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Jovens na Indústria #1

É uma mulher num sector onde os homens ainda predominam. Mas isso não constitui, para si, qualquer tipo de problema ou entrave. Como em muitas outras coisas da sua vida, revela, uma vez escolhido o caminho, os obstáculos são facilmente contornáveis.

Tudo era, para mim, muito interessante. Queria conhecer melhor o ambiente e, sobretudo, o processo de fabrico de um molde

Ana Carolina Sá tem 22 anos, é desenhadora e trabalha no departamento técnico do grupo Simoldes. Está na empresa há pouco mais de um ano, tendo começado por fazer, ali, um estágio de quatro meses. “Gostei muito do estágio, por isso, quando me deram a oportunidade de continuar nem pensei duas vezes”, admite.

E em que momento da sua vida surgiu o gosto pela indústria de moldes? É com muita sinceridade que admite ter sido, apenas, no momento em que teve de decidir, após o 12º ano (que completou na área de Ciências e Tecnologia), qual a área que seguiria. “Como muitos alunos, não tinha decisões tomadas, não sabia o que fazer”, recorda, sublinhando que, ao constatar isso, o pai, que prestava serviço numa empresa do grupo Simoldes, desafiou-a a fazer uma visita à empresa.

“Nessa visita, fiquei fascinada com o que vi e achei que teria facilidade em integrar-me numa área que me pareceu tão interessante”, admite.

Tomou nesse momento a decisão e ingressou num Curso Técnico Superior Profissional (TESP), em ‘Projeto de Moldes’, na Universidade de Aveiro-Norte. Conta, com muita graça, ter iniciado o curso com grande entusiasmo e apenas no decorrer das aulas ter percebido o que era, afinal, um molde. “Tinha a imagem da empresa na cabeça, mas não fazia ideia do que era um molde até ver, já na escola”, conta. O fascínio não esmoreceu. Concluiu o TESP e está, neste momento, a fazer a licenciatura em Engenharia de Produção Industrial, no Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga (ISVOUGA), em Santa Maria da Feira.

Entusiasmou-se com o curso. De tal forma que, no final do primeiro ano, solicitou ao grupo Simoldes a possibilidade de estagiar na empresa MDA. “Tudo era, para mim, muito interessante. Queria conhecer melhor o ambiente e, sobretudo, o processo de fabrico de um molde”, relata. E este foi, no seu entender, um passo decisivo para o que se seguiu.

Acho que tive muita sorte em atirar-me assim para esta área, escolher de ‘olhos fechados’ porque, afinal, gosto muito

“Esta experiência permitiu sentir-me mais preparada para o curso porque, depois desse estágio, tinha experiência para juntar à teoria”, conta, adiantando que, de qualquer forma, “o curso já era muito prático, o que me permitiu aprender rapidamente sobre uma área que, à partida, mal conhecia”. No final do curso, conseguiu um estágio na Simoldes.

“Acho que tive muita sorte em atirar-me assim para esta área, escolher de ‘olhos fechados’ porque, afinal, gosto muito”, salienta. E gosta, sobretudo, do projeto, a área onde iniciou o estágio e onde ainda hoje continua.

Classificando o sector como “muito dinâmico, sempre em grande mudança”, Ana Carolina considera que isso faz com que esteja sempre a aprender. “Tenho aprendido muito, mas sei que tenho muito mais para aprender. E quero”, assegura.

No futuro, algo que ainda não pensa muito, diz que se vê “com naturalidade” a manter-se a trabalhar no mesmo local. Até porque se acomodou com gosto à área onde está integrada. Por outro lado, diz, “tenho noção da importância deste grupo empresarial e quero dar o meu melhor para confiarem no meu trabalho”, afirma.

/ / Ana Carolina Sá - MDA

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Texto: Helena Silva | Revista MOLDE

Edição: 127 (Especial: Cibersegurança)

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