ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA&AÇO
Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 42 julho de 2015 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 42 julho de 2015 10 anos
e perspectivas da construção
Brasil
EsPECIaL 10 anos
Evolução
em aço no
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DEZ anos de conquistas
Nos últimos dez aNos, a construção em aço no Brasil apresentou avanços significativos e o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) se sente parte deste progresso. Desde a sua fundação em 2002, promove o desenvolvimento tecnológico e a participação deste sistema no mercado nacional e, hoje, observa com satisfação os resultados de todos esses anos de trabalho intenso e dedicado. Por meio de parcerias com outras entidades do setor, o CBCA difunde conhecimento e apresenta o aço como solução para as atuais demandas da construção civil, integrando academia, empresas e mercado. Entre as suas principais ações estão a promoção de cursos presenciais e a distância, produção de material técnico e acadêmico, produção de pesquisas com as principais empresas do setor, atuação junto ao Governo e apoio à criação de normas que regulamentem todos os materiais inerentes à construção em aço.
Hoje, devido ao atual cenário econômico adverso no país, à demanda crescente por produtividade e sustentabilidade e às novas concepções de espaço, aumentam os desafios do setor. Os sistemas industrializados intensivos em aço, como as estruturas e coberturas, respondem a esses desafios, com destaque para a redução do prazo de obra, versatilidade, reciclagem do material e maior produtividade. A liberdade de criação proporcionada pela construção em aço é outra característica marcante desse sistema, viabilizando projetos inovadores e criativos.
A sustentabilidade tem se mostrado cada vez mais necessária quando se pensa na construção civil. As estruturas em aço permitem a redução dos impactos ambientais e urbanos, especialmente por significativas reduções na energia contida na obra pronta e nos fluxos logísticos de entrada de materiais e de saída de resíduos. É ainda uma solução que deve ser planejada e pensada, o que valoriza a mão de obra qualificada. Não se pode pensar somente na obra em si. A cidade e seus habitantes também têm de ser considerados.
O CBCA tem o papel de buscar a transformação e continuará a exercê-lo intensamente, divulgando e acreditando nesse sistema, que se mostra uma opção condizente com as necessidades atuais e futuras.
Esta edição especial foi cuidadosamente elaborada e apresenta a transformação ocorrida na construção em aço nos últimos dez anos a partir de fatos e depoimentos gentilmente cedidos por importantes agentes do setor. Aqui registramos o nosso agradecimento a todos que, de alguma forma, contribuíram para essa e para as edições anteriores de nossa revista.
Boa leitura!
editorial
04. Depoimentos – arquitetos e engenheiros falam sobre a evolução da construção em aço e apresentam novos projetos 27. Obras Selecionadas – 20 obras marcantes em aço, nas quais a sustentabilidade (28), a velocidade construtiva (34), os grandes vãos (40), a estética (46) e a versatilidade do material (52) são destaques 60. Museu do Amanhã, RJ – prestes a ser inaugurado, projeto do espanhol Santiago Calatrava encanta por sua beleza e será um novo marco arquitetônico na Cidade
Maravilhosa 64. WTorre Morumbi, SP – estrutura mista e arquitetura arrojada são destaques no edifício comercial que utiliza 7.000 toneladas de aço em sua composição 68. Aquário Pantanal, MS – com estrutura e revestimento em aço, será o maior aquário de água doce do mundo
34.
60.
40.
64.
46.
68.
Nosso reconhecimento e homenagem aos arquitetos, projetistas estruturais, fabricantes de estrutura e profissionais do setor que, com seus projetos e obras, fazem a trajetória da construção em aço no Brasil. A todos, parabéns!
A seguir, alguns desses profissionais comentam aspectos essenciais para o avanço da construção em aço e apresentam projetos de sua autoria ainda não publicados em Arquitetura & Aço.
4 &ARQUITETURA AÇO
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À frente do escritório que leva seu nome, Edo Rocha (Edo Rocha Arquiteturas) já desenvolveu mais de mil projetos desde 1974, totalizando 15,5 milhões de metros quadrados nas diversas áreas da arquitetura. Assina, entre outros, o projeto do edifício WTorre Nações Unidas, em São Paulo, e do Centro Empresarial Senado, no Rio de Janeiro e do Allianz Parque (Arena Palestra Itália), em São Paulo .
manutenção.
Tenho utilizado o aço em diversos projetos de várias maneiras, como no edifício da Vivo, em São Paulo, que foi o primeiro projeto no Brasil a ter toda a fachada revestida em aço inox, transmitindo a ideia de modernidade, qualidade, versatilidade e alta tecnologia, valores inerentes ao negócio desse cliente.
Na fachada do Allianz Parque, o aço inox também está presente e confere força estética à construção, que ganhou mais visibilidade à distância. O material viabilizou a proposta de criar uma trama, similar à de um grande cesto de vime; essa foi a inspiração inicial.
6 &ARQUITETURA AÇO
“O aço oferece uma contribuição muito importante à arquitetura por sua flexibilidade, durabilidade e facilidade de
dEPoImENToS “
Construído em São Paulo, o Allianz Parque – arena multiuso do Clube Palmeiras – abriga jogos de futebol, shows e eventos e tem na fachada em aço inox o seu marco mais importante. O revestimento com chapas perfuradas de aço inox confere plasticidade e destaque à fachada, além de garantir uma ventilação cruzada bastante eficaz e um belo efeito com a iluminação do conjunto. O projeto está registrado junto ao Green Building Council para obtenção de certificação LEED
> Projeto arquitetônico: Edo Rocha Arquiteturas
> Área construída: 159.973 m²
> Aço empregado: alta resistência com limite de escoamento maior do que 350 MPa
> Volume de aço: 2.200 t
> Projeto estrutural: Escritório Técnico César Pereira Lopes S/C Ltda.
> Fornecimento da estrutura de aço: Usiminas Mecânica S. A.
> Execução da obra: WTorre
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2011-2014
> Conclusão da obra: 2015
7 &ARQUITETURA AÇO
EDo roChA
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AlliAnz PARquE
Fotos Mari Queiroz / Divulgação
Emerson Vidigal (Estúdio 41 Arquitetura) é arquiteto e urbanista pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), doutor em Projeto de Edificações pela USP (Universidade de São Paulo) e professor da disciplina de Projeto de Arquitetura na UFPR. o Estúdio tem de diversos projetos premiados, como é o caso da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, na Península Keller, Antártica.
"A mentalidade dos projetistas e empreendedores mudou. As estruturas em aço, até dez ou 15 anos atrás, por conta do custo e da escala de produção, eram consideradas um luxo em termos de sistema construtivo. Não tínhamos experiência, metodologia de projeto e tampouco mão de obra que pudesse ser empregada no ciclo concepção-projeto-execução. Mas isso mudou quando o material ganhou uma escala de produção, e a construção civil no Brasil também amadureceu nesse tempo. Hoje quando se quer um determinado tipo de pré-fabricação ou produção industrializada de componentes, o aço mostra grandes vantagens, mesmo que o investimento inicial seja maior.
Os prazos de execução reduzidos e a leveza do material também devem ser levados em conta e, desta forma, principalmente quando há disponibilidade local de produção das estruturas em aço, o custo benefício pode ser bastante positivo. Acho difícil prever o futuro e, em minha opinião, nem deveríamos tentar, pois normalmente especulamos e erramos longe. Mas acho interessante pensar em coisas que gostaríamos de ver acontecer. Eu apostaria em sistemas modulares mais complexos, que pudessem gerar modelos construtivos capazes de absorver diversos programas arquitetônicos e diversas situações urbanas e geográficas. O aço poderia se encaixar bem para projetar e fabricar sistemas modulares que permitissem construir de casas a escolas, de hotéis a hospitais, por exemplo. Mas seria fundamental uma parceria entre equipes profissionais da arquitetura e engenharia com a indústria, um diálogo estreito entre os envolvidos, mas acredito que é um caminho possível e importante. Se tomarmos os devidos cuidados, poderemos implantar essas construções e, ao mesmo tempo, gerar qualidade arquitetônica e qualidade de vida urbana.
8 &ARQUITETURA AÇO
dEPoImENToS
“
EstAção AntáRticA comAndAntE FERRAz
> Projeto arquitetônico: Estúdio 41 Arquitetura
> Área construída: 5.000 m²
> Aço empregado: ASTM A633, ASTM A572 GR50 (chapas divisórias) e ASTM 325N tipo 1 (parafusos em geral).
> Volume de aço: 1.150 t
> Projeto estrutural: Afaconsult
> Fornecimento da estrutura de aço: aguardando licitação
> Execução da obra: aguardando licitação
> Local: Península Keller, Ilha do Rei George, região da Península Antártica
> Data do projeto: 2013-2015
> Conclusão da obra: 2018
A reconstrução da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira internacional que foi parcialmente destruída em um incêndio em 2012, deve ficar pronta em meados de 2018 e leva a assinatura do Estúdio 41 Arquitetura. A base está sendo projetada com elementos pré-fabricados em aço de alta resistência à corrosão atmosférica para minimizar a necessidade de manutenção. A estrutura de suporte aos pisos é constituída por treliças posicionadas em grelha e está modulada em painéis pré-fabricados de 600 x 1.200 cm que serão transportados ao local de implantação. O contraventamento das estruturas que sustentam as coberturas e paredes será feito com paredes de treliças transversais, posicionadas a cada 12 m de distância
EMErson ViDigAL >
Em quase 25 anos de carreira, a engenheira Heloisa maringoni (companhia de Projetos) responde por inúmeros projetos estruturais, muitos em aço, ao lado de importantes escritórios de arquitetura do país. o Cenpes (Centro de Pesquisas e desenvolvimento Leopoldo Américo miguez de mello) da Petrobras, no Rio de Janeiro, que tem autoria de Siegbert Zanettini, talvez seja o mais relevante, mas outros também merecem destaque, como a Casa Bacopari (UNA Arquitetos) e A Casa – museu do objeto Brasileiro, em São Paulo – este último da Rocco Vidal P+W.
“O aço sempre foi visto no Brasil como uma característica construtiva anglo-saxônica, estranha à nossa origem cultural mediterrânea. Nos anos 1950, além da pouca familiaridade com a técnica construtiva, seu custo era bem maior do que o do concreto, o que gerou uma escola de arquitetura voltada para o concreto, além do mito da inviabilidade econômica de se trabalhar com o aço em obras que não fossem as industriais. Nos últimos dez anos, porém, uma janela permitiu explorar o mundo da arquitetura. Ela já não é mais territorial e, sim, global. Não é doutrinada, mas descoberta. A tecnologia do aço é, hoje, difundida e os perfis, em grande variedade, são acessíveis tanto no quesito de disponibilidade quanto no de valor. Com isso, as obras de pequeno porte passaram a ter o aço como opção arquitetônica. Em minha opinião, a divulgação de obras de aço em residências, escolas, equipamentos urbanos e em requalificação de edifícios fará com que a arquitetura crie com desenvoltura obras que combinem harmonicamente o aço e o concreto em projetos que associem esses materiais não só pela escolha estética, mas também por suas características estruturais.
10 &ARQUITETURA AÇO dEPoImENToS
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A cAsA – musEu do objEto bRAsilEiRo
> Projeto arquitetônico:
Rocco Vidal P+W
> Área construída: 800 m²
> Aço empregado:
ASTM A572 GR50
> Volume de aço: 27 t
> Projeto estrutural:
Companhia de Projetos Ltda.
> Fornecimento da estrutura de aço: Planmetal
Estruturas Metálicas
> Execução da obra: CPA
Engenharia e Construções
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2012
> Conclusão da obra: 2014
A Casa – Museu do Objeto Brasileiro, em São Paulo, foi desenvolvida pelo escritório Rocco Vidal P+W em parceria com a engenheira Heloisa Maringoni, da Companhia de Projetos. Localizado na avenida Pedroso de Morais, no bairro de Pinheiros, o projeto foi idealizado inicialmente sobre um pórtico de concreto protendido, mas depois, por questões de custo, foi readequado e recebeu o aço em sua estrutura. Além das estruturas metálicas, a construção ostenta ainda laterais com brises pivotantes e uma trama tubular mista na cobertura
11 &ARQUITETURA AÇO
hELoisA MAringoni >
Fotos
Arthur Maringoni / Divulgação
joão Aberto Vendramini (Vendramini Engenharia) formou-se em engenharia pela Fesp (Faculdade de Engenharia São Paulo) e é conhecido por seus trabalhos estruturais e sua atuação com o aço. Já levou para casa diversos prêmios, como o Talento Engenharia Estrutural, de 2004, o destaques Abece, de 2012, e tem participado ativamente da elaboração e revisão de normas técnicas voltadas para a área de estruturas no país.
"O uso do aço no Brasil vem crescendo nos últimos anos, independentemente do cenário econômico, porque a construção civil, cada vez mais, está se industrializando e melhorando seus processos produtivos. Com a escassez de mão de obra, a busca pela redução de perdas e resíduos e a melhoria desses processos, a utilização de estruturas produzidas em aço se fortaleceu enormemente. As empresas fabricantes de estruturas metálicas também se equiparam para atender a esse novo mercado de forma mais rápida e mais efetiva, uma vez que a redução do cronograma das obras é, nos dias de hoje, fator decisivo na formatação dos empreendimentos, e nesses casos as estruturas em aço, ou mistas, colaboram de forma significativa para o sucesso dos lançamentos. Do lado da engenharia também houve expressivas melhorias nos escritórios, com a qualificação dos profissionais de projeto, treinamento em novos softwares de análise estrutural e detalhamento, com modelagem 3D e, mais recentemente, atendendo aos padrões BIM. Também julgo importante a maior qualificação da mão de obra diretamente ligada à produção das estruturas em aço, especialmente a empregada na obra onde ainda temos carências. Por fim, vejo que precisamos fortalecer a engenharia nacional, aumentando os cursos diretamente ligados às estruturas metálicas, seja no âmbito da graduação ou mesmo nos cursos de extensão profissional. Ainda temos muito o que trabalhar na questão da normatização, priorizando a utilização de normas brasileiras desde o projeto até a fabricação das estruturas em aço.
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dEPoImENToS
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Localizado em São Paulo, o Cajamar Industrial Park, condomínio logístico de alto padrão, foi construído com estrutura mista em concreto e aço, e também leva estrutura metálica em sua cobertura. Esta última é formada por perfis tipo I de alma cheia, compostos por chapa soldada e seção variável. Já as estruturas secundárias (terças) foram concebidas em treliças planas aparafusadas, travadas e contraventadas por cantoneiras e perfis tipo U em aço ZAR 345 e barras redondas ASTM A36
cAjAmAR industRiAl PARk
> Projeto arquitetônico: Athie Wohnrath
> Área construída: 150.000 m²
> Aço empregado: ASTM 572 GR42
> Volume de aço: 3.000 t
> Projeto estrutural:
Vendramini Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço:
Bemo do Brasil e Soufer Industrial
> Execução da obra: Libercon Engenharia
> Local: Cajamar, SP
> Data do projeto: abril de 2010
> Conclusão da obra: 2012
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ALbErto VEnDrAMini >
João
Fotos
Divulgação
Ao lado dos arquitetos João Paulo Beugger, José Armênio de Brito Cruz e marcos Alfredo mendes Aldrighi, Renata semin (Piratininga Arquitetos Associados) atua no planejamento urbano, corporativo e em edificações para os setores público e privado. No segmento urbanístico, já desenvolveu projetos em Fortaleza, São Paulo e São Luís. Assina, entre outros, o projeto de restauração da biblioteca da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), no campus da Vila Penteado, e do restauro e modernização da Biblioteca municipal mario de Andrade.
“A solução estrutural utilizando componentes em aço tem se mostrado viável quando integrada ao projeto desde sua conceituação e submetida à analise técnica e econômica com a visão geral do empreendimento. A opção pelo aço requer, também, a articulação intensa entre a equipe multidisciplinar de projetistas, já que a industrialização das peças deve evitar revisão de soluções em obra. Há que se entender que o que tratamos são sistemas construtivos mistos, nos quais o concreto compõe com os elementos em aço a estrutura – pilares e vigas –, seja na solidarização por meio das lajes, a proteção mecânica das peças estruturais, as lajes steel deck, as telhas de aço, os painéis pré-fabricados para vedação de fachadas e, eventualmente, o travamento por meio de empenas de concreto.
Outras tem sido as vantagens demonstradas e que, se aferidas, pontuam a favor da estrutura metálica: a racionalização do canteiro de obras, a qualificação da mão de obra e a redução do prazo de execução de obras, assuntos que interessam a quem constrói e a quem investe. Esquematicamente constatamos que ganha-se em tempo durante o processo de preparação do terreno e de execução das fundações enquanto as peças estruturais de aço são fabricadas; a agilidade na montagem abre frente de trabalho para uma série de serviços de vedação e de instalações e, consequentemente, da fase de acabamentos. Soma-se, ainda, que o encurtamento do prazo reduz substancialmente as despesas diretas e indiretas do construtor.
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dEPoImENToS “
O projeto do conjunto residencial para professores e dirigentes do Instituto Tecnológico de Aeronáutica, no campus de São José dos Campos, em São Paulo, foi concluído há poucos meses e aguarda licitação para o início das obras. A construção terá estruturas em aço (sistema misto) e componentes construtivos industrializados, como lajes steel deck, fechamentos com fechamentos em drywall e escadas metálicas
conjunto REsidEnciAl no itA (instituto tEcnológico dE AERonáuticA)
> Projeto arquitetônico: Piratininga Arquitetos Associados Ltda.
> Área construída: 66.190 m²
> Aço empregado: perfis laminados I ou H, chapas soldadas e chumbadores ASTM A572; perfis laminados ASTM A36; chapa dobrada ASTM A570; parafusos A325 e A307; steel deck e aço galvanizado ASTM A653
> Volume de aço: 2.158 t
> Projeto estrutural: STENGpro Projetos Estruturais
> Fornecimento da estrutura de aço: aguardando licitação
> Execução da obra: aguardando licitação
> Local: São José dos Campos, SP
> Data do projeto: 2013-2015
> Conclusão da obra: 2015
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rEnAtA sEMin
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Arquiteto pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), Roberto cláudio dos santos Aflalo Filho é mestre em arquitetura pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e sócio-diretor da Aflalo Gasperini Arquitetos, empresa onde trabalha desde 1987. o escritório responde pela autoria de diversos projetos comerciais de grande porte, como o Rochaverá Corporate Towers, no morumbi, e o Infinity Tower, no Itaim Bibi, ambos em São Paulo. Também assina, em coautoria com Pelli Clarke, o projeto do São Paulo Corporate, mais conhecido como Edifício Viol, que deverá ficar pronto até o fim do ano.
“Nos últimos cinco anos, praticamente todas as construções de edifícios comerciais que envolvam grandes estruturas estão adotando o aço. E as estruturas mistas, nas quais o aço aparece primeiro e depois é revestido com concreto ou outros materiais, têm sido as mais usadas por agilizarem o processo construtivo. Os elevadores e escadas ainda tendem a ser em concreto, mas nos locais em que temos pilares e vigas, o aço está sendo mais requisitado. Acredito que a grande vantagem no uso desse material está na velocidade que traz à obra. Apesar do seu custo ser historicamente mais caro do que o do concreto, o tempo gasto com mão de obra acaba sendo menor, e isso se reflete no custo final da obra. É simples: com o aço, você executa várias tarefas simultâneas e não uma etapa por vez, como ocorre com o concreto. E o fato da estrutura metálica ser pré-fabricada também se soma a isso. A estrutura chega pronta à obra e, quando montada, racionaliza os processos. No fim, temos uma obra limpa, com uso de mão de obra mais especializada e com menos perdas no canteiro. Nas construções residenciais, vejo o uso da estrutura metálica de uma forma diferente. Nesse caso, o aço acaba sendo especificado por uma questão arquitetônica mais ligada à esbeltez do projeto, que geralmente tem estruturas aparentes – o que não ocorre na maioria dos edifícios comerciais que usam o aço. Para o futuro, vejo as estruturas metálicas integrando cada vez mais grandes obras, justamente por sua racionalidade construtiva, que acaba atendendo as necessidades dos projetos atuais, que precisam ser executados em um curto espaço de tempo.
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dEPoImENToS “
Localizado na Vila Olímpia, em São Paulo, o edifício comercial São Paulo Corporate (Viol), em estrutura mista, está em fase final de construção e deve ser inaugurado no segundo semestre. Além das salas comerciais, as duas torres de 30 andares, projetadas para terem grande visibilidade, também abrigarão restaurantes, centro de conferência e garagem. No edifício, foram usados perfis de aço de alta resistência, com tensão de escoamento de 350 MPa. O projeto estrutural previu uma combinação de núcleo de concreto, com pilares nas periferias. Foram empregadas vigas metálicas e lajes em steel deck, solução que garantiu agilidade à execução
> Projeto arquitetônico: Aflalo Gasperini Arquitetos e Pelli Clarke Pelli Architects
> Área construída: 257.799 m²
> Aço empregado: perfis soldados ASTM 572 GR50, laminados ASTM A572 e steel deck ZAR 345
> Volume de aço: 7.300 t
> Projeto estrutural: Codeme Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço: Codeme Engenharia e Usiminas Mecânica; Metfmorm (steel deck)
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2008-2015
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robErto AFLALo FiLho
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são PAulo coRPoRAtE - EdiFício Viol
Fotos Arquivo Pessoal / Divulgação
o trabalho de Roberto loeb (loebcapote Arquitetura e urbanismo) abrange residências, indústrias, empreendimentos comerciais e institucionais, centros culturais, obras públicas e intervenções urbanísticas. Nos últimos anos, o escritório tem se concentrado na concepção e implantação de projetos de complexidade programática e tecnológica, atuando em diversos segmentos. Loeb é autor, entre muitos outros projetos, do Centro Itaú Cultural, do Centro de distribuição Avon e do data Center Santander, todos no Estado de São Paulo.
“Nos últimos anos, o uso da estrutura metálica vem sendo ampliado no Brasil, uma vez que oferece alternativas a projetos que exigem desempenho estrutural na solução de grandes vãos com pesos, custos e tempo de entrega e montagem reduzidos. Acredito que independentemente de conjunturas e ciclos econômicos nem sempre acolhedores, o uso da estrutura metálica cada vez representa mais uma opção a ser explorada. Custos com energia, disponibilidade de perfis e peças de diversas dimensões, formas e bitolas, custos competitivos e prazo de entrega conveniente são elementos essenciais para esta expansão.
dEPoImENToS “
r oberto Afetian
Construída em aço em frente a sede paulistana da multinacional alemã Bayer, a ponte Friedrich Bayer, que liga a margem do Rio Pinheiros à represa Guarapiranga, tem 90 m de extensão e duas ilhas móveis metálicas no centro. As ilhas, cobertas com vegetação, fazem referência a duas vitórias-régias e apoiam-se sobre tubulões de concreto
> Projeto arquitetônico: Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo
> Área construída: 90 m²
> Aço empregado: perfis laminados de abas paralelas W e HP ASTM A572 GR50, perfis soldados ASTM A36, perfis de chapa dobrada ASTM A36, perfis tubulares circulares ASTM A501, perfis tubulares quadrados e retangulares ASTM A500, parafusos ASTM A325, ASTM A490 e ISO 8.8, ferro redondo ASTM A36 e eletrodos AWS E70XX
> Volume de aço: 147 t
> Projeto estrutural: Grupo Dois Engenharia Ltda.
> Fornecimento da estrutura de aço: Metalsoma Estruturas Metálicas Ltda.
> Execução da obra: JZ Engenharia
> Local: São Paulo, SP
> Data do projeto: 2012-2013
> Conclusão da obra: 2013
19 &ARQUITETURA AÇO
robErto LoEb
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PontE FRiEdRicH bAyER – PontE móVEl sobRE o cAnAl guARAPiRAngA
Fotos Leonardo Finotti
samuel kruchin (kruchin Arquitetura) desenvolve projetos para programas que se estendem de residências a edificações institucionais e espaços comerciais. Entre seus focos estão as intervenções na área de preservação e restauro, além do desenvolvimento de planos urbanísticos. É autor do complexo multiuso Praça Pamplona, no bairro da Bela Vista, em São Paulo, que abrigará o novo centro de pesquisas do Instituto de Física Teórica até o fim deste ano.
“O vigor demonstrado nos últimos anos na construção, no projeto e em todos os setores correlatos mostrou, por outro lado, a persistência de formatos e técnicas ancoradas em experiências e lógicas construtivas limitadas e ainda muito dependentes do artesanal. Mas também permitiram notar o seu esgotamento, quando essas tecnologias não atendiam às demandas de mercado e não permitiam dar respostas com a qualidade e a velocidade exigidas. Foi, então, que as alternativas envolvendo processos industriais de produção e montagem, como o aço, fizeram ver sua importância como processo construtivo. Apesar de termos avançado e que muitos preconceitos tenham se dissolvido quase por completo, sentimos falta de um aprofundamento da experimentação com o material, seja ela técnica ou formal. Desenhar em aço, explorar as potencialidades plásticas do material, como algo intrínseco à arquitetura, ainda é um exercício incipiente entre nós e há muito a fazer nesse sentido. Parece-me, contudo, que está consolidado o caminho das soluções que dependam cada vez menos de uma mão de obra convencional e que apontem para a necessidade de uma trajetória de experimentação estrutural mais ousada e rica, onde o aço deve ter um papel central. Os sistemas robotizados de produção, as infinitas possibilidades de composição entre perfis, de curvaturas das peças controladas digitalmente, a otimização das ligações; enfim, todos os componentes da linguagem da arquitetura em aço estão disponíveis como uma biblioteca tecnológica a ser utilizada, mas ainda é preciso que a arquitetura veja, conheça e incorpore estas possibilidades de forma definitiva.
20 &ARQUITETURA AÇO
dEPoImENToS
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uniVERsidAdE do distRito FEdERAl
> Projeto arquitetônico: Kruchin Arquitetura
> Área construída: 4.500 m² (área da expansão)
> Aço empregado: perfis em aço ASTM 572 GR50
> Volume de aço: 420 t
> Projeto estrutural: Ernesto Tarnoczy
> Fornecimento da estrutura de aço: CPC Estruturas Metálicas
> Execução da obra: Costa Feitosa Engenharia
> Local: Brasília, DF
> Data do projeto: 2014-2015
> Conclusão da obra: 2016
Em construção em Brasília (DF), o projeto da Universidade do Distrito Federal propõe a expansão da edificação universitária a partir de um novo volume estruturado em aço sobre o já existente. A ideia é redefinir integralmente a configuração constituída nos anos 1960. No projeto, o aço vence vãos de até 40 m e traz mais expressividade ao compor os brises que revestem a fachada do corpo principal do edifício
sAMuEL KruChin >
Arquiteto pela Universidade Federal do Paraná, sérgio Roberto Parada (sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados) é também mestre em urbanismo pela Universidade Nacional Autônoma do méxico e foi presidente do IAB-dF entre 1996-1997 e vice-presidente do IAB-dN entre 1996-1998. É autor de diversos projetos areoportuários, como o Edifício Garagem do Aerporto de Congonhas, SP, e o Aeroporto de Brasília.
“Para falar sobre a evolução do aço nos últimos dez anos, fiz uma retrospectiva dos projetos que desenvolvi nesse período. O aço estava presente, como elemento estrutural e de composição arquitetônica, em mais de 80% dos trabalhos que realizei. Sou de uma geração de arquitetos cuja escola estimulava o uso do concreto como elemento de composição e construção. Nossa escola modernista era fundamentada nessa tecnologia; no entanto, lembro-me que mesmo no período estudantil, entre 1969 e 1973, já me despertava muito a curiosidade do emprego da tecnologia do aço na composição dos edifícios. No Brasil, verificamos a evolução do pensamento dos arquitetos, mais abertos ao emprego de novas tecnologias, dentre elas o aço. E assim como acontece com os profissionais mais experientes, os jovens cada vez mais se apropriam da tecnologia do aço em seus projetos e obras, e isso por vários motivos. Constatamos que o uso do aço não é um inibidor da exploração plástica das obras; pelo contrário, tem sua própria personalidade. Hoje muitas empresas que desenvolvem a aplicação do aço na construção civil dão o suporte técnico necessário aos arquitetos quanto ao uso dessa tecnologia. Além disso, há o fato de a tecnologia do aço minimizar os impactos negativos dos canteiros de obra, otimizando o tempo da construção e racionalizando os custos, o que torna o processo cada vez mais industrializado.
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dEPoImENToS “
n elson Mengue
n elson Mengue
A casa pré-fabricada, em Brasília (DF), foi idealizada em aço, com fechamentos em vidro e painéis industrializados. Nela o conceito de pré-fabricação é evidente, podendo a mesma ser montada e desmontada de forma sustentável. Para a vedação de paredes, assim como o suporte dos pisos, foram adotados painéis sanduíches com duas placas cimentícias. As estruturas em aço, por sua vez, aparecem de forma independente
> Projeto arquitetônico: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados
> Área construída: 400 m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica, cobertura metálica telha de 0,65 mm pré-pintada, calha AP em chapa de 0,90 mm galvanizada revestimento Z275 e rufos em chapa 0,43 mm pré-pintada
> Volume de aço: 27,6 t
> Projeto estrutural: Vista Engenharia
> Fornecimento da estrutura de aço: Gravia Indústria de Perfilados
> Execução da obra: Steel Engenharia
> Local: Brasília, DF
> Data do projeto: 2013
> Conclusão da obra: 2013
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sérgio PArADA
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cAsA PRé-FAbRicAdA Em Aço
Edgard Cesar
n elson Mengue r odrigo b iavati
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elson Mengue
siegbert zanettini (zanettini Arquitetura) é arquiteto urbanista e professor titular pela FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo). Com mais de 53 anos de atuação profissional, sua obra inclui 1.200 projetos realizados em mais de 5 milhões de metros quadrados, sendo grande parte deles concebidos em aço. É reconhecido como um dos maiores especialistas em edificações metálicas do país e recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais de arquitetura e sustentabilidade. Entre os projetos de sua autoria, destaca-se o Cenpes (Centro de Pesquisas e desenvolvimento Leopoldo Américo miguez de mello) da Petrobras, no Rio de Janeiro.
“Nos últimos vinte anos, muita coisa mudou. A produção no Brasil de perfis laminados prontos em lugar de sua fabricação a partir de chapas planas e o surgimento de novas soluções industrializadas para produção de paredes, lajes, painéis de fachada, esquadrias e revestimento, por exemplo, além dos modernos equipamentos para montagem e transporte, mostram que a industrialização da construção está em curso, com grandes vantagens de tempo e custo. Após cinco décadas de pesquisa, estudos e projetos efetuados, não temos mais dúvidas em afirmar que a tecnologia do aço é, dentre todas as conhecidas, aquela que possui o maior e mais profundo relacionamento com os conceitos de produção industrializada. Ela supera as demais em diversos aspectos, como velocidade, limpeza de canteiro, ausência de desperdícios, previsibilidade e planejamento do processo construtivo, permitindo que se defina com extrema precisão as quantidades, a qualidade e a viabilidade de custo anteriormente à execução de um empreendimento. O aço é um material inteiramente reciclável, uma tecnologia limpa, atendendo aos anseios da sociedade que hoje se volta à busca de soluções para um desenvolvimento mais sustentável.
Venho assistindo a crescente demanda por cursos e informações, e a multiplicação das experiências realizadas por alunos, além do crescimento significativo de trabalhos adotando estrutura metálica nas faculdades, o que indica uma tendência irreversível na sua utilização.
Por outro lado, as indústrias de estruturas metálicas, em sua maioria, ainda estão situadas nos grandes centros, o que dificulta a adoção dessa tecnologia em regiões mais longínquas. Outra questão limitante é o financiamento. Há ainda uma incompreensão por parte dos financiadores em relação à dinâmica de produção do edifício metálico. Acostumados com processos convencionais de construção e à tradicional forma de liberação das parcelas dos financiamentos, eles não dispõem de novas formas de avaliação capazes de incorporar a questão industrial do sistema metálico, o que implica na aquisição do produto praticamente no início da obra, alterando o sistema de medição e pagamento. Afirmar que ‘a obra em aço é mais cara do que a de concreto’ não é o correto. É preciso reverter essa situação, mas para isso os empresários do setor da construção civil precisarão primeiramente superar alguns erros da trajetória do aço no Brasil, como a construção sem projeto ou com projetos mal desenvolvidos, uma vez que é inerente a esse sistema o planejamento.
24 &ARQUITETURA AÇO
dEPoImENToS “
> Projeto arquitetônico: Zanettini - Arquitetura Planejamento Consultoria Ltda.
> Área construída: 24.942 m² (fase 1)
> Aço empregado: ASTM A572 GR50 e aço estrutural 350 MPa
> Volume de aço: 1.760 t
> Projeto estrutural: Medabil
> Fornecimento da estrutura de aço: Excenge
> Execução da obra: Tessler Engenharia
> Local: São Gonçalo, RJ
> Data do projeto: 2010-2015
> Conclusão da obra: 2015
O laboratório da alemã B. Braun, empresa do segmento médico-hospitalar, foi projetado pelo escritório de Zanettini em 2010 e acaba de ter sua primeira fase de obra inaugurada em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. O projeto conta com edificações estruturadas em aço e será realizado em quatro etapas
25 &ARQUITETURA AÇO
siEgbErt ZAnEttini
>
lAboRAtóRios b. bRAun - unidAdE guAxindibA
Revistas
Arquitetura & Aço
Vídeoaulas
Brasil da Construção em Aço
Mais informações:
Guia
de Construção em Aço
www.cbca-acobrasil.org.br Manuais
Dez anos
O propósito da revista Arquitetura & Aço é registrar e divulgar projetos realizados em aço, destacando suas características e os benefícios obtidos em decorrência da opção por essa tecnologia. Em edições temáticas, apresentamos obras das mais diversas tipologias – de casas e prédios a estações de metrô; de pontes e viadutos até shopping centers, aeroportos e indústrias – formando um grande acervo de referências a serviço daqueles interessados em construir em aço.
Trazemos, nesta edição comemorativa, uma seleção representativa dos projetos já publicados na revista*, os quais evidenciam algumas das principais características da construção em aço.
>
de um olhar detalhado sobre a construção em aço no Brasil
*Os casos apresentados trazem a indicação da edição da revista na qual a matéria completa foi publicada.
SuStentabilidade
Aço para reduzir, reutilizar e reciclar
O aço é um material que pode ser infinitamente reciclado, sem perder nenhuma de suas qualidades. Pode, portanto, ser completamente reaproveitado ao final da vida útil da construção. Mas o apelo sustentável da construção em aço vai muito além. O menor peso das estruturas reduz significamente a necessidade de fundações e escavações, exigindo uma menor retirada de terra e, consequentemente, áreas para o descarte. A tecnologia do aço resulta em obras planejadas, secas e limpas, minimizando o volume de entulho e o consumo de água e madeira. Outra vantagem é a redução dos transtornos no entorno da obra, já que as peças chegam ao local prontas para a montagem. Soma-se a isso, ainda, o fato das estruturas em aço demandarem menos transporte, colaborando para a redução do trânsito e da emissão de poluentes.
10 anos a&a
Fotos Gal Oppido
edição > SuStentabilidade
Casa Pouso alto, sP
Projeto arquitetônico: Gesto Arquitetura | Projeto estrutural: Ycon Engenharia | local: Barra do Una, São Sebastião, SP | data do projeto: 2000-2003
29 &ARQUITETURA AÇO
Projetada no litoral norte de São Paulo, a Casa Pouso Alto, idealizada por Newton Massafumi Yamato e Tânia Regina Parma, da Gesto Arquitetura, está situada em uma região de intensa Mata Atlântica e, por essa razão, recebeu um modelo arquitetônico similar ao adotado pelos índios Yawalapiti, do Alto Xingu. A residência de veraneio fica suspensa em relação ao terreno, apoiada sobre oito pilares, com balanços atirantados, para reduzir o seu impacto no ambiente natural. No projeto, o aço também surge de forma secundária como apoio dos pisos, na cobertura e nas conexões da estrutura de madeira da passarela. A cobertura, que tem formato curvo e é sustentada por perfis e terças de aço, é revestida em piaçava. 19
Cenpes, RJ
Projeto arquitetônico: Zanettini Arquitetura Planejamento e Consultoria Ltda. | Projeto e cálculo estrutural: Companhia de Projetos Ltda. local: Rio de Janeiro, RJ | data do projeto: 2004-2006 | Conclusão da obra: 2010
Premiado pelo Green Building Brasil na categoria Obra Pública Sustentável, o projeto de ampliação do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, no Rio de Janeiro foi idealizado pelo arquiteto Siegbert Zanettini, da Zanettini Arquitetura Planejamento e Consultoria, em coautoria com o também arquiteto José Wagner Garcia. A construção sustentável, inaugurada em 2010, conta com cerca de 7.000 toneladas de aço em sua estrutura. No complexo, implantado em uma área de 190 mil m2 na Ilha do Fundão, a oeste da Baía de Guanabara, perfis laminados ASTM 572 GR50, com proteção anticorrosiva, foram usados nas estruturas para dar origem ao edifício principal, laboratórios, Centro de Convenções, Centro de Realidade Virtual e prédios de apoio. O destaque fica por conta dos perfis tubulares calandrados dispostos em planos radiais e pela cobertura em aço, e em balanço, projetada como uma espécie de "árvore metálica" com aberturas laterais para aliviar a carga térmica da edificação central. Na cobertura, painéis fotovoltaicos orientados para o norte, também colaboram para a sustentabilidade ao servir de fonte alternativa energética limpa e renovável para o conjunto.
30 &ARQUITETURA AÇO
edição 28 edição 41 10 anos a&a
d ivulgação
l eonardo Finotti
l eonardo Finotti
Edifício nações Unidas, sP
Projeto arquitetônico: Edo Rocha Espaços Corporativos | Projeto estrutural: Codeme (estrutura metálica) e Engeserj (estrutura de concreto)
local: São Paulo, SP | data do projeto: 2007-2009
Localizado na Marginal Pinheiros, em São Paulo, o Edifício Nações Unidas é formado por duas torres e quatro subsolos que totalizam 64 mil m² de área construída. Em 2010, o empreendimento obteve a certificação LEED do Green Building Council na categoria Silver, em função de tecnologias sustentáveis adotadas na fase de projeto e construção da obra. Concebido para ser um moderno conjunto comercial, o edifício situado em uma via de tráfego intenso tinha restrições físicas para a entrega de suprimentos, devido à falta de espaço no canteiro. Por essa razão, foi executado em aço e concreto, o que conferiu maior velocidade à obra e, ainda, possibilitou minimizar a geração de resíduos. Cada andar foi montado em apenas quatro dias.
31 &ARQUITETURA AÇO
edição edição 13 30 > SuStentabilidade
Carlos Guiller
Fotos Mauro Halluli
Centro Empresarial senado, RJ
Projeto arquitetônico: Edo Rocha Arquiteturas | Projeto estrutural: Codeme Engenharia S.A. local: Rio de Janeiro, RJ | data do projeto: 2009-2012
Referência para escritórios de alto padrão no Rio de Janeiro, o Centro Empresarial Senado, projetado pela Edo Rocha Arquiteturas em uma área repleta de construções antigas e tombadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), precisou de um sistema construtivo rápido e com menor geração de resíduos para minimizar os impactos no entorno: o aço. Na obra foram utilizados pilares retangulares de 1,20 x 0,60 m com núcleo em aço e concreto. Já no interior das torres, a preferência foi por pilares metálicos retangulares de 1,50 x 0,75 m, circulares com 1,10 m de diâmetro e em T, com até 3,50 m de comprimento. A estabilização efetiva das torres se dá por meio dos núcleos centrais rígidos, em concreto, das caixas de escada e elevadores, que, ao contrário do modo mais usual, foram executados após o início da montagem da estrutura em aço.
32 &ARQUITETURA
AÇO
edição 28 10 anos a&a Fotos acervo Schuco e João Pregnolato
Placa Cimentícia Brasilit.
Per fis Steel Frame e Sistema de Fixação
Sistema de T rat amento de Junt as Invisíveis
Painel
Masterboar d
Placa Ciment ícia Imper meabilizada
A s oluç ão par a o t r at amen to de jun t a s invisíveis que evi t a fi s sur a s e p o s sibili t a um excelen te ac abamen to
A es c olha ideal par a a execuç ão de lajes sec a s e mez anino s
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velOCidade na ExECUção
Aço para ganhar tempo e dinheiro
A produção das estruturas em aço é um processo industrializado que não ocorre no canteiro de obras. Assim, enquanto as estruturas são produzidas é possível preparar as fundações da edificação. Em seguida, com as peças estruturais prontas, a montagem é muito rápida e permite que várias etapas da obra sejam realizadas simultaneamente, gerando mais economia de tempo. A redução no prazo de construção propicia economia tanto nas despesas diretas e indiretas como também no custo financeiro e é um fator essencial, permitindo antecipar a utilização do empreendimento e o retorno do investimento realizado.
10 anos a&a
WTorre Plaza – Torre E, sP
Projeto arquitetônico: Arquitectonica | Projeto estrutural: Medabil Estruturas Metálicas | local: São Paulo, SP | data do projeto: 2012
Localizada no Itaim Bibi (SP), com 26 mil m2 e 26 andares, a torre E do complexo WTorre Plaza erguida com estrutura em aço em apenas 11 meses. No projeto, assinado pelo arquiteto Bernardo Fort-Brescia, do escritório norte-americano Arquitectonica e que no Brasil é representado pelo arquiteto Washington Fiúza, os pilares são mistos em aço e concreto, com as vigas em aço e lajes em steel deck. A montagem das estruturas ocorreu em apenas 90 dias, com a execução de dois andares a cada 11 dias. O vão principal dos andares de escritórios é de 18 m, o que favoreceu o aproveitamento máximo da área útil, forte argumento para a locação dos espaços. Além do uso de estruturas metálicas, a obra reúne outras características baseadas em princípios sustentáveis, como eficiência energética e reaproveitamento de águas pluviais.
35 &ARQUITETURA AÇO > velOCidade na exeCuçãO
edição 28 Fotos W t orre/ d ivulgação
Hotel Ibis Canoas, Rs
Projeto arquitetônico: Michaelis Arquitetos | Projeto estrutural e fornecimento da estrutura metálica: Medabil Sistemas Construtivos local: Canoas, RS | data do projeto: 2011 | Conclusão da obra: 2012
A rapidez da construção do Hotel Ibis em Canoas (RS) superou as expectativas mais otimistas dos envolvidos no projeto. Prevista para ser concluída em dois meses e meio, a construção de sete pavimentos e 4.500 m² foi finalizada em apenas 67 dias, o que permitiu ao hotel entrar em operação antes do esperado. A obra foi entregue faltando apenas os acabamentos internos e complementos do terreno. A rapidez, entretanto, não reduziu a sustentabilidade, resistência, segurança e conforto acústico e térmico do projeto. Com a adoção de um sistema misto em aço e concreto, com pilares de aço preenchidos por concreto, as colunas foram formadas por perfis tipo I, que receberam o material na área entre a "alma" e as "mesas" da peça. Nas lajes, o sistema steel deck foi adotado. Já nas fachadas e vedações, a preferência foi pelo light steel framing.
36 &ARQUITETURA AÇO 10 anos a&a
edição 33 Fotos v inícius Costa/Medabil
Posto Ecoeficiente, Ms
Projeto arquitetônico: Ipiranga Petróleo | Projeto estrutural: Francisco Carlos Rodrigues | Fornecimento da estrutura metálica: Flasan | local: Dourados, MS | data do projeto: abril de 2010 | Conclusão da obra: julho de 2010
Construído para ser ecoeficiente, o Posto Ipiranga de Dourados (MS) foi projetado em 2010 a partir de sistemas pré-fabricados de rápida montagem, com estruturas em light steel framing nas lojas e instalações de apoio e coberturas single deck para a área de abastecimento. A montagem no canteiro foi feita em 12 dias, com uma equipe de apenas cinco homens. Conformados a frio, os perfis empregados do tipo U, nas dimensões de 90 x 40 x 12,5 mm e espessuras de 0,80 mm e 0,95 mm, formam quadros estruturais contraventados utilizados como paredes autoportantes que sustentam a construção. Além do ganho de tempo, o sistema a seco, que é mais rápido do que o convencional em alvenaria, também minimizou os impactos da construção ao gerar menos resíduos.
37 &ARQUITETURA AÇO > velOCidade na exeCuçãO
30
edição
a cervo i piranga
Fotos d ivulgação
agências Caixa, Go
Projeto arquitetônico: Fox Engenharia | Projeto estrutural: Brasgips | Fornecimento da estrutura metálica: Gypsteel local: Posse, GO | data do projeto: 2011 | Conclusão da obra: 2012
Com uma área útil de 640 m², a agência da Caixa Econômica Federal no município de Posse (GO), a 400 km de Brasília, levou apenas 60 dias para ficar pronta. A rapidez na execução do projeto se deu pelo sistema construtivo empregado, o light steel framing, composto por perfis leves conformados a frio em aço galvanizado, cujas paredes estruturais suportam o peso da cobertura dispensando o uso de pilares e vigas.
Na agência, junto às paredes, foram instaladas treliças verticais a cada 6 m para ajudar no contraventamento. As paredes e tesouras são formadas por perfis U enrijecidos, de aço, com espessuras que variam entre 0,80, 0,95 e 1,25 mm. No total, são 12 m de vão livre para a estrutura das tesouras, com 85 kg de sobrecarga sobre elas, e paredes com 5 m de altura.
A altura máxima da agência chega a 7 m. Paredes, laje e cobertura são constituídas com os mesmos perfis.
38 &ARQUITETURA AÇO
edição 32 Fotos d ivulgação C e F
GrandeS vãos
Uma solução única: leve e resistente
Por aliar grande resistência à leveza do material, o aço é reconhecido como a melhor solução para vencer grandes vãos. Esta característica é especialmente importante nos projetos de pontes, viadutos, passarelas, estádios e grandes coberturas em geral. Entre as vantagens proporcionadas pela adoção de estruturas em aço nessas situações, destaca-se o fato de exigir menos pontos de apoio para vencer os grandes vãos. Sua presença também permite que se utilizem vigas com menor altura e, ainda, viabiliza um melhor aproveitamento do espaço.
10 anos a&a n elson Kon
edição 25
CEU Guarulhos Pimentas, sP
Projeto arquitetônico: Biselli e Katchborian Arquitetos Associados | Projeto estrutural: Edatec Engenharia Ltda. Fornecimento da estrutura metálica: Soufer Industrial Ltda. | local: Guarulhos, SP | data do projeto: 2008 | Conclusão da obra: 2010
Com projeto de Mario Biselli e Artur Katchborian, o CEU Guarulhos Pimentas, em São Paulo, tem um traço arquitetônico conciso e contemporâneo, estruturado por uma grande cobertura de 250 m de extensão, composta por vigas e telhas metálicas e aberturas zenitais. A cobertura, que vence vãos de 25 m, define o partido arquitetônico do edifício e abriga nas extremidades de sua dimensão longitudinal os diversos usos, que se distribuem em blocos anexos. Biblioteca, salas de aula e refeitório se localizam no lado oeste do eixo. No lado oposto, as salas de aula, ginástica olímpica, dança e auditórios. Os blocos anexos, por sua vez, são articulados por um vazio central, que culmina na área dedicada às práticas esportivas, formando uma grande praça coberta, que dá continuidade à programação ao seu redor por meio de percursos sugeridos no térreo e pontes no primeiro pavimento.
41 &ARQUITETURA AÇO > GrandeS vãOS
Fotos n elson Kon
Passarela Estação Cidade nova, RJ
Projeto arquitetônico: JBMC Arquitetura e Urbanismo S/C Ltda. | Consultoria estrutural: eng. Paulo Ricardo de Barros Mendes Projeto estrutural, instalações e sistemas: Noronha Engenharia S/A. | Projetista: Flavio Baraboskin | Fornecimento da estrutura metálica: Usiminas Mecânica S/A. | local: Rio de Janeiro | data do projeto: junho de 2009 | Conclusão da obra: julho de 2010
Idealizada pela JBMC Arquitetura e Urbanismo, a passarela em aço que liga a Estação Cidade Nova, do Metrô do Rio de Janeiro, ao prédio da Prefeitura, se destaca na paisagem por seus arcos metálicos que vencem grandes distâncias. Ao todo, três vãos chamam a atenção: dois que passam sobre a Avenida Presidente Vargas e superam 90 m, e um terceiro, sobre o pátio ferroviário, que tem 43 m. Segundo o arquiteto João Batista Martinez Corrêa, da JBMC, o aço foi escolhido por atender os desafios da execução do projeto, que exigia um material de rápida montagem para minimizar os impactos de construção na região urbana. O projeto contou com 1.830 toneladas de aço de maior resistência à corrosão.
42 &ARQUITETURA AÇO 10 anos a&a
24
edição
Fotos Sidnei Palatnik
edição
Marquise Praça do Patriarca, sP 14
Projeto arquitetônico: Paulo Mendes da Rocha – Colaboradores Eduardo Colonelli, Kátia Pestana, Giancarlo Latorraca, Marcelo Laurino, Lucana Itikawa e Martin Corullon | Cálculo estrutural: Kurkdjian Fruchtengarten Engenheiros Fornecimento da estrutura metálica: Mectal (estrutura), Aços Groth e Fercoi (perfis), Benafere e Fasal (chapas) local: São Paulo, SP | data do projeto: 1992 | Conclusão da obra: 2002
Marco polêmico no centro de São Paulo, a cobertura metálica na Praça do Patriarca, projetada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha em 2002, protege a entrada da Galeria Prestes Maia que, como um portal do tempo, leva os pedestres do velho para o novo centro. A cobertura curva, com 20 x 25 m e aparência similar ao de uma asa de avião, é sustentada por uma viga triangular com formato de estrela de três pontas, que também funciona como uma espécie de calha para garantir o escoamento da água da chuva e vence um vão de 40 m. A viga se apoia sobre dois pilares de forma inusitada em função de sua cobertura em balanço, transmitindo leveza ao conjunto.
43 &ARQUITETURA AÇO
Sidnei Palatnik
Fotos
> GrandeS vãOS
PW Brasil, Es
Projeto arquitetônico: Elio Madeira e Juliana Madeira | Cálculo estrutural: MCA Tecnologia de Estruturas Ltda. Fornecimento da estrutura metálica: Art Metal Estruturas Metálicas Ltda. | local: Colatina, ES data do projeto: novembro de 2000 | Conclusão da obra: junho de 2003
Referência arquitetônica em Colatina (ES) desde 2003, a sede da PW Brasil Export, empresa que atua no segmento vestuário há mais de 25 anos, foi projetada pelos arquitetos Elio e Juliana Madeira com 220 toneladas de aço, material que compõe as estruturas, coberturas e fechamentos de quatro edifícios do complexo fabril. A escolha do aço se deu em função da exigência de vencer vãos que chegam a até 60 m. A obra, que conta com estruturas aparentes, combinadas a grandes esquadrias envidraçadas nas fachadas, é cercada por uma sucessão de pórticos metálicos que conferem identidade e plasticidade ao conjunto, que também é beneficiado por sistemas sustentáveis.
edição 8
10 anos a&a Fotos t om b oechat/ u sina de i magem
eStétiCa
Inovação e beleza nos mais diversos projetos
O aço viabiliza a execução de propostas arquitetônicas inovadoras e arrojadas, tanto em projetos que exploram estruturas aparentes como em soluções onde a estrutura será revestida. Nesses casos, o revestimento pode ser feito com concreto, alvenaria ou painéis e chapas de diversos tipos e materiais. Seu uso confere expressão de modernidade e tecnologia avançada aos empreendimentos.
Possibilita, ainda, elementos estruturais em aço mais esbeltos e leves, que favorecem o aproveitamento de transparências e a configuração de grandes aberturas, bem como de formas variadas e atraentes.
10 anos a&a
Fábrica da valeo, sP
Projeto arquitetônico: Davis Brody Bond Aedas (DBBA) e GCP – Steven Davis, Anna Dietzsch, Maria Augusta Bueno, Naji Moujaes, Domenico Lio, Tobias Armborst (DBBA), Sergio Coelho, Alessandra Araujo, Maurício Reverendo, Adriana Oliveira, Daniel Mariano, Dante Honda, Faride Elia, Stella Tomiyoshi, Veridiana Magalhães, Izabella M.da Cruz, Agnaldo Amaral e Renata Bernardino (GCP)
Projeto estrutural: Ponto de Apoio | Fornecimento da estrutura metálica: Projecta local: Guarulhos, SP | data do projeto: 2004 | Conclusão da obra: 2006
Curvas ousadas marcam o projeto arquitetônico da fábrica da Valeo, em Guarulhos (SP), idealizado pelo escritório nova-iorquino DBB Aedas em 2006. O edifício industrial se vale de telhas zipadas, com revestimento em alumínio-zinco na cobertura e também na fachada, que, além de conferirem plasticidade ao projeto, também facilitam o escoamento de água da chuva. No quesito estrutural, a fábrica é marcada, ainda, pela presença de colunas mistas de aço de 80 cm de diâmetro preenchidas com concreto, que suportam vigas metálicas de diferentes alturas. O sistema viabiliza a criação de vãos de 27 x 30 m que favorecem a flexibilidade dos espaços fabris.
edição 18 > eStétiCa n elson Kon
edição 15
aeroporto de natal, Rn
Projeto arquitetônico: Sérgio Roberto Parada | Projeto estrutural: Ponto de Apoio | Fornecimento da estrutura metálica: Cibresme/Tecnoserv | local: Natal, RN | data do projeto: 1998 | Conclusão da obra: 2000
Um dos primeiros do país a ser executado inteiramente em aço, o Aeroporto Internacional Augusto Severo, em Natal (RN), foi idealizado pelo arquiteto Sérgio Roberto Parada, em 2000, tendo como principal destaque sua cobertura, que privilegia grandes aberturas para garantir ao máximo a iluminação e ventilação naturais no complexo. Com uma forma sinuosa e sustentada por treliças tubulares circulares, a cobertura traz telhas metálicas duplas, onduladas e pré-calandradas, com isolamento de lã de vidro para melhorar o seu desempenho termoacústico. Conforme conta o arquiteto, a escolha do material foi uma solução lógica e natural por conferir plasticidade à obra e, ainda, atender as exigências da Infraero quanto à velocidade construtiva e adaptação às fundações já existentes, que delimitavam vãos estruturais de 12 m.
48 &ARQUITETURA AÇO
Fotos r icardo Junqueira
10 anos a&a
edição 40
Casa Bacopari, sP
Projeto arquitetônico: UNA Arquitetos | Projeto estrutural: Cia. de Projetos | Fornecimento da estrutura metálica: Construmet Engenharia e Construções Metálicas | local: São Paulo, SP data do projeto: 2010-2012 | Conclusão da obra: 2012
Aço, vidro e natureza abundante. A combinação faz parte do projeto idealizado pelo escritório UNA Arquitetos para a Casa Bacopari, em São Paulo. A obra foi assim batizada em alusão à árvore frutífera bacupari (Garcinia brasiliensis) e, no projeto, a valorização do verde não fica apenas no nome. Além de estar inserida em um bairro arborizado, a residência conta, em seus jardins, com três pés de pau-ferro – árvore de copa arrendondada, que alcança até 30 m de altura – que marcam e norteiam a montagem das estruturas metálicas, feitas ao redor das árvores. A casa é composta por duas empenas de concreto com 30 cm de espessura, que percorrem os 50 m de comprimento do lote e servem de sustentação para as vigas metálicas nos níveis superior e da cobertura. As vigas em perfis laminados, calculadas como mistas, vencem vãos de até 10 m e criam planos rígidos para o travamento horizontal da estrutura.
Fotos l eonardo Finotti
> eStétiCa
edição 5 edição
ES
Ponte JK, DF
Projeto de arquitetura: Alexandre Chan | Projeto estrutural: RMG Engenharia local: Brasília, DF | data do projeto: 2000 | Conclusão da obra: 2002
Sinuosa e com três arcos estaiados, a Ponte JK, de autoria do arquiteto Alexandre Chan, sobre o lago Paranoá, em Brasília, liga o Setor Habitacional Individual Sul ao Centro do Plano Piloto e serve de marco arquitetônico à cidade. Com 720 m de extensão por 24 m de largura, conta com quase 14 mil toneladas de aço em sua composição, cujos arcos diagonais cumprem a função de sustentar o tabuleiro central por meio de estais formados por cordoalhas metálicas e, ainda, conferem um aspecto arrojado e artístico à obra, inaugurada em 2002. Segundo o arquiteto, a escolha do aço como material predominante possibilitou a utilização de chapas em dimensões especiais, minimizando as perdas e viabilizando a padronização do projeto.
50 &ARQUITETURA AÇO
Fotos Joana França
verSatilidade
Em diversas situações, soluções criativas e eficazes
Em grandes ou pequenas obras e nas mais variadas aplicações, o aço contribui para viabilizar soluções construtivas criativas e eficazes. Sua utilização é especialmente adequada em projetos em que se sabe, a priori, que a configuração do espaço passará por mudanças, ampliações ou alteração na destinação de uso. Aparece com destaque também em situações onde há necessidade de alterações e reforços na estrutura ou nos projetos de retrofit e reconfiguração de espaços. Por fim, é um excelente aliado para viabilizar ou reduzir o impacto da construção em terrenos com acesso e configuração difíceis.
10 anos a&a
edição 26
Elevador Rubem Braga, RJ
Projeto arquitetônico: JBMC Arquitetura e Urbanismo; coordenação de projetos: Rio Trilhos (arquiteto Heitor Lopes de Sousa Jr.); equipe
Promon: Jean Louis de Billy e Luciana Maia (Arqline), Konstanze Bevilacqua e Daniel Zilberberg (Promon) | Projeto estrutural: Promon
Engenharia | Fornecimento da estrutura metálica: Gerdau (perfis), V&M do Brasil (tubos) | local: Rio de Janeiro, RJ | data do projeto:
2008-2009 | Conclusão da obra: 2010
Projetado no Rio de Janeiro para tornar mais fácil o deslocamento de 30 mil pessoas da comunidade Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, o monumental Elevador Rubem Braga, inaugurado em 2010 e projetado pela JBMC Arquitetura e Urbanismo, em parceria com a Promon Engenharia, ocupa duas torres de 64 m e 26 m de altura, feitas em estrutura mista. Prismáticas e de base triangular e estrutura mista, contam com pilares de concreto em seus vértices, vigas em perfis laminados e contraventamentos com tubos em aço de seção circular. Uma passarela, também metálica e com dois segmentos, faz a ligação entre as torres e vence vãos de 22 m e 20 m a partir de estruturas treliçadas. O uso de estruturas em aço foi importante para que a obra fosse feita em pouco tempo e com menor impacto no dia a dia da comunidade e no trânsito da cidade, pois não houve necessidade de instalar um canteiro de obras convencional, de maior porte.
53 &ARQUITETURA AÇO Fotos Fábio Ferreira/ r io t rilhos
> verSatilidade
Pinacoteca, sP
Projeto arquitetônico: Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Weliton Torres | Projeto estrutural: Ponto de Apoio | Cálculo estrutural: Jorge Zaven Kurkdjian e Waldir Carlos Pomponio) | Fornecimento da estrutura metálica: Metalan e Construmet | local: São Paulo, SP | data do projeto: 1993-1998 | Conclusão da obra: 1998
A reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo entre 1993 e 1998, projetada por Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Weliton Torres, é referência no uso do aço como solução construtiva e estética. Projetado por Ramos de Azevedo e construído no final do século XIX para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, o prédio foi modernizado para solucionar problemas de infiltrações, melhorar o plano de acesso dos visitantes e transformar os pátios internos em áreas de exposição. No projeto, o aço surge como material predominante tanto nos elementos estruturais (perfis das claraboias que cobrem os vãos internos, passarelas de interligação e pisos) quanto nas escadas, esquadrias, forros e mobiliários. As estruturas também foram necessárias para reduzir o peso sobre as antigas alvenarias.
54 &ARQUITETURA AÇO Fotos n elson Kon
11
edição
10 anos a&a
edição 39
Edifício Rio novo, sP
Projeto arquitetônico: Pax Arquitetura | Cálculo estrutural e obra civil: Sistema Engenharia e Arquitetura | Projetista da estrutura
metálica: Eder Pascoal Besson | assessoria estrutural: Aluizio D’Avilla Engenharia de Projetos | Fabricação e montagem da estrutura
metálica: Nicmetal-Totalmetal Indústria Metálica | Gerenciamento de obra: BR Retrofit Gerenciadora | Gerenciadora executiva: Addvent Engenharia e Construções | local: São Paulo, SP | data do projeto: 2011-2013 | Conclusão da obra: 2013
Em São Paulo, o edifício Rio Novo projetado na década de 1970, ganhou um layout mais contemporâneo ao passar por um retrofit que incluiu a inserção de varandas metálicas de 40 m² em 33 apartamentos do conjunto de 17 andares. Montadas em apenas 30 dias, as varandas acopladas de estrutura em aço valorizaram em 30% os apartamentos do edifício. A conexão entre a nova estrutura e a original foi feita por meio de chapas fixadas aos pilares de concreto com chumbadores químicos. As varandas contam com três apoios: um em cada extremidade e outro oculto pela parede em blocos de concreto, na seção intermediária. Já as vigas que compõem o piso, em perfis de seção I de abas paralelas e de seção H, trazem sobre elas uma laje em steel deck solidarizada por conectores de cisalhamento de 19 mm.
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Fotos br r etrofit Gerenciadora/ d ivulgação
> verSatilidade
edição
Estação Uruguai do Metrô, RJ
Projeto arquitetônico: JBMC Arquitetura e Urbanismo | Projeto estrutural: Casagrande Engenharia & Consultoria | Fornecimento da estrutura metálica: Usiminas Mecânica | local: Rio de Janeiro, RJ | data do projeto: 2009-2014 | Conclusão da obra: 2014
Inaugurada em 2014 na zona norte do Rio de Janeiro, a estação Uruguai do Metrô, na Tijuca, exigiu um minucioso e inovador projeto em função de sua localização subterrânea e, por conta disso, faturou o Prêmio Talento Engenharia Estrutural na categoria Infraestrutura em 2013. Por contar com pouco espaço para receber 50 mil usuários por dia, a estação, instalada em uma área onde antes funcionava um pátio de manobras da Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro e um estacionamento, ganhou 23 pilares de aço em forma de árvore – com hastes radiais para direcionar a carga estrutural da laje superior para um eixo central – em substituição aos 138 das antigas estruturas de concreto. As árvores tornaram a estação possível. Seu formato veio da necessidade de receber, em cada pilar de aço, cargas anteriormente distribuídas em seis pilares. Elas também permitem evitar grandes intervenções estruturais.
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Fotos
divulgação
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10 anos a&a
A Evolução dA Construção em Aço no BrAsil
A construção civil está em constante processo de mudança. Novos materiais e novas tecnologias surgem a cada dia propondo-se a resolver melhor e mais rápido as questões que se apresentam nos canteiros de obras.
A construção em aço surgiu inicialmente na Inglaterra – há cerca de 200 anos – e desde então vem aprimorando sua tecnologia e contribuindo para o desenvolvimento do setor em todo o mundo. No Brasil, a história é mais recente. Foi no final do século XIX e início do século XX que o aço começou a ser utilizado, mas ainda na forma de estruturas pré-fabricadas importadas para atender à demanda crescente por pontes e edifícios. Apenas a partir do início de operação da Companhia Siderúrgica Nacional, CSN, a primeira siderúrgica integrada instalada no país, em 1946, é que o aço importado passou a ser substituído pelo produto de fabricação nacional.
A princípio, contudo, o aço produzido no Brasil tinha como destino prioritário o setor industrial, que crescia com vigor impulsionado pela ênfase na política de substituição de importações e pelo crescimento do setor automotivo. Assim, desde o início do século passado, a construção civil no Brasil se desenvolveu privilegiando o concreto e a alvenaria, tendo como característica o uso intensivo de mão de obra, principalmente a de baixa qualificação. Mesmo recentemente, como no período entre 1980 e 2004, este conservadorismo se manteve e foi reforçado, provavelmente devido às baixas taxas de crescimento do setor da construção, que atingiram média de apenas 0,5% anual no período.
De lá para cá muita coisa mudou nesse cenário. A partir de 2003 a construção encontrou um novo ritmo de crescimento. A expansão também trouxe grandes alterações qualitativas e um crescente amadurecimento do mercado, que passou a exigir obras cada vez mais rápidas e com maior qualidade. A elevação do custo da mão de obra tornou indispensáveis a racionalização de processos e a busca por maior produtividade e com melhor qualificação dos trabalhadores. O bom desempenho das edificações tornou-se um requisito obrigatório, incorporando também a preocupação com a sustentabilidade dos materiais e da obra como um todo, o que é uma exigência cada vez mais importante para os clientes e para a sociedade. Essas demandas encontraram a resposta adequada nos sistemas construtivos industrializados, entre os quais se destacam os sistemas construtivos em aço.
É neste contexto, de mudanças e oportunidades, que surgiu uma iniciativa que trouxe contribuição essencial para que o setor da construção metálica pudesse realizar os avanços que se verificariam a seguir. Foi criado, em 2002, o Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA) com a missão de atuar junto a cada elo da cadeia produtiva – empreendedores e construtoras, arquitetos, engenheiros estruturais e fabricantes de estruturas e componentes – para difundir a construção metálica e apoiar o desenvolvimento desse mercado. O trabalho efetuado permitiu a análise correta das potencialidades das estruturas em aço, assim como
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Investimento na qualificação da cadeia produtiva foi essencial para o avanço do setor
A construção civil é o setor que mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, assim como no mundo todo. Atualmente, responde por 37% do total do consumo aparente de aço no país
Evolução da participação dos principais sEtorEs consumidorEs finais (%)
dos sistemas mistos e híbridos, sem a influência de paradigmas e preconceitos.
Dentre as várias ações empreendidas pelo CBCA, destacam-se a publicação do Guia Brasil da Construção em Aço, facilitando a divulgação de empresas, produtos e serviços da construção metálica; a criação de um Banco de Obras para livre consulta, reunindo projetos de referência realizados em aço e suas respectivas fichas técnicas; e o lançamento da revista Arquitetura & Aço, que rapidamente tornou-se uma referência no mercado para todos os interessados na construção em aço, em especial os arquitetos. Criou, ainda, a série Manuais de Construção em Aço, excelente fonte de informação e orientação, sempre elaborados por renomados profissionais, e as Vídeo Aulas, ferramenta de apoio aos docentes de arquitetura e engenharia.
Também concentrou esforços para atualizar normas técnicas e produzir novas normas, preenchendo lacunas que ainda existiam em relação à normalização do setor. Como não poderia ser diferente, toda a cadeia produtiva do segmento se modernizou.
A construção civil é o setor que mais consome produtos siderúrgicos no Brasil, assim como no mundo todo. Atualmente, responde por 37% do total do consumo aparente de aço no país. E a Pesquisa Industrial Anual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Construção Civil
indica que a construção em aço no Brasil cresceu ao ritmo de 11% ao ano, em média, no período entre 2002 e 2012, atingindo o consumo de 1,7 milhão de toneladas. Enquanto isso, a construção civil como um todo crescia 4,3% ao ano e o PIB nacional registrou média de apenas 3,9% no mesmo período.
Nosso mercado já oferece aos interessados nos sistemas construtivos em aço uma ampla série de produtos e soluções, além de empresas e profissionais especializados, consultorias, montadoras e equipamentos para montagem. Está disponível, ainda, farta literatura técnica em português (livros, revistas e manuais), normas técnicas atualizadas e tudo o que é necessário para realizar uma construção em aço com qualidade.
O uso do aço em obras recentes, como estádios para a Copa do Mundo de Futebol em 2014, aeroportos, edifícios corporativos, hotéis e até edifícios do Minha Casa Minha Vida, atestam a enorme contribuição que a construção em aço oferece para que tenhamos obras cada vez mais rápidas, eficientes, bonitas e sustentáveis.
Os últimos dez anos mostram que a construção civil brasileira está em pé de igualdade com o que existe de mais moderno no mundo e são prova definitiva de que a construção em aço atingiu um novo patamar em solo brasileiro.
roberto inaba* e Engª. cátia Mac cord simões coelho**)
* arquiteto roberto inaba é especialista e consultor em construção em aço. Atuou no Comitê executivo do CBCA e no Conselho editorial da revista Arquitetura & Aço entre 2001 e 2014. É autor de vários artigos e trabalhos publicados sobre construção civil e palestrante com participação em eventos nacionais e internacionais
** Engenheira catia mac cord simões coelho é consultora da Associação Brasileira da Construção metálica – ABCem. Foi gerente executiva do CBCA de 2002 a 2012 e diretora do instituto Aço Brasil no período entre 2011 e 2013
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(Arq.
M
40 35 30 25 20 15 10 5 0 29,8 27,9 19,2 6,4 30,0 26,8 20,8 6,1 33,4 25,5 20,9 5,9 32,1 26,7 19,6 7,4 31,6 25,6 19,4 6,8 35,4 24,7 20,7 6,5 36,7 22,2 20,6 6,4 37,7 22,1 19,7 6,4
Automotivo
de capital, máquinas
agrícolas) Utilidades domésticas e comerciais 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 fonte: Instituto Aço Brasil
Bens
e equipamentos (incluindo
O FUTURO É AGORA
Prestes a ser inaugurado no Rio de Janeiro sobre o píer Mauá, o Museu do Amanhã encanta por suas formas ousadas e, com uma arrojada cobertura em aço, mostra que o futuro se constrói hoje
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Projetado P elo es Panhol Santiago Calatrava e prestes a ser inaugurado no Rio de Janeiro, o escultural Museu do Amanhã, espaço que permitirá aos visitantes um vislumbre do futuro nos próximos 50 anos, não só desafia a percepção por seu formato curvo e inusitado, que ora lembra um grande animal marinho, ora o casco de um barco, mas encanta pela ousadia arquitetônica e estrutural, principalmente no que diz respeito à sua cobertura. Na estrutura, 3.800 toneladas de aço ocupam 330 m de comprimento em uma
área de 35,8 mil m2, viabilizando balanços de 75 m nas extremidades.
“Nenhum outro material poderia atender tão bem as exigências arquitetônicas dessa obra marcada pela presença de grandes vãos, balanços e poucos apoios se não o aço. Conceber essa estrutura, que está localizada a 23 m de altura, foi, aliás, um grande desafio devido à alta complexidade dos detalhes construtivos e logísticos da obra, cuja montagem se deu dentro do píer Mauá, na Baía de Guanabara. Sua localização, praticamente dentro do
Previsto para ser um novo marco arquitetônico na Cidade Maravilhosa, o Museu do Amanhã terá dois níveis conectados por rampas. No térreo, ficarão a loja, auditório, restaurante, salas de exposições temporárias e salas de pesquisa e ações educativas, além de áreas administrativas. Já no pavimento superior estarão as salas das exposições permanentes, um belvedere para contemplação da vista e um café
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Sérgio Huoliver
Imagens divulgação
mar, também exigiu proteção adequada das estruturas de acordo com a ISO 12944, além do uso de aço patinável”, diz o engenheiro Flávio Correia D'Alambert, projetista estrutural da Projeto Alpha Engenharia de Estruturas.
Calatrava, que entre outras obras também é autor do Palácio das Artes Rainha Sofia e da Cidade das Artes e da Ciência, ambas em Valência, na Espanha, é reconhecido mundialmente por sua arquitetura singular e pela ousadia de suas concepções com formatos esculturais, que, muitas vezes, se revelam verdadeiros desafios aos projetistas estruturais envolvidos. Para o Museu do Amanhã, um cuidado tecnológico especial foi necessário e dois ensaios de túnel de vento foram feitos em laboratórios distintos.
“O uso de perfis do tipo caixa tornou obrigatório o teste de todas as juntas, assim como exigiu que a retirada das escoras dos balanços também fossem rigorosamente avaliadas, tanto nos deslocamentos quanto nas transferências de carga e tensões”, informa Flávio D'Alambert, que detalha ainda o processo de montagem das estruturas. “Com o píer em uma área marítima, tivemos que criar duas entradas no canteiro para receber os perfis metálicos. Eles chegavam prontos ao local e, de acordo com a posição de cada um na estrutura, eram deslocados por um pórtico de mais de 30 m até a sua posição final”, diz o engenheiro.
Para criar o projeto, o arquiteto espanhol, buscou inspiração no entorno. Para Calatrava, “o espírito do lugar é muito importante” e, por isso, para dar vida ao Museu do Amanhã, quis conhecer alguns importantes marcos arquitetônicos cariocas antes de dar início ao projeto. Visitou o Jardim Botânico e os trabalhos de Burle Marx e ainda andou pelo Mosteiro de São Bento, Morro da Conceição e o Gabinete Português de Leitura, para “entender econômica e socialmente a cidade, conhecer o seu passado e, com isso, projetar o futuro".
Não é à toa, por exemplo, que o Museu, com dois níveis conectados por rampas, dispõe de uma área especial para a observação dos arredores. No espaço de convergência da nave central com as duas galerias laterais, um belvedere coloca o visitante diante de uma vista panorâmica da Baía de Guanabara, bem como de importantes marcos históricos e arquitetônicos no entorno, como o Mosteiro de São Bento e o Morro da Conceição. Ainda no pavimento superior, salas de exposições permanentes e um café se fazem presentes.
Nas rampas da saída, e, nos jardins, áreas florestadas representam importantes ecossistemas da Cidade Maravilhosa: a Mata Atlântica e a restinga.
E além dos espaços do segundo andar, que serão ocupados pela mostra permanente, a
Apoiados sobre escoras provisórias, os perfis foram soldados nos módulos já finalizados. A montagem da obra levou dois anos
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Estruturas metálicas montadas no local da obra, sobre o píer Mauá, receberam tratamento adequado para resistir à agressividade do ambiente
Fotos
Fávio D’Alambert/ Divulgação
A obra exigiu um cuidado tecnológico especial em função das estruturas. Ao menos dois ensaios de túnel de vento foram realizados em laboratórios distintos para atestar a qualidade dos materiais e sua resistência
construção conta, ainda, com uma sala de exposições temporárias no térreo; um centro de referência profissional para aconselhamento, recrutamento e capacitação de estudantes e profissionais que desejam se dedicar à ciência, à tecnologia e à inovação; além de um observatório, onde os resultados das últimas pesquisas sobre fenômenos naturais e sociais do planeta serão exibidos. É no térreo que também se encontra a área administrativa do museu.
> Projeto arquitetônico: Santiago Calatrava (autor) e Ruy Rezende Arquitetura
> Área construída: 12.500 m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica
ASTM A588
> Volume de aço: 3.800 t
> Projeto estrutural: Projeto Alpha Engenharia de Estruturas
> Fornecimento da estrutura de aço: Martifer
> Execução da obra: Consórcio Porto Novo
> Local: Rio de Janeiro, RJ
Referência sustentável
A construção, localizada sobre o píer Mauá, uma das mais famosas regiões portuárias do Rio de Janeiro, se destaca por seu apelo sustentável visível nas instalações da cobertura e também no nível do solo, e por isso já busca a tradicional certificação LEED (Liderança em Energia e Projeto Ambiental) do U. S. Green Building Council.
No fechamento, grandes estruturas de aço pintadas em branco – para permitir menor absorção do calor –, recebem 48 placas fotovoltaicas que captam a energia solar e transformam o recurso em energia elétrica para
iluminar o interior do Museu. O sistema inovador, segundo D'Alambert, funciona de acordo com o posicionamento do sol por meio de estruturas que parecem e se movimentam como asas. “Centenas de aletas nas laterais e na cobertura concentram placas de células fotovoltaicas na face superior, que se movimentam a partir da incidência solar em prol da captação de energia.”
Já no subsolo, seis tanques garantem o aproveitamento das águas da Baía de Guanabara na climatização do Museu, permitindo que, posteriormente, após um rigoroso tratamento, as mesmas sejam devolvidas ao mar por meio do espelho d’água presente no entorno da construção.
O Museu do Amanhã é, atualmente, uma das âncoras do Porto Maravilha, projeto da Prefeitura para revitalizar a região portuária do Rio de Janeiro, e conta com participação da Fundação Roberto Marinho e com o patrocínio da iniciativa privada.
A obra, que custou R$ 215 milhões, é custeada pela venda dos CEPACs (Certificados de Potencial Adicional de Construção), sem recursos do tesouro municipal. (e.Q.) M
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Jaime Acioli Jaime Acioli
Humberto Teski
ESSÊNCIA EM AÇO
Pilares metálicos revestidos em concreto trazem velocidade construtiva ao projeto do Edifício corporativo WTorre Morumbi, na zona sul de São Paulo
Divulgação
Com 28 pavimentos, cinco subsolos e 165 mil m2 de área construída, as duas torres do WTorre Morumbi, empreendimento corporativo localizado às margens do Rio Pinheiros, em São Paulo, foram projetadas em estrutura mista, em concreto e aço, para que os desafios relacionados às suas grandes dimensões fossem bem equacionados e o projeto fosse executado em um menor tempo. De acordo com os projetistas, o conceito arquitetônico do projeto praticamente não sofreu alterações ao longo da obra. Inicialmente, entretanto, a estrutura foi concebida em concreto moldado in loco. “A solução mista foi sugerida posteriormente pela construtora e absorvida durante o desenvolvimento do projeto, mas ainda assim respeitando o conceito estabelecido”, explica Márcio Orsi, arquiteto associado da Aflalo/Gasperini Arquitetos e coordenador do projeto.
Ao todo, 7.000 toneladas de aço foram utilizadas no empreendimento, a maior parte em forma de vigas laminadas. Já as vigas que receberiam grandes esforços, contudo, foram
executadas em perfis soldados. O sistema construtivo adotado contribuiu para reduzir a dependência entre as frentes de trabalho e acelerar o processo de execução. Segundo a Medabil, empresa responsável pelas estruturas, a estratégia de montagem adotada foi executar a estrutura metálica de pilares, vigas e estabilização provisória à frente do núcleo de concreto. A defasagem máxima prevista entre estrutura metálica e estrutura de concreto foi de até seis pavimentos. Concluída a montagem da estrutura metálica, as formas foram executadas, assim como a ferragem e concretagem dos pilares, lajes e o núcleo definitivo. O aço utilizado foi o ASTM A572 GR50, com resistência ao escoamento de 345 MPa. Nas lajes de piso foram utilizadas formas colaborantes de aço do tipo steel deck, de aço ZAR 280 com 280 MPa de resistência mecânica.
Conexões metálicas
Outro ponto interessante do projeto é que o mesmo fundamentou-se na ideia de dividir o edifício em duas alas, conectadas entre si por
O sistema de estrutura mista garantiu maior velocidade à execução da obra. A estrutura metálica de pilares, vigas e estabilização provisória foi realizada à frente do núcleo em concreto, mantendo uma defasagem de apenas seis andares entre a execução de ambas
> Projeto arquitetônico: Aflalo/Gasperini Arquitetos
> Área construída: 165.607,08 m²
> Aço empregado: ASTM A572 GR50 e ZAR 280
> Volume de aço: 7.000 t
> Projeto estrutural: Medabil
> Execução da estrutura: Medabil
> Construção: WTorre
> Local: São Paulo, Brasil
> Data do projeto: 2009
> Conclusão da obra: 2015
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Marcelo Scandarolli
O vão entre as duas alas do empreendimento chega a 30 m. As estruturas em aço das passarelas foram pré-montadas no térreo do edifício, içadas por gruas e posicionadas nos locais de apoio com auxílio de macacos hidráulicos sincronizados por computador. À esquerda, aspecto da face lateral do edifício
pontes metálicas. “Essas interligações configuram áreas significativas de escritórios, não sendo meras passarelas. O espaço entre alas e interligações configura um grande átrio, para o qual se voltam as duas alas de escritórios”, explica Orsi.
As ligações foram implantadas no térreo e em quatro pavimentos tipo. A ponte superior une o topo das duas torres, o que confere a impressão de que se trata de um volume único, dotado de um grande vazio retangular. Como o vão entre as alas chega a 30 m, a opção natural foi o uso de estruturas metálicas nas interligações. Quatro das pontes têm três lajes – a restante é a única com duas lajes. Enquanto a primeira ponte está apoiada no terceiro pavimento, a segunda surge sobre o décimo. Já a terceira, por sua vez, está localizada acima do 14° andar e, por fim, a quarta aparece sobre o 23° nível. As quatro interligações possuem dois pavimentos para escritórios com altura total de aproximadamente 8,5 m. Já a quinta interligação, apoiada no 30° andar, possui um nível de escritório, com altura de 17 m, e suporta a estrutura das empenas do topo do edifício. O peso de cada uma dessas empenas varia de 60 toneladas a 150 toneladas.
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Fotos Marcelo Scandarolli
“Para cada passarela, a estrutura era pré-montada sob a projeção da posição final no térreo do edifício e içada até os seus respectivos locais de apoio. Foram utilizados, em cada operação de içamento, quatro macacos, apoiados em vigas pescadoras, posicionadas no 31° pavimento”, acrescenta Orsi.
De acordo com a Medabil, os macacos hidráulicos foram sincronizados por meio de sistema eletrônico controlado por computador. “Este procedimento permitiu que a ponte de interligação fosse içada perfeitamente e nivelada a uma velocidade de até 6 m/h”, completa Orsi.
Após o içamento e posicionamento de cada ponte, a montagem era finalizada e as lajes de steel deck eram, por fim, concretadas. (e.C.L.) M
Proteção contra fogo Interchar
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A ponte superior, que une o topo das duas torres, confere esbeltez e unicidade ao edifício empresarial de 28 andares
Marcelo Scandarolli
ELÍPTICO E ALONGADO
Conhecido como Aquário do Pantanal, o Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna, no Mato Grosso do Sul, com 500 toneladas de aço será o maior aquário de água doce do mundo
Tornar um cenTro de pesquisas atrativo não apenas por sua função científica e social, mas também pela tecnologia presente na concepção da obra. Este é um dos aspectos que chamam a atenção no projeto do Cepric (Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna), mais conhecido como Aquário do Pantanal, previsto para ser inaugurado em novembro deste ano.
A obra, que nasceu por iniciativa da Prefeitura de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, está localizada dentro do Parque das Nações Indígenas e contará com 16 grandes aquários em seu interior – os outros seis serão construídos na área externa.
No complexo, projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, com supervisão técnica do oceanógrafo Hugo Gallo, um volume elíptico e alongado em aço se destaca e serve de abrigo ao lobby principal: uma construção de 87 m de comprimento, 41 m de largura e aproximadamente 14 m de altura que contará com auditórios, instalações administrativas e espaços para eventos.
A escolha de uma estrutura de aço elíptica para a cobertura partiu do próprio arquiteto,
que buscava um meio de alcançar a leveza das linhas desenhadas e mais requinte no acabamento, sem esquecer do compromisso com a sustentabilidade presente em todo o projeto. “Os cuidados com a edificação abrangem a acessibilidade para todos os seus setores, assim como a preocupação com os os aspectos da sustentabilidade, desde a especificação dos materiais, o reuso adequado de água e a redução do consumo de energia, até as questões da manutenção e durabilidade”, afirma Ruy Ohtake.
Desafio estrutural
Tornar reais as formas arrojadas desenhadas por Ruy Ohtake exigiu soluções criativas da equipe responsável pelo projeto estrutural, pois desde o início, as formas elípticas propostas foram um desafio ao avanço da montagem.
Para viabilizar o projeto, o engenheiro estrutural responsável pelas estruturas metálicas, Flávio D'Alambert, da Projeto Alpha Engenharia de Estruturas, empregou 500 toneladas de aço estrutural de alta resistência em forma de perfis metálicos, tubos, laminados e cha-
> Projeto arquitetônico: Ruy Ohtake Arquitetura e Urbanismo
> Área construída: 17 mil m²
> Aço empregado: aço patinável de maior resistência à corrosão atmosférica e alta resistência mecânica
> Volume de aço: 500 t
> Projeto estrutural: Projeto Alpha Engenharia de Estruturas
> Fornecimento da estrutura de aço: Lanik
> Execução da obra: Egelte/ Proteco
> Local: Campo Grande, MS
> Data do projeto: 2010
> Conclusão da obra: 2015
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pas planas. Seu grande desafio foi equilibrar a estrutura da obra. “Várias foram as soluções estruturais propostas, desde o uso de pórticos posicionados como lâminas paralelas até o uso de estrutura espacial, com nós articulados. Porém, em todas havia a necessidade de equilibrar os dois lados, tarefa difícil considerando-se que os eixos de todos os pórticos estavam inclinados a 15º em relação ao plano horizontal.”
Para alcançar o resultado esperado, foi necessário ancorar a estrutura metálica na base de concreto em diversos pontos, sem esquecer de considerar a dilatação pelo calor e a necessidade de resistência aos fortes ventos.
Nas extremidades, a construção recebeu fechamento em painéis metálicos; a parte central, no entanto, permaneceu translúcida com o uso de vidros, que conferem iluminação natural e maior leveza ao edifício, segundo D’Alambert.
Para o engenheiro, a arquitetura sustentável da obra, a simulação do meio ambiente para pesquisas e a forma inusitada alongada e curva do pavilhão criam um conjunto arrojado e atraente, que será um novo marco na paisagem da cidade. (p.G.) M
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“Projetamos uma forma alongada e curva, que poderá vir a ser uma referência na cidade no bonito Parque das Nações Indígenas”
Ruy Ohtake, arquiteto
Fechamento externo em painéis de aço acompanham a curvatura da cobertura, dando unidade e volumetria à edificação
Fotos Flávio D'Alambert
endereços
> Escritórios dE ArquitEturA
Aflalo/Gasperini Arquitetos www.aflalogasperini.com.br
Arquitectonica www.arquitectonica.com
Athié Wohnrath Associados www.athiewohnrath.com.br
Biselli e Katchborian Arquitetos Associados www.bkweb.com.br
Davis Brody Bond Aedas www.davisbrody.com
Edo Rocha Arquiteturas www.edorocha.com.br
Elio Madeira Arquitetura www.eliomadeira.com
Estúdio 41 Arquitetura www.estudio41.com.br
Fox Engenharia www.foxengenharia.com.br
Gesto Arquitetura gestoportal.wix.com/arquitetura
Indio da Costa Arquitetura A.U.D.T. www.indiodacosta.com
JBMC Arquitetura e Urbanismo www.jbmc.com.br
Kruchin Arquitetura www.kruchin.arq.br
Loeb Capote Arquitetura e Urbanismo www.loebarquitetura.com.br
Michaelis Arquitetos www.michaelis.arq.br
Pax Arquitetura www.pax.arq.br
Paulo Mendes da Rocha mmbb@mmbb.com.br
Pelli Clarke Pelli Architects www.pcparch.com
Piratininga Arquitetos Associados Ltda. www.piratininga.com.br
Rocco Vidal P+W www.roccovidal.com.br
Ruy Ohtake Arquitetura e Urbanismo www.ruyohtake.com.br
Ruy Rezende Arquitetura www.rra.com.br
Santiago Calatrava www.calatrava.com
Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados www.sergioparada.com.br
UNA Arquitetos www.unaarquitetos.com.br
Zanettini - Arquitetura Planejamento Consultoria Ltda. www.zanettini.com.br
> ProJEto EstruturAL
Addvent Engenharia e Construções www.addvent.com.br
Afaconsult www.afaconsult.com
Aluizio D’Avilla Engenharia de Projetos www.aluiziodavila.com.br
Brasgips www.brasgips.com.br
Casagrande Engenharia & Consultoria www.cagen.com.br
Codeme Engenharia www.codeme.com.br
Companhia de Projetos Ltda. www.ciaprojetos.com.br
Grupo Dois Engenharia Ltda. www.grupo2.com.br
Edatec Engenharia Ltda. edatec@terra.com.br
Eder Pascoal Besson epbesson@uol.com.br
Ernesto Tarnoczy etj@uol.com.br
Escritório Técnico Costa Santos www.costasantos.com.br
Escritório Técnico César Pereira Lopes S/C Ltda. etcpl@terra.com.br
Ycon Engenharia www.yconengenharia.com.br
Kurkdjian Fruchtengarten Engenheiros Associados www.kfprojetos.com.br
MCA Tecnologia de Estruturas Ltda. www.mca.eng.br
Noronha Engenharia S/A. www.noronha.com
Planservi Engenharia www.planservi.com.br
Ponto de Apoio www.pontodeapoio.eng.br
Projeto Alpha Engenharia de Estruturas www.projetoalpha.com.br
Promon Engenharia www.promon.com.br
RMG Engenharia www.rmg.com.br
Sistema Engenharia e Arquitetura www.sistemaltda.com.br
STENGpro Projetos Estruturais www.steng.com.br
Vendramini Engenharia Ltda. www.vendramini.eng.br
Vista Engenharia vistaengenharia.com.br
> EstruturA MEtÁLicA
Aços Groth www.groth.com.br
Art Metal Estruturas Metálicas Ltda. www.artmetal.ind.br
Bemo do Brasil www.bemo.com.br
Benafer www.benafer.com.br
Codeme Engenharia www.codeme.com.br
Construmet Engenharia e Construções Metálicas www.construmet.wordpress.com
CPC Estruturas Metálicas www.cpcestruturas.com.br
Gypsteel www.gypsteel.com.br
Gravia Indústria de Perfilados www.gravia.net.br
Excenge www.excenge.com.br
Fasal S/A www.fasal.com.br
Flasan Construção a Seco www.flasan.com.br
Lanik Ingenieros www.lanik.com
Martifer www.martifer.com.br
Medabil Sistemas Construtivos www.medabil.com.br
Mectal www.mectal.com.br
Metalan www.metalan.com.br
Metalsoma Estruturas Metálicas Ltda. www.metalsoma.com.br
Metfmorm S/A www.metform.com.br
Nicmetal-Totalmetal Indústria Metálica www.sistemaltda.com.br
Planmetal Estruturas Metálicas www.planmetal.com.br
Soufer Industrial www.soufer.com.br
Usiminas Mecânica www.usiminasmecanica.com.br
> EXEcuÇÃo dE oBrA BR Retrofit Gerenciadora www.brretrofit.com.br
CPA Engenharia e Construções www.cpaeng.com.br
Consórcio Porto Novo www.portonovosa.com
Costa Feitosa Engenharia www.costafeitosa.com
Egelte Engenharia Ltda. www.egelte.com.br
JZ Engenharia www.jz.eng.br
Libercon Engenharia www.libercon.eng.br
Steel Engenharia www.steelengenharia.com.br
Tessler Engenharia www.tessler.com.br
WTorre www.wtorre.com.br
70 &ARQUITETURA AÇO
CURSOS ONLINE
Introdução à Construção em Aço
Sistemas Estruturais em Aço
Dimensionamento de Estruturas de Aço (básico)
Dimensionamento de Estruturas de Aço (avançado)
Execução de Estruturas de Aço
Mais informações:
www.cbca-acobrasil.org.br
expediente
Revista Arquitetura & Aço é uma publicação
trimestral do CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço) produzida pela Roma Editora
CBCA: Av. Rio Branco, 108 – 29º andar
20040-001 – Rio de Janeiro/RJ
Tel.: (21) 3445-6332
cbca@acobrasil.org.br
www.cbca-acobrasil.org.br
GESTOR: INSTITUTO AÇO BRASIL
Conselho Editorial
Carolina Fonseca – CBCA
Eneida Jardim - CSN
Humberto Bellei – Usiminas
Ronaldo do Carmo Soares – Gerdau
Silvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão
Supervisão Técnica
Arq. Silvia Scalzo
Eng. Ronaldo do Carmo Soares
Revisão Técnica
Arq. Roberto Inaba
Publicidade
Ricardo Werneck: (21) 3445-6332
Arquitetura & Aço - 10 anos
Roma Editora
Rua Barão de Capanema, 343, 6º andar
CEP 01411-011 – São Paulo/SP
Tel.: (11) 3061-5778
cbca@arcdesign.com.br
Direção
Cristiano S. Barata
Coordenação Editorial
Eliane Quinalia e Roberto Inaba
Redação
Eduardo Campos Lima, Eliane Quinalia e Patrícia Guimarães
Revisão
Deborah Peleias
Editoração
Cibele Cipola (edição de arte e design)
Endereço para envio de material: Revista Arquitetura & Aço – CBCA
Av. Rio Branco, 108 – 29º andar 20040-001 – Rio de Janeiro/RJ
Tiragem: 20.000 exemplares
Distribuídos para os principais escritórios de engenharia e arquitetura do país, construtoras, bibliotecas de universidades, professores de engenharia e arquitetura, prefeituras, associações ligadas ao segmento da construção e associados do CBCA.
É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada a fonte. É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante autorização expressa do autor.
A produção de Arquitetura & Aço é resultado do empenho de um numeroso grupo de profissionais; contudo, nesses dez anos de produção ininterrupta da revista é essencial reconhecer e destacar a contribuição oferecida pelos integrantes do Conselho Editorial, que com seu comprometimento e profissionalismo respondem pela concepção e pela qualidade da publicação. Além dos atuais membros do Conselho Editorial, é indispensável ressaltar também a valiosa contribuição de todos aqueles que integraram este Conselho desde a criação da revista: Alcino Santos, Catia Mac Cord Simões Coelho, Fernando Matos, Marcelo Micali, Paulo Cesar Arcoverde Lellis (in memoriam), Roberto Inaba, Sérgio Iunis e Sidnei Palatnik.
números anteriores
os números anteriores da revista Arquitetura & Aço estão disponíveis para download na área de biblioteca do site: www.cbca-acobrasil.org.br
A&A nº 01 - Edifícios Educacionais
A&A nº 02 - Edifícios de Múltiplos Andares
A&A nº 03 - Terminais de Passageiros
A&A nº 04 - Shopping Centers e Centros Comerciais
A&A nº 05 - Pontes e Passarelas
A&A nº 06 - Residências
A&A nº 07 - Hospitais e Clínicas
A&A nº 08 - Indústrias
A&A nº 09 - Edificações para o Esporte
A&A nº 10 - Instalações Comerciais
A&A nº 11 - Retrofit e Outras Intervenções
A&A nº 12 - Lazer e Cultura
A&A nº 13 - Edifícios de Múltiplos Andares
A&A nº 14 - Equipamentos Urbanos
A&A nº 15 - Marquises e Escadas
A&A nº 16 - Coberturas
A&A nº 17 - Instituições de Ensino II
A&A nº 18 - Envelope
A&A nº 19 - Residências II
A&A nº 20 - Indústrias II
A&A Especial - Copa do Mundo 2014
A&A nº 21 - Aeroportos
A&A nº 22 - Copa 2010
A&A nº 23 - Habitações de Interesse Social
A&A nº 24 - Metrô
A&A nº 25 - Instituições de Ensino III
A&A nº 26 - Mobilidade Urbana
A&A nº 27 - Soluções Rápidas
A&A nº 28 - Edifícios Corporativos
A&A Especial - Estação Intermodal de Transporte
Terrestre de Passageiros
A&A nº 29 - Lazer e Cultura
A&A nº 30 - Construção Sustentável
A&A nº 31 - Construções para Olimpíadas
A&A nº 32 - Instalações Comerciais II
A&A nº 33 - Hotéis
A&A nº 34 - Shopping Centers
A&A nº 35 - Hospitais e Edificações para a Saúde
A&A nº 36 - Pontes e passarelas
A&A nº 37 - Estádios da Copa 2014
A&A nº 38 - Mobilidade Urbana
A&A nº 39 - Varandas, Mezaninos e Escadas
A&A nº 40 - Residências
A&A nº 41 - Centros de Pesquisa e Tecnologia
72 &ARQUITETURA AÇO
TUBOS ESTRUTURAIS
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norma ISO 50001 (Sistema de Gestão de Energia), é líder mundial na produção de tubos de aço sem costura e atende aos setores petrolífero, industrial, automotivo, de energia e da construção civil.
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Para cidades cada vez mais modernas, nosso país tem a força do aço Gerdau. A força da transformação.