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Siegbert Zanettini Escola Panamericana de Arte

Uma pirâmide, dois túneis-ponte, cores puras, transparências: impressões que saltam aos olhos nessa imponente escola de arte.

A proposta estética, tecnológica e espacial – em que a transparência e o arrojo são elementos fundamentais – se materializa aqui através do aço e do vidro. O projeto inova ao propor um edifício inteiramente transparente, do 3º subsolo ao 4º pavimento, o que propicia a integração tanto entre os ambientes internos quanto entre o edifício e a cidade, bem como o recuo deste em relação aos limites do terreno, que permite a ventilação e iluminação naturais até o 3º subsolo, reduzindo os gastos com energia. Finalmente, a união entre arquitetura e design, em todas as fases do projeto, resulta na criação de um espaço coerente com o conceito de ensino da Escola.

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Se esses são os principais pontos norteadores da nova EPA, o edifício oferece ainda outros aspectos a partir de um contato mais direto. Construída com blocos de concreto celular e revestida com placas de alumínio, a caixa de circulação vertical é o único elemento opaco do prédio, o que além de marcar a esquina também conforma um brise juntamente com a escada externa e o bloco de sanitários. A posição da circulação horizontal e das fachadas envidraçadas (que aproveita os prédios vizinhos como anteparo) também protege os ateliês do sol direto. As janelas permitem ventilação cruzada, reduzindo a necessidade de ar condicionado e iluminação artificial.

Vista geral da EPA, com a caixa opaca marcando a esquina e interpondo-se aos volumes do túnel de acesso, da escada e dos transparentes espaços internos de atividades.

Local: São Paulo - SP

Arquiteto: Siegbert Zanettini

Data do projeto: 1997

Data de conclusão da obra: 1998

Área construída: 5.326,70 m2

Arquitetos colaboradores: Érika Di Giaimo Bataglia

Vanessa Soares Ludescher

Estagiários: Juliana Ting

Sandro Rogério Machado

Projeto de Estrutura: Jorge Zaven Kurkdjian

Fabricação e montagem da estrutura em aço: Pierre Saby S A

Aço empregado: aço estrutural com maior resistência a temperaturas

Construção:

Construtora Dumez

GTM S A

Cliente: Enrique Lipszyc

1- SAÍDA DE VEÍCULOS

2 - RAMPA PARA VEÍCULOS

3 - TERRAÇO DESCOBERTO

4 - ENTRADA DE VEÍCULOS

5 - RAMPA PARA PEDESTRES

Já o acesso se faz por dois túneis-ponte metálicos sobre o fosso perimetral, conduzindo os usuários a um espaço de transparência: as divisórias internas de vidro permitem a quem circula nos vários pavimentos observar o que acontece nos ateliês, contribuindo para uma desejada integração acadêmica.

Quanto aos aspectos técnico-construtivos, a estrutura em aço associada a componentes racionalizados viabilizou a conclusão da obra em 11 meses. Neste sentido, pode-se ainda destacar outras questões, como o contravento externo que, garantindo estabilidade, define as fachadas do volume transparente e viabiliza uma estrutura mais esbelta, com pilares de seção 300 x 300 mm e vigas de 200 x 400 mm. No caso das escadas e túneis de acesso para pedestres, usaram-se chapas de aço de 6,3 e 12,5 mm. A estrutura foi inteiramente executada com um aço com maior resistência ao fogo. Outro destaque é o nível de detalhamento da construção, onde arquitetura e design não só interagem a favor do conjunto espacial, mas tornam-se uma estrutura unívoca na qual os elementos de mobiliário e de comunicação visual foram desenvolvidos conjuntamente com o edifício. Nesse sentido, o aço além de sugerir uma imagem de precisão e eficiência industrial, concilia arte e técnica, forma e expressão.

Por fim, vale a pena fazer menção aos contrastes insinuados pela arquitetura, seja através do cromatismo – vermelho nos túneis-ponte, amarelo nas escadas, azul nos detalhes –, seja pela forma –o tubo horizontal de acesso que se contrapõe à pirâmide metálica verticalizada que conduz o olhar obliquamente ao longo da perspectiva do edifício.

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