Jornal Sul RS - Edição 07

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Notícias e Negócios

Circulação: Rio Grande e São José do Norte ANO I - Nº 7

JUNHO DE 2017

CIRCULAÇÃO DIRIGIDA

A polêmica do fundador da cidade

DOM RICARDO HOEPERS:

“Temos de aprender a viver com outras religiões”

PÁGINA 13 CUSTOS E PRAZO DE ENTREGA DAS PLATAFORMAS:

Sinaval rebate Petrobras

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Reativada a ligação com Santa Isabel

Prefeitura e empresário viabilizam ligação com Arroio Grande e Jaguarão

Nova rodoviária deverá funcionar em 45 dias O projeto da nova estação rodoviária do Rio Grande, que está sendo construída na Junção pela concessionária, encontra-se na fase final de acabamento e em até 45 dias deverá entrar em funcionamento. A previsão é do secretário de município de Mobilidade Urbana e Acessibilidade, Júlio Martins, que esclarece: “A concessionária é que irá organizar o funcionamento da rodoviária e terá esquema de segurança próprio. Caberá à SMMUA a questão do transporte de ônibus do centro da cidade até a rodoviária e os táxis”. Conforme Martins, “a Secretaria de Infraestrutura já providenciou que a entrada será pelo lado do posto de gasolina. Os ônibus irão sair e entrar pela ERS 734, Quando saem, pegam a direita da rodovia. Na volta, eles vão até a rótula da Integração e fazem o retorno em direção à rodoviária”. A SMMUA estuda a colocação de ônibus municipal para fazer o transporte dos passageiros da rodoviária ao centro da cidade (praça Tamandaré) e vice-versa. O novo terminal terá ponto de táxi e os veículos poderão ser os que atuam na atual rodoviária, mas ainda

não está definido. Indagado sobre a localização da nova rodoviária, Júlio Martins concorda. “Do ponto de vista de que a Junção é o centro do município a localização é positiva, embora hoje a parte de infraestrutura não seja a melhor. A rodoviária de Pelotas, quando construída, praticamente ficava no meio de um banhado e foi melhorando a infraestrutura. A nossa não tem banhado e no andar da carruagem vai sendo melhorada a infraestrutura. Depende também do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem), liberar o acesso à ERS, pois não temos acesso

livre e dependemos sempre do licenciamento deles”. Sobre o deslocamento do centro da cidade até a nova rodoviária, o titular da SMMUA observa: “Antes quem morava no bairro fazia esse trajeto. É uma inversão. Situada no centro, a rodoviária favorecia os moradores do centro. A localização foi determinada pela empresa concessionária e nosso papel será colocar transporte para todos até a meia noite. Como se trata de uma experiência nova poderemos fazer alguns ajustes posteriormente, inclusive poderemos também utilizar o ônibus Corujão, caso seja necessário”.

Secretário Júlio Martins

Santa Isabel é uma localidade no interior do município de Arroio Grande, que fica na margem do canal São Gonçalo, fazendo limite com Rio Grande. Para chegar lá, o rio-grandino deverá ir pela BR471 (Quinta-Chuí) e ingressar numa estrada de chão batido com 17 quilômetros até o São Gonçalo. Lá pega uma balsa que faz a travessia até o vizinho município. De Santa Isabel são cerca de 27 quilômetros até Arroio Grande. Ela diminui em 50 quilômetros a ligação entre Rio Grande e Jaguarão, evitando que se tenha a ir até Pelotas. A estrada ainda não foi asfaltada e até poucos meses a balsa responsável pela travessia estava desativada. Graças a uma iniciativa do empresário rio-grandino Leandro Oliveira

e o apoio do prefeito Alexandre Lindenmeyer, já é possível ir à Jaguarão e àquela região por Santa Isabel. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) também entrou na parceria destinando o saibro para a manutenção da estrada, que é colocado pela Prefeitura do Rio Grande, enquanto o empresário entra com seu maquinário (uma retro e uma motoniveladora) e é o responsável pela operação da balsa na travessia. Portanto, hoje Santa Isabel conta com a balsa em operação e a manutenção da estrada é feita constantemente. Cabe salientar que, do Rio Grande até o canal São Gonçalo, existem quatro pontes de concreto, sendo que, em uma delas, também foi recuperada a cabeceira da pista

graças à parceria entre a Prefeitura e o empresário. “Enquanto a viagem entre Jaguarão e Rio Grande tem cerca de 200 quilômetros, passando por Pelotas, através de Santa Isabel são 150 quilômetros (economia de 100 quilômetros ida e volta) e menos dois pedágios. Trabalhamos dia e noite para manter a estrada, que está um ‘tapete’ e só o movimento ainda não está como gostaríamos, mas com divulgação ele deverá aumentar. Refizemos toda a estrada, a balsa é nova e temos uma câmera que acompanha a balsa 24 horas. Também estamos estudando uma melhor estrutura para os caminhoneiros poderem dormir em Santa Isabel, caso queiram”, diz Oliveira.

Nosso homem forte no Piratini

Fábio Branco é o braço direito do Governador Sartori Rio Grande nunca teve um governador de estado, nem vice. O cargo mais representativo ocupado por rio-grandinos em nível estadual foi a presidência da Assembleia Legislativa. Foram eles os deputados Carlos Santos (MDB), na década de 1960, e Valdomiro Rocha Lima (PDT), no anos 1980, que eventualmente assumiram a Chefia do Executivo gaúcho. Agora o ex-prefeito Fábio Branco, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento

Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado (SDECT), assumiu dia 3 de maio a chefia da Casa Civil do Palácio Piratini. Por atuar ao lado do governador José Ivo Sartori, Branco está sendo considerado um dos homens fortes do governo e que terá missões delicadas, como a de buscar, na Assembleia Legislativa, aprovação dos projetos que integram o pacote de ajuste fiscal, como a polêmica Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que acaba com

a necessidade de plebiscito para a privatização de empresas estatais. Desde o início do atual governo estadual se dizia que o governador Sartori era só elogios ao seu titular da SDECT. O prestígio do político rio-grandino se confirma com a nomeação para a Casa Civil. Como representante da região, Fábio Branco será de grande importância para o atendimento às demandas da Zona Sul, que ele tanto conhece.


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Associações de bairros

E o povo, como fica?

Há uns bons anos o movimento comunitário no Rio Grande mostrava-se forte. Somente as associações de moradores eram mais de 70. Hoje, pouco se sabe da movimentação das entidades que ainda encontram-se em atividade. Para congregá-las temos a União Rio-Grandina de Associações de Bairros (Urab), fundada pelo ex-vereador Walmir Romeu Bicca, que sempre lutou com dificuldades, mas que teve gestões muito produtivas para a população da periferia. Lamentavelmente, muitas associações misturaram o movimento comunitário com a política e acabaram ficando desacreditadas. A própria Fracab, entidade que congregou o movimento comunitário em nível estadual, com sede em Porto Alegre, sumiu da mídia e provavelmente não exista mais. Quando atuante, o então presidente Paulo Berdet dizia: “Somos inimigos de nós mesmos. As vaidades e as disputas são a grande dificuldade na organização e, também, a falta de conhecimento do que é movimento comunitário”. Em nosso entendimento, os presidentes das associações podem e até devem participar da política, mas colocar acima de tudo o interesse de sua comunidade e não criticar por criticar o Executivo Municipal, nem se dobrar para tudo o que o Executivo deseja. O principal para liderar uma associação de moradores é saber ouvir os anseios de sua comunidade e encaminhar as reivindicações aos setores competentes. Promover ações para integração dos moradores, nem que seja uma simples mateada, campanhas de conscientização sobre recolhimento do lixo, drogas, questões ambientais e outros. Seria muito bom que o movimento comunitário voltasse a se fortalecer. Havendo um trabalho sério seria de grande utilidade até mesmo para o governo municipal, pois a crítica construtiva sempre é bem vinda, pensamos nós. E quanto mais unida estiver a comunidade, mais ela terá possibilidades de reivindicar e obter conquistas para que todos possam viver melhor, com mais dignidade.

Se não conseguiu superar as repercussões da Operação Lava-Jato, a polêmica das reformas trabalhistas e da Previdência Social está ao menos dividindo espaço com o maior escândalo de corrupção da história do país. O Governo Federal fez uma “barbeiragem” ao tentar enfiar as reformas goela abaixo da população e agora paga com a impopularidade, consequência da grande rejeição às propostas enviadas ao Congresso Nacional. Sabe-se que há necessidade de modificações na Previdência Social e na própria CLT. Mas quando o Governo quer pressa para dois importantes projetos que mexerão com o futuro de praticamente todos os brasileiros, sem dar tempo de terem a discussão que merecem ter, com a participação de toda a sociedade, dá para a gente desconfiar. Até porque os políticos que nos governam há muito tempo perderam a confiança da população e Michel Temer é um presidente sem legitimidade popular. Se fosse na campanha eleitoral, Temer e os deputados de sua base apresentariam as propostas da mesma forma como foram feitas agora? É claro que não, pois jamais seriam eleitos. O Congresso Nacional não tem condições de votar conscientemente sem uma discussão mais aprofundada, temas tão delicados como esses. O que se percebe, ao menos à primeira vista, é que a tal reforma trabalhista só tira direitos do trabalhador e enfraquece os sindicatos. Consequentemente o trabalhador perderá força e os salários serão reduzidos com o tempo. Já no caso da Previdência Social, as aposentadorias ficarão tão difíceis e com valores baixos que, quem pode, irá migrar para a previdência privada. Além disso, os dois projetos juntos causam um mal ainda maior, porque com a reforma trabalhista não irá existir mais o empregado que passa a vida numa única empresa e sim uma rotatividade muito grande nos empregos, dificultando que os trabalhadores tenham sua carteira de trabalho assinada por 40 anos. Os assuntos são polêmicas e não deveriam

Protestos

! í a Olha

POR IQUE DE LA ROCHA

Alfaro em Porto Alegre

Há cerca de 1 mês o político e empresário Alberto Amaral Alfaro passou a residir em Porto Alegre. Ele assumiu a assessoria parlamentar do senador Lazier Martins, agora no PSD, e está atuando no escritório político da capital gaúcha, à rua Andrade Neves, 14, conj. 801, onde coloca-se à disposição das comunidades do Rio Grande, São José do Norte e região, de segundas a sextas-feiras. Alfaro enfatiza que terá o maior prazer em atender a região: “Esses dias recebemos no gabinete uma comissão de três vereadores, mais o interventor da Santa Casa, Maicon Lemos, para ajudar na agilização de verbas, que no final foram liberadas. Outra vez a prefeita de São José do Norte, Fabiany Zogbi, esteve em nosso gabinete para tratar de assuntos de interesse da sua cidade. Com minha presença os contatos com o senador ficam facilitados e estamos sempre à disposição de nossa região”.

O rio-grandino encerrou as atividades da Simcard, que tinha 33 funcionários, após uma reformulação da Vivo que eliminou a distribuidora regional. A Imobiliária Alfaro continua em atividade, agora sob a responsabilidade do filho, Gustavo Alfaro, e em novo endereço, à rua Francisco Marques, 243.

Esquadrias Wigg está promovendo um lançamento inédito na cidade. São as aberturas em PVC, que tem agradado muito à clientela

pela durabilidade e praticidade. Esse novo material pode ser conhecido na loja da rua Dom Bosco, 485.

Esquadrias em PVC na Wigg

A manifestação contra o governo federal, realizada dia 24 de maio em todo o Brasil, levou um grupo de trabalhadores rio-grandinos à Brasília. Foram 23 arrumadores que viajaram até a Capital Federal por iniciativa do sindicato da categoria para engrossar o coro dos descontentes USO DE VEÍCULOS NA PRAIA:

Patrimônio Cultural Imaterial do Município Dia 26 de abril a Câmara Municipal do Rio Grande aprovou projeto de lei do vereador Filipe Branco (PMDB), que torna o costume do uso de veículos na beira da praia do Cassino, como bem integrante do Patrimônio Cultural Imaterial do Município do Rio Grande. “Quero deixar claro que sou a favor da faixa de exclusão e da preservação do meio ambiente, mas é necessário aliarmos a preservação com algo que culturalmente já faz parte de nossa história. Por isso, é fundamental garantirmos a permanência do uso de veículos na praia”, salientou o vereador. Branco entende que o projeto não irá engessar o plano de zoneamento da praia e nem opinar sobre o tamanho da área de exclusão, devendo esses serem estipulados através de estudos realizados por instituições, órgão ambientais e pelo Executivo Municipal.

Novo comércio

Projeto de Filipe Branco foi aprovado

Radialista Cláudio Noronha, atualmente na rádio Rio-Grandina, colocou em ação sua veia de comerciante. Ele abriu a Noronha Loterias, na Silva Paes, 296, que oferece vários serviços como de chaveiro, cópias de documentos (xerox), lan house, recarga de celular, bebidas e tem, ainda, a representação da erva-mate Portão.


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Encontro da família Ferraz no Cassino No final de abril a família Ferraz conseguiu unir os parentes em um fim de semana no Cassino. Veio gente do Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Porto Alegre e de outros lugares. Na sexta-feira, 21, a reunião aconteceu na residência de Maria Josefina Ferraz Cunha e no sábado o anfitrião foi José Eugênio Ferraz Wigg. Ainda no sábado foi celebrada missa às 18 horas, na Igreja Sagrada Família e o encontro encerrou domingo com um churrasco de confraternização. Conforme os presentes, a iniciativa não vai parar por aí e outras serão feitas para “matar a saudade” de quem está distante.

Igreja Matriz de SJN

Durante anos a Igreja Matriz de São José, em São José do Norte, expunha um livro para os visitantes colocarem seus nomes e o local de origem. Era muito interessante, porque através dele podia se estimar a quantidade de turistas que visitavam a cidade e o local de origem deles. Tinha gente do Uruguai, Argentina e de vários lugares do Brasil, até do Mato Grosso. Lamentavelmente, devido às rasuras e palavras inconvenientes que começaram a ser escritas, o livro foi retirado este ano. Sugerimos que se tome alguma precaução mas que o livro volte a ser exposto. Da mesma forma, Rio Grande poderia seguir o exemplo nortense e criar um livro de registros para os turistas que visitam a Catedral de São Pedro, ainda mais que nenhuma das secretarias de turismo possuem dados sobre movimentação de turistas nas duas cidades, o que também é lamentável.

Aldeney Costa na Associação Comunitária do Cassino O comerciante Aldeney Costa continua trabalhando pela comunidade cassinense. O atual presidente da Associação Comunitária do Balneário Cassino (ACBC) tem participado de reuniões na Prefeitura para a realização da tradicional Fejunca, que acontecerá de 20 a 25 de junho. Ele também está gestionando com o prefeito Alexandre Lindenmeyer a utilização do antigo terminal rodoviário do balneário, na avenida Atlântica, para desenvolver um grande projeto social com cursos profissionalizantes para adultos e crianças. Aldeney também foi fundador da Associação Comercial do Cassino (ACC), que hoje encontra-se desativada. Ele lamenta: “Ainda mais na situação que vivemos hoje, precisamos de mais entidades para trabalhar e apresentar reivindicações”. Indagado sobre a situação do Cassino atualmente, responde: “Normal. Dos bairros da cidade ainda é melhor, mais aquinhoado, mas temos muita coisa para resolver, como a mobilidade urbana. Tem gente dirigindo com excesso de velocidade e a Guarda de Trânsito só se vê no verão”. A farmácia do Aldeney, na avenida Atlântica, é um dos pontos de distribuição do jornal Sul RS.

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Uma das novidades introduzidas neste primeiro ano do bispo Dom Ricardo Hoepers, em acordo com o padre Raphael Pinto é a realização

de missa às 12h10min na Catedral de São Pedro, que vem atraindo sempre bom público àquele templo.


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Liderança! Você está capacitado a exercer? Ao analisar liderança dentro do processo produtivo, a “Era Industrial” marca significativamente o inicio da hierarquização de pessoas dentro da empresa. Na época, para organizar, produzir com a velocidade da maquina recém-introduzida, criou-se a necessidade de um controle maior sobre equipamentos e pessoas. O modelo mais adequado conhecido e praticado na época, era o militar onde a disciplina e a visão de resultados, coincidia com a necessidade da industrial recém instalada. O método era de um gerenciamento de processos, praticados com muita disciplina e rigidez com objetivo único de obter resultados do tipo “Manda quem pode obedece quem tem Juízo”. O Filme “Tempos Modernos” de Charlie Chaplin lançado em 1936 evidenciava com clareza que as pessoas eram apenas um apêndice da maquina, e que o objetivo do trabalho era atingir metas e resultados, independente da qualidade de vida das pessoas envolvidas. Ao longo dos anos, instituem-se nas maiores empresas do mundo, politicas de governança baseadas em estruturas verticais e solidas. O método fazia com que todas as pessoas soubessem exatamente o que deveria fazer e quem eram as pessoas responsáveis por dar ordens. A flexibilidade era muita baixa e os profissionais funcionavam como uma grande maquina, o trabalho era ditado de cima para baixo. Com o passar do tempo à realidade mudou, as pessoas passaram a exercer papéis diversificados fazendo parte de uma estrutura horizontal com áreas interligadas, extinguindo por consequência a imagem do líder autoritário que foi sendo substituído por um líder que sabe lidar com pessoas. Ai vem à pergunta do titulo deste artigo. Você esta capacitado a exercer? Ao contrario que muitos pensam liderança não é apenas exercida quando se senta na cadeira de chefe, mas no dia-a-dia por meio de pequenas atitudes. Liderança não representa um cargo, mas sim um papel a ser exercido. Para isso e necessário desenvolver as próprias competências, com a finalidade de alcançar a excelência. Não deseje ter poder e status o que a liderança proporciona – leve em conta principalmente suas responsabilidades, ser capaz de fazer transformações em beneficio do seu pessoal e da sua empresa. Quando isso acontecer e você for seguido por sua equipe, chegará a liderança. Alguns pontos são indispensáveis para atingir a liderança. O primeiro é ter auto critica, conhecer a si mesmo, depois desenvolver a percepção para conhecer sua equipe. Muitos lideres frustram-se por não conhecerem o perfil das pessoas que formam sua equipe, mas antes e necessário buscar o autoconhecimento. Oriente-se para o resultado em equipe, o que significa criar estratégias que motive as pessoas, mantenha aberto sistematicamente, canais de comunicação. Se para liderar é necessário ser seguido, então a primeira coisa a saber, é como lidar com pessoas. Aprimorar os conhecimentos sobre gestão de pessoas, desenvolver empatia, motivação, entender e sentir os sentimentos dos outros, saber ouvir, saber como tratar e negociar com diferentes personalidade e egos, resolver conflitos, gerir mudanças, conduzir reuniões são cruciais. Quando a liderança foca somente resultados, corre o risco de desmotivar a equipe que pode ter outros objetivos. Os valores mudaram, em outro artigo fiz referencia as diferenças comportamentais presentes no ambiente corporativo atual. Se antigamente as pessoas procuravam um emprego para viver ou sobreviver independente de escolha ou perfil, hoje as gerações mais próximas querem o emprego que tenha benefícios e qualidade de vida adaptadas ao seu perfil, porque muitos se prepararam para isso. Ouvimos incessantemente que o grande desafio de empresas é a inovação, mas para que isso aconteça é necessário que tenha investimento no capital humano atendendo suas necessidades para proporcionar-lhes qualidade de vida, caso contrario será impossível produzir inovação com pessoas sem qualidade de vida e/ou motivação. Esta visão deve estar dentro das competências do Líder, onde o ganho coletivo deve ser preferenciado na formação de uma equipe. Possuir visão de curto, médio e longo prazo é fundamental para a construção estratégica do líder.

“Quem não sabe o que procura, não entende o que encontra.”

(Claude Bernard)

JOSÉ FELIPE CONSTANTINO MENDONÇA Pós-graduado em Gestão de Pessoas, Assessor de empresas e Professor jfelipe@vetorial.net

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ELIS RADMANN

Socióloga e diretora do IPO Instituto de Pesqiusas e Opinião

O antídoto para corrupção está no seu antônimo Ao estudar a prática do “favor, jeitinho e corrupção” verifica-se que no comportamento cotidiano da sociedade brasileira há uma linha cultural muito tênue entre essas três lógicas. O “jeitinho brasileiro” aproxima o favor da corrupção, servindo como “ponte de acesso deturpadora” entre conceitos tão distintos. O debate não pode perder de vista o papel do aparelho ideológico e repressivo do Estado, sendo que o “jeitinho” advém da distância entre a lei e a realidade: o axioma prevê que quanto maior for a distância ou desconhecimento da população em relação a uma lei e suas aplicações, maior será a tendência do jeitinho brasileiro. Na prática o jeitinho é a porta de entrada para corrupção, que começa com a perspectiva de tirar vantagem pessoal, de se beneficiar com algo, a conhecida lei de Gérson que diz que “o importante é levar vantagem em tudo”. Neste momento conjectural esta rápida reflexão nos leva direto para o atual escândalo da Lava Jato, que se caracteriza como o maior escândalo de corrupção da história do Brasil. Mas este problema vai muito além da Lava Jato e tem suas bases na história e, principalmente, na cultura política da sociedade e está intrínseca no cotidiano da população. Em 1954 Lacerda disse “somos um povo honrado governado por ladrões”. Já se passou mais de meio século e a frase se mantém atual na percepção da opinião pública, tanto que nas pesquisas de opinião realizadas pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião a maioria dos entrevistados se consideram honestos e a mesma maioria considera os políticos desonestos, como se os políticos fossem uma casta apartada da sociedade. Mas a constatação mais importante é de que a descrença passa a tomar conta da população, sendo que 97% dos gaúchos não confiam em seus representantes e mais de 75% não confiam nos três poderes constituídos. A descrença se torna uma doença social que fragiliza os elos entre representantes e representados e tem várias implicações sociais. Partindo da premissa de que “precisa piorar para melhorar” temos que rever os conceitos culturais sobre jeitinho e corrupção. Se a corrução é o mal da sociedade e da política devemos começar a reflexão e o debate pelo antônimo de corrupção. O antônimo de corrupção se caracteriza pela a integridade, a probidade, a retidão, a seriedade, a honradez, a honestidade, a honra, a dignidade, a proteção e o decoro. Além disso, o antônimo de corrupção prevê manutenção, a prevenção, a cautela e o cuidado. A partir do antônimo da corrupção temos os princípios que devem nos reger em sociedade, o que deveríamos SER e os princípios que os políticos deveriam TER para nos representar. Se a sociedade comungar destes princípios no seu cotidiano a mesma poderá definir os propósitos, comungar valores e eleger políticos que comunguem destes mesmos princípios. Lembrando que a democracia é o princípio da maioria e que a minoria deve ser respeitada, mas não se sobrepor. Afinal, a existência do Estado se fundamenta pelo “bem comum”, pelo interesse público em detrimento do interesse pessoal. Temos que voltar ao ponto inicial dos valores da vida em sociedade e da finalidade do Estado.

Nossos contatos: (53) 98106.4491 jornasulrgmail.com

Mestre em Ciência Política e diretora do IPO – Instituto Pesquisas de Opinião

Editor: Diagramação: Propriedade: Tiragem:

Ique de la Rocha Grupo mtrês Gráfica A Cidade Ltda. CNPJ: 94.017.795/0001-94 4.000 exemplares


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Sinaval rebate Petrobras sobre custos e prazo de entrega de plataformas no Brasil Após derrubar liminar do Sinaval na Justiça a intenção do presidente da Petrobras, Pedro Parente, é seguir adiante com a licitação da FPSO de Libra sem exigência fixa de conteúdo local, já que a estatal tenta junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP) um perdão ao descumprimento das exigências do contrato, alegando que os preços para a construção do navio-plataforma no Brasil seriam 40% maiores do que no exterior. O problema é que a Petrobras não esclareceu ao mercado nacional a origem dessa comparação e o Sinaval agora contesta o embasamento para essas afirmações. O presidente do sindicato dos estaleiros brasileiros, Ariovaldo Rocha, afirma que os associados não foram procurados para cotar preço para o FPSO do campo de Libra e é categórico, quando questionado se haveria alguma maneira de as afretadoras internacionais fazerem esse levantamento no País sem consultar os associados do Sinaval: “Não seria possível”. Em contraponto, Rocha afirma que o prosseguimento dessa postura da Petrobras resultaria num prejuízo de “bilhões de reais” para a indústria brasileira, “tendo em vista investimentos em ativos e em pessoal”, já que a maior parte dos estaleiros está sem novos projetos, à espera de oportunidades, depois de intensos investimentos em estrutura e formação de mão de obra nos últimos anos. O presidente do sindicato afirma ainda que “desconhece” o meio utilizado pelas afretadoras para calcularem seus preços incluindo o conteúdo local, já que os estaleiros brasileiros não foram consultados, e não acredita nos valores 40% superiores alegados por Parente e pela Petrobras. “Sou da opinião de que deveria haver uma rodada entre os construtores, para a troca de informações, mas a nossa Petrobras não se sujeita a isto”, afirma Rocha, defendendo a capacidade da indústria nacional: “Já temos comprovado que, com projeto detalhado pronto, entregamos obras deste porte até com antecedência dos prazos”. É justamente neste ponto que sempre morou um dos principais problemas na relação dos estaleiros – e das epecistas em geral – com a Petrobras: a falta de um projeto básico e detalhado bem feito. Nos últimos anos, muitas empresas se aproveitaram disso para mergulhar nos preços e ganhar nos pedidos de aditivos posteriormente, mas muitas também foram seriamente prejudicadas por orçarem suas propostas baseadas em projetos que não tinham o nível de qualificação necessária. O resultado foi uma mescla de corrupção entre algumas empresas – envolvendo políticos, executivos e diretores da estatal – com prejuízos para todos os lados, tendo em vista que muitas acabaram em recuperação judicial ou quebrando no processo. Ainda assim, os atrasos e a frequência nos estouros dos orçamentos por aqui não divergiram muito de outras partes do mundo, como mostra uma pesquisa realizada pela EY (antiga Ernst & Young), que apontou problemas do tipo em 78% dos megaprojetos desenvolvidos entre 2004 e 2014 ao redor do globo.

Governo Federal promove desenvolvimento no exterior e desemprego de milhares de trabalhadores aqui ATRASOS E “ESTOUROS” NO ORÇAMENTO ACONTECEM EM TODO O MUNDO Depois de analisar 365 empreendimentos de grande porte de diversos elos da cadeia, como upstream, refino e gasodutos, a empresa constatou que 64% desse total tiveram seus orçamentos estourados, enquanto 73% tiveram atrasos. Separado por regiões, o estudo mostra que na América do Norte os atrasos se deram em 55% dos casos, enquanto que 58% dos projetos excederam os orçamentos iniciais. Na Europa, os atrasos se deram em 74% dos casos e os sobrepreços em 53%, enquanto que na Ásia – a queridinha da Petrobras – os atrasos ocorreram em 80% dos casos e os estouros de orçamento em 68% dos casos. Já na América Latina, os atrasos se deram em 71% dos casos e as fugas do orçamento em 57% dos projetos. Veja abaixo o quadro preparado pelo Petronotícias comparando as regiões, segundo o estudo da EY, em ordem decrescente: ATRASOS Oriente Médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87% África . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82% Ásia-Pacífico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80% Europa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74% América Latina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71% América do Norte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55% ESTOUROS DE ORÇAMENTO Oriente Médio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89% Ásia-Pacífico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68% África . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67% América do Norte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58% América Latina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57% Europa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53%

Os dados da EY mostram que a América Latina – não há dados específicos do Brasil – não é um bicho de sete cabeças quando se compara a capacidade de realização no preço e no prazo entre todos os continentes. Pelo contrário, a região fica na segunda melhor posição nos dois quesitos, ainda

que também apresente problemas além do esperado nestes pontos. Não são dados novos e há uma série de exemplos de empresas brasileiras que conseguiram fornecer com preço, prazo e

qualidade à Petrobras, assim como muitas estrangeiras que se instalaram no Brasil – influenciadas pela política de conteúdo local –, que investiram fortemente em suas estruturas locais e já até exportam em alguns casos. É claro que ainda há muito o que evoluir, melhorias a serem feitas, e avanços a serem conquistados pela indústria nacional, mas não é pela indiferença dos contratantes e o abandono da Petrobras que ela cumprirá essa trajetória. Afinal, todas as indústrias globais enfrentam desafios e precisam se superar para melhorarem suas competitividades e produtividades. Mas, para isso, precisam existir e ter a oportunidade de competir pelo fornecimento para projetos como os de Libra e Sépia. Como mostra o estudo da EY, os principais fatores que levaram aos estouros de orçamento e aos atrasos na área de óleo e gás foram questões não-técnicas, como gerenciamento de pessoas, problemas de organização e de governança (65% dos casos); estratégias de suprimentos, contratos e gerenciamento de processos (21% dos casos); e fatores externos (14% dos casos), como intervenções governamentais e questões ambientais ou climáticas. Ou seja, o problema dos atrasos da Petrobras não é a indústria brasileira.


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Entrevista DOM RICARDO HOEPERS, BISPO DIOCESANO DO RIO GRANDE:

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“Temos muitos padres jovens e muitos jovens querendo ser padres” Em junho Dom Ricardo Hoepers estará comemorando o primeiro aniversário como bispo da Diocese do Rio Grande, que abrange também os municípios do Chuí, Santa Vitória do Palmar, São José do Norte, Mostardas e Tavares. Até a nomeação, Hoepers era pároco na paróquia Santo Agostinho e Santa Mônica e diretor comunitário do Studium Theologicum Claretiano em Curitiba. Nascido em 16 de dezembro de 1970, ele ingressou no Seminário Arquidiocesano São José aos 19 anos e possui um vasto currículo. Cursou Filosofia na Universidade Federal do Paraná e Teologia no Studium Theologicum. Em 1999 foi ordenado presbítero. Fez mestrado e doutorado em Bioética e Teologia Moral na Academia Alfonsiana, em Roma. Atuou como professor na Faculdade Vicentina, foi diretor da Faculdade de Filosofia da Arquidiocese de Curitiba (2002-2003), coordenador geral do clero (2005 a 2008), membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultadores, além de assessor eclesiástico da Pastoral da Pessoa Idosa, no regional Sul 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). É autor do livro “Teologia Moral no Brasil: um perfil histórico”. No período de 18 a 23 de abril, Dom Ricardo Hoepers realizou a Visita Pastoral Missionária para conhecer toda a estrutura das paróquias e ter contato direto com a população. Ele iniciou na Catedral de São Pedro, quando disse que “como bispo tenho a obrigação de fazer a ponte entre os fieis e a igreja. Na Visita Pastoral acrescentamos a palavra ‘missionária’ para aproveitarmos esse momento de convivência e implantarmos um estado permanente de missão nos próximos cinco anos, rumo ao Jubileu. Que possamos respirar esse ardor missionário na Diocese, porque muitas pessoas se afastaram de Deus, muitos batizados estão longe da Igreja e Jesus disse: ‘pregai o Evangelho’. Que todo cristão católico seja um discípulo missionário em tudo o que fizer. Não precisa fazer coisas extraordinárias, mas faça bem o que toca a você”. Jovem e vibrante, Dom Ricardo não pára e procura seguir as orientações do Papa Francisco para aproximar ainda mais a Igreja Católica dos fiéis e da população. Na Catedral de São Pedro o Bispo Diocesano concedeu a seguinte entrevista ao Sul RS: Qual foi a sua reação ao ser designado para Bispo da Diocese do Rio Grande?

Meu porto seguro é Curitiba e essa nomeação mudou minha vida 360 graus e tem o espírito de serviço. Não conhecia a região, mas uma das estratégias do Papa Francisco, que foi tema de conversa dos novos bispos em Roma, é tirar as pessoas de alguns lugares para colocar em outros para dinamizar e buscar novas ideias. Rio Grande preencheu sua expectativa? Surpreendeu pela diversidade de trabalhos que existe aqui. É uma diocese sui generis. Acho a mais original do mundo, primeiro porque tem um porto. É toda litorânea. O Chuí é completamente diferente de Mostardas e Tavares. Cada município tem tradições e culturas diferentes. Por aqui passam seis mil caminhões por dia em época de safras ou na movimentação dos imigrantes das granjas. Estamos atendendo a todos e tentando fazer uma unidade. Esse é um desafio. A primeira ideia é criar conselhos e dividir em áreas para padronizar nossas linguagem na Diocese toda. Outra coisa Em junho, Dom Ricardo completa um ano na Diocese superpositiva, que me impressionou, é o fato de ser uma Diocese extremamente viável. Alguns bispos dizem que é impossível vi- testes, que 90% tome medicação e 90% consiga sitar certas comunidades e aqui, se quero visitar zerar o vírus. É meta mundial. Vou tentar implanum padre eu vou. Não temos estrutura que nos tar esse projeto aqui. distancia. As pessoas, as paróquias, os padres são acessíveis e temos um time de padres jovem em “A DROGA VEM DILACERANDO OS comparação a Pelotas e Bagé. Rio Grande tem MUNICÍPIOS” Como está a Diocese do Rio Grande? muitos padres jovens e muitos jovens querendo Não visitei todas as comunidades ainda, mas ser padres. Pode ser um exemplo para o Brasil, do que vi hoje estamos ausentes em muitos lugadentro da linha do Papa Francisco, que quer uma res onde entraram várias seitas, religiões, princiigreja humana, não formal, burocrática.Visitei palmente na periferia do Rio Grande, Santa Vitodas as escolas de Santa Vitória do Palmar, Mostória do Palmar, Mostardas e Tavares. Digo uma tardas, Tavares, prefeitos, vereadores. Sinto em presença católica nesses lugares. Não significa todos a expectativa de trabalhar em conjunto e que todos tenham de ser católicos, mas a Igreja a Igreja tem muito a oferecer, como a Pastoral tem de estar presente. É uma das minhas preocuda Saúde.No Regional (da CNBB) fui o Bispo respações. Como temos poucos padres a proposta é ponsável pela saúde, a Aids, a questão da bioética, trabalhar com diáconos, leigos, formação de lideque é minha área de formação. Rio Grande é uma ranças, que é nossa grande carência hoje. das cidades que vem crescendo o contágio do HIV Como o senhor vê os problemas sociais entre jovens novamente. Aqui o nível de contágio nos municípios da Diocese? é de 35%, enquanto a média no Brasil é de 19%. Hoje o ponto central é a droga, que vem diVou conversar com o prefeito para fazermos um lacerando todos os municípios. No Chuí e Santa trabalho forte, obter dados e mapear os focos. Vitória do Palmar propus aos prefeitos a criação Acho que está faltando mais informação. O jovem do Esquadrão da Vida. Eles cederam terreno e de hoje não viu ninguém morrer e não tem medo vamos construir uma casa de recuperação. Precido HIV. Precisamos que 90% da população faça samos criar mais casas de recuperação. Rio Gran-

de já registrou 22 assassinatos este ano (até o dia da entrevista) e todos jovens. É muito preocupante. Em Tavares prenderam um traficante e sabe o que ele disse? “Pode prender que amanhá vem outro, porque aqui ganhamos muito dinheiro”. Precisamos todos nos unir nessa área.

“Temos de aprender a viver com outras religiões” O catolicismo perdeu terreno para outras religiões e seitas? Não podemos mais pensar o catolicismo como predominante. Temos de aprender a viver com outras religiões e nem entrar numa neurose de proselitismo, todo mundo querendo ganhar um do outro. Quem está ficando na Igreja, está ficando com mais qualidade. Não tenho medo que sejamos menos cristãos católicos no Rio Grande, mas gostaria que fossem conscientes e atuantes. Não tento trabalhar para trazer mais gente para a Igreja, mas que a Igreja trabalhe com os seus. Trabalhar com os batizados da Igreja já seria muito bom. As pessoas dizem: fiz Emaús, fiz cursilho. E agora? Agora nada mais. Quem são essas pessoas hoje? Como o senhor vê a situação da política no Brasil? Tenho uma grande preocupação. A palavra dessa semana foi corrupção. Cria um descrédito e a preocupação é que o povo se torne apático, despolitizado com relação a qualquer tipo de política, mesmo a saudável. Preocupa que a crise política desqualifique toda a política, porque aí entram os exploradores, ditadores e outras coisas mais. Precisamos recuperar a credibilidade política e isso só vai ser possível com bons legisladores, bons governantes. Vejo na Diocese prefeitos muito jovens e com discurso de mudança. Nesse sentido vê-se uma esperança boa. Na última eleição o número de abstenções foi grande. É perigoso desacreditar na política. A apatia política é o pior veneno para a democracia.

Papa Francisco esteve por aqui? O Bispo Dom Ricardo Hoepers sempre que pode cita o Papa Francisco. Indagado sobre sua admiração pelo líder maior da Igreja Católica, ele não hesita: “Sou Francisco inteiro. Primeiro, minha primeira paróquia foi São Francisco. Meus pai e avô se chamam Francisco e fui escolhido pelo Papa Francisco. Não tem como escapar e, acima de tudo, pela linha dele: uma Igreja humana, viva, atuante. É o tipo de liderança que

estamos carentes hoje. A grande crise é de credibilidade das instituições Vemos todo mundo com o mesmo rótulo colocado. O Papa Francisco vem trazendo um ânimo. Mesmo os não católicos ouvem o que ele diz, pois ele não tem obstáculos morais”. A respeito do Papa o Bispo Diocesano conta o diálogo que teve com ele quando de sua nomeação em Roma: - O Papa cumprimentou um por um dos

bispos nomeados. Para isso formou-se uma fila e, quando chegou a minha vez, disse ao Santo Padre: “Sou da cidade do Rio Grande, próximo de Pelotas”. Ele respondeu: “Eu conheço. Já passei por lá”. Diante de minha surpresa, o Papa Francisco explicou que tinha uma prima que morava em Pelotas e estudava na UCPel e ele de vez em quando a visitava. Falou em Dom Jayme Chemello, Bispo Emérito da Arquidiocese de Pelotas,

e disse que numa de suas vindas teria passado por aqui. Aquele diálogo despertou a curiosidade dos demais bispos, que queriam saber o que eles estavam conversando. Dom Ricardo, sempre bem humorado, respondeu: “Tratamos de assuntos particulares”. E saiu rindo, insinuando uma amizade de muitos anos e deixando a todos ainda mais curiosos.


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Dom José Mário assume a presidência da Santa Casa O Bispo Emérito do Rio Grande, Dom José Mário Stroeher, é o novo presidente da Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande, um complexo de hospitais e que possui, ainda, a administração de uma funerária e do Cemitério Católico. A posse aconteceu dia 9 de maio, no Salão Nobre da Prefeitura, ocasião em que também foi empossada pelo prefeito a nova diretoria. Na ocasião, o atual interventor, Maicon Lemos, entregou à nova direção uma carta com sugestões técnicas a nova administração. Como se sabe, a Secretaria Estadual da Saúde havia determinado, no final de 2014, que não trataria mais com a antiga administração da Santa Casa e só deixou uma opção:ou a Prefeitura assumiria o hospital ou os serviços de média e alta complexidade seriam transferidos para Pelotas, o que fatalmente decretaria o fechamento do hospital. O prefeito Alexandre Lindenmeyer então aceitou o desafio, salientando que não poderia deixar a Santa Casa fechar, com todos os serviços que presta e seus 1.500 trabalhadores, e ver se repetir o que já havia acontecido em tempos anteriores com a Beneficência Portuguesa e o Hospital Guaíba Rache. Na posse de Dom José Mário Stroeher o Chefe do Executivo lembrou esse episódio: “Tivemos dificuldades. Havia o comprometimento do Governo do Estado de repassar na integralidade os valores devidos à Santa Casa. Isso aconteceu em abril, maio, junho de 2016 e depois não ocorreu mais. Não foi uma situação exclusiva com a Santa Casa, mas com todos os hospitais filantrópicos do estado. Então, tivemos dificuldade no fluxo de caixa em 2015 e 2016. Mais de 150 hospitais filantrópicos fecharam suas portas com grau de endividamento

de R$ 23 bilhões e a Santa Casa conseguiu repactuar com a Caixa Federal, preenchendo todos os requisitos necessários, inclusive certidão negativa, para obter financiamento que nos permitiu o pagamento de trabalhadores e fornecedores”.

NOVAS AÇÕES E GESTÃO PLENA DA SAÚDE Lindenmeyer falou na necessidade de ações como a ampliação de convênios e “receitas que permitem o pleno funcionamento da Santa Casa. Também disse que no próximo ano “estaremos avançando para a gestão plena da Saúde no município do Rio Grande. Pelotas já tem e isso permite uma relação direta do município com a União, enquanto Rio Grande é uma relação direta com o Estado e depende de repasse do Governo do Estado. Em 2018 iremos migrar para a gestão plena”. O prefeito agradeceu à esposa e filhos por “superarem tudo o que viram e ouviram. Fiquei calado, porque meu repassador era o Governo do Estado e qualquer manifestação minha tinha a possibilidade de colocar em risco a própria Santa Casa. Estão pagos o 13º salário, os salários de dezembro, janeiro, estamos colocando os salários em dia e aumentando a produção. Recebemos mais de R$ 4 milhões e agora temos mais de R$ 1 milhão para receber. Vejo a Santa Casa com vida, com novo estatuto, 380 sócios, ou seja, uma realidade diferente. Vejo que a Santa Casa pulsa, principalmente pela participação de seus trabalhadores, médicos, enfermeiros e funcionários. Desejo à nova diretoria sabedoria e paz. A Santa Casa tem 182 anos de existência e é muito maior que eu e qualquer outro. A Prefeitura vai estar ao lado da diretoria, conse-

lheiros, trabalhadores e gestionando apoio ao Governo do Estado”.

RELATÓRIO E ORIENTAÇÕES TÉCNICAS O administrador da Santa Casa, Maicon Lemos, entregou ao novo presidente da Santa Casa um relatório com as atividades desenvolvidas nos dois anos de intervenção no complexo hospitalar e uma carta com orientações técnicas. Falou, ainda, que hoje existe uma parceria com a Irmandade Santa Casa de Porto Alegre, “que está de portas abertas para dar todo o apoio à nova direção, com contribuição técnica e científica. Eles passaram por problema igual ao da nossa Santa Casa e hoje são líderes em atendimento hospitalar no Brasil”. O presidente da Câmara Municipal, vereador Charles Saraiva (PMDB), disse que “fazer saúde no Brasil não é fácil. Agrada-se alguns, desagrada-se outros, mas não se pode

parar. A doença não escolhe suas vítimas. A Prefeitura decidiu intervir, agradou alguns, desagradou outros, mas cumpriu em manter o hospital aberto nesse período. O importante é saber que estamos unidos para salvar a Santa Casa. E toda vez que fomos solicitados, sempre estivemos juntos e coloco a Câmara de Vereadores à disposição no que for possível para a nova diretoria”. No final ele parabenizou o prefeito “pela condução” (desse processo). O novo presidente da Santa Casa,

Dom José Mário Stroeher, disse que sua nova missão “será um desafio, mas vamos trabalhar juntos para o bem do Rio Grande e de todos os municípios que são atendidos aqui. Não só os médicos, mas todos os funcionários, desde os mais simples”. Disse, ainda, que uma frase de Mahatma Gandhi o inspirou: “Amanhã talvez eu tenha de sentar frente aos meus filhos e lhes dizer que fomos derrotados. Mas eu não poderia olhar para eles e dizer que hoje vivem assim, porque não me animei a lutar”.

UNIMED colabora com reativação da ala São Miguel “Se não fosse a ajuda da Unimed não teríamos como fazer”. A declaração é do supervisor senior do Hospital Geral da Santa Casa, João Paulo Rosca, ao comentar a participação da Unimed Litoral Sul, que entrou com aporte financeiro para a recuperação da ala São Miguel, que encontrava-se fechada há mais de um ano. Conforme ele, a cooperativa médica fez um adiantamento de recursos durante a reforma, que era descontada na fatura da produção mensal. A Unimed Litoral Sul, graças a essa reforma, possibilitou que a Santa Casa tenha na São Miguel uma unidade padrão, com 15 quartos individuais dotados de todo o conforto, como uma ante-sala, banheiro amplo, quarto com ar condicionado,

televisão e frigobar. A referida ala, que situa-se no mesmo andar do bloco cirúrgico, destina-se a convênios e particulares e, portanto, atende conveniados Unimed e toda a comunidade. O Diretor Superintendente/ Financeiro, Luiz Antonio Spotorno, afirma que a iniciativa vai ao encontro da Responsabilidade Social da Unimed Litoral Sul e que a cooperativa continuará dando seu apoio para o reerguimento da Santa Casa. Adianta que a ala São Francisco poderá receber a mesma reforma que a verificada na São Camilo, bem

como o vestiário dos médicos no bloco cirúrgico, maternidade e outros setores. “A Santa Casa tem que ser saudável para cuidar da saúde da população e historicamente temos sido parceiros do hospital e de nossa comunidade”, declarou.


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Licitação para manutenção de plataformas pode marcar retomada do mercado de serviços A licitação lançada pela Petrobras para a manutenção de 13 plataformas está fazendo o mercado se movimentar. Há muitas empresas interessadas no serviço de construção e montagem para as plataformas que estão operando na Bacia de Campos. Essa rodada está sendo possível porque as novas contratadas irão substituir a Odebrecht Óleo e Gás, que está impedida de ser contratada pela Petrobras por estar na lista negra da empresa. Em julho do ano passado a Petrobras colocou na rua uma concorrência para a manutenção das Plataformas P-55 e P-66, mas acabou em confusão, porque a Odebrecht queria participar e foi impedida. Ela chegou até entrar

na justiça para garantir o que considerou seu direito, porque tecnicamente, a empresa ligada ao setor de Óleo e Gás não estaria na lista negra imposta pela Petrobras, na Gestão Graça Foster. Na época, em dezembro de 2004, a estatal decidiu punir preliminarmente quem tivesse sido citada na Operação Lava Jato. Mas, para a estatal, a punição abrangia todo grupo econômico, por isso a Odebrecht Óleo e Gás também foi suspensa. A Odebrecht, inclusive, tentou se associar a outra empresa e registrar o nome de um consórcio, mas a Petrobras acabou ganhando o processo na justiça e fez a licitação sem ela. A Vinci venceu a concorrência pelo menor preço, que foi em torno

A CDL do Rio Grande elegeu em abril, por aclamação já que havia chapa única, Gilberto Sequeira para presidente, sucedendo a Luiz Carlos Zanetti. Ele já havia presidido a entidade em 2010 e é vice-presidente da Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo

(AGV). A posse da nova diretoria será em junho, em data a ser confirmada. Zanetti agradeceu o apoio de funcionários, diretores, associados e do Conselho Consultivo, formado por ex-presidentes e fez um rápido balanço das atividades em sua gestão. Já o presidente eleito observou que o momento atual é diferente em comparação à sua gestão em 2010. “A CDL tem de ser protagonista no que é de interesse do comércio”, salientou. Referindo-se à crise econômica, Sequeira disse que “temos de fazer do limão uma limonada”. Falou em tornar a CDL mais comercial e afirmou que os projetos deixados pelo atual presidente “serão efetivamente feitos”.

Gilberto Sequeira é o presidente da CDL

de 180 milhões de reais. Agora, de uma forma bastante interessante, a Petrobras vai dar chance a mais empresas. Ela dividiu a concorrência em quatro lotes distintos. Cada empresa pode vencer no máximo dois lotes. Alguns do lotes são excludentes em relação a outros. As empresas interessadas na licitação tem um mês para entregar proposta. O prazo começou a contar a partir do dia 20 de maio. O primeiro lote conta com as plataformas P-52, P-54, P-55 e P-62. O segundo com as unidades PRA-1 e P-53. As plataformas P-38, P-51 e P-56 estão no lote três. E, fechando a concorrência, o lote 4 engloba as plataformas P-43, P-48 e P-50.

STIMMMERG

SINDICATO DOS TRABALHADORES METALÚRGICOS DO RIO GRANDE E SÃO JOSÉ DO NORTE

TRABALHO ÉTICA E TRANSPARÊNCIA


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Prefeita busca recursos para o Hospital Municipal A prefeita Fabiany Zogbi Roig e o diretor de Gestão de Saúde, Roberto Atore Rocha Jr., estiveram na 3ª Coordenadoria de Saúde (3ª CRS), em Pelotas, para tratar sobre diversos assuntos relacionados à saúde pública de São José do Norte. O repasse de recursos estaduais para o Hospital Municipal foi a principal pauta discutida durante a reunião. De acordo com a chefe do Executi-

vo, “o objetivo é garantir a ampliação dos serviços prestados pela casa de saúde, além de torná-la referência para outros municípios, a partir dos procedimentos ali realizados”. O assunto deverá ser retomado em agenda com o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis. A repactuação das referências médicas para exames e consultas, como forma de

DOAÇÃO DE BENS APREENDIDOS PELA RECEITA FEDERAL A prefeita Fabiany Zogbi Roig esteve na Delegacia da Receita Federal, em Pelotas, onde foi recebida pelo delegado, Vladimir Teixeira da Silva, e pela delegada adjunta, Maria Regina Gomes Lobo para tratar da doação, para São José do Norte, de bens apreendidos pelo órgão em operações de fiscalização. Por ter um programa de Educação Fiscal ativo, São José do Norte pode fazer um número maior de solicitações, ressaltou a chefe do Executivo, que já aproveitou para apresentar a sua lista, com veículos, computadores e outros equipamentos eletrônicos. A solicitação será formalizada através de Ofício do Executivo e, posteriormente, incluída no cadastro dos municípios de abrangência da região. Quando houver apreensão destes itens, o órgão verifica as necessidades apresentadas e, na medida do possível, encaminha os bens. Outro assunto relevante tratado na ocasião

reduzir custos e diminuir deslocamentos de pacientes para Tratamento Fora de Domicílio (TFD), é outra meta da atual gestão, assim como a criação de um laboratório municipal de análises clínicas para a realização de exames, cuja viabilidade foi tratada na ocasião. “É essencial trazer para mais perto de São José do Norte, Tavares e Mostardas, serviços que poderiam ser re-

foi a possibilidade de trazer alguns serviços da Receita Federal para o município. Um deles é o Autoatendimento Orientado – um novo modelo de atendimento que oportuniza ao cidadão o acesso à realização de serviços disponíveis online, na página da Receita Federal na internet, sob a supervisão e orientação de facilitadores e estagiários, reduzindo significativamente o tempo de espera. SJN RECEBE DOAÇÕES DE ROUPAS E COBERTORES Em maio a Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Mulher de São José do Norte (Smascim) recebeu da Unimed Litoral

alizados em Rio Grande e que hoje estão sendo prestados em Piratini”, ressaltou a prefeita, explicando que continuará tratando desse assunto, a fim de viabilizar um acordo entre os municípios, com a aprovação da Comissão Intergestores Re-

Sul 30 cobertores e aproximadamente 400 peças de roupas que irão amenizar os rigores do inverno. A cooperativa médica realizou uma campanha interna com funcionários e médicos cooperativados. Segundo o presidente do conselho de administração da Unimed, Carlos Faria, a ação filantrópica ocorre anualmente sempre com o apoio de cooperados e colaboradores: “Procuramos beneficiar as comunidades mais carentes da nossa área de atuação. É sempre importante e gratificante a realização de ações de cunho social.”. Ao lado de Faria estava o superintendente da Unimed, Luiz Antônio Spotorno e representantes da prefeitura do Rio Grande, que também foram beneficiados com a atitude da empresa. O material foi entregue a titular interina da Smascim, Mariane Gautério, e a diretora Caroline Bandeira. O Centro de Referência de Assistência

Sinduscon Rio Grande participou do 89º Enic em Brasília

O Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande mais uma vez esteve presente no 89º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), o maior evento promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O evento aconteceu no Centro de Convenções Brasil 21, em Brasília, no período de 24 a 26 de maio, e estiveram presentes o presidente Jefferson de Freitas Lopes; o diretor administrativo Hugo Santana e o diretor financeiro Jorge Bandeira. O presidente do Sinduscon Rio Grande disse que o Enic quase chegou a ser transferido devido aos protestos realizados na Capital Federal, dia 24, mas acabou sendo realizado com grande

sucesso. Segundo Jefferson de Freitas Lopes, “foram realizados vários debates políticos e técnicos da mais alta qualidade, com abordagem de assuntos que também abordaram o momento político e econômico do país”. A esse respeito a palestrante foi a senadora gaúcha Ana Amélia Lemos. Outro destaque foi a palestra sobre ética, ministrada pelo professor da Unicamp, Leandro Carnal. Outros painéis versaram sobre as reformas trabalhista e previdenciária, bem como as relações do trabalho, normas de desempenho e outros. Conforme Jefferson Lopes, o painel mais concorrido contou com o ministro

gionais (CIR). Também foi sugerida a revisão do Plano Regional de Urgência e Emergência, visando a inclusão dos serviços de ambulancha para o transporte de pacientes entre São José do Norte e Rio Grande. A finalida-

da Fazenda, Henrique Meirelles, que falou na importância das reformas trabalhista e previdenciária. Ele também fez um breve relato sobre ações que considera importantes do Governo Temer, citando como exemplos o projeto da terceirização e a liberação do FGTS, que injetou um expressivo capital na economia do país. “O foco das palestras foi mais no sentido do momento econômico e político do país. Notou-se o indicativo de que, mesmo acontecendo mudanças na Presidência da República, o rumo da economia não será diferente do que ora está sendo praticado, com forte controle das contas públicas e da inflação. Pelos números apresentados, já estava havendo uma recuperação relativamente expressiva, mas que foi surpreendida pelos últimos acontecimentos da Operação Lava-Jato”, concluiu o presidente do Sinduscon Rio Grande.

de é viabilizar a aquisição de uma lancha SAMU, bem como o aporte financeiro para o custeio deste serviço, que hoje é mantido integralmente por recursos livres do município.

Social (CRAS) irá realizar a triagem, e de acordo com as necessidades detectadas junto à população efetuar a distribuição dos donativos.

FESTIVIDADES NO ANIVERSÁRIO DE SÃO JOSÉ DO NORTE O Executivo já iniciou as tratativas para organização das celebrações em homenagem aos 186 anos de emancipação de São José do Norte. Recentemente representantes de diversas secretarias e entidades estiveram reunidas com a prefeita Fabiany Zogbi Roig para elaborar um cronograma de atividades para a população. As festividades estão previstas para ocorrer entre os dias 20 e 25 de outubro, e devem centrar os focos de atenção na gastronomia, cultura e meio ambiente. Ocorrerão, paralelamente, ações das áreas de saúde, assistência social e de cunho educativo envolvendo a rede escolar. O período deverá coincidir com o evento de abertura da safra da cebola no município.

Sinduscon e Prefeitura unem-se para agilizar aprovação de projetos

A demora na tramitação de projetos na Prefeitura vinha sendo um problema de muitos tempo, especialmente para o setor da construção civil no município. Devido a isso, o Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande solicitou providencias do Executivo Municipal e, juntamente com a Secretaria Municipal de Coordenação e Planejamento (SMCP) passou a elaborar um estudo visando a solução do impasse. No final da tarde desta última terça-feira, 30, o presidente do Sinduscon, Jefferson de Freitas Lopes, juntamente com o diretor Neverton Moraes, reuniu-se com o prefeito Alexandre Lindenmeyer; o secretário de Coordenação e Planejamento, João Carlos Cousin; e o secretário adjunto, Daniel Cougo Cardoso. Na ocasião, o secretário João Carlos Cousin falou que o trabalho está concluído e enfatizou que “não tem nada que fira o Plano Diretor do município. É uma importante contribuição do Sinduscon para nossa cidade”.

O prefeito Alexandre Lindenmeyer adiantou que irá determinar o envio de um projeto de lei à Câmara Municipal ainda esta semana para, após apreciação, ser aprovado e entrar em vigência logo a seguir. “Trata-se de um projeto construído por várias mãos, que var dar mais celeridade com a segurança necessária para a realização dos empreendimentos que nossa cidade tanto necessita”, salientou o Chefe do Executivo. O presidente do Sinduscon Rio Grande, Jefferson de Freitas Lopes, também disse que o projeto foi fruto “de uma discussão ao longo de seis meses com a Prefeitura. Foi feito a quatro mãos e estamos dispostos a defendê-lo na Câmara de Vereadores, pois só traz benefícios para o município. Vai simplificar a aprovação dos projetos na Secretaria de Coordenação e Planejamento e essa celeridade nos trâmites legais certamente favorecerá os empreendedores que desejam construir no Rio Grande”.


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Trabalhador não teve o que comemorar no 1º de Maio Nem todos os sindicatos de trabalhadores da cidade comemoraram o 1º de Maio, Dia do Trabalho. Mesmo os que promoveram churrascos de confraternização ou outro tipo de evento para suas categorias deixaram claro que não havia o que comemorar, tendo em vista a forma como foram apresentadas pelo Governo Federal as reformas trabalhistas e da Previdência que, segundo as lideranças sindicais, apenas tiram direitos dos trabalhadores. No Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte não houve comemoração. “Para nós a reforma trabalhista é uma afronta à CLT, criada há 70 anos atrás para defender os direitos dos trabalhadores. Essa reforma só vai trazer benefício para o patrão”, diz Sadi Machado, vice-presidente do STIMMMERG. O diretor Charles Jibiaque adverte que “a reforma é um golpe contra a classe sindical”, enquanto o presidente Beni-

Felipe Spotorno

Diretores e Presidente do STIMMMERG

to Gonçalves tem uma esperança: “O trabalhador unido pode mudar isso”. O presidente do Sindicato dos Arrumadores do Rio Grande e São José do Norte, Amarante Couto, destaca que “o Dia do Trabalho é uma data muito significativa pois nos faz refletir sobre a importância e a condição do trabalhador neste mundo, onde o capitalismo selvagem tem

sido uma constante ameaça à estabilidade dos empregos. Somente teremos condições de obtermos maiores conquistas através dos sindicatos laborais e a união de suas respectivas categorias, ainda mais neste momento em que se tenta tirar direitos dos trabalhadores brasileiros. Por isso, não tivemos motivos para comemorar o Dia do

Amarante Couto Trabalho este ano, mas nosso sindicato promoveu um churrasco para homenagear nossos companheiros, em reconhecimento ao que todos tem feito por sua cidade e por suas famílias”. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fertilizantes do Rio Grande (Sindifértil), Felipe Lourenço Spotorno, diz que

“a reforma trabalhista é um assalto à classe trabalhadora, que perde direitos conquistados há muitos anos. Todas as categorias serão prejudicadas, porque todos vão perder, fora o que está escondido no projeto que a gente não sabe. Esta situação nos mostra que o golpe de tirarem a Dilma para colocar o Temer foi muito prejudicial à população”.

Terapeuta diagnostica problemas de saúde através da Iris Através do estudo da íris (a parte colorida do olho) é possível diagnosticar problemas de saúde. Consta que no Egito antigo, período dos faraós e das pirâmides, já havia relatos a respeito disso e hoje esse conhecimento está disseminado por vários países. O iridólogo Giovani Zonta dos Santos reside em Balneário Camboriú, mas está constantemente levando essa terapia alternativa a várias cidades. Aqui no Rio Grande ele vem mensalmente, trazido pela Canal Dent, onde atende as pessoas gratuitamente, na manhã e tarde (Canabarro, 176). Para isso, os interessados devem fazer o agendamento na Jnil Cereais, situada na 24 de Maio, 186.

Giovani dos Santos diz que pretendia cursar Medicina, mas optou pela iridologia após ser curado por ela: “Tinha problemas de rins consideráveis. Após tentar de tudo, acabei sendo levado para um hospital naturista, fiz tratamentos através da hidroterapia, fitoterapia e fiquei deslumbrado com o resultado. Isso me despertou de tal forma que fui atrás. Fiz cursos na Bolívia e pós na França, já que geralmente a maior parte dos estudos é fora do país”. Conforme ele, “a iridologia é considerada um trabalho integrativo, porque consigo colaborar com a recuperação, com tratamento natural junto ao tratamento do médico e se consegue uma recuperação muito mais rápi-

da. O olho não diz se a pessoa tem cirrose, por exemplo, mas o estado do órgão se reflete na íris e vejo se não está bem. Depois ajudo com o tratamento, junto com o tratamento do médico”. Como é feito o tratamento? Posso usar a trofoterapia, que é o tratamento através do alimento, em casos mais graves, pois todo alimento tem princípios ativos. Também a fitoterapia (remédios feitos com plantas) e uma gama de coisas pode ser usada a mais. Nem sempre uso todas as técnicas, mas uma ou duas, de acordo com o problema do indivíduo. Nem sempre o que é bom para um é também para outro, mas fazendo a coisa certa, dá certo. E os resultados, como são?

São positivos em pelo menos 80% dos casos. O olho é legal porque não mente. Já tive casos de pessoas dizerem: ‘eu não tenho isso aí!’. Vão para suas casas, pensam e voltam. Então, o olho consegue ver bastante coisa. Quanto tempo leva o tratamento? Depende do caso. Pode levar de dez dias a alguns meses, como no caso de problemas ósseos, de coluna ou reumatismo. Depende muito. É possível identificar e tratar qualquer tipo de doença através da iridologia, até mesmo ajudar quem deseja fazer dieta, e gosto de pedir às pessoas que retornem após um tempo para eu ter ideia de como foi ou está sendo feito o tratamento.

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ARRUMADORES confraternizaram no Dia do Trabalho

A categoria dos trabalhadores arrumadores não para. O trabalho é nas 24 horas, mas dia 1º de Maio, data consagrada ao trabalho, centenas de nossos companheiros conseguiram tempo para confraternizar entre eles.

Mesmo sem ter o que comemorar, tendo em vista as reformas trabalhistas, da Previdência e frequentes manobras para prejudicar nossa categoria, o Sindicato dos Arrumadores decidiu manter a tradição do chur-

rasco no Dia do Trabalhador. Afinal, nesta data a diretoria tem a oportunidade de ficar mais próxima de nossos companheiros e neste ano não foi diferente. Como sempre, o churrasco aconteceu em nossa sede rodiziária,

no Porto Novo, preparada pelos próprios trabalhadores e ainda teve bolo para encerrar o encontro. Desta coluna reiteramos nossos desejos de sucesso, prosperidade e reconhecimento a essa categoria que

contribui decisivamente para o crescimento do porto do Rio Grande e de nossa economia.

SINDIFERTIL homenageou categoria com um “show de prêmios”

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fertilizantes do Rio Grande promoveu dia 28 de abril mais uma grande confraternização alusiva ao Dia do Trabalho. Na ocasião, tendo por local o ginásio Elo Wyse Rodrigues, em nossa sede,

centenas de companheiros participaram do Show de Prêmios. Foram sorteadas dezenas de prêmios valiosos, dentre eles jogo de ferramentas, cafeteira, bicicleta aro 26, TVs de 20 a 42 polegadas, refrigerador, cama box, tanquinho, fogão, lava-

dora de alta pressão, kit churrasco, forno elétrico e muito mais. O ponto alto do evento foram os sorteios de duas motos Honda 160cc com capacete, que saíram para David Vargas Maria, da Yara 1, e Nery Nunes de Senna, ex-Yara Brasil.

Após os sorteios, o presidente Felipe Lourenço Spotorno convidou os presentes a servirem-se de um coquetel. Antes, porém, saudou a categoria e salientou que as reformas trabalhista e previdenciária “são um perigo para os

trabalhadores brasileiros. Estão agindo na calada da noite para tirarem nossos direitos, mas o povo vai mostrar seu poder e irá para as ruas. Depende de cada um de nós a luta e mostrar a esse governo a força do povo”.


12  JUNHO DE 2017

Aromas e Sabores

JESUS R. DE ARAÚJO jesusculinarista@gmail.com

Mãe, um tesouro divino na terra!

A comemoração do Dia das Mães tem origem na Grécia antiga, onde a entrada da primavera era comemorada para Reia, a Mãe dos deuses, e após, estendeu-se até o Império Romano. No século XX, foi oficializado nos Estados Unidos e aos poucos a homenagem foi se espalhando para outros países. No Brasil, o primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que o presidente Getúlio Vargas oficializou o segundo domingo de maio como o Dia das Mães. Mãe é tudo, mãe é imenso amor, mãe é gratidão, mãe é certeza das horas incertas, amor incondicional, e é o sentimento mais puro e desinteressado do planeta. Mãe é tesouro compartilhado, mãe é a certeza dos frutos das nossas melhores qualidades, da nossa quase perfeição... E minha mãe foi a mulher mais bela e amorosa que já conheci! Tudo o que sou, devo a ela. Atribuo todos meus sucessos nesta vida ao ensino moral e intelectual que recebi dela. Honorè de Balzac, um célebre escritor do romantismo francês, disse certa vez: “O coração das mães é um abismo no fundo do qual se encontra sempre um perdão”! Mas, na verdade, todos os dias do ano deveriam ser dedicados a estes seres divinos, estes “anjinhos de asas” que com carinho e muita paciência nos mostraram a estrada da vida; como minha mãe que me ensinou a interagir com as panelas, e a preparar os alimentos com extrema dedicação, amor e simplicidade. Portanto, em homenagem a todas as mães e leitoras desta coluna, escolhi receitas simples e práticas, mas extremamente deliciosas para celebrar esta data importantíssima com muito amor em vossos lares. Que a luz divina ilumine eternamente vossas famílias.

Arroz à milanesa

INGREDIENTES: 4 tabletes de caldo de carne 1 litro de água fervente 4 colheres de sopa de cebola picada 4 colheres de sopa de manteiga 2 e ½ xícaras de arroz agulhinha 1 colher de chá de açafrão 2 xícaras de vinho branco seco Sal e pimenta do reino, á gosto 4 colheres de sopa de queijo parmesão ralado. PREPARO: Dissolva o caldo de carne na água fervente e reserve. Refogue a cebola com a metade da manteiga. Junte o arroz lavado e esciorrido e mexa com uma colher de pau. Adicione o açafrão dissolvido em uma colher de sopa do caldo da carne e junte o vinho. Aumente o fogo para o vinho evaporar. Tempere com sal e pimenta e continue mexendo sempre. E, vá acrescentando o restante do caldo de carne aos poucos, sempre esperando que o líquido da panela desapareça antes de acrescentar mais. Isso levará uns 20 a 25 minutos. Retire do fogo e coloque o restante da manteiga e o queijo ralado. Misture bem e sirva ainda quente. Rende: 6 porções.

Peito de frango assado com mel e mostarda

INGREDIENTES: 6 filés de peito de frango Sal e pimenta do reino, a gosto. ½ xícara de mel ½ xicara de molho de mostarda 1 colher de chá de manjericão seco 1 colher de chá de páprica 1 colher de chá de salsinha desidratada

PREPARO: Preaqueça o forno em temperatura média, a 180ºC. Tempere o frango com sal e pimenta e coloque em um refratário untado. Misture numa tigela o mel, mostarda, manjericão, páprica e a salsinha. Despeje metade sobre o frango. Leve ao forno por 3º minutos. Retire do forno, vire o frango e despeje o restante do molho. Asse por mais 12 a 15 minutos, ou até o frango estar bem dourado. Deixe descansar por 10 minutos antes de servir. Rende: 6 porções. DICA SABOROSA: A harmonização do frango agridoce com uma salada contendo abacaxi, é indicado - pois além de uma composição leve e delicada, é muito nutritiva e muito saborosa.

SUL RS Do imaginário ao realizado: a cidade do Rio Grande entre as disputas coloniais.

Trechos da palestra do Prof. Dr. Anselmo Alves Neetzow, professor de História da Furg, no seminário “280 anos da fundação da cidade do Rio Grande”.

Fomos parte de um empreendimento colonial. Com toda a certeza nem tudo que foi planejado foi executado, nem tudo seria como o esperado e, muitas vezes, o executado foi sem ter sido planejado. A cidade do Rio Grande figura no mapa da história da região platina no período colonial. Fazemos parte da história de toda essa região, que tem como foco a colonização do Rio da Prata e a bacia como um todo. Afinal, quem foi primeiro a chegar ao Prata , tendo como ponto de partida 1500 com a tomada de posse dos territórios brasileiros pelos portugueses? Temos em 1511-1512 dois navios colocados pela Coroa Portuguesa, comandados por João de Lisboa e Estevão de Froes. O foco inicial das metrópoles da região sul era a ocupação do litoral, conhecer o litoral para, então, depois ir para o interior. O historiador Roberto La Guardia diz que não podemos considerar essa expedição como descobridora, uma vez que eles foram, voltaram, mas não trouxeram registros, sendo estes as etapas necessárias para o processo de descobrimentos e tornar efetivo de acordo com as convicções europeias da época. A partir da expansão das colônias ibéricas, em 1513, Vasco Nuñez de Balboa chega no oceano Pacífico por terra, vindo do Peru. Portugal e Espanha concentram suas forças em descobrir um caminho, por mar, que unisse os oceanos Atlântico e Pacífico. Por isso, expedições para a área austral da América do Sul são realizadas. Temos como um dos primeiros a vir à região platina para descobrir essa passagem (estreito) que una o Atlântico ao Pacífico, Juan Diaz de Sólis em 1515/1516, assassino que fugiu de Portugal e mudou de nome para João Dias. Entretanto, acabou morto e devorado pelos índios Cairós. Chega na Europa a informação de que aqui tem uma zona com rio muito grande, a provável ligação entre o Atlântico e o Pacífico. O local apontado era o Rio da Prata, cuja ligação com o Pacífico não se confirmou. Em 1520 o navegador Fernão de Magalhães, espanhol a serviço de Portugal, foi o primeiro europeu a navegar pelo que foi chamado, depois, de Estreito de Magalhães, em sua homenagem. Trata-se de uma passagem navegável com cerca de 600 km, situado entre o sul da América do Sul, a Terra do Fogo e Cabo Horn, hoje dividido entre Argentina e Chile. Entre 1531 e 1536. tem-se a notícia de um reino nativo na América do Sul capaz de extrair muita prata. A notícia de que é possível ocupar a região desperta Portugal e Espanha para o controle dessa prata. Temos no período duas investidas de ocupação na região. Expedições portuguesas de Pero Lopes de Souza e Martim Afonso de Souza, desde o Rio de Janeiro até o Rio da Prata. Pela Espanha, a expedição de D. Pedro de Mendoza. Este militar e conquistador espanhol recebe do rei uma imensa região, que pega o sul do Brasil, Uruguai, parte da Argentina, Chile e parte de países da América do Sul, mas levando em consideração o Tratado de Tordesilhas. Ele é o primeiro governador do Rio da Prata e fundador de Buenos Aires Essa região se delimita da margem do Rio Amazonas até a boca do Rio da Prata e se faz um mapa. O imaginado está aí, mas o realizado não foi o que ali está. Como se vê somos fruto da disputa, uma vez que, a cidade de Rio Grande não existia oficialmente. Chegamos no século XVII, em 1680, com a fundação da Colônia do Santíssimo Sacramento por Portugal, às margens do Rio da Prata. Espanha considera uma afronta, como se fosse uma casa no páteo da casa deles. A zona de trânsito começa a se intensificar entre o Prata e Laguna, mas a Espanha ataca. Em 1681 o Tratado de Badajoz decide que Colônia do Sacramento é posse de Portugal, baseado na cartografia portuguesa. Em 1701 a Espanha ataca de novo, de Buenos Aires. É assinado o Tratado de Mútua Aliança, onde no artigo 14 a Espanha abre mão e reafirma o Tratado de Badajoz, que considera Colônia do Sacramento portuguesa. Já em 1704 a Colônia do Sacramento é novamente atacada pela Espanha. Isso faz com que as duas Coroas negociem de novo a paz. Colônia foi tomada, arrasada e ficou com uma presença espanhola muito forte ali. Até que em 1715 o Tratado de Ultrecht dá novamente Colônia do Sacramento a Portugal. O fluxo de mercadorias e o comércio ilegal intensifica-se. Nos anos de 1730, a pressão espanhola sobre a região platina reflete na região sul do Brasil e faz surgir nossa cidade. Com o objetivo de ocupar o canal do Rio Grande e reforçar o cerco à Colônia do Sacramento, em 1737 Portugal funda Rio Grande, a partir do presídio. Por que construir presídio, se não tem nem gente, muito menos presos? Presídio, naquela época, eram pessoas que faziam a guarnição do forte. Presídio é quase um sinônimo de povoação, no falar português do século XVIII. Em 1751 vamos ter a elevação de presídio ou povoação para vila. Rio Grande cresce de importância como vila da colônia Portuguesa, um ano depois do Tratado de Madri, que divide os povos no sul entre Portugal e Espanha. Os povos das Missões ficam com Portugal, que entrega Colônia do Sacramento. Em 1761 o tratado El Pardo reverte a situação: Colônia do Sacramento é de Portugal novamente e os Sete Povos (eram 30 povos) voltam para a Espanha. Em 1762 a Colônia do Sacramento é atacada novamente pela Espanha e se reflete em Rio Grande, até que em 1777 o Tratado de Santo Ildefonso define os Sete Povos das Missões para Portugal e a Colônia do Sacramento para a Espanha. Percebam o imaginado das coroas pela região até chegar à fundação do presídio e avançamos um pouco mais nesse contexto macro e micro para analisar desde o século XVI até final do século XVIII.


SUL RS

JUNHO DE 2017

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Sem contraditório, Seminário dos 280 anos conclui que Cristóvão Pereira era construtor de fortim vagabundo POR WILLY CESAR* Este jornal apresentou reportagem na edição anterior sobre o Seminário dos 280 anos da cidade, promovido pela Prefeitura/Secretaria de Cultura e Bibliotheca Rio-grandense, com apoio da Furg, Academia Rio-grandina de Letas e Receita Federal. Teria sido plenamente positivo, se os organizadores colocassem debatedores frente à frente, cada qual com sua linha de interpretação a cerca da polêmica fundação do Rio Grande de São Pedro. Cristóvão Pereira de Abreu ou José da Silva Paes? 27 de setembro de 1736 ou 19 de fevereiro de 1737? O seminário não teve esse confronto, porque todos os painelistas são da linha Silva Paes. Ninguém defendeu Cristóvão como fundador, e sua ação foi distorcida. ENTENDA O CASO O coronel Cristóvão Pereira e o brigadeiro Silva Paes foram fundamentais à fundação do Rio Grande, cidade e estado. Ambos foram mandados para cá com recursos da Coroa Portuguesa pelo general Gomes Freire de Andrada. Pereira era tropeiro, velho conhecedor da região onde passava na ida e na volta à Laguna levando/ buscando gado. Sua chegada foi por terra em 27/9/1736, comandando tropa de 160 homens para fundar um forte. Com ele, vem os primeiros povoadores não agricultores, entre os quais Francisco Pinto Bandeira, pai de Rafael, nascido na povoação quatro anos mais tarde. Tem início os primeiros eventos demográficos com atividade econômica e o gado, alimento daqueles pioneiros, é prova disso. Silva Paes chegou por mar no 19/2/1737, trazendo mais homens, alimentos, ferramentas, armas etc. Os dois comandantes se desentendem, e Paes toma o comando de Cristóvão. O sistema de defesa militar é reforçado. O brigadeiro fica até dezembro de 1737, quando André Ribeiro Coutinho assume e a vida segue. Cristóvão, embora suas andanças e aventuras, fixa-se na região de onde tira o seu sustento, pois não pertencia ao Exército regular. Possuía propriedades na vila do Rio Grande ao morrer em 21/11/1755, conforme testamento, aqui foi sepultado e está até hoje. SEMINÁRIO O professor de história, da Furg, Luiz Henrique Torres, afirmou no seminário que Cristóvão Pereira não era um tropeiro de verdade, mas sim comerciante mercenário e contrabandista, que fazia de tudo para conseguir dinheiro a qualquer custo; que construiu um “fortim vaga-

Willy Cezar Ferreira e Eurípedes Falcão Vieira

bundo”; que nada tinha a fazer quando aqui chegou, quase cinco meses antes de Silva Paes; que não era povoador; e que “para construir estrutura urbana a dificuldade é extrema, sem material de construção”, ele não teria fundado nada. Torres escreve semanalmente na imprensa local, há anos. No artigo intitulado “Rio Grande e o Prata”, publicado em 30/8/1998, Torres cita Cristóvão Pereira entre os personagens fundamentais e “os elementos da lusitanidade traduzidos nas ações de reconhecimento do terreno pelo tropeiro Cristóvão Pereira...”. E ainda: “apoiado na infraestrutura militar preparada por Cristóvão...”. Já em outro artigo “O 19 de fevereiro e o brigadeiro José da Silva Paes”, publicado em 19/2/2003, ao se referir a Cristóvão, descreve-o como: “coronel que recebera a incumbência de escolher terreno e iniciar a fortificação, que foi o reduto inicial da futura cidade do Rio Grande”. E que “aprovadas todas as disposições de Cristóvão Pereira, como se das armas fosse antigo professor, mandou o brigadeiro reforçar os mesmos passos...”. Depois de, por três vezes, no mesmo texto, chamá-lo de coronel, Torres ressalta “o papel proeminente desempenhado por Cristóvão Pereira e por Silva Paes na fundação do Rio Grande.” Quem antes era tropeiro, reconhecedor do terreno e coronel com papel proeminente, agora é, apenas, tropeiro de mentira, comerciante mercenário, contrabandista fora da lei e construtor de fortim vagabundo. Então também seriam vagabundos os 300 pontilhões que ele construiu na primeira estrada pedagiada do Brasil continental, ligando o sul à Sorocaba, SP, pedágio cobrado por Cristóvão, segundo Torres. Ficamos pensando o que teria motivado o professor a essa brusca mudança de tratamento ao

tropeiro? O presidente do Instituto Histórico e Geográfico do RS, escritor Miguel Frederico Espírito Santo, disse que Silva Paes tinha “mandato” para fundar o Rio Grande. Com respeito, caro amigo Miguel, o general Gomes Freire descreveu em carta de 24/7/1736, ao vice-rei de Portugal, conde de Galveas: “Cristóvão Pereira é homem de grande espírito. Encontro nele admiráveis disposições para lhe encarregar o governo da fortaleza do Rio Grande, não só pela atividade que tem, mas pelo grande tato e amizade que conserva com os minuanos, por ser homem prático e valoroso, com discurso claro e militar...”. Portanto,

Cristóvão foi o construtor e primeiro administrador do Rio Grande, com carta de nomeação por um general. Fundar é iniciar, dar início a algo que antes não existia. Fundador é quem começa. Como considerar Silva Paes fundador se ele não estava aqui quando a fundação começou? Segundo a historiografia oficial, o que interessa mesmo, neste caso, não é o antes (Cristóvão), mas o depois (Silva Paes). A cronologia e o trabalho de Cristóvão com seus homens devem ser esquecidos. Não importam as provas cabais, o fundador é Silva Paes por convicção e não se fala mais no assunto! O seminário perdeu legitimidade em não promover o debate do apaixonante tema. Mas uma coisa há de bom em tudo isso. Este jornal abriu espaços às duas partes para discussão. Assim a comunidade tomará conhecimento dos detalhes que, de outra forma, não apareceriam tão objetivamente. Enquanto esperamos pelo seminário com amplo contraditório, com exibição de documentos e fontes primárias, como as cartas de Cristóvão a Gomes Freire em 1736, sugiro a leitura dos artigos e livros de todos os autores que tratam do tema, de ambos os lados. Sobre Cristóvão Pereira de Abreu, aponto os três últimos livros lançados que apresentam provas, não somente convicção: “O desbravamento do Sul e a ocupação castelhana”, de A. Monquelat e V. Marcolla, Editora da UFPel, 2010; “O cavaleiro da Terra de Ninguém – Vida e Tempos de Cristóvão Pereira de Abreu”, de Sinval Medina, Editora Record, 2012; e “A cidade do Rio Grande – Do big bang a 2015”, deste jornalista, Editora Topbooks, 2016. *Jornalista e escritor

Eurípedes Falcão Vieira se manifesta

“Sobre o seminário 280 anos foi a clássica crônica de uma morte anunciada. Foi organizado para afirmar um único ponto de vista, sem debate, contraditório e análise de documentos de época. Certas afirmações chegam a ser chocantes, com a de que Cristóvão Pereira de Abreu construiu um “fortim vagabundo”, linguagem vulgar num seminário acadêmico. Também generalista do contexto histórico, antecedente e posterior ao núcleo de povoamento do Cristóvão, foi a palestra do representante do IHGRGS (Miguel Espírito Santo). Um pioneiro, seja de que estirpe social for, e do fator motivação, quando estabelece, inicialmente, um assentamento populacional de 160 homens, com delimitação de área de cultivo e criação, desencadeia proces-

sos demográficos, formando uma comunidade seminal de povoamento. É o inicio a ser tomado como fundação. Embora a diferença de posição social e de representação pública, ambos, Cristóvão e Silva Paes são vultos históricos em duas dimensões numa abordagem primária: um na territorialidade local, como o fundador do primeiro assentamento populacional que evoluiria à cidade do Rio Grande; o outro, o comandante militar que ao chegar alguns meses após, toma posse e a defesa da territorialidade do Rio Grande do Sul. É sem dúvida, um acontecimento histórico para ser debatido, com análises a partir de registros documentais, sem afirmações vulgares e radicalismo destruidor de imagens pessoais”.


SUL RS Façanhas de Nico agora estão registradas em livro

14  JUNHO DE 2017

O jornalista Nilo Pinho Para uma cidade que não tem sabido reconhecer os méritos de muita gente boa, filha desta terra, foi altamente positivo o lançamento do livro “Nico, o bombardeador”, que conta a história do craque do FBC Rio-Grandense e do futebol rio-grandino, Antônio Azambuja Nunes. Ele foi um dos maiores artilheiros do Brasil (segundo o livro, ele deve feito ter entre 700 e 800 gols), artilheiro do Campeonato Gaúcho, em 1967, superando a outros grandes craques, como Claudiomiro, Sapiranga, Ênio Santos, etc. Só não conquistou o Belfort Duarte, prêmio dado a quem nunca foi expulso na carreira, devido a “lambança” de um árbitro local. A preservação da memória de Nico é iniciativa do jornalista Nilo Dias Ta-

vares, nascido em Dom Pedrito e que aqui trabalhou nos anos 70 e 80 no jornal Agora, rádio Cultura Rio-Grandina e na sucursal da Companhia Jornalística Caldas Junior (Correio do Povo, Folha da Tarde, Folha da Manhã e rádio Guaíba). Nilo Dias aqui também conquistou o Prêmio Esso Regional Sul de Jornalismo com a reportagem “1700/1978 – Dois séculos de desmatamento no Rio Grande do Sul” e rapidamente se integrou à vida da cidade à ponto de ter sido diretor de futebol do FBC Rio-Grandense. Para ele, o livro “O bombardeador”, que tem prefácio do jornalista Rafael Divério, além do objetivo principal, a homenagem ao grande atleta e a grande pessoa que é Nico, também foi uma forma de rever Rio Grande, uma vez que Nilo reside em Brasília.

SESSÃO DE AUTÓGRAFOS O lançamento do livro, juntamente com a sessão de autógrafos, aconteceu dia 7 de maio, na Churrascaria Leão, que recebeu muitos fãs e amigos de Nico, seus familiares, ex-jogadores e ex-dirigentes. A imprensa se fez presente, sendo que as rádios Cultura Rio-Grandina e Cassino transmitiram o evento ao vivo. Nico compareceu com filhos e netos e emocionou-se em vários momentos, pela homenagem e por relembrar o recente falecimento da

esposa Ecilda. Sobre a homenagem, Nico revelou que “estava preparado, mas não para tanto. Mesmo na expectativa mais otimista eu não esperava que viesse tanta gente. A emoção foi muito maior”. O livro está à venda na Livraria Vanguarda ao preço de R$ 50

NILO DIAS FALOU SOBRE A OBRA AO SUL RS: O que te levou a escrever este livro? Minha amizade com Nico e a certeza de que ele não podia ficar sem que sua vida fosse contada em livro. Nico é merecedor disso e muito mais. Como fizesses a abordagem? O livro trata da vida pessoal e profissional dele antes e depois do futebol. Não sei se Nico foi melhor como jogador ou como pessoa. Só sei que ele é extraordinário, fenomenal e tudo quanto é adjetivo que se possa encontrar para defini-lo. Foi muito difícil fazer a pesquisa, ouvir testemunhos. Enfim, fazer este livro? Foi um trabalho fácil, porque conhecia Nico há 40 anos e, além de jornalista, sempre fui pesquisador e juntei muito material sobre a vida de Nico e de outros jogadores. Durante 1 ano e seis meses conversei com Nico semanas a fio. Perguntei tudo que ele poderia responder até o ponto que o livro encerrou porque não tinha mais

nada a perguntar. Tem alguma passagem que destacarias? Destaco os depoimentos feitos pelos amigos do Nico. São emocionantes e dizem tudo que pensam a respeito desse grande profissional. Pretendes escrever mais algum livro? Fiz o livro “100 anos de futebol em São Gabriel” (Nilo Dias residiu por vários anos naquela cidade) e já estou escrevendo “Xavantes de Ouro”, que destaca os maiores jogadores do Brasil de Pelotas em todos os tempos (embora na vizinha cidade ele torça pelo Farroupilha)

Nico (direita) autografa livro para o radialista João Ferreira

Novo presidente do SÃO PAULO fala na importância do torcedor se associar

Tão logo terminou o Campeonato Gaúcho o presidente Vitor Magalhães anunciou sua saída da presidência do São Paulo e assumiu em seu lugar o vice-presidente de futebol, Hugo Leonardo Pereira Melo, que no ano anterior havia sido vice-presidente de finanças. A justificativa para a troca no comando rubro-verde foi a de que Magalhães, que fez um bom trabalho nos últimos dois anos, era contrário a jogar a série D do Campeonato Brasileiro. Hugo Melo e outros diretores, como o vice de finanças, Vinícius Lapolli, insistiam na disputa, porque o São Paulo tinha contrato com os jogadores até setembro, justamente para O contabilista Hugo Melo preside o rubro-verde disputar a competição que iniciou dia 21 de maio. “Também para planejar 2018 foi que resolvemos per- por chegar, além do retorno de dois atletas emmanecer jogando a série D”, explicou o novo prestados: Cleiton e Rafael Pilões. A maioria do presidente à nossa reportagem em seu escri- grupo do Gauchão permaneceu, enquanto deitório de contabilidade. xaram o clube o lateral Alisson Gaúcho, o meia Para jogar a série D o São Paulo anunciou jo- Fidélis, o goleiro reserva Gil Grando e o reserva gadores de bom nível, como o lateral direito Bin- Leandro Rodrigues. dé, do São José; o zagueiro Romário, que era do Hugo Melo destaca que a infraestrutura do Inter e estava no Marítimo de Portugal; o lateral clube é melhor que há anos atrás: “Hoje nossos esquerdo Rafinha, que foi do Inter; o meia Flá- jogadores se hospedam no Apart Hotel Arpini e vio Paulino, do Metropolitano (SC) e até o dia da fazem musculação na academia Rio Sport, que reportagem mais quatro novos jogadores, das são estabelecimentos qualificados e ficam próxiséries A e B do Campeonato Gaúcho, estavam mos de nosso estádio”.

Como o senhor recebeu o São Paulo? Como todos os presidentes que recebem o São Paulo: sem dinheiro e acho que essa é uma realidade de todos os clubes do interior. Mas recebo um clube melhor estruturado que há quatro, cinco anos, com uma torcida querendo ajudar mais. As pessoas veem o São Paulo com uma realidade diferente que alguns anos atrás. Os jogadores, patrocinadores e também a comunidade nos dão mais credibilidade. Existe um planejamento para fazer frente às despesas no segundo semestre? Nosso primeiro mês na direção, que foi abril, está pago. Estamos buscando patrocínios, mas enxergamos que nosso maior patrocinador é o torcedor e ele se associando vai nos ajudar a cumprirmos com nossas obrigações. Queremos que o torcedor se associe e, acima de tudo, seja valorizado. Hoje são 600 associados e, desses, de 400 a 500 pagam. Tem os remidos e alguns que não estão pagando. Hoje temos quatro formas de mensalidades: o sócio torcedor (R$ 20 e paga meia entrada nos jogos), sócio efetivo (R$ 50 e não paga para assistir da arquibancada), sócio pavilhão (R$ 60 e assiste do pavilhão) e sócio cadeira (R$ 80). É muito barato, porque no interior

a mensalidade mínima é de R$ 100. Falta até difundir mais. Temos o Clube de Vantagens, que dão descontos aos associados e as empresas são identificadas com adesivo do São Paulo e muita gente não sabe disso. Agora contratamos uma empresa que trata de marketing voltado para o associado, que deu um boom no Brasil de Pelotas. Lamentavelmente não temos divulgado parcerias como a existente com o posto Buffon. O associado solicita a nota em nome do São Paulo e 2% do valor fica com o clube. E as dívidas, como estão? Os balanços vão ser publicados. Pedi ao nosso setor de Comunicação a criação de um portal da transparência no site do clube. Vamos publicar os balanços de 2015 e 2016 para o sócio e torcedor ficar a par da situação do clube. Pensam que o São Paulo recebe R$ 1 milhão da televisão todo ano, só que fica retida uma cota. O que chegaria ao clube tecnicamente não é nem 50% desse valor. Tem um condomínio de credores que leva 30% de cota, mas isso é muito bom porque tira o oficial de justiça de dentro do clube. O passivo trabalhista é em torno de R$ 900 mil a R$ 1 milhão e não se sabe quando vai terminar, porque se um jogador resolver cobrar algo na Justiça ele vai fazer. O clube aderiu ao Profut, que renegocia débitos na Receita Federal, Procuradoria da Fazenda e vamos ter de pagar mensalmente. Por isso tem de haver conscientização do torcedor para se associar. Patrocínio é muito bom, mas tem de haver um planejamento e o quadro social te dá segurança.


Forças vivas

A pressão que está sendo feita pelas forças vivas de Pelotas para duplicação da BR-116, entre aquela cidade e Porto Alegre, que teve o engajamento imediato dos municípios da região, Governo do Estado e Grupo RBS, está dando resultados positivos. O DNIT reiniciou as obras do lote 5, trecho de 25km entre Camaquã e Cristal, e garante para este ano investimentos de R$ 80 milhões de restos a pagar, também no trecho entre Guaíba e Tapes mais o viaduto em Turuçu. Para 2018 serão investidos mais R$ 200 milhões. Movimento em favor da rodovia iniciou na Associação Comercial de Pelotas. Assim como acorreram ao chamamento de Pelotas, por que nossas lideranças não fazem o mesmo na defesa do Polo Naval? Por que não pedir o apoio da região, da Fiergs, Federasul e especialmente do governador Sartori, que é do mesmo partido de Temer?

Traíra

Empresários (Abimaq e Sinaval) e trabalhadores do setor naval estão unidos na luta pela reativação dos estaleiros e cumprimento do conteúdo local. A esse respeito, foi bem interessante a observação de um internauta, que não conseguimos identificar o nome, no site da Federação´Única dos Petroleiros: “Quando capital e trabalho se unem para reivindicar a mesma coisa e o governo não atende, é porque ele (o governo) está mais para Silvério dos Reis que para Tiradentes”.

Corte de gastos e desenvolvimento? Tanto o governo federal como o estadual dizem que não tem dinheiro e demonstram preocupação com a retomada do desenvolvimento econômico, mas ambos não estão nem aí para o Polo Naval, que movimentou a economia da região, aumentou a arrecadação do Estado e recuperaria, de imediato, milhares de empregos. Dá para entender? Em nível federal, então, este governo (se é que ainda não caiu até esta edição circular), que fala em cortar gastos somente quando se refere aos mais pobres, continua ofertando cargos e benefícios para os deputados de sua base de apoio. Prefere fazer plataformas no exterior, em detrimento de gerar desenvolvimento aqui, o que compensaria a diferença nos custos, que não é tanta assim.

O mercado

Nossa economia começou a cair pra valer, e entramos nessa brutal recessão, quando o governo passou a colocar ministros que “agradam ao mercado”. Primeiro a Dilma colocou Joaquim Levy e foi ele quem começou a elevar os juros, mesmo a economia estando estagnada, “enforcando” as empresas. As que não fecharam estão “fazendo água” e desempregando. Nenhuma das metas do Levy foi atingida. Com Temer veio o Henrique Meirelles e nada mudou. Até piorou e, “para agradar ao mercado” ao invés da população, fizeram esse pacote de maldades que são os projetos das reformas da forma como estão. Sem falar nas privatizações e o aumento de impostos que vem por aí.

SUL RS

JUNHO DE 2017

O Governo Temer

Corte de gastos e desenvolvimento? (II)

Parece que o brasileiro saltou da frigideira ´para o fogo com a saída da Dilma e a entrada do Temer. As reformas da Previdência e das leis trabalhistas são necessárias, mas este governo e o Congresso não tem legitimidade para isso, ainda mais que todas as pesquisas apontam um índice enorme de rejeição ao Temer. O problema é a forma como as reformas estão sendo encaminhadas. Assuntos que irão mexer com a vida e o futuro de todos os brasileiros não podem ser aprovados a toque de caixa. Antes disso, precisam ser discutidos com toda a sociedade. Ainda por cima, existem denúncias de que o governo manipula dados e números. No caso da Previdência, subestima receitas e superestima os gastos. A

Para os grandes empresários a farra continua com o aval desse governo. Só vamos citar duas, porque nosso espaço é limitado. O deputado mineiro Newton Cardoso Jr. (PMDB/MG), foi o relator da MP 766/17, já aprovada, sobre o Programa de Regularização Tributária, conhecido como Refis, que concede descontos de até 99% em multas, juros e encargos da Dívida Ativa da União para as empresas. Como ele próprio deve R$ 67 milhões à União, legislou em causa própria. Tem mais: 291 deputados federais somados devem à União mais de R$ 1 bilhão em impostos, enquanto 46 senadores devem cerca de R$ 2 bilhões, segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz), que publicou uma lista dos parlamentares em débito com a União, depois retirada de seu site por pressão política. Dá para deixar que reformas tão importantes, com impacto na vida dos brasileiros, fiquem na mão dessa gente e de um governo sem respaldo e sem compromisso com a população?

quem interessa o desespero para aprovarem tudo com a maior rapidez possível? Em resumo, essas reformas, da forma como estão, buscam reduzir os salários dos trabalhadores logo mais adiante, e pagar valores baixos aos aposentados (aos poucos que conseguirão se aposentar), forçando quem pode a migrar para a previdência privada. O Governo mente para a população quando diz que precisa das reformas para gerar empregos. Há poucos anos, a economia estava bombando, todo mundo ganhando dinheiro, mais de 50 milhões de empregados com carteira assinada e não foi necessária reforma alguma. O que gera desenvolvimento é o crescimento da economia. Temer está há um ano no poder e nossa economia não cresceu nada.

Parque do Trabalhador

Pelotas tem bem menos indústrias que Rio Grande, mas lá eles contam com o Parque do Trabalhador, enquanto por aqui os projetos só ficam no papel. Existe um empreendimento grande do Sest/Senat previsto para nosso município, só que não aconteceu até hoje e já era para ter sido movimentado junto à Fiergs.

O que a GRANDE MÍDIA não divulga Lamentavelmente a grande imprensa não divulga nem 80% do que é dito na CPI da Previdência, com audiências transmitidas pela TV Senado. O advogado gaúcho Guilherme Portanova, especialista em Direito Previdenciário, deu um show esses dias, mas os poucos que lá estavam da base do governo, como o líder Romero Jucá, foram saindo aos poucos para evitar o debate, como tem sido prática deles. Alguns tópicos da fala de Portanova: “Segundo a lei, a seguridade social deve ser custeada por cinco super receitas: contribuição do empregado,contribuição do empregador, CSLL, Pis/Cofins e 20% da arrecadação das loterias da Caixa Federal. Com todas elas, chega-se a u superavit de R$ 658 bilhões desde 2015”. “Na planilha do Temer existe um deficit de R$ 120 bilhões na Previdência. Temer botou todas as despesas e não botou as receitas”. A Desvinculação de Receitas da União (DRU) é um mecanismo que permite ao governo federal usar livremente 20% de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. A principal fonte de recursos da DRU são as contribuições sociais (entenda-se dinheiro da Seguridade Social), que correspondem a 90% do montante desvinculado. Diz Portanova: “Até 2015 se tirava 20% dos recursos. Em novembro de 2015 a DRU acabou e o Governo Temer restituiu a DRU no

meio do ano passado com efeitos retroativos a 2015 e aumentou em 50%, porque agora a DRU é de 30% até dezembro de 2023. Estão tirando dinheiro para pagar os juros de uma dívida pública jamais auditada e o dinheiro da DRU sai e não volta para a seguridade social. Por que a PEC 55 limitou despesas primárias e não limitou o pagamento da dívida pública também?” “Setenta por cento dos municípios brasileiros, especialmente os que tem até 60 mil habitantes, recebem mais recursos da Previdência que do Fundo de Participação dos Municípios. No momento que se avilta o valor deles está se quebrando a economia de 2/3 de nosso país”. “O governo não apresentou até hoje nenhum estudo autorial”. “A idade mínima para a aposentadoria de 65 anos não é 65. É a partir de 65, porque a cada ano que sobe a expectativa de vida também sobe o limite de idade. Quando o contribuinte fizer 65 anos a idade mínima vai estar em 70. É o burro correndo atrás da cenoura”. “Os 500 maiores devedores da Previdência totalizam mas de R$ 400 bilhões em dívidas. Se computar a dívida da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e Pis/Cofins são 118 mil empresas que devem acima de R$ 100 mil, o que dá R$ 935 bilhões. Por que o governo não cria uma força tarefa para cobrar devedores, enquanto cria força tarefa para cortar benefício de incapaz?

Lanches e música

Bar Country, na esquina da Dom Bosco com Padre Feijó (Cidade Nova), além das elogiadas refeições e lanches, vem proporcionando, às sextas-feiras, música ao vivo aos seus frequentadores. São encontros informais de músicos, liderados por Nevile Furtado, Osvaldo Corrêa Filho e Vanzelotti.,na foto com o proprietário Ênio dos Santos. O estabelecimento fica na esquina da Dom Bosco com Padre Feijó, defronte ao edifício da TV Mar, local onde ficava o saudoso Baurú do Laudamas.

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Uma boa observação

Presidente da Petrobras, Pedro Parente, ao anunciar novo programa de venda de ativos, incluindo a área de refino, disse à imprensa que “não é bom para a empresa nem para o país concentrar 100% do refino nas mãos de uma única empresa”. No site www.infomoney.com.br um leitor rebateu: “Consegue imaginar o CEO da Google ou da Microsoft dizer: ‘Nós temos o monopólio das buscas pela internet mas achamos que não é bom para a empresa concentrar 100% desse poder nas mãos de uma única empresa’?

Governo mente

Na CPI da Previdência instalada no Senado já ficou provado que o Governo Federal mente para a população. Os dados sobre a situação da Previdência foram distorcidos. O prejuízo alardeado leva em conta apenas a Previdência, que faz parte da seguridade social, incluindo aí a assistência social e a saúde. Mas a seguridade social tem outras fontes de recursos e dá lucro. O presidente da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil), Vilson Antonio Romero, disse na CPI que “nenhuma instituição foi tão saqueada no Brasil como a Previdência Social. No passado os antigos IAPIs foram obrigados a subscrever ações preferenciais das estatais da época, que estavam surgindo na década de 70, e esse dinheiro não voltou para a Previdência”. Segundo ele, só para lotear onde está hoje Brasília tirou-se US$ 51 bilhões e no período de 1966 a 1979 a “sangria” na Previdência foi de R$ 400 bilhões, com recursos para Itaipú, Transamazônica, usina nuclear de Angra dos Reis, ponte Rio-Niterói e outros, conforme levantamento do economista André Lara Rezende. Com a reforma pretendida por Temer, em pouco tempo a Previdência já estará cheia de dinheiro novamente e quem garante que não irão mexer de novo nesse dinheiro, se até a Petrobras foi saqueada?

PESQUISA do site do PMDB, partido de Temer, sobre a reforma da Previdência: 96% são contrários ao texto da forma como ele está.’


SUL RS

16  JUNHO DE 2017 A recepção à Lula e Dilma e críticas ao abandono do Polo Naval

Militantes e populares se concentraram no Largo da Prefeitura Os rio-grandinos viveram um sábado movimentado no dia 29 de abril quando os ex-presidentes da República Lula e Dilma Rousseff participaram de um ato público frente à Prefeitura, na defesa do Polo Naval. Antes deles chegarem, o que aconteceu por volta de 15h30min, um avião (dizem que do Aero Clube de Pelotas) sobrevoava a cidade com uma faixa e os dizeres: “Lula, Moro te espera”. O ex-presidente não se intimidou e, ovacionado pelo público,

formado por militantes, simpatizantes e populares, disse que “nós vamos voltar e recuperar esse país”. Ele criticou o abandono da indústria naval pelo atual governo.

AUDIÊNCIA NO SENADO Já no dia 15 de maio a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal promoveu audiência sobre a indústria naval, presidida pelo senador Paulo Paim. O prefeito Alexandre Lindenmeyer e lideranças da cidade lá estiveram e todos

lamentaram a ausência de representantes da Petrobras. Ficou definida a solicitação de uma audiência com o presidente Michel Temer e foi falado que o governo federal poderia estar cometendo improbidade administrativa por abandonar os estaleiros. “Não vamos deixar que se destrua esse patrimônio de bilhões do povo brasileiro e governo nenhum tem direito a fazer essa desconstrução dos polos navais no Brasil”, protestou Paim.

SAC já trabalha para a próxima temporada de veraneio

A Sociedade Amigos do Cassino está em atividade o ano todo. Além dos serviços normais que presta, é nesse período de baixa temporada que a atual diretoria costuma fazer melhoramentos na infraestrutura do clube já visando a próxima temporada de veraneio. Neste ano não está sendo diferente e o

presidente Pedro Alvariza informa que foram retomadas as obras de revitalização do salão de festas. Ele adianta que uma das metas será o aprimoramento da climatização visando proporcionar maior conforto aos associados e frequentadores da Sociedade Amigos do Cassino.

Recordando os bons tempos

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ACADEMIA, CHURRASQUEIRA, ÁREA INFANTIL, PISCINA, SHOWS E MUITO MAIS 10 PARCELAS DE Na foto de 1965 a primeira Miss Atlântico Sul da SAC, Marilice Martins Llopart. Em 5 de fevereiro de 1963 o jornal Rio Grande noticiava o lançamento da pedra fundamental da nova sede da SAC. Na ocasião usaram da palavra o secretário de Turismo da

cidade, Guilherme Schultz Filho, e o presidente do Lions Club Rio Grande, Fernando Paulo Correa. A sede a que se referia a notícia é onde a SAC se encontra atualmente e o terreno foi doado pela família Leivas Otero.

R$ 180,00 ISENÇÃO DE MENSALIDADE NESTE PERÍODO

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3236-1322


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