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Escola Guignard

Singelo, simples. Ao mesmo tempo elegante, harmonioso com o meio, sempre em estado de contemplação com a paisagem: uma justa homenagem ao artista Guignard.

Em constante diálogo com as escalas imediatas e abrangentes da paisagem, o edifício da Escola Guignard buscou conciliar sua natural vocação em estimular a criatividade com as características sensoriais do local. Se por um lado a construção integra-se com a serra do Curral, tornando-se parte da paisagem, por outro abre-se ao ‘belo horizonte’ da cidade que se tem diante de si. Portanto, mais do que a curiosidade que motivava o uso de um material intrínseco e onipresente à realidade mineira, havia ainda uma associação de idéias: aproximar o discurso arquitetônico, através da construção em aço, dos vãos livres, da transparência, à experimentação que se faz no processo de criação artística.

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Fisicamente o edifício articula-se em dois blocos concêntricos e em níveis distintos que organizam duas categorias de espaço: um fechado e outro aberto. O primeiro se refere aos ambientes internos, enquanto o segundo atua como praça ou anfiteatro central aberto para as ruas e para a cidade: uma referência a uma arte de caráter público tal qual as aulas que o pintor Guignard proferia nas praças

Gustavo Penna Escola Guignard

de Belo Horizonte décadas antes. De qualquer modo, mesmo os ambientes fechados que compõem a massa edificada, tampouco são totalmente cerrados, pois vários são os espaços onde o vidro permite uma estreita comunicação visual entre o interior e o exterior.

Se o vidro é um dos materiais que conferem tal imagem ao edifício, não resta dúvida que muito também se deve ao aço patinável utilizado em toda a construção. Neste caso, é interessante notar que sua coloração ferruginosa aproxima a edificação do pano de fundo da montanha mineira, uma vez que a serra do Curral apresenta o mesmo tom cromático mineral. Trata-se de um procedimento tão adequado quanto estratégico: em Minas, o aço assume uma condição emblemática: ‘LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN’.

Local:

Belo Horizonte

Projeto:

Gustavo Penna

Data do projeto: 1989 - 1990

Data de conclusão da obra: 1994

Área construída: 7.500 m2

Arquitetos colaboradores:

Adalgisa L. Mesquita

Afonso Walace Oliveira

Délio M. B. Cardoso

João Batista de Assis

Fernando Arruda Guillen

Norberto Bambozzi

Osmar Fonseca Barros

Cálculo da estrutura em aço: Leme Engenharia

Fabricação e montagem da estrutura em aço:

TMIL Tecnologia de Montagem Industrial

Aço empregado: aço patinável

Construção:

Tacplan Engenharia Ltda.

Cliente: Diretoria de Obras Especiais do DEOP MG

Samuel Kruchin

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