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O Molde n.º 125 - abril 2020
Manuel Oliveira* *Secretário-geral da CEFAMOL
Um Mundo em Mudança | No primeiro trimestre deste ano, o mundo acordou para uma nova realidade com o surgimento de um vírus, que inicialmente parecia focalizado numa região, mas que rapidamente se espalhou pelos diferentes continentes, afetando a vida económica e social de muitos países e sectores industriais. A globalização dos negócios, a interação das cadeias de valor ou, até mesmo, a dependência de recursos, produtos ou componentes oriundos de diferentes partes do globo, tornaram-se evidentes e fazem-nos pensar se não haverá alternativas aos modelos de desenvolvimento económico que têm vindo a ser seguidos. A mobilidade e o contacto social, elementos tão apreciados e fundamentais para o relacionamento, quer nos negócios, quer na nossa vida pessoal, tornaram-se de repente fatores de risco. Este é, sem dúvida, um mundo em mudança. A indústria de moldes não foi (não é) imune a esta situação. Fruto do seu posicionamento na cadeia de valor e desenvolvimento de vários produtos a nível global, sofreu os impactos desta desaceleração do mercado que, a acumular com a situação que tem vindo a acontecer ao longo do último ano e meio, nomeadamente com as indefinições e atraso no lançamento de novos projetos da indústria automóvel, torna muito mais desafiante a sustentabilidade e crescimento das empresas. O mercado está a mudar, é cada vez mais volátil, e a única coisa que temos certa é a incerteza. O sector, ao longo dos últimos anos, investiu fortemente em novas tecnologias e equipamentos, integrou novas competências, mas agora terá que as compatibilizar com processos organizacionais que permitam responder a novos desafios do mercado, onde os preços são baixos, os prazos de execução curtos e a concorrência feroz. A flexibilidade e adaptabilidade das empresas serão o elemento diferenciador e as competências e motivação das pessoas que as integram, o motor para que tal possa ser conseguido. É neste contexto de otimização dos recursos, de redução de desperdícios, onde as questões ambientais assumem preponderância junto dos consumidores finais, que, por sua vez, influenciam produtores a desenvolver novas soluções que vão ao encontro dessas pretensões e expectativas, que surgem novos conceitos e políticas, como é o caso da “economia circular” a que damos especial destaque nesta edição da revista “O Molde”. Este é um tema com aplicabilidade na nossa indústria? Como é que está a influenciar o desenvolvimento do mercado? Que oportunidades este conceito trará para o lançamento de novos produtos que utilizarão os nossos moldes? Que conceitos poderemos utilizar para otimizar processos e recursos das nossas empresas e assim ser mais competitivos pela redução dos custos de produção? Para responder a estas questões, convidámos empresas, investigadores e centros de saber, a falar sobre este assunto e partilhar com os leitores as suas opiniões ou demonstrar boas práticas que estão já a ser implementadas na nossa indústria. Esperamos que as mesmas possam ajudar na disseminação do conceito, levando o nosso sector a ser mais competitivo, ao mesmo tempo que contribui para termos um mundo melhor, apesar da constante mudança. •
A Changing World | During the first quarter of 2020 the world has awoken to a new reality with the emergence of a virus. Although it initially appeared to be focused in one region, it spread quickly across the different continents, affecting the economic and social lives of many countries and industrial sectors. The globalisation of business, interaction between value chains and even our dependence on resources, products and components sourced from different parts of the globe, have become particularly evident under these new circumstances, leading us to consider whether any alternatives can be found to the economic development models followed to this point. Mobility and social contact, elements we value deeply and that are fundamental to both business and personal relationships, have suddenly become risk factors. We are living in what is undoubtedly a changing world. The mould industry is not and has not been immune to this situation. As a result of its position in the value chain and the development of a number of products on a global scale, it has been affected by the impact of this market slowdown. This, combined with the circumstances it has faced over the last year and a half caused by the vagueness and delays in the launch of new projects in the automotive industry, has proved to be yet one more challenge to the sustainability and growth of companies in the industry. The market is changing. It is increasingly volatile. The only thing we can be sure of is uncertainty. In recent years the sector has invested heavily in new technologies and equipment and has integrated new skills. Now, however, it must make them compatible with the organisational processes that will enable it to respond to new market challenges, where prices are low, execution times are short, and competition is fierce. Flexibility and adaptability is what will make companies stand out from the rest while the skills and motivation of their staff is the engine that powers them, propelling them towards meeting these goals. It is in this context of resource optimisation and waste reduction, in which environmental issues take precedence with the final consumers who, in turn, encourage producers to develop new solutions that meet these claims and expectations, that new concepts and policies, such as the “Circular Economy”, emerge, which is the special focus for this issue of “O Molde”. Is the concept applicable to our industry? How does it influence market development? What opportunities will this concept bring for the launch of new products that will use our moulds? Which concepts can we use to optimise our processes and resources and thus become more competitive by reducing production costs? To answer these questions, we invited companies, researchers and knowledge centres to speak about this subject and share their opinions with readers, while also demonstrating good practices that are already being implemented in our industry. We hope they will contribute to our understanding of the concept and our ability to share knowledge, making our sector more competitive while also contributing to making a better world: albeit one that is in constant change. •