Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 40 dezembro de 2014
Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 40 dezembro de 2014
EStRutuRAS Em Aço SupERAm
DIfERENtES DESAfIoS
E vIAbIlIzAm bEloS
pRojEtoS RESIDENCIAIS
A construção em aço conquista novos adeptos a cada dia e amplia sua participação no mercado brasileiro. Já é amplamente reconhecida como uma solução moderna, sustentável e eficiente para atender às mais diversas demandas, em projetos de todas as tipologias.
Esta edição de Arquitetura&Aço dedica seu foco às residências. São muitas as razões que motivam arquitetos, engenheiros e construtores a utilizarem estruturas de aço nos seus projetos residenciais. A versatilidade do material, as propriedades relacionadas à sustentabilidade, a leveza, a velocidade construtiva e as variadas possibilidades estéticas que o aço oferece, são algumas das vantagens citadas.
Apresentamos uma seleção de casos onde estas situações estão presentes, em projetos que trazem belas e engenhosas propostas arquitetônicas. A Casa Pitangueiras, por exemplo, emprega dois tipos de estrutura de aço combinadas, em um projeto com forte apelo sustentável. Já na Casa 4x30, destacamos a construção realizada em um pequeno terreno na cidade de São Paulo, com apenas 4 m de largura, onde o uso do aço minimizou o impacto no entorno e viabilizou a criativa e ambiciosa proposta dos arquitetos.
Um aspecto é explorado com muita criatividade e competência nos diferentes projetos: a possibilidade de tirar partido das estruturas em aço para criar grandes aberturas, favorecendo a iluminação natural e a ventilação dos ambientes e ainda, em muitos casos, oferecendo a visão de belas paisagens.
Na conversa com Fernando Forte, do FGMF Arquitetos, conhecemos mais sobre a experiência do grupo em projetos com estruturas de aço e sobre a Casa das Pérgolas Deslizantes, obra concluída este ano. Mostramos, também, a eficiência de soluções onde o aço aparece associado a outros materiais, em estruturas híbridas, como na Casa Bacopari ou na Residência MG.
Poderíamos destacar muitos outros aspectos interessantes em cada um dos casos apresentados, contudo, o ponto comum que fica evidente nesta edição, é o talento de nossos arquitetos para enfrentar os mais variados desafios de projeto, propondo soluções de grande eficiência técnica, sem nunca abrir mão da qualidade do resultado estético. E, também, como o aço tem se mostrado um excelente parceiro para alcançarem estes objetivos.
Boa Leitura!
04. Residência Pitangueiras, Santana do Parnaíba, SP: solução com dois tipos de estrutura de aço associadas em projeto que investe na sustentabilidade 08. Casa Bosque da Ribeira, Nova Lima, MG: grandes aberturas na estrutura de aço integram residência à mata e expõem uma bela vista para a cidade 12. Casa das Gerais, Nova Lima, MG: uma casa-galeria em aço, diante da paisagem exuberante 16. Casa Bacopari, SP: montada ao redor de árvores, estrutura em aço privilegia o interior da residência com um jardim exclusivo para os moradores Entrevista 20. Casa Painel, Araçoiaba da Serra, SP: revestimentos elegantes e estrutura em aço na construção que parece flutuar sobre o terreno 22. Casa 4 x 30, Jardim Europa, SP: projeto em pequeno e estreito terreno adota estrutura de aço para garantir a iluminação e o máximo aproveitamento espaço 26. O arquiteto Fernando Forte, do FGMF Arquitetos fala sobre a versatilidade e vantagens do aço em obras residenciais 30. Casa Azul e Branca, Camaçari, BA: moradia no litoral baiano traz marcantes vigas de aço em uma composição harmoniosa e contemporânea 32. Casa AM, Alto de Pinheiros, SP: estruturas
metálicas de 5 m de altura recebem fechamento em vidro e garantem um visual único da metrópole 34. Residência MG, SP: estrutura híbrida utiliza aço para aliviar carga estrutural e atender ao um extenso programa encomendado pelos moradores
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Construir uma Casa sustentável que gerasse poucos resíduos na obra e que, ao mesmo tempo, obedecesse às premissas de qualidade, além de viabilizar um prazo reduzido de execução. Esta foi a intenção dos arquitetos Newton Massafumi Yamato e Tânia Regina Parma, da Gesto Arquitetura, ao escolher estruturas em aço e em light steel frame para o projeto da residência Pitangueiras, localizada em um condomínio de Santana do Parnaíba, em São Paulo.
A moradia de três pavimentos foi projetada com dois blocos integrados por jardins internos. O primeiro bloco foi construído em light steel frame e abriga as áreas de serviços. O segundo, voltado para a face leste, foi estruturado com pilares e vigas de aço e concentra a maior parte das aberturas da casa, permitindo um maior aproveitamento da luz.
“A estrutura em light steel frame, por ser autoportante, distribui a carga dos andares ao longo da base da parede inferior, que, por sua
No bloco com estrutura em perfis e vigas de aço estão as áreas sociais e dormitórios, com grandes aberturas que favorecem a iluminação e ventilação naturais
vez, está apoiada em uma laje do tipo radier”, detalha Massafuni. “Já a estrutura com pilares e vigas de aço transfere a carga do bloco para as vigas de transição do primeiro pavimento, as quais são apoiadas sobre cinco pilares metálicos”, complementa o profissional.
Segundo o engenheiro Yopanan Conrado Pereira Rebello, diretor técnico da Ycon Engenharia e também responsável pelo projeto estrutural, 42 toneladas de aço foram usadas na residência. “Preferimos o aço patinável por
sua resistência à corrosão e adotamos perfis de chapas soldadas nos pilares principais e arcos da cobertura. Já os perfis tubulares foram usados, especificamente, nas vigas de piso e cobertura, contribuindo para a criação das chamadas vigas vagão.”
Para a vedação da residência, placas de gesso acartonado foram empregadas internamente nas salas e dormitórios, e para os locais de apoio, como a cozinha e a área de serviços, paredes autoportantes realizadas com light stell frame.
Na fachada, uma pele em madeira biossintética e aço foi aplicada para proteger a construção e o interior dos ambientes da exposição ao solFotos Fran Parente
> Projeto arquitetônico: Gesto Arquitetura
> Área construída: 890 m²
> Aço empregado: estruturas metálicas em perfis W ASTM A572, tubos ASTM A500 e chapas ASTM A36; steel frame em aço galvanizado estrutural ZAR-250
> Volume de aço: 42 t
> Projeto estrutural: Ycon Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço: Cetec Indústria, Comércio e Engenharia
> Steel frame: Xtructure Sistemas Construtivos
> Execução da obra: Sommar Engenharia e Construção
> Local: Santana do Parnaíba, SP
> Data do projeto: 2007-2008
> Conclusão da obra: 2008-2010
Segundo o arquiteto, a escolha pelos elementos construtivos industrializados favoreceu não só a velocidade de construção, como também trouxe mais leveza à obra. “As paredes em drywall, assim como as lajes pré-fabricadas, resultaram em uma menor carga para a estrutura, o que favoreceu a adoção de poucos pilares no projeto”, diz Massafumi.
Para atender ao compromisso com os valores da sustentabilidade, o projeto buscou um sistema construtivo que gerasse menos desperdício de materiais, racionalizando a execução e reduzindo o prazo de obra, além de incorporar recursos como a captação e o reuso da água de chuva, a energia solar para o aqueci-
mento de água, a valorização da iluminação e ventilação naturais e a utilização de materiais certificados e possíveis de serem recicláveis.
“A opção pela construção em aço foi determinante no partido arquitetônico adotado, viabilizando as soluções propostas para as estruturas principal e secundárias por suas características de sustentabilidade e eficiência. Os pilares e vigas chegavam à obra já usinados, com a qualidade técnica e dimensões desejadas. Com isso, tivemos uma obra planejada, previsível e sem perdas”, diz a arquiteta Tânia, que lembra, ainda, uma outra qualidade que ajudou a definir a escolha do material para este projeto: “Ele pode ser totalmente reciclado, caso seja necessário uma mudança de uso”, complementa a profissional. (e.Q.) M
Abaixo, a montagem das estruturas em aço dos dois blocos que compõem a residência: o bloco maior com perfis e vigas em aço, e o menor construído em light steel frame. Acima, à esquerda, vão com jardim interno entre os dois blocos e, à direita, aspecto da fachada e área da sala de estar. Na página à esquerda, área de circulação interna, com as estruturas em aço aparentes e intensa iluminação natural
Residência se beneficia da bela paisagem do entorno em uma área de preservação natural, com grandes aberturas em estrutura de aço
Privilegiar a vista do entorno. Este era o principal objetivo dos arquitetos Eduardo França e Letícia de Azevedo, do escritório Estúdio Arquitetura, ao criar a Casa Bosque da Ribeira, em Nova Lima, Minas Gerais. No projeto, a adoção de perfis estruturais de aço contribuiu para viabilizar a presença de grandes aberturas, que revelam uma paisagem marcada pela mata da Serra do Curral, patrimônio nacional tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e símbolo da capital mineira.
Montada em 60 dias, a estrutura metálica soldada foi associada às lajes de concreto aparente. “Ela possibilitou a execução acele-
rada, além de permitir vãos internos maiores, obtidos de maneira mais racional”, diz o arquiteto, que esclarece que os vãos garantem a continuidade visual entre o interior e o exterior da construção. “O de 12 m, por exemplo, é vencido por vigas metálicas que percorrem transversalmente o terreno e são apoiadas em pilares, também de aço, ocultos nos taludes laterais.”
Planta revelada
Na implantação, tanto o partido estrutural quanto o perfil topográfico do terreno em aclive viabilizaram a criação de uma praça de chegada coberta – espaço flexível que funciona
Ao vencer vãos de até 12 m, estruturas metálicas trouxeram um skyline único à casa, com vista para a cidade e para a mata
A fachada é marcada pela presença de duas grandes vigas metálicas em toda a sua extensão. Abaixo, pátio interno aparece rodeado pela construção com estrutura mista em aço e concreto
As grandes vigas com fechamentos em vidro nas salas de estar e de jantar de pé-direito duplo. A conexão visual com a paisagem externa está presente nas áreas da casa
como estacionamento e hall de distribuição de onde partem duas escadas. A menor delas, feita com chapas e perfis de aço, conduz à principal circulação horizontal da casa. Já a maior, por sua vez, liga a praça ao pátio central gramado, configurado pelo vazio da planta baixa em C.
Elevadas a 3 m em relação à rua, as salas de jantar e de estar de pé-direito duplo possuem uma conexão visual privilegiada com as copas das árvores da entrada. O escritório e a área íntima ocupam o segundo pavimento da construção, assinalado pelas venezianas metálicas que protegem os panos de vidro da incidência
direta dos raios solares. Já a cozinha foi disposta de maneira longitudinal no terreno, entre a porção social e o bloco de serviços.
Das quatro suítes, a principal, voltada para a frente do terreno, traz a vista da cidade de Nova Lima e da Serra do Curral . Outras duas são voltadas para a mata e só uma delas é virada para o pátio interno, recurso que reforça ainda mais a entrada de luz e ventilação naturais na construção. Segundo França, o fato de a casa estar assentada no meio do terreno reduziu a necessidade de escavação e de movimentação de terra, fazendo com que o projeto seguisse uma lógica construtiva simples. (v.F.) M
> Projeto arquitetônico: Estúdio Arquitetura – equipe: Eduardo França e Letícia
Azevedo (autores), Carla
Casadei e Hernan Espinoza (colaboradores)
> Área do terreno: 1.085 m²
> Área construída: 505 m²
> Aço empregado: ASTM
A572 GR50
> Volume de aço: 30 t
> Projeto estrutural: Marco
Calazans Schreiber
> Fornecimento da estrutura de aço: ESAMS – Construtora e Serralheria AMS Ltda
> Execução da obra:
Osvaldo Lara
> Local: Nova Lima, MG
> Data do projeto: 2008-2009
> Conclusão da obra: 2009
Estruturas de aço e fechamentos em vidro permitem o vislumbre da paisagem. Abaixo, pilares de 6 m de altura são associados à vigas cruzadas na fachada, onde vencem vãos de até 7 m
Fotos Gustavo Xavier
Com vista para vales e montanhas de Minas Gerais, construção estruturada em aço estimula a contemplação da paisagem e das obras de arte lá expostas
No projeto da Casa das Gerais, seria um grande erro desprezar a paisagem rara e espetacular do seu entorno. O terreno, localizado em Nova Lima, Minas Gerais, está diante de belíssimos vales e montanhas, em uma localização privilegiada que convida à contemplação da natureza. Mas esta não era a única condicionante do projeto. A casa seria construída para um colecionador de obras de arte e deveria receber seu numeroso acervo.
Para atender ao duplo desafio, a arquiteta Denise Macedo desenvolveu a proposta “de uma casa com muita transparência de modo a oferecer o máximo acesso à paisagem externa, porém com grande área de paredes para permitir a exposição das telas da coleção de arte.”
“A opção pela estrutura em aço – que era uma preferência do proprietário desde o início do projeto – mostrou-se uma decisão acertada e permitiu que os objetivos do projeto fossem alcançados com qualidade”, revela Denise. Trouxe, ainda, outros ganhos, esclarece a arquiteta. “As estruturas formadas por perfis laminados em aço viabilizaram grandes aberturas para o exterior da residência, favorecendo a ventilação cruzada. Além do conforto térmico gerado nos ambientes, a iluminação natural também pôde ser bem aproveitada, graças aos fechamentos em vidro.
Perfis de aço aparentes pintados na cor do minério de ferro conferem um ar despojado ao projeto que abriga obras de arte
Acervo bem exposto
Para conferir um ar despojado ao projeto, que mais se parece com uma galeria de obras de arte, as estruturas de aço foram deixadas aparentes e pintadas em uma cor alusiva ao minério de ferro. Enquanto os pilares têm altura de 6 m na face frontal da residência, as vigas vencem vãos de até 7 m na fachada. Já no interior, as medidas são mais contidas, com vigas paralelas e cruzadas que vencem vãos de até 4 m no teto. Ao todo, 40 vigas sustentam a cobertura.
Em resposta ao desafio de abrigar a grande quantidade de quadros dos futuros moradores, uma galeria, com pé-direito duplo de 6 m e com medidas de 3,20 m de largura por 15 m de comprimento, foi criada em paralelo à rampa de acesso ao pavimento superior. Ao todo, a Casa das Gerais conta com uma “área de exposição” com 190 m2
“A estrutura de aço aparente interage com as obras de arte na galeria, sem comprometer a estética e uso do local”, conta Denise, que explica que há uma coerência proposital entre a leveza e simplicidade dos materiais utilizados na estrutura e fechamentos e os demais materiais de acabamento da casa.
“A ideia era evitar interferências que prejudicassem a exposição das obras de arte ou o traçado arquitetônico demarcado pela estrutura aparente.” (B.L.) M
Dividida em dois ambientes, sala de estar tem pé-direito duplo de 6 m de altura e medidas de 3,20 m de largura por 15 m de comprimento
Nos dormitórios, também a combinação entre aço, arte e paisagem
> Projeto arquitetônico: Denise Macedo Arquitetos Associados
> Área construída: 1.100 m² (área total)
> Aço empregado: perfil laminado I em aço ASTM A572 GR50
> Volume de aço: 30 t
> Projeto estrutural: Struturar Estruturas Metálicas
> Fornecimento da estrutura de aço: Struturar Estruturas Metálicas
> Execução da obra: Itaminas Construtora
> Local: Nova Lima, MG
> Data do projeto: 2009
> Conclusão da obra: 2011
Árvores entre estruturas metálicas e vidro formam
refúgio natural no meio da cidade
Átrio central, no nível da rua, tem como característica principal a presença de três paus-ferro de 8 m e de um espelho d’água
Aço, vidro e nAturezA AbundAnte. A combinação faz parte do projeto idealizado pelo escritório UNA Arquitetos para a Casa Bacopari, localizada em São Paulo. A obra foi assim batizada em alusão à árvore frutífera bacupari (Garcinia brasiliensis) e, no projeto, a valorização do verde não fica apenas no nome. Além de estar inserida em um bairro bastante arborizado, a residência conta, em seus jardins, com três pés de pau-ferro – árvore de copa arrendondada, que alcança até 30 m de altura – que marcam o projeto.
“Primeiro plantamos as árvores, três no pátio central e outras três nos fundos da residência, e só depois iniciamos a montagem das estruturas metálicas”, diz o arquiteto Fernando Viegas, da UNA Arquitetos, acrescentando, ainda, que a escolha do aço foi primordial para alcançarem os resultados esperados. “Queríamos uma obra rápida e limpa e com as estruturas em aço, que foram montadas em menos de um mês, conseguimos isso. A partir daí, a construção seguiu como uma grande montagem com os fechamentos em vidro e os forros em madeira finalizados rapidamente”.
A casa é composta por duas empenas de concreto com 30 cm de espessura – afastadas em 2 m cada uma das divisas laterais – que percorrem os 50 m de comprimento do lote e servem de sustentação para as vigas metálicas nos níveis do pavimento superior e da cobertura. “As vigas em perfis laminados, calculadas como vigas mistas, isto é, com a colaboração dos painéis de laje como mesa de compressão, vencem vãos de até 10 m e criam planos rígidos necessários para o travamento horizontal da estrutura”, explica a engenheira responsável pelo projeto estrutural, Heloísa Martins Maringoni, da Cia. de Projetos.
Segundo a profissional, as vigas internas, de 360 mm de altura, e externas, de 410 mm, foram projetadas com espaçamento constante a cada 3 m para otimizar o tamanho dos painéis de laje e permitir que o forro fosse contínuo. “Com isso, resolvemos o detalhe de acabamento nos perímetros da fachada. A vinculação entre o aço e o concreto foi feita por meio de insertos metálicos deixados como espera na concretagem das empenas, onde vigas em aço foram fixadas por solda”, detalha a engenheira.
A parte frontal da residência de dois andares, construída em um longo terreno de 14 x 50 m, é marcada pelo átrio central, no nível da rua, que tem como característica principal a presença do jardim, com árvores e um espelho d’água. Segundo o arquiteto Viegas, “como o terreno era comprido, decidimos manter o pavimento térreo livre visualmente, e por isso suspendemos a laje adotando fechamentos em vidro nas faces internas da casa para garantir a entrada de luz natural nos ambientes”, conta o profissional.
No piso térreo, após a “praça” central, um living com pé-direito duplo se abre para os fundos da residência, que abriga, ainda, um pátio com piscina e, em um segundo bloco, uma sala de jogos no térreo e um quarto de hóspedes no pavimento superior.
Voltando ao bloco principal, uma escada também em aço conecta os andares da residência que traz, no segundo andar, uma biblioteca na área de circulação e dois dormitórios, um de solteiro e outro de casal, com banheiros e closet (e.Q.) M
Vigas laminadas de aço vencem vãos de 10 m para garantir o travamento horizontal da estruturaFotos Leonardo Finotti Corte lateral mostra os acessos do primeiro e segundo pavimentos
> Projeto arquitetônico: UNA Arquitetos
> Área construída: 504 m²
> Aço empregado: perfis laminados ASTM A572 GR50, ASTM A36, dobrados ASTM A570 GRC, e parafusos galvanizados ASTM A325 e A307
> Volume de aço: 15,5 t
> Projeto estrutural: Cia. de Projetos
> Fornecimento da estrutura de aço: Construmet Engenharia e Construções Metálicas
> Execução da obra: Pec Prana Engenharia e Construção e Construtora F2
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2010-2012
> Conclusão da obra: 2012
Fachada marcada por grandes vigas de aço recebe fechamento em vidro translúcido no pavimento do segundo andar
Suspensa sobre perfis de aço, a Casa Painel, no interior de São Paulo, evidencia a leveza em sua concepção
f otos Bruno Rubiano
Aço de mAior resistênciA à corrosão, madeira de demolição e vidro compõem as fachadas da Casa Painel, uma construção térrea, geometricamente simples, implantada em terreno acidentado de um condomínio em Araçoiaba da Serra, em São Paulo. O arquiteto Bruno Rubiano, autor do projeto, optou pela estrutura soldada de perfis de aço como forma de reforçar o aspecto de leveza que buscava para a obra.
Rubiano explica que a estrutura em aço é uma opção vantajosa no mercado da construção civil atual, no qual a mão de obra é cada vez mais escassa. Mas outras vantagens também contribuíram para convencer o arquiteto a especificar o material, como a facilidade de vencer grandes vãos utilizando estruturas mais delgadas e, ainda, a economia de tempo pela rapidez de execução. “A estrutura foi montada em apenas 15 dias”, diz o arquiteto.
A construção chama a atenção, sobretudo, pela elegância dos materiais utilizados para compor o seu exterior, como o aço de maior resistência à corrosão empregado nos três painéis deslizantes, que se movimentam de acordo com a posição do sol, barrando a incidência direta dos raios solares no interior da casa. Outro revestimento que se destaca é o de filetes de madeira de 20 x 30 cm feito de caibros e vigas de demolição em ipê, peroba e angico preto.
Com formato em L, a casa desfruta da vista do exterior em função dos painéis de vidro da fachada, que percorrem, em toda sua extensão, o generoso pé-direito de 3,5 m de altura. Os ambientes internos integrados e amplos têm vista para a piscina de borda infinita, implantada no centro do lote, cuja água é coletada para formar um espelho d’água.
A permeabilidade visual que marca o projeto também está presente na área íntima, que é separada do restante da casa por meio de portas corrediças de vidro. A integração e transparência são ainda mais valorizadas pelo fato de a casa estar suspensa a 1,20 m do solo em relação à cota de 4,8 m. “Queríamos que ela parecesse flutuar sobre o terreno”, conclui Rubiano. (V.F.) M
> Projeto arquitetônico: Bruno Rubiano Arquitetos Associados
> Área construída: 515 m²
> aço empregado: ASTM 572 GR50 e ASTM A36 e aço de maior resistência à corrosão atmosférica
> Volume de aço: 24 t
> Projeto estrutural e fornecimento do aço: Qualiaço Estruturas Metálicas
> execução da obra: Qualiaço Estruturas Metálicas
> local: Araçoiaba da Serra, SP
> Data do projeto: 2011-2012
> Conclusão da obra: 2012
Residência
Residência em um estreito terreno de apenas 4 m de largura ganha interior harmonioso e iluminado com construção estruturada em aço
A concepção dA cAsA 4 x 30, localizada no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, começou com um grande desafio: acomodar, em um lote de apenas 4 x 30 m, ladeado por casas geminadas, todo o programa daquela que seria a morada de um casal de arquitetos. E para esse feito, o aço como opção estrutural foi a melhor solução.
A concepção dA cAsA 4 x 30, localizada no Jardim Europa, na zona oeste de São Paulo, começou com um grande desafio: acomodar, em um lote de apenas 4 x 30 m, ladeado por casas geminadas, todo o programa daquela que seria a morada de um casal de arquitetos. E para esse feito, o aço como opção estrutural foi a melhor solução.
No terreno de apenas 120 m2, a residência assinada por Lourenço Gimenes e Clara Reynaldo, da FGMF Arquitetos e CR2 Arquitetura, respectivamente, chama atenção logo na fachada, onde dois volumes – um acima, formado por uma caixa metálica e o outro fechado por um compensado naval pintado – são claramente segmentadas por uma estrutura de vidro em L com a função de garantir a passagem de luz para o interior.
No terreno de apenas 120 m2, a residência assinada por Lourenço Gimenes e Clara Reynaldo, da FGMF Arquitetos e CR2 Arquitetura, respectivamente, chama atenção logo na fachada, onde dois volumes – um acima, formado por uma caixa metálica e o outro fechado por um compensado naval pintado – são claramente segmentadas por uma estrutura de vidro em L com a função de garantir a passagem de luz para o interior.
No projeto, é marcante a determinação dos arquitetos em garantir iluminação e ventilação naturais ao interior da casa. Um jardim central, recortado no volume construído, confere à residência três faces banhadas de luz para superar o problema. Neste espaço, vigas estruturais de aço, fixadas na alvenaria de bloco estrutural, à esquerda, e em pilares de aço embutidos na parede, à direita, se descortinam e atravessam toda a residência para servir de apoio ao corredor de passagem e aos dormitórios localizados no pavimento superior. “O primeiro eixo, do quarto da frente, é atirantado na viga superior para criar o
No projeto, é marcante a determinação dos arquitetos em garantir iluminação e ventilação naturais ao interior da casa. Um jardim central, recortado no volume construído, confere à residência três faces banhadas de luz para superar o problema. Neste espaço, vigas estruturais de aço, fixadas na alvenaria de bloco estrutural, à esquerda, e em pilares de aço embutidos na parede, à direita, se descortinam e atravessam toda a residência para servir de apoio ao corredor de passagem e aos dormitórios localizados no pavimento superior. “O primeiro eixo, do quarto da frente, é atirantado na viga superior para criar o
em um estreito terreno de apenas 4 m de largura ganha interior harmonioso e iluminado com construção estruturada em aço
A casa é organizada por dois blocos de tamanho diferentes, unidos por uma passarela em torno do jardim, que faz com que os moradores desfrutem do verde em todos os deslocamentos. Ao fundo, uma escada feita em aço conduz os moradores ao segundo andar
Jardim central é marcado por estruturas de aço e por fechamentos em vidro, garantindo iluminação natural à residência
principal detalhe da fachada, o vidro em L. O restante da estrutura dos quartos foi apoiado nas vigas transversais de aço que passam pela passarela. A impressão que fica, de quem olha de baixo, é a de que os quartos estão flutuando no interior do imóvel”, conta Clara Reynaldo, da CR2 Arquitetura.
No pavimento superior, duas caixas metálicas acomodam as suítes: uma localizada na frente da residência e a outra, nos fundos. Os quartos são acessados pelos fundos da casa e se interligam por meio de uma passarela, também em aço, que exibe aos visitantes, nas paredes, um grande painel artístico assinado por Fabio Flaks.
E o aproveitamento inteligente dos espaços não se limita ao interior da casa. Na cobertura localizada acima das caixas que acomodam os quartos, há ainda um grande deque cercado por uma faixa de "telhado verde". Nesse espaço, a manutenção dos equipamentos de ar-condicionado e aquecimento de água é facilitada, mas o espaço se destaca, principalmente, por ser uma área de lazer complementar ao jardim do térreo. (M.G.) M
> Projeto arquitetônico: CR2 Arquitetura e FGMF Arquitetos
> Área construída: 120 m²
> Aço empregado: ASTM A572 GR50 e perfis em chapa dobrada tipo ASTM A570
> Volume do aço: 3,8 t
> Projeto estrutural: Inner Engenharia e Gerenciamento
> Fornecimento da estrutura de aço: BR Aço Estrutura
> Execução da obra: RC da Costa Construções
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2008-2009
> Conclusão da obra:
2010-2011
Com dois pavimentos e um deque na cobertura, residência tem a cozinha logo na entrada, integrada à sala de estar. Nas imagens abaixo, visão a partir da área da cozinha e da porta de entrada
A leveza e a praticidade de montagem da estrutura em aço foram aspectos decisivos para a adoção do material como elemento estrutural. Isso porque a localização do lote e a limitação de espaço exigiam facilidade construtiva, rápida execução, sem retrabalhos e pequena geração de resíduos durante a obra. Com a ajuda de caminhões do tipo munk, as peças, que chegavam prontas ao canteiro, eram içadas e soldadas na posição indicada em projeto. Em dez dias foi possível montar 3,7 toneladas de aço. Na estrutura, foram utilizados perfis do tipo I, tirantes e pendurais em aço tipo ASTM A572 GR50 e ASTM A570.
Além do aço, outros materiais característicos de construção seca foram adotados no projeto, como paredes de gesso acartonado, placas cimentícias, passadiços metálicos, grandes caixilhos e pisos de borracha, resina e deque flutuante. Com isso, além de uma construção rápida e precisa, o resultado foi uma residência que pode, inclusive, ser facilmente readaptada de acordo com as necessidades dos moradores, ou até mesmo desmontada.
Apesar do pequeno espaço, as soluções adotadas produziram uma casa com ambientes integrados, que criam a sensação de amplitude não só pela continuidade das áreas, mas também pelo uso em abundância da luz. O projeto levou algumas premiações e foi destaque na 9ª Bienal Internacional de Arquitetura e Urbanismo de 2011.
Comandado pelos arquitetos Lourenço Gimenes, Fernando Forte e Rodrigo Marcondes Ferraz, o FGMF Arquitetos foi fundado em 1999 pelos sócios, colegas da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo). A proposta do escritório sempre foi pautada pela vontade dos profissionais de produzir uma arquitetura contemporânea e que não limitasse a criação quanto ao uso de materiais e técnicas construtivas.
Atuando desta maneira, conquistaram reconhecimento, obtendo mais de 80 prêmios nacionais e internacionais. Nesta entrevista, Fernando Forte conta sobre o uso do aço nos projetos residenciais, tomando como um dos exemplos a Casa das Pérgolas Deslizantes, obra concluída este ano.
AA – Cada vez mais, o aço tem sido utilizado em obras residenciais. Neste segmento, a opção pelo material é meramente por razões estéticas ou há motivações técnicas para a especificação?
Fernando Forte – Nós costumamos usar a estrutura metálica nos mais diversos programas. Nunca é uma questão meramente estética em nossa escolha e, sim, a que nos parece mais adequada do ponto de vista estrutural e de montagem. É claro que a esbelteza dos perfis atrai muito o arquiteto, pois as estruturas metálicas são capazes de dar certa leveza a uma obra, dependendo da situação. Mas a capacidade de atender às demandas técnicas de cada projeto - como, por exemplo, velocidade, sustentabilidade e dificuldades próprias de cada terreno – é fundamental.
AA – Em quais casos o aço costuma ser usado?
FF – Já realizamos casas em estrutura metálica quando desejávamos que partes se movessem, ou em locais onde o acesso para a montagem de uma estrutura moldada in loco era muito complicado, ou, ainda, em casos de ensaios estruturais de grandes vãos. A lista é longa e é difícil apontar todos os casos em que o aço foi ou deve ser usado.
AA – Quais os benefícios que o aço apresenta para uma obra residencial?
FF – Eu diria que a velocidade na construção, a praticidade de montagem, a esbelteza de perfis e pilares, a capacidade de vencer grandes vãos e a maleabilidade do material para intervenções estéticas são os principais benefícios de tais estruturas.
AA – É um material diretamente associado às residências de alto padrão?
FF – A princípio, a construção residencial com perfis pesados é associada às residências de padrão mais elevado no Brasil, especialmente pela necessidade de um bom projeto arquitetônico e estrutural, o que já coloca o seu uso mais intenso em uma categoria de padrão diferenciado. Para se executar uma estrutura metálica, é necessária uma empresa especializada. Então, não é algo que “um empreiteiro dê um jeitinho”, o tipo de ação, geralmente, relacionada às obras de padrão mais simples. No entanto, ao pensarmos em sistemas como o light steel frame, podemos observar um crescente interesse das construtoras pelo uso do aço em residências de diferentes padrões. Afinal, a tecnologia minimiza a mão de obra e ganha em rapidez.
AA – Além da estrutura, há outros usos possíveis para o aço em uma residência? Ele pode substituir quais materiais?
FF – Sem dúvida, é possível projetar móveis, fixos ou não, brises, marquises, proteções, passarelas e uma série de outros usos que não a estrutura primária. Os materiais que ele substitui são diversos, dependendo do uso. No caso dos brises, por exemplo, podem substituir alumínio, madeira e outros.
AA – No projeto da Casa das Pérgolas, quais são as suas principais características e a contribuição do aço para viabilizar a obra?
FF – Desde o princípio do projeto, ao decidirmos secionar o terreno em fatias de 4 m, imaginamos realizar com vigas metálicas. Essas vigas metálicas têm diversas funções: dividir
“
A escolha pelo aço nunca é uma questão meramente estética, ela é baseada naquilo que nos parece mais adequado também do ponto de vista estrutural e de montagem.Rafaela Netto
o terreno espacialmente; travar e estruturar as paredes de concreto pré-moldadas; vencer vãos entre as vigas principais que estruturam o telhado. Nele, as vigas principais funcionam como fechamento lateral dos telhados metálicos e como trilhos das pérgolas e coberturas deslizantes, permitindo que elas alcancem de um lado ao outro do terreno. Tentamos ao máximo dissolver a relação interno e externo nesta residência, sobretudo por meio de diversos pátios, divisão programática e recursos, como transparências e paisagismo. E, talvez,
o aspecto que mais chama a atenção é o das pérgolas e coberturas móveis, que permitem que o usuário adapte a casa à sua necessidade. É possível se abrigar do sol ou da chuva em um churrasco, ao mesmo tempo em que é possível fazer o oposto em uma noite estrelada e agradável, por exemplo. É possível colocar as pérgolas sombreando determinadas áreas da casa, dependendo da posição do sol e do calor. Sem a estrutura metálica, esse projeto jamais existiria dessa forma, sobretudo em relação às partes móveis. (B.L.) M
Habitação no interior de São Paulo recebeu pérgolas e coberturas móveis em aço que permitem que os moradores adaptem a casa a seu critério, conforme a situação de uso e das condições climáticas
> Projeto arquitetônico: FGMF Arquitetos - Forte, Gimenes e Marcondes Ferraz Arquitetos
> Área construída: 170 m²
> Aço empregado: perfis estruturais tipo I em aço ASTM A502 GR50
> Volume de aço: 8,4 t
> Projeto estrutural: Oppea Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço: Estrutel Estruturas Metálicas
> Cobertura metálica: Serralheria Colonial
> Execução da obra: Vettore Engenharia
> Local: Bauru, SP
> Data do projeto: 2012-2014
> Conclusão da obra: 2014
Casa Azul e Branca, no litoral baiano, mescla vigas e discretos pilares em aço, que, juntos, trazem harmonia à fachada contemporânea
Uma residência de dois andares que apresentasse uma fachada impactante e contemporânea foi o desafio proposto ao arquiteto André Luque, em 2006, por um cliente português para a sua nova casa em Camaçari, na Bahia. A busca por uma obra limpa e rápida fez com que Luque suge -
risse o aço para a construção. “Embora o cliente gostasse da madeira, pela referência que tinha de outros projetos, esperava uma estrutura que causasse menos sujeira e que também fosse de fácil manutenção. Foi aí que oferecemos a solução da estrutura em aço”, destaca o profissional.
Como não tinha filhos, o casal que habitaria a residência esperava um espaço social amplo, sem muitos quartos, apenas o suficiente para receber alguns amigos e familiares.
Quem visita a casa logo se depara com um grande pórtico metálico, formando um pergolado sobre o deque de madeira, que passa por um espelho d’água. Brises de aço instalados na estrutura do pórtico protegem o interior da residência do forte sol poente da região.
Na fachada, os pilares de aço são o destaque. “Eles transmitirem leveza. Quem vê o projeto só consegue notar, em um primeiro instante, as vigas e não os pilares”, conta o arquiteto.
A estrutura, fabricada por uma empresa da região, utiliza perfis laminados H nos pilares e I nas vigas. Para valorizar os detalhes do projeto, o escritório optou por parafusos no lugar de soldas, com exceção do pergolado de entrada. “A estrutura aparafusada é de montagem mais rápida e fácil", diz Luque.
Localizada no ponto mais alto do terreno, a residência no litoral baiano faz bom uso da luminosidade natural com enormes portas e janelas de vidro temperado, permitindo maior integração com a área externa da casa. “No andar superior temos uma suíte máster e outras duas para acomodar os convidados. No térreo, fica toda a parte social”, descreve o arquiteto.
A área interna é protegida dos raios solares por uma grande cobertura com 5 m em balanço, também estruturada com aço. O sombreamento é assegurado pelo revestimento
feito com um tecido perfurado, tensionado por cabos de aço fixados nas vigas. “Tivemos esse cuidado para que a casa não esquentasse muito e não houvesse alto gasto de energia. Na verdade, nem foi necessário instalar aparelhos de ar-condicionado. Devido à ventilação cruzada, o local é fresco e bem protegido do sol.”
A privacidade dos moradores, entretanto, é garantida por uma extensa área de preservação ambiental, para onde se voltam os quartos e ambientes de estar. De acordo com o arquiteto, apenas uma fachada cega – com a cozinha, banheiros e área de serviço – é voltada para a rua impedindo que, quem passe por lá, visualize o interior da casa. (m.P.) M
O beiral em balanço protege o interior da residência da incidência solar direta. Na página ao lado, o grande pórtico metálico, com brises também de aço, marca a entrada principal e protege do sol poente
> Projeto arquitetônico: André Luque Arquitetura
> Área construída: 615 m²
> aço empregado: perfis I e H A572, perfis dobrados ASTM A36 e parafusos de alta resistência, galvanizados, ASTM A325
> Volume de aço: 150 t
> Projeto estrutural: Consep Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço: Lemos Metalúrgica
> Execução da obra: engenheiro José Ricardo Almeida
> Local: Camaçari, BA
> data do projeto: 2006-2007
> Conclusão da obra: 2007
Estrutura em aço e fechamentos em vidro embelezam e integram ambientes à paisagem no Alto de Pinheiros, em São Paulo
A ArquitetA MonicA Drucker projetou a Casa AM para um terreno em L, em declive a partir do nível da rua, com fundos para árvores centenárias e um horizonte do Parque Villa Lobos, em São Paulo.
A residência deveria ter espaços amplos, com grandes aberturas para a área externa, pois o proprietário, apesar de morar sozinho, tem vida social intensa.
Uma estrutura metálica vertical, em volumes recortados que avançam e recuam na direção da paisagem natural, foi projetada para garantir não só uma vista exclusiva da metrópole, mas também privacidade ao morador.
Nas áreas comuns internas, a paisagem inunda os ambientes através de largos painéis de vidro. “Para que a sala não ficasse escura, adotamos um pé-direito duplo de 5 m de altura”, conta a arquiteta.
A Casa AM está disposta em quatro pavimentos com rampas, escadas largas e elevador predial. “Propusemos o uso da estrutura metálica por uma questão de racionalidade da planta e da obra. Também nos parecia a melhor solução estética, em função dos diversos níveis solicitados pelo cliente na concepção do programa de uso.”
A residência conta com vestiários para visitantes, dormitórios de hóspedes, sala de ginástica com mirante, TV e escritório, além de amplo living ligado à cozinha, área externa com jardins, piscina e churrasqueira.
Fotos l eonardo Finotti
Como os fechamentos laterais são largos, altos e de vidro, com sequência de janelas e portas de correr voltadas para as áreas sombreadas, a ventilação cruzada se dá com naturalidade. Nos espaços de circulação, predomina a transparência entre os ambientes externos e internos.
Segundo o engenheiro responsável pelo projeto estrutural, Maurício Farias, da Stec do Brasil, a escolha pela estrutura metálica se deu em função das características do aço. “Ele oferece uma conveniência interessante em obras que requerem velocidade, estrutura delgada e uso das peças como elemento arquitetônico, ou seja, como parte integrante do design da fachada.”
A estrutura apresenta pilares de aço em intervalos modulados, com vigas primárias e secundárias em aço do tipo ASTM A36, ASTM A572 GR50. Toda a estrutura metálica recebeu acabamento com pintura anticorrosiva, em tom um pouco mais escuro do que o cobre.
“O elevado módulo de elasticidade do aço utilizado permitiu trabalhar com seções menores mesmo nos vãos extensos, e a rapidez da montagem se encaixou com maestria no cronograma apertado”, detalha o engenheiro.
Na entrada principal, uma escada – também em aço – forma o maior eixo de circulação entre os pavimentos. É sustentada por tirantes fixados à viga de aço do último andar, de modo a permitir a entrada do sol da tarde pela fachada da rua até os fundos envidraçados da Casa AM.
Uma piscina, com raia de 22,5 m de comprimento, fica no mesmo nível da sala de estar. Sua "borda infinita" é um convite à integração dos ambientes internos na paisagem do bairro Alto de Pinheiros, na cidade de São Paulo. (G.G.) M
> projeto arquitetônico: Drucker Arquitetura
> Área construída: 1.000 m²
> aço empregado: ASTM A36, ASTM A572 GR50
> Volume do aço: 49,1 t
> projeto estrutural: Stec do Brasil
> Fornecimento da estrutura de aço: Stec do Brasil
> Execução da obra: Engetec Engenharia
> local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2009-2012
> Conclusão da obra: 2012
Estrutura híbrida em aço e concreto configura residência com espaços interligados e muita transparência para favorecer o convívio e o lazer
Estrutura híbrida em aço e concreto alivia a carga da construção. Na página ao lado, detalhes da estrutura metálica no segundo pavimento (abaixo) e do terceiro andar, onde a estrutura é totalmente em aço
Quando convidados para desenvolver o projeto da residência MG, em São Paulo, os arquitetos Henrique Reinach e Maurício Mendonça tinham um extenso programa a cumprir, com muitas premissas definidas pelos proprietários. Uma delas pedia uma casa com três pavimentos acima do nível da rua, em um lote de 1.029 m2, localizado em uma região onde o limite de altura é de 10 m, conforme define a prefeitura da cidade.
Para atender a tais objetivos, a solução adotada foi a de uma estrutura híbrida em aço e concreto, tirando partido da leveza e capacidade do aço para aliviar a carga estrutural da edificação e fazê-la mais esbelta. Contribuiu, inclusive, para o melhor aproveitamento do espaço, permitindo realizar os três pavimentos solicitados com pé-direito de altura confortável e preservando o gabarito legal.
De acordo com os arquitetos da Reinach Mendonça Arquitetos Associados, o projeto em estrutura híbrida possibilitou reduzir o número de pilares de sustentação, ampliando os vãos livres da residência. A estrutura ora exibe paredes de alvenaria e estruturais, de concreto, ora apresenta áreas com pilares e vigas de aço, especialmente na altura do primeiro pavimento, na sala de estar com pé-direito duplo. Já no segundo pavimento, todos os pilares são metálicos. Há, ainda, uma grande viga soldada nas empenas de concreto, que vence um vão de 10 m. No terceiro andar, a estrutura é 100% em aço e recebeu fechamentos em vidro, inclusive em parte da cobertura para privilegiar a vista do bairro.
Os três pavimentos e subsolo atendem às necessidades listadas pelos proprietários, que
desejavam ter em um espaço urbano todas as comodidades de uma casa de veraneio. A começar pela garagem do subsolo, com dez vagas. Além dela, não faltam itens de lazer e entretenimento, como churrasqueira, adega, piscina, sauna, espaço fitness com varanda descoberta, sala de lareira e dependências de caseiro. Os arquitetos partiram de um conceito amplo de integração, substituindo sistemas convencionais de circulação por um grande átrio de pé-direito duplo. Ele integra os espaços sociais e a piscina, que invade parcialmente a varanda de pé-direito duplo. A ala social se abre para o jardim aos fundos do lote por meio de portas de correr envidraçadas, e a lateral direita da casa está voltada para a face norte. Assim, o eixo de insolação acompanha toda a fachada, enquanto a ventilação cruzada favorece a climatização ambiente. Outra forte característica do projeto é a transparência, que surge tanto em fechamentos laterais quanto em parte da cobertura do terceiro piso, permitindo visualizar as atividades da casa a partir de vários pontos para promover ainda mais a desejada integração e convívio na residência. (V.M.) M
> Projeto arquitetônico: Reinach Mendonça Arquitetos Associados / RMAA
> Área construída: 1.350 m²
> Aço empregado: pilares e vigas soldadas ASTM A36 e pilares e vigas laminadas ASTM A572 GR50
> Volume de aço: 12 t
> Projeto estrutural: SVS Projetos Estruturais
> Fornecimento da estrutura de aço: Montreaço Estruturas Metálicas
> Execução da obra: JZM Planejamento Imobiliário
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2008-2012
> Conclusão da obra: 2012
Residência de três pavimentos recebeu fechamentos em vidro e uma grelha metálica na cobertura para favorecer a iluminação e a ventilação naturaisFotos divulgação / Nelson Kon
> Escritórios dE ArquitEturA
André Luque Arquitetura www.andreluque.com
Bruno Rubiano Arquitetos Associados www.brunorubiano.com.br
CR2 Arquitetura www.cr2arquitetura.com.br
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Drucker Arquitetura www.monicadrucker.com.br
Estúdio Arquitetura www.estudioarquitetura.com
Forte Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos www.fgmf.com.br
Gesto Arquitetura www.gestoarq.com.br
Reinach Mendonça Arquitetos Associados – RMAA www.rmaa.com.br
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Consep Engenharia www.consep.eng.br
Inner Engenharia e Gerenciamento www.inner.eng.br
Marco Calazans Schreiber mschreiber@ig.com.br
Oppea Engenharia oppea@oppea.com.br
SVS Projetos Estruturais svs@svsprojetos.com.br
Ycon Engenharia Ltda. www.yconengenharia.com.br
> EstruturA mEtálicA BR Aço Estrutura www.bracoestruturas.com.br
Cetec Indústria, Comércio e Engenharia Ltda www.ceteceng.com.br
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O aço da Gerdau tem a força da transformação.
Os Perfis Estruturais Gerdau representam um jeito moderno de construir. Trazem beleza, inovação e flexibilidade, além de diminuir o tempo de construção e o desperdício de materiais. Do início ao fim, a qualidade que toda obra pede tem a marca da Gerdau.
www.gerdau.com.br
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Para cidades cada vez mais modernas, nosso país tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.