Acompanhamento da formação em contexto de trabalho

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Acompanhamento da Formação em Contexto de Trabalho


Colecção Metodologias

Formação para a Inclusão. Guia Metodológico.

IDENTIFICAR Necessidades

PREPARAR aIntervenção

ACOMPANHAR aIntervenção

Diagnóstico social e dasdinâmicas territoriais

Construção da intervençãoformativa

Acompanhamento dos/asformandos/as

Diagnóstico deexpectativas enecessidades individuais de formação

Definição da estratégia avaliativa

Acompanhament o daformação em contexto de trabalho

Diagnóstico denecessidades deformação eoportunidades do mercado de trabalho

Definição emobilização dos meios humanos emateriais

RECONHECER Processos eResultados

Avaliação daintervenção

Ao longodeste ponto,procuramos abordar asseguintes questões: a) Emque consisteo processode acompanhamentodos formandos emcontexto detrabalho? b) Comose estruturao acompanhamento dosformandos emcontexto detrabalho? c) Qualo papeldo Tutor noâmbito doacompanhamento dos formandosem contextode trabalho?

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a) Em que consiste o processo de acompanhamento dos formandos em contexto de trabalho? A inserção dos formandos em situação de trabalho e o seu acompanhamento, pressupõe o desenvolvimento prévio de algumas intervenções (algumas das quais já exploradas neste guia), designadamente: -aidentificação e o envolvimento de empresas/organizações de acolhimento dos formandos em formação; - adefinição dascondições detrabalho/formação edas principais actividades adesempenhar; -apromoção e mediação das relações entre os actores dos contextos de trabalho e de formação, envolvimento eenquadramento doTutor; - anegociação e formalizaçãodo contrato deformação etc. Trata-se de actividades de concepção da FCT essenciais à inserção dos formandos nas empresas e subsequente acompanhamento.72Como já referido, muitas dessas actividades começam a ser desenvolvidas desde logo e aquando o Diagnóstico de necessidades de formação e oportunidades do mercado detrabalho. O momento da inserção do Formando em contexto de trabalho, marca a transição entre um primeiro momento em que negoceia com as empresas a integração de formandos em abstracto, e numa fase (diagnóstico das necessidades demercado ) em queo “produto-sujeito-formando-trabalhador” não tem ainda uma face e um valor demonstrável, para uma fase em que arelação com a empresa é retomada (já durante o desenvolvimento da intervenção formativa, numa fase mais ou menos inicial dependendo da modalidade de FCT adoptada) com o objectivo muito concreto de inserir um formando em particular, com as suas aprendizagens, características, potencialidades e necessidades específicas e num determinado contexto comfunçõesespecíficas. Uma vez integrado o Formando em formação em contexto real de trabalho, o Técnico de Inserção continuará a desempenhar um papel fundamental no seu projecto de formação/ inserção, desta feita no seuacompanhamento. Jáaqui se fez referência às múltiplas virtualidades da FCT, designadamente no contexto da formação de grupos sociais em situação de desvantagem. Com efeito, o contexto de trabalho não só é facilitador das aprendizagens técnico-práticas, comopermite também, desenvolver nos formandos qualidades como a iniciativa, autonomia, responsabilidade,adaptabilidade, autoconfiança, capacidadede relacionamento e

72 Apesar de, emrigor,estas intervenções sesituarem nos planosdo diagnóstico denecessidades do mercadoe da concepçãoda formação (elassão de

alguma forma referidas nesses capítulos), tomou-se como opção sistematizá-las neste capítulo por forma a facilitar uma apropriação integrada da problemática da FCT. O desenvolvimento das acções e dos instrumentos relativos à FCT não é linear no tempo. A FCTpoderá ocorrer em momentos distintos do processo formativo (depende da modalidade de FCT), para além de que as práticas e os instrumentos em questão pressuporem uma permanente actualização aolongo do processode inserção, acompanhamentoe avaliação daformação dos formandosem situação.

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de comunicação interpessoal,constituindo ainda ede ummodo particular aconstruçãoda suaidentidade socialeprofissional.

Para além de tudo (e por vezes, sobretudo!), aFCT é também uma estratégia de inserção efectiva dosformandos nas organizações/empresasde acolhimento.

Por estas e outras razões, a FCT revela-se extremamente adequada a grupos caracterizados por dificuldades de aprendizagem, com pouca experiência profissional, ou pelo contrário, com poucos hábitos de formação em sala e com aprendizagens realizadas sobretudo por via de experiências de trabalho e comnecessidades especial emtermos de competênciaspessoais esociais. O acompanhamento da FCT tem como principal objectivo tentar responder simultaneamente às necessidades eexpectativas doaprendente eda empresa/organização.De ummodo geral... ...o formando procura na FCT... Aplicar os conhecimentos adquiridos na formação Desenvolver as suas competências técnicas Desenvolver as suas competências sociais e relacionais específicas de uma primeira experiência profissional integrada numa cultura e dinâmica organizacional e funcional específica. Iniciar uma experiência de inserção profissional bem sucedida que propicie continuidade de inserção através do estabelecimento de uma contratação

...a empresa/organização procura na FCT... Reforçar a mão-de-obra disponível Alargar a base de recrutamento e selecção de futuros colaboradores Preparar um novo recurso humano apoiado e em imersão na cultura e dinâmica organizacional específicas Contribuir para ainserção profissional e social de um cidadão em desvantagem social, desenvolvendo valores de cidadania empresarial (RSO)

Como não poderia deixar de ser, o acompanhamento da FCT deverá incidir sobre aquelas que são as maiores limitações/necessidades dos formandos e a forma como se realiza é em certa medida influenciada por factores como 1) as condições que a organização/empresa de acolhimento oferece, 2) os objectivos do projecto formativo, 3) a própria natureza da modalidade de FCT desenvolvida, bem como 4)asdificuldades epotencialidades de cadaformando (Ver modalidades deFCT).

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Deixemos duas grandes questões sobre as quais o Técnico de Inserção deverá interrogar-se no desenvolvimento da suamissão e quedeverão nortear assuas práticas deinserção e acompanhamento,a saber: 1. Aarticulação teoria/práticanaalternância 2. Acapacidade formadoradotrabalho

1. Aarticulação teoria/práticana alternância A articulação teoria-prática é um factor crítico da formação em contexto de trabalho e provavelmente a principal preocupação doTécnicode Acompanhamento. Em termos gerais a FCT, e mais especificamente a alternância, permite associar a teoria e a prática, a aprendizagem e otrabalho, a formaçãoe a produção (Lopes, H., 1998, p.76), daí resultandomais-valias significativas à aprendizagem e ao desenvolvimento de competências necessárias ao desempenho de uma actividadeprofissional. No entanto, a sua riqueza apenas adquire todo o seu sentido se for “articulada, coordenada, com a actividade em situação escolar, caso contrário isso quereria dizer quese aprendem coisas diferentes nas duas situações emvez de seaprender a mesmacoisa por viasdiferentes mas complementares(Savoyant in LopesH., 1998,p.76)”. A escolha da modalidade específicade FCT não é inocente. Com efeito, existem um conjunto de factores a considerarnessa escolha,nomeadamente: 1)Ascaracterísticas do público-alvo 2) Asnecessidades edisponibilidade daempresa 3)A modalidade de formação em questão (pré-profissional, profissional inicial ou qualificante ou reconversão Atentemos, com exemplos, a alguns aspectos que tem a ver com essa escolha e que se repercutem de alguma forma nomodocomose desenvolve oacompanhamento.

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Factores a considerar na escolha dos modos de organização da FCT Características do público-alvo Situação/exemplo Formando com percursos de marginalidade, com poucas experiências profissionais, precárias e mal sucedidas, deficit significativo de competências pessoaise sociais

Formando desempregado de longa duração, em situação de pobreza, muito baixo nível de escolaridade, algumas experiências profissionais prévias relativamente duradouras; aprendizagens feitas em contexto de trabalho com bastante consistência, revela maior apetência pelas sessões mais operacionais e menosteóricas. Formando sem qualquer experiência profissional por conta de outrem, com muito baixo nível de escolaridade, desde sempre se dedicou àconfecção de pastelaria que fornece a estabelecimentos comerciais. O balanço de competências que realizou permitiu-lhe obter facilmente a escolaridade mínima e o reconhecimento de múltiplas competências técnicas em cozinha.

Acompanhamento Maior atenção às competências sociais e relacionais, forte articulação com o Tutor; necessidade de Tutor com perfil pedagógico e sensibilizado para as características dos formandos; a modalidade de FCT no final do processo formativo será nesta situação a mais adequada, havendo necessidade de um tempo anterior mais ou menos longo de ressocialização básica. Particularmente aconselhável a FCT, designadamente a ocorrer em simultâneo com aformação em salae acomeçar numa fase relativamente inicial do processo formativo. Seasexperiências realizadas pelo formando foram do mesmo domínio profissional que o formando experimenta em formação, estará mais ou menos garantido o domínio das competências técnicas, havendo sobretudo que incidir mais sobre as competências teóricas e sociais que favorecerão a suaempregabilidade. É desejável que seja feito um reconhecimento das competências adquiridas pela experiência do formando. Não sendo possível avalidação oficial dascompetência técnicas, cabe àentidade e muito especialmente àempresa de acolhimento o seu reconhecimento informal. A formação em contexto de trabalho (bem como a formação em sala), deverá pois ser desenhada em função dascompetências que aformanda já detém e ascompetências que necessita desenvolver. Nesta situação em especial exige-se um maior conhecimento por parte do Técnico de Acompanhamento da actividade profissional por forma a validar esse reconhecimento com a empresa. O seu papel é também o de sensibilizar a empresa para a necessidade de colocar aformanda adesempenhar sobretudo funções novas para ela, por forma a completar os conhecimentos/ competências que já possui.

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Necessidades e disponibilidade da empresa Situação/exemplo A empresa espera formandos fortemente preparados para o desempenho da actividade profissional, prontos atrabalhar e sem grandes necessidades de adaptação/ acompanhamento, manifestando interesse em assegurar o ensino acompanhado dos formandos; demonstra algumas resistências a uma presença constante da Entidade Formadora, designadamente, representada pelo Técnico de Inserção.

A empresa utiliza no seu processo de produção, equipamentos que se distinguem da generalidade das empresas do sector.

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Acompanhamento A solução mais ajustada a esta predisposição por parte da empresa, será fazer ocorrer aFCT num momento não muito inicial do processo formativo, de modo a assegurar que os formandos reunam um conjunto de competências básicas que possibilitem um desempenho mais autónomo. Poderá acordar-se uma presença/acompanhamento menos regular se isso for entendido pela entidade formadora como uma condição favorável à integração do formando. No entanto tal não deve traduzir-se no negligenciar do acompanhamento da FCT, massim numa maior necessidade de envolvimento da empresa na fase de concepção da formação. A construção de instrumentos muito simples de acompanhamento e de avaliação dos formandos, podem ajudar.

Nesta situação, é especialmente importante a presença do responsável da empresa ou Tutor na concepção da formação (articulando com aEquipa Técnica da formação em centro) de forma a possibilitar aos formandos as necessárias condições para um bom desempenho em situação de trabalho, no que respeita, nomeadamente, ao uso dos equipamentos aí existentes. A aquisição dos mesmos materiais para a formação em centro (por via da prática simulada) ou a adopção de uma modalidade de alternância que possibilite um primeiro contacto com os instrumentos, numa base de pura aprendizagem.


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Necessidades e disponibilidade da empresa Situação/exemplo A empresa espera formandos fortemente preparados para o desempenho da actividade profissional, prontos atrabalhar e sem grandes necessidades de adaptação/ acompanhamento, manifestando interesse em assegurar o ensino acompanhado dos formandos; demonstra algumas resistências a uma presença constante da entidade formadora, designadamente, representada pelo técnico de inserção.

Acompanhamento Se as necessidades de inserção sócio-profissional forem prementes e consideradas ascaracterísticas do grupos-alvo, esta poderá ser uma solução. Ela deverá ter como contrapartida um maior comprometimento por parte da empresa relativamente à possibilidade de uma integração efectiva do formando. Deverá ser proposta uma formação on job inteiramente realizada em contexto de trabalho. A formação e o acompanhamento do formando centrar-se-ão fundamentalmente no domínio das competências básicas, com especial incidência nascompetências sociais e relacionais. Não sendo possível a validação oficial das competência técnicas, cabe à entidade e muito especialmente à empresa de acolhimento o seu reconhecimento informal, através de um “certificado” dascompetências adquiridas em contexto de trabalho. O formando deverá ficar munido também de algumas competências que favoreçam a sua autonomia e consciencializado para a importância e para a necessidade de uma aprendizagem ao longo da vida.

A questão da articulação teoria-prática deverá ser também uma preocupação a ter no contexto da formação em sala, sendo para estes grupos absolutamente necessário o recurso aprática simulada.

A prática simulada permite não só a operacionalização dos saberes como uma maior preparação para a prática real emcontexto de trabalho. Para que seja eficaz, a entidade deverá munir-se de equipamento actualizado e com características semelhantes aos que comummente se utilizam nas empresas. O mesmo se aplica aos métodos e processos deprodução. Aprática simulada deverá reproduzirde formao maisfiel possívelarealidade

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Ao Técnico de Acompanhamento em contexto de trabalho caberá muito especialmente assegurar essa correspondência entre o que a entidade formadora oferece e oque ocontexto real detrabalho exige.

Se a correspondência entre teoria e prática no contexto da formação em sala é da responsabilidade de toda a Equipa Técnica (consubstanciando-se num programa de formação aberto aos ajustamentos necessários), essa mesma correspondência com o contexto de trabalho é preponderantemente assegurada pelo Técnico de Acompanhamento, na medida em que de entre todos os elementos da Equipa Técnica éele quem maiscontacta com oexterior e quemmelhor conhecimento terádo mercado de trabalho emgeral e dasempresas/organizações parceiras emparticular. Uma das principais atribuições do Técnico de Inserção é precisamente informar a entidade formadora acerca das necessidades dos sectores de actividade ou das empresas em particular, alertando para eventuais evoluções tecnológicas e organizacionais que aí ocorrem e as suas consequências em termos de competênciasnecessárias eexigidas aostrabalhadores. O Técnico de Inserção representa assim um importante canal de comunicação entre os universos da formação edotrabalho. A presença de um responsável da empresa/Tutor na concepção do projecto formativo e a sua contribuição especialmente aonível da construçãocurricular,é aesse nívelbastanteprofícua.

É necessária uma atenção constante às exigências do mercado de trabalho de forma a desenhar programas e a desenvolver actividades formativas ajustadas à realidade. O técnico desenvolve essa análise no âmbito do diagnóstico de necessidades que deverá realizar continuamente. O acompanhamento que faz dos formandos em contexto de trabalho é também ele um espaço privilegiado de diagnóstico. O grau de satisfação da empresa relativamente ao desempenho do formando é efectivamente um dos indicadores da qualidade/adequabilidade da formaçãorealizada pela entidade.

As modalidades de FCT que fazem ocorrer em simultâneo e por alternância a formação teórica com a FCT permitemos necessáriosajustamentos deuma formamais eficaze imediata. A desarticulação entre os dois contextos pode provocar no formando a sensação de que aquilo que aprende no centronão lhe é de grande utilidade nasituação de trabalhoe vice-versa, perdendo-se assim uma visão articulada entre teoria e prática (Oliveira das Neves et al, 1993, cit. in Lopes,H.,1998, p.78). Nesse contexto, “o trabalho de articulação dos saberes cabe exclusivamente ao aprendiz, tornando muito difícil uma real integração das diferentes experiências formativas” (Lopes, H.,1998, p.78). Os grupos socialmente desfavorecidos terão particular dificuldade em fazê-lo. A fraca articulação entre as

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várias componentes de formação comprometem também um reforço efectivo dos seus níveis de empregabilidade. Esse diagnóstico de necessidades das empresas fortemente enriquecido pelo acompanhamento que se faz dos formandos em contexto de trabalho, fornece ao técnico importantes elementos que utilizará directamente com outros formandos na sua preparação para o(s) mesmo (s). Isso é particularmente eficaz no casode empresas queacolhem regularmente formandosem formação, permitindo-se pela via do acompanhamento um“observatório” permanente daquelescontextosespecíficos.

A opção por uma modalidade de alternância de articulação efectiva e interactiva, fortemente orientada para a resolução de problemas, é facilitadora da aprendizagem, da integração dos saberes adquiridos em presencial e no contexto de trabalho, e, por consequência, potenciador de integração efectiva dos formandos nas empresas, uma vez terminadooestágio.

2. A capacidade formadora do trabalho A simples imersão em contexto de trabalho não é necessariamente formativa. Ela pode tão só representar uma simplesadaptação aumposto detrabalho. A capacidade formadora do trabalho depende fundamentalmente do tipo de problemas que o trabalhador vai ter que resolver e, em particular, da natureza mais ou menos aberta e complexa desses problemas (Idem,p.147). Dito de outra forma, o trabalho apenas se torna verdadeiramente uma situação de formação quando se torna objecto de reflexão por parte dos próprios formandos/trabalhadores. É essa a essência do aprender fazendo. Existem um conjunto de variáveis que influenciam as oportunidades de aprendizagem na actividade de trabalho.

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Factores que influenciam as oportunidades de aprendizagem no contexto de trabalho (baseado em Lopes et al., 1998) > Conteúdo do trabalho: As tarefas deverão ser, tanto quanto possível, alargadas e enriquecidas, conjugando tarefas simples com mais complexas; Aforte especialização do trabalho, associadaatarefas repetitivas e monótonas, com tempo de ciclo curto proporcionam poucas aprendizagens; Avarias ou outros disfuncionamentos deverão ser resolvidos com a participaçãodosformandos-trabalhadores(em vezdereservadosàintervençãoexclusiva deequipasespeciais) … A entidade formadora deverá ter essa preocupação, no entanto será prudente sensibilizar a empresa para esta condição, maisdo que exigi-la, nacerteza de que asprementes necessidades de inserção sócio-profissional do formando estarão acima de qualquer outro aspecto. Frequentemente as empresas não se mostram muito disponíveis a interferênciasexternas. > Modo de exercício do trabalho: O trabalho é mais formador quando é desempenhado no seio de equipas de trabalho e menos quando individualizado e parcelizado. Idealmente, essas equipas são compostas por profissionais de várias especialidades, gozam de uma forte autonomia e são marcadas por forte polivalência e rotação dos vários trabalhadores entre as diversas actividades, são caracterizadas pela intensidade da comunicação/cooperação interna e pelapartilhanatomadadedecisão. … Quando é possível colocar o formando nesta situação, são inúmeras as mais valias em termos de aprendizagem, potenciando sobretudo avertente socializadora do trabalho eo desenvolvimento de competências sociaisede relação; A autonomia, saber trabalhar em equipa e a polivalência são importantes condições de empregabilidade. Possibilita-las no contexto de trabalho deixa o trabalhador menos vulnerável face ao emprego. Numa situação de formação-trabalho por parte de grupos em situação de desvantagem, esta situação ideal terá um alcance limitado, na medida em que asituação de aprendizagem pode exigir um trabalho mais individualizado e acompanhado e é necessária alguma preparação por parte doformando paraintegraro contextodescrito. > Divisão do trabalho: Paraque assituações de trabalho sejam potencialmente “ensinantes” é necessário que o grau de divisão entre concepção, preparação, coordenação, controlo e execução do trabalho seja fraco; que o trabalhador seja incumbido nãosódaexecuçãomasdasoutrasfunçõesquelheestãoligadas; … Tratando-se de uma formação qualificante, é necessário que o formando adquira competências de banda larga, que não esteja limitado ao exercício de um conjunto restrito de actividades de execução. Esta situação depende obviamente da actividade profissionalem questão e das culturas organizacionais das empresas. Sendo os gruposem situação de

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desvantagemhabitualmenteformadosparao exercíciodeactividadesquesãosobretudo deexecução,eledeveráserum poucorelativizada(emboranãodescurada). > Modo de coordenação e papel da chefia directa: Uma coordenação por supervisão directa proporciona poucas aprendizagens, ao contrário dacoordenação por ajustamento mútuo, aqual responsabiliza e envolve ostrabalhadores na gestãodoprocessoprodutivo. … Trata-se de uma situação desejável alongo prazo se o formando vier aser integrado na empresa. Numa situação de aprendizagem essa supervisão directa é necessária, útil e em certa medida inevitável no caso dos formandostrabalhadoresqueaindaseencontramadesenvolvercompetênciaserequeremorientação.

> Gestão e reconhecimento por parte da empresa das competências adquiridas: Se a situação de trabalho é formadora, então os novos conhecimentos e competências têm que ser reconhecidos através dapromoção profissional, aumentossalariaisououtrasformasderecompensa. … No caso de uma FCT, o objectivo será naturalmente a inserção efectiva (contratação) do formando-trabalhador. É importante assegurar a imprescindibilidade do formando e contrariar a lógica eventualmente assistencialista da empresa queoacolhe.

Éimportante que o responsável da empresa reconheça no formando, sobretudo, um trabalhador, maisdo quealguém emaprendizagem.

Os factores referenciadosno quadro precedente,constituem-se como condiçõesnecessárias para queo trabalho se constitua como espaço efectivo de aprendizagem. É importante que o Técnico de Acompanhamento as reconheça que, em certa medida, as tente reunir nas situações de FCT que acompanha. Éimportanteque as defendacomo princípios aaplicar se pretendeuma qualificação efectiva dos seus formandos. No entanto, não deve perder de vista que a sua aplicabilidade é mais realista numa situação de trabalhodo que numa situação deformação-trabalho, quer porcondicionalismos intrínsecos à aprendizagem, quer por se tratar sobretudo de uma formação que tem em vista uma necessária e imediata inserção sócio-profissionaldos formandos.

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Determinadas condições de vida dos formandos podem não se compadecer facilmente com o que o Técnico de Acompanhamento pode entender pedagogicamente por uma experiência formativa efectivamente qualificante, que garanta ao formando condições ideais de aprendizagem, desempenho profissionaleempregabilidade. A subordinação da Formação ao Trabalho é umfenómeno da modernidade. Gerir essa necessidadecom os valores puros da educação-formação e com os princípios da aprendizagem ao longo da vida e da empregabilidade é umdifícil desafio quese coloca aquem trabalha comaqueles que vivemnas margens. O Técnico de Inserção assume um papel de mediador, na medida em que a sua acção se apoia “no evidenciar dos segmentos de mercado que não funcionam segundo processos “stantard” mas necessitando de processos de mediação social individualizados. Esta posição activa de interface não diz respeito somente à colocação em situação de relacionamento, mas a uma acção de transformação de uma eoutra lógicas” (Chopart,J-N. inCavaco, C. (Coor),2004, p.18).

b) Como se estrutura o acompanhamento dos formandos em contexto detrabalho? Identificada e envolvidaa empresa queacolherá o formandoem contexto detrabalho, deverá o Técnico de Inserção realizar um outro diagnóstico mais específico. Trata-se do diagnóstico à empresa a que se aludiu no capítulo anterior, a respeito da preparação dos formandos para o contexto de trabalho. Destacávamos anecessidade de reunir um conjunto de informações sobre aempresa de um modo geral relativas à sua cultura organizacional, que seriam transmitidas ao formando pelo Técnico de Acompanhamento demodo aprepará-lo deuma formamais àmedida docontexto queirá integrar. Para além desse diagnóstico organizacional que visa sobretudo a preparação do formando para o “ambiente” de trabalho que vai experienciar, há também que fazer uma (re)análise dos postos de trabalho. Uma primeira análise dos postos de trabalho deverá ser feita na fase de diagnóstico de necessidades do mercado com vista a identificar os sectores e as actividades profissionais com necessidade de recursoshumanos e potenciais empregadores. Essa análise dos postosde trabalho apoia a construção curricular e pode ser realizada caso a caso (uma ficha para cada empresa) com o descritivo das tarefas e/ou competências a realizar nos postos de trabalho específicos, eventualmente complementar aoestudo dosreferenciais oficiaisexistentes. Nesta fase (da inserção do formando em contexto de trabalho) é necessário fazer uma análise de cada posto de trabalhoconcreto para cadaformandoespecífico.

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Se é importante que o desenho curricular seja suportado pelas necessidades específicas das empresas parceiras e à medida destas, no plano da formação em contexto de trabalho essa preocupação de ajustamento às suas necessidades concretas deveser redobrada.

Esta segunda análise dos postos de trabalho dispensa o nível de aprofundamento da primeira (ver Diagnóstico de necessidades do mercado), devendo centrar-se na listagem das actividades a desenvolver pelo formando-trabalhador73 tomando em linha de conta as necessidades da empresa e as características, potencialidades enecessidades do formando. Essa análise deverá fazer-se como suporte de um instrumento cuja configuração poderá ser semelhante à que se propõe. Os indicadores de frequência, complexidade e inovação das actividades/tarefas podem apoiar a definição do plano da formação em contextode trabalho.

Ficha deanálise depostosdetrabalho74 Postode trabalho: Carpinteirode limpos Actividade 5 - Montar e fixar os elementos de madeira segundo aforma e asdimensões previstas no projecto ou noplano de execução Tarefa

Frequência

Complexidade

Inovação

1. Lixarmanualmente

1

3

3

2.Furar

1

3

3

3. Aparafusar

1

3

3

4.Pregar

3

2

3

5. Colar

2

2

3

Frequência: 1 várias vezes ao dia; 2 todos os diaspelo menos 1vez; 3 raramente; 4 Irregular Complexidade eInovação: 1 Alta; 2 Média; 3 - Baixa

Pode-se dizer que esta actividade/instrumento dá início ao acompanhamento da FCT enquanto processo demonitorização dasaprendizagens/ desempenhodo formando.Este instrumento deverá ser

73As competências associadasestarão previstas noexercício prévio desuporte ao desenhocurricular.A adopção deuma análise portarefas e nãopor

competências impõe-se face à sua mais fácil apropriação por parte dos tutores; A mesma ficha deverá ser utilizada para os domínios dos saberes teóricos e saberrelacionais. 74 Adaptado de ASSOL, 2000.

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construído pelo Técnico de Inserção e por um responsável da empresa de acolhimento, preferencialmente o Tutor, num momento próximo à integração do formando, e inscreve-se no trabalho de concepção da formação em contexto de trabalho, podendo ser iniciado desde o momento em que as empresas demonstrem interesse em aderir ao projecto, o que poderá acontecer desde logo na fase de diagnóstico. A identificação das actividades e das tarefas que o formando irá executar naquela empresa específica, através do instrumentoproposto, serve 3objectivos: 1.Prepara o formando ainda no contexto da formação em sala para o desempenho daquelas actividades (particularmente útilquando setratade formação emalternância). 2.Apoia acontractualização da formação em contexto de trabalho entre as3 partes envolvidas, entidade formadora,formando eempresa. 3.Suportaradefiniçãode objectivos da formaçãoem gerale daformação emcontexto detrabalho em particular e, consequentemente,o acompanhamento ea avaliaçãodoformando. A identificação das actividades decompostas em tarefas visa essencialmente uma maior objectivação da avaliação. Nesse sentido, e já como instrumento de acompanhamento e avaliação da FCT, essas tarefas poderão ser desagregadas ao nível mais micro da operação. Depende dos objectivos da formação e do interesse de todas as partes. Os instrumentos de apoio ao acompanhamento que de seguida se propõem são no entanto muito simples e focalizados nas actividades gerais. Ademais, é fundamental que os instrumentos sejam muito acessíveis, de forma a que qualquer Tutor os compreenda facilmente e sem grandes perdasde tempo.Écontraproducenteexigir muitotempo àentidade empregadora. A periodicidade deste tipo de acompanhamento (que sustenta o preenchimento das fichas que de seguida se propõem) varia com a natureza da formação, da entidade empregadora e das dificuldades do formando. No entanto,é desejável umacompanhamento no mínimomensal. Havendo receptividadeda entidade empregadora e necessidade de um acompanhamento mais próximo do formando, esse acompanhamento poderámesmo sersemanal.

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Formação em contexto de trabalho Roteiro de actividades e acompanhamento75 (a preencher pela entidade promotora em articulação com a entidade empregadora) EntidadeEmpregadora

Entidad e: Sede: Endereço (onde se realiza a formação): Telefone: Actividade principal: Responsável pela formação e contacto: Tutor (es) e contacto:

Formando

Nome: Data de nascimento: Telefone: Morada: Representante legal e contacto (no caso de o formando ser menor):

Acção

Itinerário/ SaídaProfissional: Duração do Itinerário: Modo de organização da FCT: Duração da FCT:

Períodos de Formação Prática em Contexto deTrabalho

Período

Duração

Horário

Observações

Objectivos a atingir nesta componente de formação Acções de acompanhamento

75 Adaptado de IEFP, Sistema deaprendizagem ( www.iefp.pt) e ASSOL, Formação Profissional, Manual doFormador,2000

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Acompanhamento do formando em FCT Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando: Carpinteiro de Limpos

Competênciastécnico-práticas PrincipaisActividades Lixarmanualmente

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

Executar ligações por entalhe ...

Aplicação dos saberes teóricos PrincipaisActividades Interpretar os desenhos /projectos

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

Identificar os instrumentos/ferramentas adequados aos diferentes tipos demadeira ...

Aplicação dos saberes teóricos PrincipaisActividades Relacionamento com os colegas

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

Assiduidade e pontualidade ... Outras observações: Data

/

/

Este instrumento de acompanhamento, particularmente orientado para a avaliação do desempenho do formando, poderá também aplicar-se em moldes idênticos aos saberes teóricos/conhecimentos e aos saberes fazer sociais e relacionais tão importantes e fundamentais para os públicos em análise, tal como exemplificado. Aliás, frequentemente, as empresas valorizam fundamentalmente este tipo de competências, nomeadamente as sociais e relacionais, sendo estas determinantes na avaliação que as mesmas fazem do

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desempenho do aprendente e na consequente tomada de decisão quanto à sua contratação, após o processo formativo. Com efeito, no contexto das pequenas e muito pequenas empresas (frequentemente mais receptivas ao acolhimento dos grupos-alvo em questão), não existindo um grau de especialização muito grande nas funções, são as competências deste tipo, bem como a polivalência que merecemmaior atençãoe valorizaçãopor partedosempregadores.

Por razões já referenciadas o focus do acompanhamento destes formandos vai muito para além da simples verificação das aprendizagens, ou, neste caso, da sua aplicação num contexto real de trabalho. Algumas das dimensões que deverão merecer a atenção do técnico de acompanhamento decorrem já da sua intervenção extra-FCT, devendo aquitercontinuidade.

O contexto da formação em trabalho é um espaço privilegiado de aquisição e desenvolvimento de competências sociais, organizacionais e relacionais. O acompanhamento assume-se como um espaço de análise privilegiadosobre estas dimensõesdo desenvolvimento pessoale social dosformandos. Nesse sentido, e dependendo muito das características dos grupos e indivíduos em questão, aspectos como, por exemplo, a relação com os colegas e com a chefia, a iniciativa, responsabilidade, a adaptabilidade e flexibilidadeetc. deverão merecerum especial cuidadoe atenção porparte do Técnico de Acompanhamento e do Tutor, bem como da restante Equipa Técnica de formação em sala, especialmente tratando-se deformaçãoem alternância. Assim, acrescem aos critérios de desempenho quantitativa e qualitativamente medidos (desempenho das actividades/tarefas/operações com a qualidade e a quantidade requerida) algumas das seguintes competências:

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Alguns factores aconsiderar no acompanhamentoda FCT (Adaptado deASSOL, 2000) - HigienePessoal - Assiduidade - Pontualidade - Iniciativa - Concentração nastarefas - Cumprimento deinstruções - Conhecimentorelativo aopostodetrabalho - Relaçãocom osresponsáveis - Relaçãocom osníveis superioresde chefia - Comportamentoface aostress - Comportamentofaceàs correcções - Comunicação - Autonomiapessoal - Apresentação

Para além da dimensão cognitiva, asdimensões afectivas, atitudinais e motivacionais são de extrema importância no acompanhamentoeavaliação daFCT. Os factoresaconsiderarno acompanhamentoe avaliação dos formandosdeverão seracordados entre o Técnico de Acompanhamentoe oresponsável da empresae/ouTutor.

É previsível que existam entre as duas partes (entidade formadora e empresa) algumas diferenças de opinião relativamente aos aspectos a valorizar nesse acompanhamento e avaliação. Mas, fundamentalmente, é importante considerar que o dispositivo de acompanhamento deverá ser definido em função das necessidades da pessoa e da empresa.

Tal decorre sobretudo de sensibilidades e competências específicas que naturalmente derivam da natureza e da vocação específicas das entidades formadoras e das empresas, mais do que propriamente, divergências de fundo relativamente ao que se espera de uma experiência formativa em contexto de trabalho. À entidade formadora caberá defender aquelas que são as suas preocupações de natureza essencialmente pedagógica e social junto das empresas interlocutoras sensibilizando-as de um modo geral para as características dos grupos-alvo (especialmente se elas interferirem ou constituírem

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problema na experiência formativa em contexto de trabalho), devendo incluir-se também nessa actividade de sensibilização, a necessária defesa e alguns princípios pedagógicos que tornem essa experiência de trabalhoefectivamente formativa equalificante, com osdevidos cuidados aque aqui jáse fezreferência. Na linha de continuidade das metodologias participativas, também oacompanhamento da formação em contexto de trabalho deverá implicar fortemente o formando. O nível de satisfação do formando deverá ser considerado. Umaexperiência de trabalhomal sucedida eno quadro deuma acção deformação pode deixar marcas indeléveis no formando, nas suas representações sobre si mesmo, sobre a formação e sobre otrabalho. É necessário aferir o nível de satisfação do formando relativamente às actividades que desempenha, à relação com os colegas, Tutor e chefia76, ao apoio que obtémespecificamente do Tutor e do Técnico de Acompanhamento, ao seu grau de autonomia, horários e normas de funcionamento da empresa etc. O nível de satisfaçãodo formando deveráser confrontado como nível de satisfação daempresa cabendo ao Técnico de Acompanhamento fazer essa análise comparativa e desempenhar um papel de mediação entreaspartes. Esse trabalho de mediação poderá concretizar-se em momentos individuais com o formando e o responsável da empresa e em momentos em que ambos estão presentes, com uma periodicidade que deverá serregular. Ficha de auto-avaliação do formando Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando: Técnico de Inserção:

Condições de trabalho

5

4

3

2

1

Gosto do espaço físico em que trabalho Tenho os materiais e os equipamentos necessários ao meu trabalho Estou satisfeito com o meu horário ...

76 Frequentemente, no contextodas pequenas emuito pequenas empresas,o empregador desempenhao papel detutor.

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Realização das tarefas

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Aprendi a fazer tarefasnovas Sei fazer tanto quanto os outros trabalhadores Cumpro as indicações dosresponsáveis O meu tutor orientou-me nastarefas ...

Atitudes pessoais e sociais Sou simpático e colaborador com os colegas de trabalho Os meus colegas de trabalho ajudam-me Sou assíduo e pontual Preocupo-me em me apresentar cuidado e limpo ... Em que sou melhor? O que tenho quemelhorar? O que eu mais gosto é: O que eu gosto menos é: Auto-avaliação global (numa escala de 1 a 5) Observações:

Data / / Baseado em ASSOL(2000) ManualdoFormador.

O Técnico de Inserção deverá registar e sistematizar todos os dados recolhidos junto do Tutor e dos formandos (fichas de acompanhamento/avaliação, auto-avaliação, folhas de assiduidade, diálogos, observações e notas ou documentos vários que atestem o desempenho do formando/trabalhador), monitorizando o acompanhamento. É importante que o Técnico de Inserção faça o registo dessa monitorização em forma de diário do acompanhamento. Este deverá ser aberto por forma a integrar todas aspossíveis evariadasinformações.

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Colecção Metodologias

Diário de acompanhamento da fct Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando: Técnico de Inserção: Data /

/

Fonte Formando

Descrição e Observações Encontro ocasional com o formando que revelou estar a gostar da experiência na empresa X, muito embora tenha revelado sentir alguma animosidade em relação a si por parte de alguns colegas de trabalho. Combinamos conversar com mais calma no dia X às X horas.

... Outras observações: Data

/

/

c) Qualo papeldo Tutor noâmbito doacompanhamento dos formandosem contextode trabalho? A tutoria enquantoacompanhamento de umapessoa em formaçãopor profissionais eno próprio localde trabalho, pressupõe acolher, ajudar, informar eguiar oaprendente ao longode todo desenvolvimentoda formação (Imaginário, 1999,p.71). O Tutor afigura-se como actor estratégico na relação entre o contexto de trabalho e o processo de aprendizagem. A sua actuação é fundamental para que aconteça uma efectiva pedagogia da alternância, com todasas virtualidadesque lhesão intrínsecas(ver Construção da intervençãoformativa).

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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico

O envolvimento das empresas é fundamental “quando a vontade de apoio e acompanhamento do projecto da pessoa existe, quando o Tutor é apoiado e encorajado, o tutorado desenvolve-se e concretiza-se” (Cavaco, 2004,p.33).

A opção pelo desenvolvimento de uma formação em contexto de trabalho tem múltiplas implicações para a empresa. Algumas dessas implicações obrigam mesmo a equacionar os seus modos de organização, o que, entendido de uma forma positiva, pode ser desafiante.77 No entanto tal pode ser percepcionado apenas como uma dificuldade. Cabe à entidade formadora, através das abordagens constantes neste Guia (Ver Diagnóstico de necessidades de formação e oportunidades do mercado de trabalho) sensibilizar as empresas para osbenefícios da parceriaem geral eda formação emcontexto de trabalho emparticular. No quadro que sesegue, representam-se os possíveis impactos da FCT nas empresas e algumas pistas de acção para o Técnico de Inserção no contacto permanente que realiza junto das empresas desde a sua sensibilização e mobilização para o projecto formativo até (e aqui com especial relevância) à integração dos formandos nasmesmas e oseuacompanhamento.

Pistas para a Implementação do Tutorado O que se verifica frequentemente: O desenvolvimento do tutorado na empresa tem efeitos positivossobre: - A gestão do emprego (turn-over, intermitentes mais operacionais, sentimento de integração na empresa, melhorpartilhadaculturadamesma...)

Pistas de acção: -Tutores escolhidos pela empresa, entre ostrabalhadores qualificadosenabasedovoluntariado - Formaçãodetutores -Criação na empresa de grupos de trabalho permitindo o diagnóstico sobre o funcionamento do tutorado e o acompanhamentodostutores emexercício.

77 No plano darelação de tutoria,a FCT configuratambém uma relaçãode mútua influênciaentre aprendente ea situação dotrabalho. O

aprendente não só étransformado pela situaçãode trabalho, comoele próprio exerceuma acção transformadorasobre a mesma,obrigando a umareflexão e aum questionamento por partedo tutor, que otransforma na suaprofissionalidade.

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-A gestão das competências (formações existentes não correspondendo às necessidades da empresa, polivalência, transmissão interna das competências, aceleração das aprendizagens, manter o gosto por aprender...) - Acomunicação(demasiadascompartimentações...) -O ambiente na empresa (falta de motivação, taxa de acidentes de trabalho, relações sociais degradadas...) a produção em geral (qualidade, aplicação dos métodos internos de produção, evolução da organização, reactividade...) Todos ganham com o desenvolvimento do tutorado: os formandos, aempresa, os tutores, os Centros de Formação eaprofissãoeascolectividades.

-Desenvolvimento de programas de formação interna apoiando-se na transferência das competências entre as pessoas. - Definição com os assalariados dos procedimentos de acolhimento. -Criação, teste, validação e utilização de suportes favorecendo a comunicação, as aprendizagens, a avaliação dosconhecimentosadquiridos...emtodosossectores. - Encontros,acompanhamentosentre tutores eformadores dos centros de formação para o caso das formações em alternância. - Auditoria, avaliação dos sistemas de tutorado e formalização paraadifusão.

A formação e integração do formando são deixadas àboa vontadedosempregadoseaoacasodassituações. -Os tempos de aprendizagemsão julgados demasiado longospelaempresaetambémpeloformando. -Os métodos adquiridos pelo formando não são forçosamente os desejados pelo enquadramento. Não são compreendidos pelo formando pela falta de um mecanismodeaprendizagemadequado. - As práticasdo tutorado fazem-se informalmente e daí asdificuldades para astransmitir e fazer progredir. Alguns empregados,semrazão,julga,«fazerbem». - Cada um reproduz aquilo que pensa ser eficaz para aprender. A integração não é imaginada como um duplo processodesocializaçãoprofissional. - As aprendizagens são sacrificadas em benefício da produçãoimediata.

-A direcção da empresa define os quadros do tutorado, os resultadosesperados... - A direcção fornece os meios: tempos, formação dosa tutores,criação de suportes, acompanhamento dosa tutores edosformandos. - A direcção define, com os tutores, um processo de integração,formaçãoedeacompanhamentodosformandos. -A direcção imagina os meios de valorizar e reconhecer a acçãodostutoreseosprópriostutores.

Alguns elementos travam aintrodução e o desenvolvimento dotutoradonaempresa: -Faltadetempo paraexercer o tutorado em situaçãode trabalho. -Tutores mal informados do que se espera deles. Com poucaformação,muitasvezesentreguesasimesmos. - O tutorado repousa nos ombros de alguns, muitas vezes atítulogracioso.

-Imaginar uma organização que permite o exercício real do tutorado de forma diferente que no tempo pessoal dos empregados. - Formalizarosprocedimentos afim de permitir encarregar ostutoresdasuamissão. -Reunir periodicamente os tutores em exercício para fazer progredir as práticas individuais e colectivas de tutorado na empresa...

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-A avaliação é frequentemente encarada sob o ângulo únicodasançãoenãodabuscademelhoria. - Pouco ou nenhum reconhecimento da acção dos tutoresedotutoradonaempresa. -“Issoparecetãoevidentequenãovaleapenareflectir” -“No papel é fácil...pensamos que isso funciona realmentenos serviços” - O tutorado está muitas vezes conotado com a problemática “jovens em dificuldades”; não se detectam efeitospossíveisno“management”daempresa. “Se o tutorado não funciona, é porque os tutores não tem formação!”

-Formar os tutores; e o enquadramento será mais eficaz para avaliar os pontos positivos e encontrar em conjunto soluçõesparaosproblemasidentificados. - Empregarintervenientesexterioresecredíveis.

Fonte: Cavaco, C. (2004).78

Para além de tudo cabe àentidade formadora (e uma vez estabilizadas as condiçõespor parte da empresa para o exercício de tutoria), criar alguns momentos, iniciais e outros esporádicos, para que os tutores exprimam as suas necessidades, verbalizem os seus temores, antecipem dificuldades e modos de fazer, comecem a reconhecer-se, em suma”. (Imaginário, l. (Coord.), Barros, A., Castro, J.M., 2001, p.218), bem comopartilhar boaspráticasedificuldades. Fora doestrito plano daempresa e dosseus modos deorganização e adaptaçãoà situação deFCT, outros factores externos a esta deverão merecer atenção, designadamente o perfil dos formandos, suas condições de partida,predisposições, expectativasetc.

78 O instrumento resultada experiência daCITADEL, emFrança (www.citadel.fr).

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Pistas para a Implementação do Tutorado Um público...

Pistas de acção

-Quetemnecessidadedereconhecimento. -Que está isolado em relação ao mundo do trabalho e que necessita iniciar uma vida profissional, de criar uma primeirarededeexperiênciasprofissionais. - Que desconhece as“regras do jogo”. Que necessita um contrato claro, que sirva constantemente de referência. - Que não está certo de que o que lhe propõem seja seguro, que necessita de um acompanhamento e de acções credíveis. - Que senteamiúde um sentimento de inutilidade, tem necessidade de dar um sentido à sua integração, às actividadesquelhesãopropostas.

-Aperfeiçoar e praticar na empresaum método de acolhimento. -Sistematizar indicadores que permitam preparar uma integração. - Confiar acções que favoreçam a integração, o conhecimento das pessoas na empresa, a constituição de uma de assalariados,deprofissionais. - Estipularpor contrato aquilo que se esperado formando. Estabelecer os resultados esperados do recém chegado em termos de produção, das suas relações com os outros, e de aquisiçãodecompetências. - Efectuar reuniões de balanço regulares entre o Tutor e o formando.

-Que nem sempre é estável quanto aos seus sistemas devalores. -Que encontra dificuldades em estabelecer relações compessoasdeoutroscontextos... - Quenãoaceitafacilmenteopiniõescontrárias...

-Escolher cuidadosamente os profissionais que serão tutores. «Oferecer-lhe» uma pessoa representando uma referência, escolhido pelas suas qualidades humanas e relacionais,umbom profissional,«respeitado». - Escolherasequipas com asquais irá trabalhar. Prepará-las paraestafunção. -Favorecer o efeito «proximidade» em termos de idade, de nível,pelomenosnumaprimeirafase. - Introduzir nas reuniões de balanço uma reflexão sobre o comportamento. -Estabelecer as directrizes do comportamento do Tutor. O Tutor é nomeado pela direcção e apresenta regularmente resultados. - Articular o acompanhamentoindividualdo formando e os acompanhamentos colectivos no caso de vários recémchegados,ouasacçõesdeprogressonaempresa.

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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico

-Que tem necessidade de aprender e nem sempre necessitadeumsaberteórico. - Que dificilmente se relaciona com a «rotina» no quotidiano. -Que tem dificuldade em se situar nassuasaprendizagens. - Que temdificuldadeemprojectar-se numfuturomaios oumenos próximo. - Quetemtodaviaumaexperiênciadevida.

-Definir uma pedagogia que parte da sua experiência, da acção, e que utiliza a análise do trabalho como modo privilegiado de aprendizagem. Propor na realidade um modelo de aprendizagem alternativo ao modelo escolar tradicional. - Elaborar um “livro de bordo” regularmente (quase diário) notando as tarefas confiadas, realizadas, os resultados positivose asdificuldades,osprogressos... - Dotar o formando de um suporte permitindo visualizar a progressão em relação aos objectivos de formação e de integração. Alargar as reuniões de balanço regulares a outros profissionaisdaempresa. Confiar, em paralelo, trabalhos de produção, de desenvolvimento de competências, de comunicação, transferência de conhecimentos...favorecendo a aquisição de conhecimentos teóricos, metodológicos, técnicos, sociais...trabalhos incitando à ligação entre a empresa e o centro de formação(sedecorrerFormaçãoemalternância)

- Considerado comoinstável. - Quepodecontentar-secomosmínimosresultados. - Quesedesencorajarapidamente.

-Propor um percurso estruturado. O Tutor é capazde argumentar acerca das escolhas feitas para aprogressão do formando. - Manter um nível de exigência constante, exigindo esforço pessoal ecolectivo. -Favorecer asauto-avaliações regulares, promovendo encorajamentos.

Fonte: Cavaco, C. (2004).79

Este segundo conjunto de situações, em especial, implica uma participação activa e articulada entre a empresa e a entidade formadora, e particularmente, entre o Tutor e o Técnico de Inserção, respectivamente.

79 O instrumento resultada experiência daCITADEL, emFrança (www.citadel.fr).

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Importa aqui destacar a importância da figura do Tutor, frequentemente desconsiderada quanto ao seu papel e valor pedagógicos. Apar com o Técnico de Inserção, o Tutor “ocupade direitoe defacto, ocentro de uma relação triangular, aprendente-contexto de formação-contexto de trabalho, relação que é suposto ser capaz de criar, conservar e desenvolver. ” (Imaginário, L.(Coor.), Barros, A., Castro, J.M., 2001, p.73).

Para além das funções deapoio directo aoaprendente, o Tutor deverá serfortemente implicado na construção dos referenciais da formação em contexto de trabalho, bem como na avaliação da acção e dos aprendentes, na construção dos instrumentos de avaliação ede validaçãodasaprendizagens.

Deverá portanto participar na concepção da formação em todas as suas fases e actividades. Os seus contributos serão especialmente relevantes na definição dos objectivos de aprendizagem e na construção curricular, fundamentalmente, dacomponente técnico-prática emparticular. Habitualmente é muito pouco frequente a participação dos Tutores na concepção das formações. As razões para talpoderão ser diversasdesde a indisponibilidadedos Tutores em termosde tempo edevido aos constrangimentos do exercício da sua actividade principal, a um eventual sentimento de “incompetência” faceaos“saberes teóricos” dosprofessores ou formadores(Idem, 2001, p.212).

A não participação do Tutor nos processos de concepção, comprometerá em larga medida a avaliação que terá de fazer dos formandos, ficando o mesmo sem uma ideia muito clara sobre se os insucessos (ou sucessos) se devem a “dificuldades de aprendizagem” dos formandos, ao insuficiente apoio dos tutores, ou ao modo comose estruturam os processos e se organizam os conteúdos de aprendizagem, na situação deformaçãopresencial.

Relativamente à participação dos Tutores nas actividades de avaliação dos formandos, ela está inclusive prevista e em algumas situações regulada mas “para além desta avaliação formal, quantitativa, os tutores têm também oportunidade de realizar avaliações menos formais, quantitativas, com influência, directa (junto dos próprios aprendentes) ou indirecta (junto da respectiva entidade formadora) na formação.”

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(Idem, 2001, p.36). Eé desejável que o faça sendo também por isso necessárias reuniões regulares entre o Tutor e o Técnico de Inserção com os formadores do contexto de formação. Para que o acompanhamento e aavaliação não sereduza a umasimples “circulaçãodepapéis”. Finalizada aformação em contexto de trabalho e numa situação de inserção efectiva do sujeito na mesma organização, deverá a entidade, fundamentalmente comrecurso ao Técnicode Acompanhamento, dar continuidade aoacompanhamento deuma formaprogressivamente menosformalepermanente. Não sendo possível inserir o agora ex-formando na empresa/organização onde realizou a formação em contexto de trabalho, haverá necessidade de desenvolver algumas das práticas de acompanhamento enumeradas. A necessidade de acompanhamento (bem como as suas formas de realização) deverá ser ponderada mediante aidentificação do potencialde adaptação doex-formando ao novocontexto.

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Colecção Metodologias

PREPARAR A PRÁTICA… Na presente Dimensão Crítica, apontam-se propostaspráticas que devemser apropriadas eadequadas às realidades concretas de cada contexto social e formativo. Caso as considere pertinentes para a sua prática, propomos quereflicta sobre comoapropriar-se daspropostas apresentadas. > Síntese do ponto: check-list das principais tarefas

Considerar as necessidades e asexpectativas do formando e da empresa/organização relativamente à formação em contexto de trabalho Considerar asimplicações da necessária articulação entre ateoria e prática na alternância Estabelecer uma relação entre ascaracterísticas e asnecessidades dos formandos, a modalidade de FCT e o tipo de acompanhamento arealizar Considerar o tipo de competências sobre asquais o acompanhamento da FCT deverá incidir Considerar o necessário carácter formativo do contexto de trabalho identificando os factores que influenciam asoportunidades de aprendizagem no contexto de trabalho Ter presente e saber gerir asnecessidades de aprendizagem do formando no contexto de trabalho e a sua necessidade de inserção socioprofissional (cuja possibilidade é determinada pela satisfação das necessidades da empresa) Desenvolver uma (re)análise dos postos de trabalho com vista aestabelecer, de preferência, planos individuais com aidentificação das actividades e tarefas que o formando deverá executar Envolver os responsáveis das empresas de acolhimento na (re)análise dos postos de trabalho Contratualizar aFCT entre o formando, entidade formadora e empresa de acolhimento Prever o acompanhamento de determinadas competências básicas essenciais ao contexto de trabalho Conceber e aplicar instrumentos de acompanhamento da FCT Aferir da satisfação do formando, confrontando-a com o nível de satisfação da empresa relativamente ao desempenho do mesmo

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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico

Considerar asimplicações que a FCT tem para a própria empresa Apoiar asempresas na implementação do tutorado Estabelecer uma relação entre ascaracterísticas e necessidades dos formandos e otipo de tutoria adequado

> De entre as principais tarefas da presente Dimensão Crítica: - Quedificuldades encontro para“fazer” o que éproposto? - Oque consideroprioritário fazer? - Quemudanças implicam aimplementação prática daspropostas (em quê,como ecom quem)? - Quaisas vantagense quaisasdesvantagensde implementaro queé proposto?

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Colecção Metodologias

INSTRUMENTOS DE APOIO

> Ficha de análise de postos de trabalho

Posto de trabalho:_______________________________________________________________ Actividade: ____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________

Tarefa

Frequência

Complexidade

Inovação

1. 2. 3. 4. 5. ... Frequência: 1 várias vezes ao dia; 2 todos os dias pelo menos 1 vez; 3 raramente; 4 Irregular Complexidade eInovação: 1 Alta; 2 Média; 3 - Baixa

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> Roteiro de actividades e acompanhamento Formação em contexto de trabalho Roteiro de actividades e acompanhamento (a preencher pela entidade promotora em articulação com a entidade empregadora) EntidadeEmpregadora

Entidad e: Sede: Endereço (onde se realiza a formação): Telefone: Actividade principal: Responsável pela formação e contacto: Tutor (es) e contacto:

Formando

Nome: Data de nascimento: Telefone: Morada: Representante legal e contacto (no caso de o formando ser menor):

Acção

Itinerário/ SaídaProfissional: Duração do Itinerário: Modo de organização da FCT: Duração da FCT:

Períodos de formação prática em contexto detrabalho

Objectivos a atingir nesta componente de formação Acções de acompanhamento

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Período

Duração

Horário

Observações


Colecção Metodologias

> Acompanhamento do Formando em FCT Acompanhamento do formando em fct Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando:

Competênciastécnico-práticas PrincipaisActividades

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

...

Aplicação dos saberes teóricos PrincipaisActividades

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

...

Aplicação dos saberes teóricos PrincipaisActividades

Avaliação 1

2

3

Observações 4

5

... Outras observações: Data

/

/

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> Acompanhamento do Formando em FCT Ficha de auto-avaliação do formando Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando: Técnico de Inserção:

Condições de trabalho

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

5

4

3

2

1

Gosto do espaço físico em quetrabalho Tenho os materiais e os equipamentos necessários ao meu trabalho Estou satisfeito com o meu horário ...

Realização das tarefas Aprendi a fazer tarefasnovas Sei fazer tanto quanto os outros trabalhadores Cumpro as indicações dos responsáveis O meu tutor orientou-me nastarefas ...

Atitudes pessoais e sociais Sou simpático e colaborador com os colegas de trabalho

Os meus colegas de trabalho ajudam-me Sou assíduo e pontual Preocupo-me em me apresentar cuidado e limpo ...

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Colecção Metodologias

Em que sou melhor? O que tenho quemelhorar? O que eu mais gosto é: O que eu gosto menos é: Auto-avaliação global (numa escala de 1 a 5) Observações: Data /

/

> Diário de acompanhamento da FCT

Diário de acompanhamento da fct Formando: EntidadeEmpregadora: Responsável/Tutor: Funções do Formando: Técnico de Inserção: Data /

/

Fonte Formando

Descrição e Observações Encontro ocasional com o formando que revelou estar a gostar da experiência na empresa X, muito embora tenha revelado sentir alguma animosidade em relação a si por parte de alguns colegas de trabalho. Combinamos conversar com mais calma no dia X às X horas.

... Outras observações: Data

/

/

317


conhecer

Processos e Resultados

RECONHECER

Objectivo - Avaliar aintervençãoformativa - Apoiar processosde reconhecimento, validaçãoe certificação deconhecimentos e competências - Mobilizar osresultados da avaliaçãopara intervençõesfuturas

Dimensões críticas

Questões orientadoras

Instrumentos propostos

a) Qual o papelda avaliação final? - Checklist das principaistarefas Avaliação da intervenção b) Como e com quem partilhar os resultados da avaliação? c) Como apoiar processos de reconhecimento, validação ecertificação? d) Como potenciar os resultados da avaliação paraintervençõesfuturas?


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