Projeto de Urbanismo 1 - Anteprojeto

Page 1

CÉLULA




OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Situado entre as regiões administrativas de Taguatinga e Águas Claras, o terreno atinge potencialidades de localização e desenvolvimento. O partido projetual foi estruturado em um diagnóstico síntese que analisou desde a situação da área até suas fragilidades quanto área vazia. Após a compreensão da área a ser trabalhada, foi proposto um partido que levasse em conta a dinâmica do contexto de Taguatinga e Águas Claras, criando um conceito de autossuficiência sustentável capaz de gerar uma coletividade no conjunto residencial. Visando o conceito de complexo auto sustentável, foram adotadas técnicas compensatórias que viabilizem a diminuição do impacto ambiental e reutilização de recursos naturais. Em suma, o partido projetual foi baseado na inserção de um modelo capaz de gerar uma autossuficiência sustentável, capaz de desenvolver a área através de uma dinâmica coletiva e metabólica interrelacionada com o entorno. SOBRE A IMPLANTAÇÃO: As regiões administrativas de Taguatinga e Águas Claras possuem um modelo de urbanização que surge em função de um um eixo macroviario, que estrutura a morfologia urbana. O crescimento tentacular de Brasília, desenvolveu essas cidades espraiadas, distantes do núcleo polarizador do Distrito Federal, ocasionando grandes movimentos pendulares que fazem parte da rotina de seus moradores. O projeto atinge uma reflexão quanto a esses questionamentos quando desenvolve uma Transbrasilia, capaz de articular as cidades satélites de proximidade com área e garantir a inserção das mesmas no núcleo de atividades do DF. SOBRE A DEFINIÇÃO DOS ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS: Distribuindo o complexo como quadra-bloco, o propósito consistiu em aproximar os moradores à convivência no espaço urbano. Partindo dessa premissa, foram alocados uma biblioteca, um centro cultural e uma área de bares e restaurantes próximo ao conjunto habitacional dos estudantes - com o estudo apontado a partir dos questionários aplicados com os moradores da região, há uma grande demanda pela necessidade de equipamentos para universitários das faculdades próximas ao terreno. Além disso, foram dispostas no centro do conjunto habitacional uma escola de ensinos médio, fundamental e uma creche infantil, o que garante maior segurança ao percurso feito dos centros de ensino às habitações realizado pelos alunos. A escola se encontra dentro do parque - ao lado de um playground - e a creche, entre dois blocos residenciais. Ao redor do calçadão, os prédios residenciais têm uso misto, sendo blocos comerciais também, para trazer vida ao calçadão e à TransBrasília. Outras áreas comerciais foram dispostas ao longo do conjunto de forma a abranger não apenas os moradores do conjunto em si, mas também aos de Arniqueiras, Areal e Águas Claras vertical. Compreendendo os mapas mentais realizados com os moradores da região, concluiu-se a necessidade de valorizar mais os pedestres, conduzindo caminhos e passeios mais diretos e objetivos dentro do conjunto. Além disso, após o diagnóstico, concluiu-se que havia uma grande demanda por equipamentos urbanos, já que a região ainda está em processo de regularização. Há no conjunto, também: supermercado, posto de saúde, posto policial, feira, horta comunitária, shopping, quadras poliesportivas etc. ESPECIFICAÇÃO DOS MATERIAIS: Os materiais escolhidos para os edifícios foram pensados levando em conta as exigências da Zona Bioclimática 4, em que Brasília está inserida. As aberturas, as alturas, as orientações, o concreto e os cobogós foram pensados de maneira a trazer conforto térmico tanto no verão quanto no inverno, evitando o uso de resfriamento e aquecimento artificiais, promoveno a vida autossuficiente e sustentável, como um organismo vivo, no conjunto habitacional.

ESPECIFICAÇÃO DO MOBILIÁRIO URBANO: A ideia de criar mobiliário urbano para o conjunto habitacional, mais precisamente para o parque e o calçadão, que se diferencia do mobiliário urbano do entorno, devido à sua cor vermelha, foi justamente pensada para atrair os pedestres e fazer com que eles interajam com o conjunto habitacional, apelando à crítica de falta de mobiliário urbano que existe no entorno, de forma a trazer mais moradores para as ruas. Além disso, o mobiliário urbano vermelho é o mesmo utilizado no projeto da praça, que se situa mais ao norte do terreno do conjunto habitacional, proporcionando uma integração entre diferentes espaços de uma mesma região. SOBRE O DESENHO E COMPONENTES: As zonas mais marcantes do conjunto habitacional são o parque e o calçadão ao lado da TransBrasília. São áreas públicas que têm como objetivo estimular a convivência, a segurança, e as atividades para os moradores tanto do conjunto quanto de Areal, Arniqueiras, Taguatinga e Águas Claras vertical, valorizando a ideia de coletividade, trabalhando e vivendo em comunidade, traduzido como organismo. O projeto se desenvolveu sob a forma de células - as quadra-blocos - que unidas formam um conjunto, um ser vivo: “o ser vivo é composto de um conjunto de células”. Além disso, após o estudo da bacia do Lago Paranoá, em que o terreno está inserido, o parque tomou a forma linear direcionando melhor o escoamento e a drenagem natural das águas pluviais, que são guiadas para a microbacia do Córrego Arniqueiras. O desenho dos prédios se deu de forma orgânica: são blocos modulares que são construídos conforme à demanda dos moradores. Se uma família é grande demais, ela poderá acrescentar um bloco de apartamento a mais para adequar-se à sua necessidade. Com isso, os edifícios são compostos de cheios e vazios, no qual os moradores que “desenham” sua própria paisagem urbana, enaltecendo a identidade do conjunto habitacional. Os edifícios também têm passarelas que os “rasgam” para não criar percursos longos demais para os pedestres caminharem dentro do conjunto habitacional. De modo geral, as quadra-blocos resgatam, como uma releitura, a idealização do Plano Piloto de trazer o morador para a rua, mas traduzida no desenvolvimento aperfeiçoado e adaptado às comodidades da região do entorno - crescimento orgânico. SOBRE O PAISAGISMO: A vegetação utilizada dentro do conjunto habitacional é, em sua totalidade, nativa do cerrado. Dessa forma, não há muita necessidade de manutenção do paisagismo, pelo fato de as espécies estarem no solo mais adequado para seu desenvolvimento, o que remete, também à autossuficiência e sustentabilidade do organismo. Além disso, a massa vegetal utilizada no conjunto habitacional é a mesma utilizada no projeto da praça, pois, após estudos da sustentabilidade ambiental da região, foram escolhidas espécies - como ipê branco, mulungu, pau-terra, pitangueira, louro-branco - por serem as mais adequadas. As cores escolhidas para as vegetações seguem o padrão de vermelho, branco e verde, assim como o mobiliário urbano do conjunto habitacional. Foram implantados canteiros de árvores frutíferas, juntamente com as hortas, para os moradores e pedestres que passarem dentro do projeto. SOBRE A PREPARAÇÃO DO TERRENO: O terreno apresenta uma variação de 5% de declividade, o que é aceitável para o desenvolvimento das vias. Já os complexos habitacionais - os módulos residenciais - acompanham a superfície do terreno e estão justapostos com o mínimo de manejo para terraplanar aos limites das habitações. O percurso interno que integra ao centro comercial e habitações são adaptadas com rampas e escadarias por toda a extensão de acesso.


Processo criativo 1

3

2

Articulação

conexão da área existente com as regiões administrativas adjacentes.

Célula

O conceito que antecedeu o partido gerou o desenvolvimento de propostas fortes. Foi mantida a analogia da célula com raios de atividades dinâmicas por todo o complexo, criando uma área autossustetável e metabólica.

4

Espaço semi-público

Estrutura

Cada unidade habitacional é comparada a uma célula, que juntas definem um conjunto complexo, ou seja, um organismo vivo.

O complexo habitacional é estruturada por um parque linear que consequantemente delimita as áreas dos lotes.

Técnicas compensatórias Drenagem Horta comunitária A horta comunitária se dará em uma parcela do parque, onde cada morador plantará e colherá os vegetais para si mesmos.

Feira A feira será um mecanismo de trocas de serviços entre os moradores, principalmente quanto à horta comunitária.

A drenagem das águas pluviais se dará de forma a seguir as curvas de nível da topografia já existentes, o que facilitará e economizará os gastos com a drenagem urbana. Além disso, o parque linear que “rasga” o tecido urbano do conjunto habitacional está direcionado intencionalmente para a água escoar na microbacia Córrego Arniqueira.

Jardim evapotranspirativo Cada apartamento terá um terraço com jardim pessoal, que funcionará como dispositivo bioclimático de evapotranspiração, tendo em vista que é uma estratégia recomendada pela Zona Bicolimática 4, em que Brasília está inserida.

Cisterna Cada lote terá uma cisterna subterrânea, que captará a água da chuva tanto pelas calhas quanto pelos jardins dos terraços dos apartamentos. A cisterna armazenará a água pluvial para depois dar outros usos a ela, como irrigação da horta comunitária, uso para descarga e água para banho, de forma a economizar água portável.

Lixo subterrâneo para adubo As lixeiras públicas serão distribuídas pelo conjunto habitacional com tanques de armazenamento subterrâneos para coletar o lixo orgânico e, juntamente com o calor do sol, fazer adubo para as hortas.

Zoneamento

$


95

11

00

12

05

12

10

12

PLANTA DE SITUAÇÃO ESCALA 1:2500


75 11

80 11

85 11

90 11

TERRENO A= 243063.6192m²

N


B

PR 03

BL A

PR 03 A

BL B

LT 17

LT 06

LT18

BL E

BL G

BL C

BL A

LT 05 LT 04 BL B

LT 02 BL C BL F

LT 01 LT 03 BL A

BL D

LT 19

BL D

B

ESCALA 1:1500

PR 03

PLANTA DO PARCELAMENTO


BL D

C

PR 03

BL C

MATRICULA CONJUNTO 01

BL D A= 392.3484m²

LOTE

LT 10

1 2 3 4 5

BL E A= 232.6260m² BL B

LT 09

DIR

ESQ

PRIV LT1 PIST LT3 LT2

LT2 LT5 PRIV PRIV LT6

FRO PIST PIST LT2 LT5 PIST

POS PRIV LT5 PRIV PRIV LT4

BL B C D F E

LT 08

LT 07

BL E ABERTURA DISTRIBUIÇÃO DE DRENAGEM PARA O PARQUE

LT 14

BOCA DE LOBO

LT 16

BL C

PR 03 A

LT 11 BL A

LT 12

LT 15 BL B

LT 13

BL G

BL D

BL F

LT 20

BL E

TABELA DE LOTE LT 01 Area = 1708.6151m² Area = 4048.7109m² LT 02 LT 03 Area = 3103.8440m² LT 04 Area = 3016.9318m² LT 05 Area = 1856.7800m² LT 06 Area = 3613.6529m² Area = 5813.0560m² LT 07 Area = 5407.2839m² LT 08 Area = 6456.2950m² LT 09 Area = 10581.5465m² LT 10 LT 11 Area = 2816.2574m² LT 12 Area = 2267.2249m² Area = 6877.7396m² 13 LT LT 14 Area = 1964.8371m² Area = 3386.2817m² LT 15 LT 16 Area = 5135.0095m² LT 17 Area = 3476.5459m² LT 18 Area = 3911.7951m² LT 19 Area = 4103.6692m² LT 20 Area = 8345.6827m² LT 21 Area = 7938.6790m² LT 22 Area = 4971.7078m² LT 23 Area = 8954.0589m² Area = 5791.2026m² LT 24

LT 24 LT 21

BL I

AREAS CNJ 01

CNJ 02

LT 23

BL J

CNJ 03 BL H LT 22

CNJ 04

C

PR 03

N

BL A BL B BL C BL D BL E BL F BL G BL A BL B BL C BL D BL A BL B BL C BL D BL E BL F BL A BL B BL C BL F BL G BL H BL I BL J BL K BL L

A= 1248.7788m² A= 1406.1557m² A= 1731.1600m² A= 1601.3241m² A= 944.7285m² A= 1802.3095m² A= 2095.8828m² A= 4257.2720m² A= 2504.8212m² A= 2930.3454m² A= 4589.1565m² A= 196.6581m² A= 1472.3713m² A= 514.5398m² A= 3239.9736m² A= 1695.3438m² A= 1481.6293m² A= 1492.5877m² A= 1247.3271m² A= 1204.7506 A= 3434.6360m² A= 823.0644m² A= 1310.6693m² A= 1120.1248m² A= 2680.2010m² A= 4498.6515m² A= 2447.4712m²

21 APT 20 APT 22 APT

46 APT 29 APT 33 APT 49 APT

36 APT 20 APT 18 APT 18 APT 16 APT 16 APT 38 APT 17 APT 29 APT 48 APT 28 APT


Cortes, Grades e Cotas

CORTE VIA LOCAL

CORTE VIA PRINCIPAL

ESCALA 1:100

ESCALA 1:100

CORTE DE DETALHAMENTO ESCALA 1:100

ABERTUR

DE

A DISTRIBU DRENAGE

IÇÃO M PARA O PARQUE

BOCA

DE LOBO

BL

LT 1

A

4

LT 1

1

BL

G

LT 1

2

BL

C

BL

LT 1

E

6

PLANTA DO EIXO LONGITUDINAL

PLANTA DE DETALHAMENTO

ESCALA 1:1000

ESCALA 1:100

CORTE A/A ESCALA 1:1000

0,5

1,9

0,1

3,5

3,5 7,02

CORTE B/B ESCALA 1:1000

CORTE C/C ESCALA 1:1000

0,1

1,9


1,9

0,1

6,00

6,00 12

CORTE VIA PRINCIPAL E CICLOVIA ESCALA 1:100

ABERTURA DISTRIBUIÇÃO DE DRENAGEM PARA O PARQUE

BOCA DE LOBO

1,9

0,1

6,00

6,00 12

0,1

1,9

0,1

1,9

3

1,5


Análises

equipamentos urbanos multifamiliar

unifamiliar

comercial

misto (residencial e comercial)

usos

áreas verdes priorização dos ventos do noroeste, orientação com maior frequência de ventos no verão

ventos predominantes

percurso do sol

playground

Mobiliário urbano

bebedouros

espreguiçadeira

bicicletário

mesa de ping pong lixeiras

mesa de piquenique

academia


A TransBrasília

Ciclovia que interliga TransBrasília, Águas Claras e o conjunto habitacional Acesso da TransBrasília para o conjunto habitacional, com passarela para pedestre Viaduto subterrâneo para passagem direta na TransBrasília

Rotatória para impedir o acesso direto de Arniqueiras para TransBrasília, o que se tornaria um ponto com alto risco de acidentes e de trânsito

Reformulação da rotatória para acesso ao conjunto habitacional

Faixas de desaleceração para fazer retorno na TransBrasília Faixa de ônibus ao lado do calçadão do conjunto habitacional, para o fácil acesso ao transporte público

Comércios estabelecido como diretriz do projeto, todos os pavimentos térreos garantem áreas comerciais

Mobiliários urbanos

Foram dispostos mobiliários que configuram a área púplica

Concreto

Armazenar calor por inércia térmica para aquecer os apartamentos à noite

Espaço semi-público

Áreas destinadas a atividades culturais

O calçadão é a área de lazer para as diversas ocupações

Áreas adjacentes aos edifícios destinadas ao lazer e atividades culturais

Estacionamento subterrâneo

Três níveis de estacionamento para a demanda residencial

Volume - área definida

Cada lote possui edificios com comprimentos distintos, em funçãode sua implantação e adaptação ao lote

Configuração

A dinâmica da forma acontece quando apartamentos modulares são criados em função da fragmentação do volume

Reisdencias estudantis

Áreas exclusivas para a moradia de estudantes, que frequentam as instituições de ensino próximas ao conjunto habitacional

Permeabilidade

Em consequancia da configuração do volume, os edificios garantem formas dinâmicas e vazios que criam uma identidade na paisagem


ANDRE luiz santos CARMEN jimenez castro MAWERE portela


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.