente tem que preservar esses hábitos.” Certa de suas convicções, Conceição, que além de artista do fogão é contadora de histórias, tenta combinar esses dons para encantar as pessoas. Numa dessas investidas, surgiu o caldo de jiló, uma receita motivada pela vontade de ajudar. “Meu pai organizou uma quermesse para fazer reformas em uma igreja e me pediu para fazer um caldo para vender. Não queria um caldo comum, por isso inventei o de jiló. Para convencer as pessoas a comprar, falava que ele tinha poderes mágicos. Funcionou.” A cada colherada, um encanto, de fato, se manifesta. Basta acreditar.

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BOTECO .........................................................

Conceição produz poções com poderes irresistíveis

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Tem o dia da dobradinha, da feijoada, do pescoço de peru... É assim a semana no bar do João Preto, no Centro de São Joaquim de Bicas. O ambiente informal e a boa comida são as estrelas.


CALDO DE JILÓ

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INGREDIENTES

500 g de feijão preto 500 g de feijão carioquinha 1,5 kg de carne de porco (cabeça de lombo) em pedaços 1 kg de bacon picado 2 kg de linguiça de porco 2 pacotes de creme de cebola 2 dúzias de ovos de codorna cozidos 1 pimentão vermelho e 1 amarelo, picados 6 cebolas picadas 1 litro de vinho tinto seco Sal, pimenta, tempero e salsinha a gosto 500 g de jiló descascado, ralado e lavado 4 colheres (sopa) de óleo

COMO FAZER

Cozinhar cada variedade de feijão separadamente, bater no liquidifi-

cador e reservar. Em uma panela, aquecer duas colheres (sopa) de óleo e refogar a cebola, o pimentão, a salsinha e o tempero. Pôr a carne e deixar dourar. Pingar água até finalizar o cozimento. Reservar. Levar a linguiça ao forno, com o vinho, até assar. Cortar em rodelas e reservar. Em uma panela, refogar o jiló em duas colheres (sopa) de óleo. Pôr o creme de cebola, que deve ser previamente dissolvido em apenas um pouco de água, e deixar ferver por alguns minutos. Pôr os demais ingredientes e deixar no fogo para encorpar bem o caldo. Corrigir o sal, se necessário.

......................................................... Receita fornecida por Conceição Resende Maia, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-9440.

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EMPERO INOVADOR

Quem é do interior de Minas pode confirmar: antigamente, festa de casamento era sinônimo de mesa farta e de um cardápio em que, com poucas variações, desfilavam digníssimas gulodices. Não faltavam carnes de porco bem feitas, tutu de feijão decorado com ovos, macarrão vermelhinho e, escoltada por esse apetitoso elenco, a boa e velha maionese de legumes. Os tempos são outros, mas a maionese feita pela vovó Eliana, de São Joaquim de Bicas, ainda é a favorita de filhos e netos, como a jovem Elisa Resende, que conta um pouco sobre a história da iguaria. “Minha bisavó vinha de Betim para fazer essa maionese quando havia casamentos em Bicas. Em nossa família, é prato obrigatório nos encontros.” Fã que é do prato, Elisa tratou de aprender o preparo, tentando se aproximar o máximo do tempero da avó. E, para fazer jus à tradição, o namorado da jovem, Djalma Victor dos Anjos, graduado em gastronomia, providenciou a carne para acompanhar. Com um pouco mais de requinte que no passado, a costelinha chega para escrever um novo capítulo desta história que vem encantando gerações.

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ESPECIAL .........................................................

Elisa e Djalma promovem união de requinte e história

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Não há prato que não ganhe sabor especial quando regado com bom azeite. Melch, um de nossos anfitriões, deixa tudo ainda mais apetitoso com condimentos, pimentas e alho curtidos com o óleo.


COSTELINHA COM MAIONESE

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INGREDIENTES

Para a costelinha 2 kg de costelinha suína 1 lata (140 g) de massa de tomate Meia taça de vinho branco seco Alecrim, alho, sal e pimenta-do-reino a gosto 2 cebolas Para o molho 250 ml de molho de soja 200 g de rapadura derretida 1 lata (140g) de massa de tomate 3 limões Pimenta-calabresa a gosto 1 colher (sopa, rasa) de amido de milho Para a maionese 2 kg de batata picada em cubinhos 500 g de cenoura picada em cubinhos 1 peito de frango cozido e desfiado 500 g de maionese 50 ml de vinagre Cheiro-verde, pimenta-do-reino e sal a gosto 500 g de cebola picadinha

COMO FAZER

Temperar a costelinha com alho, sal, alecrim, massa de tomate, vinho branco e pimenta-do-reino. Deixar descansar por três horas na geladeira. Em uma panela, aquecer duas colheres (sopa) de óleo, pôr a cebola e a costelinha, sem o caldo do tempero. Depois que estiver bem dourada, virar o tempero sobre a carne, cobri-la com água e cozinhar. Deixar o caldo reduzir e retirar do fogo. Para o molho, levar ao fogo o molho de soja. Deixar

ferver por 15 minutos e pôr a rapadura derretida. Após 10 minutos, pôr 500 ml de água. Acrescentar a massa de tomate e o suco dos limões. Pôr pimenta-calabresa e o amido de milho dissolvido em uma xícara (chá) de água. Quando engrossar, despejar sobre a costelinha. Para a maionese, cozinhar a batata e a cenoura de modo que fiquem firmes. Esperar esfriar e misturar com o peito de frango, que também deve estar frio, e a cebola. Pôr a cebolinha, a salsinha, a pimenta-do-reino e o sal. Pôr a maionese e o vinagre, misturar e levar à geladeira. Servir com a costelinha.

......................................................... Receita fornecida por Djalma Figueiredo e Elisa Resende, de São Joaquim de Bicas: (31) 9862-5822

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UCESSO SOB DISFARCE

Sobre a mesa, uma cesta recheada de quitandas se torna o centro das atenções. Elas são douradas e exalam um aroma familiar, mas têm formato bem peculiar. Acostumados com pães de queijo redondinhos, os viajantes estão na turma dos que se surpreendem ao descobrir que a tal iguaria, que enche o cesto como se fosse um pão comum, é, de fato, a tradicional receita mineira. Mas os diferenciais do pão de queijo de dona Eliana Alves Lara Resende vão além. É que a iguaria é levada ao forno envolvida em folha de bananeira, um modo de fazer antigo que, por essas páginas, já apareceu em outros quitutes. Natural de uma família com tradição na arte das quitandas, Eliana teve de aprender ainda cedo a se virar com as panelas. Da época de menina até agora, os dons só se aperfeiçoaram e hoje são colocados em prática para mimar filhos e netos. E, é claro, visitas que são seduzidas pela boa fama de sua cozinha.

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Pura quitanda de Minas ganha roupa nova com Eliana

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PÃO DE QUEIJO NA FOLHA DE BANANEIRA

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INGREDIENTES

1 kg de polvilho doce 1 kg de polvilho azedo 1 kg de queijo de minas curado e ralado 2 copos (de requeijão – 250 ml) de óleo 1,5 copo (de requeijão) de água 2 colheres (sopa) de sal Cerca de 12 ovos Material Folha de bananeira cortada em retângulos de aproximadamente 30 centímetros de comprimento por 10 de largura

COMO FAZER

Aquecer o óleo e despejar sobre os polvilhos. Ferver a água com sal e fazer o mesmo processo. Sovar bem, até a mistura ficar morna. Pôr os ovos, um a um, até dar o ponto de enrolar com as mãos. Pôr o queijo e amassar. Acres-

centar duas colheres da massa no centro de cada pedaço de folha e enrolar, envolvendo a massa na folha. Levar ao forno bem quente e, assim que a folha estiver seca, desembrulhar os pães de queijo e deixá-los no forno para corar.

......................................................... Receita fornecida por Eliana Alves Lara Resende, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-0804 (Contato com Maria das Graças).

ARTESANATO ......................................................... Há seis anos um grupo de artesãs dos bairros Vila Rica e São José deixa casas mais charmosas. Crochê, tapeçaria e fibras estão presentes nas peças. Encomendas: (31) 9926-9473 (Com Valdesita).

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ELICADA HARMONIA

Tem a branca, a moreninha, a de maracujá e a de abacaxi. É da mistura dos aromas que emanam de cada uma e de suas cores características que se faz o balaio de cocadas mais famoso de São Joaquim de Bicas. Levadas de norte a sul da cidade por Maria de Fátima de Morais, as cocadas são preparadas por seu marido, Leandro Caetano, que não poupa amor e carinho na hora de ir para o fogão. “Esse negócio de receita é complicado. Você pode tentar copiar, mas tem aquele segredinho que é o gostar do que se faz”, ensina. Além do sentimento depositado nas panelas, há outro cuidado importantíssimo: a escolha dos ingredientes. “Tem que ser tudo de boa qualidade. O coco, por exemplo, não pode ser aquele de saquinho, tem que ser fresco. E quanto mais seca estiver a casca, melhor”, ensina. Na rua, Fátima também tem suas artimanhas para a venda do doce. A simpatia é a principal. “Quando eu chego as pessoas já me identificam e começam a conversar.” Ao provar da famosa cocada, não vão ficar dúvidas de que todos esses preciosos elementos se combinaram em harmonia para um inconfundível paladar.

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Bons ingredientes e carinho são segredos de Leandro e Fátima

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COCADA

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INGREDIENTES

sementes, depois de 20 minutos que a mistura estiver no fogo.

1,5 kg de coco fresco ralado 3 xícaras (chá) de açúcar refinado 3 copos (tipo americano) de leite

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COMO FAZER

Receita fornecida por Leandro Caetano de Morais, de São Joaquim de Bicas: (31) 8368-4552.

Levar os ingredientes ao fogo e deixar por 40 minutos, até obter uma massa pastosa, como se fosse um mingau, mexendo algumas vezes. Retirar do fogo e, com uma colher, bater bem até começar a açucarar nas bordas da panela. Despejar colheradas do doce em um pedaço de saco plástico aberto e deixar por 30 minutos. Caso deseje fazer no sabor maracujá, pôr seis colheres (sopa) da polpa da fruta, com as

QUITANDA ......................................................... O biscoito de angu, quitanda tradicional na comunidade da Farofa, pode ser saboreado na Padaria Flavims, na praça do lugarejo. De lá também saem gostosuras como broas e biscoito de polvilho.

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C

ELEBRAÇÃO DA AMIZADE

Para servir a um batalhão sem deixar de lado o paladar, nada como aquelas comidas próprias para se fazer em exageradas panelas. Receitas que remetem ao prazer de reunir muita gente ao redor da mesa, em clima descontraído, conversas exaltadas e alegria que transborda. Feijoada, feijão de tropeiro e arroz carreteiro são algumas das maravilhas que compõem o cardápio. Na casa de Valdete Aparecida Mendes Fortunato, são frequentes esses momentos de celebração, em que reina a boa comilança. Seja com os amigos ou familiares, o que não faltam são motivos para ir para o fogão preparar um saboroso banquete. Na lista dos pratos, a galinhada bem acompanhada, como foi batizada, é quase obrigatória. “Sempre que reunimos muita gente tem que ter a galinhada. Falo que ela é bem acompanhada, porque também servimos com o bolinho de batata, outra receita que a família ama e exige que seja feita.” A mãe, Maria Natividade, antiga cantineira de escola, foi quem fez a fama do tal bolinho para os apreciadores, que a partir de agora se encontram em número ainda maior.

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FESTIVAL .........................................................

Em dia de festa, cardápio é certo na casa de Maria e Valdete

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A primeira edição do Festival da Primavera de São Joaquim de Bicas, em setembro, foi um sucesso. Não perca o próximo, com deliciosas receitas que fazem parte da história de muitas famílias.


GALINHADA BEM ACOMPANHADA

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INGREDIENTES

Para a galinhada 1 galinha grande, de aproximadamente 3 kg, picada e sem os miúdos 1 kg de arroz 2 copos (tipo americano) de gordura de porco Tempero caseiro (alho e sal) a gosto 2 cebolas grandes picadas 1 colher (sopa) de corante Cheiro-verde e ovo cozido para decorar Para o bolinho de batata 1 kg de batata miúda, cozida e espremida Cheiro-verde, sal e pimenta a gosto 2 xícaras (chá) de farinha de trigo Óleo para fritar

COMO FAZER

Aquecer a gordura e pôr a galinha, temperada. Deixar fritar bem, retirar do fogo, escorrer e pôr os peda-

ços na panela de pressão. Cobrir com água e deixar cozinhar por 50 minutos após a panela chiar. Em outra panela, iniciar o preparo convencional do arroz e, no momento de pôr a água, acrescentar o caldo do cozimento da galinha, o corante e a carne. Tapar a panela e deixar cozinhar até secar. Caso faça com frango de granja, fritar os pedaços, retirar o excesso de gordura e torrar o arroz, com o corante, naquela gordura, junto com o frango. Pôr água e deixar cozinhar. Para o bolinho, misturar a batata, já cozida e fria, com o cheiro-verde, o sal e a pimenta. Pôr farinha até dar o ponto de enrolar com as mãos, fazer bolinhas e fritar em óleo quente, suficiente para cobrir. Servir com a galinhada.

......................................................... Receita fornecida por Valdete Aparecida Mendes Fortunato e Maria Natividade de Oliveira Ferreira, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-9754

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D

OCE ENERGIA

Há lugares que parecem ter o poder de emanar boas energias, nos quais o simples ato de passar pela porta já desperta bons sentimentos. Assim, sem maiores explicações, a casa de Heloína dos Santos Martins Freitas, bem na área urbana de São Joaquim de Bicas, se apresenta como um desses redutos de paz. Orquídeas, árvores frutíferas e artesanato dão as boas-vindas a quem chega, que se sente à vontade graças ao sorriso oferecido por Heloína. Macaquinhos, beija-flores e outros bichos também fazem as honras da casa. E, ali na mesa, o aroma de morangos e chocolate completa a certeza de que a tarde será inesquecível. Natural do Paraná e casada com caminhoneiro, Heloína já viveu em quatro estados do Brasil, mas elegeu Minas como parada definitiva. Pelo menos por enquanto. “Aqui é que construímos nossa casa. Gosto muito de Minas: da comida, do artesanato, do Mercado Central, das pessoas.” E foi aqui também que surgiu a torta que enfeita a mesa, uma iguaria que não pode faltar nos aniversários dos filhos. Recheada com o bom doce de leite mineiro, a tentação só poderia mesmo ter nascido por essas bandas.

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ONDE FICAR .........................................................

Mineira de coração, Heloína esbanja hospitalidade

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Balneário Hotel Águas do Jordão (31)3261-3579 Pousada Kafundó (Farofa) (31) 3534 8699 Hotel Pousada D’Artes (31) 9318-5034


TORTA DE CHOCOLATE COM DOCE DE LEITE E MORANGOS

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INGREDIENTES

Para a massa 3 ovos 3 xícaras (chá) de açúcar refinado 2 xícaras e meia (chá) de farinha de trigo 1 colher (sopa) de margarina 1 colher (sopa, cheia) de fermento químico em pó 2 xícaras e meia (chá) de leite 4 colheres (sopa) de chocolate em pó Margarina para untar e farinha de trigo para salpicar na forma Para o recheio 350 g de doce de leite pastoso Raspas de chocolate ao leite 150 g de nozes trituradas 1 caixa de creme de leite Leite e açúcar para umedecer a massa

do leite aos poucos e bater até a massa ficar homogênea. Pôr o chocolate em pó e bater um pouco mais. Desligar a batedeira e pôr o fermento e as claras em neve, misturando levemente com uma espátula. Despejar em uma assadeira com as paredes untadas com margarina e cobertas por farinha de trigo. Assar, por 50 minutos, em forno pré-aquecido. Para o recheio, misturar todos os ingredientes. Depois de assada, cortar a torta ao meio, regar com um pouco de leite adoçado e pôr o recheio. Pôr a outra metade da torta por cima e cobrir com o chantili. Decorar com morangos e raspas de chocolate.

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Para a cobertura 500 ml de chantili 1 caixa de morangos Raspas de chocolate ao leite Material Assadeira redonda de 30 centímetros de diâmetro

COMO FAZER

Bater, na batedeira, as claras em neve e reservar. Separadamente, bater as gemas com o açúcar e a margarina. Quando a mistura estiver esbranquiçada, pôr a farinha com um pouco do leite e bater novamente. Pôr o restante

Receita fornecida por Heloína dos Santos Martins Freitas, de São Joaquim de Bicas: (31) 3534-9551.

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V

AI UM CAFEZINHO?

Chega ao fim a passagem do Sabores de Minas pela receptiva cidade de São Joaquim de Bicas. Mas, antes de partir, parada para o último cafezinho. Afinal, ninguém é de ferro. Um dos mais prazerosos momentos de nossa cultura gastronômica, o café da tarde chega à moda antiga, com quitandas assadas na hora, para delírio dos viajantes. O cheirinho de broa inaugura a sessão, que conta ainda com o aroma de pão de queijo e pudim de pão. Holofotes voltados para o forno, pois a estrela da mesa ainda está prestes a ser revelada. Ao som dos mais sinceros suspiros, o pão de batata de Helena Socorro de Almeida Medeiros é levado à mesa. A iguaria já virou marca para a mineira e suas irmãs, que veem na hora do café a oportunidade de desacelerar corpo e mente e pôr as conversas em dia. Quentinho, o pão é ainda mais gostoso. A cada mordida, a massa fofinha faz a festa do paladar, surpreendido pelo requeijão derretido que recheia a iguaria. Salivou? Então se deixe conquistar por mais essa delícia. Até a próxima.

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RESTAURANTES .........................................................

Helena faz das fornadas uma maneira de unir a família

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Casa Nostra (31) 3534-0853 Campina Verde (31) 3534-9953 Snacks (31) 3534-6402


PÃO DE BATATA

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INGREDIENTES

1 copo (de requeijão – 250 ml) de leite morno 1 copo (de requeijão) de óleo 1 copo (de requeijão) de açúcar cristal 1 colher (café) de sal 3 ovos 100 g de fermento biológico (para pão) 1 kg de farinha de trigo, mais um copo (250 ml) 6 batatas grandes cozidas e espremidas Requeijão em barra para rechear Gema batida e açúcar cristal para finalizar Óleo para untar

COMO FAZER

Bater no liquidificador o leite, o óleo, o açúcar, o sal, os ovos, o fermento e um copo de farinha de trigo. Pôr 500 g

da farinha em uma vasilha e despejar a mistura sobre ela. Pôr as batatas e amassar. Aos poucos, acrescentar o restante da farinha, amassando até que a mistura comece a se soltar das mãos. Deixar a massa descansar em uma vasilha, coberta com um plástico, por 30 minutos. Fazer bolinhas e, no centro de cada uma, pôr um pedaço de requeijão, envolvendo o quadradinho com a massa, de modo que ele fique no centro de cada pãozinho. Pôr os pães em um tabuleiro untado com óleo e deixar descansar até que aumentem de volume. Pincelar cada um com a gema, salpicar açúcar e assar em forno alto, por cerca de 30 minutos.

......................................................... Receita fornecida por Helena Socorro de Almeida Medeiros, de São Joaquim de Bicas: (31) 9735-3488.

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ROTEIRO DO GUIA

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......................................................... ● São

Joaquim de Bicas | 21 KM DE BH

A poucos quilômetros de BH, São Joaquim de Bicas reserva muitas surpresas ao

PRINCIPAL RODOVIA DE ACESSO:

paladar. Seja na comunidade da Farofa,

BR-381 (Rodovia Fernão Dias, partindo de BH, no sentido Sul de Minas)

recanto de tradições da típica comida mineira, seja nas casas da cidade, a cozinha reina como elemento de união e alegria desse povo hospitaleiro.

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