Molde N.º 127 - outubro 2020

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N 127 OUTUBRO 2020

/ FORMAÇÃO NA INDÚSTRIA / NOTÍCIAS

OS JOVENS NA INDÚSTRIA 26

Helena Silva * * Revista “Molde”

São dois jovens acabados de chegar ao mercado de trabalho. A indústria de moldes foi a opção profissional de ambos. Colocados em empresas diferentes e com tarefas e interesses díspares, Ana Carolina e Francisco Sousa são unânimes num aspeto: para os dois, a indústria de moldes é “aliciante” porque está “sempre a inovar”. É uma mulher num sector onde os homens ainda predominam. Mas isso não constitui, para si, qualquer tipo de problema ou entrave. Como em muitas outras coisas da sua vida, revela, uma vez escolhido o caminho, os obstáculos são facilmente contornáveis. Ana Carolina Jorge de Sá tem 22 anos, é desenhadora e trabalha no departamento técnico do grupo Simoldes. Está na empresa há pouco mais de um ano, tendo começado por fazer, ali, um estágio de quatro meses. “Gostei muito do estágio, por isso, quando me deram a oportunidade de continuar nem pensei duas vezes”, admite. E em que momento da sua vida surgiu o gosto pela indústria de moldes? É com muita sinceridade que admite ter sido, apenas, no momento em que teve de decidir, após o 12º ano (que completou na área de Ciências e Tecnologia), qual a área que seguiria. “Como muitos alunos, não tinha decisões tomadas, não sabia o que fazer”, recorda, sublinhando que, ao constatar isso, o pai, que prestava serviço numa empresa do grupo Simoldes, desafiou-a a fazer uma visita à empresa. “Nessa visita, fiquei fascinada com o que vi e achei que teria facilidade em integrar-me numa área que me pareceu tão interessante”, admite. Tomou nesse momento a decisão e ingressou num Curso Técnico Superior Profissional (TESP), em ‘Projeto de Moldes’, na Universidade de Aveiro-Norte. Conta, com muita graça, ter iniciado o curso com grande entusiasmo e apenas no decorrer das aulas ter percebido o que era, afinal, um molde. “Tinha a imagem da empresa na cabeça, mas não fazia ideia do que era um molde até ver, já na escola”, conta.

O fascínio não esmoreceu. Concluiu o TESP e está, neste momento, a fazer a licenciatura em Engenharia de Produção Industrial, no Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga (ISVOUGA), em Santa Maria da Feira.

SECTOR DINÂMICO Entusiasmou-se com o curso. De tal forma que, no final do primeiro ano, solicitou ao grupo Simoldes a possibilidade de estagiar na empresa MDA. “Tudo era, para mim, muito interessante. Queria conhecer melhor o ambiente e, sobretudo, o processo de fabrico de um molde”, relata. E este foi, no seu entender, um passo decisivo para o que se seguiu. “Esta experiência permitiu sentir-me mais preparada para o curso porque, depois desse estágio, tinha experiência para juntar à teoria”, conta, adiantando que, de qualquer forma, “o curso já era muito prático, o que me permitiu aprender rapidamente sobre uma área que, à partida, mal conhecia”. No final do curso, conseguiu um estágio na Simoldes. “Acho que tive muita sorte em atirar-me assim para esta área, escolher de ‘olhos fechados’ porque, afinal, gosto muito”, salienta. E gosta, sobretudo, do projeto, a área onde iniciou o estágio e onde ainda hoje continua. Classificando o sector como “muito dinâmico, sempre em grande mudança”, Ana Carolina considera que isso faz com que esteja sempre a aprender. “Tenho aprendido muito, mas sei que tenho muito mais para aprender. E quero”, assegura. No futuro, algo que ainda não pensa muito, diz que se vê “com naturalidade” a manter-se a trabalhar no mesmo local. Até porque se acomodou com gosto à área onde está integrada. Por outro lado, diz, “tenho noção da importância deste grupo empresarial e quero dar o meu melhor para confiarem no meu trabalho”, afirma.

CURIOSIDADE SOBRE O SECTOR Não muito longe, na empresa Moldit, encontrámos um outro jovem que se afirma também fascinado pelo sector. Francisco Sousa tem 25 anos, e um percurso algo diferente da jovem Ana Carolina. Antes de concluir o 12º ano (em Ciências e Tecnologia), já tinha presente a decisão de vir a cursar engenharia mecânica. Assim fez. E ao iniciar esse curso tinha já presente a forte possibilidade de vir a ingressar na indústria de moldes, sobre a qual já conhecia muitos aspetos, sobretudo “o seu carácter inovador”.

// Ana Carolina Sá - MDA

“Sempre tive grande curiosidade em relação aos moldes principalmente porque, por aquilo que fui ouvindo contar e pelo que fui conhecendo, era uma indústria muito dinâmica e isso agradava-me”, explica.


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