Efeito do exercício na cartilagem articular A cartilagem hialina é um tipo de tecido conjuntivo especializado, que reveste as superfícies ósseas de uma articulação tendo como funções principais a redução do atrito e absorção de cargas provenientes de choques mecânicos. É sabido que o ato de se movimentar apresenta um papel fundamental dentre os diversos fatores que contribuem para a saúde e manutenção desse tecido. Sandor SM et. al e Tammi M et. Al concluíram em suas pesquisas que em condições de imobilismo, onde a cartilagem não recebe cargas significativas, inicia-se sua degeneração; entretanto, após submetida a exercícios, sua espessura é parcialmente reestabelecida. Semelhante a este achado, Foley S et. al e Hohmann E. et al pesquisaram sobre os efeitos dos exercícios sobre a cartilagem e obtiveram como conclusão que ela, assim como o tecido ósseo, tende a enfraquecer sem carga regular. No entanto, ao contrário dos ossos, o efeito dos exercícios sobre a cartilagem não é o de aumentar a sua espessura, mesmo em pessoas altamente ativas, tais como atletas de elite. A cartilagem articular humana reage aos exercícios aumentando sua capacidade viscoelástica, através do aumento do conteúdo de glicosaminoglicanas, componentes estes que conferem à cartilagem sua característica elástica. Sabemos que o tecido ósseo e muscular são altamente vascularizados, inervados e com grande conteúdo celular; diferentemente, a cartilagem hialina é avascular, aneural e hipocelular, fatores estes que explicam a sua baixa capacidade de reparo; daí a necessidade de maior atenção as solicitações às quais submetemos este tecido durante os exercicios propostos. Conhecemos as caracteristicas estruturais, bioquímicas e funcionais distintas entre os vários tecidos que compõem o sistema locomotor. A partir disto, e na medida em que procuramos entender o exercicio como um fator de proteção articular, devemos nos questionar sobre qual seria o aspecto relevante a ser considerado neste processo. Atividades de impacto como a corrida, que trazem beneficios à densidade óssea e à melhora da condição cardiovascular, induzem ao mesmo tempo a um stress considerável no tecido cartilagenoso. Bernard M. Et al, desenvolveram um estudo retrospectivo que avaliou a corrida como fator preditivo de doença degenerativa precoce do quadril. Foram analisados 59 individuos em um período de seguimento de 15 anos, sendo este grupo dividido em 27 corredores de elite de longa distância e 32 individuos que não realizavam atividade de impacto; ao final, pode ser constatado que os atletas corredores apresentavam uma maior incidência, significativamente