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Ferramentas digitais para a internacionalização

A pandemia de Covid-19 alterou as formas de trabalho e relacionamento e contribuiu para acelerar a transformação digital já em curso em muitas organizações. As empresas agora, mais do que nunca, têm de tirar partido de uma presença digital para promover os seus negócios, e nos negócios internacionais não é diferente.

A implementação de uma estratégia de marketing digital internacional é uma ferramenta indispensável para qualquer empresa que queira internacionalizar. Não só permite que seja possível efectuar validações sobre ideias, produtos ou serviços que pretendemos exportar, mas também efetuá-lo com um custo reduzido para as organizações.

Não é surpresa para ninguém que a grande maioria dos consumidores ou compradores profissionais utiliza a Internet (motores de busca, redes sociais, etc.) para encontrar informações sobre fornecedores, produtos, marcas, concorrentes, etc. Por isso, nós também temos de lá estar!

O marketing digital é uma poderosa alavanca para a internacionalização. Mas quais são as ferramentas e opções que tenho à minha disposição? Não basta “traduzir” o nosso site e lançá-lo para conquistar novos mercados. Precisamos de implementar estratégias concretas através de ferramentas concretas.

A redes sociais são um “altifalante” perfeito para atingimos um público enorme. Se, além disso, realizarmos um estudo preliminar do mercado em que queremos ter presença e conhecermos e analisarmos sua cultura, hábitos de consumo, o seu “modo de vida”, poderemos implementar estratégias de marketing mais precisas.

É importante adaptarmos as comunicações ao mercado para onde vamos bem como os conteúdos do nosso site, nomeadamente até ponderar utilizar domínios locais como .es, .fr, entre outros.

Mas não basta adaptarmos o nosso site, temos de o dar a conhecer, posicionar e alcançar as primeiras posições nos motores de busca. Nesta vertente, uma boa estratégia de SEO desempenha um papel fundamental.

Existem também algumas ferramentas gratuitas que nos ajudam a fazer uma primeira validação da receptividade do nosso produto ouserviço no mercado-alvo.

Google Trends ou Market Finder são algumas das opções a considerar. Permitem segmentar as nossas pesquisas por palavras-chave por país e idioma, indicam a quantidade de pesquisas locais mensais e o grau de competição com outras marcas. Também nos ajudam a conhecer a sazonalidade do volume de pesquisa de determinados produtos ou serviços e segmentar por idioma ou localização geográfica.

Através do Answer the Public conseguimos introduzir palavras-chave e ele devolve-nos uma lista de perguntas que os utilizadores fazem relacionadas com ela. É uma ferramenta muito interessante para sabermos quais as perguntas que o nosso público-alvo está a fazer nos motores de pesquisa.

Agora que já temos um overview do nosso mercado e analisámos as pesquisas, o objectivo é captar a atenção desse público.

Podemos optar por uma estratégia de anúncios pagos, nomeadamente o Facebook Ads, que possibilita uma grande segmentação internacional, seja por sexo, gostos, localização geográfica ou interesses. Ou pelo LinkedIn, numa perspectiva de captação de leads, nomeadamente através de campanhas in-Mail com formulário disponibilizado pela própria rede, que têm uma elevada taxa de conversão, e permitem, segmentarmos a nossa mensagem tendo em conta variáveis como localização geográfica, tipologia de empresa, cargo, entre outras.

Tudo isto deverá estar enquadrado no âmbito do marketing inbound, uma metodologia comprovada tanto para as empresas B2B como B2C, que procuram atrair mais tráfego da web, gerar leads de qualidade e aumentar as vendas internacionalmente. Esta estratégia representa a mudança das empresas em “tentar encontrar clientes” para “serem encontrados por potenciais clientes qualificados”. Na sua essência, o inboud marketing é o marketing de conteúdo e tem por base a capacidade de as organizações criarem e partilharem conteúdo relevante para atrair clientes ideais (“buyers personas”).

O marketing de conteúdo vai permitir a angariação de leads qualificadas para alimentar o nosso funil de vendas. Após a criação desta base de dados, está na hora de tirarmos partido do emailmarketing e iniciarmos uma conversação com esses contactos por forma a atrairmos e convertermos os nossos potenciais clientes.

Por último, temos de monitorizar, avaliar e corrigir, se necessário, todas estas estratégias que planeámos, seja através do Google Analytics no qual podemos visualizar de onde nos estão a chegar os clientes / potenciais clientes (país, região, cidade, tipo de acesso, sistema operativo, etc.) ou via redes sociais, através da utilização de plataformas como o Swonkie ou o Hootsuite.

Na prática, é essencial que a estratégia de marketing digital internacional esteja integrada na estratégia nacional, efectuar uma validação prévia dos mercados-alvo, gerir e promover conteúdos, gerar leads e analisar métricas para depois tomarmos a decisão de ir ou não para o mercado de forma sustentada.

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Andreia Jotta | Diretora de Marketing e Comunicação na Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa

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