Jornal boas novas set out 2016

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SET/OUT 2016 Nº 17

Outubro Rosa Congresso Mundial de Câncer Gastrointestinal Histórias de Superação

Patologia: uma aliada importante para tratamentos mais eficientes Para ter um centro de câncer de qualidade, é fundamental investir em um excelente serviço de patologia. Por isso, o Grupo COI trouxe para a sua equipe Cristovam Scapulatempo Neto, médico patologista com doutorado pela USP e com grande experiência em patologia oncológica. Ele será o responsável por montar um serviço que atenda ao Centro Oncológico do Americas Medical City, na Barra da Tijuca, e, futuramente, a todas as unidades do COI. Ter um patologista na equipe significa ter um diagnóstico mais preciso. Cabe a ele analisar o fragmento de tumor ou o material biológico para indicar o tipo de câncer e a quais drogas a doença tem maior chance de resposta. “Somos nós que informamos o time que cuida do paciente (cirurgião, oncologista e rádio-oncologista) sobre importantes fatores prognósticos, ou seja, quão agressiva é a doença, além de determinarmos fatores

preditivos de resposta, que são importantes para identificar se aquele tumor ou doença responderá a alguma terapia específica”, explica Cristovam. A determinação do tipo histológico e de fatores prognósticos e preditivos é realizada através do exame histopatológico convencional e através de técnicas mais avançadas, como o estudo imuno-histoquímico para avaliar expressão proteica e testes moleculares para avaliação de alterações em genes. O patologista ainda tem importante papel durante cirurgias e procedimentos invasivos, auxiliando o cirurgião ou o radiologista intervencionista. Através de exames de congelação, esse especialista consegue dar importantes informações sobre a qualidade do material retirado, para fins de diagnóstico e para posterior realização de testes moleculares. Ele também é capaz de dar informações acerca das margens cirúrgicas:

se estão livres ou se devem ser ampliadas para que a cirurgia seja o mais adequada possível. Além disso, em todos os Tumor Boards – discussões semanais com a equipe multidisciplinar que avalia os casos dos pacientes do COI, seus diagnósticos e condutas de tratamento –, há a participação de um patologista. “A patologia evoluiu muito nos últimos anos. Hoje, podemos identificar vários subtipos de tumor, além da presença de mutações que sinalizam se esses tumores responderão às modernas drogas-alvo. Junto com as informações dos demais profissionais, colaboramos para traçar uma conduta mais eficiente”, explica Cristovam. A presença de um patologista dentro do Grupo COI é mais uma demonstração de preocupação com seus pacientes, buscando excelência do diagnóstico ao tratamento e visando sempre a maiores taxas de cura.


Outubro Rosa: conscientizar para prevenir O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras: 58 mil terão a doença em 2016, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Os números fazem crescer ainda mais a relevância da campanha Outubro Rosa, que tem o objetivo de conscientizar sobre o diagnóstico precoce e a adoção de uma vida mais saudável. Segundo Maria de Fátima Gauí, oncologista do Grupo COI, somente 5% dos casos de câncer de mama são hereditários, sendo os 95% restantes adquiridos, devido, entre outras causas, a fatores ambientais e, principalmente, hábitos de vida. “Por isso, a prevenção primária é tão importante, pois diminui muito o impacto não só desse tipo de câncer, mas também das doenças oncológicas em geral. Devemos praticar exercícios físicos com regularidade, ter uma dieta

equilibrada para evitar sobrepeso, consumir bebidas alcoólicas com moderação e não fumar”, diz ela. Pacientes com menos de 50 anos devem fazer consultas de rotina com o ginecologista. É quando se atenta para o aparecimento de nódulos nas mamas e axilas ou alterações na consistência dos seios e na retração ou secreção nos mamilos. A partir dessa idade, recomenda-se, ainda, a mamografia para a detecção precoce de tumores. A solicitação do exame, associado à ressonância magnética, pode ser feita para mulheres mais jovens, com casos de histórico da doença em parentes próximos. “A faixa etária de maior incidência do câncer de mama é entre 50 e 65 anos. Somente 15% dos casos estão abaixo disso. De qualquer forma, a prevenção deve começar cedo”, alerta Maria de Fátima. A oncologista destaca, também, o

valor do apoio psicológico para a mulher diagnosticada com a doença. “É comum o câncer de mama aparecer quando elas estão no auge da carreira e da sexualidade, e o tratamento acaba demandando um ritmo de vida menos intenso. É um momento de mais interiorização e reflexão, quando o apoio da família e dos amigos torna-se fundamental”, diz. No Grupo COI, o atendimento psicológico começa, na maioria das vezes, antes do início das sessões de quimioterapia. “Trabalhamos a autoestima, preparamos para a questão da perda dos cabelos e incentivamos manter a rotina, adequada à terapia - trabalho, amigos, exercícios e cuidados com a beleza. Perder o medo da doença é muito importante, pois ele paralisa - e isso, sim, é perigoso. A paciente tem que sentir que está no comando da sua vida”, enfatiza a psicóloga Laura Campos.

Você sabia? O movimento Outubro Rosa, para mobilizar a população em torno da prevenção do câncer de mama, começou em 1990, com uma corrida de rua na cidade de Nova York, nos Estados Unidos. Desde então, o ato, que tem como símbolo um laço rosa, se espalhou por diversas cidades do mundo. Além de corridas e caminhadas de rua, no Brasil a campanha Outubro Rosa conta com atendimentos gratuitos para esclarecimentos sobre prevenção e cuidados com a saúde (antes e depois da descoberta do tumor), anúncios na grande imprensa, com o engajamento voluntário de artistas, e iluminação de importantes monumentos públicos com a cor rosa.

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expediente Unidades: BARRA I - MD.X Barra Medical Center BARRA II - Americas Medical City Botafogo I - Torre do Rio Sul Botafogo II - Rua da Passagem, 29 Niterói - Icaraí Nova Iguaçu - Ed. Vitality | Centro Central de Atendimento: (21) 3385-2000

Informativo do Grupo COI Publicação interna bimestral

Projeto Gráfico e Diagramação Tutti Design

Coordenação Editorial

Jornalista Responsável Mônica Schettino (17825 DRT)

Editor Médico do Grupo COI Fernando Meton

Tiragem: 3.000

Editor Responsável Renato Duarte Portugal

Contato/Sugestões marketing@grupocoi.com.br


Especialista do Grupo COI participa do Congresso Mundial de Câncer Gastrointestinal A 18ª edição do Congresso Mundial de Câncer Gastrointestinal aconteceu este ano em Barcelona, Espanha, entre os dias 29 de junho e 2 de julho. O evento, que contou com a presença de especialistas de todo o mundo, teve como objetivo discutir o rastreamento, o diagnóstico e as novidades no tratamento de tumores gastrointestinais. Assim como no Congresso Americano ASCO, realizado recentemente em Chicago, foi muito discutido o papel da imunoterapia em tumores nessa região do corpo. “Os resultados de estudos em tumores de cólon e gástricos metastáticos são muito promissores. No caso do câncer de cólon, esse tipo de tratamento só havia mostrado atividade em cerca de 5% dos casos, quando havia a característica tumoral de instabilidade de microssatélite. Mas um trabalho apresentado no congresso mostrou que, usando o inibidor de MEK, a capacidade de resposta à imunoterapia pode aumentar, permitindo bons resultados mesmo naqueles pacientes que não apresentam instabilidade de microssatélite”, conta Ana Paula Ornellas de Souza Victorino, oncologista do Grupo COI que estava presente no congresso pela segunda vez. Apesar de o tratamento com imunoterapia ainda não ter sido estabelecido como padrão para tumores gastrointestinais, outros tumores, como o melanoma e o câncer de pulmão, já têm essa indicação de tratamento bem definida. “Aguardamos com entusiasmo os resultados de estudos finais que possam confirmar a incorporação da imunoterapia na rotina do tratamento de tumores gastrointestinais”, diz a médica. Nesse congresso, também foi apresentado um estudo usando um novo anticorpo contra uma substância inflamatória potente produzida por células tumorais, que promove a perda de massa muscular e a queda do estado geral. Esse anticorpo, a anti-interleucina 1 alfa, foi avaliado em pacientes com câncer colorretal metastático refratário aos tratamentos prévios e que apresentavam queixas relacionadas à doença. “Esse tipo de anticorpo demonstrou alta taxa de resposta clínica com impacto positivo na sobrevida global, mantendo boa tolerabilidade e seguran-

ça para o paciente. Essa também parece ser uma estratégia promissora, mas ainda necessita de mais análises para que seja incorporada à prática clínica”, explica Ana Paula. Outro estudo de grande importância apresentado no congresso foi o RESOURCE, que demonstrou o benefício de uma segunda linha de tratamento para tumores avançados de fígado (carcinoma hepatocelular). “Esse é um tumor que não tem bons resultados com quimioterapia. Até o momento, não havia nenhuma possibilidade de trata-

mento estabelecida para aqueles que progredissem ou não tolerassem a terapia-padrão. O medicamento oral Sorafenibe era a única alternativa para pacientes com tumores avançados de fígado”, conta a médica. No estudo RESOURCE, o medicamento oral Regorafenibe reduziu o risco de morte em 38%, com ganho significativo na sobrevida global desses pacientes. “Agora temos duas linhas de tratamento, aumentando a sobrevida de forma bem tolerada e segura”, afirma a oncologista.


Histórias de Superação: Vinicius Campos Leal

“Na sala de espera de um hospital, somos todos guerreiros de fé” Os primeiros sinais de que algo estava fora do normal com o corpo do analista de TI Vinicius Campos Leal, de 37 anos, apareceram no primeiro semestre de 2015. Um leve sangramento, junto com as fezes, chamou a atenção. “Mas nós temos aquele instinto de homem das cavernas e pensamos logo que é bobagem e que não deve ser nada. Como não era constante, fui levando”, lembra. Até que, em novembro daquele ano, um fluxo de sangue mais forte e dores na hora de evacuar acenderam o alerta. “O medo nos dá um ‘se liga’. Pensei na minha família. Tenho duas filhas, um enteado que é meu filho de coração e uma esposa, que amo. Percebi que, pelo caminho da negação e dos maus hábitos de vida, eu não iria ver meus filhos crescerem. Um mês antes do exame já mudei alguns hábitos, comecei uma rotina de exercícios e melhorei a alimentação”, lembra Vinicius. Durante a colonoscopia, uma obstrução na passagem das fezes confirmou o tumor. “O médico que conduziu o exame chamou minha esposa para informá-la do que estava acontecendo: uma interrupção no intestino causada por um tumor que, provavelmente, seria confirmado como um câncer de reto. Esse era o motivo dessas intensas dores e eu deveria ser conduzido para uma emergência hospitalar imediatamente”, conta o analista de TI. Ele e a esposa foram direto da clínica para o hospital, onde Vinicius ficou internado por uma semana para a retirada do tumor. “Recordo-me de que meu irmão me segurou pela nuca, olhou sério para mim e disse que eu iria sair dali bem. Que tudo o que acontece em nossa vida tem a permissão de Deus, por algum motivo, e eu deveria obedecer à vontade Dele e confiar. Eu segui suas ordens e fiquei mais calmo e confiante. Minha esposa disse que seríamos ainda mais felizes do que já fomos até aquele dia e que iríamos realizar nossos sonhos”, relata, emocionado. Vinicius foi diagnosticado com câncer de reto isolado sem metástase, e o tumor foi comple-

tamente removido na cirurgia. “Falo que foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Solidificou minha fé, reforçou os laços familiares e o amor que tenho por minha mulher e meus filhos. Além disso, segui com a prática de exercícios físicos e continuei a me alimentar melhor. Entrei na sala de cirurgia agradecido pela oportunidade e tinha certeza de que tudo iria dar certo”, afirma. Mesmo com o sucesso da cirurgia e o resultado da biopsia, que indicava estar livre de linfonodos com malignidade, o tratamento não estava completo. Ele teria ainda que passar por uma segunda etapa, complementar. “O Dr. Marcelo Campelo me explicou que, apesar de todos os exames apresentarem ótimos resultados, devido a meu perfil ser muito fora da curva para esse tipo de câncer, principalmente pela idade e por não apresentar histórico familiar, eu deveria passar por tratamentos de radioterapia e quimioterapia. Durante alguns minutos, a notícia me jogou para baixo, por todo o rótulo de tratamento agressivo e, principalmente, pelo fato de os exames apontarem os melhores indicadores possíveis. Fui encaminhado para a Dra. Lílian, que conduziu minha radioterapia durante 28 dias, de fevereiro a março deste

ano. Ela, assim como o Dr. Marcelo, sempre me tratou com ótimo astral, muita simplicidade e incrível habilidade para explicar todas as fases e resultados”, conta. Foram seis meses de tratamento, período em que Vinicius dividia seu tempo entre família, trabalho, hospital e a prática de exercícios físicos. “Meu corpo reagiu muito bem, quase não senti náuseas ou dores. Os médicos creditam isso à prática de exercícios e ao foco mental. Quando encontrava meus amigos novos, que fiz no COI, gente também em tratamento, chamava-os de brothers in arms ou amigos de farda. Na sala de espera de um hospital, somos todos guerreiros de fé”, diz. Pouco antes de entrar no centro cirúrgico, Vinicius fez outra promessa: passou a agradecer todos os dias a Deus a sua vida e decidiu incluir um trabalho social em sua rotina. “Agora estou cumprindo as promessas. Aos sábados, sou evangelizador em um centro espírita kardecista. Converso sobre o cristianismo e seu legado para uma turma de jovens carentes de 12 e 13 anos. Atualmente, corro três vezes por semana sob a orientação do meu irmão, que é preparador físico. Minha mulher também entrou para a vida saudável e, no final do ano, vamos todos correr a São Silvestre.”


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