Primeiras tentativas para compreender a natureza do calor Michael Fowler, Universidade da Virgínia, 3 de Junho de 2008
Quando o calor flui, o que é que está exactamente a fluir? No fim do século XVIII, as experiências de Fahrenheit, Black e outros tinham estabelecido uma forma sistemática e quantitativa para medir temperaturas, fluxos de carlor e capacidades térmicas - mas isso não trouxe nenhuma informação nova no que estava a fluir. Esta era uma altura em que o estudo da electricidade estava em voga, iniciado na América por Benjamin Franklin, que sugeriu em 1747 que a electricidade era um fluido (invisível) - tinha sido previamente sugerido que existiam dois fluidos, correspondentes aos dois tipos de carca eléctrica observados.
Teoria do Fluido Calórico de Lavoisier Quiçá o calor fosse um desses fluidos invisíveis? Em 1787, Lavoisier, o fundador francês da Química moderna, pensava assim, e chamou-lhe o fluido calórico, da palavra grega para calor. (Lavoisier foi o primeiro a tentar gerar uma tabela de elementos, para substituir os elementos antigos de terra, água, ar e fogo. A sua lista de trinta e três elementos incluía o hidrogénio, oxigénio, enxofre, carbono , etc, mas também incluiu o calórico - e a luz.) Lavoisier e sua esposa, por David, de Wikimedia Commons
A existência de um tal fluido era bastante plausível - o calor fluía de um corpo quente para um corpo frio, e as experiências calorimétricas quantitativas de Black e outros pareciam estabelecer que o calor era uma quantidade conservada, tal como se esperaria de um fluido. Podemos também perceber alguns dos efeitos conhecidos do calor em termos de um fluido, e estabelecer algumas das propriedades do fluido. Por exemplo, dado que este tendia a fluir de corpos quentes para corpos frios, presumivelmente as suas partículas repeliam-se umas às outras, tais como as do fluido eléctrico. No entanto, contrastando com a electricidade, que não tinham nenhum efeito observável na aparência de um objecto carregado, quand era adicionado calor a um sólido as coisas mudavam consideravelmente. Primeiro o material expandia, depois mudava para um líquido e finalmente para um gás, se suficiente calor fosse fornecido. Aquecendo ainda mais iria expandir o gás, ou aumentaria a sua pressão se este fosse mantido num contentor (de volume fixo). Para interpretar esta sequência de eventos e termos de um fluido calórico a ser alimentado a um material, poder-se-ia imaginar o fluido a fluir entre os átomos do sólido e diminuindo a sua atracção um pelo outro, até que o sólido derretesse para líquido, onde o calórico continuaria a acumular-se à volta dos átomos até que estes fossem soltos num