Caro aluno. Este capítulo procura apresentar as idéias a respeito dos modelos adotados pelas indústrias automobilísticas durante o século XX. O estudo realizado por Wood Jr.(+) associa os modelos industriais com as metáforas estudadas por Morgan(#) em seu livro. Procure analisar através dos conceitos desenvolvidos na administração características comuns com a teoria do treinamento. Ford e a produção em massa. A palavra organização vem do grego organon, que significa instrumento. Podemos de maneira rústica concluir que a expressão organização indica a instrumentação para a obtenção de objetivos prédeterminados. Wood Jr associou o Fordismo à metáfora da máquina, sendo que este conceito foi utilizado como processo da industrialização. Através desta metáfora percebemos que podemos moldar o mundo de maneira mecânica. Através de conceitos simplistas de intercâmbio e da simplicidade de montagem, Ford criou um modelo de montagem automotiva onde a produção de um carro despencou de 512 minutos para 120 segundos! Portanto, compreender que a divisão da tarefa, a redução do esforço humano, o aumento da produtividade em função do tempo, o aumento do volume de produção em função do planejamento (organização) e controle de produção são características marcantes do modelo de Ford.
Toyota e a produção flexível.
Para Wood Jr. o sistema Toyota de produção pode ser associado à metáfora de um organismo vivo. Esta metáfora exalta a compreensão das relações entre a organização e o meio; o instinto de sobrevivência valorizando a adaptação frente às novas necessidades que as empresas têm a enfrentar. Durante a década de 50, Eiji Toyoda, fundador da Toyota, visitou as fábricas da Ford e percebeu que havia possibilidade de melhorar a produção de sua fábrica. O ambiente e o período influenciaram positivamente para que Toyoda desenvolvese um novo modelo de gestão. Naquele período (recuperação da economia mundial) o mercado doméstico japonês (ambiente) era pequeno e necessitava de uma gama variada de produtos; a aquisição de tecnologia externa estava descartada e não havia possibilidade de exportação. Frente a essas adversidades Toyoda promoveu as seguintes ações:
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Trabalho em grupo multifuncional. Os operários possuíam autonomia para a correção de problemas nos produtos, ocorrendo assim, um aumento significativo na qualidade. Implementação do conceito justintime controle do fluxo de produção e a redução dos estoques intermediários, podendo desta maneira flexibilizar as necessidades do mercado com as mudanças tecnológicas vigentes, melhorando a integração de processo/produto.
Volvo e a flexibilidade criativa.
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Para Wood Jr o modelo Volvo de produção se assemelha a um cérebro. O conceito de produção determina que o todo seja feito em parte, através da conectividade, da simultaneidade, da especialização e da generalização, criando assim mecanismos de autoorganização. Devese ter cuidado para não interpretar este novo modelo como um simples retorno a produção manual. O conceito Volvo utilizase da flexibilização funcional (alto grau de automação e informatização), gerando uma produção diversificada de qualidade; democratização da qualidade de vida no trabalho (boas condições de trabalho: baixo ruído, ergonomia, ar respirável, luz natural, etc); treinamento intensivo do funcionário – compreensão do processo manual e de automação. Tal conceito possibilitou a redução de custos e de produtos de maior qualidade. Talvez a evolução deste sistema seja migrar para o estilo organizacional de uma banda de jazz. Finalizando este artigo, a idéia de Drucker* pode nos ajudar a avaliar a dimensão do que é administrar uma organização: “a tarefa primordial da administração é definir quais os resultados existentes na organização sob sua responsabilidade. Desta forma, pelo novo paradigma a administração deve definir as metas que espera alcançar e depois organizar os recursos visando obter esses resultados”. (+)
WOOD, Thomas. Fordismo, Toyotismo e Vovlismo: os Caminhos da Indústria em Busca do Tempo Perdido. São Paulo: Revista de Administração de Empresas. P. 6 18. Set / Out 1992. (#) MORGAN,Gareth. Imagens da organização. 1º edição. Editora Atlas. São Paulo, 1996. *DRUCKER, Peter. Os Novos Paradigmas da Administração. Revista Exame. P. 34 – 53. 24 Fev 1999.