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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 ESTUDO DE CASO – ASSOCIAÇÃO CULTURAL NAMASTÊ
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Figura 1 – Sala de dança, Associação Cultural Namastê
Fonte: Arquivo da Associação, 2020
A Associação Cultural Namastê desenvolve projetos socioculturais com o objetivo de promover a inclusão através da arte e da educação, por meio da linguagem da dança. A Associação, fundada em 2008 pela psicopedagoga Luciana Vitor, atende pessoas de diferentes idades e deficiências. Sua metodologia tem por finalidade estabelecer mecanismos que favoreçam a inclusão social por meio da dança, de modo a ampliar possibilidades de relações e descobertas das potencialidade humanas, promovendo que busquem o respeito à dignidade da pessoa e aceitação da deficiência como parte da diversidade e da condição humana, promovendo ações que possibilitam a paz, a cidadania, os direitos humanos e a ética.
Situada na 3ª avenida do Núcleo Bandeirante – DF, em um meio predominantemente residencial, com proximidade a outras instituições educativas e culturais, como a Escola Classe 03 do Núcleo Bandeirante e a Casa da Cultura.
A sede da associação se encontra em um lote residencial de esquina, que passou por adaptações para atender ao novo uso, como escola de dança, mas ainda apresenta aspectos negativos como planta baixa compacta, a pouca acessibilidade em suas fachadas e não dispondo de entrada de luz nem de ventilação natural, ou de vista para a natureza. Possui pouca ligação com o exterior, principalmente para a vista do canteiro central arborizado da 3ª avenida.
O estudo de caso idealizou como prioridade a análise do ambiente escolhido, de forma a distinguir os pontos positivos e negativos do mesmo. Para a análise crítica foi desenvolvido o quadro abaixo dispondo quais os pontos positivos e negativos encontrados no estudo da edificação, com propostas de possíveis soluções, a partir dos fatores levados em consideração ao criar um ambiente rico didaticamente pela NeuroArquitetura e biofilia.
Figura 2 – Fotos da Associação Cultural Namastê
FACHADA LATERAL SALA DE DANÇA
ENTRADA SALA DE DANÇA
Fonte: Própria, 2020
Tabela 1 – Análise crítica
Luz e ventilação natural Pontos positivos Pontos negativos Como solucionar
Por ser uma edificação de esquina a fachada lateral voltada para sudeste, recebe vento do outono / verão e luz matinal A sala de dança não possuí iluminação ou ventilação natural, sendo necessário o uso de iluminação artificial durante as aulas. Criar aberturas na fachada lateral, voltada para sudeste, possibilitando a ventilação e iluminação natural.
Percepção do clima
A cobertura em telha de fibrocimento torna o ambiente mais abafado por não permitir a troca de calor com o exterior. Tornando o ambiente mais incomodo.
Vegetação Posicionada lateralmente a uma avenida com canteiro arborizado, com árvores de diversas espécies, dentre elas frutíferas A sala de dança não possuí vista livre para nenhum elemento natural
Cor A instituição faz uso de cores vibrantes deste na sua decoração até nas roupas tipicamente ciganas utilizadas durantes as aulas, estimulando positivamente as crianças e tornando o ambiente mais alegre
Texturas e Formas
A sala de dança possuí piso cerâmico com recortes e podendo ser escorregadio, Em geral é recomendável a estúdios de dança pisos amadeirados (trazendo como
Troca das telhas para outras de materiais mais frescos como a cerâmica, com melhor dissipação de calor. Ou a instalação de uma manta térmica por baixo do telhado existente, tornando o ambiente menos abafado Criar aberturas na fachada lateral para se ter uma vista do canteiro arborizado. Criar uma horta acompanhando o passeio de pedestres no exterior com ligação a sala de dança. Utilizar elementos naturais na sala de dança como decoração (flores, bancos e piso de madeira...)
Som Por se localizar em um meio predominantemente residencial, não possuí ruídos externos em nível elevado
Cheiro
por ser um piso frio ele também se tona incomodo ao contato direto com os pés descalços, o que dificulta a prática de algumas atividades durante a aula. A sala de dança não possuí tratamento acústico, sendo um potencial gerador de ruído na vizinhança durante as aulas.
O ambiente não possuí cheiro característico, mas está próximo de uma via de carros que pode trazer poluição. Trazer ao ambiente cheiros que se tornarão parte da memória olfativa de seus alunos, preferencialmente naturais, como de plantas em uma horta, estimulando o relaxamento.
Fonte: Própria, 2020
bônus a textura natural da madeira) ou em linóleo (um revestimento emborrachado e menos deslizante). Para trazer mais texturas também pode utilizar móveis em madeira. O ambiente interno da sala de dança deve ser isolado e tratado de forma a evitar as transmissões de ruídos para o exterior. Por meio de materiais isolantes como madeira maciça, blocos de cimento, tijolos, mantas de borracha, tapetes espessos, vidros, dentre outros.
Figura 3 – Sala de dança, Associação Cultural Namastê. Propostas de enriquecimento do ambiente utilizando a NeuroArquitetura e a biofilia.
Fonte: Própria, 2020
4.2 PROBLEMÁTICAS DAS ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, CULTURAIS E
ESPORTIVAS
A Associação Cultural Namastê foi escolhida de forma a representar a situação atual de grande parte das organizações sociais culturais e esportivas, voltadas a atender o público infantil. A maioria destas organizações não possuem sede própria e encontram como única alternativa a ocupação espaços de forma adaptada para realização de suas atividades. A própria Associação Cultural Namastê, objeto deste estudo de caso, se encontra atualmente em uma área alugada de uso originalmente residencial.
O impacto de um projeto social na comunidade, assim como a arquitetura, pode ser mensurado pelo bem estar social e melhoria da qualidade de vida da mesma. Um importante público atendido por estas instituições são crianças e jovens em alguma situação de vulnerabilidade e risco, projetos sociais que trabalham com esportes, artes e educação são essenciais para formação destes como cidadãos, gerando a ideia de inclusão, igualdade e respeito ao próximo, valores que contribuem para formação do caráter. Muitas vezes, esses projetos são as únicas oportunidades que os jovens têm de conhecer preceitos importantes como: cidadania, ética, responsabilidade social, integridade, justiça, respeito, família e crescimento humano.
Essas organizações fomentam atividades no contraturno escolar de crianças e adolescentes, que de outra forma não teriam acesso a outras atividades extracurriculares. Porém, a grande maioria destas instituições não oferecem espaço físico adequados para a prática de suas atividades.
A arquitetura se mostra preocupada em projetar a melhor forma para atender esses usuários. O uso de diretrizes e conceitos da NeuroArquitetura e da biofilia (como iluminação e ventilação natural, tratamento acústico, uso correto das cores, uso de texturas e elementos naturais, equipamentos adequado para a estatura, dentre outros) são uteis para melhorar o espaço físico dessas organizações, melhorando a qualidade de vida dessas crianças e criando um ambiente rico didaticamente para o seu desenvolvimento.
O ambiente, seja ele construído ou natural pode afetar o humor, a produtividade ou o foco, impactando tanto o indivíduo quanto a comunidade.
Como sociedade, devemos entender melhor e considerar adequadamente as necessidades das pessoas, que podem variar amplamente, dependendo de diversos fatores como, características físicas e mentais, cultura e idade. É necessário ampliar os requisitos e os atributos do design inclusivo, apoiar todos os tipos de usuários e ajudar a desenvolver seu melhor potencial deve ser uma prioridade para a nossa sociedade.
O Objetivo desta análise é demonstrar como o ambiente dessas organizações socioculturais devem oferece espaços propícios a atender às necessidades distintas de seus usuários específicos, utilizando os aspectos encontrados na NeuroArquitetura e na biofilia, visando ajudar a integrar melhor as crianças no ambiente de aprendizagem, para que possam alcançar a independência máxima, um senso de segurança e sua integração mais completa na sociedade.