Terminais de Passageiros
Aeroporto Internacional Augusto Severo
Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek
Aeroporto Internacional Pinto Martins
Terminal Rodoferroviário de Santo André
Terminal Parque Dom Pedro II
Estação Mussurunga
Terminal Pirituba
Terminal Princesa Isabel
Estação Dom Bosco
Monorail Barrashopping
Metrô de São Paulo: Estações Elevadas
Linha C de Trens Urbanos de São Paulo
número 03 setembro de 2004
Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço
Tal como vem acontecendo em outros setores, o processo de industrialização da construção civil está alterando substancialmente a forma de se projetar e construir no Brasil. A arquitetura migra do processo artesanal para um processo industrializado, cujos elementos préfabricados são componentes de uma montagem sequencial. Resultado: melhor qualidade dimensional e menor desperdício de material e de tempo.
Neste cenário, o aço é o material mais versátil e adequado a contribuir de forma decisiva para esta nova etapa da arquitetura e da construção civil brasileira.
Mais do que isso, pode-se dizer que o aço associa quatro questões fundamentais:
1. Projeto
. Transparência, esbeltez e leveza;
. Grandes vãos livres, permitindo espaços mais flexíveis;
. Garantia de precisão construtiva.
2. Economia
. Redução do canteiro de obras;
. Menor peso da estrutura: fundações mais baratas;
. Estruturas esbeltas: menor seção dos pilares e menor altura das vigas;
. Rapidez: obras mais rápidas;
. Flexibilização no projeto de instalações e equipamentos;
. Facilidade de modificações futuras.
3. Meio ambiente
. Menor desperdício de material de construção;
. Menos barulho e poeira;
. Material 100% reciclável.
4. Segurança
. Material certificado: confiança na qualidade;
. Conexões visíveis: checagem do comportamento estrutural;
. Capacidade de absorver ações excepcionais: terremotos e colisões.
Assim, estimulando a criatividade dos nossos projetistas, o aço permite associar projetos arquitetônicos arrojados segundo novas formas estéticas. Permite ainda maior racionalidade econômica, menos impacto sobre o meio ambiente e mais segurança para os usuários, oferecendo maior satisfação para clientes, usuários, arquitetos, engenheiros e construtoras e contribuindo de forma definitiva para a melhoria da qualidade e da produtividade da construção civil brasileira.
sumário
04. Aeroporto Internacional Augusto Severo
Sérgio Roberto Parada
08. Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek
Sérgio Roberto Parada
11. Aeroporto Internacional Pinto Martins
Muniz Deusdará Arquitetos Associados
15. Terminal Rodoferroviário de Santo André
Brasil Arquitetura
18. Terminal Parque Dom Pedro II
Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos
20. Estação Mussurunga
André Sá e Francisco Mota
22. Terminal Pirituba
Una Arquitetos
24. Terminal Princesa Isabel
João Walter Toscano
26. Estação Dom Bosco (Pêssego)
João Walter Toscano
28. Monorail Barrashopping
Siegbert Zanettini e Edward Mikulsky
30. Linha 5 - Metrô de São Paulo:
Estações Elevadas
Luís Carlos Esteves
32. Linha C de Trens Urbanos de São Paulo
Luís Carlos Esteves
expediente
conselho editorial
Alcino Santos - cst
Catia Mac Cord Simões Coelho - cbca
Paulo Cesar Arcoverde Lellis - usiminas
Roberto Inaba - cosipa
Ronaldo do Carmo Soares - açominas
Sérgio Iunis - csn
produção
Núcleo de Excelência em Estruturas Metálicas e Mistas
Universidade Federal do Espírito Santo
coordenação editorial
Tarcísio Bahia
apoio editorial
Tiago Scaramussa Vionet Correia
projeto gráfico e editoração
Ana Claudia Berwanger
Ricardo Gomes
revisão
Karina Bersan Rocha
Arquitetura & Aço é uma publicação semestral do Centro Brasileiro da Construção em Aço.
Centro Brasileiro da Construção em Aço Av. Rio Branco 181, 28o andar 20040-007 Rio de Janeiro RJ http://www.cbca-ibs.org.br
e-mail: cbca@ibs.org.br
editorial: estações de passageiros
Desde o seu início, a construção metálica teve na estação de passageiros um de seus temas mais inovadores. Isso porque, com a Revolução Industrial e o aumento da produção de aço, vieram as primeiras grandes edificações construídas com este material. Representativo deste processo foi o surgimento do trem e, conseqüentemente, das estações ferroviárias que transformaram profundamente a estrutura urbana das cidades.
A estação ferroviária era um tipo arquitetônico até então inexistente e os arquitetos do período acabaram por adotar um modelo ambíguo, no qual sua parte frontal – onde ficavam lobby e demais ambientes de apoio – reproduziam uma linguagem historicista, enquanto a gare, lugar das locomotivas e vagões, expressava a lógica das construções modernas, cujos elementos metálicos eram componentes de um conjunto modular e industrializado.
Se desde então a arquitetura mudou muito, a mesma lógica projetual se mantém como preceito em todos os tipos de estações de passageiros que foram surgindo ao longo do século xx e no início do terceiro milênio. Hoje, além das estações ferroviárias, temos as estações rodoviárias, metroviárias, intermodais, marítimas e, como símbolo da transformação tecnológica e de um mundo global, o aeroporto.
Com programas complexos, esses equipamentos de infraestrutura têm atraído especial atenção dos arquitetos, não só pela importância do transporte de passageiros no mundo atual, mas também pelas possibilidades de exploração da linguagem que envolvem o uso de sofisticadas tecnologias construtivas. Alguns dos mais renomados arquitetos mundiais já apresentam em seus currículos projetos de tal magnitude, como Norman Foster, que projetou as novas estações do metrô de Bilbao e o aeroporto de Hong Kong, Renzo Piano, com o aeroporto de Kansai em Osaka e Santiago Calatrava, com a estação de trem de Lyon.
No Brasil, onde o concreto foi sinônimo da arquitetura moderna ao longo de grande parte do século passado, destacam-se obras como o aeroporto Santos Dumont, dos irmãos Roberto e a rodoviária de Jaú, de Vilanova Artigas. Mas, no processo de atualização das linguagens e tecnologias contemporâneas, o aço vem ganhando cada vez mais espaço. Um exemplo dessa transição é a rodoviária de Vitória, de Carlos Fayet, construída na década de 1970 em estrutura espacial, num projeto que impressiona pelo radicalismo de um espaço totalmente livre.
Hoje, com o adensamento e a complexidade dos grandes centros urbanos, a questão do transporte de passageiros é tratada como prioridade tanto pelo poder público como pela sociedade civil. Assim, vemos cada vez mais os espaços destinados a esse serviço sendo construídos ou ampliados em todas as partes do país e na maioria deles, o aço não é apenas um elemento de destaque, mas sim a escolha técnica adequada às necessidades impostas pelas demandas atuais.
3 n.03 terminais de passageiros
a construção em aço ISSN 1678-1120
Sérgio
Roberto Parada
Aeroporto Internacional Augusto Severo
O mar e as dunas de areia inspiraram esta obra na qual a tecnologia está a serviço da plasticidade e funcionalidade.
No novo terminal do aeroporto de Natal, o aço foi determinante na configuração arquitetônica. As condicionantes de projeto deveriam considerar a execução de uma obra limpa, sem provocar incômodos ao terminal vizinho em funcionamento, e obedecer ao posicionamento das fundações existentes, em função de um projeto anterior abortado pela Infraero. Assim, foi concebida uma estrutura totalmente em aço, com uma modulação de 12,00 metros de vãos, limitação dada pelas fundações existentes, na qual os referenciais são a paisagem e o conforto dos usuários.
O projeto arquitetônico do novo terminal procurou aproveitar a brisa constante e a luz natural, buscando minimizar o consumo de energia com soluções artificiais. Os saguões de embarque e desembarque seriam ventilados naturalmente, com a cobertura se prolongando sobre as vias de embarque e desembarque, protegendo inteiramente os veículos e passageiros. Na frente do aeroporto foi projetado um espelho dágua que reduziria a temperatura do ar, limitando o calor gerado pelo pátio de estacionamento. Como o espelho não foi construído, quebrou-se a lógica de climatização natural do projeto. Hoje o saguão do Aeroporto foi enclausurado e teve instalado um sistema de ar condicionado.
Sérgio Roberto Parada Aeroporto Internacional Augusto Severo
Quanto a sua distribuição espacial, o edifício foi desenvolvido em quatro níveis: no térreo situam-se os saguões de embarque e desembarque, salas de restituição de bagagens, escritórios das companhias aéreas e demais áreas de apoio e de manuseio de bagagens; no pavimento técnico, situado entre o térreo e o 1º pavimento, local de acesso exclusivo dos técnicos da manutenção, estão todas as instalações de infra-estrutura, equipamentos de ar condicionado e transformadores de energia; no 1º pavimento, caracterizado como mezanino, estão abrigadas áreas para o comércio em geral e salas de embarque doméstico e internacional; e no 2º pavimento, definido como terraço panorâmico coberto, há uma pequena infra-estrutura comercial formada por bar, sorveteria, lojas e espaço cultural.
4 5 n.03 terminais de passageiros
Através da leveza da estrutura e da transparência do vidro, as pontes de embarque exploram a relação do passageiro com a paisagem local.
As ligações da estrutura de aço são bastante evidenciadas, valorizando a lógica construtiva.
ELEVAÇÃO LONGITUDINAL 10 25 50
O saguão e a via de chegada de veículos, totalmente aberto, tem suas imagens fortemente marcadas pela curvatura da cobertura e pelo desenho dos braços de aço.
O aço é um elemento visivelmente presente em toda a obra, seja nos apoios verticais da estrutura, cujas ligações foram valorizadas, seja na escada do saguão, ou mesmo nas pontes de embarque e desembarque.
Contudo, o que mais se destaca no aeroporto é a forma da sua cobertura, cujos movimentos e ondulações fazem referências ao mar e às dunas. Isso porque Natal é um centro de turismo nacional, para onde os visitantes são atraídos pela paisagem formada por elementos naturais. Cabe destacar que, a despeito do senso comum, o aço permitiu a produção de uma obra com grande plasticidade, inspirada na beleza do lugar.
Projeto: Ségio Roberto Parada Arquitetos Associados
Área construída: 15.000 m2
Aço empregado: usisac 41
Peso da estrutura: 1.200 t
Coordenação de projeto: Themag Engenharia e Gerenciamento
Projeto de estrutura: Paulo A. Brasil Barroso
Fornecedor da estrutura em aço: cidresme
Construção: Empire Tecnologia
Cliente: infraero
Local: Natal - RN
Data do projeto: 1997 / 1998
Data de conclusão da obra: 2000
1 PÁTIO DE AERONAVES
2 VIA DE EMBARQUE E DESEMBARQUE
3 SAGUÃO DE EMBARQUE
4 SAGUÃO DE DESEMBARQUE
5 CHECK-IN
6 MANUSEIO DE BAGAGENS EMBARQUE
7- RESTITUIÇÃO DE BAGAGENS DOMÉSTICA
8 RESTITUIÇÃO DE BAGAGENS DOMÉSTICA / INTERNACIONAL
9 FREE SHOP
10 - ALFÂNDEGA
11 VIA DE SERVIÇO
12 PÁTIO DE SERVIÇO
13 CENTRAL DE UTILIDADES
14 ESTACIONAMENTO
15 EDIFÍCIO DE APOIO AO TPS
6 7 n.03 terminais de passageiros
Sérgio Roberto Parada Aeroporto Internacional Augusto Severo
Sérgio Roberto Parada Aeroporto Internacional Augusto Severo
As ondulações das ondas e das areias inspiraram a sinuosidade da cobertura.
Vista da estrutura de aço do pavimento técnico durante a execução da obra.
O aproveitamento da luz e ventilação natural foi um dado que norteou todo o projeto.
ELEVAÇÃO TRANSVERSAL 10 25 50
PL ANTA TÉRREO 10 25 50 14 2 3 5 6 12 4 15 10 8 7 9 11 1 13
Sérgio Roberto Parada Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek
Com linguagem vinculada à arquitetura brasileira, o emprego do aço permite a execução da obra sem transtornos.
Após o estudo de onze alternativas, foi concluído em 1990 o projeto do Aeroporto de Brasília, adotando-se como premissa a otimização da infraestrutura existente e a execução da obra sem a interrupção operacional do terminal existente.
Em 2000, após o reinício das obras, foi necessário fazer algumas atualizações no projeto. O Estudo de Readequação requalificou o terminal, criando novas condições de conforto para o usuário. Foi incrementada a idéia do Aeroshopping, com a ocupação de toda a área da cobertura do edifício atual, bem como a sua ampliação. Nesse ambiente serão instaladas quatro salas de cinema, praça de alimentação, área para entretenimento, entre outros equipamentos.
Trata-se de um aeroporto concebido através do conceito múltiplo, formado por duas unidades satélites e um corpo central que possibilita o atracamento simultâneo de dezenove aeronaves e visa atender à demanda de oito mil passageiros/ano, até 2008.
A estrutura, concebida inicialmente em concreto, foi alterada para o uso do aço tendo em vista a agilidade e limpeza no processo construtivo, sem no entanto descaracterizar o desenho inicial da arquitetura, em que são utilizadas nas fachadas placas pré-moldadas de concreto aparente e vidro.
Projeto:
Ségio Roberto Parada Arquitetos Associados Área construída: 33.000 m2
Aço empregado: usisac 41
Peso da estrutura: 2.200 t
Coordenação de projeto: Themag Engenharia e Gerenciamento
Projeto de estrutura: Luis Gustavo G. Farah cpc Estruturas
Welder Silva de Miranda wsm Engenharia de Projetos
Fornecedor da estrutura em aço: cpc Estruturas Metálicas
Construção: Construtora Beter
Cliente:infraero
Local: Brasília - DF
Data do projeto: 2002 / 2003
Data de conclusão da obra: 2004
8 9 n.03 terminais de passageiros PL ANTA DE COBERTURA 25 50 100 200 NM CORTE 10 25 50
Sérgio Roberto Parada Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek
Um plano inclinado de vidro, suportado por treliças de aço, definem o terraço panorâmico.
Imagem na qual se observa a concepção final do novo Aeroporto.
Sérgio Roberto Parada
Aeroporto Internacional
Juscelino Kubitschek
Vistas da estrutura de aço durante as obras, cujo processo de execução não pôde interferir na continuidade dos serviços do terminal em funcionamento.
A grande cobertura de aço proposta nesta readequação foi desenhada em grandes planos curvos com apoios delgados, realçando a leveza estrutural e valorizando a dinâmica espacial desejada.
O conceito de aproveitamento máximo da luz e ventilação natural também foi utilizado nesta reformulação do projeto, reduzindo o consumo de energia.
Muniz Deusdará Arquitetos Associados
Aeroporto Internacional Pinto Martins
O novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Pinto Martins aumentou em duas vezes e meia a capacidade de atendimento, que passou para cerca de 2,5 milhões de passageiros/ano. Concebido nos modernos padrões de circulação e operação, o novo terminal exigiu obras de infra-estrutura de grande porte, como uma avenida de acesso com 4,8 quilômetros, e recebeu materiais de grande plasticidade: grandes panos de vidro, painéis de aço inox e policarbonato.
Concebido segundo um feixe de lâminas e buscando uma transparência gradual, este projeto torna-se um novo marco da paisagem.
O aeroporto localiza-se em um terreno em aclive, permitindo sua visualização a distância e propiciando um mirante natural da cidade. O programa físico foi implantado em quatro pavimentos, organizados em três lâminas, denominadas terra, serviços e ar. No térreo, dois grandes saguões de embarque e desembarque recepcionam passageiros e visitantes. O check-in é realizado na asa lateral direita, o embarque, na esquerda, e o desembarque, na porção central do aeroporto. Neste pavimento também estão as lojas, cafés, serviço de imigraçãoe sanitários. No subsolo, concentram-se os principais equipamentos do aeroporto: central de utilidades e galeria técnica. Ali aloja-se a maior parte das instalações, shafts, sanitários, rack de telefonia, e toda a manutenção e apoio da Infraero.
As curvas que caracterizam o projeto dinamizam o espaço, valorizando-o.
10 11 n.03 terminais de passageiros
NM PL ANTA PRIMEIRO PAVIMENTO 25 50 100 200
Projeto:
Luiz Deusdará
Expedito Deusdará
Área construída: 36.000 m2
Aço empregado: SAC 41
Peso da estrutura: 40 t
Coordenação de projeto: Maria Daniela de Alcântara
Arquitetos colaboradores: Mônica Trindade Schramm Ubirajara Moreti
Coordenação da obra: Rui Novais Dias
Projeto de estrutura: Paulo André Brasil Barroso
Fornecedor da estrutura em aço: alusud cidresme
Construção: Construtora Queiroz Galvão s.a.
Cliente:
infraero
Governo do Estado do Ceará
Local: Fortaleza - CE
Data do projeto:
1995 (básico)
1996 - 1998 (executivo)
Data de conclusão da obra: 1998
A estrutura de aço da cobertura dos dois saguões e do segundo pavimento, desenvolvida em malha espacial de dupla curvatura, proporciona grande rigidez estrutural e torna o espaço mais fluído e agradável. Ao mesmo tempo, intensifica a impressão de contemporaneidade estética transmitida pelo esqueleto metálico nas duas grandes bolhas laterais. Já o conector de embarque adota cobertura em arcos metálicos, revestidos de aço inox e vidro. Essa mesma linguagem, em que o aço é o elemento básico, identifica e uniformiza o projeto nas sete pontes de embarque fixas.
Nesta obra, ambiente em que os usuários são turistas em busca de lazer e descanso e na qual a precisão tecnológica é item de segurança, a arquitetura faz uso do aço de modo expressivo e racional.
12 13 n.03 terminais de passageiros
Muniz Deusdará Arquitetos Associados Aeroporto Internacional Pinto Martins
Muniz Deusdará Arquitetos Associados Aeroporto Internacional Pinto Martins
Mais do que resolver o encontro das coberturas, este detalhe lembra-nos a imagem de uma palmeira tropical.
CORTE
10 20 40 CORTE TRANSVERSAL 10 20 40
Vista panorâmica de Fortaleza, com o aeroporto Pinto Martins em primeiro plano.
LONGITUDINAL
Vistas externas do terminal de passageiros a partir da via de acesso de veículos.
Brasil Arquitetura Terminal Rodoferroviário de Santo André
Ligando tecidos urbanos fragmentados, este ‘edifício–rua’ tem no aço sua principal expressão arquitetônica.
Dentro de um programa de revitalização da zona industrial de Santo André, esta obra, que concilia vários usos – terminal de ônibus, estação ferroviária, passarela e comércio – e que se posiciona sobre um nó urbano – composto por viadutos, vias expressas e de pedestre, além de um rio canalizado –, pretende irradiar-se e oferecer, segundo palavras dos próprios arquitetos, ‘melhoria e conforto na dura cidade em que vivemos’. Dessa forma, por exemplo, foi considerada a atração natural que o espaço da passarela pode proporcionar ao comércio informal, deixando-se a previsão de pontos para a instalação dos camelôs neste ‘edifíciorua’.
14 15 n.03 terminais de passageiros
Acima e ao lado, vistas da estrutura espacial e das telhas da cobertura.
Muniz Deusdará Arquitetos Associados Aeroporto Internacional Pinto Martins
CORTE 5 10 20 PL ANTA PRIMEIRO PAVIMENTO 10 20 40 1 EMBARQUE DOMÉSTICO 2 EMBARQUE INTERNACIONAL 3 EMBARQUE INTERNACIONAL / DOMÉSTICO 4 ADMINISTRAÇÃO INFRAERO 5 PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO 6 CONECTOR 7 PONTE DE EMBARQUE / DESEMBARQUE 8 VAZIO 9 LOJA 10 VISTORIA 11 REFEITÓRIO 12 RECEPÇÃO INFRAERO 13 BANCO 14 CORREIOS 15 FREE SHOP 6 2 1 3 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 4 8 9 9 9 9 99 5 9 9 9 9 9 9 9 9 2 8 NM 14 1 10 15 10 10 12 13 11 7 9 9 9 9
Vista do saguão do terminal.
Brasil Arquitetura
Terminal Rodoferroviário de Santo André
Brasil Arquitetura Terminal Rodoferroviário de Santo André
Desenvolvido em dois níveis interligados por escadas rolantes, o terminal rodoviário tem no aço sua principal expressividade.
A área referente à estação ferroviária ainda não foi realizada.
Enquanto as colunas em concreto do saguão e áreas de embarque e desembarque confundem-se com o ambiente, a estrutura superior de aço, com vãos de 15 e 8 metros e pintada em azul, tem desenho próprio, valorizando o espaço e dandolhe ritmo e graça.
Trata-se de uma estrutura que não utilizou perfis de padrão comercial. Os elementos de aço foram fabricados especialmente para a obra, mas sem abrir mão da racionalidade construtiva. São componentes reproduzíveis e facilmente montáveis, garantindo a qualidade e a precisão da estrutura.
A passarela é como um túnel de aço que conduz e protege os usuários.
Projeto: Francisco de Paiva Fanucci
Marcelo Carvalho Ferraz
Área construída: 8.653 m2
Aço empregado: usisac 350 aço de alta resistência a corrosão
Peso da estrutura: 338 t
Coordenação de projeto: Marcos Pimentel Bicalho
Empresa Pública de Transportes de Santo André
Arquitetos colaboradores: Anderson Fabiano Freitas
Carmen Lúcia Ávila Pedro Armando de Barros Carlos Augusto Ferrata
Maurício Imenes
Projeto de estrutura: Fabio T. Oyamada
Consultoria de estrutura: Jorge Zaven Kurkdjian
Fornecedor da estrutura em aço: metasa e alusud
Construção: Projeção
Cliente:
Empresa de Transporte
Público de Santo André
Local: Santo André - SP
Data do projeto: 1998
Data de conclusão da obra: 1999
16 17 n.03 terminais de passageiros
PERSPECTIVA ESTAÇÃO CPTM
ESCADA
ELEVADOR
BILHETERIA
ADMINISTRAÇÃO FERROVIÁRIA
PL ATAFORMA CENTRAL FERROVIÁRIA 7 COMÉRCIO
ACESSO À PASSARELA 9 SANITÁRIOS 10 INFORMAÇÕES 11 GUARDA-VOLUMES PL ANTA TÉRREO 10 20 40
Os elementos de aço foram desenvolvidos exclusivamente para esta obra.
1 ESCADA ROL ANTE 2
3
4
5
6
8
Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos
Terminal Parque Dom Pedro II
Sem abrir mão da racionalidade construtiva, esta obra nos traz imagens, como a de uma ave planando, tranqüila e serena.
Paulo Mendes da Rocha e MMBB Arquitetos Terminal Parque Dom Pedro II
Projeto:
Paulo Mendes da Rocha
Angelo Bucci
Fernando de Mello Franco
Marta Moreira
Milton Braga
Área construída: 23.805,69 m2
Aço empregado: sac 41
Peso da estrutura: 293,4 t Arquitetos colaboradores:
Alexandre Hodapp
Daniel Fernandez
Luciana Itikawa
Keila Costa
Marcelo Suzuki
Composto por três plataformas de embarque e desembarque de passageiros, com acostamento de ambos os lados, este terminal de ônibus urbano totaliza um movimento diário de 500 ônibus e 120.000 passageiros.
A construção foi projetada utilizando técnicas e materiais distintos: fundações e pilares em concretos moldados in loco com vãos de 20 m, suportando uma estrutura ortogonal de aço, que por sua vez recebe uma cobertura em fibra de vidro, concebida como um lençol suspenso pela estrutura metálica. Essa solução resolve o problema das águas pluviais, que escoam em volta dos pilares por dutos protegidos por painéis também em fibra de vidro, e que servem como suporte para um sistema de comunicação visual.
Um dos aspectos positivos desse partido, industrialmente concebido, foi o tempo de execução da obra: 120 dias, um prazo bastante exíguo considerando que a área coberta supera os 9.000m².
Cabe ainda destacar o resultado plástico da obra, cuja racionalidade projetiva e simplicidade de elementos conferem uma imagem despojada bastante coerente ao fluxo intenso dos milhares de passageiros que, cotidianamente, fazem uso deste equipamento público.
Valéria Picolli
Zeuler Lima
Coordenação de projeto: Proenge Engenharia de Projetos S/C Ltda
Projeto de estrutura: Walter de Almeida Braga
Fornecedor da estrutura em aço: Açotec
Construção: Villanova Engenharia e Construções Ltda
Cliente:
São Paulo Transportes s.a.
Local: São Paulo - SP
Data do projeto: 1996
Data de conclusão da obra: 1996
18 19 n.03 terminais de passageiros
À fluidez do espaço contrapõe-se um sistema de comunicação visual. A leveza do ambiente é resultado da sobreposição da estrutura da cobertura em relação aos painéis de fibra de vidro.
A estrutura de aço da cobertura fica bastante evidenciada neste vista aérea do terminal. 1 5 10 CORTE TRANSVERSAL 5 10 20
CORTE BLOCO DE SERVIÇOS
André Sá e Francisco Mota
Estação Mussurunga
Com grande plasticidade, a cobertura metálica em sheds garante a adequação ao programa.
A Estação Mussurunga faz parte do Sistema de Transporte Urbano de Salvador, que irá se vincular ao metrô, ainda em fase de implantação. Integrando-se ao Programa de Vias Estruturantes, esta estação intermodal teve como principal desafio o binômio baixo custo e curto prazo para execução da obra.
Foram escolhidos como processo construtivo sistemas pré-moldados nos pilares e cobertura em estrutura metálica. Essa decisão permitiu o uso de grandes vãos estruturais, necessários para a perfeita operação dos complexos acessos viários que deveriam incorporar as 17 vagas exigidas nas atividades de embarque e desembarque de passageiros. A construção inclui ainda escritório para administração do terminal, posto policial, sanitários, sala para motoristas, lanchonetes e correios.
Projeto:
André Sá e Francisco Mota
Área construída: 5.200 m2
Aço empregado: sac 41
Peso da estrutura: 109,4 t
Arquitetos colaboradores: Danilo Andrade
Marcelo Zanini
Christiane Castro
Vilma Andrade
Projeto de Estrutura: Sistema Consultoria e Projeto Ltda
Fornecedor da estrutura em aço: Lemos Metalúrgica Ltda.
Construção: Construtora Norberto
Odebrecht
Cliente:
Secretaria de Transportes de Salvador
Local: Salvador - BA
Data do projeto: 1999
Data de conclusão da obra: 2000
Foram utilizados pilares e vigas calhas em concreto. A cobertura em forma de ‘Shed’ foi desenvolvida em estrutura metálica treliçada em aço de maior resistência à corrosão, cujas formas curvas não só respondem a questões funcionais, como também imprimem uma desejada plasticidade. As telhas isotérmicas são do tipo sanduíche com lã de vidro, pintadas na cor branca na parte interna, para maior claridade, e azul na parte externa, dentro do esquema cromático de fachada.
20 21 n.03 terminais de passageiros
André Sá e Francisco Mota Estação Mussurunga
Respectivamente, vistas externa e interna da estação.
Detalhe da cobertura em shed.
10 20 40 CORTE TRANSVERSAL 10 20 40
Os arcos das treliças definem o perfil da construção. PL ANTA BAIXA
Una Arquitetos
Terminal Pirituba
A busca pela transparência e o uso de pilares que nos lembram árvores marcam a imagem desta obra.
Dimensionado para receber 100.000 passageiros por dia, este terminal foi projetado com três plataformas de paragem de ônibus, em duas ilhas de diferentes larguras. Cada plataforma possui sua área correspondente coberta, mas a estrutura funciona como uma grande cobertura de 173 metros de comprimento, articulada nas passagens de pedestres. Sob a cobertura mais larga, foram dispostos os blocos de serviços com sanitários, bancos, hidrantes, bebedouros, telefones e comunicação visual.
Tais construções, no centro da plataforma, fazem o contraventamento da estrutura de aço que cobre toda a área do terminal. A cobertura, com sua estrutura ortogonal de aço, tem suas cargas transmitidas aos pilares de concreto por meio de braços metálicos inclinados que se encontram num único ponto, tal qual uma árvore.
São dois os acessos dos usuários. O primeiro, em nível inferior e conectado com a vizinha estação de trens me-
Arquitetos Terminal Pirituba
Projeto: Cristiane Muniz
Fernando Viégas
Fábio Valentim
Fernanda Barbara
Área construída:
5.763,43 m2
Aço empregado: USISAC 300
Peso da estrutura: 260 t
Arquitetos colaboradores: André Ciampi
Clóvis Cunha
Felipe Noto
Gustavo Pimentel
Márcio Wanderley
Coordenação de projeto: Cláudio Macedo
Projeto de estrutura: Alberto Hamazaki
Fornecedor da estrutura em aço: Projecta
Construção:
Construtora Beter
Cliente: SPTrans
Local: São Paulo - SP
Data do projeto: 2002
Data de conclusão da obra: 2003
tropolitanos, baliza a entrada por meio de uma pequena construção que abriga as bilheterias. O segundo acesso, em cota mais alta, dá-se através de uma ponte metálica, junto à pista viária elevada. Além disso, concentra as atividades administrativas em dois pavimentos, corrigindo o desnível entre avenida e plataformas. Ainda com relação à implantação, e com o intuito de diminuir a interferência no trânsito local e aproveitando a única rua em nível com o terreno, localizou-se a entrada de veículos na cota mais baixa do terreno.
Quanto ao partido adotado, procurou-se não configurar um volume fechado, permitindo que a construção se insira com delicadeza na paisagem urbana. A permeabilidade visual, nesse caso, funciona como fator de orientação e segurança do usuário, e estabelece uma relação de continuidade com o entorno. A transparência pretendida é obtida pelos recortes na cobertura, responsáveis pela entrada de luz e dispersão dos gases, e pelos grandes vãos desenhados pela estrutura espacial dos apoios.
22 23 n.03 terminais de passageiros PL ANTA 10 20 40 NM
Una
Vista aérea – relação do terminal com a paisagem de Pirituba: viaduto, linha-férrea e a colina do Hospital Pinel.
Vista do conjunto, contendo o edifício administrativo e a cobertura das plataformas.
10 20 40
O pilar, tal qual uma árvore. ELEVAÇÃO
João Walter Toscano
Terminal Princesa Isabel
Uma praça coberta integrada à paisagem circundante define o caráter deste terminal urbano.
RUFO DE CHAPA GALVANIZADA PINTADA TELHA TRAPEZOIDAL DE AÇO PINTADO TRELIÇA
CALHA DE CHAPA GALVANIZADA PINTADA VIGA 'I'
O terminal de ônibus Princesa Isabel está localizado numa região com extensa vegetação arbustiva e que abriga elementos históricos como o Palácio dos Campos Elíseos, antiga sede do governo paulista, e o monumento a Duque de Caxias, do escultor Victor Brecheret. Tal situação motivou a solução em duas alas cobertas divididas por um pátio de transição, cujas árvores harmonizam o ambiente sem comprometer a unidade do conjunto.
Com uma modulação de 22 metros de vão entre pilares, e com uma área coberta de 6.200 m², a construção foi totalmente estruturada em aço: pilares tubulares com capitéis que valorizam o encontro com as vigas longitudinais ‘I’ de alma cheia que, por sua vez, recebem as vigas treliçadas transversais. Com a intenção de destacar a estrutura, as vigas longitudinais receberam uma pintura amarela bastante vibrante, marcando a inserção da obra na
DETALHE PIL AR COBERTURA
Projeto: João Walter Toscano
Odiléa Helena Setti Toscano
Área construída: 6.200 m2
Aço empregado: astm a36 Peso da estrutura: 180 t
Coordenação de projeto: SEP Engenharia e Projeto S/C Ltda
Arquitetos colaboradores: Massayoshi Kamimura Guilherme Toscano
Projeto de Estrutura: SEP - Engenharia e Planejamento S/C Ltda
Fornecedor da estrutura em aço: Pierre Saby s.a.
Construção: Consladel Construtora e Laços Detentores e Eletrônica Ltda
Cliente: SP Trans
Local: Campos Elíseos - SP
Data do projeto: 1996
Data de conclusão da obra: 1997
paisagem A cobertura utiliza telhas e calhas em aço, com lanternins para iluminação zenital em policarbonato.
No que se refere à organização dos espaços, um volume baixo, com bilheterias e bloqueios, posiciona-se no acesso principal junto à área arborizada. Essa solução permitiu sua integração ao conjunto sem comprometimento de sua independência espacial.
25 n.03 terminais de passageiros
A racionalidade da estrutura se nota através do despojamento dos elementos construtivos que conformam o espaço.
Vista aérea do terminal, onde se vê o contraste dele com a arborização pré-existente.
Através de um desenho simples, o encontro do pilar com a viga é valorizado.
PEÇA
DE APOIO PIL AR DE AÇO PINTADO
CORTE TRANVERSAL 2,5 5 10
4 SAL AS OPERACIONAIS 5 PL ATAFORMA DE EMBARQUE PL ANTA TÉRREO 10 20 40 RU A HEL VÉTIA AL AMEDA GLETE AVENIDA RIO BRANCO NM 5 5 55 2 3 4
João Walter Toscano Terminal Princesa Isabel
ILUMINAÇÃO ZENITAL
1 - BILHETERIA 2 - BLOQUEIOS 3 SANITÁRIOS
João Walter Toscano
Estação Dom Bosco (Pêssego)
Uma cruz de estrutura mista, esta estação impõe uma nova dinâmica urbana e transforma a paisagem.
João Walter Toscano Estação Dom Bosco (Pêssego)
Se em planta a construção adota a cruz como partido arquitetônico, o corpo tubular da gare em sua extensão horizontal longitudinal lembra os modernos trens-bala. E para que a idéia de movimento inerente ao trem estivesse presente, a transição exterior-interior se faz através de arcos de aço, três deles decrescentes e justapostos à gare, e outros quatro arcos que, ao se afastarem do corpo da estação, marcam as áreas das plataformas descobertas.
Internamente, o tubo de aço define o espaço coberto das plataformas de embarque e desembarque ao longo da linha dos trens. Os arcos que definem esse espaço
formam na verdade uma abóbada preenchida por telhas metálicas, exceto no ponto de acesso às plataformas, onde foram usados vidros laminados. Pintados em vermelho, os elementos de aço acabam sobressaindo do contexto geral.
Localizada sobre um vale, onde inicialmente havia um córrego e hoje há uma via expressa, ao redor do qual desenvolveu-se uma ocupação urbana, a construção cumpre ainda o papel de passarela de pedestres, ligando as duas encostas do vale. Nos extremos das passarelas, que correm paralelas ao corpo da estação, localizam-se dois terminais de ônibus.
Finalmente, quanto à solução estrutural, adotou-se solução mista, cujos apoios, plataformas, vias e as ‘asas’ transversais são em concreto protendido, e por sua vez recebem a estrutura da cobertura, constituída pelos arcos de aço.
Projeto: João Walter Toscano
Odiléa H. Setti Toscano
Área construída: 7.282 m2
Aço empregado: astm a36 Peso da estrutura: 140 t
Arquiteto colaborador: Massayoshi Kamimura
Projeto de estrutura: Promon Engenharia
Fornecedor da estrutura em aço: alusud
Construção:
Constran
Cliente:
cptm - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Local: São Paulo - SP
Data do projeto: 1996
Data de conclusão da obra: 1999
26 27 n.03 terminais de passageiros 1 1 6 8 1 1 2 2 3 3 6 5 5 1 PL ATAFORMA 2 ELEVADOR DEFICIENTE FÍSICO 3 DEPÓSITO LIXO 4 PL ATAFORMA DESCOBERTA 5 PASSAGEM EMERGÊNCIA 6 CALHA PARA PASSADIÇO 7 PASSAREL A 8 RAMPA PL ANTA PAVIMENTO PL ATAFORMA 10 20 40 LINHADOTERRENO NM RUAAUGUSTOSEKER RUASABBADOD'ÂNGELO AVENIDAJACU-PÊSSEGO CANAL AVENIDAJACU-PÊSSEGO RUAITALINA 5 5 MEZANINO CORTE TRANVERSAL MEZANINO E PL ATAFORMA 5 10 20 PASSAREL ESTRUTURA EM CONCRETO PROTENDIDO VIDRO L AMINADO TRIPLO TRANSPARENTE ARQUEADO ESTRUTURA METÁLIC A ARQUEADA ESTRUTURA METÁLIC A TELHA TÉRMIC A PL ATAFORMA
Vista aérea da estação: uma cruz formada por um tubo longitudinal de aço transpassado por um prisma retangular.
Vista da plataforma com destaque para os arcos semicirculares de aço.
A inserção da estação na paisagem evidencia sua importância como obra pública.
Monorail Barrashopping
Obra pioneira facilita o acesso ao estacionamento dos usuários de centro comercial.
Localizado no Rio de Janeiro, o Barra Shopping é o maior shopping center da América Latina. Em função da distâncias a serem percorridas no estacionamento foi desenvolvido um sistema de transporte em monotrilho, composto de três estações situadas ao redor do Shopping. Uma das premissas era que as estações fossem trabalhadas como esculturas diferenciadas, uma espécie de ápice que marca a chegada ou partida dos passageiros. Em cada estação foi adotada uma solução distinta. A estação amarela (da Lagoa) é um tubo que se constitui de arcos metálicos, conectados na parte superior e contraventados por três vigas esbeltas de aço, uma central e duas vigas calhas, que sustentam toda a cobertura de alumínio e policarbonato. As outras duas estações, a vermelha e a azul, são anexas ao edifício do Shopping.
Projeto:
Siegbert Zanettini
Edward Mikulsky
Área construída: 1.455,25 m2
Aço empregado: a 36
Peso da estrutura: 320 t
Arquiteta colaboradora: Vanessa de Oliveira
Coordenação de projeto: Érika Di Giaimo Bataglia
Projeto de Estrutura: Jorge Zaven Kurkdjian
Exacta Estruturas Metálicas
Fornecedor da estrutura em aço: Exacta Estruturas Metálicas
Construção: Multiplan Planejamento, Participações e Administração S.A
Cliente:
embraplan - Empresa Brasileira de Planejamento
Local: Rio de Janeiro - RJ
Data do projeto: 1995
Data de conclusão da obra: 1996
O trem, fornecido pela empresa suíça Intamin Leisure, tem 27,8 m de comprimento e circula a uma altura aproximada de 5,5m acima do nível do terreno, num percurso de 1,5 km. O uso das estruturas de aço foi ao encontro da exigência da empresa fornecedora do sistema, visando a uma precisão dimensional que atendesse aos gabaritos e cotas de nível, além da conexão com a estrutura convencional pré-existente do Shopping.
29 n.03 terminais de passageiros
Siegbert Zanettini e Edward Mikulsky
Siegbert Zanettini e Edward Mikulsky Monorail Barrashopping
5 10 15 PL ANTA
5 10 20 CORTE
1 2,5 5
Vista do espaço interno da estação do monotrilho. A estação amarela tem nos pares de arcos oblíquos seu destaque.
CORTE LONGITUDINAL
DE COBERTURA
TRANVERSAL
Luís Carlos Esteves
Linha 5 - Metrô de São Paulo: Estações Elevadas
Rapidez, eficiência, segurança e conforto dos passageiros foram os requisitos que nortearam os projetos destas estações para um sistema de transporte público de alta capacidade.
Construída pela cptm e operada pelo Metrô de São Paulo, esta 1ª Etapa é formada por estações que atendem à região sul da cidade.
As estações são formadas por um conjunto de unidades autônomas de volumetria simples, facilmente identificáveis. O esquema de circulações, bastante objetivo, resultou em estações bastante compactas, mas com espaços de circulação dimensionados com muito conforto. Esses fatores proporcionaram economia na construção e eficiência no uso do espaço. O acesso, salas operacionais e salas técnicas estão implantadas no térreo, formando dois blocos soltos, sob as plataformas. As plataformas estão apoiadas em vigas de aço de seção I com
Projeto: Luís Carlos Esteves
Harza Hidrobrasileira
Área construída:
Capão Redondo: 6.000 m2
Campo Limpo: 5.800 m2
Vila das Belezas: 5.800 m2
Aço empregado: astm a36
Peso da estrutura:
Capão Redondo: 340 t
Campo Limpo: 340 t
Vila das Belezas: 340 t
Arquitetos colaboradores:
Jossei Issa
Equipe Técnica CPTM:
José Augusto Bicalho
Renato Penna de Mendonça
Fernando Buarque Gusmão
Jaime Jorge Bechara
Clayton Alfredo Nigro
Projeto de Estrutura:
Ernesto Tarnoczy
Fornecedor da estrutura em aço: Açotec
Construção - Obra bruta: Maubertec, Promon, Constran, Andrade Gutierrez, OAS, Enescil/Jean Muller, Camargo Côrrea
Construção - Acabamento: Planservi/MK/Seebla, Varca/ Scatena, Camargo Côrrea, Setepla/Toscano, EIT/Toniolo/ Sutelpa
Cliente:
stm - Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo
cptm - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Local: São Paulo - SP
Data do projeto: 1993
Data de conclusão da obra: 2002
Luís Carlos Esteves
Linha 5 - Metrô de São Paulo: Estações Elevadas
34,00 m de comprimento, apoiadas na mesma mesoestrutura do elevado, mas desvinculadas deste para evitar a transmissão de vibrações decorrentes da passagem dos trens. Sobre estas duas vigas foram montadas lajes pré-moldadas de concreto, formando o piso das plataformas. Sob a laje do piso e entre as duas vigas, foi criada uma galeria técnica, com grades metálicas de piso apoiadas sobre as mesas inferiores das vigas
I. A estrutura da cobertura e fechamento das plataformas é feita em pórticos de aço fixados às vigas I longitudinais de 34,00 m.
As Plataformas dispõem de aberturas contínuas no piso, recobertas por grelhas de aço junto ao fechamento lateral, e no eixo central da cobertura, permitindo boa ventilação destas áreas.
Visualmente, contudo, é a imagem metafórica da estação como se fosse um trem que é o aspecto mais marcante. Inseridos na paisagem, estes tubos de aço – isto é, as plataformas elevadas – respondem adequadamente ao papel social deste tipo de obra pública em função de sua representatividade, e sem abrir mão das questões funcionais e técnicas.
Vista interna da plataforma da Estação Campo Limpo.
30 n.03 terminais de passageiros
Vista superior da estação Vila das Belezas, com destaque para a cobertura semi-tubular de aço.
ELEVAÇÃO TÍPICA: ESTAÇÕES CAPÃO REDONDO, CAMPO LIMPO E VIL A DAS BELEZAS
CORTE TRANVERSAL ESTAÇÃO CAPÃO REDONDO
Acima, vista externa da estação Capão Redondo, onde se nota o contraste entre a dureza do concreto e a leveza do aço.
Luís Carlos Esteves Linha C de Trens Urbanos de São Paulo
Áreas reduzidas em contexto urbano impuseram uma construção industrializada, com identidade visual marcante.
O projeto de dinamização da Linha C da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos - CPTM corresponde a um trecho localizado ao longo do rio Pinheiros, onde foram implantadas 7 novas estações: HebraicaRebouças, Cidade Jardim, Vila Olímpia, Berrini, Morumbi, Granja Julieta e Socorro, ligando a região Metropolitana de São Paulo de oeste a sul.
A construção dessas novas estações em áreas bastante reduzidas e numa linha em operação indicava o uso de elementos pré-fabricados. Além disso, a implantação pedia estruturas leves, vazadas, de presença discreta, porém significativa. Essas condicionantes vieram apenas reforçar a opção pelo uso do aço.
Projeto:
Luís Carlos Esteves
Harza Hidrobrasileira
Área construída:
Cidade Jardim: 2.900 m2
Vila Olímpia: 2.900 m2
Berrini: 2.900 m2
Morumbi: 2.900 m2
Granja Julieta: 2.900 m2
Socorro: 3.400 m2
Hebraica Rebouças: 2.900 m2
Aço empregado: astm a36
Peso da estrutura:
Cidade Jardim: 226 t
Vila Olímpia: 226 t
Berrini: 226 t
Morumbi: 226 t
Granja Julieta: 226 t
Socorro: 240 t
Hebraica Rebouças: 226 t
Arquiteto colaborador: Jossei Issa
Projeto de estrutura: Cristina Pieber
Fornecedor da estrutura em aço: Projecta
Açotec
Construção: Estra, Constran, Etep, Dumez, gtm, Vetec, Estacon
Cliente:
stm - Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo
cptm - Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Local: São Paulo - SP
Data do projeto: 1994
Data de conclusão da obra: 2000
Uma das principais premissas do projeto foi a adoção de uma unidade formal no conjunto das estações que proporcionasse identidade à linha.
As principais diferenças resultam da capacidade de atendimento, da forma de implantação e da necessidade de identificação de cada uma delas.
As estações são formadas por três unidades: edifício de acesso, passarela e plataforma.
O edifício de acesso, agrupa no térreo a área de bilheterias e bloqueios e o conjunto de salas técnicas. No nível superior estão localizadas as salas operacionais e sanitários públicos. Toda a estrutura do edifício é em aço, com pilares e vigas de seção I.
Uma passarela, com seção elíptica, faz a ligação entre o edifício de acesso e as escadas que levam à plataforma de embarque.
Linha
Urbanos de São Paulo
Nesta vista áerea da estação Socorro se pode perceber o conjunto formado pelo edifício de acesso, no alto, passarela e plataforma, à direita na margem do rio.
32 33 n.03 terminais de passageiros
Luís Carlos Esteves
C de Trens
Vista interna do encontro da passarela com o módulo das plataformas.
Vista do trecho da plataforma da estação Granja Julieta, cuja imagem é valorizada pela reflexão da água.
ELEVAÇÃO L ATERAL ESTAÇÃO SOCORRO
AVENIDA NAÇÕES UNIDAS IMPL ANTAÇÃO ESTAÇÃO BERRINI
AVENIDA DAS NAÇÕES UNIDAS
NM
RIO PINHEIROS
Linha C de Trens
Urbanos de São Paulo
www.cbca-ibs.org.br
email: cbca@ibs.org.br
realização: apoio:
produção:
www.ufes.br/~nexem/
Sua estrutura é formada por uma viga-caixão em aço até o nível do piso. A estrutura elíptica se completa com pórticos em perfis de seção I. Seu recobrimento é feito em chapas lisas metálicas com isolamento térmico e as laterais são vedadas com chapas de aço perfuradas.
A plataforma, que ocupa pequena faixa entre o rio Pinheiros e a avenida das Nações Unidas, foi executada com elementos prémoldados de concreto e cobertura em estrutura e telhas de aço. Nas escadas que levam à plataforma, arcos em perfis tubulares de aço servem de apoio à estrutura de cobertura. As telhas pintadas de branco realçam a leveza do conjunto.
fotos:
capa: Tarcísio Bahia
p. 4: Tarcísio Bahia / Ricardo Junqueira
p. 5: Tarcísio Bahia
p. 6: Paulo André Brasil / Tarcísio Bahia
p. 7: Tarcísio Bahia
p. 8, 9 e 10: Acervo do escritório
p. 11 e 12: José Albano
p. 13: Roberto Inaba
p. 14: José Albano
p. 15 e 16: Nelson Kon
p. 17: Cícero Ferraz Cruz
p. 18 e 19: Nelson Kon
p. 20 e 21: Danilo Andrade
p. 22 e 23: Bebeto Viegas
p. 24 e 25: Cristiano Mascaro
p. 26: Altavisão Imagens Aéreas
p. 27: Cristiano Mascaro
p. 28 e 29: Acervo do escritório
p. 30, 31 e 33: Blair Alden
p. 33 e 34: Tarcísio Bahia / Blair Alden
impressão:
Gráfica GSA
www.ibs.org.br
material para publicação:
Contribuições para as próximas edições poderão ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de Arquitetura & Aço. Entretanto não nos comprometemos com a sua publicação. O material enviado deverá ser acompanhado de uma autorização para sua publicação nesta revista ou no site do CBCA, em versão eletrônica. Todo o material será arquivado e caso seja possível publicá-lo o autor será comunicado.
Devem ser enviadas as seguintes informações: desenhos técnicos do projeto, fotos impressas da obra, local, cliente, datas de projeto e construção, engenheiro calculista da estrutura, além de endereço, telefone e email do remetente.
endereço para postagem:
Revista Arquitetura e Aço - CBCA Av. Rio Branco, 181 - 28º andar 20040-007 Rio de Janeiro RJ
próximo número:
Shopping Centers e Centros Comerciais
É permitida a reprodução total dos textos, desde que mencionada sua procedência.
É proibida a reprodução das fotos e desenhos, exceto mediante expressa autorização do autor.
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Luís Carlos Esteves
A estação Morumbi, apresentando o encontro dos volumes da passarela com a o da plataforma.
ELEVAÇÃO PL ATAFORMA ESTAÇÃO SOCORRO
Pilares e vigas tubulares suportam a cobertura curva do módulo das plataformas.
cbca@ibs.org.br ISSN 1678-1120 9771678112326 03
http://www.cbca-ibs.org.br