Arquitetura & Aço nº 46 - Jogos Olímpicos Rio 2016

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA&AÇO

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 46 junho de 2016 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 46 junho de 2016 jogos olÍMPIcos rIo 2016 jogos olÍMPIcos rIo 2016

O Centro Brasileiro da Construção em Aço – CBCA, entidade sem fins lucrativos gerida pelo Instituto Aço Brasil, procura ampliar e promover a participação da construção em aço no mercado nacional por meio de ações de incentivo ao conhecimento, divulgação, normalização e apoio tecnológico. Conheça o CBCA!

Principais ações do CBCA

Cursos online e presenciais

Desenvolvimento de material técnico e didático, como as videoaulas e manuais da construção em aço, disponibilizados gratuitamente em seu site

Pesquisas anuais junto às principais empresas do setor, traçando um panorama da evolução e expectativas para o futuro desse sistema no país;

Promoção de palestras e Road Shows gratuitos por diversas cidades brasileiras

Realização do Concurso CBCA para Estudantes de Arquitetura, que anualmente incentiva a investigação das possibilidades da construção em aço e a manifestação criativa de alunos de arquitetura de todo o Brasil

www.cbca-acobrasil.org.br

Acesse o site e descubra tudo que o CBCA tem a oferecer!

Servir de Sede para oS JogoS olímpicoS, o maior evento do mundo, envolve muito mais do que receber as competições, com atletas e torcedores de muitos países, ou mesmo a enorme oportunidade de divulgar a cidade para uma audiência global de bilhões de pessoas.

Como se pode verificar no Rio de Janeiro, a ocasião também surge como um catalisador para grandes investimentos em obras que, se bem direcionados, podem beneficiar de forma duradoura as populações residentes e fazer valer os esforços empenhados para sediar o evento.

Nesta edição da revista A&A, apresentamos os principais equipamentos esportivos construídos ou reformados para abrigar as competições, destacando um aspecto essencial dos projetos: sua preocupação com a utilização após o término do evento. Hoje, não podemos aceitar que se produzam novos “elefantes brancos”, construções enormes – ainda que belas e inovadoras – que se tornam ociosas em pouco tempo, como tantos exemplos que conhecemos.

Assim, assumindo uma nova lógica projetual, vários estádios olímpicos do Rio de Janeiro foram pensados para responder à necessidade permanente dos locais, adicionando adaptações para atender à maior demanda temporária do período dos Jogos, o que significa uma inversão na abordagem que predominava até recentemente.

E é exatamente nesses projetos que o aço se destaca e aparece como a melhor solução para viabilizar construções com características de uma “arquitetura nômade”, que propõe estruturas concebidas para serem desmontadas e reutilizadas posteriormente, dando origem a novas instalações. Trazemos, nesta edição, casos como a Arena do Futuro e o Estádio Aquático, que são bons exemplos dessas soluções. E, ainda, uma entrevista com o engenheiro João Luis Casagrande, que nos conta sobre as características e benefícios da “arquitetura nômade”.

Mas os diferenciais da construção em aço também ficam evidentes em outras obras olímpicas. A capacidade do material para vencer grandes vãos foi essencial, por exemplo, na construção do Velódromo e das Arenas Cariocas. No conjunto Maria Lenk, o aço contribuiu para reduzir o impacto ambiental, viabilizando uma obra rápida e limpa. Já na Arena da Juventude, foi a solução para assegurar flexibilidade para atender a múltiplos programas de utilização.

Velocidade, resistência, flexibilidade – o aço já mostrou seu valor nessas Olimpíadas. Confira!

Boa leitura.

editorial
1 &ARQUITETURA AÇO
SoluçõeS em aço para garantir o legado

João Luis Casagrande, engenheiro e diretor da Casagrande Engenharia, relata os desafios do Rio 2016 e fala sobre o uso do aço em projetos de arquitetura nômade

sumário
Arquitetura
junho
Divulgação COnTATOS 44 enTrevISTA 30
Foto da capa: Interior da Arena Carioca 1 no Parque Olímpico, Barra da Tijuca
& Aço nº 46
2016
30. 28. 26. 14. 10. 04.

04. Cidade Olímpica e Maravilhosa

regIãO BArrA DA TIjuCA

10. Centro Olímpico de Esportes Aquáticos

14. Arena Olímpica do Rio

16. Arena do Futuro

20. Arenas Cariocas 1, 2 e 3

24. Velódromo Olímpico

26. Parque Aquático Maria Lenk

28. Centro Olímpico de Tênis

regIãO COPACABAnA

32. Marina da Glória

36. Arena de Vôlei de Praia

regIãO DeODOrO

38. Arena da Juventude

42. Centro Olímpico de Hóquei

43. Centro Olímpico de Hipismo

16. 32. 20. 38. 24. 42.

Olímpica E MARAVILHOSA

Palco das Olimpíadas deste ano, a Cidade Maravilhosa é totalmente reestruturada do ponto de vista urbanístico para atender aos espectadores dos Jogos e oferecer um legado à população

A pAisAgem do Rio de JAnei Ro já não é mais a mesma. O boom de obras para atender às exigências dos Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa de 2014 e, recentemente, a Olimpíada de 2016, contribuíram não só para uma intensa revitalização esportiva na cidade, mas, principalmente, para uma importante transformação urbana, marcada por projetos de infraestrutura que incluem os sistemas de

transporte, a requalificação da região portuária e investimentos em cuidados com o meio ambiente e com questões sociais e culturais. Durante a inauguração da nova Marina da Glória, em abril deste ano, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, comparou os avanços ocorridos na cidade aos observados em Barcelona, na Espanha, quando a mesma sediou os Jogos de 2012 e passou a ser referência

4 &ARQUITETURA AÇO
Parque olímPico 1. mPc (centro Principal de mídia) 2. iBc (centro internacional de Transmissão) 3. centro olímpico de Tênis 4. Velódromo olímpico 5. arenas cariocas 1, 2 e 3 6. arena do Futuro 7. centro olímpico de esportes aquáticos 8. arena olímpica do rio
1 2 3 4 5 6 7 8 9 Renato Sette c âmara p
9. Parque aquático maria lenk
refeitura do Rio de Janeiro

VlT e BrT cariocas

o VlT carioca (Veículo leve sobre Trilho), abaixo, com 30 quilômetros de extensão, oferece uma alternativa de mobilidade urbana moderna e confortável, transformando a região central do rio de Janeiro. contará com 42 estações de parada feitas em aço

No sistema de BrTs (Bus rapid Transit), foram implantados quatro corredores de ônibus que ligam as áreas extremas da cidade. as estações de paradas, também construídas em aço, receberam atenção especial para assegurar conforto e segurança aos usuários. Na foto ao lado, estação do BrT Transoeste (veja mais na edição nº 38 de a&a)

5 &ARQUITETURA AÇO cidade olímpica
Divulgação Divulgação

PorTo maraVilha o programa de requalificação da região portuária, porta de entrada de quem desembarca no rio de Janeiro pelo mar, será um importante legado para a cidade. o projeto, que previu a transformação de 5 milhões de m², incluiu a reurbanização de ruas da Gamboa e da saúde, do histórico morro da conceição e a demolição do elevado da Perimetral, cujas estruturas metálicas foram reaproveitadas nas tampas dos piscinões usados na contenção de enchentes na Grande Tijuca, entre outras obras. com a reforma, o Porto maravilha também passou a contar com novas vias expressas, mergulhões e túneis conectados ao restante da cidade, e ganhou dois novos museus, o museu de arte do rio de Janeiro (mar) e o museu do amanhã

Projetado pelo espanhol santiago calatrava, o escultural museu do amanhã, espaço que permite aos visitantes um vislumbre do futuro nos próximos 50 anos, conta com 3.800 toneladas de aço em suas estruturas

quanto à revitalização de áreas degradadas. Os investimentos mobilizados para o feito justificariam a comparação.

Segundo dados do Brasil 2016, portal oficial do Governo sobre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, para realização das obras pelos Governos municipal, estadual e federal, em parceria com a Autoridade Pública Olímpica (APO) e o Comitê Rio 2016, cerca de R$ 24,6 bilhões foram investidos na execução de 27 projetos que se estendem, também, à área de cultura e educação. Deste montante, R$ 10,6 bilhões foram financiados pelo setor privado.

Entre as principais obras de infraestrutura destacam-se aquelas destinadas à melhoria da mobilidade na cidade, como a implantação do VLT Carioca, a construção dos corredores BRT, a ampliação do sistema de metrô e a duplicação do Elevado do Joá.

A revitalização da área portuária, com o grandioso projeto Porto Maravilha, assim como o Controle de Enchentes da Grande Tijuca e a requalificação do entorno do Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão, e de Deodoro, também aparecem como melhorias urbanas

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museu do amaNhã Flávio D' a lambert / Divulgação Thales l eite / Divulgação

maracaNã e maracaNãziNho apesar do maracanã não precisar passar por reformas expressivas para receber os Jogos de 2016, o maracanãzinho, que abrigará as competições de vôlei, precisou de melhorias. o local teve sua cobertura recuperada, para suportar um placar eletrônico mais pesado do que o anterior e, também, teve duas de suas quadras de aquecimento reformadas para a competição

para favorecer à população em legado dos Jogos; além das escolas que serão construídas a partir da reutilização das estruturas em aço usadas em instalações como a Arena do Futuro (veja matéria na página 16 desta edição)

Já na esfera ambiental, a reabilitação da Bacia de Jacarepaguá e o saneamento da AP 5 (Bacia do Marangá) merecem destaque.

E como era de se esperar, o aço tem papel relevante em muitas delas.

No mapa ilustrativo, nas páginas 8 e 9, indicamos algumas das principais obras esportivas e, também, não esportivas que juntas contribuíram para a transformação da Cidade Maravilhosa, que ficou ainda mais bela, oferecendo mais serviços e comodidade para a população e a todos que a visitam. Nesta edição, abordaremos, exclusivamente, as principais construções destinadas às competições olímpicas, destacando a contribuição do aço para a viabilização dos projetos. Nas próximas edições de Arquitetura & Aço, publicaremos outras obras realizadas para os Jogos Rio 2016, porém não diretamente relacionadas à prática esportiva. (e.Q.) M

ceNTro iNTerNacioNal de TraNsmissão (iBc) localizado no Parque olímpico, na Barra da Tijuca, o edifício que abrigará as emissoras de rádio e televisão durante a olimpíada ocupa uma área de 68 mil m². construído em aço e concreto, com 21 m de altura, dois andares e 12 pavilhões, o complexo conta com 33 mil m² de paredes em lsF (light steel Frame) para delimitar os estúdios e fazer o fechamento externo do edifício. a cobertura, por sua vez, recebe telhas de aço do tipo sanduíche, com espessura de 50 mm cada

sede do comiTê orGaNizador rio 2016 inaugurado em 2013, o edifício-sede do comitê organizador rio 2016 foi a primeira instalação entregue para as olimpíadas. o prédio de três andares ocupa 21 mil m² e foi construído em apenas cinco meses a partir de estruturas em aço pré-moldado, que conferiram flexibilidade ao layout da edificação. com a tecnologia modular, as estruturas poderão ser facilmente desmontadas e reutilizadas em outras obras após os Jogos deste ano

7 &ARQUITETURA AÇO cidade olímpica
RioTur Renato Sette c âmara p refeitura do Rio de Janeiro Divulgação

Deodoro

1. Parque Radical do Rio

2. Centro Olímpico de Tiro Esportivo

3. Arena da Juventude

4. Arena de Rúgbi e Pentatlo Moderno (Estádio de Deodoro)

5. Centro Olímpico de Hóquei

6. Centro Aquático de Deodoro

7. Centro Olímpico de Hipismo

Barra da Tijuca

8. Centro Olímpico de Tênis

9. Velódromo Olímpico do Rio

10. Parque Aquático Maria Lenk

11. Arena Olímpica do Rio

12. Arenas Cariocas 1, 2 e 3

13. Arena do Futuro

14. Estádio Olímpico de Esportes Aquáticos

15. IBC/MPC

16. Hotel de Mídia

17. Rio Centro - Pavilhões 2, 3, 4 e 6

18. Vila dos Atletas

19. Campo de Golfe

20. Comitê Olímpico Brasileiro

5 6 3 1 2 4 7 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 8 9 10
BRT BRT BRT BRT M

Maracanã

19. Estádio Olímpico João Havelange – Engenhão

20. Praça do Trem

21. Maracanã

22. Ginásio Gilberto Cardoso (Maracanazinho)

23. Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016

24. Sambódromo

M M M M M M M M M M

Ciclovia Tim Maia

25. Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas

M BRT VLT

26. Forte de Copacabana

27. Arena de Vôlei de Praia

28. Parque do Flamengo

29. Marina da Glória

19 21 24 23 22
Copacabana
28 27 29 Porto Maravilha
Aeroporto Antonio Carlos Jobim Museu do Amanhã 20 25 26
Aeroporto Santos Dumont BRT VLT VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)
Para melhoria da mobilidade urbana, além do VLT, foram implantados quatro corredores de BRT e construída uma nova linha do Metrô, ligando Copacabana e Ipanema à região da Barra da Tijuca. Indicamos com os símbolos acima apenas algumas estações do Metrô e BRT próximas as instalações olímpicas

Pilares em aço com 45,6 m de altura partem do interior da edificação, onde cumprem a função de sustentar as arquibancadas, cruzam as treliças da cobertura e, por fim, já do lado externo da obra, firmam a cobertura em balanço a partir de estruturas atirantadas

estáDIO NÔMADE

Considerada uma das maiores instalações esportivas desmontáveis já construídas no mundo, o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos terá parte de suas estruturas em aço reaproveitadas após os Jogos

ConCebido Como uma Construção temporária e de caráter nômade, o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, localizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, impressiona por sua magnitude e estruturas em aço, que serão parcialmente desmontadas e reaproveitadas em outras obras após o Rio 2016.

A instalação de formato retangular, que externamente se assemelha a uma grande caixa de aço, ocupa uma área de 35 mil m2 e com quase 30 m de altura é uma das maiores

obras esportivas com estruturas desmontáveis já erguidas no mundo.

Nas Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, o estádio aquático com capacidade para 18 mil pessoas abrigará as disputas de natação e polo aquático em duas piscinas, uma de competição e outra de aquecimento, que, após os Jogos, serão desmontadas para assegurar novos usos às instalações. O plano da Prefeitura do Rio de Janeiro prevê que tanto as piscinas como as arquibancadas em aço sejam remanejadas para outros locais e que apenas

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Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro

a superestrutura e cobertura metálica sejam mantidas no projeto, que passará a acomodar as áreas administrativas e de pesquisa do Centro Olímpico de Treinamento (COT), programa voltado a atletas de alto rendimento após a competição.

Estruturalmente, o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos é marcado pela presença de quatro grandes pilares em aço com 46,5 m de altura e 2 m de diâmetro cada. As colunas metálicas estão dispostas dentro da arena e cumprem a função de sustentar as arquibancadas e a cobertura. No projeto original, a disposição dos pilares estava prevista para o lado externo da instalação, mas foi alterada no decorrer da implantação do projeto para conferir independência às estruturas no caso de desmonte.

Partindo do solo, as arquibancadas executadas em perfis de aço soldados e laminados contam com um sistema especial de ventila-

ção, que dispensa o uso de ar-condicionado na edificação. Ao todo, 492 canos verticais, espaçados a 1 m de distância um do outro, permitem a circulação do ar por meio de furos dispostos nos degraus – o sistema foi testado em maquetes submetidas a túneis de vento. “Na arquibancada, temos perfis parafusados e vigas treliçadas em seu contorno. As vigas são responsáveis pelo travamento das estruturas principais, que, por sua vez, sustentam os perfis dobrados que formam os degraus da arena”, explica o engenheiro Giovani Toscan, da Dagnese Soluções Metálicas. O acesso do público se dá pelas laterais do edifício por meio de plataformas, passarelas e escadas metálicas com piso em madeira naval apoiado em fôrmas de steel deck

A presença do aço também é marcante na fachada da construção e na cobertura. Os fechamentos são formados por perfis laminados e dobrados a frio e, na fachada principal,

Na fachada, uma estrutura de perfis em aço com revestimento em poliéster permeável de alta tenacidade e PVC recebe a obra “Celacanto Provoca Maremoto”, da artista plástica Adriana Varejão, retratada em 66 painéis com 27 m de altura. O revestimento também ajuda a amenizar as temperaturas no interior da construção

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Barra da tijuca
Acervo Dagnese divulgação

recebem uma espécie de lona em poliéster permeável de alta tenacidade e PVC, onde a obra “Celacanto Provoca Maremoto”, da artista plástica Adriana Varejão, está estampada. Já na cobertura, que leva telhas metálicas com proteção termoacústica, as estruturas que fazem a sua sustentação interna são formadas por quatro vigas de transição em perfis soldados, laminados e dobrados a frio; duas delas têm altura de 2,7 m e vencem 83 m de vão. “Elas estão localizadas entre os pilares, que também suportam o conjunto de tesouras e o sistema secundário de terças piramidais do tipo joist”, detalha Toscan.

Os pilares em aço também executam um papel importante no lado externo do edifício, acima da cobertura, onde avançam por 16 m para auxiliar na distribuição das cargas estruturais. Neste ponto, as colunas recebem quatro tirantes tubulares cada uma para suportar os esforços do balanço de 30 m das Pilares em aço avançam por 16 m acima da

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cobertura, onde recebem quatro tirantes tubulares cada um para suportar os esforços do balanço de 30 m Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro Fotos Acervo Dagnese divulgação

laterais da cobertura. Também ajudam a sustentar os oitões da obra, para os quais vigas treliçadas de alturas variadas e formadas por perfis laminados e dobrados a frio foram especificadas.

Segundo o arquiteto alemão Ralf Amman, da GMP Design e Projetos do Brasil, a prioridade do escritório foi projetar um edifício belo e, ao mesmo tempo, funcional. A praticidade das estruturas é reforçada, ainda, pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que ressalta a “arquitetura nômade, sem luxo e exagero” como o principal destaque do projeto. (e.Q.) M

> Projeto arquitetônico: GMP Design e Projetos do Brasil Ltda., SBP do Brasil Projetos Ltda., Sustentech Desenvolvimento Sustentável Ltda. e Aecom (estudos preliminares)

> área construída: 30.490,56 m2 (Aqua1) e 5.407,95 m2 (Aqua2)

> Aço empregado: perfil I laminado de abas paralelas ASTM A-572 GR50 e perfis soldados e chapas de aço estrutural com LE=350 MPa

> Projeto estrutural:

Casagrande Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Dagnese Soluções Metálicas

> execução da obra: Consórcio Onda Azul

> Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2014-2016

> Conclusão da obra: março de 2016

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A ventilação natural no interior do estádio aquático é assegurada por meio de elementos metálicos perfurados dispostos nos degraus das escadas
“ Na cobertura, a estrutura em aço vence vãos de mais de 80 m
Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro Barra da tijuca

OCtÓGONO DA GINÁSTICA

Construção remanescente dos Jogos Pan-Americanos de 2007, a Arena Olímpica do Rio é concluída em pouco mais de um ano graças ao uso de soluções em aço

uma das instalações construídas para os Jogos Pan-Americanos de 2007 e que será reaproveitada no Rio 2016, a Arena Olímpica do Rio, também chamada de Arena Multiuso, passou por adaptações para receber os Jogos Olímpicos em agosto. As intervenções no espaço, que sediará as competições de ginástica artística, rítmica e de trampolim, na Barra da Tijuca, foram uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI) para as provas e, também, para que o local pudesse receber o torneio de basquete em cadeira de rodas na Paraolimpíada, que acontece em setembro deste ano.

Sob responsabilidade da Empresa Olímpica Municipal (EOM), as obras de melhorias se concentraram na construção de uma nova rampa de acesso para otimizar o fluxo dos

usuários, na repintura externa, na adequação das instalações elétricas e estação de energia, bem como na revisão do sistema de exaustão da subestação elétrica. Contudo, é na concepção original, de autoria dos escritórios Lopes, Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Carlos Porto Arquitetura e Paulo Casé Planejamento Arquitetônico, que se encontram as soluções em aço mais interessantes.

Desafio estrutural

Datada de 2006, a construção da Arena foi idealizada para ser versátil, ou seja, servir de abrigo não só às competições olímpicas, mas, também, para receber eventos de outras naturezas, tais como os que ocorrem nas arenas multiuso norte-americanas, modelos nos quais foi inspirada.

Arquibancadas retráteis constituídas por pórticos metálicos interligados por guias oferecem mais assentos aos visitantes nos eventos de maiores proporções

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Bruno Carvalho Ministério do e sporte Divulgação

Por essa razão, a equipe responsável pela construção de formato octogonal precisou superar uma série de condicionantes para a conclusão da obra; uma delas foi contornar um exíguo prazo de execução, de pouco mais de um ano, conforme explica o arquiteto Gilson Ramos dos Santos, um dos autores do projeto. “Optamos por soluções industrializadas e de ágil execução, como é o caso do concreto pré-moldado associado à estrutura metálica, para atender ao cronograma enxuto da obra.”

O cumprimento dos requisitos olímpicos, que incluía padrões exigentes para a circulação dos torcedores, sem abrir mão da flexibilidade de uso, também foi determinante no projeto, cujas estruturas foram desenvolvidas pelos engenheiros Luís Cláudio Dagnese e Romano Martini, da Dagnese Soluções Metálicas.

Na Arena, as estruturas em aço treliçadas se encontram apoiadas em pilares metálicos e de concreto, enquanto vigas em aço com perfis soldados do tipo I sustentam as arquibancadas. Já na cobertura, pórticos metálicos treliçados formados por perfis dobrados a frio vencem um vão de 96 m e suportam o grid central para equipamentos e placar, além das plataformas laterais de apoio de equipamen-

tos. “O generoso pé-direito livre, com 29 m, pré-requisito para a prática de esportes e montagens de diferentes apresentações, levou à necessidade de atirantar as tesouras da cobertura”, acrescenta Santos.

Visando a durabilidade e a redução com os custos de manutenção, toda a estrutura metálica foi protegida por jateamento com granalha de aço padrão Sa 2½ e pintura de epóxi com 100 micras de espessura de película seca.

O isolamento acústico, por sua vez, um ponto crítico em instalações multiuso como a Arena Olímpica, foi resolvido com a utilização de um sistema composto por duas camadas de telhas metálicas intercaladas com uma manta de lã mineral – a camada superior é zipada e a inferior, perfurada para evitar reverberação.

Outra particularidade interessante da Arena diz respeito à presença de arquibancadas retráteis constituídas por pórticos metálicos interligados por guias e montados sobre rodas para o seu deslocamento. A ideia é que, em eventos de maiores proporções, o gaveteiro metálico sob as arquibancadas de concreto seja aberto para oferecer mais assentos e, assim, acomodar um número maior de visitantes no interior do ginásio. (J.n.) M

> Projeto arquitetônico: Lopes, Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Carlos Porto Arquitetura e Paulo Casé Planejamento Arquitetônico

> área construída: 58.100 m²

> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão com limite de escoamento = 300 MPa

> Volume do aço: 1.965 t

> Projeto estrutural: Dagnese Soluções Metálicas – Luis Cláudio Dagnese e Romano Martini

> Fornecimento da estrutura de aço: Dagnese Soluções

Metálicas e Benafer

> execução da obra:

Tecnosolo Engenharia S/A e Damiani Engenharia

> Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto:

1º trimestre de 2006

> Conclusão da obra: novembro de 2007

> Conclusão das obras de readequação:

2º trimestre de 2016

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A Arena foi construída a partir de estruturas híbridas em concreto e aço. Na cobertura, pórticos de aço treliçados vencem um vão livre de 96 m e foram atirantados para suportar o grid central que traz o placar e outros equipamentos Divulgação Barra da tijuca

LeGADO SUSTENTÁVEL

Palco das competições de handebol, a Arena do Futuro, feita a partir de estruturas em aço, será desmontada após a competição para construir escolas no Rio de Janeiro

Ao todo, 18 pilares metálicos dispostos junto à fachada do edifício, acomodam as vigas treliçadas planas e tridimensionais que cumprem a função de sustentar a cobertura também em aço – feita a partir de telhas do tipo sanduíche

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Gabriel Heusi / Heusi Action

o Centro olímpiCo de Handebol, batizado de Arena do Futuro, tem capacidade para abrigar 12 mil torcedores e é uma das construções que compõem o Parque Olímpico do Rio, na Barra da Tijuca. A estrutura, que também receberá as competições de golbol nos Jogos Paraolímpicos, teve a arquitetura projetada pelo consórcio Rioprojetos 2016 com uma característica muito particular. Ao fim dos dois eventos, o edifício de 24 mil m2 construídos será desmontado. A ideia é reaproveitar a sua estrutura na concepção de quatro escolas públicas, cada uma com capacidade para 500 alunos e 17 salas de aula, implantadas em áreas distintas da capital fluminense.

Para atingir esse objetivo, o projeto de arquitetura e as soluções construtivas empregadas se pautaram na necessidade de atender aos dois projetos simultaneamente: a Arena, com caráter temporário, e as escolas, que serão permanentes. O desafio era garantir um equipamento que atendesse aos requisitos estabelecidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e que, ao mesmo tempo, se transformasse em um legado para a cidade.

O desenho da instalação esportiva apoiou-se em dimensões e modulações que serão reproduzidas nas escolas. Há convergência entre os vãos de lajes, vigas principais e secundárias, pilares e pé-direito.

Além disso, o projeto de estruturas priorizou o uso do aço com ligações parafusadas para viabilizar a desmontagem e a remontagem dos componentes. O material encontrou aplicação marcante em vigas, pilares, contraventamentos e cobertura. “A escolha da estrutura em aço

17 &ARQUITETURA AÇO Barra da tijuca
A Arena do Futuro foi concebida para atender a todas as necessidades dos Jogos e depois ser desmontada, sendo suas estruturas reaproveitadas para construir quatro escolas na cidade. O aço é o único material que poderia viabilizar este projeto

se deu em função da necessidade de garantir versatilidade para os dois usos distintos, além da alta velocidade de montagem, desmontagem e remontagem”, conta o arquiteto

Gilson R. Santos, do escritório Lopes Santos & Ferreira Gomes Arquitetos. Para facilitar a remontagem, cada peça metálica recebeu uma numeração, que ajudará a remontar a arena no formato de escolas.

Um desafio especial foi viabilizar o vão livre superior com 85 m, necessário para garantir que a quadra de 40 x 20 m pudesse ser vista de todos os assentos nas arquibancadas, sem obstáculos visuais.

Responsável pelo projeto de estrutura metálica, o engenheiro Flávio D’Alambert, do escritório Projeto Alpha, conta que a saída foi recorrer a uma sequência de vigas treliçadas com mais de 5 m de altura, constituídas por perfis laminados. “As vigas da arquibancada estão fixadas nos pilares dos pórticos e penduradas nas vigas de cobertura. As arquibancadas e lajes de concreto são do tipo pré-moldado e foram projetadas para serem parafusadas na estrutura metálica”, revela o projetista.

> Projeto arquitetônico: Rioprojetos

2016 – Lopes Santos & Ferreira Gomes, Oficina de Arquitetos e Paulo Casé Planejamento

> área construída: 24 mil m²

> Aço empregado: ASTM A572 GR50

> Volume do aço: aproximadamente 2.700 t (cobertura, arquibancada, escadas e rampas)

> Projeto estrutural: Projeto Alpha Engenharia de Estruturas

> Fornecimento da estrutura de aço: Brafer Construções Metálicas S/A

> execução da obra: Dimensional Engenharia Ltda.

> Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

> Início da obra: abril de 2014

> Conclusão da obra: novembro de 2015

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Divulgação André Motta / Heusi Action

telhado: oito placas pré-fabricadas

ar-condicionado

Escadas: seis conjuntos permitem acesso às arquibancadas superiores e inferiores

Estrutura: 18 pilares metálicos sustentam o ginásio

rampa norte

Temporário sim, simplório jamais

O caráter efêmero da Arena do Futuro em nada lembra as precárias e corriqueiras tendas ou galpões provisórios. O edifício distribui-se por três níveis principais. No térreo, por onde o público entra, fica o campo de jogo e áreas operacionais de apoio (vestiários, cozinha etc.). Escadas, rampas ou elevadores garantem o acesso nível intermediário da Arena, a 4,72 m de altura. Esse local funciona como uma grande área de circulação, dá acesso às arquibancadas e possibilita vistas generosas para o Parque Olímpico. Também abriga as áreas operacional, esportiva e de imprensa/mídia.

Estrutura da Arena do Futuro será reaproveitada na construção de quatro escolas públicas com 17 salas de aula e capacidade para 500 alunos cada. O projeto adotou soluções construtivas que permitissem atender às duas propostas simultaneamente: a Arena, com caráter temporário, e as escolas, que serão permanentes. O uso do aço com ligações parafusadas garantiu a versatilidade necessária, além de alta velocidade e facilidade nas operações de montagem, desmontagem e remontagem dos componentes. Para facilitar a remontagem, cada peça metálica recebeu uma numeração, que ajudará a remontar a arena no formato de escolas De grande impacto estético, a face externa é composta por painéis de fechamento compondo um sistema de fachada ventilada e que contam com aberturas retangulares e aleatórias para favorecer a conexão entre interior e exterior. A fachada também se destaca pelo uso de brises de madeira, que enriquecem a volumetria e formam uma espécie de pele que possibilita o aproveitamento de luz e ventilação naturais, ao mesmo tempo em que filtra a iluminação excessiva. As peças foram fabricadas a partir de um composto de madeira reciclada e polímero, dispostas em módulos e fixadas à estrutura por meio de perfis de alumínio. (J.n.) M

19 &ARQUITETURA AÇO Barra da tijuca
Paredes: parafusadas e encaixadas, maioria é de gesso e drywall rampa sul Agência e stado

TRIO POLIesPORtIVO

Estruturas em aço asseguram versatilidade à maior instalação do Parque Olímpico, as Arenas Cariocas, que receberão mais de dez modalidades esportivas entre agosto e setembro

20 &ARQUITETURA
AÇO

uma das Construções mais emblemáticas dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, as Arenas Cariocas foram erguidas para receber dez modalidades esportivas. O conjunto de design arrojado é composto por três edifícios circulares conectados entre si, que somam 400 m de comprimento e estão dispostos de forma paralela ao eixo central do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca.

Com 16 mil assentos, a Arena Carioca 1 receberá as competições de basquete e, também, rúgbi e basquete em cadeira de rodas. A

Arena Carioca 2, com 10 mil assentos, sediará as disputas de judô, luta greco-romana e estilo livre, além das competições de bocha da Paraolimpíada. A Arena Carioca 3, que também tem 10 mil lugares, por sua vez, abrigará as competições de tae kwon do e esgrima nas Olimpíadas, além das disputas de judô paraolímpico. Para a concepção do projeto, tanto o partido arquitetônico como a tomada de decisões foram influenciados pela preocupação de garantir uma infraestrutura adequada para o torneio e, também, deixar um legado para a cidade. Concluídos

Treliças metálicas viabilizaram grandes vãos da cobertura e ampla visibilidade para o público

Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de
Barra da tijuca
Janeiro
21 &ARQUITETURA AÇO

os Jogos, as Arenas 1 e 2 serão unificadas para se transformar em um centro de treinamentos para atletas de alto rendimento, o primeiro da América Latina. Já a Arena 3 será adaptada para servir de ginásio-escola para estudantes da rede municipal de ensino.

Para atender aos múltiplos programas de uso, que exigiram a presença de estruturas temporárias na concepção das arquibancadas e de parte das lajes das Arenas 2 e 3, o aço foi essencial. Também foram instaladas algumas rampas e escadas metálicas provisórias, para assegurar maior fluidez à circulação dos visitantes.

Versatilidade estrutural Celso Girafa, arquiteto e sócio do escritório Arqhos, revela que o maior desafio do projeto foi chegar a um dimensionamento que cumprisse às exigências operacionais dos Jogos Olímpicos, sem deixar de atender às necessidades das construções permanentes. Para solucionar essa questão, a estrutura em aço se mostrou uma grande aliada, “por viabilizar a redução do peso da estrutura e facilitar sua remoção posterior”, comenta.

As arenas possuem especificidades de programa, mas todas contam com dois níveis de arquibancadas, além de quatro núcleos de circulação vertical. Os elementos estruturais permanentes foram construídos em concreto. Já os que serão desmontados após as competições são em aço e independentes, como é o caso das arquibancadas das Arenas 2 e 3, de parte da arquibancada da Arena 1 e de algumas lajes que serão retiradas para a flexibilização do layout

O aço tem, ainda, presença marcante na cobertura construída com alturas variadas, deixando claro a distinção entre cada arena. “Uma exigência era manter o longo vão sem interferências visuais. Isso foi possível com o uso de treliças metálicas paralelas, apoiadas em pilares de concreto que ficam atrás

Instalações recebem, ao todo, 62 treliças metálicas. Na Arena Carioca 1, 18 treliças em aço, apoiadas em 26 pilares, vencem um vão de quase 100 m

> Projeto arquitetônico: Aecom (preliminar) e Arqhos Consultoria e Projetos (executivo)

> área construída: 84 mil m²

> Aço empregado: ASTM A572

> Volume do aço: 2.805 t

> Projeto estrutural: Casagrande Engenharia (projeto básico) e Consórcio Rio Mais

> Fornecimento da estrutura de aço: Martifer Construções Metálicas

> execução da obra: Consórcio Rio Mais

> Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: abril de 2013

> Conclusão da obra: março de 2016

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Fotos divulgação

das arquibancadas”, explica Girafa. Além da estrutura em aço, a cobertura é composta por telhas metálicas preenchidas com lã mineral, placas de poli-isocianurato (PIR) e membrana termoplástica para um melhor desempenho térmico e resistência às intempéries. A cobertura conta, ainda, com tubos de alumínio (solatubes) que captam a luz solar e a refletem para dentro da arena, diminuindo os custos de operação local.

Ao todo, nas três Arenas, foram instaladas 62 treliças, de acordo com o Consórcio Rio Mais (formado pelas construtoras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken). Só na Arena 1 foram empregadas 18 treliças metálicas sustentadas em 26 pilares, e que vencem um vão livre de quase 100 m.

Inspirada nas montanhas da cidade, a fachada das Arenas Cariocas tem formato orgânico e é composta por pilares de madeira de pinho tratada em autoclave. O fechamento entre os pilares se dá por telas metálicas, que conferem certo grau de transparência e viabilizam a entrada de luz natural à área de transição localizada no entorno do conjunto arquitetônico. (J.n.) M

Fachada das Arenas traz pilares de madeira tratada que conferem um aspecto orgânico à concepção arquitetônica e estrutural. O fechamento entre os pilares, feito a partir de telas metálicas, viabiliza a entrada de luz natural e confere esbeltez ao conjunto

Barra da tijuca
Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro
O aço tem presença marcante na cobertura das Arenas, vencendo vãos de até 100m

seM OBSTÁCULOS

Treliças em aço de grandes dimensões vencem vão de 104 m no Velódromo Olímpico do Rio de Janeiro, e deixam a pista de competições livre para o ciclismo

Completamente remodelado após os Jogos Pan-Americanos de 2007, o Velódromo Olímpico do Rio de Janeiro, localizado ao lado da Arena Olímpica e das Arenas Cariocas 1, 2 e 3, receberá as disputas de ciclismo de pista nas Olimpíadas e Paraolimpíadas deste ano. A obra será entregue em julho, quando o paisagismo, pavimento e a instalação de placas metálicas que envolvem a fachada serão concluídos.

Assinada pela B|AC – Backheuser Arquitetura e Cidade, em parceria com a Casagrande Engenharia, que responde pelo projeto estrutural, a instalação permanente que integrará o Centro Olímpico de Treinamento (COT), voltado para atletas de alto rendimento após os Jogos, tem base em concreto pré-moldado,

pista interna em pinho siberiano e cobertura em aço, cujo formato lembra o capacete de um ciclista. O design da cobertura foi concebido pelo arquiteto João Pedro Backheuser para conferir uma identidade marcante à instalação e, também, para atender algumas necessidades técnicas em função das exigências do projeto.

Segundo o profissional, a cobertura do Velódromo foi projetada em formato oval com estruturas em aço de diferentes dimensões, sobre pilares de concreto nas extremidades da edificação, para cumprir as especificações do Comitê Olímpico Internacional (COI) para o esporte, que exigia uma pista de competição livre de interferências. “A forma da cobertura foi uma decorrência direta da geometria da

A Arena com 5 mil lugares fixos e 800 temporários foi desenvolvida para, após os Jogos, servir de centro de treinamento para atletas profissionais. A instalação permanente, que atende às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), também permitirá ao Rio Janeiro sediar competições mundiais da modalidade

24 &ARQUITETURA AÇO
Miriam Jeske / HeusiAction

planta do edifício, somada à solução estrutural que nos pareceu a mais adequada para alcançarmos o grande vão demandado pelo projeto, que não deveria receber pilares em seu centro.”

O sistema adotado para a sustentação da cobertura é formado por treliças de perfis em aço do tipo I, soldados e dobrados a frio, parafusadas e de diferentes tamanhos capazes de vencer um vão central de 104 m. “O tamanho das treliças varia de acordo com o vão entre os pilares, alcançando até 8 m de altura”, explica o engenheiro Giovani Toscan, da Dagnese Soluções Metálicas, que reforça que a montagem das estruturas metálicas seguiu sem entraves e foi concluída em apenas seis meses com a ajuda de dois guindastes com capacidade para 500 toneladas cada.

Desafios extras

Por sua alta complexidade, o projeto do Velódromo também impôs outros desafios à equipe; um deles, garantir uma boa iluminação interna e uma ventilação adequada

ao centro por conta de particularidades da pista feita com madeira da Sibéria e montada por profissionais brasileiros e alemães.

“Premissas técnicas e específicas demandavam uma mínima interferência externa possível, e por isso tanto a luminosidade como a incidência de ventos e as temperaturas foram considerados”, detalha Backheuser.

Assim, foram instalados sheds para a favorecer a luminosidade e ventilação natural no interior da arena. A tecnologia de modelagem BIM, por meio do método de elementos finos, foi utilizada para garantir o dimensionamento mais preciso da cobertura e das demais estruturas do Velódromo.

Para Backheuser, “a assimetria da pista de ciclismo, não percebida em um primeiro olhar, coloca interessantes questões para a malha estrutural”. Além disso, em sua opinião, as demandas técnicas para a manutenção da pista, assim como os rígidos requisitos olímpicos, fazem de todo o projeto um grande desafio arquitetônico e estrutural. (e.Q.) M

> Projeto arquitetônico: B|AC – Backheuser Arquitetura e Cidade

> área construída: 12 mil m2 (cobertura)

> Aço empregado: perfis laminados ASTM A-572 GR50 e soldados e dobrados a frio de aço estrutural com LE=300 MPa

> Projeto estrutural: Casagrande Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Dagnese Soluções Metálicas

> execução da obra: Tecnosolo Serviços de Engenharia e Engetécnica Serviços e Construções Ltda.

> Local: Barra, Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2014-2016

> Conclusão da obra: 2016

Treliças em aço de diferentes dimensões, apoiadas apenas nas extremidades, formam a estrutura da cobertura seguindo o formato oval do Velódromo e evitam a presença de obstáculos na área da pista de competição

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Acervo Dagnese divulgação
RJ
Renato s ette Câmara Prefeitura

sALtO NAS ALTURAS

Alongada e curvilínea, a cobertura do Parque Aquático Maria Lenk faz referência, do ponto de vista estético, a uma imensa plataforma de saltos onde o aço é protagonista

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Fotos Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro

palCo das disputas olímpiCas de nado sincronizado e saltos ornamentais, o Parque Aquático Maria Lenk, localizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chama atenção pelo desenho de sua cobertura. A estrutura construída em aço para os Jogos Pan-Americanos de 2007, do ponto de vista estético, é marcada por uma geometria particular e única, que corroboram a identidade do complexo esportivo.

Tal como uma “imensa plataforma de saltos”, alongada e curvilínea, a cobertura metálica foi projetada por três escritórios de arquitetura e contou com projeto estrutural do engenheiro Flávio Correia D'Alambert, da Projeto Alpha Engenharia de Estruturas, recebeu perfis tubulares em aço para atender ao exíguo prazo do projeto, que foi concluído em menos de um ano. A escolha do material também levou em conta o impacto ambiental no entorno da obra. “Como o local é repleto de lagoas, mangues e vegetação nativa, optamos pelo sistema industrializado tanto para as arquibancadas, que receberam pré-fabricados de concreto, como para a cobertura, na qual os perfis tubulares em aço nos ajudaram a cumprir os prazos e exigências ambientais do município”, explica D'Alambert, ressaltando que a montagem das estruturas em aço requer menos espaço para canteiros, além de ser uma obra limpa e rápida.

Estruturalmente, a cobertura simétrica do Maria Lenk foi dimensionada nos dois blocos do complexo. Cada bloco tem sete vigas treliçadas, de 29,50 m de comprimento, e duas também em aço nas extremidades da cobertura, que têm 10 m em balanços. A interligação entre as tesouras principais se dá por meio de 13 vigas treliçadas secundárias (joists), que, além de suportarem as telhas da cobertura, travam e estabilizam as vigas principais. “Os joists têm uma função especial nas tesouras laterais e central proporcionando a transfe-

rência de cargas para os pórticos que contêm mastros externos. Lá, temos seis vigas treliçadas de seção trapezoidal, apoiadas internamente na viga de concreto armado que compõe a arquibancada e que, externamente, são integradas aos mastros tubulares de 21 m em aço e de 18 m em concreto armado. O binário trouxe equilíbrio ao sistema", detalha D'Alambert.

Montagem eficiente

A montagem das estruturas metálicas foi realizada sem entraves. Os banzos em perfis do tipo tubo quadrado (200 x 200 x 80 mm) e as ligações de obra foram parafusados para garantir rapidez e precisão no canteiro. Já as vigas treliçadas, por sua vez, foram preparadas no chão e içadas até a posição final, sobre a viga de concreto armado na parte interna do estádio, com a ajuda de guindastes de 150 toneladas. Os escoramentos só foram retirados quando a montagem total do setor foi finalizada.

Apesar de já ter sido idealizado para abrigar as competições dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e para receber as provas do Rio 2016, a instalação do Maria Lenk passou por algumas adaptações para as Olimpíadas deste ano. As melhorias foram relativamente simples e não envolveram adequações estruturais de grande porte, conforme relata o arquiteto Gilson Ramos dos Santos, do Lopes, Santos & Ferreira Gomes Arquitetos. “Elas consistiram, basicamente, na construção de uma nova piscina de aquecimento; no reforço e resiliência na alimentação de energia; e nova iluminação para atender às necessidades de transmissão do evento”, pontua o arquiteto. Uma sala com tanque seco para o treinamento de atletas, a reforma do posto médico e a criação de novos banheiros para pessoas com deficiência também fizeram parte da renovação do Maria Lenk para o Rio 2016. (e.Q.) M

A opção pelo aço e os sistemas de construção industrializada reduziu o impacto ambiental da obra, localizada em área repleta de lagoas e vegetação nativa. A montagem das estruturas em aço foi feita de forma rápida e sem necessidade de grande espaço para canteiros, contribuindo para cumprir os prazos e as exigências ambientais

> Projeto arquitetônico: Lopes, Santos & Ferreira Gomes Arquitetos, Carlos Porto Arquitetos e Paulo Casé Planejamento Arquitetônico

> área construída: 42 mil m²

> Aço empregado: aço estrutural com LE=300 Mpa e ASTM A572 GR42

> Volume do aço: 750 t

> Projeto estrutural: Projeto Alpha Engenharia de Estruturas

> Fornecimento da estrutura de aço: CPC Estruturas Metálicas

> execução da obra: Delta Construções

> Local: Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2006-2007

> Conclusão da obra: 2007 (readequação em 2016)

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TÊNIS PARA O FUtURO

Mix de estruturas temporárias e permanentes contribuem para a adoção de soluções sustentáveis em aço no Centro Olímpico de Tênis. O complexo esportivo, na fase de legado, receberá atletas de projetos sociais

implantado em loCal privilegiado, logo na entrada do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, o Centro Olímpico de Tênis chama a atenção por sua arquitetura e porte. O complexo ocupa uma área de 9 hectares e é composto por três arenas com capacidade para 10 mil, 5 mil e 3 mil torcedores cada. Também conta com sete quadras com arquibancadas para 250 lugares e seis áreas de aquecimento. Durante os Jogos, será a sede do torneio de tênis. Já nas competições paraolímpicas, abrigará as provas de tênis em cadeira de rodas e de futebol de 5.

De toda essa estrutura, duas arenas e outras sete quadras de competição permanecerão após o megaevento como legado para a

cidade. A instalação terá capacidade para receber um torneio ATP 500 e servirá para o treinamento de atletas de alto rendimento, para atender a jovens de projetos sociais ligados ao esporte e, ainda, para a realização de eventos.

Arena central

Batizada com o nome de Maria Esther Bueno, tenista brasileira que foi sete vezes campeã de torneios do Grand Slam, a arena principal do Centro de Tênis foi construída pelo Governo Federal em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro. O complexo esportivo tem 120 m de diâmetro em planta, cobertura a 23,5 m acima do solo e três níveis com arquibancadas e áreas destinadas à circulação.

Fachada da arena principal, com 120 m de diâmetro e cobertura a 23,5 m acima do solo, conta com brises metálicos coloridos que ajudam a controlar e filtrar a luz do sol

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Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro

A presença marcante da arena se deve muito à fachada composta por brises em aço revestidos em alumínio-zinco que ajudam a controlar a incidência dos raios solares sem comprometer a ventilação natural. As lâminas possuem um aspecto de sistema contínuo e são fixadas por meio do porta-painel parafusado a uma subestrutura auxiliar, também em aço.

Como em outras instalações do Parque Olímpico, a necessidade de garantir o prazo de execução enxuto, bem como o partido arquitetônico que privilegia uma linguagem leve e esguia, induziu à utilização de sistemas construtivos industrializados.

O engenheiro Giovani Toscan, da Dagnese Soluções Metálicas, conta que para a sustentação das telhas da cobertura foram empregados perfis de aço soldados, do tipo I, em pilares e vigas. O conjunto conta com um sistema auxiliar de apoio com tirantes formados por tubos retangulares, que sustentam um balanço de 20 m sobre as arquibancadas. As vigas em aço também foram utilizadas para os travamentos das arquibancadas em conjunto com os pilares em aço que fazem o contorno da arena. É nessa estrutura que se apoia todo o sistema de iluminação. “Há, ainda, quatro rampas de acesso ao público que combinam vigas de apoio em perfis metálicos retangulares, além de pilares constituídos por perfis tubulares em aço fixados no piso de concreto”, revela Toscan.

A estrutura metálica recebeu a proteção passiva contra o fogo, com pintura intumescente monocomponente com resistência de 60 minutos.

Outra necessidade foi, ainda, reduzir os impactos causados no meio ambiente ao longo da vida útil do complexo esportivo. Para isso, foi estipulado como objetivo a conquista da certificação LEED ( Leadership in Energy and Environmental Design) na categoria Gold. Nas instalações permanentes, isso se traduziu na busca por soluções para diminuir custos operacionais, reduzir o consumo de água e energia, além da prevalência pelo uso de materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental. (J.n.) M

> Projeto arquitetônico: Aecom (estudos preliminares) e Consórcio 2016 – Especialistas em Eventos Esportivos (GMP Design e Projetos do Brasil, Lumens Engenharia, e Sustentech Desenvolvimento Sustentável)

> área construída: 50 mil m²

> Aço empregado: aço estrutural com LE=300Mpa e ASTM A572 GR50

> Projeto estrutural: Casagrande Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Dagnese Soluções

Metálicas

> execução da obra: Consórcio Ibeg/Trangan/Damiani e Volume Construções

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2012

> Conclusão da obra: 1º trimestre de 2016

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Perfis soldados do tipo I foram usados nos pilares e vigas que fazem a sustentação da cobertura do complexo esportivo. A estrutura é composta, ainda, por tirantes feitos a partir de tubos retangulares que suportam um balanço de 20 m sobre as arquibancadas Renato s ette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro
Barra da tijuca
Divulgação

INSTALAÇÕES NÔMADES E EM AÇO

AA – Algumas instalações esportivas do Rio 2016 foram norteadas por um conceito de arquitetura nômade baseada em sistemas estruturais em aço. Por que essa escolha para os projetos?

João Luis Casagrande – A construção de uma arena esportiva envolve muitos custos que nem sempre são justificáveis, especialmente quando falamos de instalações provisórias. Na Olimpíada deste ano, por exemplo, a Prefeitura do Rio de Janeiro teve um cuidado muito grande ao direcionar os arquitetos e engenheiros envolvidos nos projetos para evitar a construção de ginásios que, após os Jogos Olímpicos, caíssem em desuso se tornando verdadeiros “elefantes brancos” para a cidade. Não queriam repetir o legado de Atenas, que abrigou a competição em 2004 e que, só recentemente, encontrou um uso para o seu Parque Olímpico, com a chegada de refugiados. Essa é a razão de termos muitas obras na Olimpíada deste ano concebidas para serem temporárias. No Rio

Formado em engenharia civil pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, João Luis Casagrande responde, desde 1997, por mais de 400 projetos de grande porte, como pontes, universidades e indústrias, além de importantes obras esportivas, tais como o Maracanã, as Arenas Cariocas 1,2 e 3, o Velódromo e a concepção da cobertura do Centro Olímpico de Tênis – que receberão os Jogos Olímpicos no Rio 2016. À frente da Casagrande Engenharia, é conhecido por sua atuação no desenvolvimento estrutural de construções temporárias, como o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, feito totalmente em aço e considerado um caso de destaque para o setor

de Janeiro, o Parque Aquático Maria Lenk e o Julio de Lamare já atendiam às necessidades dos esportes aquáticos, e por isso, baseado no conceito de arquitetura nômade, optamos por uma construção 100% desmontável e em aço, para o Centro Olímpico de Esportes Aquáticos. Esse mesmo princípio norteou a execução da Arena do Futuro, que não é de nossa autoria e abrigará as competições de handebol. Se o Rio já tinha o Maracanãzinho e a Arena Olímpica HSBC para a modalidade esportiva, qual a necessidade de outra instalação permanente desse porte?

AA – O senhor mencionou que o custo é um fator importante a ser considerado em uma construção esportiva, mas é correto afirmar que apenas ele?

JLC – O custo para uma construção esportiva permanente é de 30%, sendo 70% o valor gasto para a sua operação e manutenção. Com isso, é claro que as instalações temporárias se mostram mais atrativas, mas apenas

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Casagrande Engenharia/ Divulgação
“ Não conheço um projeto temporário em outro material que não o aço. Ele é o que melhor atende à arquitetura nômade, sem dúvida

quando o projeto original já contempla o uso posterior das estruturas para evitar perdas consideráveis de material. A Arena do Futuro, por exemplo, desde o início foi projetada para ter parte de suas estruturas desmontadas e reutilizadas na construção de escolas públicas do Rio de Janeiro. Já no Centro Olímpico de Esportes Aquáticos, esse direcionamento não nos foi passado; não sabíamos qual seria o destino das estruturas após os Jogos Olímpicos. Ainda assim, projetamos as mesmas em aço para que tivessem 100% de reaproveitamento. Essa é uma tendência mundial.

AA – Não saber, então, o destino das estruturas pode dificultar a adequação dos projetos?

JLC – Sim, pois a adequação exige um maior desafio para os profissionais envolvidos na obra e, dependendo dos materiais usados no projeto, as perdas acabam sendo inevitáveis. Saber o destino da estrutura torna tudo mais fácil. Na demolição do elevado da Perimetral, no Rio de Janeiro, por exemplo, conseguimos garantir o reaproveitamento de boa parte das estruturas em aço do projeto, que foram destinadas para obras públicas de infraestrutura urbana na própria cidade, caso das tampas dos piscinões usados na contenção de enchentes. Essa experiência acabou contribuindo, ainda, para o cuidado que tivemos com o projeto do Centro Olímpico de Esportes Aquáticos. Nele, salvo os parafusos, todas as estruturas em aço foram pensadas para serem reaproveitadas.

AA – Podemos afirmar que o aço surge como um grande aliado estrutural para as instalações nômades?

JLC – Não conheço um projeto temporário em outro material que não o aço. Ele é o que melhor atende à arquitetura nômade, sem dúvida. Quando temos estruturas mistas, em concreto e aço, ou que tenham um uso

considerável de elementos pré-moldados, temos perdas de materiais na demolição. Isso, entretanto, não ocorre com as estruturas feitas unicamente em aço, em que tudo é reaproveitado. No Centro Olímpico de Esportes Aquáticos até mesmo as lajes podem ser recicladas, pois foram executadas em steel deck e em madeira, e não em concreto como tradicionalmente são feitas. Além disso, nesse projeto, priorizamos uma estrutura principal que cumpre a função de sustentar a cobertura, de forma independente das arquibancadas. Queríamos facilitar o desmonte da obra. Até mesmo as piscinas do estádio aquático foram estruturadas em aço para minimizar as perdas e garantir o seu reaproveitamento.

AA – Hoje, no país, temos outras obras esportivas de caráter temporário? Qual o atual cenário nacional quanto ao uso do aço nesse tipo de construção?

JLC – O cenário é positivo, mas as estruturas temporárias ainda são mais usadas por aqui nos circuitos de vôlei de praia e na infraestrutura de shows, para os quais as exigências são menores do que as de uma instalação olímpica.

AA – O senhor acredita que, com as Olimpíadas, esse tipo de construção ganhará mais notoriedade para ser mais explorado no território nacional? O que deve mudar na visão dos empreendedores que buscam arquitetos e engenheiros para a construção de instalações desta tipologia?

JLC – Caminhamos para melhorias e para evitar a construção de “elefantes brancos”, assim como em outros países, mas ainda é preciso que haja um maior entendimento pelos gestores públicos de que esse tipo de estrutura é mais adequado, principalmente para suprir as necessidades de eventos importantes e temporários, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e para abrigar exposições. (E.Q.) M

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entrevista
“ As instalações temporárias se mostram mais atrativas quando o projeto original já contempla o uso posterior das estruturas para evitar perdas consideráveis de material. Saber o destino da estrutura torna tudo mais fácil

NÁUTICA E CONTEMPORÂNEA

Palco das competições de vela, a Marina da Glória passa a contar com novas instalações em aço para beneficiar o lazer e incentivar o turismo durante e após os Jogos

A MArinA dA GlóriA não é mais a mesma, ela ficou melhor e mais completa desde abril deste ano, quando as obras de revitalização do porto náutico foram concluídas na Cidade Maravilhosa para receber as disputas de vela olímpica e paraolímpica no Rio 2016.

Na adaptação assinada pelo Eduardo Mondolfo Arquitetos, o escritório buscou não só atender às exigências do Comitê Olímpico Internacional (COI), que desejava melhorias na infraestrutura local, bem como o aumento de vagas secas e molhadas para as embarcações, mas, também, procurou dar cara nova às instalações já existentes, sem precisar, com

isso, descaracterizar o projeto original. “A nova Marina da Glória foi pensada para ser mais eficiente e funcional, mas igualmente charmosa, convidativa e lúdica para contemplar o esporte, o lazer e o turismo em um só local”, explica o arquiteto Eduardo Mondolfo, que manteve as características arquitetônicas e conceituais do projeto datado de 1976, do arquiteto Amaro Machado, na atualização. “Também foi um desafio da intervenção preservar a visão de monumentos naturais, como o Pão de Açúcar e o Corcovado, e de elementos icônicos da arquitetura moderna brasileira, como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.”

copacabana
BrMarinas / Divulgação

O novo projeto da Marina da Glória contemplou a revitalização da pavimentação existente, rampas e a valorização do setor náutico, com o aumento de garagens para barcos e a redução do número de lojas. As vagas para as embarcações na água subiram de 167 para 415, já as garagens secas passaram de 73 unidades para 240

No programa, a renovação da estrutura do pavilhão de eventos, a criação de um novo espaço para abrigar um restaurante e também a ampliação do hangar destinado às embarcações fora d’água foram o alvo. Os locais receberam, ao todo, 500,705 toneladas de aço em suas estruturas para atender ao exíguo cronograma dos Jogos Olímpicos, que determinavam a conclusão da reforma no período de apenas um ano. “A opção pela estrutura metálica foi natural e motivada pela leveza estética, facilidade e velocidade construtiva do material”, afirma Mondolfo.

No pavilhão de eventos, a transformação principal se deu na cobertura, com a substituição da antiga superfície em tensoestrutura por uma nova metálica e “verde” (sistema green roof), composta por peças híbridas em madeira e aço.

A estrutura da cobertura leva perfis soldados do tipo I e treliças nas extremidades.

Nos limites, a partir do nível térreo, pilares em aço oblíquos e esbeltos transferem a carga da superfície para o solo e conferem um visual contemporâneo ao projeto. “Os pilares de inclinações variadas apresentam um design que lembra os mastros dos veleiros e trazem certo movimento às colunas”, diz Mondolfo.

Segundo Raimundo Calixto de Melo Neto, diretor técnico da RCM Engenharia de Estruturas, a estrutura da cobertura é apoiada em quatro colunas, sendo as frontais em perfis tubulares de seção circular; as posteriores, em perfis laminados H; e as internas, em perfis tubulares de seção circular e em concreto pré-moldado. “São as frontais, de inclinações variáveis, que simulam o efeito de ‘onda’ desejado pelos arquitetos”, esclarece o engenheiro.

Além da melhoria estética, a nova cobertura também permitiu aos autores do projeto reorganizar o interior do edifício, deslocando

> Projeto arquitetônico: Eduardo Mondolfo Arquitetos

> Área construída: 9.240 m² (cobertura do pavilhão de eventos); 1.830 m² (hangar) e 1.450 m² (restaurante)

> Aço empregado: chapas de aço estrutural com LE=300MPa; perfis laminados ASTM A572 GR50 e tubos ASTM A36

> Volume do aço: 372 t (cobertura do pavilhão de eventos); 99 t (hangar) e 30 t (restaurante)

> Projeto estrutural: RCM Engenharia de Estruturas

> Fornecimento da estrutura de aço: CPC Estruturas Metálicas

> Execução da obra: Renta Engenharia

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2015-2016

> Conclusão da obra: 2016

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BrMarinas / Divulgação

Pilares em aço inclinados sustentam a cobertura e dão movimento às colunas, que lembram os mastros de veleiros ao mar

Nos hangares 1 e 2 (na foto abaixo e à direita), estruturas em aço esbeltas e de aparente leveza marcam as duas edificações projetadas para o armazenamento de embarcações de até 40 pés (12 m) fora d’água

as lojas náuticas para o fundo da construção e trazendo para a frente da mesma uma série de restaurantes com varandões para o lazer e a contemplação da paisagem pelo público.

No entorno do pavilhão, o “Badejão”, apelido dado ao restaurante cuja cobertura em aço confere identidade ao local, é quem ganha os olhos do público por seu formato inusitado que lembra a “espinha” de um peixe. A construção de caráter orgânico, no segundo nível da edificação-ponte, é coberta por uma casca de concreto, com jardim do tipo green roof e laterais envidraçadas, mas sem caixilharia.

“Ela está localizada em uma área com muitas árvores e foi projetada para ser um novo ponto turístico e gastronômico na cidade; sua geometria se assemelha a um grande peixe verde”, conta Mondolfo.

Vagas triplicadas

Na área oposta ao “Badejão”, dois setores para o estacionamento de embarcações em locais secos, os hangares 1 e 2, também levam estruturas em aço e podem ser avistados por quem visita a Marina. A exigência do COI para a ampliação do local, que deveria receber 240 barcos de até 40 pés (12 m) e não mais 73, foi um dos fatores que guiaram o uso das estruturas metálicas nos quatro níveis das edificações, que têm 13 m de altura. “Cada uma delas é composta por pórticos dispostos paralelamente a cada 10 m, interligados por vigamentos horizontais e contraventamentos verticais, que conferem estabilidade ao conjunto”, explica Melo Neto. (E.Q.) M

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copacabana
Fotos divulgação

ARENA dE vôlEI dE prAIA

Estruturas em aço desmontáveis estão sendo empregadas na arquibancada, tendas, edifícios modulares, cercamento, pisos externos, corrimões e contêineres marítimos da instalação esportiva

> Projeto arquitetônico: Rio 2016

> Área construída: 61.130 m²

> Projeto estrutural, fornecimento do aço e execução da obra: Consórcio Fast Engenharia e Montagens S/A e Rohr S/A Estruturas Tubulares

> Local: Copacabana, Rio de Janeiro, RJ

> Data do Projeto: 2015

> Conclusão da obra: julho de 2016

Soluções metálicas foram locadas para, posteriormente, serem desmontadas e devolvidas e não caírem em desuso pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016

QuA s E prontA para ser inaugurada no Rio de Janeiro, a Arena de Vôlei de Praia Olímpica, construída entre as praias de Copacabana e do Leme, será a maior do Brasil. A instalação temporária, erguida em aço, ocupará 61.130 m2 e terá 21 m de altura – exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI) para a competição, que será realizada em uma quadra de 16 x 8 m, com recuos de 6 m do lado interno e 5 m do externo. A arena também abrigará cinco outras áreas de treinos e duas para o aquecimento dos atletas, e não só pelo tamanho deverá impressionar: o local terá 12 mil lugares para o público, capacidade superior ao Maracanãzinho e, também, demais quadras de vôlei que recebem, normalmente, entre 2 mil e 5 mil pessoas na praia.

Segundo o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, para assegurar a temporalidade da obra, que será desmontada ao término do torneio olímpico, o aço foi o elemento escolhido para a estrutura. O material foi especificado tanto para a arquibancada como para as tendas, edifícios modulares, cercamento, pisos externos, corrimões e contêineres marítimos que servirão de apoio à arena. Em prol da ventilação natural, a construção não terá fechamentos significativos para amenizar a sensação térmica em seu interior. A equipe do Rio 2016, que idealizou o projeto arquitetônico, também informa que a estrutura usada na areia será locada para que, posteriormente, seja retirada e não fique sem utilidade para o Comitê. (E.Q.) M

36 &ARQUITETURA AÇO copacabana
Fotos divulgação

HANGAR DO ESPORTE

Treliças metálicas de grandes dimensões vencem vão de 66,50 m e permitem à Arena da Juventude, em Deodoro, abrigar múltiplas competições

ConCeber uma arena que abrigasse múltiplas modalidades do esporte e que, ao mesmo tempo, tivesse uma arquitetura elegante e grandiosa para fazer jus ao caráter das competições olímpicas foi o principal desafio da equipe do Vigliecca & Associados ao projetar a Arena da Juventude, no Parque Olímpico de Deodoro, localizado em uma das regiões mais carentes de áreas esportivas do Rio de Janeiro.

A instalação, que segue o conceito de hangar esportivo, sediará disputas de basquete feminino e esgrima, nas Olimpíadas, e, posteriormen-

te, abrigará a prova de esgrima de cadeira de rodas na Paraolimpíada. “Precisávamos criar um espaço que comportasse a esgrima do Pentatlo, na qual os duelos acontecem simultaneamente e, também, o basquete, que ocuparia apenas um quarto dessa mesma área”, conta o arquiteto uruguaio Héctor Vigliecca, que concebeu o ginásio como uma espécie de bowl para proporcionar uma atmosfera de espetáculo ao público e aos jogadores durante o megaevento.

Para adaptar o local às modalidades e ainda torná-lo útil em legado, foram criadas

Membranas translúcidas na fachada conferem transparência e permitem que, do interior da Arena, o público possa contemplar outros pontos do Parque Olímpico de Deodoro

Fotos divulgação / Leonardo Finotti

instalações temporárias dentro da permanente e, neste conceito, o aço teve papel crucial. “A maior parte da estrutura foi concebida em aço por sua velocidade construtiva e capacidade de vencer grandes vãos. Tentamos trabalhar com os menores possíveis para reduzir os custos, mas, ainda assim, temos vãos de grande envergadura para atender aos padrões olímpicos.”

O maior vão da construção, de 66,50 m, foi vencido com a ajuda de sete treliças metálicas de 4,30 m de altura e 2,80 m de largura. Elas estão apoiadas sobre dez pilares metálicos nas fachadas leste e oeste e sobre 32 pares de pilares ao norte e sul. No entorno, 36 colunas em aço posicionadas de forma harmônica imprimem leveza ao conjunto.

Apesar da exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI) por sistemas de iluminação artificial e de ar-condicionado, a Arena foi projetada para o melhor aproveitamento dos

recursos naturais. “Esses recursos serão usados apenas durante os Jogos, pois o edifício foi criado para, posteriormente, funcionar apenas com ventilação natural e iluminação zenital”, conta Vigliecca.

Além do sombreamento especial garantido pela extensão da cobertura, em policarbonato, os eixos norte e sul da fachada contam com fechamentos em painéis pivotantes compostos por armação e telha metálica termoacústica do tipo sanduíche, que asseguram a entrada de ar no interior do ginásio – os demais fechamentos foram feitos em PVC. “O aço foi utilizado para criar a grelha de policarbonato que contorna a obra, fazendo a função estrutural e de filtragem da luz. O uso da estrutura metálica associada às membranas permeáveis e translúcidas favoreceu, também, a criação de grandes vãos nas fachadas leste e oeste, que colaboraram para otimizar as estruturas do fechamento.”

Nas fachadas norte e sul, painéis pivotantes em telha metálica fazem o fechamento da edificação, que tem 19,60 m de altura e ocupa uma área de 14.300 m²

deodoro

Cobertura, que tem acabamento liso na face externa, recebeu telhas metálicas onduladas com proteção ISO e manta do tipo TPO

Captação de águas pluviais para reuso

Cobertura com isolamento térmico e manta termoplástica TPO

Sombreamento e resfriamento da fachada

Sistema de ventilação e iluminação natural tipo lanternim

Painéis pivotantes de telha metálica entrada de ar para ventos predominantes

Para a cobertura, que tem acabamento liso na face externa, telhas metálicas onduladas com proteção ISO e manta do tipo TPO foram especificadas para a melhor eficiência térmica e energética do edifício. O sistema recebe, ainda, lanternins, que operam tanto para a exaustão do ar quente como para a entrada de luz natural.

> Projeto arquitetônico: Vigliecca & Associados

> Área construída: 14.300 m²

> Aço empregado: perfis laminados, soldados e chapas ASTM A572 GR 50; perfis laminados ASTM A572 GR42; perfis de chapa dobrada ASTM A36; tubos ASTM A501 GRB e barras redondas SAE-1020

> Volume do aço: 1.845 t

> Projeto estrutural: Focus Group

> Fornecimento da estrutura de aço: Brafer Construções Metálicas S/A

> Execução da obra: Queiroz Galvão

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2013-2014

> Conclusão da obra: 2016

40 &ARQUITETURA AÇO
Norte
Heusi / Heusi Action
Gabriel

Temporárias e em aço

Abrigar diferentes competições em um curto espaço de tempo também obrigou a equipe de arquitetura a pensar em uma estratégia para receber e acomodar o público com flexibilidade. A solução veio com a criação de arquibancadas temporárias em aço, com capacidade para 3 mil pessoas e que serão usadas de acordo com as necessidades de cada evento.

Para as disputas de basquete feminino, que demandarão uma quadra de 28 x 15m na primeira semana das Olimpíadas, três arquibancadas provisórias serão usadas junto com uma fixa, em concreto, para receber 5 mil pessoas. Já na esgrima do Pentatlo Moderno, apenas uma das arquibancadas metálicas será montada para acomodar 4 mil torcedores – ela contará com o auxílio da estrutura permanente. A configuração será mantida até o fim da Paraolimpíada para a esgrima em cadeira de rodas e, posteriormente, será alterada para servir de legado olímpico. (e.Q.) M

41 &ARQUITETURA AÇO
O edifício é marcado por 36 colunas de aço que, de forma harmônica, imprimem leveza à concepção
Renato Sette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro Renato Sette Câmara Prefeitura do Rio de Janeiro

LEVEZA PARA O HÓQUEI

Pilares metálicos intercruzados sustentam a estrutura e conferem identidade marcante à única arquibancada permanente do Centro Olímpico de Hóquei sobre Grama, em Deodoro

as disputas de hóQuei deverão movimentar o Parque Olímpico de Deodoro nas Olimpíadas, mas, a beleza da competição não será restrita ao campo de jogo. É ao lado de uma das quadras, a principal delas, que a estrutura de uma arquibancada permanente chama a atenção. Posicionada a oeste do campo principal, ela conta com 20 conjuntos metálicos que sustentam a estrutura, também em aço, e imprimem leveza à instalação. “Trabalhamos os elementos estruturais como também arquitetônicos para criar uma composição de ima-

gem forte, elegante e leve”, conta o arquiteto Héctor Vigliecca, do Vigliecca & Associados. Na construção, os apoios estruturais são compostos, cada um, por três pilares metálicos na diagonal que se cruzam para aliviar as cargas das vigas da arquibancada.

Segundo Jackeline Munike dos Santos, da Brafer Construções Metálicas, as tríades foram feitas a partir de tubos redondos em aço e as vigas, em perfis soldados e laminados. A solução também trouxe agilidade à obra que levou somente 45 dias para ficar pronta. (e.Q.) M

Arquibancada principal, que ocupa uma área de 2.100 m², recebe 20 conjuntos de pilares metálicos compostos, cada um, por três hastes diagonais que se cruzam para aliviar as cargas das vigas da instalação permanente

> Projeto arquitetônico:

Vigliecca & Associados

> Área construída: 4 mil m²

> Aço empregado: perfis laminados, soldados e chapas ASTM A572 GR50, perfis em chapa dobrada SAE 1020 e tubos ASTM A501 GRB

> Volume do aço: 239 t

> Projeto estrutural: Focus Group

> Fornecimento da estrutura de aço: Brafer Construções Metálicas S/A

> Execução da obra:

Queiroz Galvão

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2014-2016

> Conclusão da obra: 2016

Brafer / divulgação

AÇO NO HIPISMO

Estábulos do Centro Olímpico de Hipismo, em Deodoro, ganham cobertura em aço em prol da ventilação natural

no Centro olímpiCo de h ipismo, as melhorias se concentraram na ampliação dos estábulos, na construção de uma nova sede veterinária, na adequação da pista do circuito de cross country e na infraestrutura da arena central.

Os estábulos, que passaram a contar com 300 baias para os cavalos, tiveram sua estrutura anterior demolida e receberam coberturas metálicas desenhadas para favorecer a ventilação natural.

A arena central de hipismo é marcada pela presença de uma arquibancada para 1.200 pessoas, onde se destaca a cobertura em aço, com 20 m de balanço.

O conjunto recebeu, ainda, outras melhorias como a construção de uma vila habitacional com 72 moradias para os veterinários e tratadores que atuarão na competição. (e.Q.) M

Acima, arquibancada da Arena Central do Hipismo, onde se destaca a cobertura em aço, com 20 m de balanço

Os estábulos, na foto abaixo, receberam coberturas estruturadas em aço, projetadas especialmente para favorecer a ventilação natural

> Projeto arquitetônico: Vigliecca & Associados

> Área de intervenção: 1 milhão de m²

> Aço empregado: perfis laminados, soldados e chapas ASTM A572 GR50; perfis de chapa dobrada ASTM A36; tubos ASTM A501 GRB e barras redondas SAE-1020

> Volume de aço: 163,64 t

> Projeto estrutural: Focus Group e Globsteel Soluções em Aço (Pan 2007)

> Fornecimento da estrutura de aço: Dagnese SoluçõesMetálicas e Globsteel Soluções em Aço (Pan 2007)

> Execução da obra: IBEG Engenharia e Construções, Zadar Construtora e Construções e Comércio Camargo Corrêa (Pan 2007)

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2013-2015

> Conclusão da obra: 2016

43 &ARQUITETURA AÇO
AndreMotta / Heusi Action
Dagnese / divulgação

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