Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 12 dezembro de 2007
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Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 12 dezembro de 2007
Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 12 dezembro de 2007
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“Iniciamos a parceria com a SUSTENTA em Outubro de 2006. A proposta era inovadora e diferente do que fazíamos até então: comprar o serviço de preparação de per s de um Centro de Serviços especializado nestes materiais e pioneiro no Brasil. Os benefícios propostos eram bastante interessantes: aumento da capacidade produtiva, redução do custo de fabricação e redução do prazo de entrega nal para o nosso cliente de obras que empregassem per s. Com isso poderíamos participar de concorrências maiores, ser mais competitivos e ainda ter benefícios em nosso uxo de caixa com a redução do prazo total de fabricação. O resultado foi muito bom e, desde então, nossa parceria com a SUSTENTA vem se fortalecendo com mais de 400 toneladas fabricadas até o momento.”
Jairo Costa - Diretor da MARFIN Estruturas Metálicas – 1° Empresa Certi cada no Programa Setorial da Qualidade (PSQ) dos Fabricantes de Estruturas de Aço do Estado de São Paulo - CBCA (Centro Brasileiro de Construção em Aço)
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AGUARDE: EM BREVE, INAUGURAÇÃO DE NOSSA UNIDADE EM SÃO PAULO
ESTA EDIÇÃO DE ARQUITETURA & AÇO é dedicada aos espaços de lazer e cultura, conceitos que muitas vezes acabam, felizmente, se confundindo. Que características esperar de um edifício destinado a estes tipos de atividades? Não há uma regra fixa, mas um fato que se observa com certa freqüência é a especial atenção dada às características subjetivas, como emoções e sensações, no projeto destes edifícios.
Um exemplo é o museu-escola Sabina, no qual a rampa de entrada foi projetada para despertar, nos pequenos visitantes, um sentimento semelhante ao de quem entra em uma caverna. Ao ingressar no espaço, uma nova surpresa: as áreas são amplas e fluidas (graças ao uso do aço), não se parecendo em nada com uma caverna. Tal contraste busca despertar a curiosidade e favorecer o aprendizado. Por outro lado, chama atenção o modo como o aço – tão valorizado como material estrutural graças à sua leveza e robustez – vem sendo utilizado também com fins estéticos, tanto em fachadas quanto em interiores. É o caso da danceteria Club Nox, que emprega o aço patinável como revestimento externo e, no ambiente interno, aposta em tiras onduladas multicoloridas que são suportadas por uma sutil estrutura metálica.
O aço também assume dupla função – mas agora de forma estrutural – no projeto da nova biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Campinas: além de sustentar o edifício, a estrutura metálica dá forma às estantes que suportam o acervo.
Foi buscando esta diversidade de soluções que aqui reunimos obras das mais variadas naturezas, da biblioteca à casa de shows, da feira ao teatro, do museu ao centro de eventos.
Boa leitura!
04. Luzes multicoloridas e aço patinável dão forma ao Club Nox, em Recife. 08. O contraste entre a leveza do aço e a densidade do concreto norteou a criação do Teatro Municipal de Mauá. 12. Em nova fase, o Circo Voador mantém sua aparência itinerante, mas agora com melhorias significativas na infra-estrutura. 14. Flexibilidade de usos era o pré-requisito do projeto da Vila Germânica, em Blumenau. 16 Fluidez e permeabilidade visual definem o projeto da Escola Parque do Conhecimento (Sabina), em Santo André. 20. Na biblioteca da PUC Campinas, o aço se faz presente não só na estrutura, mas também no sistema de armazenamento e exposição do acervo. 24. O famoso prédio da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, é um dos mais antigos edifícios do Brasil com estrutura exclusivamente metálica.
27. Engenhosidade construtiva e harmonia plástica marcam o projeto da Feira da Cidade, em Ananindeua, PA.
30. Na Cidade do Samba, amplos galpões com estrutura em aço abrigam as escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro.
UMA CASA NOTURNA COMO NUNCA antes vista, que pudesse ser referência não só no Brasil, mas internacionalmente, com som e iluminação da melhor qualidade e um lounge a céu aberto. Este foi basicamente o briefing que o escritório Metro Arquitetura, em parceria com o arquiteto Juliano Dubeux, recebeu e seguiu.
Localizado no bairro de Boa Viagem, centro de Recife, o Club Nox, inaugurado no final de 2006, é puro arrojo. Visto de fora, o edifício já diz ao que veio: uma caixa de aço com uma “tampa” de vidro
por onde escapam luzes coloridas que sinalizam à cidade que a noite é uma festa. Segundo João Domingos Azevedo, arquiteto responsável, o projeto foi norteado pelo conceito da transformação constante, como forma de se obter um ambiente dinâmico, adequado à natureza do lugar imaginado pelos clientes.
Na pista de dança envolvida por faixas de fibra de vidro translúcidas com movimentos e curvaturas diferenciadas graças às subestruturas de aço, um engenhoso sistema de iluminação, baseado em 256 conjuntos de LEDs RGB, confere ao ambiente mais de 16 milhões de cores programáveis. Ao fundo, atrás do bar-ilha, a cabine do DJ, com espaço suficiente para acolher performances solos ou de grupos
Com estrutura em concreto armado, o prédio foi revestido com placas de 1,0 x 2,0 m de aço COR – tipo de aço caracterizado pela formação de uma pátina ferruginosa que acaba prolongando a vida útil do material e lhe conferindo uma tonalidade mais escura ao longo do tempo, aspecto que vem ao encontro do conceito de mutação.
Afastados cerca de 60 cm da estrutura de concreto para ocultar tubulações hidráulicas, unidades de ar-condicionado e fiação elétrica, os painéis de aço foram soldados e, em trechos estratégicos
da fachada, aparafusados. “Neste caso, utilizamos um sistema de fixação com rosca que permite a manutenção periódica das instalações, sem desgaste da estrutura”, explica Azevedo.
Além de ser destaque na fachada, o aço foi utilizado no lounge e, lembra o arquiteto, mostrou-se imprescindível para viabilizar a malha orgânica que envolve a pista de dança. Subestruturas de aço sustentam as 36 faixas de fibra de vidro translúcidas, perpendiculares e paralelas que começam no chão e se cruzam no teto.
Não bastasse a forma inusitada, esta malha sobre o dancefloor ganha infinitas possibilidades de combinações cromáticas por meio de um sistema de iluminação baseado em 256 conjuntos de LEDs estrategicamente posicionados e controlados. Aqui, o conceito de transformação chega ao ápice: o ambiente é reinventado o tempo todo por meio do jogo de luzes.
Coroando o projeto, um lounge a céu aberto. Ali, em um ambiente dominado pelo branco, painéis de vidros translúcidos com 2,30 m de altura são fixados pelo sistema Spider Glass e apoiados em seis pilares de aço – é a dupla aço e vidro estabelecendo um novo diálogo. Para completar, luzes néon programadas por um sistema computadorizado conferem iluminação suave na paisagem urbana e convidam os passantes a se divertirem e relaxarem. (I.G.) M
Acima, vista frontal do Club Nox: sobre a caixa de aço COR, a cobertura de vidro translúcido deixa “escapar” luzes coloridas, como um prolongamento do que acontece no interior do edifício
> Projeto arquitetônico: João Domingos Azevedo (Metro Arquitetura)
> Colaboradores: Rafael Souto Maior, Lívia Brandão e Juliano Dubeux
> Área construída: 1.100 m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão
> Cálculo estrutural: Sérgio Priori
> Fornecimento da estrutura metálica: Tecral e SMS
> Execução da obra: Plus Engenharia
> Local: Recife, PE
> Data do projeto: janeiro de 2006
> Conclusão da obra: dezembro de 2006
Envolto por painéis de vidros translúcidos com luzes néon e utilizando cobertura metálica em forma de U, com uma área descoberta no centro, o lounge, no pavimento superior, abre uma nova possibilidade aos visitantes, que encontram ali um espaço para descansar e conversar com tranqüilidade
Em estrutura metálica e vidro, o foyer ganha destaque e se integra visualmente ao entorno, onde se situa a praça cívica de Mauá
AO PROJETAR O TEATRO MUNICIPAL de Mauá, município do ABC paulista, o arquiteto Rafael Perrone tinha como objetivo integrar a construção com a praça cívica da cidade, ao redor da qual se localizam o Fórum, a Prefeitura e a Câmara Municipal. Conseguiu isso
inserindo o foyer num volume transparente que revela o entorno para quem está dentro do edifício. Cercado por vidro e estrutura de aço com pintura branca, o foyer contrasta com os blocos opacos e texturizados que abrigam a platéia e a caixa de palco do teatro. As cores fortes foram introduzidas em grande parte dos volumes fechados como forma de acentuar a leveza do bloco envidraçado.
Outro desafio, segundo Perrone, era desenvolver um projeto funcional e econômico, coerente com o orçamento disponível. “A estrutura de aço foi importante neste sentido, pois viabilizou a construção de um teatro mais baixo do que o convencional”, afirma o autor do projeto, se referindo mais especificamente ao papel das vigas de aço que vencem os grandes vãos da platéia e da caixa de palco. “Se fossem de concreto, essas vigas seriam muito altas e representariam um gasto maior com material de vedação”, esclarece.
Em frente ao foyer, uma marquise metálica destaca a entrada do edifício. Perrone explica que o elemento se sobressai em altura em relação ao restante da construção por um motivo claro: “Quis marcar o acesso e, ao mesmo tempo, criar uma referência visual no local”, explica o arquiteto, que determinou cores específicas para cada bloco que compõe o conjunto. O azul, por exemplo, assinala a caixa de palco (interna e externamente), enquanto o roxo define a Secretaria Municipal e a cor amarela se refere às oficinas culturais. Com estrutura de concreto e vedação em alvenaria, os volumes opacos são revestidos com massa grossa sarrafeada e pintados com tinta acrílica.
O prédio dispõe de recursos que impedem o aquecimento excessivo da construção, como o volume vermelho sobre o foyer que garante a saída de ar quente do recinto, ao mesmo tempo em que permite a entrada de luz natural zenital. Painéis feitos com chapas metálicas expandidas, localizados na parte superior da fachada
envidraçada, protegem as oficinas do sol nascente. Os anteparos estão presos em caixilhos fixos ao esqueleto de aço do edifício por meio de braços metálicos. A estrutura esbelta composta de perfis de alma cheia soldados e aparafusados conferiu transparência máxima ao volume do foyer. “A transparência garantiu a continuidade espacial do edifício com a praça cívica”, finaliza o arquiteto. (V.F.) M
> Projeto arquitetônico: Rafael Perrone
> Colaboradores: Paulo Sérgio Pereira e Maria Cristina Pereira (coordenadora)
> Área construída: 2.383 m2
> Aço empregado: aço patinável com maior resistência à corrosão
> Cálculo estrutural: Ricardo Azeredo Candelária (metálica) e Jorge Kamogawa (concreto)
> Fornecimento da estrutura metálica e execução da obra: Projeção Engenharia Paulista de Obras Ltda.
> Local: Mauá, SP
> Data do projeto: 2000
> Conclusão da obra: 2001
A estrutura metálica do foyer é composta por perfis soldados de alma cheia, aparafusados entre si. Também em aço, as vigas da cobertura vencem vãos generosos na platéia e caixa de palco
O PROJETO DO NOVO C IRCO V OADOR LANÇA MÃO DO AÇO PARA MARCAR A SEGUNDA FASE DA FAMOSA CASA DE SHOWS CARIOCA E TRANSFORMÁ - LA EM UM MODERNO COMPLEXO MULTIFUNCIONAL
LOCALIZADO NA LAPA, TRADICIONAL BAIRRO BOÊMIO, o Circo Voador não é apenas uma referência para a cidade do Rio de Janeiro. O picadeiro desta casa de espetáculos serviu de trampolim para algumas das maiores bandas do rock nacional – Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Kid Abelha, O Rappa, só para citar algumas delas – e entrou para a história da música brasileira.
Apesar da consagração, o Circo sempre foi alvo de muita controvérsia desde sua fundação, em 1982. Os decibéis das guitarras e dos gritos eufóricos não respeitavam os limites da lona coalhada de estrelas sem isolamento acústico e tiravam o sono da vizinhança, o que resultou na interdição da casa em 1996. Mas um movimento público passou a exigir a reabertura do espaço. Pressionada, a Prefeitura do Rio de Janeiro atendeu a tais apelos e, em 2001, resolveu abrir um concurso público para a construção do novo Circo Voador.
O projeto vencedor saiu das pranchetas de quatro jovens recémformados, que viram aí a oportunidade de inaugurar o próprio escritório, a DDG Arquitetura. Segundo Célio Diniz, um dos arquitetos
responsáveis, o desenho contemplava formas e espaços dinâmicos com forte identidade sem, no entanto, abandonar o despojamento do Circo original. Diniz explica, ainda, que alguns critérios exigidos pela Prefeitura nortearam algumas decisões. “Pedia-se algo aparentemente paradoxal: que se mantivesse a cobertura em lona, mas com isolamento acústico”, afirma. As Secretarias de Urbanismo e da Cultura solicitavam também que a aparência itinerante da obra fosse mantida.
Para começar, a antiga cobertura de lona foi substituída por um revestimento em camadas inédito, idealizado pelo engenheiro Fernando Richard em
O aço está presente em toda obra. Além dos arcos da cobertura da nave principal (acima), que sustentam a lona, a estrutura metálica foi decisiva para uma construção rápida, limpa e precisa dos edifícios anexos (no alto da página) que comportam administração, bilheteria, bares, entre outros serviços
parceria com a DDG. Trata-se de um sistema do tipo sanduíche, constituído por duas camadas de lona vinílica intercaladas com lã mineral plana e tubular, que formam um colchão sob a lona externa em toda a nave principal e funcionam tanto como proteção acústica contra os ruídos externos, quanto como isolamento térmico. Para sustentar toda esta estrutura e conferir o aspecto itinerante que o briefing exigia, foram utilizadas vigas e colunas aparentes de aço.
Assim, arcos metálicos internos com acabamento em pintura epóxi na cor grafite formam uma espécie de trama esférica na parte interna desta nave principal e sustentam a lona. E, do lado de fora, foi criado um sistema de contraventamento formado também por arcos de aço.
Além desta edificação de maior volume, onde estão o palco, coxias, depósito, arquibancada, bar e pista de dança, o Circo Voador ganhou prédios anexos para abrigar administração, bistrô, bilheteria, bares e quiosques, além de jardins, rampas, varanda e passarela. E em todos estes ambientes, externos e internos, o aço foi fundamental: pilares, sheds, telhas, guarda-corpos, grades e outras estruturas feitas a partir do material reiteram o caráter moderno e ao mesmo tempo circense que tão bem caracteriza esta casa de shows. (I.G.) M
> Projeto arquitetônico: Célio Diniz, Eduardo Canellas, Eduardo Dezouzart e Tiago Gualda (DDG Arquitetura)
> Colaboradores: Carolina Baltar, Gabriela Rios, Otto Thiele, Fernando Richard e Peter Gasper
> Área construída: 1.143 m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão
> Cálculo estrutural: Tecton Engenharia, Conplan Engenharia e JC Filizola Engenharia
> Fornecimento da estrutura metálica: Metalfenas
> Execução da obra: EBTE Engenharia
> Local: Rio de Janeiro, RJ
> Data do projeto: 2001
> Conclusão da obra: 2004
Com suas proporções generosas, o Centro de Exposições Vila Germânica, cujo calendário já conta com a tradicional Oktoberfest, se consolida como um dos principais espaços de eventos do Sul do país. A cobertura em aço, além de possibilitar grandes vãos e permitir flexibilidade de usos, agilizou a execução da obra
E STRUTURA METÁLICA PERMITE VÃOS GENEROSOS E FLEXIBILIDADE DE USOS
NO CENTRO DE EXPOSIÇÕES E EVENTOS V ILA G ERMÂNICA
A CIDADE DE BLUMENAU, em Santa Catarina, hoje conta com um moderno complexo para a realização de eventos. A origem deste parque de exposições, no entanto, remonta a 1965, ano da construção do primeiro pavilhão, com 2.500 m2. Ao longo dos anos, diversos fatores como o sucesso da Oktoberfest – surgida em 1984 e que atualmente recebe cerca de 700 mil visitantes a cada edição – e o uso destes espaços para sediar feiras de diversos setores tornaram necessárias a ampliação da área expositiva, gerando a construção de mais quatro pavilhões, em diferentes épocas. Em 2005, o parque possuía 11.850 m 2 de área expositiva, distribuídos em cinco construções diferentes, com espaços inadequados às necessidades atuais, o que levou à reformulação total do complexo.
Agora, o Centro de Exposições Vila Germânica – como foi batizado o parque inaugurado em 2006 – possui um grande pavilhão de 18.350 m2 de área útil, dividido em três setores que podem ser utilizados de forma integrada ou independente. Além disso, possui uma das maiores áreas expositivas com vão livre do Brasil: trata-se do Setor 2, cuja área de 100 x 72,60 m possui, ao centro, um espaço de 750 m2 com altura livre de 12 m, permitindo a montagem de quadras esportivas. Na entrada dos Setores 1 e 2, um hall com dois pavimentos abriga recepção, bilheterias e/ou credenciamento, secretaria, ambulatório e outros serviços. À frente desta estrutura, um centro comercial, que reúne lojas, banco, restaurantes, café colonial e choperia, entre outros serviços, que complementa o projeto.
A grandiosidade da edificação, que tem quase 26 mil m2 de área construída, não foi empecilho para a execução em tempo recorde. O projeto de arquitetura e demais projetos complementares foram realizados em apenas 75 dias e as obras foram concluídas em cinco meses.
Na especificação dos materiais, a opção pelo aço para a cobertura e fechamentos laterais dos pavilhões se mostrou a solução mais eficiente. “Toda a arquitetura foi concebida sempre em conjunto com a estrutura metálica”, afirma o arquiteto Alfredo Lindner, autor do projeto. A flexibilidade de usos era um dos pré-requisitos, pois o complexo deveria sediar eventos de pequeno, médio e grande portes, dos mais diversos segmentos, como feiras, congressos, festas, shows e competições esportivas.
A leveza do aço e a agilidade construtiva que o material permite são algumas das vantagens destacadas pelo arquiteto: “A concepção dos apoios atirantados externos nos permitiu uma excelente relação custo-benefício, reduzindo substancialmente o peso total da estrutura. Por outro lado, a possibilidade de montagem simultânea de diferentes etapas da obra e a produção das peças com medidas precisas ajudaram a viabilizar o cronograma de execução”, explica. (I.S.) M
Acima, vista aérea do conjunto: a utilização de tirantes externos, além de ter sido uma solução econômica, trouxe benefícios estéticos. À frente dos pavilhões, um centro comercial remete às cidades do interior da Alemanha, em sintonia com a colonização germânica de Blumenau; esta área temática inspirou a mudança do nome do complexo, que passou a se chamar Vila Germânica
> Projeto: Alfredo Lindner e Christiane Mundim Lindner (A+C Arquitetura)
> Área construída: 25.554 m2
> Aço empregado: ASTM A36
> Cálculo estrutural: OA Engenharia Especial
> Fornecimento e montagem da estrutura metálica: Dagnese Estruturas Metálicas
> Execução da obra: Construtora Mestra Ltda.
> Local: Blumenau (SC)
> Data do projeto: 2005
> Conclusão da obra: 2006
A PLANTA LIVRE, o reduzido número de apoios e os generosos vãos estruturais são aspectos marcantes na obra de Paulo Mendes da Rocha, ganhador do Pritzker de 2006, maior prêmio da arquitetura mundial. Recentemente inaugurada, a Escola Parque do Conhecimento ( Sabina ), projetada por ele em parceria com o escritório paulista MMBB, reúne estas características num edifício de dois pavimentos que combina estrutura de concreto e aço. Formada por telhas de aço zincado do tipo sanduíche, a cobertura é sustentada por uma estrutura metálica apoiada em um par de vigas-calha de concreto, que configuram as fachadas longitudinais do pavimento superior da construção.
A permeabilidade e fluidez entre os diferentes níveis do edifício são aspectos marcantes do projeto, assim como seu caráter intimista. O museu-escola poderia ser definido como um grande pavilhão branco semi-enterrado que se volta para o interior, sem
muitas aberturas para o parque. Com exceção das fachadas norte e sul, onde painéis retangulares de vidro revelam o exterior ao visitante, não há muita integração visual com o entorno, já que as fachadas leste e oeste são formadas pelas enormes vigas-calha contínuas, com 185 m de comprimento cada.
Mendes da Rocha explica que o acesso à instituição, feito por uma singela rampa descoberta que liga a esplanada de entrada ao pavimento inferior do edifício, visava despertar no público infantil sentimentos como surpresa e estranhamento, emoções semelhantes
Acima, vista geral do edifício; as imensas vigascalha com 185 m de comprimento e 4 m de altura configuram as fachadas longitudinais (leste e oeste) da obra. Cada uma delas, com 10 m de balanço nas extremidades, está apoiada em quatro pilares de concreto, que distam 55 m entre si.
às de entrar numa “caverna”. A idéia, ele afirma, está em sintonia com a finalidade do prédio, um museu de ciências agregado à rede pública de ensino. Lá dentro, o visitante se depara com galerias e espaços de exposição amplos, fluidos e integrados. As rampas e os vazios abertos na laje do segundo piso permitem que, do piso inferior, se aviste a cobertura metálica.
Na cobertura, a opção por vigas metálicas de alma cheia ao invés de treliças conferiu delicadeza e leveza ao conjunto. Dispostas transversalmente no edifício, elas vencem um vão de
Assim como a estrutura metálica, o concreto aparente foi pintado de branco. Uma faixa de caixilhos horizontais basculantes percorre todo o perímetro do edifício. Junto às fachadas norte e sul, vedadas com chapas metálicas, a mesma caixilharia assume a função de contraventamento (acima). A laje do piso do primeiro pavimento é vazada em alguns trechos, garantindo, juntamente com as rampas, a permeabilidade visual entre os diferentes níveis do edifício (abaixo)
aproximadamente 30 m. Entre as vigas, tirantes de aço fazem o contraventamento da estrutura. “As vigas de alma cheia são uma presença sutil e neutra no espaço”, afirma o arquiteto Milton Braga, do MMBB. Já as terças estão apoiadas nas vigas de aço principais e também na estrutura treliçada das fachadas norte e sul, ambas vedadas com chapas de aço.
As fachadas norte e sul são contraventadas por caixilhos horizontais basculantes de aço instalados ao longo do vão de quase 2 m, entre o guarda-corpo e as grandes vigas de concreto. Moldadas in loco, assim como a maior parte da estrutura de concreto do museu-escola, as vigas-calha estão apoiadas em quatro pilares que determinam vãos de 55 m e balanços de 10 m nas extremidades. Além da estrutura da cobertura, das telhas e dos painéis de vedação, o aço também foi utilizado na estrutura de contenção dos muros de arrimo do pavimento inferior do edifício destinado à arte, ciência e à tecnologia. (V.F.) M
Apoiados num par de vigas-calha de concreto, os perfis metálicos de alma cheia vencem um vão transversal de aproximadamente 30 m (acima). Sustentam uma cobertura composta por telhas trapezoidais de aço zincado, cujas extremidades das terças estão apoiadas na estrutura treliçada que sustenta as fachadas norte e sul da construção. Painéis metálicos coloridos (no alto, à direita) separam a cantina de um pátio descoberto, ambos localizados no pavimento inferior
> Projeto arquitetônico: Paulo Mendes da Rocha
> Colaboradores: Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga (MMBB); Márcia
Terazaki, Marina Sabino, Renata Vieira e Thiago Rolemberg (equipe)
> Área construída: 8.080 m²
> Aço empregado: ASTM A 572 GR42
> Cálculo estrutural: Kurkdjian & Fruchtengarten
> Fornecimento da estrutura
metálica: Açotec
> Execução da obra: H. Guedes Engenharia
> Local: Santo André, SP
> Data do projeto: 2003
> Conclusão da obra: 2007
PARA ATENDER AOS 4.800 ALUNOS dos cursos de Ciências Médicas (Audiologia, Ciências Biológicas, Ciências Farmacêuticas, Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia, Terapia Ocupacional e Odontologia) e estimando a expansão até 2013, para cerca de 6 mil alunos, a Pontifícia Universidade Católica de Campinas, uma das universidades de maior prestígio do país, decidiu unificar as três bibliotecas existentes em um único edifício. Localizada no Campus II, a nova construção possui 3.164 m2 de área construída e se organiza em três pavimentos e subsolo.
O acesso ao prédio é feito pelo piso térreo, onde também se localizam a recepção e espaços para informações, empréstimos de livros e guarda-volumes. O primeiro andar concentra as áreas destinadas à consulta informatizada ao acervo, leitura, estudo individual e em grupo e salas especiais para deficientes visuais devidamente equipadas. O segundo andar, por sua vez, reúne o acervo de livros – 44 mil volumes na fase de implantação do projeto, podendo chegar a 90 mil até 2013 – e as coleções de periódicos e multimeios (fitas, slides, CD e DVD); os 2.400 m lineares de estantes podem chegar até 5 mil m, mediante a demanda da biblioteca. No subsolo, estão abrigados o auditório, para 140 lugares, e as atividades técnicas complementares, como laboratórios e acervo depositário.
A partir do briefing inicial e diante do prazo exíguo de nove meses para o desenvolvimento do projeto e execução da obra, a arquiteta Renata Semin, autora do projeto em conjunto com José Armênio de Brito Cruz, optou por sistemas e materiais industrializados. Segundo Renata, o partido foi definido a partir de uma estrutura metálica que sustenta o prédio e as estantes, numa referência ao objetivo maior de uma biblioteca – o de armazenar e transmitir conhecimento a partir do acesso à informação.
“Fisicamente, o projeto traduz esta definição a partir de uma estrutura de vigas de aço que serve de sustentação para a unidade maior – o prédio – e para as unidades menores – as prateleiras –, onde o acervo fica em exposição”, esclarece a arquiteta. Vigas treliçadas sustentam os perfis com cabos de aço e o conjunto, com 71 m de comprimento, apóia-se sobre quatro pilares de concreto.
As estantes em aço valorizam o principal componente da biblioteca: seu acervo
A solução escolhida também se mostrou acertada durante o processo de execução. Diante da precisão obtida na fabricação industrializada das peças em aço, foi possível efetuar a montagem em menor prazo e racionalizar os serviços no canteiro de obras. A compatibilidade com os demais sistemas utilizados também impôs ritmo à obra. A vedação do edifício é feita com painéis de concreto pré-fabricados e, internamente, optou-se por placas de gesso acartonado. A cobertura é composta por telhas de aço pré-pintadas, com tratamento térmico e acústico.
O projeto utiliza, ainda, sistemas integrados de ventilação e iluminação naturais: a luz do dia penetra por um lanternim e é rebatida por um plano refletor, evitando o ofuscamento, enquanto a ventilação ocorre por efeito “chaminé” – o ar entra pelos vãos nos
pisos, projetados ao longo das vigas metálicas, passa pelos vazios centrais e sai pelas aberturas no lanternim. Aberturas com janelas e terraços localizados nas extremidades do prédio completam a ventilação interna.
A acessibilidade universal é outra prerrogativa do projeto. “Para a segurança e o conforto de todos os usuários, foram considerados, no projeto, acessos e dispositivos complementares para a livre movimentação na biblioteca”, finaliza a arquiteta. (I.S.) M
Seja no exterior do edifício ou em seu interior, o partido arquitetônico se faz bastante claro: as estantes se concentram no perímetro externo, enquanto o núcleo, que recebe a luz do dia através de um lanternim, destina-se à consulta do acervo; o vazio central, além de integrar visualmente todos os pavimentos, permite a passagem da ventilação e da iluminação naturais. Os usuários também podem utilizar agradáveis varandas como espaços alternativos para leitura. A opção pela utilização da estrutura em aço foi determinante para a agilidade de execução, permitindo a conclusão da obra em nove meses
Corte Transversal> Projeto arquitetônico: José Armênio de Brito Cruz e Renata Semin (Piratininga Arquitetos Associados)
> Colaboradores: Fabiana Terenzi Stuchi (coordenação de equipe), Joana Maia Rosa Rojo, Juliana Gomes Trickett; André Álvares Cruz Procópio e Davi Lemos de Moura Lacerda (estagiários)
> Área construída: 3.164 m2
> Aço empregado: ASTM A572 grau 50
> Cálculo estrutural: Grupo Dois Engenharia (estrutura metálica) e TECA Engenharia (estrutura de concreto)
> Fornecimento da estrutura metálica: Medabil Varco-Pruden
> Execução da obra: Construtora Costa Feitosa
> Local: Campinas (SP)
> Data do projeto: junho a dezembro de 2004
> Conclusão da obra: março de 2005
Construído em 1910, o palacete da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, é um dos mais antigos edifícios brasileiros com estrutura exclusivamente metálica. À esquerda, imagens do acervo fotográfico da instituição revelam o audacioso sistema de estrutura metálica que sustenta os 13 mil m2 da Biblioteca. Projeto do engenheiro militar Francisco Marcellino de Souza Aguiar, o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 1973
O ESTILO ECLÉTICO DA BIBLIOTECA NACIONAL, no Rio de Janeiro (RJ), exibe uma audaciosa mistura de tendências clássicas: são colunas greco-romanas, ornamentos art nouveau e uma série de adornos que remetem à renascença italiana e ao segundo reinado francês. Por trás desta profusão de elementos, no entanto, escondem-se modernas técnicas construtivas, que compõem um sistema estrutural capaz de surpreender os arquitetos do século XXI.
O prédio, que ficou conhecido como palacete, saiu da prancheta do engenheiro militar Franscisco Marcellino de Souza Aguiar, em 1910. O inusitado, para a época, foi a opção pela estrutura metálica, o que agilizou a execução da obra e representou um grande progresso em relação aos sistemas estruturais até então difundidos no Brasil. Plantas e imagens do arquivo fotográfico da biblioteca revelam que a edificação foi erguida a partir de um ousado sistema de estrutura metálica, de quase 50 m de altura, posteriormente revestido por alvenaria convencional. “A estrutura metálica, embora oculta pela alvenaria, é o elemento-guia para a construção do edifício e seu sistema de sustentação”, explica Luiz Antônio Lopes de Souza, chefe do Departamento de Arquitetura da Biblioteca Nacional.
No mesmo período, o aço foi utilizado em outros edifícios cariocas, como o Teatro Municipal e a Fundação Oswaldo Cruz. Nestes exemplos, porém, o metal aparece apenas na estrutura das lajes e em alguns pisos – nunca nas paredes. Já na Biblioteca Nacional, a estrutura é exclusivamente metálica. “Certamente, aqui foram aplicadas as mais modernas técnicas disponíveis na época”, completa Lopes de Souza.
Em 1973, a Biblioteca Nacional foi tombada pelo Patrimônio Histórico, o que contribuiu para a conservação do prédio. Seu acervo também mereceu cuidados especiais: hoje, suas cerca de nove milhões de peças, entre inúmeras raridades e documentos históricos, podem ser encontradas em perfeito estado de conservação. Segundo a Unesco, a Biblioteca Nacional é, atualmente, a oitava biblioteca nacional do mundo e também a maior da América Latina. (C.P.) M
ANÁLISE MAIS ATENTA, NO ENTANTO, REVELA O USO DE AVANÇADAS SOLUÇÕES ESTRUTURAIS. CONHEÇA
A BIBLIOTECA NACIONAL, UM EDIFÍCIO DE MUITOS CONTRASTES E HISTÓRIAS
EXPRESSÃO GENUÍNA DA CULTURA BRASILEIRA, TRADICIONAL FEIRA DO NORTE DO PAÍS GANHA UMA ORGANIZAÇÃO NOVA E EFICIENTE, A PARTIR DAS ENGENHOSAS SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS OFERECIDAS PELO AÇO
A proposta para a nova Feira da Cidade, em Ananindeua (PA), priorizou a organização, a infra-estrutura e a circulação. O pavilhão foi concebido a partir de módulos hexagonais em aço, que se interconectam e formam um único sistema. Para a cobertura, a escolha recaiu sobre uma membrana têxtil, confeccionada em fibras de poliéster e PVC. À noite, o visual impactante é promovido pela alternância entre membranas translúcidas e do tipo blackout, que criam um jogo de luz e sombras
OctavioCORES, CHEIROS E SABORES DO BRASIL se misturam em uma das mais tradicionais feiras populares da região Norte. Estamos na Feira da Cidade, localizada no município de Ananindeua, região metropolitana de Belém (PA), onde podemos encontrar, literalmente, de tudo um pouco: peixes e caranguejos, frutas e legumes, artesanato e artigos típicos.
Com a oferta variada e um intenso fluxo de visitantes, o comércio ferve. Mas, ao contrário do que se poderia supor, a atmosfera não é caótica – e sim limpa, organizada, convidativa. Quem se aventura em seus mais de 3 mil m2 tem o prazer de descobrir que, ali, há espaço livre para circulação, boxes e bancas separados por categoria e, sobretudo, infra-estrutura adequada para armazenar e expor alimentos com higiene.
O quadro atual é resultado do projeto dos arquitetos José Maria Coelho Bassalo e Flávio Campos do Nascimento, que idealizaram, a pedido da Prefeitura de Ananindeua, um pavilhão inte-
ligente para abrigar a antiga Feira do Quatro, uma área de livre comércio até então marcada pela desordem, porém de grande importância econômica e social para a cidade.
As linhas traçadas pela dupla resultaram em um complexo funcional, sim, mas também tecnicamente avançado e plasticamente contemporâneo. Implantado em um lote triangular, o espaço se define pela cobertura, que, segundo os arquitetos, “é o elemento de maior importância do conjunto”.
A peça monumental foi criada a partir de uma trama de módulos metálicos hexagonais, que apresentam três
Em toda a megaestrutura, foram utilizadas 75 toneladas de aço, entre tubos, chapas e cabos. Os módulos metálicos com configuração do tipo tenda cônica (ao lado) são os elementos de maior porte no conjunto, mas utilizados em menor número – apenas duas vezes. As tendas são sustentadas por uma estrutura externa à cobertura, composta por dez mastros monumentais em aço que envolvem duas cúpulas vazadas, as quais, por sua vez, suportam as membranas
tipos diferentes de configurações: cálice, umbrela e tenda cônica. Todas têm como matérias-primas tubos de aço, chapas planas e cabos também de aço e, apesar de serem estruturalmente independentes, se interconectam e formam um só sistema.
Para a cobertura, a opção recaiu sobre uma tensoestrutura confeccionada em membrana de fibra de poliéster revestida com PVC, o que se mostrou uma solução econômica e visualmente impactante. À noite, a alternância entre membranas translúcidas e do tipo blackout cria um contrastante jogo de luz e sombra. Durante o dia,
A tensoestrutura, confeccionada em membrana de fibra de poliéster revestida com PVC, cobre uma área de 3 mil m2. Segundo os arquitetos, a opção por uma solução têxtil para a cobertura se mostrou barata e, ao mesmo tempo, plasticamente interessante. O resultado é um espaço moderno, mas ainda com ares de feira itinerante
protege contra as intempéries sem privar o local da iluminação natural.
A obra, executada em apenas três meses, é emblemática não apenas quanto à eficiente combinação de formas e materiais, mas também quanto ao impulso que fornece à revitalização de pontos tradicionais da região metropolitana de Belém: faz parte de uma série de projetos contratados pelo poder público para reorganizar os espaços e garantir mais qualidade de vida à população. (C.P.) M
> Projeto arquitetônico: José Maria Coelho Bassalo e Flávio Campos do Nascimento (Meia Dois Nove Arquitetura & Consultoria)
> Colaboradores: Kyara Altoé Rigoni Corrêa e Renata Leitão Barroso
> Área construída: 3.127 m2
> Aço empregado: ASTM A36
> Cálculo estrutural: Paulo André Brasil Barroso (metálica e membrana), e Reinaldo Jansen Silva
e Joffre Mizaell da Silva Bentes (concreto)
> Fornecimento da estrutura
metálica: Metalco
> Execução da obra: Decol Engenharia e Comércio, Tecno Staff Engenharia e Formatto Coberturas
Especiais
> Local: Ananindeua, PA
> Data do projeto: fevereiro de 2005
> Conclusão da obra: setembro de 2006
D ESTE CONJUNTO DE 14 BARRACÕES METÁLICOS , SAEM TODAS AS FANTASIAS E ALEGORIAS
QUE DÃO VIDA AO CARNAVAL CARIOCA : SEJA BEM - VINDO À C IDADE DO S AMBA
É CARNAVAL O ANO INTEIRO NA CIDADE DO SAMBA. Localizada no bairro de Gamboa, na zona portuária da cidade maravilhosa, a área foi construída para abrigar, lado a lado, as oficinas de produção de todas as escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Superando as expectativas, hoje funciona como um importante centro de entretenimento, com as portas sempre abertas para a folia.
O projeto, assinado pelo escritório Ciclo Design, dos arquitetos João Uchôa e Vitor Wanderley, dispôs os 14 barracões das escolas em torno de uma praça central, onde podem ser realizados shows e eventos. “A criação deste espaço foi o fator determinante para o sucesso da proposta: sem que os clientes pedissem, oferecemos a eles uma fonte de renda viável e consistente”, conta Wanderley.
A partir desta idéia, a Cidade do Samba deixou de ser apenas o parque industrial do carnaval e se transformou em um endereço com identidade própria – e inegável vocação para ponto turístico.
A tenda de shows (acima) transformou a Cidade do Samba em atração turística. Abaixo, detalhe da passarela metálica, de onde os visitantes podem avistar o interior das fábricasPara a criação das oficinas, os arquitetos privilegiaram a funcionalidade. Depois de passar quase dois anos visitando os barracões improvisados que a maioria das escolas utilizava até então, eles descobriram suas principais carências e necessidades. De posse destas informações, criaram um projeto sob medida para essa indústria tão peculiar.
Cada barracão tem quatro pavimentos. O primeiro, destinado à montagem dos carros alegóricos, tem pé-direito duplo e infra-estrutura adequada para a realização de serviços de serralheria, carpintaria e vidraçaria, além de depósito de materiais. O segundo é reservado para cozinha, refeitório e vestiários. No terceiro, ficam os escritórios e salas administrativas. No quarto, espaço para a criação de fantasias e adereços.
Os pavilhões, contam os arquitetos, foram visualmente inspirados nos antigos armazéns existentes na região. A solução construtiva, no entanto, é atual: painéis pré-fabricados de concreto instalados sobre uma estrutura de perfis de aço. “Esta combinação de matériasprimas se mostrou extremamente eficiente. O resultado foi uma obra rápida e fácil de montar”, afirma Wanderley.
Também em aço, uma imensa passarela percorre externamente todos os prédios, acompanhando o traçado geométrico da implantação do conjunto. Deste ponto privilegiado, o visitante pode assistir, de camarote, aos barracões em plena atividade. Sem dúvida, agora o espetáculo do carnaval carioca começa muito antes de chegar à Sapucaí. (C.P.) M
Situada em uma área de 92 mil m², a Cidade do Samba reúne as oficinas de produção de todas as escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro em torno de uma praça central, destinada à realização de eventos e espetáculos. Abaixo, um registro da montagem dos pavilhões: as obras consumiram mais de 340 toneladas de aço
> Projeto arquitetônico: João Uchôa e Vitor Wanderley (Ciclo Design)
> Colaboradores: André Fernandes, Bárbara Urbano e Paulo César Telles
> Área construída: 98.110 m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão
> Cálculo estrutural: eng. Gilberto do Valle (Projest Engenharia)
> Fornecimento da estrutura metálica: Codeme
> Execução da obra: Delta Construções e Construtora Oriente
> Local: Rio de Janeiro, RJ
> Data do projeto: agosto de 2003
> Conclusão da obra: fevereiro de 2006
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Coberturas e fechamentos – dezembro de 2008
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Roberto Inaba – Cosipa
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