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Um Mundo em Mudança - O MOLDE 125

No primeiro trimestre deste ano, o mundo acordou para uma nova realidade com o surgimento de um vírus, que inicialmente parecia focalizado numa região, mas que rapidamente se espalhou pelos diferentes continentes, afetando a vida económica e social de muitos países e sectores industriais.

A globalização dos negócios, a interação das cadeias de valor ou, até mesmo, a dependência de recursos, produtos ou componentes oriundos de diferentes partes do globo, tornaram-se evidentes e fazem-nos pensar se não haverá alternativas aos modelos de desenvolvimento económico que têm vindo a ser seguidos. A mobilidade e o contacto social, elementos tão apreciados e fundamentais para o relacionamento, quer nos negócios, quer na nossa vida pessoal, tornaram-se de repente fatores de risco. Este é, sem dúvida, um mundo em mudança.

A indústria de moldes não foi (não é) imune a esta situação. Fruto do seu posicionamento na cadeia de valor e desenvolvimento de vários produtos a nível global, sofreu os impactos desta desaceleração do mercado que, a acumular com a situação que tem vindo a acontecer ao longo do último ano e meio, nomeadamente com as indefinições e atraso no lançamento de novos projetos da indústria automóvel, torna muito mais desafiante a sustentabilidade e crescimento das empresas.

O mercado está a mudar, é cada vez mais volátil, e a única coisa que temos certa é a incerteza. O sector, ao longo dos últimos anos, investiu fortemente em novas tecnologias e equipamentos, integrou novas competências, mas agora terá que as compatibilizar com processos organizacionais que permitam responder a novos desafios do mercado, onde os preços são baixos, os prazos de execução curtos e a concorrência feroz. A flexibilidade e adaptabilidade das empresas serão o elemento diferenciador e as competências e motivação das pessoas que as integram, o motor para que tal possa ser conseguido.

É neste contexto de otimização dos recursos, de redução de desperdícios, onde as questões ambientais assumem preponderância junto dos consumidores finais, que, por sua vez, influenciam produtores a desenvolver novas soluções que vão ao encontro dessas pretensões e expectativas, que surgem novos conceitos e políticas, como é o caso da “economia circular” a que damos especial destaque nesta edição da revista “O Molde”.

Este é um tema com aplicabilidade na nossa indústria? Como é que está a influenciar o desenvolvimento do mercado? Que oportunidades este conceito trará para o lançamento de novos produtos que utilizarão os nossos moldes? Que conceitos poderemos utilizar para otimizar processos e recursos das nossas empresas e assim ser mais competitivos pela redução dos custos de produção? Para responder a estas questões, convidámos empresas, investigadores e centros de saber, a falar sobre este assunto e partilhar com os leitores as suas opiniões ou demonstrar boas práticas que estão já a ser implementadas na nossa indústria.

Esperamos que as mesmas possam ajudar na disseminação do conceito, levando o nosso sector a ser mais competitivo, ao mesmo tempo que contribui para termos um mundo melhor, apesar da constante mudança. •

Manuel Oliveira, Secretário-geral da CEFAMOL

Leia este e outros conteúdos na versão digital da revista O MOLDE, disponível em cefamol.pt

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