Jornal Sul RS - Edição 12

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Notícias e Negócios

Novamente desativada a ligação com Santa Isabel PÁGINA 6

LINHA RIO GRANDE/PELOTAS :

Ônibus pegam e largam passageiros Circulação: Rio Grande e São José do Norte também na área central ANO I - Nº 12

FEVEREIRO DE 2018

CIRCULAÇÃO DIRIGIDA

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Menos de mil trabalhadores

Em 17 anos de Polo Naval, quando foram construídas as plataformas P-55, P-58, P-53, P-63, P-66, P-68 e a P-74, mais os módulos da P-74 e P-75, nos estaleiros do Rio Grande e São José do Norte, e empregados até 24 mil trabalhadores no auge da produção, em 2013, eis que os três estaleiros existentes na região hoje não empregam, juntos, mil trabalhadores. Bastava uma “canetada” do Governo Federal para que as encomendas da Petrobras fossem novamente feitas em estaleiros brasileiros mas, por enquanto, plataformas estão sendo feitas no exterior, ao invés de gerar empregos e impostos aqui. Enquanto veem esse grande projeto naufragar, as comunidades rio-grandina e nortense ainda tem esperança de que surja uma luz no fim do túnel, mas que essa luz não seja um trem em sentido contrário. O vice-presidente do Sindicato

dos Trabalhadores Metalúrgicos do Rio Grande (STIMMMERG), Sadi Machado, indagado sobre a situação do Polo Naval, não hesita: “Está à beira da extinção”. O sindicalista faz um balanço ao SUL RS sobre a situação dos três estaleiros: - A P-74 vai ser entregue neste mês de fevereiro pelo EBR, de São José do Norte, e já foram desmobilizados mais de 2.200 trabalhadores. É mais um ciclo que se fecha. Exagerando, vão ficar cerca de 60 trabalhadores para manutenção. Cabe salientar que foi um trabalho de excelência, de primeira linha. A QGI está em fase de desmobilização. O efetivo que tem lá é o menor possível, a princípio para manutenção. Os módulos da P-74 e P-75 estão praticamente prontos, em fase final de reparos. A entrega, em princípio, será em março e lá trabalham entre 200 e 250 trabalhadores. A Ecovix continua cortando os blocos das

FPSO e procurando investidor para a retomada. O estaleiro está parado, com cerca de 200 funcionários hoje, e acredito que será difícil uma retomada neste ano. Depois acho que sim, porque alguém vai pegar aqui. Acontece que enquanto não for feita a recuperação judicial da Ecovix não se sabe de nada. NADA SERÁ COMO ANTES Sadi Machado acredita que o Polo Naval será retomado, “mas não como antes. Vai mudar muito o conceito do Polo Naval para o futuro. E vai depender, também, muito do encaminhamento eleitoral este ano”. O vice-presidente do STIMMMERG informa que os estaleiros em Pernambuco e Rio de Janeiro “também estão parados esperando as licitações que acontecerão este ano. Por causa das eleições, essas licitações só poderão ser feitas até

junho e sabemos que o EBR irá participar. De repente a QGI também, mas não tenho como afirmar. Já a Ecovix vai depender muito da recuperação judicial”.

A que você atribui essa desmobilização do Polo Naval? O Polo Naval do Rio Grande fechou por uma determinação política que extinguiu 24 milhões de empregos. Os estaleiros foram praticamente fechados por iniciativa do Governo Federal para atender interesses particulares deles, não do povo. Estão entregando a Petrobras para o capital estrangeiro, a única no mundo que tinha capacidade para explorar o pré-sal. Não faltou maior mobilização para defender o Polo Naval? O sindicato e os trabalhadores fizeram a sua parte mas, de fato, não houve vontade das lideranças do

Sadi Machado município e sim vaidades. O Governo do Estado, que é do mesmo partido do Temer, não se impôs, e isso que nessa época de crise ganharam milhões em impostos. Quem acabou sendo prejudicada foi a população, o comércio, a área de serviços e, principalmente, os trabalhadores.

STIMMMERG:

apenas dois funcionários O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos em poucos anos se transformou num dos mais respeitados do país por sua capacidade de mobilização. No auge do Polo Naval chegou a liderar uma massa superior a 20 mil trabalhadores e teve três mil associados, além da sede no Rio Grande e São José do Norte. Sindicato liderou milhares de trabalhadores

A grande transformação aconteceu nas gestões de João Carlos Pereira Jr. e Benito Gonçalves. Várias mobilizações foram feitas, que resultaram em conquistas salariais e melhoria das condições de trabalho. Para defender o Polo Naval, o STIMMMERG parou a cidade e chamou atenção de todo o Brasil, inclusive sendo notícia no Jornal Nacional da Rede Globo. Depois, uma caravana de metalúrgicos foi até a sede da Petrobras, no Rio de Janei-

ro, quando garantiu a construção das plataformas P-74 e P-75. A sede do STIMMMERG, que antes era muito concorrida, hoje está vazia. Em função da crise atual, o quadro funcional foi reduzido. Hoje, são apenas dois funcionários, mas o sindicato não irá parar. “Vamos continuar brigando pelo direito dos trabalhadores, mesmo com as dificuldades que enfrentamos hoje”, afirma Sadi Machado.


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! í a Olha

Campanha criativa

POR IQUE DE LA ROCHA

Nosso carnaval

As coisas mudam com o passar do tempo. No passado o rio-grandino acorria à rua Marechal Floriano, Silva Paes, Cidade Nova e ao Sambódromo para participar de nosso carnaval. Tivemos momentos de altos e baixos mas, com certeza, períodos mais positivos que negativos, uma vez que nossas entidades carnavalescas eram de muito boa qualidade, tanto que estão na memória da população escolas como As Mariquitas, Império Serrano, Quem é do Mar não Enjoa, Nega Teresa e blocos como o Quebra-Osso e Marilú. Poderíamos citar muito mais entidades, inclusive algumas que saíram de atividade há muito pouco tempo. Nossas entidades sempre foram pobres e, a maioria, também desorganizada. Mesmo assim elas tinham gente que entendia e gostava de carnaval e essas pessoas faziam a diferença. Entendemos que a Prefeitura deve dar a infraestrutura para o evento se realizar, seja no Sambódromo ou em outro local da cidade. Até mesmo destinar alguma verba às entidades mas, nesse

caso, de maneira comedida, para “dar um empurrão”, de forma que as escolas e blocos também façam por si, com promoções junto às comunidades em que atuam e não simplesmente ficando de braços cruzados esperando pela tal verba. Um problema verificado no Rio Grande, e talvez aconteça o mesmo em outras cidades, é o fato das entidades pertencerem a uma família ou a um pequeno grupo. Temos vários exemplos de famílias que brigavam e, naquele ano, a entidade não saía. Às vezes não precisava nem haver briga. Bastava alguém da família decidir que não ia sair mais e ponto final. O ideal é que as entidades carnavalescas surjam de movimentos comunitários, pois assim terão como envolver os moradores, angariar mais recursos e garantir sua continuidade. Caso contrário, fiquemos com o carnaval do Cassino, que tem não apenas alegrado os foliões mas se tornou uma atração a mais de nosso balneário, como pode comprovar o movimento dos hotéis nesse período e a multidão que acorreu à avenida Rio Grande.

Nosso carnaval (II)

O ideal seria termos, ao mesmo tempo, o carnaval no centro da cidade, com os desfiles das escolas de samba, e o do Cassino, mais popular e com um clima mais familiar. Nos últimos anos não tivemos o carnaval do Sambódromo e havia o temor de que, indo todo mundo para o Cassino, poderia ser descaracterizada a festa em nosso balneário. Notamos que a questão da violência é a maior preocupação. No meio de milhares de pessoas que querem só brincar existem os mal intencionados. Já nem tudo é um mar de rosas no Cassino e neste ano tivemos brigas, assaltos e tiroteio. De qualquer forma, o carnaval do Cassino continua acontecendo com sucesso. Torcemos para que a bandidagem, que há muitos anos vem determinando o que a gente pode ou não fazer, o horário que devemos chegar em casa (até a hora da Missa do Galo foi antecipada por causa dos assaltos), não tenha força para estragar com nossa grande festa. A propósito: cabe destacarmos a atuação de nossas autoridades policiais, que se desdobram para servir a população, mesmo com o pouco efetivo que possuem.

Dragagem

Estava em preparação, e até este jornal circular, espera-se que já esteja sendo feita, a batimetria do canal de acesso ao porto para, então iniciar a dragagem por iniciativa da Superintendência do Porto. O certo seria uma dragagem de manutenção, levando o canal à sua profundidade normal, ou seja, 18 metros fora da barra e 16 metros aqui dentro. Mas fala-se em dragagem de limpeza que, segundo algumas pessoas da área portuária, deve ser uma espécie de mini-dragagem de manutenção. Enquanto não inicia a dragagem, e há quem diga que estão esperando passar o veraneio para não comprometer a praia, na hipótese da lama ser mesmo oriunda desse trabalho, a sedimentação continua e o canal vai ficando cada vez pior. Sabe-se que até navios que transportam contêineres estão tocando o fundo, mas como nesse período a movimentação do porto diminui, não há maiores comentários sobre este problema. A preocupação dos usuários do porto é com a safra de grãos, que começa em abril. Até lá alguma coisa terá de ser feita e reuniões tem acontecido na SUPRG para tratar do assunto.

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Notícias e Negócios

Lisiane Ribeiro Alves e Patrícia Braga, da Marcos Otero Imóveis Para atender a demanda dos estudantes que vem para a Fundação Universidade do Rio Grande, a Marcos Otero Imóveis realizou uma campanha criativa e que chamou bastante atenção para a sua carteira de locação de imóveis. No período de 5 a 7 de fevereiro as funcionárias da imobiliária circularam na FURG vestindo camisetas com os dizeres “Casa, comigo”. Elas distribuíram panfletos e prestaram informações sobre os imóveis disponíveis.

Caixa único?

O idealizador da campanha foi o gerente de Marketing da empresa, Cristian Ross, que explicou: “A gente já vinha trabalhando há 1 mês na seleção dos imóveis, para atender especificamente as demandas dos jovens que estão chegando na cidade, com foco em preços atrativos e alta capacidade de mobilidade desses estudantes. A campanha foi planejada com todo o carinho para esses três dias de ação e o resultado foi ótimo”.

Comenta-se que o porto possui mais de R$ 200 milhões, só que no caixa único do Estado. O velho problema de levarem o dinheiro daqui para Porto Alegre parece que ainda persiste, o que compromete a autonomia da Superintendência. A ser verdade, e só a Superintendência poderá nos confirmar ou desmentir, esperamos, ao menos, que o dinheiro ainda exista e não tenha sido desviado para outras finalidades.

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O soldado e o tropeiro (Editorial escrito por Daoiz de la Rocha no jornal “Rio Grande” de 19 de fevereiro de 1981)

Hoje é o dia da Fundação, em que se lembra Silva Paes à frente dos soldados que foram os pioneiros deste avanço da soberania lusitana para as ricas terras do Sul. É a data cuja efeméride recorda o começo de tudo para o Rio Grande do Sul brasileiro, pelo estabelecimento do reduto militar, vitória indiscutível de um ponto de vista esposado por Silva Paes. É o aniversário mais que bi-secular, da culminância de uma epopéia que se estendeu de planos de gabinete à prática árdua da organização militar; da aventura pelo mar proceloso e pela “barra diabólica” às agruras da vida em terra sáfara. Uma epopeia de que desponta para a verificação das gerações a figura notável do grande chefe militar. Durante muitos anos a efeméride esteve, senão esquecida, pelo menos colocada em plano secundário. Lembrada de vez em quando pelos jornais que aqui surgiram quase um século depois do desembarque de Silva Paes e da tropa sob o seu comando, só veio a ser encarada em sua importância histórica na década de trinta, quando homens ilustres, governantes cultos, que se faziam cercar de assessores cultos, remexeram os arquivos, pesquisaram, constataram e comprovaram para elevar aos píncaros da glorificação pública as figuras notáveis daquele começo de tudo. Foi, especialmente, ao tempo do Prefeito Meirelles Leite e do seu sucessor – Aíta Junior – que a figura de Silva Paes, como a de Gomes Freire e a própria data da Fundação receberam o destaque merecido, nominando ruas da cidade. E foi sob aqueles governos municipais marcantes que o Fundador mereceu a consagração do monumento público. Em 1937, quando aqui se comemorou o bi-centenário da Fundação, que entre festividades dignas de permanecer na memória de quantos as assistiram, realizou-se um Congresso de História e Geografia Sul Rio-Grandense, do qual participaram as figuras mais notáveis dentre os pesquisadores, historiógrafos e historiadores gaúchos. E desse conclave saíram as mais incontestáveis conclusões sobre o vulto exponencial da formação rio-grandense, o comandante supremo da empreitada: o brigadeiro José da Silva Paes. Ao lado do comandante militar, como seu colaborador dos mais eficientes, estava aquele português que se tornou lendário nas suas passagens com objetivo comercial – Cristovão Pereira de Abreu – o modelo do tropeiro gaúcho, que dirigia as temerárias incursões pela gleba rio-grandense em busca de gado, que era couro valioso e carne abundante. Mas Cristovão Pereira foi um comandado, merecedor da confiança de Silva Paes, que levou a bom termo o que lhe fora sugerido e abriu, de dentro para fora, o caminho do povoamento, que se faria de fora para dentro, quase imediatamente. Não há o que confundir, entre Silva Paes e Cristovão Pereira. O primeiro foi o chefe militar que encarou o Rio Grande de São Pedro sob o ponto de vista estratégico e, através dele, previu o povoamento e a posse definitiva para a coroa de Portugal das ricas terras que as dúvidas sobre o direito firmado pelo Tratado de Tordesilhas deixavam ao abandono. O segundo foi o tropeiro experiente, que parecia seguir as pegadas dos bandeirantes em busca da riqueza, sem, entretanto, fazer dessas jornadas penosas mais do que uma passagem pela terra rica em que nem um, nem outro dos dois colonizadores ibéricos se atrevera a fixar-se com intenção de trabalhar e incorporar aos seus domínios. À Silva Paes se deve a fundação. Ele foi o chefe, a cabeça pensante, o idealizador e o realizador, que deixou o seu nome para ser eternizado nas páginas da história de nossa terra e de nossa gente. Ele é a figura que se venera, ao recordar-se a Fundação, como o que vem à frente do enorme cortejo em que estão os seus soldados, os marinheiros de sua frota e, também, os tropeiros de Cristovão Pereira, figurantes dessa epopeia gloriosa, que de 244 anos se faz distante no tempo.

É o que restou A cidade mais antiga do estado deveria ostentar inúmeros prédios históricos, o que faria com que os riograndinos tivessem ainda mais orgulho de nossa rica história, mas a especulação imobiliária e o desinteresse de alguns não contribuiu para a preservação de muitos desses prédios. Alguns ainda estão em pé, até bem conservados, mas poderíamos ter muito mais. Um exemplo é a rua Riachuelo, antes um verdadeiro museu a céu aberto com seus sobrados imponentes. Hoje pouca coisa restou, mas ainda é possível ver imóveis sobreviventes, que mantém algumas de suas características e são conservados por seus ocupantes.

Os cursos do Sebrae

Em fevereiro o Sebrae proporciona o curso “Boas práticas em manipulação de alimentos” (Vigilância Sanitária), no período de 19 a 22, no horário das 14h às 18h. O investimento é de R$ 115,00 (somente PJ). De 19 a 23 de fevereiro acontece o curso “Gestão Empresarial”, das 19h às 22h. O investimento é de R$ 105,00 (PF e PJ). Dias 27 e 28 terá o curso “Controles financeiros – Pratique gestão na prática”. Será no horário das 19h às 23h com investimento de R$ 140,00 (PF) e R$ 105,00 (PJ). Em março estão previstos mais dois cursos: “Abordagem de vendas”, dia 7, das

19h às 23h, com investimento de R$ 95,00 (PF) e R$ 70,00 (PJ); e “Marketing na medida, com duas horas de consultoria gratuita para empresas. Será de 20 a 23, das 19h ás 23h. O investimento é de R$ 265,00 (PF) e R$ 210,00 (PJ). As inscrições devem ser feitas presencialmente no Sebrae, pelo 0800 570 0800 (aceita ligação de celular, das 8h às 19h, ou pelo whats app 51 99555 8618. O Sebrae situa-se na rua Riachuelo, armazém 3 do Porto Velho. Informações podem ser obtidas pelos fones 32312433/3230-4811.

Alfaro é candidato

O empresário e político Alberto Amaral Alfaro é candidato a candidato à deputação federal. Político experiente, ele já foi vereador, candidato a prefeito nos anos 80 e atualmente assessora o senador Lasier Martins. O Partido é o PSD.


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Artigo Por que indústria naval deve ser forte Se encomendas não forem feitas no Brasil, serão em Cingapura, Coreia, China, Japão etc., criando empregos lá e desempregando aqui. Simples assim Por Omar Resende Peres Artigo publicado em O Globo

Foi na Ponta da Areia, em Niterói, que Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, fundou o primeiro estaleiro do Brasil, no Império. No século XX, o regime militar deu grande impulso ao setor, e o Brasil se tornou, nos anos 70, o segundo produtor de navios do mundo. No mesmo período, começamos o desenvolvimento tecnológico para a construção de plataformas de exploração de petróleo. Esse desafio nos tornou líderes e recordistas mundiais na exploração de petróleo em águas profundas, atingindo o recorde de sete mil metros de lâmina d’água, na Bacia do Pré-Sal. Só isso já seria suficiente para incentivar nossa indústria naval, imprescindível para a indústria do petróleo. Mas o Brasil oferece outras razões para apoiar esse setor fundamental para a economia do Rio (e para o país), não deixando que desapareça a atividade que pode recriar, rapidamente, milhares de empregos. São quatro premissas fundamentais para que qualquer governo, independentemente do matiz ideológico, entenda a importância estratégica da indústria naval e reveja sua posição, mantendo a política de conteúdo local: 1) temos um parque industrial que custou bilhões de dólares em financiamento público; 2) temos mão de obra qualificada e tecnologia nacional disponíveis. Não se forma gente qualificada de um dia para o outro, e hoje somente em Niterói e região calcula-se haver mais de 50 mil as pessoas demitidas pelos estaleiros; 3) recursos financeiros disponíveis através do Fundo de Marinha Mercante e, por fim, o mais importante; 4) demanda não induzida. Em outras palavras,

SUL RS o Brasil precisa de todos os tipos de embarcações e equipamentos para a exploração de nosso petróleo (navios, plataformas, barcos de apoio etc.). Neste caso, não estamos criando encomendas! Elas existem e são imprescindíveis para as petroleiras. Se não forem encomendadas no Brasil, serão em Cingapura, Coreia, China, Japão etc., criando empregos lá e desempregando aqui. Simples assim. A principal alegação da Petrobras é que “nossos estaleiros não entregam nos prazos contratados e que, aqui, os produtos finais são mais caros”. Isso está longe de ser verdade e, para tirar a dúvida, a Petrobras poderia publicar os preços das plataformas e outros equipamentos que comprou fora do Brasil nos últimos 20 anos e compará-los com os similares brasileiros. A estatal poderia dizer também quanto gasta, anualmente, em afretamento de plataformas, navios e todos os demais equipamentos. A pressão das empresas internacionais que exploram petróleo em nosso país para acabar com o conteúdo local tem um só objetivo: comprar e importar os equipamentos de seus próprios países, criando empregos e renda para seus nacionais (e com muito subsidio!), em detrimento de nosso desenvolvimento e à custa do desemprego de milhares de brasileiros. E assim fazem todos os países que têm políticas para defender o emprego e a renda de suas economias: “Primeiro eu, depois nós…” Dou como exemplo o jovem presidente francês, Emmanuel Macron, para muitos brasileiros o símbolo da modernidade. Pois saibam, então, que ele acaba de estatizar o STX, o principal estaleiro francês, para evitar que a empresa seja comprada pela estatal italiana Fincantieri. Diz o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire: “O único motivo da estatização é defender os interesses estratégicos franceses na construção de navios” . Esse é um bom exemplo a ser seguido pelo governo brasileiro e pela Petrobras: modernidade na gestão da coisa pública e dos interesses do Estado é também sinônimo de defesa do mercado, do emprego e das riquezas de nosso país. No Brasil, não precisamos estatizar estaleiros. Basta sermos um pouco mais brasileiros. OMAR RESENDE PERES é empresário e foi presidente do Sindicato da Indústria Naval Brasileira

ELIS RADMANN

Socióloga e diretora do IPO Instituto de Pesqiusas e Opinião

Como entender o voto em Lula É recorrente chegar, a um instituto de pesquisas como o IPO, questionamentos sobre os motivos pelos quais os eleitores intencionam votar em Lula, mesmo diante de processos e de uma condenação. Para entender este fenômeno, excluindo os eleitores com relação orgânica ou histórica com o PT, é importante observar duas vertentes de análise: a) cultura política vigente no país; b) o papel dos programas sociais de Lula. Em termos de cultura política temos como cerne todos os vícios do clientelismo, do personalismo e do patrimonialismo. Esta cultura política foi reforçada pela premissa da corrupção endêmica (ativada pela operação Lava Jato) e ampliou a desconfiança, o ceticismo e a descrença da população em relação aos políticos e a política. O eleitor que antes dizia que não gostava de política, hoje não quer nem ouvir falar sobre a mesma. Atualmente a maior parte dos brasileiros não confia nos partidos políticos. Não confia em nenhum partido! Os eleitores não confiam na maior parte das instituições de representação política, como as Assembleias Legislativas e o Congresso Nacional. Ora, se o voto personalista se constituiu como a égide da decisão eleitoral e a percepção que vigora é a de que todos os políticos são corruptos, como o eleitor faz para diferenciar? A decisão do eleitor, que se mantém distante da política e vota em Lula, parte do pressuposto que todos os políticos se preocupam com seus interesses próprios e a diferença está naquele que além de buscar os seus interesses pessoais, também se preocupa com a população: a antiga premissa Ademarista do rouba, mas faz. Diante desta lógica cultural que equanimiza a maior parte dos eleitores de Lula, solidificam-se dois fenômenos que se fundem entre si e justificam o voto no petista: a) a percepção de dignidade humana = é preciso ter em mente que boa parte do eleitorado de Lula recebeu algum benefício oriundo de políticas públicas, através de programas sociais. Nas entrevistas qualitativas o eleitor de Lula sempre conta uma história de vida que tem como base a mobilidade social. Esta mobilidade traz consigo o atributo da dignidade que aparece em vários tipos de relatos: - Imagine um trabalhador braçal semianalfabeto que vê seu filho ingressar na Universidade pelo ProUni. - Um trabalhador que atua há anos como auxiliar de serviços gerais e faz um curso do PRONATEC: sente-se um profissional e passa a ter uma identidade como trabalhador. - Um morador de periferia que mora de favor na casa de parentes ou em sub habitação e consegue a sua moradia no programa Minha Casa, Minha Vida. b) Quem ganha dignidade retribui com gratidão = Os eleitores que receberam benefícios sociais tiveram melhorias na sua qualidade de vida e, por consequência, na sua autoestima, sentiram-se respeitados ou tiveram o reconhecimento público de seus pares, se sentiram valorizados. Esta dignidade motiva um sentimento de gratidão e, este sentimento, se materializa na intenção de voto em Lula. Para uma grande parcela da população é difícil de entender porque uma outra grande parcela do eleitorado continua destinando seu voto em Lula. O que parece não fazer sentido, está imbuído de sentido e de sentimento.

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SUL RS Especialistas do Sebrae fazem visitas gratuitas às micros e pequenas empresas presarial, que é O Sebrae está reum diagnóstico da alizando uma nova empresa. Com base forma de atendimennesse diagnóstico, to a todos que estão apresentaremos enquadrados como as oportunidades micros e pequenas de melhoria com empresas: as visitas um plano de ação às empresas que soespecífico para policitam o agendamentencializar a gestão to, quando são feitas da empresa”. avaliações gratuitas Gabriela Schuh nas áreas de gestão ainda acrescenta: “É financeira, gestão de uma visita de diagprocessos, gestão de nóstico que, no final, pessoas e gestão de gera uma nota para marketing de vendas. a empresa e consePara quem deseja, o gue fazer um comatendimento também parativo com as depode ser feito no prómais que atuam no prio escritório do Semesmo segmento”. brae, no armazém 3 Indagada sodo Porto Velho. Os in- Técnica de atendimento Gabriela Schuh bre os resultados teressados são visitados ou recebidos pela técni- atendimento, a organização. dessa nova modalidade de ca de atendimento Gabriela É muito mais rico visitar in atendimento do Sebrae, a Schuh, que explica: loco, onde é possível apurar técnica observa: “Ano pas- O atendimento especia- mais detalhes, do que al- sado nossa meta era de lizado é uma das coisas mais guém simplesmente relatar 500 atendimentos e fiz 535 atendimentos. Desses, teimportantes que estamos o que acontece. mos uma carteira de clienfazendo, tanto que o Sebrae tes que damos acompanhamudou toda a postura de MAIS DE 500 mento e fazemos visitas atendimento direcionado ATENDIMENTOS às micros e pequenas emConforme a técnica de mais de uma vez”. Os micros e pequenos presas. Agora o técnico de atendimento, “o Sebrae inatendimento, que é o meu vestiu bastante nessa mo- empresários interessados caso, atende de dentro para dalidade de atendimento e nas visitas poderão fazer o fora. A gente vai na empre- gera nesse procedimento agendamento pelos telefosa, olha a estrutura física, o o que chama de perfil em- nes (53) 3231-2433/3230-

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Novamente desativada a ligação com Santa Isabel Rio Grande e região sempre alimentaram o sonho de uma ligação dos municípios do Rio Grande e Arroio Grande através da localidade de Santa Isabel, uma vila na margem do canal São Gonçalo em terras arroio-grandenses. A ligação, com uma ponte ou até mesmo através de balsa, desde que aconteçam os trabalhos de conservação da estrada, evitaria a passagem por Pelotas e encurtaria a distância em cerca de 50 quilômetros, o que seria positivo àquela região para trazer as safras de soja e arroz até o porto do Rio Grande. Para os rio-grandinos encurtaria a viagem até a região fronteira do estado, inclusive para Jaguarão ou free-shops de Rio Branco. Como Rio Grande até hoje não teve força política para a construção da ponte, a solução é a travessia por balsa. No passado, esse transporte era feito pelo morador de Santa Isabel, Mário de Castro. Atualmente, a concessão é da filha dele, Lúcia Azambuja, que no primeiro semestre do ano passado fez uma parceria com um empresário. Uma balsa passou a fazer a travessia e a iniciativa contou, inclusive,

com apoio da Prefeitura do Rio Grande e do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. O Daer dava o saibro para a manutenção da estrada, que era colocado pela Prefeitura, enquanto o empresário entrava com maquinário. Conta dona Edelvira Azambuja Barbosa, filha de Lúcia, que a sociedade foi desfeita. Por isso, a balsa foi devolvida ao proprietário. Mas Lúcia adianta que poderão surgir novidades. Isto porque sua mãe está negociando com outra empresa e acredita que até o final de março haverá novidades. Para chegar em Santa Isabel, é preciso ir pela BR-471 (Quinta-Chuí). Depois de alguns quilômetros, o motorista entra numa estrada de chão batido, que tem 17 quilômetros até o canal São Gonçalo. Feita a travessia, que de momento está interrompida, a distância de Santa Isabel até a cidade de Arroio Grande é de 27 quilômetros. Edelvira Barbosa diz que, por ocasião do funcionamento da balsa, o movimento “ficava difícil no inverno, mas era bom no verão e na temporada das safras de soja e arroz”.

Parabéns Rio Grande! Ao ser indagado por Gomes Freire, Governador do Rio de Janeiro sobre as vantagens “que poderá ter Sua Majestade deste novo estabelecimento (o Rio Grande de São Pedro)”, nosso fundador, o Brigadeiro José da Silva Paes, respondeu de imediato: “por ser capaz a terra de dar admiráveis frutos”. A fundação do Rio Grande, em 1737, assegurou a extensão do Brasil até esta região, que na época era muito visada pelos espanhóis por sua localização estratégica. A atividade econômica ganhou rápido incremento e, em grande parte de sua existência, nosso município certamente deu mais frutos do que nossos primeiros povoadores poderiam imaginar. Nesses 281 anos de vida Rio Grande deu início ao estado do Rio Grande do Sul. Com sua economia baseada na atividade portuária, por aqui entraram os imigrantes que povoaram as diversas regiões do território gaúcho. Terra de heróis e de grandes personalidades que muito contribuíram para o desenvolvimento do país, as marcas do passado rico desta terra estão registradas nas ruas, prédios históricos e museus. O rio-grandino tem vários motivos para orgulhar-se de sua história, mas também do seu presente. O porto do Rio Grande é um dos maiores do Brasil e do mundo, por onde é escoada toda a produção gaúcha, e sua população é formada por gente ordeira e trabalhadora que justifica a existência, aqui, de um grande parque industrial, comércio moderno e a chegada, a todo momento, de novos empreendimentos. O Sinduscon Rio Grande orgulha-se em integrar esta comunidade e poder contribuir na construção de um município melhor e mais moderno.

Uma mensagem do

Silva Paes, 266 - 702

(53) 3230-7415



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Fatos e coisas do Rio Grande

Se alguém anunciar que vai fazer uma atividade comercial no Rio Grande para atender todo o Rio Grande do Sul não faltará quem desaconselhe ou diga de imediato: “Não vai dar certo!”. O empresário Osvaldo Taboada é natural de Porto Alegre. Em setembro faz 35 anos que chegou no Rio Grande e que a sua Tachar Jóias está em atividade. Ele acreditou na cidade, não se intimidou nos períodos de crise econômica e hoje colhe os resultados da sua confiança e competência. A Tachar possui lojas em Porto Alegre (duas), Pelotas, Jaguarão, Santa Vitória do Palmar, Sapiranga, Bagé, Santa Maria, Caxias do Sul, Canoas, São Leopoldo,

Linha Rio Grande-Pelotas tem início na garagem do Embaixador

Novo Hamburgo, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada e Viamão. Em 2018 abrirá mais três lojas na Grande Porto Alegre e até março também chegará à Florianópolis. Somente em nossa cidade, Taboada oportuniza geração de renda para 500 revendedoras. Esse número atinge cerca de cinco mil pessoas na totalidade das cidades em que atua. Com a autoridade de quem aqui chegou e venceu, ele comenta o estado de espírito dos riograndinos nesse momento que só se fala em crise e sugere que as pessoas, antes de verem coisas boas em outras cidades, vejam as coisas boas que nós possuímos. Eis o seu depoimento:

Vamos ver as coisas boas de Rio Grande?

“Acho que a gente está sempre falando em crise. Não me lembro, desde que nasci, do pessoal dizer que alguma coisa estava boa e nos últimos anos, tirando essa obra do Polo Naval, que foi uma coisa quase irreal, estamos melhor que antes dele chegar. Bem melhor, mas muitos parece que não notam e só lamentam. Nosso trânsito é um caos? Não será porque temos muito mais gente andando de carro que tínhamos antes? Temos dois shoppings na cidade, nenhum deles ainda com a ocupação completa, mas isso é normal. Em qualquer parte do país um shopping leva de cinco a sete anos para maturar e são poucas as cidades, na faixa dos 200 mil habitantes, que possuem dois shoppings. E o movimento que temos no Cassino? Domingo à tarde “Rio Grande me deu o que possuo hoje” não se consegue sair da praia. E para se ir num bom restaurante, com predade tem uma rede de supermercados local ço razoável, de quinta a sábado à noite não se do porte do Guanabara? consegue lugar. Está tudo lotado. É crise isso aí? Para o caxiense Rio Grande é muito maior Acho que não temos um desemprego tão que para o riograndino. Da mesma maneira grande, a não ser na área do Polo Naval. O que falamos que lá é melhor, eles dizem que comércio vive contratando, os shoppings aqui é melhor e sei disso porque tenho negótambém e eles tem dificuldade para conse- cios lá. Só acho que eles são mais bairristas. guir gente. O que a Yara Brasil está fazendo é uma Noto que os riograndinos veem as coisas grande obra não só para Rio Grande, mas para boas que os outros tem, tudo que tem de bom todo o estado. Temos um polo industrial e de está fora e não valorizamos o que temos aqui. fertilizantes que ninguém possui, sem falar no Em qualquer situação, em qualquer lugar, tu grande número de órgãos públicos que geram vê o que procura ver. Se procurar ver coisas milhares de empregos e movimentam nossa boas em Rio Grande, vai achar bastante coisa economia, como a Furg, Marinha, Exército, Popara ver. Se procurar coisas ruins, também. Se lícia Federal, Polícia Civil, Brigada Militar, Preeu quiser ver as coisas boas de Pelotas, vou feitura, além dos inúmeros empregos gerados ver, mas se quiser ver as coisas ruins de Pelo- pela atividade portuária. tas também vou ver. Depende do foco que vou É importante que a gente se lembre disso querer enxergar. ao invés de ficar só lamentando a crise no Polo Sou de Porto Alegre, mas estou aqui há 35 Naval. Claro que este projeto foi importantíssianos e Rio Grande me deu tudo: condições para mo para a cidade, e ainda pode ser retomado, trabalhar, montei meu negócio aqui, prosperei hoje ou amanhã, mas temos de ser realistas. Se aqui. E acho que aqui é uma cidade que tem o Polo durou dez anos (nem sabemos se chemercado, com gente que consome, que traba- gou a tanto), devemos lembrar que Rio Granlha. Portanto, temos um futuro bom. de completa, dia 19 de fevereiro, 281 anos de Certamente Rio Grande poderia estar me- existência. Ou seja, vivemos e crescemos mais lhor no que diz respeito à autoestima de sua de 270 anos sem o Polo Naval. A vida continua. população, mas se nós acreditarmos em nossa Rio Grande me deu melhores condições de cidade, vamos querer produzir mais nela, fazer trabalho que Porto Alegre, por isso vim para cá. mais coisas. Foi Rio Grande que me deu o que possuo hoje, Quando cheguei aqui eu era empregado. não fui eu que fiz por Rio Grande. Esta terra vai Deixei o trabalho para montar meu próprio continuar crescendo e oferecendo oportunidanegócio. Todo mundo dizia que não deveria des a todos os que querem empreender, fazer ter feito isso. Fiz, deu certo e nossa cidade alguma coisa, como as que eu recebi. Temos é tem mais gente empreendedora. O Super- de acreditar e deixar o pessimismo de lado”. mercados Guanabara é um exemplo disso. Uma potência que é de Rio Grande. Qual ciOsvaldo Taboada, empresário.

As linhas de ônibus intermunicipais estão operando normalmente na nova Estação Rodoviária do Rio Grande, situada na Junção, com exceção da Rio Grande-Pelotas, que utiliza aquele local somente como ponto de embarque. Mas os usuários tem outras opções de embarque, e também de desembarque, proporcionadas pelo Expresso Embaixador. O gerente operacional da empresa no Rio Grande, Carlos Alberto Kanielles, inicialmente esclarece que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER), órgão responsável pela gestão e fiscalização do transporte rodoviário do estado, é gestor das demais linhas, mas no caso da Rio Grande-Pelotas ela está sob a gestão da Metroplan, porque as duas cidades fazem parte do Conglomerado Ausul (Região Metropolitana do Sul), juntamente com Capão do Leão e Arroio do Padre. A Embaixador também possui a concessão da linha Rio Grande-Chuí, que entra em Santa Vitória do Palmar mas, nesse caso o ônibus tem como ponto inicial e ponto final a estação rodoviária. AS PARADAS NA IDA E NA VOLTA Carlos Alberto Kanielles diz que “pelo fato da linha Rio Grande-Pelotas ter como gestora a Metroplan, o ponto inicial está sendo a Riachuelo, 179 (garagem do Expresso Embaixador)”. Lá, os coletivos saem 10 minutos antes dos horários praticados na rodoviária e muitos usuários já estão se acostumando a pegar o ônibus naquele local. A passagem é paga diretamente ao cobrador. Outra parada na área central situa-se na rua Senador Correa, frente ao Big. Depois, tem as paradas normais da avenida Presidente Vargas e da Santos Dumont, sendo que a última antes da Rodoviária na Junção é no condomínio Celmar Gonçalves. Na rodoviária, o ônibus pega os passageiros que lá compraram suas passagens, mas eles não tem poltrona marcada, da mesma forma que acontece nas demais paradas.

No sentido Pelotas-Rio Grande as paradas são as que já existiam, mas o ônibus não entra na nova rodoviária e deixa os passageiros que quiserem descer ali na avenida Itália. Kanielles explica que a entrada na Rodoviária, na vinda de Pelotas, “ainda não está acontecendo, porque aí temos de cruzar a rodovia”. Mas faz uma ressalva: “Até sair a edição do jornal poderemos estar entrando”. Isto porque a empresa está negociando uma possibilidade disso acontecer, sem causar transtornos ao trânsito e com mais segurança. Ainda com relação à linha Pelotas-Rio Grande, o gerente operacional da Embaixador diz que, a partir da parada frente à concessionária Klinger, na avenida Rheingantz, o ônibus entra na Valporto e vai direto até a avenida Salgado Filho, onde os passageiros podem descer nas paradas lá existentes para o transporte urbano. Depois o ônibus segue pela Almirante Barroso diretamente até a Riachuelo, com parada final na garagem da empresa. Carlos Alberto Kanielles enfatiza que a preocupação da Embaixador é com os usuários das duas cidades. “A nova rodoviária é bem funcional, só que, para a característica dessa linha, geograficamente não ficou bem situada. Nossos usuários são trabalhadores e estudantes e a maioria está ligada ao centro da cidade”.

O QUE ESTÁ SENDO PLEITEADO Conforme apuramos, a Expresso Embaixador está reivindicando ao Executivo Municipal que a linha entre Rio Grande e Pelotas tenha saída e chegada na antiga estação rodoviária. Também que seja feita uma saída na nova estação rodoviária, na Junção, em direção à área central da cidade. Do jeito que está (se nada foi feito até a saída desta edição) o ônibus só pode fazer o retorno no Trevo. Por isso, na vinda para Rio Grande os coletivos da linha de Pelotas não entram na rodoviária da Junção.

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CASSINO:

Hotéis tiveram bom movimento até o carnaval

Carlos Hilário, do Hotel Villa Moura No verão o Cassino recebe visitantes de toda a Metade Sul do Estado. É quando o balneário vive seu melhor momento e os comerciantes aproveitam para faturar e poderem se manter durante o restante do ano. Os hotéis, pousadas e casas de aluguel são muito disputados e neste ano, em que pese a crise econômica do país, mais uma vez o movimento é considerado bom. O que todos lamentaram foi a realização do carnaval na primeira quinzena de fevereiro, pois após esse período a maioria dos turistas e veranistas de fora re-

torna para suas cidades de origem. O setor hoteleiro considerou positiva a temporada de veraneio. O gerente dos Hotéis Atlântico, André Luiz Dall”Igna, observou que em janeiro, no Cassino, o Atlântico teve uma pequena queda, em torno de 5% no movimento, e atribui essa redução à diminuição também do número de uruguaios no balneário. Mesmo assim, a presença de turistas foi idêntica à verificada no mesmo período do ano passado. Ele também informa que o movimento em dias úteis André Luiz Dall”Igna, do Hotel Altântico foi bom, mas nos finais de dança no perfil dos hóspedes: “Ansemana o hotel ficou lotado. Na véspera das festas de Iemanjá tes, o pessoal que ia para o Uruguai, especialmente Punta del Este, seme Navegantes, também. O proprietário da rede de hotéis pre passava por aqui. Faziam um pit Villa Moura, que também inclui o stop e vinha muita gente da FronteiHotel Paris, diz que o movimento no ra, que ficava no hotel, mas hoje não Cassino, neste verão, “foi satisfató- os vejo mais por aqui. Em compenrio. Nos hotéis da cidade esse movi- sação, vieram outras pessoas. Acho mento não repercute muito, porque que a ascensão das camadas C e D hoje o Cassino tem uma boa malha levantou um pouco o movimento no hoteleira”. Carlos Hilário destaca que Cassino”. a ocupação do Villa Moura Cassino, PREÇOS REDUZIDOS por volta de 75%,, “foi igual à tempoNos sábados, o hotel de Carlos Hirada passada. Sempre tem a mesma frequência”, mas observou uma mu- lário chegou a ter lotação máxima, o

mesmo acontecendo no Ano Novo e durante o carnaval. Só lamenta que, terminado o Reinado de Momo, a presença dos turistas caia sensivelmente e neste ano o carnaval foi mais cedo: “Para nós a temporada de verão praticamente acabou. Depois do carnaval algumas pessoas ainda procuram aproveitar o preço da diária, que reduziu”. André Dall’Igna também lamen-

ta o fato do carnaval ter sido mais cedo este ano. “O carnaval determina nossa temporada, querendo ou não querendo. Nos dias de folia tivemos muitas reservas e chegamos a lotar”. Passado o carnaval e com a volta às aulas, o movimento reduziu no Atlântico Cassino, mas ainda tem hóspedes, que nesse período procuram aproveitar as tarifas promocionais.

Estaleiros ainda movimentam hotéis Com relação à movimentação nos hotéis da cidade, até existe algum turista nessa época do ano, mas é a presença dos estaleiros, no Rio Grande e São José do Norte, que ainda movimenta este setor no município. O gerente do Atlântico, André Dall’Igna, diz que “uma parte de nosso movimento é de pessoas que estão envolvidas com a construção da plataforma P-74 pelo estaleiro EBR, em São José do Norte. Por isso, registramos na cidade, em janeiro deste ano, um

movimento maior que no mesmo período do ano passado”. Por sua vez, Carlos Hilário considera fraco o movimento nos hotéis da cidade nessa época do ano. O que mais lhe chama atenção é que boa parte dos hóspedes são ligados ao estaleiro EBR, que já está por encerrar sua operação em São José do Norte. O empresário não esconde sua preocupação: - Na hora em que o EBR for embora não se sabe o que vai acontecer. Vamos ter momentos difíceis.


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BRIGADEIRO JOSÉ DA SILVA PAES – Como homenagem à cidade do Rio Grande, que deu início ao Rio Grande do Sul e comemora neste 19 de fevereiro 281 anos de fundação, publicamos a seguir trechos do trabalho do historiador e jornalista gaúcho Moysés Vellinho, falecido em 1980, sob o título “Brigadeiro José da Silva Paes – Fundador do Rio Grande do Sul”. Para facilitar a leitura, os textos foram divididos por sub-títulos, mas sendo fieis ao que escreveu o autor. Uma alteração que fizemos foi no sobrenome do Brigadeiro. Vellinho escreveu “Pais”, mas resolvemos manter “Paes”, conforme tem sido empregado atualmente. Quem pretender obter o texto completo pode entrar no Google e escrever: “Moysés Vellinho, Brigadeiro José da Silva Pais, fundador do Rio Grande do Sul”.

P

or meados de 1736, o Brigadeiro José da Silva Paes, que chegara ao Brasil em março do ano anterior, recebe das mãos de Gomes Freire de Andrade, Governador das Capitanias do Rio de Janeiro e Minas Gerais, as Instruções que devia observar como chefe da expedição destinada a consolidar a incorporação da banda superior do Rio da Prata ao Estado do Brasil. Na projeção atlântica de sua política, tamanho foi o interesse que D. João V pôs em “negócio de tanta importância e de tal reputação” para a sua coroa, que o empreendimento seria objeto de ordens emanadas do próprio punho de S.M.. Convinha, portanto, conforme reza o provimento real, que a expedição fosse confiada a um “comandante de notória capacidade e experiência, e como todas essas circunstâncias concorrem ao Brigadeiro José da Silva Paes com excesso a qualquer outro”, nele recairia a escolha para o novo desafio aos castelhanos, em complemento à façanha de D. Manual Lôbo, que em 1680 surpreendera Buenos Aires com a construção da Colônia do Sacramento, cuja sorte iria interessar à diplomacia europeia, ao longo de todo um século. Para a chefia da esquadra destinada a dar cobertura à tropa de desembarque foi destacado o Coronel-do-Mar Luiz de Abreu Prego, portador de uma fé de ofício que resultaria seriamente comprometida desse episódio.

TEMPORAIS VIOLENTOS As dificuldades da missão agora cometida a Silva Paes se tinham tornado bastante duras, talvez invencíveis. Mas era tal a importância de que se revestia aos olhos de Lisboa, que as numerosas recomendações ditadas ao Brigadeiro, já antecipando a vitória das forças expedicionárias, prometiam, num assomo bem próprio do estilo da época, “glória e imortalidade” ao seu comandante não menores que às armas lusitanas. Está escrito, porém, que o assalto a Montevidéu não passaria de uma segunda tentativa malograda. Diria depois o Brigadeiro a Gomes Freire: “...o que não cabe em toda a expressão é o sentimento de ver que os temporais tão violentamente desbaratassem tudo o premeditado no Rio de Janeiro e já disposto na Ilha de Santa Catarina”. O Mestre-de-Campo André Ribeiro Coutinho, seu imediato, registrou “as peripécias que a má fortuna armou contra a esquadra portuguesa na sua luta contra os temporais que revolveram tudo, céus e águas, durante dias, semanas e meses. Durante quase meio ano, a contar de 26 de agosto de 1736, apenas quatro dias de bonança! O resto do tempo ‘tudo tem sido desenfreados ventos, horrendos trovões, infinitos raios... O rôlo das ondas em rebelião se levantava mais alto que os mais altos mastros”.

BUENOS AIRES E MONTEVIDÉU Pois foi depois de safar-se da loucura dos vagalhões, e ainda atropelado por todos os perigos, que o chefe da expedição, talvez obedecendo a instruções reservadas, tentou acometer e arrasar Buenos Aires... É que D. Miguel de Salcedo , na ânsia de expugnar e destruir a Colônia do Sacramento, se passara com o grosso das forças para a margem superior do

Rio da Prata a fim de apertar o cerco da praça portuguesa, e deixara quase inteiramente desamparada a sede do governo. Em tais circunstâncias, um golpe de mão talvez fosse bem sucedido se os meios de que Silva Paes dispunha fossem adequados e se tivesse podido contar com o apoio do comandante da esquadra e do governador da Colônia. Mas nem um nem outro estavam em condições de acudir ao seu apelo. Mesmo assim, sem recursos para o golpe com que pretendia surpreender Buenos Aires, ele tentou bloquear os navios inimigos surtos numa enseada rente à praça castelhana. Esta operação também havia de fracassar, não por ação do inimigo, mas por se ter tornado em si mesma impraticável. Frustrado o assalto a Buenos Aires, que a rigor ficou apenas na verificação de sua impraticabilidade, Silva Paes se volta para a cláusula das instruções em que Gomes Freire punha todo o brio da expedição, isto é, a tomada de Montevidéu. Aqui, já vimos o que sucedeu, Abreu Prego, comandante da esquadra, tornou inviável, por lamentável negligencia, o ataque à praça ambicionada. O governador da Colônia, por seu turno, receando desamparar seu reduto, já tão castigado pelo encarniçamento do inimigo, negou o contingente solicitado. Em caso de malogro do ataque a Montevidéu, as instruções impunham ao Brigadeiro estas outras duas alternativas: - a ocupação de Maldonado ou da barra do Rio Grande. Qualquer destes pontos, convenientemente fortificado e guarnecido, talvez ainda pudesse desempenhar papel decisivo na cobertura reclamada com urgência pela Colônia do Sacramento. A ideia da ocupação de Maldonado, baía muito exposta e de escassos recursos naturais, foi logo relevada em favor da imediata implantação de uma feitoria militar na margem inferior do sangradouro a que Pero Lopes dera, por equívoco (1531), o nome de Rio Grande de São Pedro. O QUE IMPORTAVA ERA RIO GRANDE DE SÃO PEDRO Por causa dos reveses do Prata, cresce, consoante observou (o general e historiador) Borges Fortes, o interesse para impulsionar a vida do Rio Grande, “cujo desenvolvimento assumia capital importância nos planos da política colonial portuguesa”. Agora entrava em jogo, em termos de suma gravidade, o destino histórico da raia meridional do Brasil, a qual, se negligenciada quando a própria Colônia do Sacramento se achava comprometida, ninguém poderia prever até onde a levariam os espanhóis. Informa Edgar Fontoura (historiador) que “na consulta de 31 de outubro de 1695, quin-

ze anos depois de criação da Colônia do Sacramento, já o Conselho Ultramarino decidia acerca de interessante alvitre de Manuel Jordão da Silva, do Rio de Janeiro, para a fundação de uma povoação em território do Rio Grande de São Pedro”. Nota da redação: outras recomendações semelhantes foram feitas pelo Sargento-Mor Francisco Ribeiro, antes de 1704; a Câmara Municipal da vila de São Francisco, na costa de Santa Catarina, em 1714. Por volta de 1721 o governador de São Paulo, Antônio de Brito Menezes, também se manifesta sobre a conveniência da colonização do Rio Grande. Atento ao assédio e procedência dessas petições, D.João V encareceu vivamente a Gomes Freire, junto com as instruções sobre a expedição ao Rio da Prata, a urgência da ocupação do canal, observando-lhe mesmo que o ataque a Montevidéu teria apenas um caráter de represália ao bloqueio que sufocava a Colônia: o que importava, a rigor, era tomar pé no Rio Grande, “ainda que os espanhóis tenham suspendido as hostilidades”.

EM 1735 SILVA PAES RECOMENDARA A OCUPAÇÃO Tais fatos nem suas promissoras implicações políticas podiam ser estranhas ao espírito de Silva Paes. Tanto isto é exato que, mal corridos três meses de sua chegada ao Brasil, ele submete a Lisboa um projeto recomendando o “descobrimento das terras do Rio Grande... para o estabelecimento de uma colônia no governo de São Pedro do Sul. No mesmo ano de 1735 ele se dirige ao Governador da Capitania de São Paulo a respeito dos problemas do Prata, dizendo que “bem seria termos agora a entrada do Rio Grande ocupada e ainda fortificado aquele rincão”. A construção de um presídio militar na barranca meridional da barra, com o fim de garantir-lhe a posse e dar cobertura aos pioneiros que largavam de Laguna, era de suma impor-

tância, não menos para a consolidação do domínio português nesta parte do Brasil, como para a organização e estímulo de seu povoamento... Do contrário os castelhanos podiam antecipar-se aos portugueses na conquista do Rio Grande de São Pedro e, então, a expansão meridional do Brasil teria que contrair-se e recuar de seus avanços até onde não se sabe.

PREPARATIVOS PARA A FUNDAÇÃO Investido no comando da expedição ao Prata, Silva Paes não perde de vista seu plano com referência à ocupação militar do Rio Grande. Por isso, ao escalar na Ilha de Santa Catarina (junho de 1736), em sua derrota para o sul, manda “catar” Cristovão Pereira onde quer que ele estivesse para determinar-lhe que ocupasse com tropa e artilharia a margem inferior do sangradouro. O antigo contratador de couros e tabacos, depois campeador e tropeiro, já agora Coronel de Ordenanças, reúne, em cumprimento às ordens recebidas, quatro companhias de voluntários de São Paulo e Santa Catarina, ao todo 160 homens, desce até Rio Grande à frente desse grupo de milicianos, levanta um fortim no local combinado, guarnece-o com quatro peças de pequeno calibre e toma posição em outros pontos mais para o sul. Foram as medidas preparatórias para o ato de soberania que o desembarque de Silva Paes iria selar em 19 de fevereiro de 1737. O Rio Grande do Sul é, nos seus fundamentos, obra de José da Silva Paes. O certo é que a posse do litoral riograndense, garantida pela fortificação do canal, iria repercutir decisivamente na elaboração do Tratado de Madri, conferindo aos portugueses o direito de reivindicar a área dos Sete Povos (das Missões) em troca de uma praça que se tornara insustentável – a Colônia do Sacramento. E não foram pequenas as lutas que Silva Paes teve que enfrentar para fazer prevalecer seu ponto de vista quanto à importância vital da ocupação do Rio Grande. Basta considerar as insistentes objeções que lhe opôs o prestigioso Capitão-Geral e Governador do Rio de Janeiro, sob cuja alçada se encontravam as terras meridionais disputadas pela Espanha. Consumada, porém, a ocupação, Gomes Freire acabou cedendo à fecunda obstinação do Brigadeiro, que aliás recebeu o amparo de todos os elementos responsáveis do Rio de Janeiro, quando aquele, num ato inexplicável, resolveu, em 1738, levantar dúvidas, inteiramente extemporâneas, com relação à legitimidade da posse portuguesa do Rio Grande. 19 DE FEVEREIRO DE 1737 Repitamos a data: 19 de fevereiro de 1737. Nesse dia, com tempo excepcionalmente favorável, Silva Paes pôde quebrar o sortilégio da barra e fundeou na banda inferior do Rio de São Pedro, a meio caminho da Lagoa dos Patos. Ali, como estava combinado, já o esperava nas suas rústicas fortificações o extraordinário Cristóvão Pereira de Abreu, homem talhado pelo ânimo e pela experiência para enfrentar todos os problemas da vasta região interposta entre a campanha cisplatina e os sertões de


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FUNDADOR DO RIO GRANDE DO SUL MOYSÉS VELLINHO Minas Gerais , ora escaramuçando com índios e espanhóis, ora rompendo trilhas e aboiando tropas, ora levantando mapas e redigindo suas “práticas” em bom estilo e, por fim, comandando voluntários. E agora ali estava ele, o valoroso tropeiro, recebendo Silva Paes à frente de suas quatro companhias protegidas por fortificações mal construídas sobre as areias. Antes disso, ele descera até as linhas inimigas para distrair os castelhanos que bloqueavam a Colônia e dispersou uma partida de índios missioneiros. Estava limpo o caminho para Silva Paes. Salvo pequenas divergências entre os historiadores, parece certo que os homens que o Brigadeiro trazia não eram mais que 254, assim discriminados: 7 sargentos, 90 infantes, 59 da Bahia, 37 dragões de Minas, 37 artilheiros e diversos praças, além de 5 marinheiros, alguns paisanos e escravos. Em 1º de novembro chega novo contingente militar de Minas e do Rio e uma leva de 67 colonos. Mais soldados foram aportando, vindos do norte e do centro do país. De São Paulo vieram também algumas famílias de índios para ajudar no trabalho e possivelmente engrossar a população da comunidade nascente. A feitoria militar se transformaria logo, de acordo com os planos de Silva Paes, em agrupamento social, que passaria a ser o eixo de gravitação econômica dos distritos do sul. Novos contingentes continuaram chegando, entre os quais, em levas cada vez mais frequentes e numerosas, retirantes da Colônia do Sacramento, casais de campo e lavoura que buscavam, sob a proteção do Presídio, recomeçar a vida de trabalho destruída pelo cerco que já havia quase dois anos estrangulava aquela praça de guerra. Transposta a barra, o local em que Silva Paes acostou suas velas, foi um raso e deserto promontório recortado à mão direita do sangradouro. E nem bem saltou em terra, atirou-se logo a trabalhar furiosamente. Onde nada mais havia senão dunas errantes, que hoje estavam aqui, amanhã desapareciam, para reaparecerem lá adiante, ele atacou imediatamente as obras do Presídio. Era urgente plantar ali, quanto antes, um marco efetivo de soberania. Aquele, no seu entender, sendo a única abertura acessível da costa, e a mais próxima do inimigo, era o ponto de maior conveniência estratégica para a salvaguarda e expansão da nossa fronteira meridional. Sem perda de tempo mandou cortar madeira numa das ilhas ribeirinhas, a do Marinheiros, até que chegasse o material que deveria ser embarcado em Santa Catarina e Rio de Janeiro. O terreno, frouxo e fugidio, não podia ser mais ingrato. Gomes Freire se informara disso e não podia acreditar que se pudesse levantar nada em cima dele, temendo mesmo que não passasse um ano sem que tudo se perdesse. E tomado de pessimismo, pronunciava que resultaria inútil a “fadiga que ele (Silva Paes) e as tropas aturam, pois cairão os terraplenos por entre as estacas aos fossos, os quais com este dano se entopem com a porção grande que lhes mete o vento”. O Governador do Rio de Janeiro, em divergência com Silva Paes, tocou logo para o sul. Quem estava jogando com cartas marcadas, encontraria ali senão ruínas, tudo desmanchado pela ação dos ventos. O Brigadeiro, porém, obstinado nos seus planos, sabia o que estava fazendo e o modo como fazê-lo. Pondo em serviço todos os seus homens, exigindo o máximo de cada um, e mais de si mesmo que dos outros, viu o que parecia impossível: as fortificações começaram a crescer daquele solo quase fluido. O trabalho desenvolveu-se em ritmo tão cerrado, tão duro, que o próprio Brigadeiro chegou a penalizar-se de sua gente. O certo é que em pouco tempo tudo

foi mudado ao ponto que já no dia 2 de março, isto é, menos de duas semanas após o desembarque, era oficiada ali, pelo padre Jerônimo Pereira, a primeira missa, naturalmente sob uma pobre ramada de faxina.

IDA A SÃO MIGUEL Terminada a parte mais urgente das construções, Silva Paes tocou logo para o sul. Dividiu a pequena tropa de 30 infantes, 10 dragões e alguns paisanos em duas partidas: uma segue por terra ao longo da Maquete da cidade no início da sua fundação feita por José Carlos Espíndola, exposta no Mercado Municipal costa e a outra, conduzinFreire, cuja presença fora reclamada em Mi- como lidar com eles. do a artilharia, toma o São O pequeno reduto implantado pelo BrigaGonçalo e desce pela Lagoa Mirim. Os riscos nas gerais, iria exercer pela segunda vez as deiro na margem inferior do Rio de São Pedro funções de Governador do Rio de Janeiro. Lá o e penas da jornada, em que Silva Paes quase pereceu com os demais expedicionários que aguardavam instruções que muito haviam de foi semente que se fez planta. A planta cresceu seguiram por água, não o impediram de baixar amargurá-lo, por insólitas, mesquinhas, até para dar sombra à gente que já vinha de Laguna e estimulou, e garantiu, a expansão do até a Serra de São Miguel, quarenta léguas ao humilhantes. Ao Rio Grande Silva Paes viria mais uma vez povoamento, tornando-se a origem do Contisul de Rio Grande, já a caminho de Maldonado, antes de regressar definitivamente a Portugal, nente e, portanto, do hoje Estado do Rio Grane ali lançar novo marco de soberania. Deixando esse posto avançado devidamen- em 1747, após doze anos de permanência no de do Sul. O ilustre cabo-de-guerra português poste guarnecido, o Brigadeiro retornou ao ponto Brasil. A grave rebelião dos dragões, por mal suía, sem dúvida, entre os mais altos atributos comandados e mal pagos, já em farrapos, imde origem. Entre São Miguel e Rio Grande, porém, num milagre de multiplicação dos parcos pusera sua imediata intervenção pessoal. Em de sua personalidade, o sentido, a intuição do recursos com que contava, levantou mais dois pouco tempo a disciplina se restabeleceria. É futuro. Muitos poderiam enganar-se quanto redutos militares, um de cada lado da extensa que Silva Paes conhecia bem os homens que à predestinação do Continente de São Pedro. Lagoa da Mangueira. Quando Silva Paes, cum- o ajudaram a construir o Rio Grande. E sabia Ele, não. prida sua missão, retornou ao Rio Grande, já o armistício de Paris, como ele esperava, tinha sido firmado (26 de março de 1737), pondo fim ás hostilidades entre as potências ibéricas. Mas a nova da paz só alcançaria estas remotas paragens depois de consumado o avanço da posse portuguesa.

VANTAGENS DA NOVA POVOAÇÃO Indagado por Gomes Freira sobre as vantagens “que poderá ter Sua Majestade deste novo estabelecimento (o Rio Grande de São Pedro)”, Silva Paes responde “Ainda que não possa dar inteira informação, por ora me parece que pode dar mais que quaisquer dos outros até esse Rio (Rio de Janeiro), por ser capaz a terra de dar admiráveis frutos, poderem-se estabelecer currais de toda a casta, proverem-se de muitos gados as terras do norte, de se fazer quantidade de charque e peixe seco, e ainda poderem aqui vir comerciar os castelhanos, introduzir-nos, com muita facilidade os minuanos os cavalos que quisermos”. Silva Paes reclama do Governador do Rio de Janeiro, cuja alçada cobria os distritos do sul, não apenas municio de guerra e de boca, nem só fardamento e soldo para a tropa, ou canhões e artilheiros: o que ele pede com o mesmo calor é gente para o povoamento, são casais, são mulheres, muitas mulheres, ainda que erradas, pois aqui, à falta de outras, logo achariam estado, como ele dizia, e breve estariam convertidas em boas mães de família. Mais tarde, já no governo da lha de Santa Catarina, ele louvava ao Prior de Chaves, em Portugal, a terra que goza “o melhor clima que tem a América”, pois não havia ali nem sezões nem febres malignas, e as mulheres, que “iam sem cura, melhoraram e pariram quase todas”.

SEMENTE QUE SE FEZ PLANTA Em dezembro de 1737, sem haver cumprido sequer um ano de governo, mas tendo realizado em período tão curto, graças ao seu dom de ver longe e à sua capacidade de fazer logo uma obra decisiva de afirmação e de império, o Brigadeiro retirou-se do Rio Grande de São Pedro. Na qualidade de substituto de Gomes


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Crise na Petrobras foi criada para justificar venda de ativos, denuncia ex-economista Por Davi de Souza (site Petronotícias, em 19 de dezembro de 2017) Muito se fala que a situação de caixa da Petrobras está delicada, o que serve de argumento para que a estatal empreenda uma verdadeira liquidação de ativos, subsidiárias e participações em importantes projetos, numa espécie de privatização branca. Mas de acordo com o economista aposentado da própria estatal, Cláudio Oliveira, o cenário das finanças da Petrobras não é nada catastrófico, como vem sendo alardeado nos últimos anos. “A mentira foi espalhada por todo o Brasil, conquistando a opinião pública, principalmente com o surgimento dos impairments, as Perdas geradas pela reavaliação Cláudio Oliveira é aposentado da Petrobras do valor recuperável de ativos, lançados no balanço, causando elevados prejuízos se encontram em situação de penúria, contábeis. Não que a prática estivesse com acentuada queda de suas reservas totalmente equivocada, mas levou mui- e receitas. Para se manter equilibrada tos leigos a entender que realmente a na bolsa de valores, a Chevron, que em empresa tinha problemas financeiros 2016 apresentou um prejuízo de US$ quando, na realidade, são ajustes con- 500 milhões, efetuou distribuição de tábeis que não afetam o caixa da com- dividendos de US$ 4 bilhões. A Exxon, maior petroleira mundial, apresentou panhia”, detalhou Oliveira. O economista explicou que a Pe- um lucro de US$ 7 bilhões, mas fez uma trobras é uma empresa com grande distribuição de US$ 12 bilhões em dicapacidade de geração operacional videndos. Pasmem, estas empresas esde caixa acima dos US$ 25 bilhões, tão pegando empréstimos para pagar nos últimos cinco anos. “Só por estes dividendos. É um suicídio financeiro. números é possível afiançar que a Pe- Esta situação das grandes petroleiras trobras, que tem uma dívida liquida é o pano de fundo de tudo que ocorre inferior a US$ 100 bilhões, não tem hoje na Petrobrás. Para elas, o pré-sal problemas na sua administração e brasileiro é a tábua de salvação. A úniportanto não existe necessidade de se ca esperança visível. Algumas revelações mostraram a forte interferência. desfazer de ativos”, acrescentou. O jornalista Glen Greenwald noticiou Como o senhor avalia a estraté- a negociação do governo Temer para gia de desinvestimentos da Petro- entrega do pré-sal e da Petrobras para o cartel multinacional. Tivemos bras? Para entender melhor, é preciso as conversas de Serra com a Chevron voltar um pouco no tempo. Na última detalhadas pela Wikileaks. Mais recenAssembleia Geral de Acionistas (AGE) temente, vimos a revelação do jornal da Petrobras, realizada nesta última britânico “The Guardian” sobre o lobby sexta-feira (15), a Associação dos En- montado pela Shell, dentro do governo genheiros da Petrobrás (AEPET), na brasileiro, para a elaboração de leis qualidade de acionista minoritário, e absurdamente favoráveis ao cartel. O exercendo seu direito de fiscalização, lobby gerou a MP 795/2017, uma rese posicionou totalmente contrária núncia fiscal de R$ 40 bilhões por ano ao atual plano de desinvestimentos. Lembrou que quando Pedro Parente era presidente do Conselho de Administração da Petrobras (1999/2003), foram tomadas diversas decisões contrárias aos interesses da companhia, como a venda de 36% das ações da empresa na Bolsa de Nova Iorque a preço vil, e iniciado um processo de privatização da empresa, que quase teve o seu nome mudado para Petrobrax. Em seu voto, a AEPET denuncia que o atual plano de desinvestimentos já causou perdas de R$ 200 bilhões à Petrobras. O fato é que, após a descoberta do pré-sal, a empresa passou a ser o principal objeto da cobiça das grandes petroleiras mundiais, que

ou R$ 1 trilhão em 25 anos, além da liberação do conteúdo local, transferindo empregos e renda que seriam criados no Brasil para o exterior. No Brasil, estas grandes petroleiras ganharam também o apoio de importante parte da mídia, que há vários anos trabalha para desmoralizar a Petrobrás e o pré-sal. Sobre o desempenho financeiro da empresa ao longo de 2017, qual sua avaliação? O ex-presidente Bendini, quando transferiu o cargo para Pedro Parente, em meados de 2016, informou: “Estou entregando uma empresa com mais de R$ 100 bilhões em caixa”. Ao cambio da época, equivalia a mais de US$ 28 bilhões. O maior caixa da história da companhia. Como já disse, a Petrobras sempre foi uma excepcional geradora de caixa e esta capacidade ainda não foi perdida o que, por si só, é uma garantia de tranquilidade financeira. Mas a empresa, que iniciou 2017 com mais de US$ 21 bilhões em caixa, tem ainda de considerar que dos US$ 13 bilhões de vendas de ativos efetuadas em 2016, somente US$ 2 bilhões foram recebidos naquele exercício, restando a receber ainda US$ 11 bilhões. Não podemos nos esquecer ainda dos R$ 16 bilhões de créditos que a empresa tem com a Eletrobrás e o acerto de contas da Cessão Onerosa, que ao que tudo indica vai trazer novos recursos para a companhia. Portanto, a situação financeira da Petrobras em 2017 é fantástica. Mas isto não é de agora. E prossegue o entrevistado: “Todas as grandes reservas de petróleo do mundo estão nas mãos de empresas 100% estatais. O objetivo é que estas empresas sejam utilizadas como suporte para o desenvolvimento de suas nações. Um exemplo claro é o da Noruega. Um estudo elaborado pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (ABEMI) revelou que para cada R$ 1.000 investidos pela Petrobras, eram provocados investimentos de R$ 600 em

outros setores da economia brasileira. Com a descoberta do pré-sal, o melhor caminho teria sido o fechamento do capital da Petrobras, retirando-a da participação em bolsa de valores. As atribuições de uma empresa estatal são muitas vezes incompatí-

veis com as de uma empresa de mercado. Este conflito frequentemente é exposto na Petrobras. Mas como já falei, o problema hoje é mais grave, pois o país é administrado por colonizadores que só pensam em explorá-lo, jamais em desenvolvê-lo.


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FEVEREIRO DE 2018

Partage Shopping é sucesso O projeto “QUARTA DE BOTECO”, promovido pelo Partage Shopping Rio Grande todas as quartas-feiras, é mais um grande sucesso da temporada de verão. As bandas Acesso Livre, Samba Boteco e Dudu Castro Banda se revezam para tocar o melhor do samba brasileiro, criando um clima de botequim e atraindo um grande número de pessoas.

O projeto “AS QUINTAS DE HUMOR” foi mais uma ação estratégica que contribuiu para aumentar consideravelmente o fluxo de pessoas no shopping, neste verão. As apresentações aconteceram na Praça de Alimentação.

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Pedro Jensen Eleições se aproximam Neste ano de eleições os bastidores da política já estão movimentados. A partir de março, quando acabam as férias, o veraneio e a vida volta ao normal, é que deverão começar a surgir especulações com relação aos candidatos à Presidência da República, Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Se nos consideramos mal representados politicamente, como dizem os brasileiros, pior ficaremos sem representante nenhum. Lamentavelmente o sistema político brasileiro não sofreu a reforma prometida e, muitas vezes, os candidatos são os mesmos de sempre: ou os velhos “caciques” da política ou seus apadrinhados e acabamos forçados a votar no menos pior. Mas nem tudo está perdido e em todos os lugares existem os bons e os ruins. Na política também tem gente boa, mas precisamos esco-

lher com muito cuidado, olhando bem o currículo e a ficha policial dos candidatos e não se deixando levar por tapinhas nas costas, falsas promessas ou pelos que se apresentam como “o novo” só porque são jovens ou estão estreando na política. Devemos confiar desconfiando e ficar com os dois pés atrás quando se tratar de candidatos badalados pela mídia. No caso de nossa região vamos torcer para que surjam nomes novos, mas com conteúdo, propostas interessantes e comprometidos com a população. Lamentavelmente não vimos em nossos políticos, que ocupam posições de destaque em cargos estaduais ou federais, empenho para evitar o fechamento do Polo Naval e o consequente desemprego de milhares de trabalhadores, com graves reflexos na economia local, da região e também do Rio Grande do Sul.

A velha rivalidade

Em nossas leituras do jornal “Rio Grande”, que fazemos na Bibliotheca Rio-Grandense, chamou-nos atenção a carta do leitor Panglose, publicada na coluna “Corujando”, edição de 5 de fevereiro de 1968. Dá para ver que a rivalidade entre Rio Grande e Pelotas era bem mais acentuada naquela época. Vejam o que escreveu o leitor pelotense: “Escrevo para manifestar meu desencanto pelo editorial de sábado onde, com certa dose de deboche, o autor pretendeu arrancar de Pelotas o direito de possuir uma grande indústria pesqueira e o aparato necessário para o turismo. Estejam certos os riograndinos de que nós, os pelotenses, temos condições para competir com Rio Grande no setor da pesca. Um barco pesqueiro que vai descarregar no Porto Velho pode, perfeitamente, subir o São Gonçalo e deixar a carga num trapiche ou, quem sabe, num porto pesqueiro que, se quisermos, será construído mais rapidamente do que o de Rio

Grande. O sol nasceu para todos! O peixe não é privilégio de Rio Grande, como não o é o turismo. Podemos aqui em Pelotas ter grandes hotéis para os turistas do Rio Grande do Sul e, diariamente, levá-los até o Cassino, que terminará por ser um arrabalde de Pelotas. Continuamos levantando o fato dos riograndinos ainda não terem se convencido da necessidade de união com o povo progressista de Pelotas. Os riograndinos precisam convencer-se de que só a união das duas cidades poderá ensejar progresso para Rio Grande. Sozinha, a cidade marítima não terá condições para sobreviver e será sempre o que aí está, lutando contra a maré. A propósito, a Faculdade de Medicina de Pelotas foi reconhecida! Onde está a Universidade do Litoral?” OBS: A Universidade do Litoral foi o nome dado quando iniciou a luta por uma universidade no município, hoje a nossa FURG.

Avenida é bi-campeão No final de janeiro os moradores da rua 15 de Novembro, no bairro Cidade Nova, tiveram motivos para fazer uma grande festa, que de fato aconteceu. O Avenida, que vem colecionando títulos no futebol amador desde a sua fundação, conquistou no dia 21 o bi-campeonato de Veteranos, 50 anos, ao vencer Diretoria e Comissão Técnica confraternizaram o São João por 1x0, gol de Edinho, no campo do Guarani do trono Ilson dos Santos, do Bar Avenida (PorBosque. tugal esquina República). O Avenida é presidido por Eri Bastos, o A comemoração iniciou no Bar Avenida e “Carruíra”, que tem como vice-presidente terminou com uma churrascada na rua 15 de Adauri Rodrigues. O treinador é Kico e o pa- Novembro, que foi até o final da tarde.

Grande número de familiares e amigos prestaram a última homenagem a Pedro Jensen, dia 17 de fevereiro, funcionário da Risul, desde os tempos do “O Peixeiro” até o “Agora”. Era uma pessoa muito especial que deixa a quem o conheceu o grande exemplo de ser amigo de todos. Nossos sentimentos à viúva, dona Irena, filhos, netos e a todos que tiveram o prazer de desfrutar de sua convivência.

“SUL RS” repercute positivamente

Desde a primeira edição temos recebida inúmeras manifestações de apoio pelo lançamento do jornal “Sul RS”, além daquelas em que os leitores solicitam o envio da edição digital. Para que os leitores tenham ideia dessa receptividade, que muito nos incentiva a continuar nessa luta, publicamos a seguir as mais recentes manifestações. Além da nossa tiragem de três mil exemplares, já temos um cadastro de 2.500 e-mails, que continua aumentando a cada edição. Só temos a agradecer por tanto carinho e generosidade, não apenas aos que registramos suas manifestações nesta edição, mas a todos que por e-mail, por telefone ou pessoalmente nos dão o incentivo para irmos adiante. “Bom dia Ique! Agradeço o envio da edição do Jornal SUL RS com a qualidade editorial que sempre dedicas às tuas publicações. Parabéns pela nova seção, “Há 50 anos”, com notícias do saudoso Jornal Rio Grande. Antes de um baú de reminiscências é um comparativo com os tempos atuais e um resgate à publicação mais riograndina da nossa imprensa. Um grande abraço, Kleber Alt”.

“Mais uma edição excelente do teu/nosso jornal. Cumprimentos e votos de profícua continuidade. Fraterno abraço. Pericles Gonçalves.

“Recebi hoje por e-mail enviado pelo professor Sílvio Velasco, a edição virtual do jornal SUL RS- Notícias e Negócios. Simpatizei-me muito com a forma e o conteúdo nele desenvolvido. Gostaria muito de poder estar entre aqueles que o recebem por e-mail. Gostei muito de tudo, em especial a clareza com que meu colega de universidade expõe uma realidade escondida e mentida por órgãos e políticos descomprometidos com o Brasil. Um abraço do professor Luis Fernando Minasi”. “Gostei demais do jornal, que não conhecia”. malfatti@vetorial.net “Parabéns Ique! O jornal está cada vez melhor”. Orion Ribeiro.

“Parabéns amigo Ique! Sempre admirei teu trabalho e torço pelo teu sucesso. Excelente jornal. Grande e fraterno abraço”. Juarez Molinari.

“Obrigado e parabéns pelo jornal, pois está excelente”. Márcio Lontra.

“Obrigada, Ique, por me enviar mais esta edição, de excelente bom gosto. Grande abraço!” Venetia Marti.

“Muito obrigado! Este jornal está maravilhoso. Um grande abraço, amigo Ique”. Roberto Dutra.

“Conteúdo super interessante ...vou ler em casa, com calma !! Obgda, abs”. Dulce da Costa. “Temos que incentivar quem pratica o bom jornalismo!” Gilson Moreira.

“Parabéns Ique! Teu jornal está cada vez melhor sob todos os aspectos: Estrutura, paginação, escolha dos temas, muito bem escrito, enfim... muito bom, prazeroso de se ler. Mais uma vez parabéns”. Antonio Pereira Neto.

“Recebi um exemplar do SUL RS e gostei muito. Bem impresso, matérias interessantes, bem diagramado. Parabéns!. Muito bacana. Meus votos de sucesso com ele. Um abração”. Iberê Marchiori.

“Obrigado pelo envio deste belo jornal, onde posso, com sua leitura, recordar de minha querida cidade natal, da qual estou afastado há 42 anos. Continuem me mandando, ok? Um grande abraço”. Luiz Heitor Dávila Pereira. “Gostaria de receber o Jornal Sul RS no meu estabelecimento comercial, pois ele trata de assuntos de nossa cidade e região e todos estamos trabalhando para construir um futuro melhor”. Ilda Mendes. “Agradeço o envio do jornal em sua edição digital. Também havia recebido uma cópia da versão impressa. O SUL RS está cada vez melhor e mais interessante. Cito como exemplo a matéria sobre a reativação da balsa em Santa Isabel. Um abraço com os votos de crescente e continuado êxito” Norton Gianuca. “Tenho recebido regularmente. É sempre bom receber notícias atualizadas e variadas da terra. Abs”. Eduardo Battaglia Krause. “Fico muito feliz por assistir a evolução do jornal. Vejo que há novos patrocinadores, diagramação moderna que facilita a leitura do jornal e me pareceu que aumentou o número de páginas. Parabéns também pelo conteúdo equilibrado. Abração! Prof. Antonio Luis Schifino Valente.. “Agradeço o envio de seu jornal, que leio sempre na íntegra. Muito bom seu conteúdo, muito focado na realidade do nosso cotidiano. Estou tomando a liberdade em divulgá-lo com meu grupo de amigos. Parabéns e forte abraço”. Wilson Rackow.

“Olá Ique! Muito bom o teu jornal pelas matérias abordadas e pela qualidade. Não sabia dele. Iniciativa corajosa. Agradecerei me incluíres na lista de leitores digitais. Votos de permanente sucesso e grande abraço”. Werner Hadrich.

“Parabéns! Muito bom teu jornal com ilustrações bem colocadas, bem editado, textos bem explicativos. Mais uma vez parabéns. Abraços”. ​ Fernando Ramis.


SUL RS HÁ 50 ANOS - FEVEREIRO DE 1968

DIA 1º – Rio Grande, que viveu fase áurea na época do bonde, ainda não conseguiu substitui-lo à altura. Os ônibus que começaram a servir a população foram adquiridos depois de muito uso. Em vista das constantes reclamações, o DATC até o dia 15 fará uma vistoria geral e os ônibus que não tiverem sido examinados, assim como tenham que sofrer qualquer reforma, serão retirados de circulação. Além disso, informa o diretor do DATC, Rubens Emil Corrêa, serão passíveis de multa os ônibus que trafegarem com excesso de lotação, portas abertas ou aqueles cujos motoristas e cobradores não tiverem o necessário preparo para tratar delicadamente o público.

DIA 5 – Em reunião com representantes do Ministério do Interior, Exército, Marinha, Aeronáutica e Estado Maior das Forças Armadas, as 230 cidades que forem consideradas como Área de Interesse da Segurança Nacional perderão o direito de eleger seus prefeitos, que serão indicados pelo Presidente da República e atuarão como interventores federais. No Rio Grande do Sul constam Porto Alegre, Rio Grande, Santa Maria, Uruguaiana, Jaguarão, e, possivelmente, São Borja, Itaqui, Bagé e Santa Vitória do Palmar. - Da coluna “Corujando” com o título “Relações Públicas da Prefeitura está vivo”: “Uma referência feita na coluna Corujando, que este jornal publicou quinta-feira lamentando a morte (‘na casca’) do setor de Relações Públicas da Prefeitura, valeu imediata contestação de seu titular, que explicou as razões pelas quais não estão sendo fornecidos os boletins à imprensa e informando que o referido setor está vivo.

ao invés da discriminação eleitoral, o Governo Federal deveria construir uma ponte em Santa Isabel, aproximando a região fronteira do porto de Rio Grande.

DIA 10 – Elementos da Fundação Cidade do Rio Grande mantém-se confiantes em que a Universidade local será criada este ano. O reconhecimento da Universidade de Passo Fundo, que teve precedência sobre Rio Grande, provocou pessimismo nos riograndinos com relação à sua tão sonhada Universidade do Litoral. - Trechos do editorial “Nós, os cassados”, que protesta contra a inclusão do município como Área de Segurança: “Rio Grande é uma cidade que, perpetuando a memória de seus filhos ilustres, pode colocar em suas praças públicas figuras como a do Patrono da Marinha, a do herói de Riachuelo ou a do Conde de Porto Alegre e a de Antonio de Souza Netto, expoentes militares da história brasileira. Tem, através de várias gerações, vultos eminentes, merecedores de públicas homenagens. Estes, porém, se hoje vivessem estariam com os seus direitos políticos parcialmente cassados.

A afirmação parece absurda, porque ninguém pode conceber que, se Tamandaré ou o Conde de Porto Alegre fossem oficiais reformados que estivessem vivendo em sua terra natal, a eles se negasse o direito de eleger governantes municipais, enquanto noutras plagas qualquer elemento simplesmente alfabetizado e capaz de votar, desse opinião em pleito eleitoral sobre o candidato de sua preferência ao cargo de prefeito. Mas seria assim, sem dúvida, porque aos riograndinos se pretende negar, como aos habitantes de 230 outros municípios brasileiros, o direito de eleger seus governantes, sob alegação de que são pontos estratégicos, bases militares, etc...

DIA 6 – A inclusão de Rio Grande como Área de Interesse da Segurança Nacional: o vereador Lindalvo Monteiro (PTB) entrou com requerimento na Câmara apelando ao Governo para que o município seja retirado dessa lista. Diz que “a opinião pública riograndina está abalada com a notícia. Ela fere a autonomia municipal, usurpando ao povo papareia o direito de eleger o seu prefeito”.

Continuemos, porém, a reclamar. A esperança ainda não morreu e o despertar das autoridades nacionais ainda pode acontecer. E, se não nos ouvirem, que as gerações vindouras tenham elementos para constatar que não aceitamos a imposição absurda como cordeiros.

DIA 8 – Antiga aspiração dos riograndinos para o incremento do turismo, a construção de um paradouro para pescadores nos Molhes da Barra continua sendo motivo para inúmeras controvérsias. O deputado Adylio Martins Vianna encaminhou pedido de informações ao Ministério da Indústria e Comércio, indagando qual será a conduta daquela pasta, uma vez que a verba de NCr$ 37.041,00 teria sido paga pela Pagadoria do Tesouro Nacional em 19 de setembro de 1966 à Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, que desviou os recursos para outros fins.

“Ontem, com início às 22 horas, realizou-se o baile juvenil da SAC, em que foi escolhida e coroada a Miss Brotinho. O júri composto pelas sras. Marlene Esperon, de Rio Grande; Moema Kraft, de Pelotas; Maria Helena Oliveira, de São Paulo; Vera Renner, de Porto Alegre e Georgina Kalil, de Bagé, teve um trabalho árduo, pois as bonitinhas que desfilaram foram muitas.

- Começa hoje a III Festa Nacional da Cebola (Fenace) em São José do Norte. Serão inauguradas durante o evento o Centro Telefônico, a Cuia Luminosa e a Fonte Luminosa, instalada em sua praça principal. O Governador Peracchi Barcellos receberá o título de Cidadão Nortense, na Câmara Municipal.

DIA 9 – O deputado Oswaldo Miller Barlém também protestou na Assembleia Legislativa contra a inclusão de Rio Grande como Área de Segurança. Também citou Jaguarão e disse que,

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DIA 13 – Da coluna “7 dias em sociedade”, assinada com o pseudônimo SIR:

As finalistas foram as seguintes: Ana Maria X. Corrêa, Vera

Lúcia Jaeger, Naida Gralha, Maria Isabel Fonseca, Míriam Leite Magalhães, Elizabeth Tellechea, Naira Costa Lopes e Maria do Carmo Rios. Também desfilaram Lúcia Helena Hormain, Maria Cristina da Silva, Eugênia Campani, Kátia Pereira Carneiro, Maria Letícia Alvariza e Ana Lígia Petrone. Após longos minutos de expectativa foi anunciado o nome da menina vencedora: Vera Lúcia Jaeger. Vera desfilou com muita elegância e charme, vencendo as outras 15 amiguinhas.

DIA 14 – O Tribunal de Justiça reconheceu os direitos do meia-cancha riograndino Reis e, tão logo a decisão foi conhecida, ele assinou contrato de dois anos com o Grêmio Portoalegrense. Ele foi vendido por NCr$ 10 milhões pelo Rio Grande.

- A direção do Sindicato dos Estivadores concluiu que o movimento portuário não justifica um quadro de 505 trabalhadores e que o ideal seria 400. - Do Cassino, através de pessoas de responsabilidade, nos chegam constantes queixas no tocante à precariedade do policiamento. Ontem, fomos informados de que existe na Vila Sequeira uma bem organizada quadrilha de ladrões de automóveis e que só numa noite foram furtados cinco carros, posteriormente encontrados em estado lastimável.

DIA 15 – O diretor do Departamento de Obras e Viação (DOV) da Prefeitura, Capitão Josino Almir Dutra, informou que a Prefeitura vai usar processo químico para eliminar o capim das ruas. Serão três herbicidas da Bayer, cujo emprego se faz através de uma solução com água e óleo diesel. DIA 21 – O delegado da União da Umbanda no Rio Grande do Sul, Antonio Martins dos Santos, ao visitar Rio Grande lançou a ideia de erguer no Cassino um monumento em homenagem à Mãe Iemanjá. Será mais uma atração turística para a cidade marítima. DIA 24 – Algumas casas comerciais estão colaborando com o COMTUR (Conselho Municipal de Turismo) na premiação do carnaval. Participaram: Lojas Ipiranga, Ferragem Cadaval, Casa Lira, Casas Canuso, Casa Germano, Casa Colombo, A Safira, Loja das Bolsas, A Sedutora, Casa dos Presentes, Casa Sandes, Casa Clark, Casa Jorge Kalil e Casa dos Amadores. O COMTUR montou palanque na praça Xavier Ferreira e arquibancadas para venda de lugares. A renda será revertida para o carnaval.

DIA 28 – Corsan está disposta a encampar o Serviço Riograndino de Água e Esgoto (SRGAE). A Corsan só se interessaria pela água do Cassino se conseguir o controle da autarquia local.

DIA 29 – Chegou a Rio Grande o novo e moderno material elétrico para iluminação da avenida D. Pedro II. Serão 26 luminárias com lâmpadas de vapor de mercúrio. Serão colocados inicialmente na faixa lateral, cujo calçamento já está concluído.

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A comemoração dos 50 anos de nossa sede social

Placa dos 50 anos: Osvaldo Otero e Norton Gianuca

Associados e veranistas prestigiaram o grande evento

João Furlanetto e Odenir Rocha

Juliana com a avó Elsa Huch e Luis Carlos Fernandes

Valdir Barroco e o músico Valdelírio Ferreira, o Mon

Norton Gianuca e Osvaldo Otero, neto de dona Zoquinha

Fábio Andrade, João Carlos Papaléo, Armando Duarte da Silva e Fábio Pinho

CDL, através de Gilberto Sequeira, homenageou a SAC com uma placa

Presidente Pedro Alvariza e Elza Huch

Jantar dançante teve animação de Joca Farias e Banda

As esposas dos diretores da SAC

Diretoria da SAC e o chef Eduardo Geri

A sociedade cassinense esteve reunida na noite de 16 de fevereiro para o jantar que comemorou o cinquentenário de construção de nossa sede própria. Os presentes também comemoraram os 68 anos da SAC, completados dia 13 de fevereiro. O evento teve música de Joca Farias e Banda, de Santa Maria. Os presentes foram recepcionados pelo músico Mon, ao som de saxofone, que integrou o antigo conjunto The Dizzies, que se apresentou na SAC já em 1968. O jantar, muito elogiado, foi preparado pelo Chef Eduardo Geri (A Camponesa). No cardápio canapés diversos, filé ao molho de vinho, aligot (purê com queijo), brócolis ao alho e óleo e arroz com castanhas. A so-

bremesa foi sorvete de creme com calda de frutas vermelhas. Além da confraternização, durante o jantar foram prestadas homenagens às pessoas que foram importantes na construção da sede própria: João Rocha (falecido), engenheiro construtor, representado por seu filho, Odenir Rocha; Alfredo Huch (falecido), engenheiro vistoriador, representado por sua nora, Elza Huch; João Carlos Papaléo e Armando Duarte da Silva, que fizeram o levantamento topográfico do terreno; o músico Valdelírio Ferreira, o Mon, do saudoso conjunto The Dizzies e Maria José Levas de Otero (falecida), representada pelo neto Osvaldo Leivas de Otero.

Inauguração da sede O lançamento da pedra fundamental da sede própria da SAC aconteceu em 1964 e a inauguração ocorreu dia 6 de janeiro de 1968. Para isso, foi criada uma Comissão de Obras, presidida pelo engº Francisco Martins Bastos e integrada pelos engenheiros Alfredo Huch e João Rocha; secretário Homero Dávila Pereira; e o tesoureiro, Arthur Martins. O corte da fita simbólica foi feito pelo Gal. Armando Cattani, interventor federal em Rio Grande, e Dr. Adriano Santos Rocha, presidente

do Conselho da SAC. O presidente da sociedade era Amaury Santos. Na ocasião, Thiago Carvalho leu o discurso do primeiro presidente da SAC, Isnard Peixoto, que encontrava-se doente. Também falou o sr. Dídio Duhá, enquanto a sociedade pelotense entregou um cartão de prata à diretoria. Foram homenageados os engenheiros João Rocha e Alfredo Huch, que destacaram-se na construção do prédio, e a sra. Maria José Leivas de Otero (Dona Zoquinha), que doou o terreno.


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