Destaquerural 7ªedicao

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Informação com propriedade

Julho e Agosto | 2014 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

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EDITORIAL

CIRCULAÇÃO

Política Em plena campanha eleitoral o Agronegócio está em Destaque nos projetos dos principais candidatos e não era para ser diferente. Um setor que gera um terço dos empregos em nosso país, é responsável por mais de 20% do PIB, fornece comida barata e de qualidade para 200 milhões de habitantes e gera um excedente exportável que garante um ingresso de U$$ 100 bilhões de divisas deve realmente estar na pauta e não somente dos políticos, mas da população em geral, que com estes números está dando muito mais valor para o campo.

Tapejara Santa Bárbara do Sul

Trigo Que o trigo é uma importante cultura para economia e alimentação da população todos sabem. Porém, o trigo gaúcho não é tratado com o devido valor pelos governantes. O produtor sofre com os altos custos de produção, preços baixos, riscos climáticos e a falta de atenção do governo, que com mais de 800 toneladas do grão, acumuladas no Rio Grande do Sul, liberou a TEC para importação do cereal pela indústria, beneficiando os moageiros do Nordeste. Cansados de esperar pelo poder público, o Sindicato Rural de Passo Fundo, através de sua Comissão de Grãos, liderada por Júlio Carlos Susin e João Batista, junto com a Farsul, através da Comissão do Trigo, encabeçada pelo produtor rural Hamilton Jardin, arregaçaram as mangas e trabalham um projeto para criação de um fundo privado. Com isso, busca-se reunir recursos, criar um mecanismo de avaliação de qualidade, desenvolver o mercado internacional do cereal e melhorar as questões logísticas para escoar o trigo gaúcho. Parabéns pela iniciativa! Leonardo Wink Diretor

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EXPEDIENTE

#edição 7 #Ano II #julho e agosto Editora Riograndense CNPJ 17.965.942/0001-07 Inscrição Municipal 66829 Endereço Rua Cacilda Becker, 30 Boqueirão Cep 99010-010 Diretor Leonardo Wink Jornalista Responsável Fabiana Duarte Rezende (MTB 14633) Jornalistas Fabiana Duarte Rezende Rodrigo Accorsi

Colunistas Gilberto Cunha Elmar Luis Floss Projeto Gráfico e Diagramação Cássia Paula Colla Revisão Débora Chaves Lopes Comercial Leonardo Wink Impressão Gráfica Tapejarense Contatos leonardowink@destaquerural.com.br redacao@destaquerural.com.br

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ÍNDICE ESPECIAL

OLIVICULTURA

Maior produção nacional é gaúcha

OPINIÃO

As mãos que levantaram um IMPÉRIO

CT& Bio

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Gilberto Cunha

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A utopia da revolução verde

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EVENTOS

CAR Prazo para cadastro

Encontro reúne público recorde

Drones a serviço das lavouras

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DESTAQUE EMPRESAS

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TECNOLOGIA

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ERVA MATE

Tradição impulsiona produção no Estado

Elmar Luiz Floss Agronegócio, o principal negócio brasileiro 42

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Fundação Pró-Sementes: 15 anos promovendo o desenvolvimento do agronegócio brasileiro

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LEITE Georreferenciamento:

qualidade e economia

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CT& Bio

Gilberto Cunha

gilberto.cunha@embrapa.br

Pesquisador do Laboratório de Meteorologia Aplicada à Agricultura - Embrapa Trigo

A UTOPIA DA REVOLUÇÃO VERDE

A

mor sem limites e ódio ao extremo, são os dois sentimentos que costumam permear os debates sobre um período da história da agricultura mundial (1960-1980) que ficou conhecido por Revolução Verde. E, quando sentimentos se sobrepõem à razão, questões de base são deixadas de lado, impedindo que se tenha uma visão clara dos acontecimentos, suas causas e consequências. O distanciamento, no tempo e no espaço, nos faculta, hoje, uma posição de expectadores privilegiados do fenômeno. Entender a Revolução Verde, de forma não passional, é a proposta deste texto. A Revolução Verde fundamentou-se no uso de tecnologia em agricultura, com vistas à elevação de rendimentos, envolvendo, particularmente, novas cultivares, maior quantidade de adubo e uso intensivo de água. Eram, acima de tudo, as idéias de Mendel (e suas leis) postas em prática na clássica tríade “sementes, nitrogênio e água”. Por que isso aconteceu? Não há explicação única, mas sim redes de explicações. Para começar, devemos desmistificar ideias erradas ou distorcidas. E a primeira delas é essa: “A Revolução Verde nos países pobres seria resultante da ajuda humanitária das nações ricas”. Em parte sim, mas não totalmente. Outra: “A Revolução Verde foi uma estratégia das corporações multinacionais para vender adubos e pesticidas.” Essas empresas, certamente, encontraram na Revolução Verde uma motivação para vender seus produtos, mas a iniciativa não partiu delas. Ainda: “A Revolução Verde foi um fenômeno exclusivo dos países pobres.” Totalmente falsa, foi um fenômeno global. E, os questionamentos: “A Revolução Verde foi um fracasso ou um sucesso?”, “A Revolução Verde exacerbou a fome no mundo?” e “A Revolução Verde acabou?”. Respostas: Depende do critério de sucesso. Por um lado aumentou a produção de 6 |

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alimentos, mas não acabou com a fome, pois a proposta apenas tangenciou a questão da pobreza. Mas, certamente, não foi uma tragédia como apregoam muitos (poderia ter sido pior!). Quanto à resposta para a pergunta sobre o fim da Revolução Verde, vale dizer que acabou no sentido de que não é mais novidade. Tornou-se a prática padrão na agricultura mundial. Neste começo de século 21, começou a ganhar espaço novas ondas: a “Blue Revolution”, envolvendo a melhor exploração da produtividade da água em agricultura, e a “Gene Revolution”, realçando as potencialidades da biologia molecular para o aumento de produção mundial de alimentos. São simples (e às vezes até simplistas) as conjecturas históricas necessárias para o entendimento dos bastidores da Revolução Verde. Entram no jogo, nos tempos da Guerra Fria, teorias de segurança nacional e ações dos Estados Unidos da América para combater possíveis insurreições comunistas ao redor do mundo. O fantasma de Malthus “gritando” que a humanidade tende à miséria pela imprevidência da força da reprodução humana levou muita gente a acreditar que o crescimento populacional em alguns países pobres era demasiadamente elevado e que se tornaria insuportável. Da superpopulação para a fome e a suscetibilidade ao comunismo, na visão dos americanos, era apenas um passo. Assim, efetivamente, os governos dos Estados Unidos da América, Reino Unido, México e Índia usaram o aumento da produção de alimentos como estratégia de segurança nacional. Cada qual com suas motivações. Estados Unidos para combater os comunistas. Reino Unido para reconstruir sua economia combalida pela Segunda Guerra Mundial e de olho no comércio dos excedentes. México para aumentar suas reservas (diminuindo importações) e influências na América Latina.

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Índia para se recuperar do atraso deixado pelo imperialismo britânico e enfrentar a guerra com o Paquistão, além das catástrofes climáticas. Portanto, não há dúvida que planejadores econômicos e líderes políticos viram na Revolução Verde e no aumento da produção de alimentos uma dimensão de segurança nacional, que não se restringiu aos países pobres (terceiro mundo, como se chamava na época). O termo Revolução Verde (Green Revolution) foi cunhado em 1968 por William S. Gaud, diretor da United States Agency for Internacional Development (USAID), para descrever o aumento na produção de alimentos a partir da transferência de tecnologia associada com a introdução de novas cultivares de trigo e de arroz na Índia, no Paquistão e em outras partes do mundo pobre. Para Norman Borlaug, cientista símbolo do movimento, a Revolução Verde representou uma nova era para a pesquisa agrícola, baseada em princípios modernos de genética e melhoramento de plantas, manejo de cultivos e economia, com vistas ao desenvolvimento de soluções tecnológicas para os problemas dos agricultores. Há quem afirme que a maior contribuição da Revolução Verde foi, pela elevação do rendimento dos cultivos, preservar áreas que teriam de ser usadas para a produção de alimentos, frente ao crescimento da população mundial. Os ambientalistas contra-atacam, afirmando que a Revolução Verde, de fato, aumentou a dependência da humanidade pelos combustíveis fósseis, estreitou a base genética das plantas cultivadas e ampliou o uso de pesticidas na agricultura. O problema da fome no mundo não foi resolvido pela Revolução Verde, por envolver distribuição de renda (riqueza) e não produção de alimentos. É por isso que um mundo sem fome continua sendo uma utopia, na essência da definição de Quevedo: “Um lugar que não existe”.


OLIVICULTURA

Maior produção nacional é

GAÚCHA

Somente no RS, 100 propriedades rurais estão diversificando sua matriz produtiva com as oliveiras

Fabiana Rezende

C

om dez hectares plantados de oliveiras, o médico Pedro Dirceu dos Santos, de Bagé/ RS, aposta em um mercado que começa a ser fortemente explorado no Rio Grande do Sul, a olivicultura. Prestes a se aposentar nos atendimentos, ele diz que irá se dedicar à produção e espera boa lucratividade a partir da venda de azeite de oliva. Após observar o bom crescimento dos primeiros hectares, a intenção é usar mais trinta hectares com

a planta. “Vejo como um bom negócio tanto em lucratividade quanto em rendimento, além de haver facilidade de investimento. Hoje, importamos quase a totalidade do azeite consumido no Brasil, então temos um comércio potencial a ser aberto, além de bons compradores”. Ele ainda afirma estar com boas expectativas para o futuro. “Outros produtores me disseram que tem sido grande a busca pelo azeite de nossa região, que é de boa qualidade. Eles já são procurados por compradores no próprio local de produção”.

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propriedades rurais que estão diversificando sua matriz produtiva. Levando em conta que o Brasil importa anualmente 70.000 toneladas de azeite e produz menos de 1%, seria necessário, ao menos, 50.000 ha em produção para atingir a autossuficiência. Anualmente, o país despende cerca de US$ 400 milhões em produtos advindos da olivicultura. Porém, especialistas afirmam que o estado tem condições de produzir toda a demanda.

Com a área total plantada, Pedro Dirceu espera uma produção de 56 mil litros de óleo. “Uma árvore produz 25 quilos de grãos. Destes, são obtidos cinco quilos de azeite, ou cinco litros por pé. Em um hectare, são 280 árvores, o que significa 1,4 mil litros por hectare. Nos meus 40 hectares serão 56 mil litros”, explica. RS poderia atender toda demanda interna De acordo com a Emater, a olivicultura no Rio Grande do Sul já ocupa 1.200 hectares e é o estado brasileiro que contabiliza a maior produção. São 100 8 |

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Produção Hoje, existe produção de azeitonas na Serra da Mantiqueira (MG e SP) e na Serra Catarinense. A zona preferencial para o cultivo na América do Sul encontra-se entre os paralelos 30 e 45 Sul. No RS, a concentração de

Os azeites produzidos no RS têm sido premiados em concursos nacionais e internacionais. Toda a tecnologia de extração almeja a obtenção de Azeite Extra Virgem de elevada qualidade. Hoje existem TRÊS indústrias instaladas, até o final do ano serão CINCO, todas importadas da Itália.

produção está nas regiões Central e Campanha, onde se destacam os municípios de Cachoeira do Sul, Caçapava do Sul, Pinheiro Machado, Santana do Livramento e Encruzilhada do Sul. “A visão de empresários locais, que vislumbraram a olivicultura como excelente alternativa de renda e emprego, favorece para o crescimento dos cultivos nas zonas produtoras aliadas aos programas públicos de fomento como, por exemplo, Programa Brasil Próximo/ Olivais do Pampa. Esses empresários instalaram agroindústrias de extração de azeite em suas propriedades, o que serviu também de fomento à produção. A partir do zoneamento Climático e Edafoclimático, publicados pela Embrapa, delimitou-se as zonas recomendadas e preferenciais para o cultivo gaúcho. Nem todas as áreas têm aptidão agrícola para o cultivo”, informa o engenheiro agrônomo e mestre em olivicultura, Emerson Goulart Menezes, que também é coordenador técnico do Programa Brasil Próximo/Olivais do Pampa e secretário do Desenvolvimento Rural da Prefeitura de Bagé (RS).

Consumo direto A produção do Estado é destinada, em parte, para o consumo interno (restaurantes, mercados públicos, vendas online, boutiques), mas o grande volume vai para as grandes redes de supermercados (Pão de açúcar, Zaffari e Walmart). “Como o produto final obtido é azeite extra virgem, de elevado valor comercial, o objetivo é o consumo direto. As indústrias se interessam por outros produtos e subprodutos da olivicultura”, diz Menezes. Ainda, segundo o especialista, a comercialização está muito boa e os estoques de produto não chegam durar o período de entressafra, em função da pouca oferta e grande demanda.

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Futuro Para o coordenador técnico do Programa Brasil Próximo/Olivais do Pampa, a expectativa é que no RS o aumento seja linear, uma vez que o Plano Safra, do Governo Federal, já disponibiliza aos produtores linhas de crédito específicas para a olivicultura, com dez anos para pagar e três anos de carência. Segundo ele, a meta do governo é redução da importação em 30% nos próximos quatro anos e aumento na área plantada em 1.000 ha/ano.

Preço O preço é regido pela lei da oferta e procura e também pelas oscilações dos mercados internacionais (Bolsas de Jaen(ESP) e Bari(ITA)). “Claro que, se formos comparar os preços encontrados nas prateleiras de supermercados com os praticados nas nossas agroindústrias, os nossos são bem mais elevados. Mas isso tem explicação em função de se tratar de produto recentemente colhido (safra 2014), produto genuíno, autêntico e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA)”, revela Menezes. Isso significa que o produto não possui adição de qualquer outra gordura vegetal e de elevada qualidade, em função da presença de polifenóis (antioxidantes naturais) e da realização da no melhor momento.

O produtor está satisfeito? “Creio que sim, hoje o produtor tem acesso a crédito específico, assistência técnica qualificada (Prefeituras/Emater) em cursos no exterior, inclusive. Têm acesso às cultivares melhores adaptadas e um grande mercado consumidor a ser explorado, apesar do baixíssimo consumo per capta (0,200 kg). São grandes as perspectivas de ganhos em função da alta rentabilidade/área e possibilidade de integração com pecuária (ovinocultura)”. Produção Para uma boa produção é necessário aliar condições climáticas (chuvas e frio), condições de solo (profundidade e textura) e cultivares (base genética) adequados. A metade Sul do RS tem potencial para grande parte da produção nacional, aliando à alta qualidade dos produtos obtidos. Diferentemente de outras épocas, os novos olivais estão sendo introduzidos com as mais elevadas tecnologias, as mesmas adotadas em países como Itália e Espanha.

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EVENTO

Encontro de Produtores de Sementes reúne público recorde dente da CSM/RS, e de Francisco Natal Signor, superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no RS.

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ntre os dias 11 e 13 de agosto de 2014, o III Encontro de Produtores de Sementes do RS e Treinamento de Responsáveis Técnicos reuniu mais de 400 pessoas em Santana do Livramento, número que consolida o crescimento anual do evento. “O encontro surpreendeu positivamente pela efetiva participação do público, principalmente dos responsáveis técnicos”, avalia Antonio Eduardo Loureiro da Silva, presidente da Comissão de Sementes e Mudas do RS (CSM/RS) e diretor da Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do RS (APASSUL), responsável pela organização do evento. “Acredito que a programação, que foi elaborada com muito esmero, atingiu os resultados esperados, 10 |

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despertando o interesse dos participantes”, complementa. Homenagem Na noite do dia 11, a CSM/RS concedeu ao obtentor Ottoni de Sousa Rosa o Prêmio Mérito pelo Empreendedorismo em Sementes. Engenheiro agrônomo e mestre em melhoramento de plantas, o homenageado dedicou mais de 50 anos à produção de sementes e ao desenvolvimento de cultivares de trigo, atuando na iniciativa pública e privada. Foi chefe geral da Embrapa Trigo de Passo Fundo e é fundador da empresa OR Sementes. Ottoni de Sousa Rosa recebeu uma placa de bronze e uma medalha de ouro das mãos de Antonio Eduardo Loureiro da Silva, presi-

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Cooperativismo O papel do sistema cooperativo gaúcho no processo de pesquisa e produção de sementes foi o tema discutido no primeiro painel do evento. A mesa contou com a presença de Paulo Pires, presidente da Fecoagro, Gelson Melo de Lima, da Cotrijal, e André Barreto, da Fearroz. Os debatedores destacaram a importância da semente como vetor de difusão de tecnologias no campo e a ligação direta deste insumo com o setor cooperativo. Também defenderam o pagamento de royalties como forma de retroalimentar o sistema e remunerar a pesquisa. Arroz Irrigado Ricetec, Bayer e Basf apresentaram suas novas tecnologias para a cultura do arroz irrigado. A qualidade da semente foi destacada como um fator essencial para o bom desenvolvimento das lavouras e para a obtenção de um produto com as características exigidas pelas indústrias. Por outro lado, as plantas daninhas foram apresentadas como um dos principais problemas enfrentados pelos orizicultores. Neste contexto, a rotação com a soja foi destacada como uma alternativa viável em algumas áreas do RS. Forrageiras Cristiano Gotuzzo, do Senar/RS,


debateu com o produtor Gedeão Avancini Pereira a produção de sementes de forrageiras na integração lavoura-pecuária. O sistema foi apresentado como uma forma de agregar uma terceira renda à propriedade, juntamente com a criação de gado e o cultivo de soja, diversificando a produção e escalonando o lucro. Legislação O coordenador de sementes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, André C. Peralta da Silva, apresentou obrigações, direitos e penalidade previstos na legislação brasileira de sementes. De acordo com ele, no Rio Grande do Sul, a fiscalização está focada no combate à clandestinidade e à pirataria. “A taxa de conformidade é alta e a maioria das penalizações é aplicada para quem está fora do sistema legal”, informou Silva. A produtora de sementes Verônica Bertagnolli, da Sementes e Cabanha Butiá, ressaltou a importância do apoio do Ministério aos sementeiros

e questionou o aumento do valor da taxa de inscrição de campos de produção. Ela e o responsável técnico da Van Ass Sementes, Mário Gallas, criticaram a concorrência gerada pela semente salva para uso próprio. “No RS, a maioria das sementes é salva; por isso, o produtor de sementes tem que fazer um insumo melhor que o dos agricultores”, enfatizou Gallas. Trigo De acordo com o chefe-geral da Embrapa Trigo, Sérgio Dotto, apenas 19% da área destinada a culturas de verão no RS é utilizada para o cultivo de inverno, o que demonstra o potencial de crescimento do trigo no estado. Dotto debateu a produção de sementes de trigo e sua correlação com a qualidade industrial do grão com representantes da CCGL Tec, da Biotrigo e da OR Sementes. Com a demanda da indústria moageira por trigo para panificação, os produtores passaram a procurar cultivares com as características exigidas pelos moinhos. Nesse sentido, o triticultor está

buscando atingir bons resultados não apenas em produtividade, mas também em qualidade. O pesquisador da Embrapa Trigo e professor da Universidade de Passo Fundo, Osmar Rodrigues, palestrou sobre ecofisiologia aplicada à produção de sementes de trigo. Tratamento Industrial Tema que gerou uma rica discussão durante o evento, o tratamento industrial de sementes foi o assunto tratado por José Neumar Francelino, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Rodrigo Minguini, da Bayer, Antonio Eduardo Loureiro da Silva, diretor da APASSUL, Efraim Fishmann, presidente da APASSUL e produtor de sementes, Hamilton Jardim, da Farsul, César Ferreira, do CREA/RS, Rita de Cássia Crasselli, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do RS, e Gaspar Santada, da Sociedade de Agronomia do RS (SARGS). Foram levantadas questões referentes legislação de sementes, ambiental e trabalhista, além de recomendações técnicas, receituários agronômicos, uso e comércio. O setor sementeiro se mostrou interessado em buscar esclarecimentos acerca do tema. Por isso, foi proposta a criação de uma comissão com representantes de entidades estratégicas para discutir a questão e propor uma legislação sobre a semente tratada. Soja na metade sul do RS O preço da soja foi apontado como um dos principais motivos da ampliação do seu cultivo em áreas da metade sul do Rio Grande do Sul. Representando a Cooplantio, Gaspar Santana, lembrou que a rotação da oleaginosa com o arroz contribui para o controle

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do arroz vermelho. De acordo com ele, cabe ao setor sementeiro buscar materiais aptos à região. Francisco Vernetti Junior, da Embrapa Clima Temperado, disse que o caminho para o desenvolvimento da cultura é o melhoramento genético para que sejam identificadas cultivares com tolerância à seca e ao excesso hídrico. Ele também apresentou estratégias de manejo da água, como a drenagem por meio de camalhões de base larga, sistema indicado pela Embrapa para áreas planas e de declives uniformes. Cleiton Steckling, da CCGL Tec, afirmou que a cultura de soja em terras baixas possui um potencial muito grande, mas é preciso dominar a área e o sistema de drenagem. De acordo com ele, o manejo de solo é um dos fatores determinantes no desenvolvimento da soja na metade sul. Steckling apresentou as cultivares resultantes da parceria da CCGL Tec com o Irga (Instituto Rio Grandense do Arroz). SIGEF e Mapas de Produção Representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Fundação Pró-Sementes, da APASSUL e do Irga conduziram o debate sobre o SIGEF (Sistema de Gestão da Fiscalização), as inscrições de campo, os mapas de produção e a certificação de sementes. O Fiscal Federal Agropecuário Francisco Gama esclareceu dúvidas sobre a inserção dos campos pelo SIGEF, pra12 |

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Antônio Eduardo Loureiro, Ottoni Rosa e Francisco Signor.

zos para encaminhamento das inscrições e taxas. Ele também ouviu sugestões dos participantes para aprimorar o sistema. O engenheiro agrônomo Jean Carlos Cirino, da APASSUL, apresentou o novo programa online de mapas de produção. Resultado da cooperação técnica entre Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Comissão de Sementes e Mudas do RS e APASSUL, o projeto conta com o apoio financeiro da Fundação Pró-Sementes. O site www.mapasdeproducao.com.br entra em funcionamento em 10 de setembro e ficará aberto por um mês para a inclusão dos mapas. O programa é aberto a todos os produtores de sementes do RS e as estatísticas serão encaminhadas para o Ministério. De acordo com Cirino, o objetivo é atender a uma demanda legal de forma simplificada. | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

Sobre o evento O III Encontro de Produtores de Sementes do RS e Treinamento de Responsáveis Técnicos foi promovido pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), através do SEFIA/ RS (Serviço de Fiscalização de Insumos Agrícolas/Superintendência Federal de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul) e CSM/RS (Comissão de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul), com o Apoio da APASSUL (Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul) e da Fundação Pró-Sementes de Apoio à Pesquisa. Contou com o apoio da ABRASEM (Associação Brasileira de Sementes) e da SAA (Seed American Association), bem como das entidades que constituem a CSM/RS: APASSUL, CREA/RS, EMATER, EMBRAPA, FARSUL, FEARROZ, FECOAGRO, FEPAGRO, FUNDACEP (CCGL Tec), FUNDAÇÃO PRÓ-SEMENTES, IRGA, MAPA (SEFIA e LANAGRO/RS), SARGS, SEAPA, SULPASTO, UFPel, UFRGS e UPF.


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ERVA - MATE

Tradição impulsiona produção no Estado Mesmo com o sobe e desce dos preços, RS continua ocupando primeiro lugar na produção nacional

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Julho ee Agosto Agosto -- 2014 2014 || Rio Rio Grande Grande do do Sul Sul || Ano Ano II II || nº nº 77 || Julho

Fabiana Rezende

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e mão em mão passa a cuia com o mate. A bebida integra os gaúchos e causa curiosidade em quem não está acostumado com um dos símbolos da tradição do Rio Grande do Sul. Todos os anos são utilizadas 70 mil toneladas somente para fazer o chimarrão no estado, que tem uma produção média da folha verde de erva-mate de 260,8 mil toneladas, colocando o RS em primeiro lugar no ranking nacional. “Nosso estado, com toda a certeza, não seria o mesmo sem o mate. É a árvore símbolo do RS e é um produto que nos orgulha muito, fazendo parte de nosso dia a dia e da nossa tradição, e vai além da cultura, pois é um produto com grande relevância social, econômica, ambiental e medicinal”, declara o presidente do Instituto Brasileiro da Erva-Mate (IBRAMATE), Alfeu Strapasson. No país, a produção também tem grande representatividade no Paraná, com 180,8 mil toneladas ao ano, Santa Catarina, com 69 mil toneladas ao ano e no Mato Grosso do Sul, com 2,4 mil toneladas ao ano (conforme dados do IBGE/2012).


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Consumo Em todo o país, não há como duvidar que o consumo esteja mais concentrado na região Sul. No RS, são nove quilos por habitante ao ano. No entanto, se essa comparação for feita com todo o Brasil, o número cai para menos de um quilo por habitante ao ano. “Temos o grande desafio de aumentar o consumo no Brasil e no mundo”, salienta Strapasson. 16 |

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Além da bebida A partir da obtenção do extrato da erva-mate, o seu uso foi ampliado para além do chimarrão, sendo usado também para medicamentos, cosméticos, corantes, refrigerantes, cervejas, energéticos, doces e suplementos alimentares. São as suas propriedades que dão importância para os mais diferentes usos: é estimulante, antioxidante, cicatrizante, diurético e digestivo.

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“Em toda a atividade temos produtores satisfeitos e outros insatisfeitos. Na erva-mate, não é diferente. No entanto, aquele agricultor que tem produtividade e boa mão-de-obra consegue um ótimo resultado na atividade. Tudo começa com uma muda de qualidade. A partir daí, estando em uma região adequada e com uma boa orientação técnica, com toda a certeza terá sucesso na atividade”, assegura o presidente do IBRAMATE, Alfeu Strapasson.

Exportação O estado também é o maior exportador de erva-mate e tem como principal mercado o Uruguai. Em menor volume, pelo menos 30 outros países também recebem o produto do RS. “Em relação à comercialização, nosso setor não é uma ilha e também estamos enfrentando os efeitos da desaceleração da economia. As empresas não estão conseguindo vender

os mesmos volumes de outros anos”. Segundo Strapasson, as recentes variações de preço são decorrentes de uma escassez de matéria-prima, resultado de anos de preços que não cobriam os custos de produção. “Isso desestimulou o produtor, que buscou outras alternativas para sua propriedade. A partir de 2013, com a retomada do preço, a realidade mudou e os agricultores voltaram a acreditar na atividade. Em pouco tempo, com a melhora na produtividade, ocorreu o equilíbrio entre a oferta e a procura”. Preço Conforme o engenheiro agrônomo da Emater/Ascar, Ilvandro Barreto de Melo, a estiagem ocorrida em 2011 e Julho e Agosto | 2014 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

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2012 foi responsável por uma perda de aproximadamente 30% na última safra do estado. O fato se deve, especialmente, pela característica perene da planta, que tem colheita em até um ano e meio após o plantio. Após o período crítico, houve uma normalização climática e os ervais voltaram com sua produtividade normal. “Além disso, foi registrado um incremento pelas melhorias no manejo, o que melhorou a produtividade. Outro fator que aumentou a produção foi a reativação de muitos ervais que estavam parados pela mudança no preço”, destaca Ilvandro. Para aproveitar os bons valores pagos aconteceu, ainda, uma redução do corte da folha para um ano e dois meses, enquanto o ideal seria ao menos um ano e meio. A grande oferta atual faz com que os valores pagos aos produtores comecem a cair nova-

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mente. “Um episódio muito semelhante ocorreu na década de 90, quando aconteceram grandes plantios e, consequentemente, passamos 16 anos com preços baixos. Recentemente, tivemos um ano de preços razoáveis, mas que estão em queda, novamente”.

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Variação de valor: Com a valorização, o maior preço pago pela arrouba chegou aos R$ 32 no final de 2013, passando, agora, para uma média de R$ 17. A tendência é que aconteça uma estabilização em torno de R$ 15 a R$ 18. Já a média nacional, feita entre RS, SC, PR e MS, teve o valor de R$ 23, registrados no início do primeiro semestre de 2014. Agora, o período encerra com o valor de R$ 17. Os números mostram que a queda não é apenas uma questão local, ocorrendo em todas as regiões de produção no Brasil. Porém, o consumidor final não deve esperar esta baixa no preço tão logo, já que a diminuição dos valores está sendo registra-


pretende reduzir seus lucros tão facilmente.

Perspectivas Ainda segundo Ilvandro, dentro de um período de até seis anos poderão ser registrados problemas com o preço da erva-mate. “À medida que estes novos ervais – que foram implantados de forma descontrolada – começarem a produzir, haverá elevação do volume de folha no mercado e, com isso, uma baixa de preço é esperada. No primeiro semestre deste ano esta queda de valor que ocorreu na folha não se refletiu no preço da prateleira, que ficou estabilizado. Foi o preço pago ao produtor que foi diminuído”. Já para Strapasson, as expectativas são positivas. “O setor vem se organizando. Há menos de dois anos criamos o IBRAMATE e a exemplo do Paraguai e Argentina, o Brasil também tem uma entidade que representa o setor. Através do Instituto esperamos poder trabalhar muito na promoção do produto para o Brasil e para o mundo”.

da somente no pagamento ao produtor e não está sendo repassada para as prateleiras. Ou

seja, a indústria observa que já houve uma aceitação do valor que vem sendo cobrado e não

Metais pesados Apesar das recentes notícias da investigação, por parte da Anvisa e do Ministério Público Estadual, para apurar o registro de contaminação por chumbo e cádmio em amostras de erva-mate vendida por empresas do estado, especialistas garantem que não há motivos para preocupação no consumo do produto. O engenheiro agrônomo da Emater informa que análises, que estão sendo feitas por universidades do RS, estão demonstrando que os metais não contaminariam a infusão do chimarrão.

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ESPECIAL

A mão que levantou um

IMPÉRIO 20 |

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Da produção de peças automotivas ao queijo tipo grana, Raul Anselmo Randon sabe como transformar todas as suas apostas em ouro

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Fabiana Rezende Fotos: Diogo Zanatta

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mesma mão que batia a bigorna para a confecção de ferramentas ao lado do pai é a que, mais de sete décadas depois, confere, com um ar de orgulho e admiração, a grande peça de 30 quilos de queijo fino, do tipo grana, pouco produzido no Brasil e que espera, calmamente, o prazo de 12 meses de maturação antes de ir à mesa do consumidor. Esta é apenas uma pequena parte do império de Raul Anselmo Randon, que vai das peças automotivas aos produtos gourmet. Facilmente associado a Midas, personagem da mitologia grega que transformava em ouro tudo aquilo que tocava, o senhor de simplicidade e bom humor admiráveis possui uma história de vida e conquistas dignas de inspiração. “A vida é tão boa”, diz Randon que, aos 85 anos de vida recém-completados, não quer parar de trabalhar. Hoje, com 65 anos de existência, a Randon, conglomerado de onze empresas de fabricação de veículos, implementos, autopeças e serviços, com sede em Caxias do Sul (RS), tem um patrimônio de R$ 3,5 bilhões. A multinacional está no comando dos filhos de Raul que, atualmente, dedica-se à RAR (responsável pelas marcas Rasip, Gran Formaggio, Campos Gourmet, Campos de Vacaria e Vinhos RAR), voltada à produção de maçãs, grãos e suínos, além de queijos e vinhos de alta qualidade, com um faturamento anual de R$ 50 milhões, com sede em Vacaria (RS).

O início “Comecei a trabalhar com 13, 14 anos, ao lado de meu pai, que fabricava ferramentas agrícolas como enxada e machados. Trabalhei até os 18 anos com ele, quando tive que servir o Exército. Quando retornei, passei a empreender ao lado de meu irmão, na reforma de motores”. O ano era 1949. Nos anos 50 foi fundada a Mecânica Randon Ltda, que dá início à fabricação de freios a ar para reboques e do terceiro eixo para caminhões. “Naquela época era grande o transporte de madeira até Porto Alegre para a exportação. Porém, os caminhões não eram grandes como hoje e os freios não eram bons. Muitos tombavam, principalmente na descida da Serra. Foi aí que pensamos em fazer este freio para reboque”. Em seguida, a empresa partiu para a fabricação dos primeiros semirreboques. Nos anos 70, Raul Randon fez uma viagem à Europa, onde conheceu mais profundamente o sistema de transportes mundial. Voltou com a ideia firme de que poderia expandir a sua produção, especialmente pelo potencial de crescimento do setor na época. “Meu irmão Hercílio era muito inteligente e engenhoso, sabia fazer as coisas com qualidade. Quando retornei desta viagem para a Itália, produzíamos 700 unidades de reboque e semirreboque ao ano. Mas, após a visão que tive na Europa, queria chegar às 1000 unidades ao mês, passando para 12000 ao ano”.

Os irmãos investiram em uma nova fábrica, com 40 mil metros quadrados de área construída. Através da Randon Veículos, surgia a primeira montadora genuína de veículos automotores do Sul do Brasil. Foi nos anos 80 que se iniciou a diversificação dos negócios da Randon, com a fundação da Freios Master e da Administradora de Consórcios Randon. Já nos anos 90 acontece a incorporação da Fras-le e a fundação da Randon Argentina e da JOST Brasil. Na década de 2000 é feita a fundação da Suspensys e da Castertech. Desde então, a Randon consolida-se como uma marca de referência global, com parceiros estratégicos de classe mundial, posicionada entre as maiores empresas privadas brasileiras e exportando para todos os continentes.

O conglomerado de e mpresas Randon inclui: Veículos e implementos: - Randon Veículos - Randon Implementos Autopeças: - Suspensys - Fras-le - Master - Jost - Castertech Serviços: - Consórcio Randon - Banco Randon

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A RAR é patriarca das marcas: - Rasip - Gran Formaggio - Campos Gourmet - Campos de Vacaria - Vinhos RAR

R$

50

milhões é o faturamento anual da RAR

Agronegócio Após dedicar boa parte de sua vida à Randon, Raul resolve buscar no Agronegócio novas alternativas de investimento e realização pessoal. Foi então que deu início à história da RAR. Através do aproveitamento de incentivos fiscais para reflorestamento, o empreendedor pensou em aliar o justo ao rentável. Por que não reflorestar com macieiras? A princípio, o plantio se deu em diferentes áreas do estado. Posteriormente, concentrou toda a produção na cidade de Vacaria, onde até hoje mantém a sua sede. A cidade da região dos Campos de Cima da Serra tem clima propício para as maçãs de alta qualidade. A produção que começou com 200 ha, passou para os 1000 ha com o decorrer dos anos, apesar dos altos e

baixos do negócio agrícola. “Em 1986, veio uma forte geada na forração. Em seguida, ficamos 60 dias sem chuva e, quando começamos a colher, trabalhamos por meio dia até vir uma forte chuva de granizo, que arrasou com tudo. Mesmo assim, a colheita pagou os custos de produção. Não tivemos grandes lucros mas, ao mesmo tempo, não nos deu prejuízo. Então resolvi aumentar a área. Pior é que não poderia ficar!”, relembra. Em seguida, os negócios passaram incluir a produção de queijo. A ideia surgiu após a vi22 |

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Ordenha rotativa com capacidade para 2 mil vacas ao dia

sita a uma fábrica de queijos, novamente na Itália, através de um amigo, admirador da sua produção de maçãs. Mas não era qualquer queijo que Randon queria produzir e desenvolveu a fabricação do queijo tipo grana, único do gênero no Brasil. Como o leite é a principal matéria prima, Randon importou 130 novilhas dos Estados Unidos, com a promessa de que produziriam 30 litros de leite ao dia. Os animais vieram até o país em dois Boeings. O fato se tornou notícia na época. “Foi muito engraçado ver as vacas descendo do avião.

Um chargista fez piada no jornal. Ele desenhou um touro no balcão da empresa aérea perguntando quando chegaria o próximo avião de novilhas”, ri Anselmo. Em sua propriedade, o gado é confinado em free stalls de alta tecnologia e o leite é retirado em uma ordenha rotativa, que tem capacidade para duas mil vacas ao dia. O cuidado com a qualidade vai desde a atenção aos animais, que não passam por estresses ou pelo contato de pessoas de fora da área de produção, ao bom andamento

de todos os processos. O leite é totalmente destinado para a produção da RAR. As peças de queijo produzidas hoje, de 30 quilos cada, aguardam maturação de, no mínimo, um ano em instalações especiais, compartilhando espaço com outras 15 mil outras peças, que serão comercializadas, a sua maioria, para o mercado nacional. O preço de cada uma delas fica em torno dos R$ 3 mil. A partir de então, Raul passou para a expansão de outros produtos. Hoje, a empresa também conta com parreirais, de onde

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Câmara de maturação, espaço que as peças ficam de 12 a 18 meses.

saem as uvas que produzem os vinhos RAR, uma parceria com a Miolo. Há, também, o azeite de oliva, através de um convênio com uma empresa do Chile. Mas a intenção é realizar a produção própria. O plantio das oliveiras já começou a e expectativa é de que, em breve, já seja possível extrair o azeite produzido em suas terras. “Todos os nossos produtos precisam ser de primeira qualidade. A marca também precisa ser muito bem cuidada. Se você vai num supermercado buscar um produto conhecido, você não olha mais nada, somente o nome da marca e confia. Nem olha os outros. 24 |

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Nada da marca RAR pode sair daqui sem ter esta alta qualidade”, ressalta o empresário. Raul destaca que é desta atenção à qualidade e a visão empreendedora que dão o sucesso ao seu império. “Uma vez eu dizia que não queria todo o mercado de carretas e reboques, mas que cada carreta que rode por aí tenha uma peça produzida por nós. Hoje posso dizer que estamos muito próximos disso. Não são todas as carretas que possuem nossas peças, mas posso afirmar que são quase todas”, orgulha-se. Atualmente, metade do faturamento das empresas Randon é advinda das autopeças. | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

Tudo é lucro O aproveitamento inteligente e rentável de todas as etapas de produção é uma das preocupações de Raul Randon. Um exemplo disso está no soro do queijo, que seria descartado. O material é utilizado na alimentação de suínos. Atualmente, a RAR faz o processo de engorda para uma grande indústria multinacional. Todos os meses a empresa recebe milhares de porcos para serem alimentados com o soro e que saem de lá, três meses depois, com cem quilos a mais. Além de dar um fim a este resíduo, a parceria resulta em um faturamento milionário para a RAR ao final de cada ano. Outra ação realizada é a transformação do estrume do gado em energia para a RAR. Os resíduos viram biogás e o chorume final acaba se tornando adubo na plantação.


Família A história da família de Raul Randon no Brasil começa com a chegada de seu avô no país, em 22 de novembro de 1888, com destino a Caxias do Sul. “Ele era uma pessoa estudada. O primeiro serviço que arrumou foi na medição de terras. Com este trabalho comprou algumas colônias. E ele era considerado o conselheiro da vila. Se precisasse fazer o serviço de padre, ele fazia”. A avó teve 18 filhos. O seu pai estudou, aprendeu o ofício de ferreiro e aos 20 anos recebeu de presente uma bigorna para seu trabalho. Três anos depois, resolveu mudar-se para Tangará (SC), onde fabricava carretões. Porém, em 1937, sua mãe voltou ao Rio Grande do Sul para uma visita aos parentes de Caxias quando viu que a cidade estava crescendo, com boas perspectivas de prosperidade. “Você sabe que quando uma mulher quer algo, ela insiste até conseguir. Assim, ela convenceu

“Todos os nossos produtos precisam ser de primeira qualidade.

A produção de maçãs, carro chefe, da RAR é uma das maiores do Brasil

meu pai a retornar para Caxias”. Na família, em ordem de idade, estão os irmãos Hercílio, Isolda, Raul, Zilá e Beatriz. Casado com Nilva, Raul Randon é pai de David (hoje presidente geral das empresas Randon), Roseli, Alexandre, Mauren e Daniel. Com exceção de uma de suas filhas, que é médica, todos os outros são formados em engenharia mecânica e administração de empresas e possuem cargos diretivos. Este Julho e Agosto | 2014 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

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era o compromisso de todos com seu pai, que faz questão da sucessão familiar na empresa. “Todos os meus filhos se dão bem e trabalham bem. Estas histórias que ouvimos de empresas que faliram após serem passadas para os herdeiros não podem ser consideradas relevantes. Geralmente, são empresas que já estão mal administradas e têm como consequência perdas previsíveis”. Apesar das empresas Randon e RAR serem controladas de forma familiar, todo o sistema diretivo e administrativo é liderado por profissionais. “Procuramos sempre o melhor profissional para cada cargo. São pessoas interessadas em fazer carreira dentro da empresa. Aos meus filhos sempre recomendei que fizessem a mesma coisa, que procurassem talentos que querem crescer junto à Randon. Nossos diretores trabalharam em todas as nossas empresas e conhecem o funcionamento de todos os processos”. Raul Randon completou 85 anos no dia 06 de agosto de 2014. “Como é bom ter 85 anos. Eu realmente vivi estes 85 anos. Quantos não tiveram o privilégio de chegar a isso?”. Todos as semanas ele comparece à RAR, que ainda está sob seu comando. Também participa ativamente das reuniões periódicas da diretoria da Randon. Em 2013: O Programa Florescer atendeu 400 crianças e adolescen26 |

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“O transporte e a comida são duas coisas que nunca vão parar no mundo”. – Raul Randon

Retorno em ação social A história de vida de Raul Randon beneficia centenas de crianças e jovens das cidades onde suas empresas estão inseridas, através de projetos de cidadania e desenvolvimento social. “Mas eles têm a obrigação comigo de estudar inglês, informática e não repetir de ano no colégio”, afirma. Para isso, são mantidos os programas Florescer , Florescer Iniciação Profissional, Vida Sempre, Ser Voluntário e programa estadual Rede Parceria Social, através do Instituto Elisabetha Randon.

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tes de 06 a 14 anos, em seus dois núcleos localizados nas dependências das Empresas Randon. Além disso, acompanhou a aplicação da metodologia Florescer em 7 franquias sociais do Programa, que atenderam juntas, em torno de 1.100 crianças e adolescentes, de 06 a 14 anos e operam nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina , Paraná e SãoPaulo. O Programa Florescer Iniciação Profissional - IP continuou com o atendimento a adolescentes que estão entre 14 a 16 anos, funcionando no contraturno escolar.


O Programa Vida Sempre levou a um público de mais de 100 mil pessoas à peça teatral “Espetáculo Vida Sempre – a Cultura Roda na Estrada”, em 2013. Foram desenvolvidas várias atividades do Programa Ser Voluntário em escolas parceiras e uma entidade assistencial. Pelo quinto ano consecutivo, o Instituto participou como entidade âncora do programa estadual Rede Parceria Social. O apoio conta com o repasse de recursos a 16 instituições sociais e também orienta quanto ao direcionamento de estratégias administrativas de cada entidade, além de proporcionar parcerias com outras da rede de assistência para a busca de soluções conjuntas.(Fonte: Instituto Elisabetha Randon – Relatório de Atividades).

Aos 85 anos, Raul faz questão de acompanhar todo o processo produtivo

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TECNOLOGIA

Drones a serviço das

LAVOURAS

Monitoramento faz com que produtores reduzam prejuízos em suas propriedades 28 |

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Rodrigo Accorsi

A

lém da alta tecnologia dos novos cultivares que são lançados todo ano pelas empresas de pesquisa e desenvolvimento de sementes, cada vez mais resistentes, tanto ao tempo quanto às pragas que atacam às lavouras, a agricultura conta, agora, com mais um aliado tecnológico. A utilização dos

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veículos aéreos não tripulados (vants), também conhecidos como ‘drones’, está auxiliando os produtores rurais no aumento da produtividade, o que também acarreta mais renda, principalmente porque a área cultivada geralmente é sempre a mesma. O desafio, portanto, é produzir mais e com mais qualidade, sempre de olho nas imagens apresentadas pelos aparelhos.


Custos variam de

10

R$

mil

e podem chegar aos

200

R$

mil

nitoramento que é possível fazer com a utilização dos equipamentos, Jorge afirma, por exemplo, que as imagens ajudam os produtores a visualizarem uma falha no plantio, alterações no dossel, variando resoluções de centímetros a metros, dependendo da altura do voo e da lente utilizada na hora da captação das imagens. “Uma vez obtidas às imagens, elas podem ser processadas individualmente com o objetivo de reconhecer falhas graves de plantio que ainda permitem correção, como, por exemplo, as falhas na linha de plantio da cana-de-açúcar, superiores a 50 centímetros”. Em muitos casos de análises das imagens dos drones, devido à alta resolução, invariavelmente, pode-se acompanhar o crescimento das plantas no

Combinações

Redução de custo Segundo Lúcio André de Castro Jorge, pesquisador e articulador de cooperação internacional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embraba Instrumentação), do município paulista de São Carlos, a ideia da utilização dos drones para o monitoramento das lavouras surgiu para que o trabalho trouxesse resultados mais positivos, principalmen-

te na agricultura de precisão. “Sua aplicação na área agrícola e em missões de reconhecimento vem sendo favorecida e facilitada pelo atual estágio de desenvolvimento tecnológico, principalmente pela redução do custo e do tamanho dos equipamentos”. Processamento de imagens Com relação ao tipo de mo-

As imagens no espectro visível funcionam como o ‘olho do agricultor’. Algumas respostas com relação a estresse nutricional, indicadores fisiológicos e estrutura do dossel são mais bem verificadas nas imagens em que é utilizado o equipamento infravermelho. “Um índice de vegetação, uma combinação aritmética entre duas ou mais bandas que evidencia algum componente de interesse. As imagens multiespectrais têm permitido desenvolver índices que são associados a diversas propriedades fisiológicas da vegetação, como vigor e estresse hídrico”, revela o pesquisador.

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campo, o que permite os estudos de fenotipagem. Evolução No começo da década de 1990, desenvolveram-se os primeiros trabalhos com os sensores hiperespectrais, cujas imagens demonstraram em poucos anos, uma vasta potencialidade de aplicações, assim como numerosas vantagens sobre os sensores multiespectrais convencionais. Se, por um lado, o sensor multiespectral é capaz de dividir o espetro eletromagnético em poucas bandas ou proporções espectrais, os sensores hiperespectrais, por sua vez, são capazes de registrar centenas de bandas contínuas por meio de diversas dimensões do espectro eletromagnético. “Isso permite contar com uma curva detalhada do comportamento espectral de área monitorada, possibilitando sua identificação e sua discriminação com grande precisão”.

Custos e abrangência Jorge informa que os custos para a utilização dos drones na agricultura dependem do tipo de aeronave e do tipo de sensor que serão utilizados para o monitoramento das áreas. “Isso pode variar de R$ 10 mil a R$ 200 mil. Deve-se definir a aplicação para depois configurar a aeronave que melhor corresponda a ela. Quanto à operação, o custo é simplesmente a manutenção da aeronave”. O tamanho da área que um drone consegue monitorar va-

ria de acordo com o tamanho de cada aparelho. Um ‘vant’ de mão pode chegar a 600 metros de altitude e tem alcance de uma área de dois quilômetros. Os drones de curto alcance podem atingir até 1.500 metros de altitude e abranger uma área de até 10 quilômetros. “A procura pelo serviço é crescente, mas, ainda existe muita falta de informação para a elaboração dos sistemas”.

Cursos obrigatórios Para ter acesso a essa tecnologia, Jorge informa que os agricultores, preferencialmente, entrem em contato com a Embrapa. “Nós orientamos o agricultor para a melhor configuração de acordo com sua aplicação. Qualquer pessoa pode ser habilitada a operar um drone. É imprescindível que os cursos de operação, manutenção e noções de voo sejam realizados. A Embrapa oferece esses cursos”.

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CÓDIGO FLORESTAL

Prazo para cadastro encerra em menos de um ano

Cadastro Ambiental é necessário para obteção crédito rural

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Código Florestal estabelece: todos os proprietários ou possuidores de imóveis rurais devem fazer o CAR – Cadastro Ambiental Rural. O prazo encerra em maio de 2015 e quem não fizer poderá ter acesso negado ao crédito rural, além de ficar na ilegalidade. O CAR consiste no georreferenciamento do perímetro do imóvel, os remanescentes de ve| Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

getação nativa, as áreas de preservação permanente, as áreas de uso restrito, as áreas consolidadas e a reserva legal. Trata-se de um registro eletrônico, que se constitui em base de dados estratégica para o controle, monitoramento e combate ao desmatamento das florestas e demais formas de vegetação nativa do Brasil, bem como para planejamento ambiental e econômico dos imóveis rurais.


Após o envio dos dados, é emitido um recibo de inscrição no CAR e as informações seguem para análise do órgão ambiental do estado. Através da validação das informações inseridas, é gerado um relatório da situação ambiental do imóvel, que poderá considerá-lo regular em relação às áreas de interesse ambiental ou, se possuírem algum passivo, pendentes de regularização. Neste caso, o Julho e Agosto | 2014 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

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Car O CAR foi instituído pela Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, e regulamentado pelo Decreto nº 7.830/2012, sendo obrigatório para todos os imóveis rurais do território nacional, que representam cerca de 5,5 milhões de imóveis.

proprietário ou possuidor rural poderá aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA) para se adequar à legislação ambiental. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o Sicar (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural) tem várias travas de segurança e é feito com imagens de satélite em al-

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tíssima resolução, o que permite ver quem está recuperando e quem está desmatando. Este cadastro pode ser feito pela internet ou em formulário impresso nas prefeituras, sindicatos rurais e de trabalhadores rurais e em outras entidades. Inscrição Deve ser feita junto ao órgão ambiental estadual ou municipal

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competente, que disponibilizará na internet programa destinado à inscrição no CAR, bem como à consulta e acompanhamento da situação de regularização ambiental dos imóveis rurais. Estados que não possuem sistemas eletrônicos poderão utilizar o Módulo de Cadastro para fins de atendimento ao que dispõe a Lei 12.651/12 e acesso a seus benefícios.


LEITE

Georreferenciamento: qualidade e economia

Falta de acesso à internet nas propriedades dificulta adesão à tecnologia

O

surgimento constante de novas tecnologias exige dos agricultores um acompanhamento sistemático de sua evolução e, a cada nova temporada, mudanças que possam trazer mais incremento e renda a suas propriedades. Nesse contexto, o georreferenciamento e o rastreamento são ferramentas que estão à disposição dos produtores, permitindo um reconhecimento mais fiel sobre o que acontece no campo e com seu plantel, independente do número de animais.

Localização geográfica Carlos Bondan, professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (UPF), afirma que o georreferenciamento e o rastreamento fazem com que, além de conhecer cada canto de suas propriedades, os produtores monitorem cada um dos animais e possam identificar as necessidades individuais para a melhora de seu rendimento. “O georreferenciamento serve para identificar a localização geográfica de cada propriedade e, a partir daí, tomar decisões

mais rápidas e precisas, todas as vezes que houver um problema de qualidade”. Segundo ele, a tecnologia se propõe não apenas identificar uma propriedade, mas o conjunto de propriedades localizadas em uma determinada região. Portal Vertical De acordo com Bondan, algumas empresas que já possuem o serviço têm as áreas de seus produtores integrados já identificadas. A UPF oferece esse serviço por meio do Ser-

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“Dos diferentes municípios do Rio Grande do Sul, uma vez que os produtores tenham suas terras georreferenciadas, teremos condições de identificar qual distrito determinado possui maior problema com a qualidade e definir a necessidade. Carlos Bondan.

viço de Análise de Rebanhos Leiteiros (SARLE), em que os produtores interessados podem se cadastrar para ter suas propriedades mapeadas, bem como o monitoramento sobre a qualidade da sua produção. “Nós, por meio do SARLE, temos um projeto que já foi implantado e que está em andamento, que se chama ‘Portal Vertical’. Isso nada mais é que uma ferramenta da web, que utiliza alguns recursos da tecnologia da informação para identificar esses produtores e levar as informações de qualidade do leite a eles”. Todos os agricultores que entregarem o leite produzido nas suas propriedades para as indústrias que são clientes do SARLE terão à sua disposição, de forma gratuita, essa grande ferramenta. Uma vez

que o produtor acesse o serviço via internet pelo Portal Vertical, basta colocar seu login e sua senha e terá condições de acessar os dados que mostram a qualidade. Desta forma, os produtores podem ter acesso a dados como: n gordura n proteína n lactose n células somáticas n contagem bacteriana total

“A partir daí esses resultados estarão disponíveis e aqueles valores que estiverem fora das conformidades, segundo a Instrução Normativa número 62, aparecerão com uma coloração vermelha. Ao clicar sobre esse ícone vermelho, o produtor tem acesso às causas das inconformidades e todos os passos que deverá seguir para melhorar cada um desses aspectos”, afirma o professor. Vantagens As principais vantagens para aqueles que optarem pelo georreferenciamento e pelo rastreamento é que, ao acessarem o Portal Vertical, têm acesso a essas informações e, a partir disso, conseguem melhorar a qualidade do leite produzido em sua propriedade. Uma das consequências é que eles, com um produto adequado às exigências constantes no SARLE, conseguem barganhar melhor preço pelo produto que estão comercializando. Por outro

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Procura incipiente A procura pelos serviços de georreferenciamento e de rastreamento ainda é baixa, principalmente pela dificuldade dos produtores em terem o acesso à internet, o que é urgente em todas as propriedades do interior. “Ainda é bastante incipiente. Trabalhamos para divulgar o serviço e para que as informações cheguem até os produtores para que eles passem a conhecer essas novas ferramentas”.

lado, deixam de ser penalizados pela falta de adequação, pois “as indústrias já pagam por qualidade e muitas vezes, quando não são atingidos os parâmetros recomendados, os produtores podem sofrer penalizações”, adverte Bondan.

também é balizado sobre esses parâmetros, quem tem um sistema rotacionado terá um

menor volume de sólidos e um retorno econômico satisfatório”.

Pastagem rotacionada Indiretamente, o sistema desenvolvido pelo SARLE auxilia também aos produtores que fazem o sistema de pastagem rotacionada, ou seja, que dividem a propriedade em piquetes para alimentar o gado. “Os parâmetros de qualidade que correspondem aos sólidos estão diretamente relacionados à nutrição. Então, quando se tem uma dieta balanceada no rebanho, obviamente os níveis de gordura, de proteína e de sólidos se elevam. Como o preço Julho e Agosto | 2014 | Rio Grande do Sul | Ano II | nº 7

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DESTAQUE EMPRESAS

FUNDAÇÃO PRÓ-SEMENTES: 15 anos promovendo o desenvolvimento do Agronegócio brasileiro Conheça a trajetória de uma das principais entidades nacionais no setor sementeiro

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onstituída em 1999 por 39 produtores de semente e pela Associação dos Produtores de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul (Apassul), a Fundação Pró-Sementes surgiu para apoiar a pesquisa e a divulgação de cultivares de trigo, soja e triticale desenvolvidas pela Embrapa Trigo. Ao longo de sua trajetória, tornou-se uma das mais importantes entidades do país no setor sementeiro, prestando serviços diferenciados e de qualidade à obtentores, produtores e comerciantes de sementes. Atuando como um elo de ligação entre organizações geradoras de novas tecnologias e o setor produtivo do Agronegócio, é uma instituição privada, brasileira e sem fins lucrativos. Com sede em Passo Fundo 38 |

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(RS), filial em Campo Mourão (PR) e escritório em Rondonópolis (MT), a Fundação Pró-Sementes atua apoiando a atividade de produtores de sementes em diversos estados brasileiros. A entidade está alicerçada em quatro unidades estratégicas de negócios: Certificação de Sementes, Capacitação Profissional, Pesquisa e Desenvolvimento e Bolsa de Sementes. A Pró-Sementes conta, ainda, com o Sistema de Gestão de Qualidade ISO 9001:2008, que contempla o planejamento e o controle das suas atividades. Certificação de Sementes A Fundação Pró-Sementes foi a primeira Entidade Certifi-

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A Fundação Pró-Sementes surgiu para apoiar a pesquisa e a divulgação de cultivares.

cadora credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em acordo com a nova lei de sementes, promulgada em 2003. Desde a safra 2004/2005, presta serviços baseados na agilidade, eficiência, eficácia, segurança e confiabilidade. Atualmente, este serviço atende mais de 300 produtores em 9 estados brasi-


DESTAQUE EMPRESAS

leiros: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Bahia e Rio

Grande do Norte. São certificadas sementes de espécies de inverno e verão, forrageiras de clima temperado e tropical, entre outras. Na safra 2012/2013, foram certificadas 133.434 toneladas de sementes de soja. Na safra de inverno de 2013, o número atingiu 71.285 toneladas de sementes de trigo. A proposta de certificação da Fundação Pró-Sementes está baseada em modelos adotados em outros países e em esquemas de certificação já comprovados. Entre os fundamentos do modelo estão a capacitação contínua de colaboradores internos e externos e a valorização dos Responsáveis Técnicos dos produtores de sementes. As auditorias corretivas permitem a troca de conhecimento e experiência entre os responsáveis técnicos e os auditores da Fundação. O modelo informatizado garante agilidade e segurança ao processo. O grande diferencial do modelo de certificação da Fundação Pró-Sementes é o pré e pós-controle. Consiste na avaliação a campo de parcelas semeadas antecipadamente a partir de amostras dos lotes usados pelos sementeiros para a instalação dos campos de produção de sementes. O objetivo é alertar os Responsáveis Técnicos sobre possíveis problemas de identidade genética e pureza varietal, além de orientar ações de auditoria corretiva. A certificação é um componente importante da indústria de sementes, já que atua em

todas as fases, participando da produção, beneficiamento, comercialização e, ainda, prestando serviços aos agricultores. É o único método que permite manter a identidade varietal da semente em um mercado aberto. Pelo controle de gerações, permite que as sementes das cultivares superiores mantenham sua pureza genética e todas as características qualitativas após serem colocadas no mercado pelos obtentores. Capacitação Profissional Preocupada com a grande demanda por capacitação de profissionais para o agronegócio, a Fundação Pró-Sementes criou, em 2012, a unidade de Capacitação Profissional. Por meio de convênio com conceituadas instituições de ensino, oferece cursos de aperfeiçoamento voltados, principalmente, para o sistema de produção de sementes. Da parceria com a UFPel (Universidade Federal de Pelotas), resultou o Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Sementes. Da mesma forma, foi lançado em 2014 o curso de Especialização em Gestão e Tecnologia da Produção de Sementes, em conjunto com a UCS (Universidade de Caxias do Sul). Periodicamente, acontecem Cursos de Capacitação para Operadores de UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes). Também são ofertados treinamentos in company para atender necessidades específicas das empresas.

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DESTAQUE EMPRESAS

Pesquisa e Desenvolvimento A Fundação Pró-Sementes dispõe de uma rede experimental de mais de 30 pontos situados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. O objetivo é apoiar programas de melhoramento vegetal do Brasil e de outros países. Por meio da unidade de Pesquisa e Desenvolvimento, a Fundação Pró-Sementes presta serviços à obtentores de melhoramento genético e empresas particulares nacionais e estrangeiras no desenvolvimento de trabalhos técnicos especializados na área de pesquisa agronômica. São conduzidos ensaios Preliminares, de Screening, de Valor de Cultivo e Uso (VCU), de densidades, de validação de tecnologias de produtos químicos, biológicos, entre outros serviços. Além disso, a unidade busca identificar cultivares de soja, trigo e aveias adaptadas às diversas regiões do Brasil. Deste trabalho, surgiram parcerias de empresas de melhoramento tendo em vista o licenciamento exclu40 |

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sivo de cultivares, colocando novos materiais à disposição dos produtores de sementes.

A Fundação Pró-Sementes atua como um elo de ligação entre organizações geradoras de novas tecnologias e o setor produtivo do agronegócio

Ensaio de Cultivares em Rede (ECR) Outra importante contribuição da Pesquisa e Desenvolvimento é a condução dos Ensaios de Cultivares em Rede (ECR), um trabalho considerado único no Brasil devido a sua grande área de abrangência. O ECR é a grande ferramenta desenvolvida pela Fundação Pró-Sementes para testar agronomicamente as cultivares de trigo e soja incluídas no Zoneamento Agrícola de Risco Climático do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

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Desenvolvido desde 2008, este trabalho já gerou um acúmulo de informações que permite chegar a um grau de confiança ainda maior sobre a performance de cada cultivar em variadas regiões endafoclimáticas. O compromisso da Fundação Pró-Sementes é fazer com que estas informações cheguem aos produtores rurais e à assistência técnica a tempo de auxiliar na escolha das cultivares a semear já na próxima safra. A divulgação dos resultados desta pesquisa é feita através do site www. cultivares.com.br.

Bolsa de Sementes A mais nova unidade da Fundação Pró-Sementes foi criada com o objetivo de oferecer aos seus associados uma moderna ferramenta de negociação, possibilitando que os produtores de sementes ampliem sua rede comercial. Entendendo que a internet é um crescente meio de comercialização de insumos, foi criada uma plataforma online denominada Bolsa de Sementes. Trata-se de um ambiente seguro, fácil de navegar e de cadastro gratuito que pode ser acessado pelo endereço www.e-prosementes.com.br.


PREVIDÊNCIA

Relação com produtor rural mudou Legislação prevê contribuição previdenciária obrigatória diferenciada por categorias

A

relação do trabalhador rural com a Previdência Social tem mudado bastante ao longo do tempo. Em função disso, surgem muitas dúvidas, especialmente, relacionadas à forma e a necessidade de contribuição previdenciária pelo produtor, seus direitos e proteção. Para responder a esses e outros questionamentos, a advogada e professora de Direito Previdenciário, da Universidade de Passo Fundo (UPF), Edimara Sachet Risso, fala sobre o Direito Previdenciário voltado ao homem do campo.“Para começar, precisamos definir quem é, para a Previ-

dência Social, considerado trabalhador rural”.

do que isso, tenha empregados ou trabalhe com o conceito de lucro.

A lei previdenciária classifica o trabalhador no campo em três categorias:

nContribuinte individual

nEmpregado rural;

- O empregado rural é a pessoa física que presta serviços de natureza rural, mediante salário, a um empregador rural, de forma permanente ou temporária. Ou, seja, é aquele que trabalha (ou deveria trabalhar) com carteira assinada e desenvolve serviços tipicamente rurais não em propriedade sua, mas de seu patrão, de quem recebe ordens. - O empregador rural, chamado de contribuinte individual, é a pessoa física proprietária de imóvel rural e que o explora economicamente, dele retirando lucros. É também conhecido como empresário rural ou grande produtor. Tecnicamente, é a pessoa que tenha mais de quatro módulos fiscais de área ou que, mesmo tendo menos

(empregador rural ou autônomo) - Trabalhador rural autônomo, na Região Sul, é o chamado “boia-fria”, a pessoa que presta serviços a vários empregadores, sem subordinação. Por isso mesmo ele também é classificado como individual. nSegurado especial

- Por fim, o segurado especial é o trabalhador que, individualmente ou em regime de economia familiar (em imóvel pequeno, com até 4 módulos fiscais e sem ajuda de empregados), explore atividade agropecuária. É o chamado pequeno produtor rural, aquele que, em razão do tamanho do seu imóvel ou da escassez na tecnologia utilizada, não obtém lucratividade, trabalhando mais para sobrevivência e para obter um pequeno desenvolvimento econômico e social.

“Vê-se, assim, que são várias as formas de o trabalhador rural relacionar-se com a Previdência. Contudo, todas elas são obrigatórias, trazendo consequências tanto de natureza tributária quanto no que diz respeito aos benefícios previdenciários”, finaliza Edimara.

“Para cada uma dessas categorias, a legislação previdenciária prevê uma forma de contribuição previdenciária obrigatória”, explica a advogada. uuVeja:

1 O empregado contribui com 8, 9 ou 11% sobre a sua remuneração;

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O contribuinte individual (o empregador e boia-fria) contribui, em regra, com 20% sobre sua remuneração mensal, mediante carnê;

Além disso, o empregador paga sobre a comercialização da produção agrícola (2,1% sobre a nota do produtor);

4 O segurado especial paga apenas sobre a comercialização da sua produção agrícola: a nota do produtor rural.

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OPNIÃO

Elmar Luiz Floss

elmar@grupofloss.com

Engenheiro Agrônomo e licenciado em Ciências, Dr. em Agronomia, Diretor do Instituto Incia

AGRONEGÓCIO, O PRINCIPAL NEGÓCIO BRASILEIRO

O

crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil, nos últimos anos, está muito abaixo dos demais países que compõe o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), de 2,3% em 2013 e estimado em 1,1% em 2014. Em 2001, quando o então vice-presidente do Banco Goldman Sachs, propôs a criação desse bloco ganhamos da Rússia (0,5%). Entre os anos de 2002 a 2011, o Brasil apresentou um crescimento do PIB médio de apenas 3,8%, enquanto a Rússia cresceu 4,8%, a Índia 7,8% e a China, 10,5%. Atualmente, o Brasil tem a maior taxa de juros entre os países do BRICS (11%), a segunda maior inflação (6,25%) e a segunda menor taxa de crescimento do PIB (1,1%). PIB do Agronegócio O setor que ainda mantém o PIB positivo é o Agronegócio, cujo crescimento em 2014, está estimado em 4%. Nos últimos 10 anos, o PIB do Agronegócio cresceu 34%. O Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola, em 2014, está estimado em 314,8 bilhões de dólares, 10% superior a 2013. Somando produção vegetal e animal, o VBP chega a 462,4 bilhões de dólares, 7,5% superior a 2013. Isso significa que o Agronegócio representa aproximadamente 23% do PIB total brasileiro, que em 2013 foi de 2,19 trilhões de dólares. A produção brasileira de grãos alimentícios cresceu de 100 milhões de toneladas, na safra 2000/01, para 188 milhões de toneladas na safra 2013/14 (+ 88%). Isso 42 |

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Nos últimos 10 anos, o PIB do Agronegócio cresceu 34%. O Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola, em 2014, está estimado em 314,8 bilhões de dólares, 10% superior a 2013.

representa uma produção per capita de grãos alimentícios da ordem 950 kg/ano. Esses resultados dão uma segurança alimentar aos brasileiros e excedentes exportáveis recordes. A combinação de abundância de alimentos disponíveis e o controle da inflação, a partir de 1994, aumentou significativamente o poder aquisitivo dos trabalhadores brasileiros. Estima-se que antes do Plano Real, os trabalhadores brasileiros, que ganham até três salários mínimos por mês (aproximadamente 44 milhões de trabalhadores), gastavam entre 32 a 40% dos salários na aquisição de alimentos. Atualmente, esses trabalhadores gastam entre 13 a

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20% de seu salário na aquisição de alimentos. Isso representa uma poupança de aproximadamente 20% do salário, utilizado na aquisição de bens, alimentando assim a indústria brasileira, Essa é a principal causa da melhoria da situação econômica dos trabalhadores brasileiros, a partir de 1994. Agronegócio e exportação Em 2013, enquanto a indústria e serviços apresentaram um balanço comercial negativo, de 80 bilhões de dólares, o Agronegócio teve um resultado positivo, superior a 83 bilhões de dólares (41,3% do total exportado). Dos dez principais produtos da pauta de exportação, nove foram do Agronegócio (em bilhões de dólares): complexo soja (31), minérios de ferro (25), carnes (16), complexo sucroalcooleiro (14), produtos florestais (9,6), cereais e derivados (7,2), café (5,3), fumo e subprodutos (3,3), sucos (2,4) e fibras e derivados (1,5). Essa entrada crescente de divisas tem financiado o desenvolvimento brasileiro, garantido a estabilidade econômica e, como consequência, a estabilidade política ao país. O agronegócio também é um dos principais responsáveis pela geração de empregos no Brasil. Estima-se que, de forma direta e indireta, o Agronegócio é responsável por 33% dos empregos. E, utilizando apenas 8,5% das terras brasileiras, com culturas anuais e permanentes (72 milhões de ha) e mantendo a maior área coberta de florestas dentre todos os países (58% do território).


O Grupo Amanhã e PwC Brasil (Price Water House Cooper), há 25 anos realizam anualmente uma seleção entre empresas dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná destacando as 500 MAIORES DO SUL. A META AGRÍCOLA, maior concessionário Case IH do Rio Grande do Sul está entre as 500 maiores empresas do Sul do Brasil. Isto devido a resultados alcançados no ano de 2013.

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