Edição 1 Ano 1
U BUN TU Eu sou, porque nós somos
UBUNTU Eu sou porque nós somos
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Reitor: Sandro Roberto Valentini Vice-reitor: Sergio Roberto Nobre
Editorial “Respeito. Cortesia. Compartilhamento. Comunidade. Generosidade. Confiança. Desprendimento. Uma palavra pode ter muitos significados. Tudo isso é o espírito de Ubuntu” - Nelson Mandela O Brasil chega ao fim de 2018 em meio a um clima de tensão que permeia as relações interpessoais. A polarização demonstrada e também promovida pela disputa eleitoral dividiu o país de várias formas: das discussões familiares, às agressões físicas por motivos políticos. Talvez mais do que nunca seja tempo de repensar o que significa viver em sociedade. Lutar juntos pelo bem comum e pela inclusão social. E para pensar em inclusão é preciso conhecer quem está, de alguma forma ou por alguma circunstância, excluído. Com este suplemento, o objetivo é olhar para essas pessoas, conhecer seus nomes e suas histórias, e também conhecer quem tem se mobilizado por elas. A humanidade só tem a ganhar quando tem gente cuidando de gente, quando se respeitam as limitações e as capacidades uns dos outros. Eu sou porque nós somos, Equipe Ubuntu
Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação – FAAC Diretor: Prof. Assoc. Marcelo Carbone Carneiro Vice: Profª. Drª. Fernanda Henriques
Índice Departamento de Comunicação Social Chefe: Profª. Assoc. Maria Cristina Gobbi Vice-chefe: Prof. Assoc. Mauro de Souza Ventura Curso de Jornalismo Coordenadora: Profª. Drª. Angela Grossi Vice-coordenador: Prof.Dr. Maximiliano Martin Vicente Disciplina: Jornalismo Impresso II Professor: Prof. Dr.: Ângelo Aranha Sottovia Disciplina: Planejamento Gráficoeditorial II Professora: Profª. Ma. Gleice Bernardini Reportagem, redação, edição e revisão: Anne Hernandes Camila Rodero Caroline Doms Felipe Lamellas Fellipe Gualberto Giovana Orsari Leticia Alves Milena Almeida Rafaela Thimoteo Av Eng Luiz Edmundo Carrijo Coube, nº. 14-01 / Fone: (14) 3103-6063 Bairro: Vargem Limpa CEP: 17.033-360 – Bauru, SP
SAÚDE 03 04
Centrinho Atendimento Psicológico PAIPE
REINSERÇÃO 07 08
Reabilitação e AA Lar e escola para cegos APAE bauru
EDUCAÇÃO 05 06
FIB adolescente Idosos no Sesi Projeto Acaê
APOIO 09 10 11 12
Albergue notorno Projeto Formiguinha Cuidado de idosos Assoc. dos aposentados Amigas do Peito Especial Unesp
Equipe
SAÚDE
CENTRINHO É REFERÊNCIA NACIONAL EM QUALIDADE
ANNE HERNANDES, CAROLINE DOMS E FELLIPE GUALBERTO
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uri de Assis mora na cidade de Linhares no estado do Espírito Santo. Desde recém nascido ele faz o mesmo trajeto de 1447 quilômetros de ônibus: 18 horas de sua cidade para São Paulo, e em seguida mais 4 horas para chegar em Bauru. Quando era menor de idade, sua mãe o acompanhava. Porém, quando completou 18 anos, a presença dela não era mais obrigatória e a prefeitura não custeou mais sua companhia. Essa viagem com quase um dia de duração tem um motivo: ser atendido no Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), conhecido como Centrinho. Yuri nasceu com fissura labiopalatina e faz o tratamento desde que tinha alguns meses de vida. Hoje em dia, com 20 anos, ele faz acompanhamento de 6 em 6 meses e faltam apenas algumas cirurgias para o fim de seu tratamento. O diferencial do HRAC, começa na forma com que foi criado o hospital. Os responsáveis pela fundação foram sete pesquisadores da USP que perceberam a alta demanda em Bauru pelo tratamento de fissuras labiopalatinas, assim como a falta de locais de tratamento. Decidiram, então, criar um local que suprisse essa necessidade. Além de sua fundação inusitada, o hospital se destaca por ser o único no Brasil que se especializou no tratamento de anomalias cranio-
Julio Soares Silva tem 14 anos e realizou uma cirurgia há 3 anos Fotos: Caroline Doms
faciais, fissura labiopalatina e tratamentos relacionados à saúde auditiva. A cirurgia da fissura labiopalatina é eletiva. Desse modo, em outros hospitais os pacientes que nascem com essa condição congênita competem, no Centro Cirúrgico, com cirurgias de emergência, o que atrasa seu tratamento, isso não acontece no Centrinho. A recomendação é que essa cirurgia seja realizada na idade adequada, pois caso contrário a chance de sequela é maior e o procedimento se torna mais complicado. O ideal é que a criança comece a falar com o palato fechado por meio de procedimento cirúrgico, pois assim a mesma poderá falar com pressão aérea intra-bucal adequada, a língua não tocará em pontos que não estão completamente estruturados e a fala será aprendida corretamente. Além disso, caso a cirurgia não seja realizada no tempo ideal também poderão haver problemas relacionados à audição, já que na região em que a fissura ocorre estão localizados músculos responsáveis pela abertura e fechamento Yuri de Assis faz tratamento desde recém nascido da tuba auditiva, o e agora está próximo de receber alta que pode gerar secreção no ouvido.
Quem nasce com a fissura se adapta quando o assunto é a ingestão de alimentos. No início, pode ocorrer refluxo nasal, mas com o tempo o refluxo é controlado inconscientemente. Caso a cirurgia não seja feita na idade recomendada a indicação continua na maioria dos casos, e ainda há formas de realiza-la. O Centrinho também atende pacientes adultos. O Centrinho se mostra como referência nacional pela qualidade. “Os funcionários que aqui estão são pessoas que além de darem assistência aos pacientes estão inseridos na pesquisa, muitos deles desenvolvem o papel de preceptores e tutores, grande maioria trabalha no ensino”, explica a chefe da divisão de apoio hospitalar, Giovana Rinalde Brandão. Ela trabalha no HRAC há 29 anos. A fonoaudióloga também comenta que há a cultura de acolhimento dos pacientes, o que torna o atendimento mais humanizado. Giovana é PhD em “Ciências da reabilitação na área de fissuras orofaciais e anomalias relacionadas”. Esse título foi conquistado com sua pesquisa realizada no Centrinho, o único lugar no Brasil com essa área de estudo. Segundo ela, “o sonho de consumo de qualquer aluno é ter um lugar como esse, com o número de pacientes que temos, não existe isso em lugar algum do país”. Quando o tratamento é finalizado e tudo corre da maneira certa os pacientes apresentam condições normais de vida. Doutora Giovana observa: “a intenção é devolver a pessoa pra sociedade com uma condição de ser inserida no mercado de trabalho,
possa ser independente financeiramente e desenvolver suas habilidades”. Em casos em que ocorrem sequelas estéticas ou funcionais ao fim do tratamento, há a emissão de um laudo preenchido pelo cirurgião, fonoaudiólogo e pelo dentista. Algumas empresas têm aceitado esse documento para contratar funcionários que preencham a cota de deficientes. O Centrinho, atualmente só dá assistência a novos casos de pacientes do estado de São Paulo, exceto em casos de anomalias faciais mais complexas, já que a incidência destas é menor e o tratamento é mais complexo, se tornando de difícil acesso em outros lugares. O tratamento com pacientes de outros estados vai continuar até que todos tenham alta. Em breve o Centrinho será regularizado pelo sistema CROSS (Central de Regulamentação de Oferta de Serviço de Saúde) mudando o procedimento para receber tratamento, enquanto isso para ser atendido é necessária a apresentação da certidão de nascimento, comprovante de residência e documentação fotográfica para comprovar a presença da anomalia.
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ATENDIMENTO PSICOLÓGICO GRATUITO À COMUNIDADE BAURUENSE MILENA ALMEIDA
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e acordo com a lei Nº 4.119, promulgada em agosto de 1962, “as Faculdades que mantiverem curso de psicólogo deverão organizar Serviços Clínicos abertos ao público, gratuitos ou remunerados” como forma de manter um campo de estágio para os graduandos. Assim, grande parte das universidades brasileiras que oferecem curso de graduação em Psicologia possuem clínica associada para atendimento ao público, não só para disponibilizar aos alunos a possibilidade de experiência, mas também como uma forma de retribuir, a partir deste serviço, à comunidade pela acolhida dos campi. A gratuidade deste serviço permite que um maior número de pessoas sejam atendidas independentemente de sua condição financeira. Na cidade de Bauru, as universidades Faculdades Integradas de Bauru, Universidade Sagrado Coração, Universidade Paulista, Anhanguera e Universidade Estadual Paulista, oferecem atendimento psicológico gratuitamente para a comunidade que as cercam.
ANHANGUERA - Clínica Escola de Psicologia - Av. Moussa Nakhl Tobias, 3-33; - Atendimentos de segunda a sábado a depender do agendamento; - Telefone para contato: (14) 3237 - 6793. FIB - Clínica Escola de Psicologia Aplicada - R. José Santiago, quadra 15 - Atendimento de segunda à quarta-feira das 8h30 às 11h30; - Telefone para contato: (14) 2109-6233; UNESP - Centro de Psicologia Aplicada - Av. Eng. Luiz Edmundo Carrijo Coube, 14-01; -. Atendimento de segunda à sexta-feira das 8h às 22h; - Telefone para contato: (14) 3103-6090; UNIP - Clínica Psicologia - Av. Nossa Senhora de Fátima, 9-50; - Atendimento de segunda à sexta-feira, das 14h às 21h; - Telefone para contato (14) 3223-7710; USC - Clínica de Psicologia - R. Irmã Arminda, 10-50; - Atendimento de segunda à sexta-feira 10h às 22h, - Telefones para contato: (14)2107-7049 e (14)2107-7050.
O DIREITO DE SORRIR FELIPE LAMELLAS
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ratamento odontológico de qualidade, atendimento humanizado, prestação de serviço a comunidade, atuação prática de estudantes, tudo isso pode ser encontrado no Programa de Assistência Integral ao Paciente Especial. O PAIPE, como é mais conhecido, é uma parceria entre a Universidade do Sagrado Coração (USC) e o Hospital Estadual que fornece tratamento odontológico para pessoas com deficiência de Bauru e região. O programa existe desde 1997 e foi criado devido a carência de atendimento para essas pessoas, como conta Sara Nader Marta, coordenadora do projeto. Em 2005, segundo ela, uma parceria entre a universidade e o Hospital Estadual foi firmada, assegurando a possibilidade de tratamento hospitalar para casos que necessitem, por exemplo, do uso de anestesia geral. Desde o início, o PAIPE conta com mais de 3000 pacientes inscritos e realiza de oito a dez atendimentos por se-
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mana na universidade e um no hospital. Os atendimentos são realizados de forma regular e sem custo algum para os atendidos. Para Sara “o grande ganho é a qualidade de vida do paciente, você proporciona que as pessoas não tenham dor, por que a grande parte não consegue nem se comunicar pra falar que tá com dor. O outro ganho que pra mim é muito significativo é despertar no nosso aluno o olhar para essa realidade, o que acrescenta muito na sua vida profissional”, explica. O programa funciona como um projeto de extensão, ou seja, é mantido pela universidade e proporciona que alunos de graduação do curso de odontologia da USC tenham uma primeira experiência profissional no atendimento aos pacientes. Para Fernanda Lima, 22, estudante do último ano de graduação em Odontologia e há dois anos no projeto, o programa é “um crescimento pessoal uma forma de aprender mais a ser humana” comenta.
Ana Flavia paciente do PAIPE e sua mãe Ivone Foto: Felipe Lamellas
Ivone Tamamati Comte, mãe de Ana Flávia, 24, conta que a filha é paciente do PAIPE há mais de 20 anos e destaca que o atendimento é fundamental para ela. “A Ana vem aqui desde pequenininha, na fisioterapia ela vem antes de um ano, daí logo depois ela começou a fazer o tratamento. Eu acho que a doutora Sara é uma parte fundamental, por que todas as mães que tem filho especial tem dificuldade e ela tem um carinho enorme, tem jeito pra isso”.
Ao contrário de Ana Flávia, Weverton Sousa visita pela primeira vez a clínica de atendimentos do programa na USC. A mãe dele, Regiane Sousa, conta que eles são da cidade vizinha, Mineiros do Tietê, e que foram encaminhados ao PAIPE pelo Hospital Estadual onde Weverton já era atendido anteriormente. “Espero encontrar o melhor, o melhor atendimento, que deixe os dentes dele bonitos e que não deixe ficar ruim” diz emocionada.
EDUCAÇÃO
JOVENS APRENDEM BENEFÍCIOS DAS PLANTAS MEDICINAIS NA FARMÁCIA VIVA
RAFAELA THIMOTEO
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á na cidade de Bauru diversos projetos que atendem os jovens de forma educativa e lúdica. Um exemplo é a iniciativa das Faculdades Integradas de Bauru: o FIB Adolescente, projeto que surgiu em 2014 por influência do Programa Estadual de Saúde do Adolescente, implantado em São de Paulo em 2011. De acordo com Amanda Segalla, coordenadora do projeto, o FIB Adolescente tem o intuito de proporcionar conhecimento sobre saúde e bem estar, prática de esportes, desenvolvimento de habilidades manuais e intelectuais e geração de renda. Além disso, exercita-se o cultivo de horta doméstica, tudo com atividades extra escolares. As aulas são ministradas por professores e monitores dos cursos de graduação da FIB e acontecem no período da tarde, com duração de uma hora, uma vez por semana. As inscrições são sempre no início de cada semestre letivo e podem participar adolescentes de 11 a 19 anos. A cada semestre são oferecidas oficinas diferentes, de acordo com o cronograma e disponibilidade de cada curso de graduação. “Quando divulgamos o período de inscrição, apresentamos junto o cronograma de atividades para que o jovem se inscreva para o curso (ou cursos) de seu interesse”, comenta Amanda. O projeto FIB Adolescente já ofereceu diversos cursos, entre eles oficinas de desenho artístico, saúde postural na escola, nutrição saudável, primeiros socorros e doenças sexualmente transmissíveis. Também se orienta sobre cuidados faciais, engenhocas, informática, judô e esportes coletivos. Outra atividade importante é a de orientação vocacional. Amanda afirma que o projeto FIB Adolescente tem um impacto bastante positivo na vida dos jovens que o frequentam, no comportamento deles na escola ou dentro de casa com os pais. Além disso, as oficinas podem ajudar o adolescente na escolha da profissão a seguir.
As alunas Bruna e Nayara, de 17 anos, já fizeram as oficinas de Administração e de Biomedicina na área de estética facial. Hoje, participam das oficinas de Fisioterapia, Nutrição e Farmácia Viva. “Aprendi bastante em todas. Na de administração, por exemplo, conhecimentos de informática básica que eu ainda não entendia. Em nutrição, aprendi coisas que vou levar para a vida!”, comenta Nayara. Nas aulas de farmácia viva, as jovens contam que aprenderam a produzir xarope e creme para queimaduras de sol (pasta d’água), além de usarem muito a horta para fazer produtos naturais. Esses conhecimentos podem servir de base para aquilo que o adolescente pretende estudar futuramente. No caso de Nayara e Bruna, seria um curso voltado para a área da saúde. “É interessante porque dá uma motivação e ajuda você a entender como será na faculdade”, avalia Nayara. De filho para pai Rute Mendonça Xavier de Moura, 52, professora da Oficina de Farmácia Viva, é farmacêutica e bioquímica, mestre em química orgânica e especializada em plantas medicinais e fármacos de origem natural (fitoterápicos e fitofármacos). Sobre o curso, ela explica: “a gente chama de farmácia viva, pois nós vamos desde o canteiro, onde há o cultivo das plantas medicinais, e trabalhamos toda a parte do cultivo da planta, os nutrientes que ela tem que receber e como é feita a propagação da espécie”. “Ensinamos que essas plantas precisam de cuidado, pois elas vão produzir o medicamento. Ensinamos como, qual parte e qual o melhor horário para a coleta. Também levamos os adolescentes até a estufa para que aprendam a desidratar as plantas para aumentar o seu tempo de conservação”, explica Rute. “Eles aprenderam a extrair a citronela que hoje vão usar para fazer uma vela”, exemplifica. O processo de aprendizado é contínuo, a cada semana os jovens aprendem algo conectado às aulas anteriores. A professora tem o costume de
fazer chamada oral, para fixar o conteúdo, e passa atividades para casa, como a de cultivar uma planta e informar sobre seu desenvolvimento. “Muitas das fórmulas que a gente faz aqui, dá para eles ensinarem aos pais”, diz Rute, lembrando que o objetivo é que esse conhecimento seja levado à comunidade para que se possa usar as plantas medicinais de forma correta e segura. É preciso saber para que servem e como cultivá-las, facilitando o acesso da população a medicamentos naturais mais simples e de custo muito mais acessível. Sobre o incentivo governamental, a professora diz: “estamos em busca de uma parceria com o governo para estender essa proposta para a população bauruense, produzindo alguns fitoterápicos que possam chegar às unidades básicas de saúde para os pacientes”. A proposta é atingir as residências das comunidades mais carentes e ensinar o cultivo. O curso Farmácia Viva tem sido visto de forma muito positiva e já é a segunda vez que a oficina está sendo oferecida, com adesão muito superior à do ano passado. Tudo é feito com supervisão de profissionais da área e muita segurança para os alunos. Cada item produzido tem função medicinal e até de utilidade pública, como a vela de citronela, que pode ser muito importante no combate ao mosquito da dengue. “O objetivo da oficina é proporcionar a interação dos adolescentes com as plantas medicinais e os produtos naturais e levar esses benefícios para a comunidade”, afirma a professora Rute Moura.
Estudantes se reúnem no laboratório da Oficina de Farmácia Viva para a aula em que vão produzir velas de citronela.
Estufa da FIB onde os alunos aprendem, na prática, as propriedades medicinais das plantas e como cultivá-las.
Nayara e Bruna, ambas terminando o ensino médio, e Alice, de 11 anos. Faixa etária diversa não coíbe os jovens de estudarem juntos.
Fotos: Milena Almeida, Rafaela Thimoteo e FIB (Reprodução)
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SER APRENDIZ NA MELHOR IDADE GIOVANA ORSARI
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á mais de 20 anos, o SESI Bauru disponibiliza suas dependências para a realização de algumas atividades para a terceira idade visando valorizar e inserir o idoso no convívio social. São oferecidos cursos, jogos, palestras, atividades físicas e dinâmicas. Às quartas de manhã, o espaço é utilizado para o ensaio de um coral, no qual professora e o maestro são voluntários; na quarta à tarde, a auxiliar “O Idoso é um ser de enfermagem Maria Aparecida iluminado com de Correa Silva uma carga gigante acompanha um de conhecimentos grupo regular de 20 idosos, com a e vivências faixa etária de 60 excepcionais!” a 95 anos, realizando atividades
como o bingo, no qual os ganhadores, ao final das rodadas, levam para casa prêmios que eles mesmos trazem a cada reunião. As oficinas e atividades são pensadas e estruturadas a partir das preferências que eles têm e organizadas por profissionais do próprio Sesi-Bauru. Tem uma oficina nova sendo desenvolvida, e em breve será iniciada, ela se chama “Iniciando no smartphone” na qual será ensinado aos idosos como utilizar aparelhos celulares de sistema Android e alguns aplicativos. Segundo Maria Aparecida, é um imenso privilégio trabalhar com a terceira idade “pela oportunidade de trocar experiências e vivências maravilhosas”. As atividades e oficinas são abertas para idosos em geral, mais informações sobre as oficinas e atividades oferecidas pelo telefone (14) 3104-3900.
Grupo de amigas que frequentam há mais de 20 anos o Sesi: Dulce, Takuzo, Maria, Áurea, Gaudência, Laucene, Lúcia, Maria, Terezinha e Sônia. Foto: Giovana Orsari
PROJETO ACAÊ ABRE ESPAÇO PARA JOVENS E DESENVOLVE SUA AUTONOMIA LETÍCIA ALVES
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ACAÊ, Associação em Ação - Êxodo é um projeto fundado em 2006 por colaboradoras interessadas em prosseguirem um trabalho em benefício da própria sociedade. Nele há diversas atividades elaboradas para crianças e adolescentes com o intuito de disseminar assistência social e ações socioeducativas. O projeto já havia sido coordenado pela Secretaria do Bem Estar Social de Bauru SEBES e era chamado de Programa de Encontro da Turma - PETI. Segundo Maria Pavan, uma das educadoras que trabalha há 12 anos nesse programa, a reestruturação foi feita gradativamente por meio de conversas com a comunidade e reuniões com assistentes sociais. As atividades foram reiniciadas em agosto de 2006. Para a construção de um local que permitisse todas as atividades, os coordenadores utilizaram um programa de financiamento da Telefônica, contribuições em almoços beneficentes, bingos, vendas de lanches e pastéis e ajuda de voluntários. Hoje, o projeto atende 140 crianças, 70 no período da manhã e 70 à tarde. Maria conta que a prefeitura contribui com parte dos recursos para
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“Não tem discriminação, tudo que um faz, todos fazem” comenta a educadora Maria Pavan, em relação aos alunos com necessidades especiais que participam das aulas de dança, xadrez e atletismo no projeto.
manutenção, mas ainda é necessário captar recursos para manter o programa. De manhã, os alunos entram às 7h30, tomam café, praticam várias atividades, tomam banho e almoçam. Só depois vão à escola. Às 11h30, a turma da tarde chega, almoça, pratica as atividades e come um lanche. As aulas disponíveis são de atletis-
quando começou a praticar capoeira, e é experiente em monitoria de alunos desde os seus 13 anos. Durante sua aula, em um dia chuvoso, os alunos se divertem e dizem em coro que gostam do projeto e das aulas. Dafne vê o programa como uma oportunidade para as crianças: “Eu me coloco muito no lugar também. Eu vejo como uma oportunidade deles continuarem no caminho correto, na Fotos: Letícia Alves formação do cidadão. Enmo, dança, xadrez, aulas de volve disciplina, envolve questões de apoio escolar e capoeira, e respeito, formação mesmo, caráter”. está sendo montada uma O programa também é inclusivo sala de computação com pois trabalha com alunos com todos apoio e doações de empresas. os tipos de necessidades. Há alguns Os alunos devem com síndrome de TDAH (transtorno obrigatoriamente estar ma- do déficit de atenção com hiperativitriculados em escolas, o que dade), autismo e síndrome de Marpermite um acompanhamen- fan, caracterizada pelo crescimento to social e psicológico. “Se dos membros e orgãos, e também a gente notar que a criança uma aluna que é deficiente física, e está com algum problema em casa, não tem as pernas e braços. Maria ou na escola, a psicóloga começa a diz que faz parte do projeto cuidar do trabalhar. Fazemos visitas na casa e aluno e, segundo ela, “não tem disprocuramos as escolas, para saber criminação, tudo que um faz, todos como ela está agindo”, explica Maria. fazem”, de acordo com seus limites. Dafne Pereira é bacharel em EduDessa forma, o ambiente do cação Física e professora de street dan- ACAÊ tem possibilitado através ce no projeto ACAÊ. Ela tem experi- dos anos a inserção de crianças e ência com esportes desde os seis anos, jovens na sociedade desde 2006.
REINSERÇÃO QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA: O VÍCIO SOB UM OLHAR HUMANIZADO CAMILA RODERO E LETÍCIA ALVES
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ábio Layser, professor de Psicologia e membro do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Drogas em Bauru, fala sobre políticas públicas para lidar com a drogadição e suas consequências.
O Professor Doutor Fábio Leyser é psicólogo, ministra aulas de psicofarmacologia e tem experiência no estudo da relação entre comportamento e drogas. É membro do Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Drogas do município de Bauru ocupando a cadeira como representante do ensino superior. O Conselho é responsável pela formulação de políticas públicas a respeito do abuso de álcool e drogas.
Que tipo de política [de álcool e drogas] pode-se considerar progressista? Políticas mais liberais, libertárias, ou que consideram mais os direitos humanos em geral, acho que são as políticas ligadas à redução de danos. Se eu não estou conseguindo resolver o uso da droga em si, vamos pelo menos resolver essa parte de compartilhar seringa, por exemplo, pois é parte do dano causado. A pessoa fica exposta à hepatite C, ao HIV, a outras doenças que são transmitidas pelo sangue. Se eu consigo eliminá-las eu já estou na vantagem, depois eu pego o seguinte. Veja, não existe nada que a gente faça que não produza dano. Se você usa álcool ele produz dano. Costela assada também produz danos, tem muita gordura e colesterol. O problema não é se eu como costela ou bebo álcool. O uso do álcool e drogas está na humanidade há milênios. É muita pretensão a gente achar que vai acabar com isso. Como o Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Álcool e Drogas influencia a implementação de políticas públicas? O Conselho Municipal tem a função de oferecer o subsídio, de formular inclusive a política pública sobre álcool e drogas do município. Na prática, nunca é tão fácil assim. Tem muita gente querendo dar palpite. É um Conselho que tem representação do poder público, como segurança, educação, saúde, cultura, esporte e lazer. Eu estou lá como representante das instituições de ensino superior, que também têm assento no Conselho. A ideia é que o Conselho dê direcionamento de como o município trataria essas questões de álcool e drogas, mas na prática não é tão fácil porque muitas vezes o Conselho não é consultado como deveria e, embora ele seja deliberativo, não há mecanismos para que, de fato, tenha controle de forma que o poder público cumpra essas deliberações. A gente não tem uma força tão grande assim. Como é o tratamento de uma pessoa em clínica de internação? Você tem as comunidades terapêuticas que são instituições não médicas, em geral são religiosas mas não precisam ser, e que fazem acolhimentos de 5 a 6 meses. Nessa comunidades, pela legislação, não poderia haver internação compulsória, mas há juízes que mandam internar na comunidade terapêutica. Hoje em dia, a legislação exige que eles tenham profissionais da saúde mental, psicólogos, psiquiatras que acompanhem esses pacientes. O grande problema da internação longa é que, na medida em que a pessoa se expõe ao uso de substâncias, ela altera o sistema nervo-
so e o ambiente que o paciente frequenta passa a controlar uma série de respostas de procura pela droga. Alí [na clínica] você não cria esse novo repertório. É muito comum que as pessoas, quando saem dessas internações recaiam, porque essas relações com o dia a dia só podem ser trabalhadas no ambiente em que a pessoa vive. Nesse sentido, os grupos de apoio como Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos fazem um trabalho mais contextualizado? Nesse sentido sim, mas tem outros problemas. Na minha opinião, eles criam uma dependência do grupo. A pessoa está lá e não bebe há 30 anos e continua a frequentar o grupo porque ele não prepara para uma vida sem aquilo. Isso acaba dando uma ideia de que “sou fraco, eu preciso ficar longe disso”, mas a gente sabe que existe um componente genético e questões ambientais. Qual deveria ser o esforço do Estado para lidar com a drogadição? Primeiro, a gente tem que levar como uma questão de saúde pública. Uma coisa que a gente não faz é um levantamento do uso de substâncias. Quanta droga se usa aqui em Bauru? Não tem um levantamento, é tudo no chute. O Estado não pode se basear em achismos, ele deve se basear nos números, nas pesquisas. Depois, a gente tem que avaliar a eficácia dos programas. Não tem política pública se você não souber qual é o problema. De que forma a sociedade pode lidar com a questão do vício em álcool e drogas? Todas as atitudes no sentido de ajudar as pessoas a terem uma vida plena, a terem seus direitos respeitados, terem acesso à educação, à comida, contribuem. É muito comum as pessoas falarem de quem está pedindo [dinheiro na rua]: “vai comprar pinga, então não vou dar”. Isso é resquício de uma visão moralista do uso de drogas. Posso brigar por políticas públicas, dar o meu voto para quem eu acho que pode instituir uma política mais interessante. Mas o que eu posso fazer alí é ajudar a pessoa a não precisar roubar, não precisar se envolver em outras situações de risco. A humanização do usuário é a compreensão de que ele é uma pessoa como outra qualquer, sofrendo, que não perde seus direitos por ser usuário. Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas - CAPS AD Rua Dr. Lisboa Júnior, 2-66, Centro Fone: (014) 3227-4905 E-mail: capsad@bauru.sp.gov.br Horário de Funcionamento: Das 7h às 17h Centro de Apoio Psicossocial Álcool e Drogas III - CAPS AD III Rua Azarias Leite, 13-28 Fone: (014) 3222-3937 E-mail: capsad3@bauru.sp.gov.br Horário de Funcionamento: 24 horas
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TECNOLOGIA ASSISTIVA SE MODERNIZA E LIBERTA DEFICIENTES VISUAIS LETÍCIA ALVES
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Teatro Municipal de Bauru recebeu os palestrantes Robert Mortimer, engenheiro eletrônico da organização não-governamental Lara Mara, e o bacharel em Marketing Leonardo Ferreira para um bate-papo sobre a tecnologia assistiva e sua importância na vida da pessoa com deficiência visual. O evento aconteceu no dia 3 de outubro e fez parte da Semana de Artes sem Barreiras, organizada pela Prefeitura Municipal. Após a palestra, foi apresentado o radiodrama “Sempre é tempo de aprender”, uma adaptação do teatro produzido pelos alunos do Lar
SERVIÇOS DO AMOR CAROLINE DOMS E MILENA ALMEIDA
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Associação de Pais e Amigos de Especiais foi criada em 1954 no Rio de Janeiro, por iniciativa de famílias com membros que possuíam alguma deficiência. Atualmente a associação conta com mais de 2.000 unidades espalhadas por todo território nacional. A sede bauruense da APAE foi fundada em 1965 com o objetivo de prestar assistência social “permanente, continuada e planejada [...] a pessoas com deficiência”, de acordo com a plataforma online da unidade. Esta instituição apresenta diferentes tipos de serviços à comunidade, como pode-se observar no infográfico ao lado.
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Leonardo Gleyson e o Robert Mortimer conversam com o público com o auxílio do tradutor de libras Foto: Letícia Alves
Escola Santa Luzia para Cegos, de Bauru. A adaptação foi feita pela equipe do Biblioteca Falada, um projeto de extensão da UNESP local. Durante o evento, Robert Mortimer contou um pouco sobre seu trabalho e como as tecnologias têm se modificado para atender consumidores com todos os tipos de necessidades. Leonardo, que é cego, exemplificou equipamentos que tiveram um papel importante em sua vida e para sua independência como pessoa. Já Robert ressaltou que eventos como esse são importantes para o compartilhamento de informações. “Nosso propósito é disseminar a informação sobre tecnologia assistiva e como está mudando de uma forma muito acelerada. Qualquer oportunidade que tivermos de divulgar e passar essa informação é válida” afirmou, lembrando a importância das tecnologias assistivas como soluções para auxiliar o deficiente visual nas ações do dia a dia.
APOIO
ALBERGUE NOTURNO: 67 ANOS DE APOIO AOS MORADORES DE RUA DE BAURU
CAROLINE DOMS
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cidade de Bauru conta com três casas de passagem que acolhem moradores de rua, uma delas é o Albergue Noturno. Fundado em fevereiro de 1951 pelo Centro Espírita Amor e Caridade (CEAC), o albergue acolhe pessoas em situação de rua, durante as 24 horas do dia, há 67 anos. Francine Rodrigues, coordenadora social do Albergue Noturno, conta que são oferecidas quatro refeições diárias, além de atendimento social, acompanhamento psicológico e atividades de terapia ocupacional de segunda a sexta-feira. “Fora isso, as pessoas podem ser acolhidas e receber alimentação, banho, pernoite, um espaço para descanso. A proposta é que eles deixem de ficar nas ruas e passem a ficar aqui por quanto tempo precisarem”, explica. Embora a casa de passagem seja uma instituição privada, recebe dinheiro público dos governos municipal, estadual e federal. Além disso, a instituição se mantém com a ajuda dos moradores de Bauru, por meio de arrecadação por telemarketing, bazares e campanhas no Facebook. Francine conta que boa parte das pessoas em situação de rua, é de usuários de álcool e drogas ilícitas. Quando essas pessoas procuram ajuda no albergue pela primeira vez, a instituição as encaminha para os atendimentos públicos do SUS, como o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS). Enquanto o usuário está em tratamento ou aguarda internação, ele pode morar no albergue. Assim, o Albergue Noturno oferece dois tipos de apoio aos moradores de rua. Há quem passe apenas uma noite na instituição, na área localizada na parte da frente do prédio, e quem more no local, na parte dos fundos. Esses são apenas homens, com família em Bauru, e que aguardam sua transferência para outras instituições da cidade.
tos, ele conta que começou a usar drogas aos 39 anos e decidiu que “não queria dar desgosto para a família”, por isso passou a morar nas ruas. Durante esse tempo vivendo nas ruas, Márcio foi internado quatro vezes em clínicas de recuperação, sempre contra sua vontade. Desta vez, ele buscou ajuda no Albergue Noturno por vontade própria. Ele conta que o acolhimento da instituição é muito bom: “A alimentação é boa e a cama é boa”. Além disso, a van do albergue o leva para fazer tratamento no CAPS, que é a única razão que o faz sair da instituição. José Maria Pereira, 63, também mora no albergue. Jardineiro, natural de Bauru, ele morava em uma república localizada na Vila Cardia até três semanas atrás. Ele conta que o ambiente era muito violento e que estava muito nervoso com a situação. Por conta disso, decidiu sair de sua casa sem seus pertences e foi para as ruas. Essa é a primeira vez que ele passa por essa situação e diz que chegou a dormir por dois dias nas ruas. José Maria aponta que buscou a ajuda do Albergue Noturno sem ser pressionado: “vim de livre e espontânea vontade”. Ele é diabético, faz tratamento no posto de saúde da Vila Cardia e está aguardando vaga em uma casa para idosos. Enquanto isso, diz que é muito bem tratado no albergue: “Tenho muiHistórias diferentes to bem o que falar deles. O que Marcio Aparecido Funchal, eu puder falar bem, eu falo”. 48, está se tratando no CAPS Os moradores do albere mora no albergue. Casado gue fazem atividades de terahá 20 anos, com filhos e ne- pia ocupacional diariamen-
“A minha história
é bem diferente. Eu não sou morador de rua, só estou passando por um momento difícil.
”
Fotos: Caroline Doms
A situação de rua de Edenilson de Castilho começou em Londrina, após ele perder o emprego e não conseguir pagar o aluguel do quarto em que morava.
te. Eles praticam artesanato, horta terapia, raciocínio rápido, limpam os espaços que utilizam, lavam a própria roupa e arrumam as camas em que dormem. “Tudo isso numa retomada de dignidade, ressocialização familiar ou social”, conta Francine. Um caso totalmente diferente é o de Edenilson de Castilho, 45, natural de São Paulo. Ele estava no Albergue Noturno só para pernoitar e pretendia ir para Americana, interior de São Paulo, no dia seguinte. A história de Edenilson começou este ano, depois que ele se divorciou e resolveu buscar emprego em Londrina, interior do Paraná. Tudo ia bem, até que a empresa em que trabalhava faliu e ele não teve mais condições de pagar o aluguel. No dia 26 de setembro, Edenilson teve a sua primeira experiência nas ruas. De Londrina, ele foi para Cambé, também no Paraná, depois para Ourinhos e, por fim, chegou em Bauru em 1º de outubro. Todo esse trâmite foi coor-
denado pelo Centro Pop de Cambé, Ourinhos e Bauru, que também o encaminhou para o Albergue Noturno. “O pessoal é bem organizado. Cheguei em Bauru por volta das 14h e o pessoal do Centro Pop me encaminhou para cá”, conta. “A minha história é bem diferente. Eu não sou morador de rua, só estou passando por um momento difícil”, aponta Edenilson. Ele diz que já chegou a trabalhar como motorista no aplicativo Uber para conseguir dinheiro, mas que alugava um carro para isso e acabou tendo mais gastos do que lucro. A esperança de Edenilson é conseguir ajuda com sua família. “Eu espero estar na casa da minha família amanhã. Quero conversar com o meu irmão e ver se ele me ajuda a montar um negócio”, diz entusiasmado. Ele não contou para sua família que está em situação de rua, e diz porque: “Eu quero falar pessoalmente, não acho legal falar isso pelo telefone. Quero conversar com eles e não os preocupar”.
Reconhecimento e gratidão Durante esses 67 anos de atividade em Bauru, diversas pessoas com histórias muito diferente foram acolhidas pelo Albergue Noturno e saíram das ruas. “Tem casos de usuários de drogas que foram reabilitados, e tem casos de pessoas vieram a procura de emprego, foram enganadas e usaram o serviço por um tempo, até serem recolocadas no mercado de trabalho”, explica.” Francine conta que alguns dos funcionários da instituição foram usuários do serviço e que decidiram continuar ajudando pessoas em situação de rua. Além disso, o albergue recebe cartas, visitas da famíliade ex usuários do serviço e doações. “Na semana passada uma monitora me disse que uma pessoa tocou o interfone, em um ‘carrão’, foi a expressão dela, e deixou três cestas básicas. Ele disse que há quatro anos chegou em Bauru sem nada e passou por aqui. Então também existem pessoas que preferem não se identificar”, finaliza.
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O PORTÃO PARA UM FUTURO MAIS DOCE FELLIPE GUALBERTO
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Projeto Formiguinha é desenvolvido no bairro Pousada da Esperança II e começou em 2002. Um vigia de banco que morava no bairro presenciou o assassinato de um adolescente em um roubo e, perturbado com aquela situação, resolveu desenvolver atividades com as crianças. O Formiguinha é coordenado por Teresinha Gandaia desde 2014. As atividades começaram com partidas de futebol no campinho, em frente ao portão da sede do projeto, após os jogos as crianças atravessavam a rua e saboreavam um lanche. A esposa do vigia, vendo esse movimento constante de ir e vir, observou que os jovens pareciam formiguinhas. Assim, foi batizado o projeto. Teresinha Gandaia, a atual coordenadora do Projeto Formiguinha, é assistente social e cursa o terceiro ano de Pedagogia. Ela conta
que, apesar de ter boas intenções, o projeto não estava bem estruturado naquela época: “Quem comandava não tinha noção de como é trabalhar na comunidade, ou seja, o social em si, antes era mais assistencialista”. “Quando eu comecei a trabalhar aqui, há 6 anos, fiquei um mês e de repente chegou o Poder Judiciário pronto pra lacrar o projeto, fiquei apavorada”, lembra. Apesar do susto, Teresinha pediu um prazo de 60 dias para implantar a dinâmica social e arrumar a documentação necessária. Durante esses dois meses, o projeto também conseguiu arrecadar verba para concluir a construção da sede. “Não queríamos fechar, porque a gente atinge uma média de 8 mil pessoas na região. Então, não dá pra fazer de conta que não tá acontecendo nada”, acrescenta. Débora tem 10 Terezinha ressalta que para doar ao anos, é moradora do projeto, os interessados podem entrar em bairro e é participante contato pelas redes sociais ativa. Quando alguém pergunta qual é seu cargo, ela respon“Aqui, na verdade, a gente tem de: “Sou jovem educadora”. A menina o objetivo de aumentar a demanda, ainda acrescenta que gosta muito das a gente só tem vaga para 50 crianatividades do projeto. Em outubro, ças, 25 de manhã e 25 à tarde”, diz o Formiguinha realizou ações para Teresinha. Ela também lembra que explicar o Estatuto da Criança e do o Projeto Formiguinha promove, no Adolescente. Uma peça de teatro com mesmo prédio, um projeto de foressa temática marcou o fechamento talecimento do vínculo com idosos, das atividades no dia 10 do mesmo mês além de manter uma filial no bairna Instituição Toledo de Ensino (ITE). ro Jaraguá com uma creche para Os participantes do projeto ainda 120 crianças em período integral. contam com outras atividades como Para participar do projeto, é oficinas de Origami, aulas de teatro, necessário fazer as inscrições no oficina odontológica e também está Centro de Referência de nos planos da coordenação a im- Assistência Social (CRAS) Nova plantação de uma oficina de circo. Bauru, onde se realiza uma seleção pelo
FELIPE LAMELLAS
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população brasileira está envelhecendo. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tinha 28 milhões de idosos em 2017, o que correspondia a 13,5% da população do país. Em 2031 o número de pessoas maiores de 60 anos deve atingir a marca de 43,2 milhões de indivíduos, será maior, pela primeira vez, que o número de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos. A pergunta que se faz é: o Brasil está preparado para lidar com isso? Nas últimas décadas, essa discussão tem se aprofundado e milhares de grupos, centros, associações foram criados para atenderem às demandas dessa parte da sociedade. Um desses grupos é o Centro de Convivência do Idoso de Bauru, que funciona em parceria com a Secretaria do Bem Estar Social e atende cerca de 130 pessoas com idade superior a 60 anos, preferencialmente as encaminhadas pelo Centro de Referência
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da Assistência Social (CRAS). A entidade oferece atividades como palestras, rodas de conversa, oficinas de artesanato, atividade física, aulas de teatro, dança, festas e viagens. O grupo se reúne sempre duas vezes por semana e atende em quatro polos, nos bairros, Godoy, Geisel, Carolina, e Ferradura Mirim. O Centro de Convivência do Idoso mantém parcerias com várias instituições, entre elas
Fotos: Fellipe Gualberto
“Trabalhamos políticas pú-
blicas com as crianças, para ensinar que fora do portão existe uma vida e que é possível ela sair da periferia com conhecimento. Antes, eles só pensavam assim; quero casar cedo, quero ser pedreiro. Digo isso, não criticando a profissão, mas pelo fato deles saberem que atrás do portão do projeto existem grandes possibilidades.
”
grau de vulnerabilidade. As famílias nas quais são encontradas situações de desemprego, maus tratos, negligência ou uso de drogas têm prioridade.
CENTRO DE CONVIVÊNCIA DO IDOSO - CCI
Idosos em oficina de artesanato no CCI Fotos: reprodução/IASCJ
igrejas e universidades. Entre os objetivos do Centro está o desenvolvimento da convivência na participação comunitária, no esporte, no lazer, proporcionando a esses indivíduos uma melhoria na qualidade de vida e, também, na convivência familiar e social. Segundo a psicóloga que trabalha na entidade Elaine Molla, a solidão é um dos principais fatores
que fazem os idosos procurarem o grupo. “Na minha opinião, o primeiro passo é o isolamento, tá morando sozinha e os filhos se foram, e lá elas têm a oportunidade de se movimentarem, conversarem com outros idosos, se distraírem”, observa Elaine. A psicóloga Andreza Lima, que também trabalha no atendimento aos idosos, reforça a importância do trabalho desenvolvido pelo Centro. “Importante para mudar essa visão de mundo que temos do envelhecimento, quando pensamos no idoso nos vêm à mente aquela pessoa doente, dependente, sedentária, a visão da vozinha, mas não é assim, o idoso de agora quer atividade, quer fazer coisas novas”. Nesse sentido, Elaine reforça que “o serviço faz com que o idoso demore mais tempo pra ficar dependente ou, às vezes, talvez nem fique”.
SMARTPHONE E COMPUTADOR REJUVENESCEM A ALMA DE APOSENTADOS FELIPE LAMELLAS
À esquerda temos a professora Marglete na aula de informática com seus alunos. Abaixo, em destaque, Waly entrando em uma rede social.
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ulas de informática, de smartphones, bailes festivos, bingos, pilates e ioga são algumas das atividades promovidas pela Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Bauru, que há exatas três décadas presta serviço à comunidade bauruense. Reúne cerca de cinco mil associados e oferece ainda serviços médicos, como coleta de sangue e podologia, por exemplo, e aulas de artesanato. Para a presidente da Associação Valquiria Valério, “o objetivo é trabalhar com pessoas da terceira idade, oferecer qualidade de vida a elas. Então, com convênios médicos, a consulta médica é 60,00 reais, mas não é só a parte da saúde. Temos também a parte social, os bailes, entre outros eventos”. As principais motivações para que os idosos procurem se associar ao grupo são a convivência com outras pessoas e a oportunidade de conseguir convênios médicos com maior facilidade devido às parcerias que a Associação mantém com planos de saúde. “Os nossos associados se sentem na extensão da casa deles, esse acolhimento que oferecemos é de uma importância muito grande para cada
ANNE HERNANDES
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migas do Peito é uma associação sem fins lucrativos de Bauru. Reúne mulheres que já tiveram câncer de mama ou estão tratando essa doença. Idealizado em 2003, pelo Dr. William Davila Delgallo, o grupo faz reuniões semanalmente. Durante esses encontros, as mulheres se ajudam, trocam experiências, se divertem e se distraem com artesanato, crochê e outras atividades proporcionadas por voluntárias. O grupo funciona como suporte para essas mulheres. “Damos um apoio para essas pessoas, elas vêm aqui, a gente conversa e elas veem que muita gente já teve essa doença e agora está bem, que elas podem se curar”, conta Marta Angélica Raimundo, vice-presidente do Amigas do Peito. Marta também diz que a associação ajuda as participantes ao fornecer perucas a quem não tem condições de comprar, sutiãs para usar no pós-operatório e próteses de mama, para estimular o aumento da auto-estima das mulheres que tiveram esse câncer e realizaram a operação de retirada dos seios. Sueli Stevanato frequenta o Amigas do
um, sem falar na parte dos cuidados à saúde, que também é importante”, comenta Valquiria. Uma das atividades de maior sucesso oferecidas pela Associação são as aulas de informática e de smatphone. Para Marglete Domingues, professora há cinco anos na instituição, as aulas funcionam “como uma alfabetização, por que os nossos idosos estão ficando cada vez mais para trás por conta do avanço das tecnologias e eles não conseguem realizar atividades do dia
Fotos: Felipe Lamellas
a dia. Então, a gente conseguir dar essa capacitação torna a pessoa mais independente, mais feliz, além, é claro, da socialização que é bem bacana”. Com 80 anos e há três frequentando a Associação, a senhora Waly Brunhari destaca a importância das au-
las. “Acho formidável a oportunidade de aprender a usar a internet. Antes eu não sabia fazer nada e agora já sai umas coisas, por exemplo, entro no Face, no Youtube, tudo”, comenta satisfeita. Uma outra atividade que se destaca dentre as oferecidas pela Associação são as aulas de artesanato que, segundo a presidente Valquíria, buscam capacitar os idosos que se interessarem por uma renda extra, além de funcionar como uma “terapia” para os “estresses do dia a dia”. Para Nadir Alves, 53, que há um ano frequenta as aulas de artesanato, a atividade é muito prazerosa. “Eu falo para os outros que aqui é o meu spa, por que é um sossego aqui e eu fico fazendo o que eu gosto. Por que você fica em casa só naquela mesmice e aqui eu tenho uma atividade. Quem sabe no futuro eu não consigo ter uma renda, a gente tá tentando se inserir no mercado”. Para se associar à instituição, é necessária a apresentação dos documentos pessoais, comprovante de endereço e de aposentadoria ou pensão. Segundo Valquíria, pessoas que não são aposentadas ou pensionistas, maiores de 40 anos, podem se associar. As mensalidades variam entre R$ 9,00 e R$ 12,00.
AMIGAS DO PEITO, INIMIGAS DO CÂNCER
As Amigas do peito conseguem renda para manter o grupo participando de eventos onde vendem seus artesanatos. Elas aceiam doações de materiais artísticos.
Peito há 5 anos. Para ela, o grupo a ajudou a enfrentar seu segundo câncer de mama. Relata, ainda, que a associação conta agora com o Projeto Fortalecer, idealizado e coordenado pela psicóloga Luciana Biem. Esse projeto oferece apoio psicológico para mulheres em tratamento ou no pós-câncer de mama.
Além de realizar reuniões semanais, a associação também organiza grandes ações de conscientização sobre esse tipo de câncer, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), já atingiu cerca de 60.000 mulheres apenas em 2018. Em outubro, há a tradicional campanha do “Outubro Rosa”, com o objetivo de informar sobre o câncer de mama e proporcionar maior acesso a serviços de diagnóstico. Nesse mês, o grupo trabalha em dobro a fim de realizar eventos que alertem e informem sobre a prevenção dessa doença. Um dos eventos organizados é o Mutirão da Mama, no qual médicos voluntários fazem exames clínicos em mulheres, e agendam mamografias para que tenham acesso a diagnósticos e se previnam. As reuniões do grupo são sempre de terça à quinta-feira, das 14 às 17 horas na Itens feitos e distribuídos para mulheres que vão sede que fica na operar. A Sacola é para o dreno e o coração é um Rua Monsenhor apoio para que o braço não encoste na mama. Claro, 11-62, Vila Fotos: Anne Hernandes Mesquita, Bauru.
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ESPECIAL UNESP GIOVANA ORSARI E MILENA ALMEIDA
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revitalização de espaços públicos - escolas, asilos e ONGs - por meio de trabalho voluntário no ambiente acadêmico é o objetivo do projeto Ao Vivo e em Cores. Cada uma das ações envolve cerca de 200 voluntários, conta Daiane Tadeu, coordenadora de comunicação desse projeto da Unesp Bauru . O projeto Ao Vivo e em Cores foi criado em 2012 durante a Semana de Engenharia (Semeng) e visava gerar integração entre os universitários da Unesp e a comunidade bauruense com a revitalização do Parque Vitória-Régia. Porém, no dia seguinte ao da ação algumas partes da escadaria que receberam a intervenção foram danificadas. A partir desse ocorrido percebeu-se a necessidade de alterar seu propósito e houve algumas mudanças na forma de abordagem;
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hoje há maior envolvimento com a comunidade que vive ao redor do espaço a ser renovado. A organização do Ao Vivo tem 53 membros e é dividida em 9 setores: Artístico, Captação, Comunicação, Coordenação Geral, Execução, Externas, Finanças, Gestão de Pessoas e Oficinas. Os envolvidos são fundamentais para que a iniciativa alce vôos cada vez maiores, pois hoje o Ao Vivo não é mais um projeto de extensão da Unesp, é uma entidade quase que independente da universidade. A arrecadação de verbas para a realização das ações é feita pelos próprios membros, segundo Daiane Tadeu. São feitas vendas de brigadeiros, sonhos, geladinhos e chaveiros, além da promoção de eventos como shows e festas. Durante os 6 anos de existência do projeto Ao Vivo e em Cores, já se interviu em
roduzir conteúdo áudio-descritivo a partir de obras não acessíveis ao público que possui deficiência visual, este é o propósito do Biblioteca Falada, um projeto de extensão exclusivo da Unesp Bauru, pertencente à Faculdade de Artes, Arquitetura e Comunicação. O objetivo central da organização é “trabalhar justamente pelo direito ao acesso à informação”, segundo o membro da área administrativa do projeto, o aluno Guilherme Magalhães, já que assegurar este alcance à informação “é uma coisa que ainda está em falta no campo da acessibilidade”. Atualmente, a produção do BF é realizada por membros do corpo estudantil da Unesp, de acordo com a demanda dos assistencializados pela associação coligada ao projeto, o Lar Escola Santa Luzia para
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riado para promover a inserção de trabalho voluntário no ambiente acadêmico, o Centro de Voluntariado Universitário (CVU) é um projeto nacional que permite que o corpo docente é o estudantil participe de ações solidárias na comunidade onde o campus que adota o projeto está inserido. Atualmente o CVU possui oito núcleos de realização: nas cidades paulistas de Bauru, Franca, Limeira, Ribeirão Preto e São Carlos, nas mineiras Uberaba e Uberlândia e na paranaense Maringá, todos eles são coordenados e mantêm contato através do CVU Brasil, órgão central da organização. Na cidade de Bauru, o núcleo nasceu na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” no ano de 2013 por iniciativa da estudante Gabriela Paschoeto. Segundo a
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Cegos. Segundo Guilherme Magalhães, as produções envolvem áudio-descrição “com locução de documentos escritos ou imagens”, mas não se restringem aos produtos áudio-descritivos, como salienta Camilla Florençano, membro do núcleo administrativo, “a nossa devolutiva é o diferencial porque a gente não trabalha só com o lar, tem vários alunos do Biblioteca Falada que fazem pesquisa científica sobre acessibilidade na comunicação, nós temos parceria com a TV Unesp e estamos fechando uma com a Secretaria de Ensino também”. A organização, visa futuramente expandir a disponibilização deste serviço a mais instituições sociais e outras cidades do estado paulista “colaborando ainda para desenvolver as aptidões de audição e aquisi-
líder de marketing do CVU Bauru, Ana Harumi, a criação de uma filial do Centro tinha a intenção de “inserir a cultura do voluntariado dentro da universidade”. Ana conta que o surgimento do primeiro núcleo do Centro de Voluntariado se deu entre universitários de Ribeirão Preto que sentiam falta desse tipo de ação social dentro da faculdade. Como ramificação deste projeto, a sede bauruense segue o propósito inicial e busca inserir na Unesp a possibilidade de que a comunidade acadêmica participe de ações sociais. Atualmente, cerca de 32 membros se dividem entre as diretorias de Marketing, Administração/Financeiro, Gestão de Pessoas, Relacionamento, Cultura Voluntária e Executivo, sob a coordenação de Ana Sartarelli. As ações realizadas pelo CVU Bauru
nspirar as pessoas a melhorar o mundo por meio do empreendedorismo é um dos objetivos da Enactus, organização internacional sem fins lucrativos que atua em 36 países. Em cada país há uma rede de estudantes, líderes executivos e líderes acadêmicos que formam uma plataforma para que os universitários criem projetos de desenvolvimento comunitário e a finalidade é o foco na capacidade e talento das pessoas. A Unesp Bauru é sede de um núcleo há 4 anos, tem cerca de 40 membros que se dividem entre as diretorias de prospecção, comunicação, qualidade, gestão de pessoas, financeira e jurídica, como explica a vice-presidente da Enactus Bauru, Eleonora Fonseca. Os projetos que o núcleo bauruense da Enactus realiza têm como pilares
mais de 10 entidades da cidade de Bauru. A mais recente foi a Escola Estadual Professora Maria Eunice Borges de Miranda Reis, no Parque Jaraguá. A revitalização durou um ano inteiro, além das pinturas nas paredes foram feitas oficinas de foguetes com as crianças, jogos interclasses, festa junina, festa da família e construção de um banco para o pátio com técnicas de bioconstrução. Para ser contemplada com uma ação, a escola, asilo ou ONG deve preencher o edital que o Ao Vivo e em Cores anualmente posta em sua página no Facebook (facebook.com/aovivoeemcores). O período de inscrições para o próximo ano se encerrou dia 31 de setembro; as próximas entidades a serem revitalizadas, em 2019, serão divulgadas no final de novembro. ção de conhecimentos, fundamentais para a inclusão social e o exercício cidadão” de acordo com o site institucional do BF. O funcionamento do projeto se baseia na divisão de funções entre as áreas: Produção (a qual engloba as equipes de Roteiros, de Locução, de Edição e de Áudio-descrição) e Administração (que engloba as equipes de Administração, Gestão de Pessoas, Comunicação, Coordenação da Produção e Tecnologia e Informação). No momento o projeto conta com 40 membros sob a coordenação da Professora Doutora Suely Maciel. Para ser um membro do Biblioteca Falada, é necessário pertencer à comunidade acadêmica da Unesp Bauru e se submeter a um processo seletivo anual, geralmente durante o início do primeiro semestre letivo.
são divididas em dois tipos de projetos: os inseridos no programa semente, de caráter mais pontual que trabalham com ações em instituições de Bauru, e os que fazem parte do programa vivência voluntária, de caráter contínuo, realizados em várias edições com duração de até dois meses. Com base nos sete valores que regem a organização (Abnegação, Amor, Colaboração, Respeito, Proatividade, Organização e Comprometimento), os núcleos do Centro visam a expansão do projeto a todos os estados brasileiros. Para ser um membro do CVU é necessário fazer parte da comunidade acadêmica em que o projeto está inserido e ser aprovado por meio de um processo seletivo da organização realizado com o corpo estudantil da Unesp no início dos semestres letivos.
fundamentais a comunidade, a sustentabilidade ambiental e o empreendedorismo. As ações realizadas por cada núcleo são independentes entre si. A Enactus Bauru, por exemplo, mantém atualmente 3 projetos ativos que são feitos a partir das demandas das comunidades em que serão implantados; os atuais são: Ubiraci, Zagros e o Saúde Embalada. O Ubiraci incentiva a reciclagem de madeira, valoriza e estimula o trabalho de pessoas por meio da marcenaria. O Zagros leva a conscientização ambiental e alimentar para as comunidades com a implantação de hortas comunitárias. O Saúde Embalada é o antigo projeto “Arqué” que recolhia óleos usados e os transformava em sabão em barra, e atualmente ensina mulheres do Jardim Nicéia
a fazer saladas saudáveis, que são embaladas e vendidas na Unesp e redondezas. O propósito dos projetos da Enactus é o incentivo ao empreendedorismo e ensinar a emancipação financeira aos assistidos pelos projetos. Para serem efetivos nas sugestões e gestões das iniciativas, todos os membros da organização fazem cursos e as reuniões são semanais. Para fazer parte da equipe da Enactus Bauru é necessário fazer parte da comunidade acadêmica em que o projeto está inserido e ser aprovado no processo seletivo realizado comumente no final do ano letivo. O processo para 2019 já está em andamento, porém as inscrições acabaram em novembro. Para mais informações, Facebook: facebook.com/enactusbauru