Arquitetura & Aço nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA&AÇO

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 41 março de 2015

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 41 março de 2015

CENTROS DE PESQUISA E TECNOlOgIA

SOlUçõES Em AçO CONfEREm mAIOR flExIbIlIDADE, bElEzA

SUSTENTAbIlIDADE AOS PROjETOS

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E

Guia Brasil da Construção em Aço

FABRICANTES SERVIÇOS

Ÿ Defensas de aço

Ÿ Painéis e divisórias

Ÿ Portas e janelas em aço

Ÿ Telhas de aço

Ÿ Engradamento de aço

Ÿ Parafusos e elementos de fixação

Ÿ Proteção térmica

Ÿ Tintas

Ÿ Estruturas em aço

Ÿ Perfis de aço

Ÿ Steel deck

Ÿ Tubos de aço

Ÿ Distribuição e Centros de Serviço em Aço

Ÿ Projetos e detalhamentos de construções em aço

Ÿ Galvanização

Ÿ Software para projetos em aço

Ÿ Montagem de estruturas de aço

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investindo no futuro

Vivemos a Era do Conhecimento. Estimulante, surpreendente e marcada por muitas mudanças, que ocorrem em velocidade impressionante. Hoje entendemos com clareza que o investimento em pesquisa e inovação é essencial para o desenvolvimento das empresas e do país, bem como para possibilitar a melhoria das condições de vida da população.

Nesta edição de Arquitetura & Aço, trazemos exemplos de centros de pesquisa e de tecnologia, instalações que vemos surgir com uma frequência cada vez maior no Brasil e que pressupõem uma visão de longo prazo dos investidores e governos para alavancar oportunidades, qualificar profissionais e potencializar os resultados que podemos obter em diversas áreas de atividade.

Do Cenpes, Centro de Pesquisas da Petrobras, projeto premiado de Siegbert Zanettini, exemplo de aproveitamento em grande escala das qualidades e possibilidades do aço, ao edifício do Tecnocentro, construído no Parque Tecnológico da cidade de Salvador, na Bahia, no qual o aço viabilizou uma interessante solução estrutural, são diversas propostas arquitetônicas e construtivas que respondem a demandas específicas dos projetos nessa tipologia e nas quais o aço aparece com destaque, revelando toda sua versatilidade.

Trazemos casos como o BHTec, em Minas Gerais, que adota o aço não apenas na estrutura, mas também em fechamentos que conferem flexibilidade à modulação dos espaços e reduzem a necessidade de manutenção. Ou, ainda, o Centro de Pesquisas da multinacional Schlumberger, líder mundial em serviços para a indústria de petróleo, no qual a plasticidade da cobertura em aço marca a expressão do edifício, e, também, o criativo projeto da Nave do Conhecimento, na cidade do Rio de Janeiro, em que um módulo construído em aço parece voar.

Por fim, da Espanha, a interessante arquitetura de Sergio Baragaño para o Centro de Pesquisas da ArcelorMittal em Avilés, nas Astúrias.

Muitos novos centros de pesquisa e tecnologia estão em construção no país, com a inauguração prevista para breve, como o Instituto de Física Teórica, em São Paulo, e as novas instalações da Neumayer Tekfor, em Jundiaí, no estado de São Paulo, projetos que apresentamos nesta edição.

Que estes investimentos tragam excelentes resultados e que novos projetos se viabilizem, cada vez mais pesquisando novas tecnologias, com a adoção de práticas sustentáveis e aplicação do conhecimento avançado para propiciar um futuro melhor para todos. São estes também os caminhos que deseja percorrer a construção em aço.

Boa leitura!

editorial
Leonardo Finotti
sumário
Arquitetura & Aço nº 41 março 2015
Foto
da capa: BHtec, Belo Horizonte, MG
ENDEREÇOS 32 08.
Leonardo Finotti
04.

04. Nave do Conhecimento, Parque de Madureira, RJ: estrutura futurista em aço e formato ovoide leva a inclusão digital a crianças e adolescentes 08. Centro de Pesquisa da Schlumberger, UFRJ, RJ: cobertura e brises em aço garantem um melhor aproveitamento dos recursos naturais e propiciam maior conforto térmico 12. Entrevista: Alexandre Brasil, do escritório mineiro de arquitetura Arquitetos Associados, fala sobre o uso do aço em centros de pesquisa no país 14. BHTec, Belo Horizonte, MG: fechamento em aço traz lexibilidade à ocupação e ainda reduz exigência de manutenção nas fachadas 18. Centro de Pesquisas da Petrobras, RJ: solução industrializada em aço reduz prazo da obra e contribui para a sustentabilidade no complexo 22. Tecnocentro, Salvador, BA: estrutura lembra árvore com galhos de aço e define expressão do edifício 26. Centro de Pesquisa Arcelor Mittal, Astúrias, Espanha: conjunto com módulos em aço se integra à paisagem da cidade 30. Acontece: Instituto de Física Teórica, em SP, e Centro de Pesquisa e Tecnologia da Neumayer Tekfor, em Jundiaí, SP

12. 22. 14. 26. 18. 30.

DIRETO DO FUTURO

Com estrutura em aço e expressão futurista, a Nave do Conhecimento

leva educação digital a crianças e adolescentes do Rio de Janeiro

Inaugurada em 2012, a Nave do Conhecimento, construída no Parque de Madureira, no Rio de Janeiro, foi uma das cinco estruturas instaladas na capital fluminense para abrigar atividades educativas e culturais voltadas à inclusão digital de crianças e adolescentes. Nela, o conceito futurista adotado pelo arquiteto Dietmar Starke aparece em todo o projeto, que recebe paredes, rampas e fachada em aço.

“No princípio, consideramos a possibilidade de executar as paredes em concreto; contudo, decidimos empregar uma estrutura de aço, com revestimento em placas cimentícias para ampliar a racionalização, reduzir os custos e agilizar a execução”, explica o autor do projeto.

Com área construída de 504 m2, a Nave do Conhecimento de Madureira foi instalada em um terreno de 600 m2. “As naves

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Fotos Joana França

À direita, o pavimento superior em formato ovoide, inteiramente em aço, abriga um pequeno auditório e uma sala de aula. À esquerda, vista externa do edifício, com o módulo ovoide em destaque

foram concebidas para serem assentadas em terrenos pequenos, como em praças e parques, ao lado de quadras de esportes, por exemplo”, aponta Starke.

A Nave do Conhecimento tem dois pavimentos delimitados por duas paredes de aço inclinadas e encimadas pela cobertura. O prédio é composto por espaços destinados à recepção, área de estudos, biblioteca digital, administração, sala de aula, sanitários e copa.

Parece que voa

Ao todo, seis tirantes tubulares sustentam o pavimento superior, inteiramente em aço, que se liga ao pavimento inferior por uma

rampa também metálica – com declividade adequada para pessoas com necessidades especiais. “O segundo piso, ovoide, é um espaço de 90 m2 que contém um pequeno auditório e uma sala de aula. Com uma forma que se aproxima da elipse, o ovoide feito de aço é pendurado por tirantes na cobertura, sem pilares, de modo que dá a impressão de que ele está voando”, descreve Starke.

Para executar o pavimento superior ovoide, o engenheiro civil Leonardo Perazzo Barbosa, responsável pelo projeto estrutural básico, precisou levar em conta aspectos como ação do vento, cargas verticais e móveis. “Uma das paredes da Nave inclina-se e forma um balanço

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Seis tirantes tubulares suportam o pavimento superior, inteiramente em aço, que se liga ao pavimento inferior por uma rampa também metálica, acessível para pessoas com necessidades especiais

> Projeto arquitetônico: Dietmar Starke

> Projeto executivo: JC&S Arquitetos Associados – Jozé Candido, Dietmar Starke e Daniel Kamitami

> Área construída: 504 m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Volume de aço: 54,8 t

> Projeto e cálculo estrutural: Leonardo Perazzo Barbosa

> Fornecimento da estrutura de aço: Grupo Projetec Guerra

> Construção: Delta Construções

> Local: Rio de Janeiro,RJ

> Data do projeto: 2010

> Conclusão da obra: 2010-2012

de mais de 11 m e 45°. Essa parede apoia as treliças metálicas da cobertura, que por sua vez suporta a estrutura do ovoide pendurado”, explica Barbosa.

Iluminação natural

Inclinada em 37° para o norte para aproveitar a incidência solar, a Nave tem a face sul sombreada para permitir o resfriamento natural do edifício, reduzindo a dependência dos aparelhos de ar-condicionado.

Na fachada sul, uma esquadria com perfis metálicos I e fechamento com vidros propiciam iluminação natural ao espaço durante boa parte do dia, colaborando para a economia energética. Ainda na fachada, um projetor colocado na parte interna cria um cinema ao ar livre na medida em que utiliza o vidro da esquadria como tela para reproduzir imagens para o público.

A execução da Nave do Conhecimento do Parque Madureira levou apenas 60 dias. “Trabalhamos com uma estrutura inteiramente pré-moldada. Os perfis de aço chegam prontos ao canteiro, são instalados e fixados por meio de guindastes”, conta Starke. A velocidade de execução, aliada à facilidade de manutenção, foi o elemento fundamental para a decisão de adotar o aço como solução estrutural.

De acordo com Starke, atualmente a Prefeitura do Rio de Janeiro, contratante da obra por meio da Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe), estuda a possibilidade de construir outras Naves do Conhecimento em diferentes pontos da cidade. (e.C.L.) M

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“ Decidimos empregar o aço para ampliar a racionalização, reduzir os custos e agilizar a execução.
Fotos Joana França

COMO UMA ONDA

Estruturas em aço e cobertura ondulada zipada dão vida e forma ao Centro de Pesquisas da Schlumberger, no Rio de Janeiro. Projeto também conta com soluções sustentáveis

Inaugurado em novembro de 2010, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro (RJ), o Brazil Research & Geosciences Center da Schlumberger, empresa prestadora de serviços no segmento de petróleo, parte de um volume arquitetônico geometricamente simples, com estrutura composta por vigas e pilares de aço, para abrigar um centro de pesquisas integrado à natureza com apelo sustentável.

O edifício, no Parque Tecnológico do Campus da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), encontra-se em uma área de 8.728,47 m2 e foi projetado pelo arquiteto Ziegbert

Zanettini a partir de um jogo criado com pavimentos ortogonais de diferentes dimensões.

“A ideia era que os pavimentos, articulados pelas circulações verticais, gerassem vazios e, com isso, viabilizassem a criação de coberturas ajardinadas e áreas de estar no conjunto.

A disposição do complexo também seria fundamental para que conseguíssemos alcançar ganhos de iluminação e ventilação, com o aproveitamento dos ventos sul e da brisa marinha”, explica o arquiteto.

Com entradas principais nas três ruas que delimitam o lote, o centro de pesquisas abriga escritórios, laboratórios e possui quatro pavimentos estruturados sobre vigas de aço que formam uma malha de 10 x 10 m, que, junto de lajes em steel deck, fechamentos e divisórias em dry-wall, conferem uma maior flexibilidade ao conjunto.

“A estrutura com perfis laminados de aço proporciona modularidade ao programa, permitindo não só uma operação e manutenção facilitada, mas também a ampliação dos espaços. Não queríamos nada rígido, queríamos algo que garantisse uma perfeita integração entre

A cobertura do terceiro pavimento, com telhas de aço termoacústicas zipadas e onduladas, marca a expressão do edifício. Nos demais andares, as coberturas verdes são destaques, criando jardins e áreas de estar que promovem a integração com a paisagem local

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as equipes em ambientes formais e informais de trabalho”, esclarece Zanettini, lembrando, ainda, que o aço foi adotado em outros pontos da edificação.

Na fachada de vidro, por exemplo, os brises metálicos aparecem em diferentes níveis para proteger o interior do centro de pesquisas da radiação solar direta e, inclusive, garantem uma satisfatória economia de energia ao aproveitar a iluminação natural. A intenvenção também ajuda a minimizar o uso do ar-condicionado na medida em que abranda a carga térmica dentro do complexo.

Na cobertura, telhas de aço termoacústicas zipadas e onduladas garantem o fechamento do restaurante localizado no terceiro pavimento. Nos demais andares, as coberturas verdes prevalecem sobre as lajes. “O uso de estruturas

Fotos divulgação

> Projeto arquitetônico: Zanetini Arquitetura Planejamento e Consultoria Ltda.

> Área construída: 10.332,64 m²

> Aço empregado: perfis laminados ASTM 572 GR50 e perfis soldados com aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica

> Volume de aço: 600 t

> Projeto e cálculo estrutural: Projconsult Engenharia de Projetos

> Fornecimento da estrutura de aço: Medabil (estruturas) e Bemo do Brasil (telhas termoacústicas)

> Execução da obra: Construtora Rio Verde

> Local: Rio de Janeiro,RJ

> Data do projeto: 2009

> Conclusão da obra: 2011

híbridas em concreto e aço trouxe leveza e beleza ao projeto. Na obra, usamos perfis com aço de alta resistência mecânica e maior resistência à corrosão atmosférica, em função da região onde o edifício foi executado”, explica o engenheiro Filemon Botto de Barros, da Projconsult Engenharia de Projetos.

Espaços definidos

O projeto que, em 2010, ganhou destaque no VII Grande Prêmio de Arquitetura Corporativa, na categoria Centros Educacionais e Culturais, foi executado em apenas dez meses e tem uma área construída de 10.332,64 m2

No térreo, o conjunto abriga a recepção, salas de treinamento, auditório, laboratórios, centro de processamento de dados e escritório. Já no primeiro e segundo pavimentos, as salas de pesquisas são o foco com ambientes de apoio e instalações na área mais central.

O refeitório, a academia de ginástica, os vestiários e dormitórios encontram-se no terceiro pavimento. (E.Q.) M

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“ Queríamos assegurar a renovação do ecossistema natural, minimizando os impactos ambientais resultantes da intervenção urbana por meio da disposição de áreas verdes em todos os pavimentos do edifício.
Instalados em dois diferentes níveis na fachada, brises metálicos protegem o interior do centro de pesquisas da radiação solar Contraventamentos na fachada dão identidade e modernidade ao projeto Fotos divulgação
Corte longitudinal

O aço da Gerdau tem a força da transformação.

Os Perfis Estruturais Gerdau representam um jeito moderno de construir. Trazem beleza, inovação e flexibilidade, além de diminuir o tempo de construção e o desperdício de materiais. Do início ao fim, a qualidade que toda obra pede tem a marca da Gerdau.

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Para cidades cada vez mais modernas, nosso país tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.

AA – Como começaram os seus trabalhos com construções metálicas?

Alexandre Brasil – Em 2003, surgiu a oportunidade para participar de um concurso cujo tema foi a realização de propostas para o Plano Diretor do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec). Vencemos a competição e, além do Plano Diretor e do projeto urbanístico, desenvolvemos o projeto para o primeiro edifício institucional do complexo.

AA – Qual foi a premissa básica que conduziu o projeto?

AB – Procuramos definir para o primeiro edifício um padrão construtivo, espacial e ambiental exemplar, que pudesse orientar a implantação dos novos prédios no Parque.

Formado em 1996 pela Escola de Arquitetura da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e mestre em construção metálica pela Escola de Engenharia da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), ALEXANDRE

BRASIL é sócio-fundador do Arquitetos Associados, escritório mineiro que lida com uma extensa variedade de escalas e programas, de moradia individual a edifícios públicos, comprometido em repensar as questões construtivas para além das aplicações usuais. À frente de vários projetos, com uma equipe colaborativa e multidisciplinar, Brasil responde, também, pela autoria do Parque Tecnológico de Belo Horizonte, mais conhecido como BHTec e, nesta entrevista, fala sobre o projeto e a construção em aço.

As premissas do projeto foram a implantação em etapas, a criação de espaços públicos abertos e integrados à paisagem natural, a abertura a múltiplas possibilidades de ocupação, a construção a seco e a acessibilidade universal.

AA – Então, a opção pelo aço foi uma consequência destas premissas?

AB – Sim. Precisávamos adotar processos construtivos de tecnologia limpa, que minimizassem os danos ambientais e proporcionassem a redução de custos de manutenção predial a longo prazo. Por isso, a escolha pela estrutura metálica foi natural neste caso. Queríamos algo que trouxesse longevidade para as edificações e seus componentes.

12 &ARQUITETURA AÇO Aço: Construção Intel I gente e r áp I d A
Divulgação

AA – O BHTec é totalmente em aço?

AB – Os espaços suspensos possuem estrutura metálica, lajes protendidas pré-moldadas de concreto e vedações em dry-wall revestidas em aço de maior resistência à corrosão nas faces externas. A pátina que surge na superfície da chapa de aço é o que a protege da corrosão. A ideia era garantir que o edifício resistisse a um cenário de baixa manutenção, o que o torna mais econômico também. Usamos o aço na estrutura e também nos revestimentos. Além de garantir manutenção reduzida, ele é parte da expressão do edifício.

AA – Na concepção de um centro de pesquisas, quais seriam as recomendações para o uso de elementos em aço, tal qual ocorreu com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte?

AB – Em edificações institucionais e centros de pesquisa, o maior interesse é criar uma construção inteligente e rápida, que não gere desperdício e que impacte pouco no meio ambiente. O aço contribui nestes aspectos na medida em que promove a construção de obras mais limpas e pensadas a partir da montagem de componentes a seco, além de melhorar a imagem arquitetônica do projeto. Também há a redução do tempo de construção, o que costuma ser vantajoso do ponto de vista financeiro.

AA – Há alguma exigência por conhecimento específico para atuar em projetos desse tipo?

AB – Há questões construtivas que, ao se projetar em aço, requerem um entendimento mais global da obra que está sendo proposta. É preciso ter conhecimento de todas as etapas da construção, além de bagagem em técnicas. Entender o comportamento e o desempenho dos materiais empregados ajuda a evitar o surgimento de patologias.

AA – Poderia citar alguma diferença prática?

AB – Por exemplo, uma estrutura metálica cujas ligações sejam feitas com parafusos exige uma qualificação técnica do montador menor do que para estruturas cujas ligações sejam soldadas, por exemplo. A definição sobre a adoção de ligações parafusadas ou soldadas pode ser importante, pois pode trazer problemas para a obra ou encarecê-la muito. A modulação estrutural, o tamanho das peças, a forma de transporte estão vinculados ao que se espera de uma construção.

AA – Como avalia a formação dos arquitetos, no Brasil, para projetar para construção em aço?

AB – Temos avançado muito. Hoje é bastante comum os cursos de graduação em arquitetura e urbanismo possuírem cadeiras que abordam conceitos iniciais da construção em aço. No entanto, acredito que é importante se investir mais na formação complementar. Especializações, pós-graduações, mestrados e doutorados são bem-vindos. (B.L.) M

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“ Centros de pesquisa precisam de sistemas inteligentes e de rápida execução. Para ser ideal, o processo construtivo adotado não deve gerar desperdício ou impactar o meio ambiente. Por isso, o aço é uma boa opção. Ele contribui em todos estes aspectos e ainda melhora a imagem arquitetônica do projeto.

Aço pArA A TECNOLOGIA

Estruturas e fechamentos metálicos em edifício institucional do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BHTec) viabilizam ocupação por múltiplas empresas e minimizam a necessidade de manutenção da fachada

O Parque TecnOLógicO de Belo Horizonte (BHTec), criado em 2005, funciona como um condomínio que abriga empresas de tecnologia e centros privados de pesquisa e desenvolvimento. Seu edifício institucional, que acomoda a administração do Parque e empresas residentes, foi planejado pelo escritório Arquitetos Associados em estrutura híbrida de aço e concreto de forma que a solução empregada facilitasse a expansão do conjunto ao longo dos anos.

Na época, a equipe do escritório foi responsável pela elaboração dos planos diretor e de parcelamento do solo, bem como pelo projeto do edifício institucional, após conquistar o concurso realizado. “O plano diretor exigia que privilegiássemos metodologias de construção a seco, que a execução dos edifícios fosse feita em etapas e que os espaços públicos fossem abertos e integrados à paisagem natural e edificada”, recorda Bruno Santa Cecília, um dos quatro titulares do escritório responsável pelo projeto.

Os critérios básicos se estendiam, ainda, à escolha de soluções que permitissem múltiplas possibilidades de ocupação do edifício nos anos seguintes e ao uso de sistemas e materiais construtivos modernos – exigências que favoreceram a escolha do aço para a estrutura e para o fechamento dos pavimentos. “O uso do aço também foi motivado por sabermos da dificuldade de manutenção nos edifícios públicos. Com as vedações metálicas, a pintura não precisaria ser renovada anualmente”, completa Santa Cecília, lembrando que as peças em aço receberam apenas pintura intumescente para a proteção contra o fogo. Conforme explica o arquiteto, o terreno irregular levou à necessidade de executar um embasamento de concreto na estrutura do edifício. O objetivo era que o mesmo acomodasse as variações da edificação e recebesse, posteriormente, uma construção leve, pré-fabricada e flexível, com estrutura e fechamentos em aço.

Bloco principal, com estruturas dos pavimentos abaixo do nível da rua em concreto armado e estrutura metálica a partir do primeiro pavimento. O subsolo tem três andares de estacionamento e dois pisos técnicos com vestiários e copa. No térreo, a estrutura metálica sobre pilotis abriga salas de reuniões, auditório, cafeteria, área de exposições e deque externo. As empresas ficam concentradas em salas que vão do segundo ao quarto andar

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Fotos Leonardo Finotti

> Projeto arquitetônico: Arquitetos Associados

> Área construída: 7.553 m² (área total)

> Aço empregado: ASTM 572 GR50 e aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica

> Volume de aço: 720 t (estrutura); 50 t (revestimento externo)

> Projeto executivo (estrutura de concreto): Misa Engenharia e Viatécnica

> Projeto executivo (estrutura metálica): Engenheiro Ubirajara

Alvim Camargo

> Fornecimento da estrutura de aço: Pórtico Engenharia

> Execução da obra: Haec Congel

> Local: Belo Horizonte, MG

> Data do projeto: 2008

> Conclusão da obra: 2008-2012

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Fotos Leonardo Finotti

O edifício tem cinco pavimentos do nível da rua para baixo. A estrutura em aço, por sua vez, começa a partir do nível térreo, se elevando por mais quatro pavimentos. “A estrutura metálica tem início sobre os pilotis e é constituída por pilares e vigas de aço montadas e parafusadas, e não soldadas in loco, conforme o previsto no primeiro projeto estrutural”, explica o engenheiro civil Eduardo Roscoe, assessor da diretoria do BHTec. A interação entre aço e o concreto, no nível dos pilotis, foi projetada para eliminar os momentos fletores, com o engastamento dos perfis de aço diretamente no concreto. As lajes são alveolares, de concreto pretendido.

Ocupação facilitada

Os pavimentos situados acima do nível da rua são destinados à ocupação por empresas de tecnologia da informação, além de laboratórios de biotecnologia. “Um dos desafios era encontrar uma solução que permitisse a implantação de eventuais equipamentos e sistemas específicos, como filtros de ar, por exemplo. Por isso, optamos por utilizar a própria fachada, que está recuada em relação à estrutura, como shaft. Dessa forma, permitimos que as empresas possam usá-la como um plano vertical de

base para receber qualquer tipo de infraestrutura demandada”, explica Santa Cecília.

Nas duas faces do edifício, formam-se dois balanços com 9 m cada um. “Pilares com dois tirantes opostos, em 45°, se estendem por dois andares e fazem o suporte e contraventamento dos balanços”, acrescenta o engenheiro Roscoe. Dois blocos de elevadores e banheiros, com fechamentos em painéis de aço de alta resistência à corrosão, servem o corpo principal do prédio, que abriga uma área social e outra de serviço. No bloco social, três faces têm fechamento com estes painéis e outra é vedada em vidro. São também em aço de maior resistência à corrosão as faces leste e oeste, sem janelas, no corpo principal do edifício.

De acordo com Roscoe, atualmente está prevista a execução de uma torre com mais de 20 pavimentos, ao lado do edifício, além de outro conjunto de prédios planejados para abrigar mais empresas de tecnologia.

O BHTec é uma iniciativa conjunta da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de Minas Gerais, da Universidade Federal de Minas Gerais, do Sebrae-MG (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais) e da FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais). (e c.L.) M

À esquerda, passarela de aço conduz os visitantes ao acesso principal do edifício. Nos detalhes, apoio das estruturas de aço sobre pilotis, no nível térreo. Abaixo, os dois blocos de elevadores e banheiros, com fechamentos em painéis de aço patinável com maior resistência à corrosão atmosférica, que servem o corpo principal do prédio

GIGANTE sustentável

Com 7 mil toneladas de aço em sua estrutura, o Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio de Janeiro, tira partido de soluções em aço para otimizar o cronograma da obra e, ainda, atender aos requisitos de sustentabilidade

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AÇO

Centro de Pesquisas da Petrobras abriga um Centro de Convenções circular próximo da entrada do complexo, um edifício central transversal, um Centro de Realidade Virtual, com estrutura geodésica elíptica, laboratórios e, por fim, concentra prédios de apoio no fundo do terreno

NuNca o aço foi tão aplicado em um centro de pesquisas nacional como no projeto de ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro. A construção, idealizada em 2004 e inaugurada em 2010, foi projetada pelo arquiteto Siegbert Zanettini, da Zanettini Arquitetura Planejamento e Consultoria, em coautoria com o também arquiteto José Wagner Garcia, e conta com cerca de 7 mil toneladas de aço em toda a sua estrutura. No complexo, implantado em uma área de 189.604,27 m 2 na Ilha do Fundão, a oeste da Baía de Guanabara, perfis laminados do tipo ASTM 572 GR50, com proteção anticorrosiva, foram usados nas estruturas para dar origem a um edifício principal, laboratórios, Centro de Convenções, Centro de Realidade Virtual e prédios de apoio.

Segundo Zanettini, as soluções industrializadas em aço foram escolhidas para o projeto não só por suas contribuições à sustentabilidade da obra, mas também por uma questão de prazo. “Deveríamos entregar o complexo no menor tempo possível; então, optamos por estruturas pré-fabricadas para atender ao prazo exigido. Como essas soluções permitem uma construção a seco, limpa e não requerem grandes espaços para a estocagem de materiais, transformamos a obra em um imenso canteiro de montagem e entregamos o conjunto em três anos”, detalha o arquiteto. Apenas as fundações, vigas baldrames e estruturas moldadas in loco em concreto foram executadas de forma convencional no canteiro.

Radiografia do projeto

Feito em estrutura radial com 75 m de diâmetro, o Centro de Convenções localiza-se próximo à entrada do complexo e conta com uma cobertura secundária de sombreamento em membrana retesada (tensoestrutura) sobre a recepção, salas de reuniões, video-conferências e eventos. A estrutura metálica da tensoestrutura é formada por 11 módulos, sendo cada um composto por arcos tubulares calandrados dispostos em planos radiais. “Cada plano é

Divulgação l eonardo Finotti

sustentado internamente por um mastro tubular vinculado ao solo e aos arcos de forma articulada. Externamente, duas escoras tubulares inclinadas que se apoiam na cobertura cumprem este papel”, explica Zanettini.

Já no prédio central, onde um núcleo com cinco módulos acima da estrutura dos laboratórios serve de coluna vertebral para todas as atividades de produção científica, o aço surge em vigas mistas de 10 m e em painéis steel deck de 2,5 m sobre vigas secundárias. O travamento das estruturas, que se dá nos blocos de circulação vertical moldados em concreto, dispensa escoramento. Neste eixo principal, que traz, ainda, uma cobertura também em aço com aberturas em planos opostos para favorecer a ventilação natural, foram utilizadas 2.393 toneladas de aço.

“Uma estrutura espacial com perfis tubulares e chapas metálicas termoacústicas foi projetada para sombreamento dos espaços da

cobertura do prédio central. Nas extremidades, os beirais receberam chapas metálicas perfuradas como cobertura”, esclarece Zanettini, que reforça que a montagem da estrutura metálica foi realizada em uma sequência lógica de pilares, vigas e lajes steel deck. “As árvores metálicas com cobertura em telha zipada vieram por último.”

Para a engenheira Heloísa Martins Maringoni, da Companhia de Projetos, empresa responsável pelo projeto estrutural do Cenpes, tanto o edifício central, com seus balanços e cobertura arbórea, quanto o Centro de Convenções com estruturas tensionadas, merecem destaque. “São estruturas sofisticadas, de uma complexidade muito grande. As variações propostas não eram convencionais, e por isso, além do uso de softwares de cálculo, também desenvolvemos rotinas específicas para o pré-dimensionamento e detalhamento das mesmas”, garante.

> Projeto arquitetônico: Zanetini Arquitetura Planejamento e Consultoria Ltda.

> área construída:

124.368,58 m²

> Aço empregado: perfis laminados ASTM A572 GR50

> volume de aço: 7 mil t

> Projeto e cálculo estrutural: Companhia de Projetos Ltda.

> Fornecimento da estrutura de aço: HR Projetos

> execução da obra: Consórcio Novo Cenpes (Construtora OAS Ltda.; Construbase Engenharia Ltda.; Carioca ChristianiNielsen Engenharia S.A.; Schahin Engenharia S.A. e Construcap – CCPS Engenharia e Comércio S.A.

> local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2004-2006

> Conclusão da obra: 2010

20 &ARQUITETURA AÇO
Cobertura em aço e em balanço foi projetada como uma espécie de "árvore metálica" com aberturas laterais para assegurar ventilação cruzada à edificação central aliviando a carga térmica do conjunto
Fotos l eonardo Finotti

Prédio central abriga um núcleo com cinco módulos acima da estrutura dos laboratórios que serve de coluna vertebral para todas as atividades de produção científica. Ali, o aço surge em vigas mistas com 10 m de vão e em painéis em steel deck sobre as vigas secundárias

Laboratórios sustentáveis

Nos laboratórios, dispostos de forma transversal e abaixo do edifício principal, o aproveitamento de recursos naturais, assim como as soluções em aço, também se repetem. A estrutura de aço segue uma modulação de 10 x 10 m em todos os laboratórios e foi concebida de forma a permitir total flexibilidade do layout interno, que pode ser modificado sem interferências na estrutura. As lajes alveolares protendidas que compõem o piso são apoiadas nas vigas de aço e dispõem de espaço para passagem de utilidades formando um piso técnico.

A superestrutura metálica suporta também pipe-racks, a cobertura de sombreamento e os painéis fotovoltaicos. “As estruturas são em vigas I e o plano de cobertura dos laboratórios tem vigas mistas com vãos de 10 m, espaçadas a cada 2,5 m, para a adoção do sistema de forma-laje. Os perfis metálicos totalizam 1.762 toneladas de aço”, informa Zanettini.

Já os painéis fotovoltaicos, instalados sobre a cobertura dos laboratórios nas regiões com

maior incidência solar, surgem orientados para o norte com inclinação de 22°50’ para assegurar uma fonte alternativa energética limpa e renovável ao conjunto. Além da energia natural, os laboratórios recebem iluminação artificial complementar dimerizável, com acionamento automatizado controlado por sensores.

E tal como no edifício central e no Centro de Convenções, o aço também surge de forma diferenciada no Centro de Realidade Virtual, à esquerda do terreno. Lá foi construída uma estrutura geodésica elíptica de 35 x 20 x 14 m, formada por 960 triângulos, 1.623 barras e 477 nós, utilizando 345 toneladas de aço. “As peças da estrutura já chegaram prontas e sua montagem ocorreu de forma simultânea para que houvesse um significativo ganho de tempo na execução. A montagem das estruturas levou apenas um ano”, pontua o arquiteto.

O conjunto ganhou o Prêmio Green Building Brasil, em 2011, e o Green Nation Fest, na categoria arquitetura sustentável no ano seguinte. (E.Q.) M

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PONTO DE CONVERGÊNCIA

Localizado em uma área privilegiada da cidade de Salvador, o Tecnocentro investe na integração com o entorno e ainda serve de marco visual para quem visita o Parque Tecnológico da Bahia

Com quatro pavimentos distribuídos por duas alas, o Tecnocentro de Salvador, na Bahia, abriga empresas de tecnologia da comunicação e informação interessadas no desenvolvimento de pesquisas em bioinformática, biossensores e softwares. O edifício, que tem uma área construída de 25.900 m2, conta, ainda, com espaço destinado ao fomento e incubação de empreendimentos inovadores. Foi concebido em 2008 pelo arquiteto Adriano Mascarenhas, do escritório Sotero Arquitetos, que teve a integração urbanística como lema principal do projeto.

Essência em aço

O aço trouxe contribuição imprescindível em diversas soluções do projeto, segundo o projetista estrutural da edificação, o engenheiro Clodoaldo Freitas. “Ele está presente em elementos da fachada, nas passarelas, na estrutura da cobertura, na cobertura em balanço e nos tubos que formam os galhos das 'árvores' do pátio central”, resume.

Ainda de acordo com Freitas, a opção pelo uso do aço visa atender requisitos arquitetônicos, como o balanço de aproximadamente 8 m da cobertura metálica. A possibilidade de trabalhar com grandes vãos, e a esbeltez no dimensionamento das peças estruturais são outros pontos destacados pelo arquiteto Mascarenhas sobre as vantagens proporcionadas pelo aço nesse projeto. “Estas possibilidades resultaram em uma plástica mais interessante, esbelta e elegante. Além disso, sem o aço, a leveza da linguagem arquitetônica pretendida não seria alcançada sem incorrer em um custo muitíssimo elevado”, explica o arquiteto. A demanda por leveza também pautou a concepção do último pavimento do Tecnocentro, destinado a abrigar a sede da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Informação do Estado da Bahia. Segundo Mascarenhas, a estrutura do andar surgiu como uma necessidade para apoiar tanto o último nível, em destaque, como as passarelas que cruzam o espaço e têm vão livre muito grande. “Tiramos partido

Apoiado sobre pilotis, edifício de linhas retas parte-se ao meio para seguir a curvatura definida pela topografia. Ao lado, destaque para a estrutura em forma de árvore com galhos de aço que sustenta o último pavimento e as passarelas de circulação

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Aço está presente nos elementos da fachada, nas passarelas, na estrutura da cobertura em balanço e nos nos galhos que formam as árvores da estrutura central

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Fotos Leonardo Finotti

Brises metálicos e grandes beirais da cobertura com estrutura de aço, aliados à ventilação cruzada e implantação, reduzem carga térmica e contribuem para o conforto térmico no edifício

> Projeto arquitetônico: Sotero Arquitetos

> Área construída: 25 mil m²

> Aço empregado: patinável de maior resistência à corrosão e ASTM A570

> Volume de aço: Informação não disponível

> Projeto estrutural: Clodoaldo Freitas

> Fornecimento da estrutura de aço: Informação não disponível

> Execução da obra: Construtora NM

> Local: Salvador, BA

> Data do projeto: 2008-2012

> Conclusão da obra: 2012

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da necessidade e criamos algo inusitado, que lembra os troncos de árvores e seus galhos a partir de uma estrutura metálica”, afirma.

Seguindo a analogia, nessas “árvores” os troncos são em concreto e os diversos galhos, em aço. Os desmembramentos em aço sustentam o último piso e as passarelas que cruzam o vão de chegada. “A princípio, estavam previstos pilares, mas a grande altura determinou que fossem colocados três pontos de travamento em cada coluna para conter o efeito de flambagem”, conta Mascarenhas. Segundo ele, o travamento foi feito com uso de peças de aço, no formato de cones cilíndricos alongados. As estruturas também serviram de apoio às passarelas contribuindo para a esbeltez do projeto.

Por sua localização, na região central do Parque Tecnológico da Bahia – área privilegiada por uma vista panorâmica –, a implantação do edifício foi planejada para que o mesmo pudesse servir de ponto de convergência visual aos visitantes. “A ideia era acentuar a presença e o simbolismo enquanto marco referencial do empreendimento. Foi um ponto de partida do projeto não torná-lo um elemento isolado, mas, sim, convidativo aos usuários de todo o conjunto”, destaca Mascarenhas. Por

isso, a implantação procurou ser a mais racional possível. “Acompanhando o traçado das curvas de níveis, o edifício de linhas retas parte-se ao meio para seguir a curvatura definida pela topografia”, detalha o profissional, destacando que a implantação aproveita o declive existente no terreno para receber as garagens em subsolo e escalonar a praça que desce em direção à mata. A praça, em frente ao edifício, complementa a linguagem do projeto urbanístico ao permitir o acesso do público e ainda promove a integração dos ambientes.

“O edifício-sede se apoia em pilotis e, com isso, o térreo é livre. Os blocos de salas foram elevados do solo para que a praça pudesse percorrer todo o pavimento térreo e seguir nos níveis escalonados do declive existente no terreno”, complementa.

Com a utilização de brises metálicos, aliados aos grandes beirais da cobertura de aço, à fachada ventilada em cerâmica extrudada e à implantação no eixo leste-oeste, o edifício ganhou o controle passivo de incidência solar. “A carga térmica provocada pela incidência solar foi reduzida drasticamente com esses elementos e com a ventilação cruzada”, pontua Mascarenhas. (B.L.) M

Abaixo, à esquerda, detalhes das passarelas de circulação que cruzam o vão de entrada e são sustentadas pelos galhos de aço da estrutura em árvore. À direita, brises metálicos garantem redução da incidência solar, preservando iluminação natural dos ambientes

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Fotos Leonardo Finotti

MODULAR E CONTEMPORÂNEO

Com volumes em aço que mais parecem grandes contêineres e uma fachada com apelo moderno e escultural, Centro de Pesquisa da ArcelorMittal estabele um diálogo com a histórica cidade de Avilés, na Espanha

Criar um Complexo de pesquisas em um parque empresarial, mas que mantivesse a essência das ruas, das praças e das sensações que se respiravam na antiga sede, localizada no centro histórico da cidade. Este foi o principal desafio do arquiteto espanhol Sergio Baragaño, do escritório de arquitetura [baragaño], ao projetar o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Global da ArcelorMittal na cidade de Avilés, em Astúrias, no norte da Espanha. Para a construção, localizada em um terreno de 2.500 m2 nos arredores de um

estuário, um conjunto arquitetônico modular em aço foi idealizado. Sobrepostos, os módulos – que mais parecem contêineres – surgem em duas cores que conferem identidade à obra e remetem a uma grande zona portuária de aspecto fabril.

De acordo com o arquiteto, enquanto a cor preta presente em quase todos os volumes lembra o carvão e o ferro, o vermelho faz alusão ao fogo, elemento imprescindível no processo de produção do aço. Externamente, uma escada vermelha de caráter escultural

Acima, destaque para a escada de aço vermelha que conecta os diversos módulos do complexo e confere um visual moderno e personalidade ao conjunto. O desenho da fachada foi elaborado pelo arquiteto japonês Toyo Ito

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feita em chapa de aço lisa interliga os edifícios e marca a expressão arquitetônica de todo o conjunto.

Segundo Baragaño, o desenho da fachada foi feito pelo arquiteto japonês Toyo Ito para a Feira de Barcelona – um dos maiores e mais modernos espaços de eventos da Europa – e, posteriormente, utilizado para compor a identidade do centro de pesquisas.

A fachada foi feita com chapas metálicas de superfície lisa na cor preta e com chapas perfuradas que, juntas, conferem um visual diferenciado ao conjunto. “As chapas perfuradas foram utilizadas onde a entrada de luz se fazia necessária. As chapas têm 30 cm de largura e uma altura contínua do chão ao teto”, explica Baragaño.

Fotos Mariela Apollonio/ DIvulgação

> Projeto arquitetônico: Sergio Baragaño, [baragaño]

> Área construída:

2.500 m²

> Aço empregado: vigas laminadas EN 10025 S 275 JR, vigas celulares, steel deck e elementos de fachadas em aço

> Volume de aço: 500 t

> Projeto estrutural: Tectum e Impulso

> Execução da obra: Comsa, Esdehor, Tamargo, Contratas Iglesias

> Local: Avilés, Espanha

> Data do projeto: 2009-2011

> Conclusão da obra: 2011

28 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Mariela Apollonio/ DIvulgação

Aço em destaque

Na entrada, um conjunto de volumes que se abrem para o sul, em direção à cidade, dão as boas-vindas aos visitantes. A maioria dos perfis utilizados são laminados, com qualidade EN 10025 S-275JR de diferentes dimensões e vigas alveolares fabricadas a partir de perfis laminados. As lajes, por sua vez, foram feitas com forma laje tipo steel deck justamente por suas propriedades construtivas, que viabilizaram um transporte mais econômico e uma rápida montagem. Segundo o arquiteto, o steel deck utiliza aço de 0,7 mm de espessura para uma área de até 3,60 m em duas seções contínuas.

Para Baragaño, o ponto mais interessante e complexo do projeto encontra-se no trecho de entrada, onde uma estrutura em balanço suporta a maior carga da edificação, que abriga um dos laboratórios do centro de pesquisas.

Nos espaços industriais, vigas alveolares conferem flexibilidade, menor peso e beleza à concepção arquitetônica destas áreas internas.

Construção sustentável

Segundo dados do arquiteto, 70% do aço usado na obra foi obtido por reciclagem e toda a estrutura é parafusada, o que facilita a desmontagem do edifício quando necessário. O vidro também tem presença significativa na edificação que recebeu materiais transparentes, translúcidos e u-glass, favorecendo a entrada de luz por meio de grandes vidraças.

O apelo sustentável do conjunto chama a atenção. O edifício, que ganhou o prestigioso prêmio europeu KNX de eficiência energética, recebeu um sistema de cogeração de energia que propiciou economia de 17% no consumo do complexo. “Acreditamos na importância da adoção de uma base sustentável na forma de se construir. Tentamos otimizar os recursos e o tempo de execução do projeto apostando em uma construção seca e eficiente em que o aço teve um papel crucial”, finaliza Baragaño. (N.l.) M

Abaixo, chapas perfuradas permitem a entrada de luz natural no interior do conjunto. Na página ao lado e também abaixo, espaços internos com vigas alveolares

29 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Mariela Apollonio/ DIvulgação

A LEVEZA DO AÇO NO CENTRO DE FÍSICA

A Praça Pamplona, complexo multiuso localizado no bairro Bela Vista, em São Paulo, abrigará o edifício do novo centro de pesquisas do Instituto de Física Teórica, além de um teatro digital (o planetário) e uma torre de comercial com 28 andares.

No projeto de Samuel Kruchin, do escritório Kruchin Arquitetura, a fachada do centro de pesquisas receberá uma estrutura trapezoidal em aço, com fechamento em vidro, que confere expressão ao edifício, trazendo leveza e personalidade ao volume. De acordo com Kruchin, a estrutura formada por tubos retangulares ASTM A36 será conectada à fachada do centro de pesquisas por meio de insertos posicionados nas colunas do edifício. “Vamos engastar consoles metálicos nos insertos e, em seguida, fixaremos os tubos que servem de coluna nos consoles. As vigas serão apoiadas por último”, detalha o profissional, que reforça a ideia de que a pele de vidro será uma estrutura independente do volume principal. Já o planetário, projetado como membrana que remete às conchas, contará com uma cúpula hemisférica para projeção em 360°, configurada sobre uma esbelta e engenhosa estrutura em aço.

O projeto, previsto para ser entregue até o final de 2015, contempla, ainda, a restauração do casarão existente no terreno, construído na época dos barões do café, e que irá abrigar um centro social para ensinar física e matemática a jovens carentes, além de uma livraria e um café. Uma praça de convivência e um bosque abertos aos frequentadores são elementos que reforçam a integração do conjunto à cidade, uma das preocupações do projeto. (M.G.)

Apesar do peso de 17,1 toneladas, a estrutura metálica trapezoidal consegue transmitir leveza ao conjunto arquitetônico

“ A intenção da estrutura em aço e vidro na fachada, além da transparência, é imprimir delicadeza e elegância ao edifício do Instituto de Física Teórica da Unesp.
Imagens divulgação

AÇO é DESTAquE EM CENTRO DE pESquISA

As novas instalações da Neumayer Tekfor, em Jundiaí (SP), ganharão um complexo – com um prédio administrativo e um centro de pesquisas e tecnologia – construído inteiramente em aço. Além da estrutura de aço, composta por pilares em perfis tipo W e vigas metálicas em perfil W e U, com bitolas entre 310 mm e 610 mm, a cobertura também será metálica, com telhas termoisolantes do tipo sanduíche suportadas por vigas treliçadas pintadas.

O projeto prevê, ainda, um pergolado em aço na fachada principal do edifício, composto por vigas retangulares feitas pela junção de dois perfis tipo C revestidas com painéis de alumínio composto tipo ACM, além de brises, também metálicos. Todo o aço especificado na construção do complexo é tipo ASTM A572 e ASTM A6/A6M.

Segundo Davi Cotta, arquiteto da Oliveira Cotta Arquitetura, o principal motivo da especificação do aço no projeto foi a busca por uma arquitetura inovadora. “A mistura do vidro com as estruturas metálicas, que podem ser vistas por quem está dentro do edifício, não dão a sensação de que se está em um caixote. As vantagens do material também são muitas, como a rapidez de montagem e o menor desperdício em obra”, explica o arquiteto. (M.G.)

31 &ARQUITETURA AÇO
“ A construção da terceira fase do projeto deve começar ainda no mês de março e está prevista para ser entregue em setembro de 2015. A primeira e a segunda fases já estão prontas.
acontece “
Imagens divulgação

endereços

> Escritórios dE ArquitEturA

Arquitetos Associados www.arquitetosassociados.arq.br

Baragaño www.barchitects.eu

JC&S Arquitetos associados www.jcsarquitetos.com.br

Kruchin Arquitetura www.kruchin.arq.br

Oliveira Cotta Arquitetura www.oliveiracotta.com.br

Sotero Arquitetos www.soteroarquitetos.com.br

Zanetini Arquitetura Planejamento e Consultoria Ltda. www.zanettini.com.br

> ProJEto EstruturAL

Clodoaldo Freitas clodoaldo@clodoaldofreitas.com.br

Companhia de Projetos Ltda. cia-projetos@companhiadeprojetos. eng.br

Impulso www.impulso.es

Leonardo Perazzo Barbosa lperazzo@veloxmail.com.br

Misa Engenharia misa@misaengenharia.com.br

Projconsult www.projconsult.com.br

Tectum www.tectumarq.com

Ubirajara Alvim Camargo uac.bh@terra.com.br

Viatécnica www.viatecnica.com.br

expediente

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> EstruturA MEtÁLicA

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> EXEcuÇÃo dE oBrA

Carioca Christiani-Nielsen Engenharia S.A. www.cariocaengenharia.com.br

Comsa + Esdehor www.comsaemte.com/wps/portal/ ComsaEmteWP

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Distribuídos para os principais escritórios de engenharia e arquitetura do país, construtoras, bibliotecas de universidades, professores de engenharia e arquitetura, prefeituras, associações ligadas ao segmento da construção e associados do CBCA.

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