I SIMPÓSIO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO Integrando conhecimentos científicos em defesa do Velho Chico.
ANÁLISE DO EFEITO DA DEFASAGEM DE PICO DO HIDROGRAMA AMBIENTAL NO ATENDIMENTO DOS USOS NÃO CONSUNTIVOS NO BAIXO TRECHO DO RIO SÃO FRANCISCO Micol Brambilla Yvonilde D. P. Medeiros Andrea S. Fontes
Salvador 2016
INTRODUÇÃO Instrumento s Orientações Alocação Critérios órios Regras Reservat Impactos no ecossistema + socioeconômi cos
Medidas mitigadoras vazão ambiental
Objetivo Atendimento dos múltiplos usos da água Implica alteração das regras de operação de reservatório
2
INTRODUÇÃO Rio São Francisco todos os usos representados na bacia hidrogr á fica menos a prote ç ã o do ecossistema. + Crescente demanda + baixa disponibilidade = situação ambiental crítica. Foi desenvolvido um hidrograma ambiental para anos normais e secos para o baixo trecho do rio S ã o Francisco (Medeiros et al. 2010) e estudados seus impactos na implementação. Sugestão: Deslocamento do pico do hidrograma ambiental (Ferreira, 2014; CHESF)
OBJETIVO Analisar o efeito decorrente da defasagem de pico do hidrograma ambiental no atendimento aos usos não consuntivos de água para geração de energia, navegação e requerimento hídrico para a proteção do ecossistema aquático no baixo trecho do rio São Francisco.
METODOLOGIA Considerações iniciais: •Calha principal do RSF; •Usos consuntivos equivalem às vazões outorgadas e são considerados como restrições; •1. reservatórios considerado é Sobradinho. I Construção de cenários de operação de reservatórios Cenário A considera o hidrograma ambiental para anos normais e secos (Medeiros et al., 2010) Cen á rio B considera o mesmo hidrograma ambiental deslocado de 3 meses (Ferreira, 2014) para o período entre 2000 e 2015.
Implementações de hidrograma ambiental para ano seco e normal depende da situação do volume útil do reservatório de Sobradinho no final de janeiro.
METODOLOGIA II • Simulação dos cenários de operação de reservatórios através de modelagem Modelo de gestão e planejamento de recursos hídricos Water Evaluation and Planning System WEAP III Análise de atendimento às demandas não consuntivas Indicadores para a análise do desempenho no atendimento às demandas (Hashimoto et al., 1982). Confiabilidade
Representação do rio São Francisco no WEAP
99/ 100% para abastecimento humano, 95% para a energia elétrica e 90% pelas restantes demandas (CEARÁ, 1992 apud Mamede & Medeiros, 2009).
Vulnerabilidade
RESULTADOS
Energia hidroelétrica de referência e energia gerada nos cenários A e B Sazonalidade da energia gerada nos cenários imposta pela sazonalidade do hidrograma ambiental, à qual é afiliada uma prioridade máxima de atendimento. Defasagem dos picos na geração energética do cenário B em relação ao cenário A é consequência do deslocamento de pico da restrição de vazão mínima. Geração média o cenário A é 3922 GWh e 3908 GWh do cenário B, aproximadamente 5% maiores da mé dia da energia hidroelétrica de referência.
RESULTADOS Confiabilidade Geração Vazão Navegaçã de remanescent o energia e CA - Hidrograma Ambiental CB - Hidrograma Ambiental pico defasado
Vulnerabilidade Geração Vazão de remanescen Navegação energia te
79,76
86,11
86,90
4,42
3,86
2,37
76,19
87,78
85,12
5,53
4,76
2,70
Confiabilidade e Vulnerabilidade para os o cenário A e B dos usos de geração de energia, navegação e proteção do ecossistema aquático em %
Atendimento insatisfat ó rio dos usos n ã o consuntivos para o cen á rio A e B (confiabilidade) e volumes não atendidos entre 2,4% e 5,5% (vulnerabilidade).
CONCLUSÕES O resultado do estudo demostra que a defasagem do pico no hidrograma ambiental n ã o causa altera ç õ es relevantes no atendimento à s demandas não consuntivas do baixo curso do rio São Francisco. Entretanto o deslocamento do pico do hidrograma ambiental diminui os riscos de n ã o atendimento à s demandas. Isso porque no final de janeiro é determinada a situa ç ã o hidrol ó gica da bacia e consequentemente a possibilidade de utilizar o volume de espera de Sobradinho. Esse pode servir eventualmente para o atendimento ao hidrograma ambiental. Esse comportamento se torna difícil de ser testado com um modelo simples de aloca ç ã o de á gua, sendo suas regras preestabelecidas. Nesse sentido é necess á rio fazer estudos avan ç ados sobre a possibilidade de ado ç ã o do volume de espera para o atendimento ao hidrograma ambiental. Também se recomenda o monitoramento da fauna aquática do baixo trecho do rio S ã o Francisco para avalia ç ã o das consequ ê ncias da implementa ç ã o do hidrograma ambiental com pico defasado no ecossistema aquático.
REFERÊNCIA FERREIRA, T.V.B. Subsídios para o estudo de hidrogramas ambientais para o baixo curso do rio São Francisco: Avaliação de impactos sobre a geração hidrelé trica. 2014. 284 f. Dissertação - Engenharia Civil, Universidade Federal de Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. HASHIMOTO, T., STEDINGER, J., LOUCKS, Vulnerability Criteria for Water Resource Resources Research, 18 (1), pp. 14/ 26.
D.P. (1982). Reliability, Resilience and System Performance Evaluation. Water
MEDEIROS, Y.D.P.; PINTO, I.M.; STIFELMAN, G.M.; FARIA, A.S.F; PELLI, J.C.S.; RODRIGUES, R.F.; SILVA, E.R.; COSTA, T.; BOCCACIO, M.X.; SILVA, E.B.G. Projeto 3.1 / Participa ç ão Social no Processo de Alocação de Água, no Baixo Curso do Rio São Francisco. In: Estudo do regime de vaz ã o ecol ó gica para o Baixo curso do rio S ã o Francisco: Uma abordagem multicriterial. Universidade Federal da Bahia, 2010. (Relatório Técnico – CNPQ/CT/ HIDRO) MAMEDE, G.L.; MEDEIROS, P.H.A. (2009). Variabilidade da curva de garantia de oferta hídrica para diferentes intervalos de simulação: o caso do reservatório orós. In Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos, Campo Grande, novembro 2009.
Obrigada pela atenção! brambilla.micol@gmail.com