Arquitetura & Aço nº 43 - Edifícios Multiandares

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ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA&AÇO

Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 43 setembro de 2015 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 43 setembro de 2015

Edifícios MultiandarEs

VErsatilidadE do MatErial E VElocidadE na construção EstiMulaM a adoção dE Estruturas EM aço EM ModErnos prédios corporatiVos

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Aço, um importAnte AliAdo

Nos projetos de edifícios de múltiplos andares, especialmente naqueles direcionados ao uso comercial, a preocupação com os aspectos econômicos e com o retorno do investimento é uma questão central, ampliando a importância atribuída aos fatores relacionados ao custo da construção e ao prazo de realização das obras, além de outros aspectos do projeto que impactam na valorização dos empreendimentos. Nesta edição, apresentamos casos de edifícios multiandares com estruturas em aço, utilizando diferentes soluções, que demonstram a contribuição do aço e os excelentes resultados obtidos relativos à velocidade construtiva, redução de custos, flexibilidade e beleza dos projetos, entre outros.

Em todos eles, o ganho no prazo de construção é destacado como uma importante vantagem da construção em aço, com reflexo direto no custo das obras e no retorno do investimento. Na Torre E do conjunto WTorre Complex, por exemplo, o edifício com 26 andares e mais de 23 mil m2 de área construída foi erguido em apenas 11 meses. Já no edifício Gaia, nossa capa, a estrutura em aço recebe fechamento em light steel frame, demonstrando a versatilidade do material. Também chama atenção o projeto do Módulo 323, no qual a estrutura em aço foi utilizada para viabilizar a construção de um edifício comercial que respeita não apenas as normas legais, mas a arquitetura e a paisagem do entorno, em uma região com amplo predomínio de residências. Mostramos, ainda, a criativa utilização de uma estrutura em aço para valorizar e transformar uma estação de bombeamento de esgotos em um ponto turístico, onde um mirante revela as belas paisagens da cidade de Porto Alegre (RS). Em entrevista exclusiva para Arquitetura & Aço, o arquiteto Roberto Aflalo Filho, do escritório Aflalo & Gaperini Arquitetos, comenta sobre algumas das especificidades em projetos de edifícios corporativos e as vantagens das soluções com estruturas mistas para esse tipo de empreendimento, como nos casos dos edifícios Viol, WTorre Morumbi e The One, todos recentemente construídos em São Paulo e adotando essa técnica.

E da cidade de Londres, Inglaterra, trazemos a gigantesca torre de 310 m de altura, projetada pelo italiano Renzo Piano com estrutura mista e que utilizou materiais e técnicas de montagem inovadoras, empregando 11 mil toneladas de aço.

Em obras de maior ou menor porte, com estruturas exclusivamente em aço ou em soluções mistas, o aço comparece sempre como um importante aliado nos empreendimentos de edifícios de múltiplos andares.

Boa leitura!

editorial
1 &ARQUITETURA AÇO
sumário
da capa: Edifício
Morumbi,
Arquitetura & Aço nº 43 setembro 2015 Marcelo Scandarolli ENDEREÇOS 36 AcONtEcE 34 08. 04.
Foto
Gaia,
São Paulo, SP.

04. The One Faria Lima, São Paulo: estrutura mista possibilita que edifício corporativo de alto padrão seja construído em apenas 18 meses na capital 08. Torre E, no WTorre Complex: obra com 23 mil m² fica pronta em menos de um ano a partir de uma solução com pilares mistos, vigas em aço e lajes em steel deck 12. Gaia, Morumbi, São Paulo: estrutura com perfis de aço, fachada em light steel frame e lajes steel deck garantem uma obra rápida e sem resíduos16. Entrevista: o arquiteto Roberto Cláudio dos Santos Aflalo Filho, da Aflalo & Gasperini Arquitetos, fala sobre o uso do aço em edifícios multiandares no Brasil 20. São Paulo Corporate Towers (Viol), Vila Olímpia, São Paulo: prestes a ser inaugurado, empreendimento de grande magnitude leva 7.300 toneladas de aço em sua estrutura 24. Mobile 323, Pinheiros, São Paulo: apenas cinco meses foram necessários desde o detalhamento do projeto até o final da montagem da estrutura 28. EBE Cristal, Porto Alegre, RS: torre metálica de 26 m de altura ganha mirante às margens do Rio Guaíba para suavizar o visual da estação de esgoto e atrair visitantes ao local 30. The Shard, Londres, Inglaterra: com 309,6 m de altura e 87 andares, o maior edifício da União Europeia conta com uma estrutura mista que utiliza 11 mil toneladas de aço

12. 24. 16. 28. 20. 30.

um edifício Único

Estruturas mistas, com pilares em aço revestidos em concreto, são destaques na concepção do empreendimento comercial, que também chama a atenção por seu visual arrojado

Os 16 pavimentOs dO the One Faria Lima, edifício corporativo Triple A localizado no Itaim Bibi, em São Paulo, foram construídos em apenas 18 meses. Para que a produtividade atingisse a marca de 6 mil m2 mensais, no entanto, um planejamento detalhado da obra foi necessário – a etapa durou cerca de um ano.

Mas a demanda por velocidade não foi o único ponto interessante do empreendimento: “o desejo dos incorporadores em criar um edifício de destaque, adequado ao perfil do entorno e com soluções de alto padrão para atender às expectativas de seletas empresas, exigia um projeto de arquitetura sofisticado e diferenciado”, comenta Iurie Frank, arquiteta do escritório Itamar Berezin Arquitetura, que garante que a opção por uma estrutura mista em aço e concreto foi essencial para se alcançar esse resultado.

No projeto, foi concebida uma estrutura com os pilares em aço revestidos de concreto atuando conjuntamente para suportar as cargas. As lajes – inclusive as dos sobressolos, destinadas ao estacionamento –, foram idealizadas em steel deck, fato que, na opinião de Iurie, contribuiu para minimizar os custos do projeto. “A escolha das estruturas metálicas proporcionou a redução do custo e viabilizou o uso de vigas menores, permitindo um pé-direito maior nos andares.”

Outra vantagem da técnica mista foi, ainda, a obtenção de grandes vãos de vigas –com lajes livres e pilares apenas na periferia – e a redução da seção de pilares. “O perfil de aço embutido no concreto confere resistência ao pilar. Além disso, o uso de vigas em aço e lajes steel deck possibilitou a redução do uso de formas na obra”, pontua a profissional.

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Além do prazo, utilizar o aço na estrutura proporcionou uma obra mais limpa, organizada, com menor quantidade de formas e maior produtividade
Fotos c arlos Gueller

> Projeto arquitetônico: Itamar Berezin Arquitetura

> Área construída: 23.703,69 m²

> Aço empregado: estrutural com 350 MPa

> Volume de aço: 1.180 t

> Projeto estrutural: Codeme Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Codeme Engenharia

> construção: Odebrecht

Realizações Imobiliárias

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2011

> conclusão da obra: 2012

Ela explica que o núcleo estabilizador do edifício – que concentra escadas e elevadores – foi projetado apenas em concreto.

De acordo com Iurie, a solução estrutural adotada foi fundamental para que o exíguo prazo executivo do edifício fosse atendido. “Se a opção fosse pelo concreto, as alturas das vigas convencionais precisariam ser aumentadas e o ganho de custo e de prazo não teria ocorrido.”

Diferenciais do projeto

Para a concepção do edifício, a inovação e o arrojo foram o carro-chefe ao lado das orientações de qualificação exigidas pelo US Green Building Council para a obtenção da certificação socioambiental LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), categoria Silver. Foram previstos equipamentos para o uso racional da água, elevadores de última geração com sistema de antecipação de destino, ar-condicionado VRF System (Variable Refrigerant Flow), que regula a temperatura do ambiente de acordo com o fluxo de pessoas e garagens em sobressolo para evitar as escavações e agressões ao terreno, entre outros itens.

Os seis pisos destinados às 570 vagas de estacionamento – sendo um térreo e cinco sobressolos – foram um dos principais diferenciais do empreendimento, pois, além de melhor ventilação para o estacionamento, a configuração também trouxe aos usuários uma vista privilegiada. (B.L.) M

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Para obter ganhos na produtividade, as lajes dos pavimentos, inclusive dos sobressolos para os estacionamentos, foram projetadas em steel deck. As vigas de aço e os pilares em aço revestidos em concreto proporcionaram ampla área livre às lajes Fotos c arlos Gueller

O edifício conta com estrutura mista, com pilares em aço revestidos com concreto, vigas e lajes mistas do tipo steel deck. O núcleo rígido, onde se concentram escadas e elevadores, é em concreto

Velocidade e Beleza

Com estrutura mista em aço e concreto, Torre E do WTorre Complex, na zona sul de São Paulo, foi concluída em menos de um ano

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Edifício corporativo inaugurado em 2013, na zona sul de São Paulo, foi construído em apenas 11 meses a partir de uma solução com pilares mistos, vigas metálicas e lajes em steel deck

LocaLizado na confLuência das avenidas Nações Unidas, Juscelino Kubitschek e Chedid Jafet, no bairro do Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, o WTorre Complex conta com cinco intervenções arquitetônicas de grande porte que marcam a paisagem da região.

O conjunto traz, além da sede do Banco Santander, modernos edifícios comerciais e o Shopping JK Iguatemi, situado ao lado da Torre E, que chama atenção por sua magnitude e, principalmente, por sua execução. Projetado em 2012, com 26 andares, em uma área de 26 mil m2 com subsolos, o prédio foi construído em apenas 11 meses a partir de uma estrutura mista com pilares em concreto e aço, vigas metálicas e lajes em steel deck “Era preciso equalizar o cronograma da obra da Torre E com a inauguração do shopping. Afinal, as estruturas do edifício deveriam estar prontas antes que o Shopping JK Iguatemi, instalado na base do prédio, fosse inaugurado”, conta o arquiteto Washington Fiuza, da B+ZTF Architects. “Como até a data da inauguração as gruas também deveriam estar desmontadas, optamos por uma solução metálica com pilaretes de pré-montagem em perfis em aço soldado, steel decks e complementos estruturais em concreto para que a execução fosse concluída em apenas quatro meses.”

Para o arquiteto, o principal desafio do projeto foi definir uma solução executiva rápida e eficaz para concluir a obra. “O projeto original era todo em concreto. Foram feitos ajustes na arquitetura para adequar o contraventamento da estrutura metálica. Como o edifício não possuiria o core em concreto, este passou a ser inteiramente em aço.”

A montagem foi dividida em duas frentes: primeiro vigas, pórticos, pilares e deque. Depois foi a vez da concretagem das lajes e dos pilares,

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Fotos divulgação

Pilaretes de pré-montagem, perfis em aço soldado, steel decks e complementos estruturais em concreto foram especificados para possibilitar que a montagem da estrutura fosse concluída em apenas quatro meses

com uma defasagem de seis pavimentos entre uma etapa e outra. Uma terceira frente executou a proteção passiva contra incêndio das vigas de aço, após a finalização da concretagem dos pilares dos primeiros seis pavimentos.

à execução, atuaram como armadura positiva. Receberam, ainda, armaduras adicionais: uma malha de tela soldada de aço contra fissuração e, também, armadura ao longo do comprimento das mesas das vigas.

> Projeto arquitetônico: B+ZTF Architects + ARQW-WF Brasil Projetos de Edificações Ltda. e Orbi Arquitetura e Construção

> Área construída: 23.600 m²

> aço empregado: lajes steel deck; perfis laminados HP 250 x 62, W 250 x 73 e W 250 x 38,5 e W 200 x 46,1; perfis soldados VS 250 x 20 (para contraventamentos verticais) e perfis laminados W 530 x 74, W 530 x 66 e W 200 x 59 (para contraventamentos longitudinais)

> Projeto estrutural: Medabil

Estruturas Metálicas

> Fornecimento da estrutura de aço: Medabil Estruturas

Metálicas

> execução da obra: WTorre

> local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2010-2012

> Conclusão da obra: 2013

O içamento das peças foi realizado com grua de capacidade de ponta de 2.500 kg. A duração do ciclo de montagem para cada dois pavimentos foi de 11 dias e a superestrutura foi concluída em 150 dias.

Conexão metálica

O edifício apresenta lajes de 1.536 m2, servidas por duas escadas de segurança e sete elevadores. A planta é retangular (24 x 64 m), com 30 pilares mistos de dimensões finais variando entre 50 x 50 cm e 120 x 60 cm, distanciados a 8 m. Os pilares junto às fachadas têm seção constante com 80 x 80 cm, por encapsulamento [concreto armado] de perfis metálicos laminados HP 250 x 62, W 250 x 73 e W 250 x 38,5. “Estes pilares de aço foram responsáveis por resistir aos esforços da fase de montagem”, diz Fiuza. Já os steel decks, com altura de 15 cm, além de eliminarem escoramentos que seriam necessários

As vigas são em perfis laminados e soldados. As principais recebem, suportam e transmitem esforços das vigas secundárias até os pilares. Já as secundárias, por sua vez, suportam esforços das lajes. Suas capas de concreto aumentam a resistência à compressão.

Para garantir a ligação entre o aço e o concreto, utilizaram-se conectores de cisalhamento stud bolts – elementos eletrofundidos às vigas, com função de absorver e transmitir esforços cortantes das lajes.

A proteção passiva de vigas foi feita com argamassa projetada, que impede que o aço atinja temperaturas superiores a 550°C em caso de incêndio.

Por fim, contraventamentos verticais de tipo V nos perímetros das escadas e pórticos para fachadas – conjunto formado por vigas e pilares de aço conectados por meio de ligações resistentes a momento – dão estabilidade ao sistema. (G.G.) M

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Fotos divulgação

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três VEZEs AÇO

Estrutura com perfis de aço, fachada em light steel frame e lajes steel deck garantem uma obra limpa, sem a geração de resíduos ou desperdícios, a edifício comercial em São Paulo

A fAchAdA do Edifício GAiA, localizado em um terreno de apenas 1,4 mil m2 no bairro do Morumbi, na zona sul de São Paulo, chama a atenção, mas é por trás dos brises metálicos pré-pintados em azul, verde e cinza que encontra-se o verdadeiro segredo da construção: uma estrutura em aço com fechamento em perfis galvanizados formados a frio, também chamados de LSF (light steel frame). “Foi uma solução muito interessante, pois com ela garantimos uma obra rápida, flexível e mais econômica em termos de consumo de energia”, explica o arquiteto Ovídio Rotger Armelin, do Technè Arquitetura. No projeto, os perfis de aço galvanizado servem de estrutura para quatro camadas que fazem a função de fechamento junto às esquadrias e vidros: uma chapa cimentícia por fora, uma barreira de vapor, painéis em OSB (Oriented Strand Board) e fechamento interno em gesso. Os brises, por sua vez, serviram como uma segunda pele para o prédio, reduzindo em até 40% a incidência solar da fachada.

Estrutura de aço

O principal objetivo durante a concepção do projeto foi criar um prédio flexível e de montagem rápida, que assegurasse a possibilidade de oferecer espaços comerciais com o atrativo adicional de não exigir investimentos elevados em casos de reformas e adaptações. A facilidade oferecida pela estrutura em aço para a promoção de alterações na modulação ou configuração dos espaços, de forma mais limpa, com rapidez e baixo custo, foi decisiva para a opção pelo aço, conta o arquiteto. As características do terreno foram outro fator relevante para essa decisão. “Entre a frente e os fundos, contávamos com um desnível de 30 m e não tínhamos muito campo para trabalhar”, explica Armelin.

O prédio comercial tem área construída de 4 mil m2 com quatro pisos de garagens, um

Prédio comercial, na zona sul de São Paulo, tem quatro pisos de garagens, térreo e sete andares, com cobertura. À direita, estrutura em perfis galvanizados formados a frio, por trás de esbeltos brises metálicos azuis, verdes e cinzas

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Fotos Marcelo Scandarolli

Pilares compostos por perfis em barras de 12 m e vigas formam a garagem do edifício que conta, ao todo, com 300 toneladas de aço em sua estrutura

> Projeto arquitetônico: Technè Arquitetura

> Área construída: 4.239 m²

> Aço empregado: perfis laminados em aço ASTM A36 e perfis em aço conformados a frio CF26

> Volume de aço: 300 t

> Projeto estrutural: Captiva Engenharia

> Projeto detalhado e montagem da estrutura: Medabil Estruturas Metálicas

> Fornecimento da estrutura em LSF: Multiframe

> Execução e gerenciamento da obra: Technè Arquitetura e Captiva Engenharia

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2013-2014

> Conclusão da obra: 2015

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Fotos Marcelo Scandarolli

térreo e mais sete andares, sendo uma cobertura. Para quem vê o edifício pela entrada principal, a impressão é de que tem apenas um piso térreo e sete andares, mas pela rua de baixo é possível observar os andares que dão apoio às garagens devido ao declive do terreno. As obras se iniciaram no começo de 2014 e ficaram prontas em agosto deste ano.

Estrutura detalhada

A estrutura é composta por perfis em I e H de aço laminado ASTM A36 e perfis C dobrados do tipo CF26. As peças estruturais chegaram ao canteiro já cortadas e perfuradas de acordo com o projeto, prontas para serem montadas. Os pilares são compostos por perfis em barras de 12 m e as vigas por perfis em barras de medidas variadas. Ao todo, a estrutura de aço pesa 300 toneladas.

A montagem foi simples. Como as peças já chegaram prontas à obra, bastou parafusar as vigas nos pilares. O projeto estrutural do prédio exigiu, ainda, que alguns perfis fossem empregados na estrutura para garantir o contraventamento, conta o projetista Raphael Tavares, da Captiva Engenharia, responsável pelo desenvolvimento do projeto estrutural junto ao fabricante. Segundo ele, as lajes em steel deck, de 0,8 mm, também facilitaram ainda mais a execução da obra. “Como não demandaram cimbramento, pudemos continuar o trabalho nos andares de baixo enquanto as lajes de cima eram concretadas”, complementa.

Desafios vencidos

Com um terreno confinado, foi necessário utilizar uma grua para a montagem da estrutura. As peças chegavam pela rua de baixo e eram içadas diretamente para o local de montagem. “Não contávamos com espaço para armazenagem e nem com campo plano para trabalhar”, destaca Armelin. Em sua avaliação, apesar dos desafios construtivos, a execução da obra foi simples e relativamente rápida em relação aos sistemas construtivos convencionais. “Também pudemos reduzir a demanda por mão de obra. Com apenas dez operários, finalizamos a estrutura em 180 dias”, finaliza o arquiteto. (M.G.) M

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Para contornar a falta de espaço no terreno, uma grua foi utilizada e as peças de aço chegaram à obra pela rua de baixo do prédio, de onde foram içadas e montadas em apenas 180 dias

Arquiteto graduado pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Roberto Cláudio dos Santos Aflalo Filho é mestre em arquitetura pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e sócio-diretor do Aflalo & Gasperini Arquitetos. Ao lado de Gian Carlo Gasperini e Luiz Felipe Aflalo Herman é autor, entre outros, do projeto do edifício corporativo WTorre Morumbi, na zona sul da capital paulista, e também assina, em coautoria com o escritório Pelli Clarke Pelli Architects, o projeto do São Paulo Corporate, mais conhecido como edifício Viol

AA – O Aflalo & Gasperini Arquitetos é autor, entre outras obras, de importantes edifícios comerciais na cidade de São Paulo que se destacam não só por sua esbeltez, mas por terem sido projetados a partir de estruturas mistas em concreto e aço. O edifício Viol, e o WTorre Morumbi, ambos em São Paulo, são alguns deles. Por que a preferência por esse tipo de estrutura?

Roberto Aflalo – Não se trata, exatamente, de uma escolha nossa. Primeiro pensamos o projeto, definimos os vãos, os espaçamentos entre as colunas e só depois é que fazemos estudos alternativos dos sistemas estruturais que poderão ser utilizados na obra, considerando, é claro, aqueles que oferecem um melhor custo-benefício, que atendem aos prazos do cliente e que apresentam bons resultados em termos de segurança. Mas nada é tão fixo que não possa ser mudado. Às vezes, somos obrigados a refazer parte dos desenhos após a contratação de uma construtora, já que ela é quem traz a tecnologia para a obra e, nem sempre, está familiarizada com o sistema inicialmente proposto pelo escritório. E quando falamos de projetos de grandes dimensões, como edifícios multiandares, por exemplo, esse ajuste passa a ser mais fino do ponto de vista do custo-benefício.

AA – O senhor acredita que o uso de estruturas mistas seja um ganho na concepção de edifícios de múltiplos andares, especialmente naqueles com apelo comercial?

RA – O edifício comercial pressupõe vãos maiores, enquanto que os residenciais costumam ser mais compartimentados, o que acaba favorecendo a escolha de um sistema específico para cada perfil de projeto. Nos corporativos, é muito comum o uso de estruturas mistas, onde o aço aparece primeiro e depois é revestido com o concreto ou outros materiais. Esse método tem sido mais usado por agilizar o processo construtivo e também por se adequar melhor às diferentes configurações de layout e à escala do edifício. As

16 &ARQUITETURA AÇO O AÇO EM EDIFÍCIOS MULTIANDARES
Acervo pessoal

paredes que contêm os elevadores e escadas ainda tendem a ser em concreto, mas onde temos pilares e vigas, o aço está sendo mais requisitado. É preciso pensar sob a seguinte óptica: os edifícios corporativos, especialmente os de grandes dimensões, precisam de estruturas mais estáveis, então a premissa do mercado tem sido a de adotar um núcleo (core) em concreto, onde ficam as escadas e elevadores, para que estruturas mais flexíveis sejam usadas nas zonas periféricas da planta. É aí que o aço entra, nas vigas e pilares periféricos, que, posteriormente, são revestidos em concreto para aumentar a capacidade de carga vertical e também proteger as estruturas de incêndios. As estruturas mistas são vantajosas por reduzirem a carga do edifício e também permitirem criar concepções arquitetônicas mais esbeltas. Nas construções residenciais, vejo o uso da estrutura metálica de uma forma diferente, pois o aço acaba sendo especificado por uma questão arquitetônica mais ligada à esbeltez do projeto, que geralmente tem estruturas aparentes – o que não ocorre na maioria dos edifícios comerciais que usam o aço.

AA – A presença de um núcleo rígido em concreto é sempre a mais indicada?

RA – Em edifícios comerciais e de grandes dimensões, sim. O núcleo rígido tende a ser em concreto porque, em aço, ele gera demandaria vigas e pilares de grandes dimensões e esse não é o objetivo de uma obra, afinal, isso rouba muita área útil. Nas obras com estrutura mista, além dos pilares e vigas em aço, as lajes também podem ser feitas em steel deck para minimizar os custos e trazer velocidade construtiva à construção.

AA – Em outros países, especialmente em grandes centros urbanos com forte desenvolvimento comercial, o uso do aço na concepção de edifícios multiandares tem sido bem mais comum. No Brasil, no entanto, percebemos que o uso dessa solução ainda caminha a passos um pouco mais lentos.

Como o senhor avalia o nosso mercado em termos de potencial de crescimento para o uso de soluções metálicas ou mistas nesses tipos de edifícios?

RA – Em grandes capitais é comum encontrarmos construções de grande porte, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Brasília ainda concentra alguns edifícios com esse perfil, mas em menor quantidade. Não se trata da estrutura em si, mas do mercado ter a capacidade de absorver esse tipo de edifício. Primeiro é preciso haver a demanda por edifícios de grandes dimensões, o que acontece com frequência em capitais mais desenvolvidas. Depois do projeto, é preciso avaliar se existem fornecedores qualificados para fornecer soluções metálicas para as construções mistas. Afinal, não ter alguém próximo pode ser um entrave por encarecer o custo da obra.

AA – Ainda estamos longe de seguirmos os passos de europeus e norte-americanos? O que precisa ser melhorado?

RA – A questão econômica é, sem dúvida, um ponto vital para estimular a demanda. A outra questão é a familiaridade com o sistema, que eventualmente algumas construtoras não têm. Acredito que a indústria nacional ainda precisa divulgar melhor as vantagens dos sistemas mistos para as construtoras, para que de posse destas informações possam

17 &ARQUITETURA AÇO
O uso da estrutura em aço racionaliza os processos, reduz a mão de obra e ainda encurta o prazo de entrega do edifício, o que, no fim das contas, impacta diretamente nos custos da obra, puxando-os para baixo.

começar a pensar em adotá-los com mais frequência nos projetos para os quais são contratadas. No final, é a construtura quem acaba escolhendo o sistema construtivo e não o arquiteto.

AA – O senhor acredita que ainda há muito desconhecimento sobre as possibilidades e vantagens do aço por parte dos próprios clientes que contratam os projetos?

RA – Sim. Mas como já disse anteriormente, o problema não é só o cliente, é também a construtora. É ela quem opta pelo sistema construtivo que será usado em uma obra. Obviamente o custo das soluções mistas, em aço e concreto, acaba pesando na escolha, mas isso só costuma ser encarado como um entrave por empresas que não estão familiarizadas com as vantagens construtivas do aço. As estruturas metálicas podem ser mais caras que o concreto, mas o seu uso em uma obra racionaliza os processos, reduz a mão

de obra e ainda encurta o prazo de entrega do edifício, o que, no fim das contas, acaba impactando diretamente nos custos da obra, puxando-os para baixo, e no prazo de retorno do investimento. É simples: quanto menor a necessidade de mão de obra, menor é o custo final. Com o aço é possível executar várias tarefas simultâneas e não apenas uma etapa por vez, como ocorre com o concreto. O fato da estrutura metálica ser pré-fabricada, chegando à obra pronta para ser montada, racionaliza os processos. No fim, temos uma obra limpa, mais rápida e especializada e com menos perdas no canteiro.

AA – Nos projetos recentes dos edifícios WTorre Morumbi e Viol, os formatos inusitados e as estruturas complexas chamam a atenção. Onde o senhor busca inspiração para definir o design e a estrutura dos seus projetos?

RA – O Viol é um projeto em parceria com o Pelli Clarke Pelli Architects, cuja concepção

Com estrutura mista em aço e concreto, o WTorre Morumbi (fotos) dispensou quase que totalmente o uso de formas e cimbramento, o que trouxe agilidade para a obra. O edifício tem um núcleo em concreto, que confere estabilidade ao prédio que sofre com os esforços de vento devido à sua geometria e altura de aproximadamente 136 m. Confira matéria completa sobre esta obra na edição número 42 de Arquitetura&Aço

18 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Marcelo Scandarolli

inicial é deles. Já o WTorre Morumbi é nosso. Em um primeiro momento, quando estamos desenvolvendo um partido arquitetônico, buscamos um resultado na linguagem e não necessariamente algo atrelado a um determinado tipo de sistema estrutural. Nossa intenção é avaliar, primeiramente, os aspectos mais inusitados do projeto, como sua forma, curvas e, aí sim, avaliarmos quais são os sistemas construtivos que melhor se adaptam aos nossos objetivos. É claro, se vamos desenvolver uma ponte esbelta, já pensamos em uma estrutura metálica, mas isso não é uma regra em outros casos. Pode ser que uma ligação entre dois prédios faça sentido, em um primeiro momento, em aço, mas depois seja executada em concreto, ou o contrário, pelos mais diversos motivos. No WTorre Morumbi, em São Paulo, no entanto, já partimos de uma ideia de estrutura metálica com contraventamentos. Para nós, fazia sentido que a edificação fosse dessa forma pela própria conformação estrutural e vãos.

AA – No projeto do WTorre Morumbi, prestes a ser inaugurado na zona sul de São Paulo, quais os principais motivos que levaram à opção pela estrutura mista em aço e o concreto?

RA – Como esse projeto não teve uma predefinição quanto a isso, no início não sabíamos

para que lado iria a estrutura, pois isto seria definido, de fato, apenas na contratação do sistema construtivo, e isso dependeria da construtora. Após discussões, percebemos que a opção pelo aço seria a mais viável por otimizar o prazo da obra, racionalizar os custos e pela sinergia do método com os sistemas concomitantes, e por isso optamos pela estrutura mista na obra.

AA – Quais foram os principais desafios arquitetônicos e estruturais deste projeto?

RA – As pontes metálicas foram o maior desafio do WTorre Morumbi, em São Paulo. O fechamento que une os dois edifícios não é algo corriqueiro, principalmente em função da altura em que foram implantadas essas estruturas. Existia uma preocupação enorme de toda a equipe e isso foi muito debatido. Várias soluções foram apresentadas, tivemos inúmeros protótipos para escolher aquele que melhor se adequasse às cargas do edifício. Também havia uma questão importante, que era a da movimentação natural das pontes em função do vento e por isso percebemos que as mesmas não poderiam ser totalmente rígidas. As pontes foram fixadas em apenas um dos lados e somente apoiadas na outra extremidade. Queríamos que as mesmas pudessem se movimentar livremente, sem causar a ruptura dos vidros ou alterar a estética original do projeto. (E.Q.) M

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Fotos Marcelo Scandarolli

PARA VENCER O TEMPO

Torres do arrojado São Paulo Corporate Towers levam 7.300 toneladas de aço em sua estrutura e confirmam as vantagens da solução estrutural mista para construir com agilidade e economia

As duAs torres do São Paulo Corporate Towers, empreendimento também conhecido como edifício Viol, estão em fase final de execução. Com 30 pavimentos, mais térreo e cinco subsolos, os edifícios localizados na zona sul da cidade foram idealizados pelo arquiteto César Peli, do Pelli Clarke Pelli Architects e foram desenvolvidos pela equipe do Aflalo & Gasperini Arquitetos a partir de uma combinação de concreto e aço – o que garantiu agilidade e economia na fase construtiva. Prestes a serem inauguradas, as torres contam com pavimentos de até 2.570 m2, que abrigarão salas corporativas, restaurantes, centro de conferência e garagem.

“Nos últimos cinco anos, praticamente todas as construções de edifícios comerciais

que envolvem grandes estruturas estão adotando o aço. E as estruturas mistas, nas quais o aço aparece primeiro e depois é revestido com concreto ou outros materiais, têm sido as mais usadas por agilizarem o processo construtivo”, explica Roberto Aflalo Filho, sócio-diretor da Aflalo & Gasperini Arquitetos.

Com grande ênfase na sustentabilidade, o Viol é o primeiro empreendimento brasileiro a receber a pré-certificação LEED Platinum 3.0 Core and Shell.

Planejamento e velocidade

A estrutura do edifício possui um núcleo rígido de concreto que abriga os conjuntos de escadas e elevadores, além de uma área técnica em cada pavimento e depósitos. O núcleo

Prestes a ser inauguradas, torres do edifício Viol, na zona sul de São Paulo, foram projetadas com estrutura mista em aço e concreto e receberam a pré-certificação

Platinum 3.0 Core and Shell

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LEED
Divulgação
Marcelo Scandarolli

rígido foi calculado para resistir as cargas horizontais [vento] e para receber a estrutura em aço que nele é fixada por meio das vigas. A montagem da estrutura em aço teve início quando a concretagem do núcleo rígido atingiu seis pavimentos. A ideia era que a concretagem do núcleo e a montagem da estrutura em aço avançassem simultaneamente com uma defasagem de alguns andares, o que agilizaria a obra.

A estrutura é formada por pilares mistos na periferia dos pavimentos e vigas em aço. Após a montagem dos pilares e vigas em aço, os pilares foram revestidos com concreto. Já as lajes mistas foram executadas com formas de aço colaborante do tipo steel deck que, posteriormente, foram preenchidas com concreto.

Conforme explica Juliano Lanza, calculista estrutural da Codeme Engenharia, a opção pelo steel deck teve como fundamento a busca por velocidade, a economia de materiais e a redução dos custos com mão de obra. “O steel deck é uma forma de aço que evita a necessidade de cimbramento durante a execução

e também funciona como armadura positiva. A sua especificação elimina boa parte da armadura que seria empregada em uma laje convencional”, esclarece Lanza.

De acordo com o engenheiro Júlio Fruchtengarten, do escritório Kurkdjian e Fruchtergarten Engenheiros Associados, responsável pelo estudo preliminar do empreendimento, a exigência de que cada uma das torres tivesse seis escadas resultou em um núcleo de concreto volumoso. “O núcleo também foi dimensionado para resistir às cargas de vento e estabilizar a estrutura”, aponta. Trata-se de uma estrutura constituída por elementos verticais – vigas, pilares e paredes de concreto – em torno da área técnica dos pavimentos e envolve as escadas, 18 elevadores e área de depósito. A estrutura em aço é fixada nesse núcleo.

No projeto, prevaleceu o uso de perfis em aço soldados e parafusados nas ligações durante a montagem. Um volume menor de aço laminado também foi empregado. Foram utilizadas 7.300 toneladas de aço de alta resistência, além do aço empregado no steel deck

> Projeto arquitetônico: Pelli Clarke Pelli Architects e Aflalo & Gasperini Arquitetos

> Área construída: 257.799,74 m²

> Aço empregado: perfis soldados: ASTM 572 GR50, perfis laminados: ASTM A572 e steel deck: ZAR 345

> Volume de aço: 7.300 t

> Estudo Preliminar e CQP: Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados

> Projeto estrutural: Codeme Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Codeme Engenharia e Usiminas Mecânica; Metfmorm (steel deck)

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2008-2015

> Conclusão da obra: 2015

22 &ARQUITETURA AÇO
Empreendimento também conta com lajes em steel deck, que garantiram mais velocidade à construção, ajudando a reduzir os custos com mão de obra
Acima, pilares mistos em aço e concreto, instalados nas zonas periféricas de ambas as torres, garantem o suporte das cargas das edificações
Divulgação

A montagem da estrutura em aço teve início quando a concretagem do núcleo rígido atingiu seis pavimentos para que ambas avançassem simultaneamente no projeto, reduzindo as perdas e trazendo agilidade à execução da obra

Desafio arquitetônico

As torres são ligadas entre si pelo embasamento e com pavimento térreo comum, que abrange todo o quarteirão. Apesar de idênticas, estão rotacionadas, uma em relação à outra, em 90º no sentido horário e sua concepção trouxe desafios interessantes aos projetistas. “Há na fachada dois frisos, um com inclinação positiva e o outro com inclinação negativa, que dão a volta nos prédios, em um movimento de torção. Como o desenho determina para cada pavimento um balanço variável, as vigas tiveram de ser rearranjadas”, descreve Lanza. As torres também não são inteiramente retilíneas e o seu formato apresenta um abaulamento. “Em cada pavimento, os pilares foram projetados

com uma inclinação diferente, o que demandou o detalhamento preciso das peças inclinadas e um cuidado especial para o travamento dos pilares”, complementa o profissional. Outro desafio foi, ainda, o coroamento do topo dos prédios, onde fica o piso técnico. “A fachada avança em balanço de 9 m e isso obrigou a execução de uma estrutura de coroamento, com um sistema para travar o caixilho e sustentar um carro sobre trilhos, responsável pela limpeza da fachada de ambas as torres”, aponta Lanza. Devido à inclinação da fachada, a limpeza não poderia ser feita em rapel e, por essa razão, um guindaste com uma lança de 18 m foi instalado. (e.C.L.) M

23 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Marcelo Scandarolli

Prédio projetado em aço com três blocos independentes traz estruturas integradas nas fachadas que conferem unicidade ao conjunto. Na cobertura, uma estrutura metálica em V também favorece a arquitetura do edifício ao assumir a forma de um pergolado

Composição Criativa

Para se ajustar às restrições legais de construção em bairros residenciais da cidade de São Paulo, o edifício corporativo Mobile 323 é idealizado em aço sobre três lotes

Construir um edifíCio corporativo, com design moderno e respeitando as características do entorno foi o desafio do escritório Rocco Vidal P+W ao conceber o criativo e charmoso Mobile 323, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. O projeto, de 2013, foi idealizado com estrutura em aço para viabilizar o empreendimento sem infringir as exigências da legislação.

Desde 2004, a Lei de Zoneamento da cidade de São Paulo, que disciplina e ordena o uso e ocupação do solo, estabelece que qualquer edifício, inclusive em bairros residenciais, deve obedecer aos recuos em relação às divisas do lote em que é construído. Na presença de elementos vazados, entretanto, a execução é liberada, desde que os mesmos não interfiram nas imediações.

Com isso, entender a implantação do Mobile 323 fica bem mais fácil: o prédio foi projetado em três blocos autônomos e independentes, integrados por meio de estruturas metálicas em forma de grelha, prolongadas junto às fachadas principais, o que transmite sensação de unidade ao conjunto. A estrutura em aço, aliada aos fechamentos em vidro, conferem não só um visual arrojado à obra, mas também uma linguagem arquitetônica adequada à região.

“A ligação entre os três blocos é feita por meio de passarelas e passagens, e cada um deles conta com quatro níveis principais, além de mezaninos e uma cobertura metálica”, informa Douglas Tolaine, diretor e designer principal da Rocco Vidal P+W, responsável pelo projeto do edifício.

Passarelas de aço interligam os blocos enquanto a cobertura vazada garante o atendimento às exigências da Lei de Zoneamento da cidade

24 &ARQUITETURA AÇO

Estrutura em aço também facilitou a implantação de sistemas sustentáveis no empreendimento. A captação de água da chuva foi favorecida pelos grandes beirais do edifício, e aberturas generosas ajudaram na redução do uso de energia elétrica ao permitir a entrada de luz natural nos ambientes

25 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Kalil Gaby

À esquerda, telhas em aço trapezoidais e termoacústicas, com diferentes caimentos e dimensões, compõem a cobertura. As lajes, por sua vez, foram executadas em steel deck e mezaninos receberam no piso placas do tipo wall

> Projeto arquitetônico: Rocco Vidal P+W

> Área construída: 2.140 m²

> aço empregado: perfis laminados ASTM A572 e chapas ASTM A36

> volume de aço: 260 t

> Projeto estrutural: Stec do Brasil

> Fornecimento da estrutura de aço: BMC Construções Metálicas Ltda.

> Execução da obra: Souza Lima Construtora e Meta Incorporadora

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: 2011-2013

> Conclusão da obra: 2013

26 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Kalil Gaby

A cobertura, aliás, foi outro ponto fundamental para viabilizar o projeto. Pairando sobre os dois blocos ao norte, a cobertura em V estabelece relações formais com as casas da vizinhança. “Do ponto de vista legislativo, a instalação do telhado com a união desses blocos só foi possível porque o elemento se tornou uma estrutura vazada junto ao limite entre os lotes, e, neste trecho, a cobertura assumiu a forma de um pergolado”, detalha Tolaine.

A cobertura recebeu telhas de aço trapezoidais com diferentes caimentos e dimensões, além de telhas com isolamento termoacústico. As lajes, por sua vez, por conta da diversidade de materiais e interfaces, foram executadas em steel deck e os mezaninos receberam no piso placas do tipo wall –composto de madeira laminada ou sarrafeada recoberto por lâminas de madeira e placas cimentícias prensadas.

Rapidez e espaços integrados

No projeto, 260 toneladas de aço em perfis laminados ASTM A572 foram usados nas colunas, vigas e tesouras do edifício. Já nos pisos das escadas, terças, ligações e chapas de base, empregaram-se chapas planas e perfis dobrados ASTM A36. Todas as peças chegaram prontas ao local, sendo posteriormente içadas por um guindaste e parafusadas.

O processo, desde o detalhamento do projeto junto ao fornecedor das estruturas em aço até o final da montagem, levou apenas cinco meses.

A estrutura em aço contempla grandes aberturas com fechamentos em vidro para assegurar a integração do imóvel com o entorno. “Queríamos criar um ambiente profissional que fosse mais do que um mero espaço de trabalho. Nosso intuito era integrar o projeto com o meio onde seria inserido. Sabemos que a exposição à natureza e aos espaços externos ajudam a renovar as ideias, e essa foi a nossa intenção”, finaliza Tolaine. (m.P.) M

27 &ARQUITETURA AÇO
Kalil Gaby

mirante de aço

Estrutura em aço com 26 m suaviza visual da estação de bombeamento de esgoto e cria nova atração turística na zona sul da capital gaúcha

Inaugurada em 2012 às margens do arroio Cavalhada, no bairro do Cristal, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a EBE Cristal do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos) traz um simpático diferencial: a estrutura em aço vertical e inusitada, projetada entre as três chaminés de base circular e em concreto armado, responsáveis por receber e controlar o fluxo dos esgotos provenientes da estação da Ponta da Cadeia até a ETE Serraria.

A priori, a equipe do MooMAA – Moojen & Marques Arquitetos Associados, escritório responsável pelo projeto, queria não só criar uma estação de tratamento que ajudasse a despoluir o Rio Guaíba, mas idealizava algo que, assim como outras obras da região, também se adequasse às novas políticas urbanísticas da cidade ao tirar proveito do entorno para atrair visitantes em prol da educação ambiental. “Queríamos suavizar o visual bruto das chaminés em concreto armado, que têm 12 m de altura, a menor, e 26 m de altura, as maiores, com a inserção de uma solução em aço entre essas estruturas, com centro do exposições e mirante, para acolher tanto os alunos de escolas quanto a sociedade”, conta o arquiteto Sergio Marques, do MooMAA.

Ao todo, segundo o arquiteto, mais de 24 toneladas de aço foram usadas na estrutura de base e no mirante em aço, este último em balanço e a 26 m do solo, com cinco níveis de observação voltados para o oeste e sudoeste da cidade gaúcha, e de onde é possível contemplar, também, as águas do Rio Guaíba. “O mirante coberto, e em balanço, está apoiado sobre a estrutura da escada em aço, que perfura o volume no centro, e é suspenso por peças

28 &ARQUITETURA AÇO

em aço verticais, ancoradas no topo das torres de concreto”, explica o arquiteto, que detalha, ainda, o tipo de aço usado na estrutura. “Usamos pilares e vigas em perfis em aço do tipo H e pisos em chapas planas do tipo xadrez A36 e A572 GR50 no projeto”.

Segundo o engenheiro Valdir Flores, coordenador do Programa Integrado SocioAmbiental – PISA, que gerenciou a obra, o uso do aço também foi essencial para otimizar o tempo de execução da estação de esgoto. “As estruturas em aço vieram prontas de fábrica, bem como os fixadores. No local, apenas fizemos o parafusamento das vigas, pilares, colocação de cantoneiras e fixação dos pisos.”

A edificação abriga, no térreo, uma recepção e um centro de exposição e eventos, além de um elevador panorâmico e uma escada, que conduzem os visitantes aos pavimentos superiores. Já no segundo piso, de acesso restrito, uma pequena sala de apoio, copa e cozinha se fazem presentes. Pouco acima, uma passarela em aço dá acesso à torre de concreto de menor altura, localizada na parte posterior do projeto, e, por fim, nos últimos andares, escadas e elevadores garantem o acesso ao mirante e às torres mais altas. (e.Q.) M

Em balanço, mirante coberto é apoiado sobre a estrutura da escada, que perfura o volume no centro, e também é suspenso por peças verticais em aço, ancoradas no topo das torres

Acima do mirante em aço e com fechamentos em vidros, outra plataforma, sem cobertura, dá acesso às torres e também permite a contemplação da orla e das águas do Guaíba, cartão-postal da cidade

> Projeto arquitetônico: MooMAA - Moojen & Marques Arquitetos Associados

> Área construída: 1.150 m²

> aço empregado: pilares e vigas em perfis metálicos tipo H e pisos em chapas planas tipo xadrez A36 e A572 Grau 50. Fixação com parafusos, pinos, enrijecedor, rótula, nervura de coluna e chapa inserto

> Volume de aço: 24,3 t

> Projeto estrutural: Módulo Engenharia e Simon Engenharia

> Fornecimento da estrutura de aço: Metalúrgica Estrutural Ltda.

> Execução da obra: Consórcio Gel Engenharia e Construtora Tedesco

> Local: Porto Alegre, RS

> Data do projeto: 2010-2011

> Conclusão da obra: 2012

29 &ARQUITETURA AÇO
Fotos a ndré Cavalheiro/Personastudio

PIRÂMIDE DE AÇO

Maior edifício da União Europeia utiliza técnica inovadora na montagem da estrutura mista, que recebeu 11 mil toneladas de aço

Marco arquitetônico Mundial, o The Shard, em Londres, Inglaterra, é uma construção com 309,6 m de altura e 87 andares, em um formato que remete a uma pirâmide. Foi projetada em aço pelo arquiteto italiano Renzo Piano, em 2009, a pedido do investidor Irvine Sellar, que idealizava uma verdadeira “cidade vertical” para revitalizar a área de London Bridge, na margem sul do Rio Tâmisa, que era uma das mais pobres de Londres, mas também um dos principais entroncamentos de transportes da capital.

Foto Paul Raftery

Fachada do The Shard conta com 11 mil painéis de vidro, o equivalente a cerca de oito campos de futebol, e seu formato irregular e aberto favorece, ainda, a circulação de ar, minimizando o uso do ar-condicionado na edificação

Para dar vida à comunidade local, o The Shard deveria abrigar lojas, escritórios, hotel, apartamentos, restaurantes e uma galeria de arte pública. E esse não deveria ser o único objetivo do arranha-céu: ele também deveria permitir uma experiência única aos visitantes ao oferecer uma vista panorâmica e exclusiva da cidade.

O edifício foi executado com uma estrutura mista, na qual foram utilizadas 11 mil toneladas de aço, e conta com um núcleo central em concreto. Na torre espiralada, que vai do 69º ao 95º andar – e inclui a plataforma de observação pública no 72º andar – mais 530 toneladas de aço foram empregadas. Para evitar a corrosão ao longo dos anos, a estrutura da torre foi finalizada com três camadas de revestimento anticorrosivo à base de resina epóxi e flocos de vidro, um sistema de alta qualidade que garante maior durabilidade do aço em condições climáticas extremas.

Beleza sustentável

De acordo com Kamran Moazami, executivo da WSP Group, empresa responsável pela engenharia estrutural do prédio, uma das razões do uso do aço no The Shard foi a natureza sustentável do material na construção civil. Entre outras vantagens, Moazami destaca que “o aço

viabilizou uma fachada mais esbelta e permitiu a criação de aberturas que facilitaram a entrada da luz natural no edifício de quase 310 m de altura”. A fachada do The Shard foi revestida com 11 mil painéis de vidro, o equivalente a cerca de oito campos de futebol, e seu formato irregular e aberto favorece, ainda, a entrada e circulação de ar, minimizando o uso do ar-condicionado na edificação. Mas a configuração que trouxe as vantagem apontadas pelo executivo do WSP Group também foi um dos maiores desafios do projeto. “Moldá-lo e formatá-lo para manter a sua transparência e permitir a passagem de luz exigiu esforços. A construção foi realizada de cima para baixo, a partir de um núcleo otimizado para um edifício multiuso, uma solução inovadora. Tivemos de entender a logística e as prioridades da construção para definir uma sequência lógica de montagem e, com isso, dar início às obras.”

Inovação nas alturas

Assim, após a construção do núcleo em concreto, três estruturas foram executadas: uma em aço, nos primeiros 40 andares, outra em concreto pós-tensionado e, por fim, mais uma em aço, na torre do edifício. Segundo Moazami, além do uso inovador dos materiais,

31 &ARQUITETURA AÇO
Renzo Piano Building Workshop

As estruturas de aço viabilizaram uma fachada mais esbelta e permitiram a criação de aberturas que facilitaram a entrada da luz natural no edifício de quase 310 m de altura

Michel Denancé Lee Maudsley Renzo Piano Building Workshop Michel Denancé Museum of London Archaeology Renzo Piano Building Workshop

também foi utilizada de forma pioneira a técnica de construção top-down. “Os andares superiores e os subsolos foram construídos de forma simultânea, permitindo uma economia de três meses no cronograma das obras. O sexto andar, aliás, foi concluído antes mesmo do término da fundação do prédio”, relata o engenheiro.

Para erguer a mais de 300 m acima do solo uma torre de aço medindo 66 m de altura, foi preciso uma boa estratégia de montagem, de acordo com a WSP London.

“Utilizamos estruturas em aço pré-fabricadas e realizamos a pré-montagem das mesmas ainda em solo para evitar riscos em função da altura. Para a operação, fizemos um planejamento detalhado de elevação e treinamos muito bem toda a equipe para evitar falhas. O sucesso do case completo, conseguimos realizar toda a montagem e cumprimos o cronograma para finalizar o edifício”, avalia Moazami.

Hoje, o The Shard conta com uma praça pública no nível do solo, com restaurantes e cafés, bem como áreas para instalações de arte. Ao todo são 50 mil m de espaços destinados a escritórios com ventilação natural e jardins de inverno, além de 195 quartos de hotel e apartamentos com vistas exclusivas nos pisos superiores. (M.P.) M

> Projeto arquitetônico: Renzo Piano Building Workshop

> Área construída: 83.613 m²

> Aço empregado: vigas e colunas internas em seções I e colunas de perímetro em perfis tubulares em chapas S355

> Volume de aço: 11 mil t

> Projeto estrutural: WSP London

> Fornecimento da estrutura de aço: Severfield Reeve

> Execução da obra: Mace Group

> Local: Londres, Inglaterra

> Data do projeto: 2009-2012

> Conclusão da obra: 2012

Uma proposta irrecUsável

Durante o encontro entre o Irvine Sellar e Renzo Piano em Berlim, na Alemanha, a reação inicial do renomado arquiteto italiano teria sido de repulsa à ideia de um edifício tão alto como o encomendado pelo investidor. No entanto, a dinâmica do centro de transportes da região, as linhas dos trilhos de uma ferrovia e a beleza do Rio Tâmisa encantaram o arquiteto, que, em questão de segundos, rascunhou no verso do menu o notável desenho que deu origem ao opulento edifício que, hoje, se destaca no skyline londrino e, em dias claros, permite uma visão da cidade com até 60 km de raio.

O The Shard tem uma praça pública no solo, com restaurantes e cafés, bem como áreas para instalações de arte. Ao todo, o edifício disponibiliza uma área de 50 mil m² para escritórios, além de 195 quartos de hotel e apartamentos com vistas nos pisos superiores

33
Michel Denancé Michel Denancé

DNA DO AÇO

Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, se prepara para receber um presente em aço nos próximos meses: o edifício DNA do Aço. Localizado junto aos eixos principais de interligação viária da cidade, a construção idealizada totalmente em aço, com perfis de maior resistência à corrosão atmosférica, terá 7.091,00 m² de área, 13 pavimentos e abrigará a futura sede da AARS (Associação do Aço do Rio Grande do Sul).

No prédio, cuja inauguração acontecerá até dezembro deste ano, a escolha por componentes industrializados foi um dos pré-requisitos, desde a fase de concepção do projeto, não só por conferir mais velocidade à obra, mas também por permitir, com mais facilidade, a adoção de sistemas sustentáveis na construção.

“A AARS queria explorar a aplicação dos materiais da cadeia construtiva do aço para garantir níveis superiores de eficiência energética ao edifício, reduzir o desperdício de água e melhorar o desempenho termoacústico local. O objetivo é transformar a sede em uma verdadeira vitrine do segmento”, explica a arquiteta Maria Bernadete Sinhorelli, da JMBS Arquitetura Construções.

O prédio, primeiro da região Sul do país a ser pré-certificado pelo selo LEED Platinum (Leadership in Energy and Environmental Design), é composto por colunas e vigas de aço ASTM A572 GR50 do tipo I e H, e contará, em toda a sua estrutura, com 528 toneladas de aço. (M.G.)

Para abrigar a sede da AARS, associação gaúcha do aço, o edifício foi projetado em aço de alta resistência e será uma vitrine do setor e da construção sustentável
Fotos divulgação

Escolha do aço para a construção também foi motivada pela área do terreno, de apenas 1,2 mil m². Segundo o arquiteto da obra, “seria difícil instalar um grande canteiro no local, e por isso a opção por uma construção limpa foi a solução"

BELO HORIZONTE GANHA NOVO CENTRO COMERCIAL

Projetar uma construção limpa, que permitisse um rápido prazo de entrega e, com isso, acelerasse o retorno financeiro ao investidor, foi um dos principais motivos que levaram a equipe da Anastasia Arquitetos a escolher o aço para a construção do Centro Comercial Savassi, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

O projeto, que ainda está em construção, foi dividido em duas etapas e a primeira, quase pronta, deve começar a funcionar em pouco tempo. “A primeira fase inclui um subsolo com garagem, pavimento térreo com lojas e mais dois andares destinados aos estacionamentos. Os outros cinco andares, que abrigarão salas comerciais de 150 m², no entanto, só deverão ficar prontos no ano que vem”, explica o arquiteto Tomas Anastasia, que responde pela obra.

Para a estrutura, foram utilizados perfis laminados ASTM A572. Enquanto a primeira fase conta com 170 toneladas de aço, a segunda adicionará mais 150 toneladas ao projeto, conforme a previsão do diretor técnico da Cofermon, Michel Chaves. (M.G.)

O Centro Comercial Savassi, em Belo Horizonte, Minas Gerais, será construído em aço e em duas etapas para dar mais agilidade à obra e garantir um rápido retorno financeiro ao investidor.

A primeira etapa da construção, com três andares, deve ficar pronta até o fim do ano, já os outros cinco pavimentos só devem ser inaugurados em 2016

35 &ARQUITETURA AÇO
acontece
Fotos divulgação

endereços

> Escritórios dE ArquitEturA

Aflalo & Gasperini Arquitetos www.aflalogasperini.com.br

B+ZTF Architects www.bztfarchitects.com

Itamar Berezin Arquitetura www.itamarberezin.com.br

Pelli Clarke Pelli Architects www.pcparch.com

Renzo Piano Building Workshop www.rpbw.com

Rocco Vidal P+W www.roccovidal.com.br

MooMAA – Moojen & Marques Arquitetos Associados www.moomaa.arq.br

Orbi Arquitetura e Construção www.orbiarquitetura.com.br

Technè Arquitetura www.technearquitetura.com

expediente

> ProJEto EstruturAL

Captiva Engenharia www.captivaengenharia.com.br

Codeme Engenharia www.codeme.com.br

Kurkdjian & Fruchtengarten Engenheiros Associados www.kfprojetos.com.br

Medabil Estruturas Metálicas www.medabil.com.br

Módulo Engenharia www.moduloengenharia.com

WSP London www.wspgroup.com

Simon Engenharia www.simoneng.com.br

Stec do Brasil www.stecdobrasil.com.br

> EstruturA MEtÁLicA

BMC Construções Metálicas Ltda. www.bmccm.com.br

Codeme Engenharia www.codeme.com.br

Medabil Estruturas Metálicas www.medabil.com.br

Metalúrgica Estrutural Ltda. www.metalestrutural.com.br

Metfmorm www.metform.com.br

Multiframe www.multi-frame.net

Severfield Reeve www.severfield.com

Usiminas Mecânica www.usiminasmecanica.com.br

> EXEcuÇÃo dE oBrA

Captiva Engenharia www.captivaengenharia.com.br

Construtora Tedesco www.tedesco.com.br

Gel Engenharia www.gel-eng.com.br

Mace Group www.macegroup.com

Meta Incorporadora www.metaincorporadora.com.br

Odebrecht Realizações Imobiliárias www.orealizacoes.com.br

Souza Lima Construtora www.slconstrutora.com.br

Technè Arquitetura www.technearquitetura.com

WTorre www.wtorre.com.br

Revista Arquitetura & Aço é uma publicação trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora

CBCA: Av. Rio Branco, 108 – 29º andar 20040-001 – Rio de Janeiro/RJ

Tel.: (21) 3445-6332 cbca@acobrasil.org.br www.cbca-acobrasil.org.br

GESTOR: INSTITUTO AÇO BRASIL

Conselho Editorial

Carolina Fonseca – CBCA

Eneida Jardim - CSN

Humberto Bellei – Usiminas

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Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

Supervisão Técnica

Arq. Silvia Scalzo

Revisão Técnica

Arq. Roberto Inaba

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Ricardo Werneck: (21) 3445-6332

números anteriores

Roma Editora

Rua Barão de Capanema, 343, 6º andar CEP 01411-011 – São Paulo/SP

Tel.: (11) 3061-5778 cbca@arcdesign.com.br

Direção

Cristiano S. Barata

Coordenação Editorial

Eliane Quinalia

Redação

Bruno Loturco, Eduardo Campos Lima, Eliane Quinalia, Giovanny Gerolla, Maryana Giribola e Mônica Pileggi

Revisão Deborah Peleias

Editoração

Cibele Cipola (edição de arte e design)

Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA Av. Rio Branco, 108 – 29º andar 20040-001 – Rio de Janeiro/RJ

Tiragem: 5.000 exemplares

Distribuídos para os principais escritórios de engenharia e arquitetura do país, construtoras, bibliotecas de universidades, professores de engenharia e arquitetura, prefeituras, associações ligadas ao segmento da construção e associados do CBCA.

É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.

os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br

A&A nº 01 - Edifícios Educacionais

A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares

A&A nº 03 - Terminais de Passageiros

A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais

A&A nº 05 - Pontes e Passarelas

A&A nº 06 - Residências

A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas

A&A nº 08 - Indústrias

A&A nº 09 - Edificações para o Esporte

A&A nº 10 - Instalações Comerciais

A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções

A&A nº 12 - Lazer e Cultura

A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares

A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos

A&A nº 15 - Marquises e Escadas

A&A nº 16 - Coberturas

A&A nº 17 - Instituições de Ensino II

A&A nº 18 - Envelope

A&A nº 19 - Residências II

A&A nº 20 - Indústrias II

A&A Especial - Copa do Mundo 2014

A&A nº 21 - Aeroportos

A&A nº 22 - Copa 2010

A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social

A&A nº 24 - Metrô

A&A nº 25 - Instituições de Ensino III

A&A nº 26 - Mobilidade Urbana

A&A nº 27 - Soluções Rápidas

A&A nº 28 - Edifícios Corporativos

A&A Especial - Estação Intermodal de Transporte Terrestre de Passageiros

A&A nº 29 - Lazer e Cultura

A&A nº 30 - Construção Sustentável

A&A nº 31 - Construções para Olimpíadas

A&A nº 32 - Instalações Comerciais II

A&A nº 33 - Hotéis

A&A nº 34 - Shopping Centers

A&A nº 35 - Hospitais e Edificações para a Saúde

A&A nº 36 - Pontes e passarelas

A&A nº 37 - Estádios da Copa 2014

A&A nº 38 - Mobilidade Urbana

A&A nº 39 - Varandas, Mezaninos e Escadas

A&A nº 40 - Residências

A&A nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia

A&A nº 42 - Especial 10 anos

36 &ARQUITETURA AÇO

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