Diagnóstico social e das dinâmicas territoriais
Colecção Metodologias
Formação para a Inclusão. Guia Metodológico.
IDENTIFICAR Necessidades
PREPARAR aIntervenção
ACOMPANHAR aIntervenção
Diagnósticosocial e das dinâmicas territoriais
Construção da intervençãoformativa
Acompanhamento dos/asformandos/as
Diagnóstico deexpectativas enecessidades individuais de formação
Definição da estratégia avaliativa
Acompanhamen to daformação em contexto detrabalho
Diagnóstico denecessidades deformação eoportunidades do mercado de trabalho
Definição emobilização dos meios humanos emateriais
RECONHECER Processos eResultados
Avaliação daintervenção
Ao longo deste ponto, procuramos abordar as seguintes questões: a) O que ter em conta num diagnósticodesta natureza? b) Porquê começar por identificar as dinâmicas dos actores doterritório? c) Quem são os principais actores em presença? d) Porquê constituir uma Comissão de Diagnóstico? e) Como iniciar um plano dediagnóstico? f) Qual o público-alvo da intervenção e suas principais problemáticas? g) Quais as problemáticas apriorizar? h) Quais as necessidades a colmatar pela via da formação?
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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico
a) O que ter em conta num diagnóstico desta natureza? Antes de iniciar arealização das várias tarefas de diagnóstico, salientemos alguns factores-chave que determinam esteprocesso.
Consideremos a seguinte definição de diagnóstico: Processo concertado, permanente e reiterado, de identificação e de análise, entre os actores implicados (população/indivíduos em situação de exclusão, actores institucionais importantes, pessoas-recurso, etc.), do conjunto dascausas e característicasdas situações deexclusão social, bemcomo das potencialidadese dos obstáculos que devemser considerados paradefinir uma acçãoque asreduza(CIARIS,2004).
Para intervir sobre um contexto social, é necessário delimitá-lo e caracterizá-lo. A investigação diagnóstica tem queservir directa eindirectamente para aacção. Deve, todavia, ter um carácter preliminar, e não constituir-se como um processo acabado (Anderegg, 1987). Trata-se de adquirir (e ir adquirindo) os conhecimentos necessários sobre um determinado sector,área ou problema,que éo âmbito dotrabalho (situação- problema)no qual sepretende actuar. Da mesma forma, o processo de diagnóstico, sendo uma fase essencial à qualidade de qualquer intervenção, é uma fase sem validade intrínseca. Neste contexto, alertemos para os equívocos mais frequentes naspráticasde diagnóstico(Anderegg,1987): -Complexificação metodológica desnecessária - tendência para mobilização de grande variedade e complexidade de métodos e técnicas de pesquisa, esperando que tal seja, por si só, garantia de conhecimento pertinente efidedigno da realidadeem foco. -A “inquirite”, uma doença metodológica - tendência para demasiada exaustividade na inquirição e auscultação da realidade, esperando que tal seja, por si só, garantia de conhecimento pertinente e fidedigno da realidadeemfoco. - Adiamentoconstante daacção como pretextode conhecermelhor arealidade. Nestas circunstâncias,boa partedo queé recolhidonão chegaa serutilizado naintervenção posterior!
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Um processo dediagnóstico contém emsi um outro objectivo fulcral: atarefa deleitura e caracterização da realidade propiciao inícioe/ou oreforço da implicaçãodos vários actoresem presença.
b) Porquê começar por identificar asdinâmicas dos actores do território? Enquanto processo participado, o diagnóstico de necessidades exige a identificação, caracterização e implicação dos actoresdo contexto socialsob intervenção. Os dados recolhidos nesta fase permitem-nos, sobretudo, saber com quemcontamos, quais os actores e instituições/serviços em presença, suas potencialidades (competências mobilizáveis) e expectativas face àintervenção. A participação dos actores deve realizar-se a três níveis: os actores envolvidos devem ser, simultaneamente, sujeitos (quem faz odiagnóstico), objecto (alvo, quem éobservado no diagnóstico) e destinatários(com quemse partilham osresultados da recolhae análise dosdados). > Os actores são objecto (alvo) de diagnóstico, na medida em que são um dos seus principais focos de análise: não se completa uma caracterização do contexto de intervenção sem a caracterização cuidada das pessoas e grupos, directa ou indirectamente envolvidos pela acção que se pretende implementar. Quem são? Como se relacionam entre si? Comose relacionam com oproblema? Comocontribuem para o atenuarouagravar? > Os actores são também sujeitos deste processo, na medida em que é da sua responsabilidade a realização das tarefas de recolha de informação, bem como do processo de desenho deste processo, definição dos objectivos,do perímetro deanálise, dos meiose fontes amobilizar neste processo. > Os actores sociaissão também destinatáriosdos produtos dodiagnóstico: a socialização(partilha) dos dados recolhidos é um meio fundamental de empowerment dos actores envolvidos, na medida em que se lhes proporciona informação sobre o seu contexto, bem como a oportunidade para uma reflexão e tomada de decisãoconjunta sobre queestratégias de intervençãoa desenhar eimplementar.
Neste contexto, énecessário considerar todosos actores (estruturas,organismos, pessoas) que,directa ou indirectamente, podem assumir um importante papel nos processos de mudança no contexto sob intervenção, clarificando o seu papel, expectativas, meios, relações (formais e informais), lideranças, redes de comunicação,etc.
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c) Quem são os principais actores em presença?
Partamosda proposta de Análise dasDinâmicas dosActores deGuerra (2000, p.220-222), realizando as tarefas deidentificar, consultar eanalisar asredes.
Identificação Énecessárioidentificar edescrever, emtraços largos,cada umdos actoresem presença.Deve sercriada uma ficha paracada entidade, comos seguintes elementos:
Ficha deActores (entidadesou pessoas) -Nomeda instituição/actor econtacto - Objectivos dainstituição/actor -Campo de intervenção: zona geográfica, sectores de actividade, especificidade dotipo deintervenção - Meiosde intervenção: humanos, materiais,financeiros - Relaçãocom outrasestruturas - Resumodas acções desencadeadaseresultados - Estratégiasa curtose meio-termo -Pessoada entidadeformadora/gestora que tem contactoscom ainstituição/ Actor
Éextremamente útilque estas fichassejam construídas emformato digital, numabase de dados,com vista a uma permanente e rápida actualização, construindo mais uma importante e acessível ferramenta de trabalho para aentidade formadora/gestora etoda arede,no curtoe longoprazo.
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Colecção Metodologias
Consulta A informação que se detém para o preenchimento das fichas anteriores nem sempre é suficiente, pelo que é necessário um contacto mais próximo com cada Actor. Este contacto com cada interlocutor deve ter emvista: -Conhecermelhor ainstituição/actor - Dara conhecera entidadeformadora/gestora, suamissão epretensões -Recolher alguns elementos de diagnóstico, bem como verificar adisponibilidade, interesse e expectativas numa colaboraçãomais estreita naimplementação da intervençãoformativa Deve ser realizadauma entrevista semi-directiva,a partir deum guiãoque aborde osseguintes assuntos: - Clarificaçãodos aspectosanteriores daFicha deActores -Apreciação genérica do contexto ou problemática sob intervenção, identificando também potencialidades - Apreciaçãode sinergiasexistentes - Expectativasfaceàintervenção propostae objectivosque proporia - Disponibilidadespara colaborar
Análise dasredes Para além da presença dos vários actores, as dinâmicas de relacionamento entre os mesmos têm um papel importante nos processos de mudança e de desenvolvimento social. É importante identificar as estratégias e os meios de acção concretos, procurando identificar as sinergias (alianças positivas) e os bloqueios (relações deoposição) entre asvárias entidades noque diz respeitoao seu efeito no contexto sobintervenção. A entidade formadora/gestora, experiente ou estreante num determinado contexto, deve observar e analisar as relaçõessinergéticas, de bloqueioou de indiferença entre osvários actores locais, com vista a que qualquer movimentode relação eenvolvimento dos intervenientesnão ignore masantes potencie a realidade das dinâmicas existentes. Em termos práticos, é necessário preencher um diagrama com os actores-chave concretose analisar, individualmentee/ou emgrupo, assuas relações.
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Apresentamos um exemploficcionado de umsociograma de novefamílias de actoresde umdeterminado território (adaptado deGuerra, 2000, p.222).
(++-)
Serviços Públicos Locais
Colectividades Territoriais
(+++) (+++) (+) Organizações Sindicais
Organizações Empresariais
Igrejas (++-)
(++) Banca e Sistema Financeiro
(+) Ensino Formação Pesquisa
Meios deComunicação
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Neste diagrama, observam-se as relações de força entre as várias organizações em presença. Encontramos, por exemplo, relações de forte aliança ( + + + ) entre as Igrejas e as Colectividades Territoriais e entre estas e as Organizações Empresariais. Observamos também relações positivas mas com alguma tensão ( + + - ) entre as mesmas Colectividades e os Meios de Comunicação, por exemplo. Destaque-se também, como exemplo, o “isolamento” das Organizações Sindicais com relações de indiferença oude neutralidadesem oposição( )com osrestantes actores.
Com base na identificação e análise feita anteriormente, detemos neste momento aseguinte informação-síntese:
Actores/entidades
Domínio deintervenção
...
...
Mais-valias Expectativas (para aintervenção) (de colaboração)
...
...
Principais bloqueios (à participação)
...
d) Porquê constituir uma Comissão deDiagnóstico?
Após a definição dasdinâmicas territoriais, aprimeira tarefa é constituir uma Comissão de Diagnóstico com váriosparceiros locais,cujas principaistarefas deverãoser: -Traçar asgrandeslinhas de orientaçãodo processo dediagnóstico, com base no conhecimento que detém darealidade - Monitorizar odesenvolvimento do processode diagnóstico - Analisar deforma crítica osdados recolhidos etraçar linhas deacção Esta Comissão deve ser constituída por elementos técnicos, não só da entidade que se propõe implementar a intervenção mas também de outras entidades com intervenção no território. Deve também ter elementos do grupo-alvo ou públicos directa ou indirectamente utilizadores da intervenção. A diversidadede competências ede perspectivas sobreos problemas aenfrentar constituise como aprincipal mais-valia deste órgão, e apresença de elementos do público-alvo éa única forma de deter o seu ponto de vista das problemáticas, bemcomo de concretizar aefectiva implicação na melhoria dassuaspróprias condiçõesde vida.
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A implicação dos vários actores, técnicos e não técnicos, decorre directamente dos contactos e parcerias detidos pela entidade promotora no seguimentode intervenções anteriores. No caso de entidades que estejam a iniciar a sua implantação no terreno, o endereçar destes convites à participação constitui-se como oprimeiropasso noestabelecimento de parceriasde cooperação ecolaboração. A Comissão deDiagnóstico deve serde dimensão médiaou reduzida, sobpena de secomprometer a sua eficácia. Cabe ao bom senso da entidade a definição do número dos seus membros consoante as entidades eactores quese considereindispensável integrar. Esta Comissão deve ser coordenada pelo responsável máximo da intervenção a desenvolver, designadamente peloCoordenador/Gestor daentidade formadora.
Tomemos como exemplo a Comissão de Diagnóstico de uma intervenção formativa que se pretende implementar junto dejovens desocupados moradoresnum bairro derealojamento de umadeterminada freguesia.
Pessoa a convidar [Coord. daComissão] Drª Maria Silva [Nome] Sr. Luís Lopes
Mais-valia para a Comissão
Coordenadora
_
Resultado _
- Associação implantada no bairro há quase Pertenceu à Parceria Acontactar
[Entidade/grupo] Associação 10anos; - Contacto estreito com jovens e famílias, CulturalKapa [Contacto] # # # # # # # # # com muitas actividades no bairro organizadas pelos próprios jovens; - Bom envolvimento com os serviços da Câmara Municipal
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Observações
do Projecto Z no ano anterior
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[Nome] Enfª Maria José [Entidade/grupo] Centro deSaúde [Contacto] # # # # # # # # #
-Bom contacto com jovens do bairro devido aacções de sensibilização dinamizadas junto dos mesmos; -A trabalhar no território há mais de 20 anos; -Importante fonte de dados ao nível da saúde e das famílias
Pertence u à Parceria do Projecto Z no ano anterior
Aceitou
[Nome] Sr. Tavares -Morador empenhado nos assuntos [Entidade/grupo] Associação de do Bairro; Moradores do Bairro - Angolano em Portugal desde 1976 [Contacto] # # # # # # # # #
Colaborou, atítulo individual, no Projecto Z no ano anterior
Aceitou
[Nome] A definir -Ponto de vista dos próprios jovens; [Entidade/grupo] Um ou dois -Meio de acessoaoutros/as jovens jovens moradores no Bairro potenciais formandos/as [Contacto] # # # # # # # # #
Solicitar Acontactar aoSr. Tavares e à Associação Kapa que sinalizem jovens do Bairro
[Nome] Agente Martins -A trabalhar do território há mais [Entidade/grupo] PSPLocal de 15 anos [Contacto] # # # # # # # # # -Importante fonte de dados ao nível de ocorrências envolvendo os jovens do bairro [Nome] Dr. Sousa -A trabalhar do território há cerca [Entidade/grupo] Centro de 15 anos deEmprego - Importante fonte de dados ao nível [Contacto] # # # # # # # # # de formação e oportunidades de emprego -Acesso aofertas de emprego e programas de inserção profissional -Bom contacto com tecido empresarial local [Nome] Adefinir - Apoio técnico e metodológico [Entidade/grupo] Centro àintervenção de Investigação - Universidade X [Contacto] # # # # # # # # #
Pertenceu àParceria Acontactar do Projecto Z no ano anterior
Pertenceu àParceria Acontactar do Projecto Z no ano anterior
Solicitar contacto Acontactar àProfª Maria Santos, avaliadora externa do Projecto Z
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Uma vez constituída a Comissão de Diagnóstico, esta deve organizar sessões de trabalho para se dar início ou continuidadeà observação ereflexão sobre ocontexto sobre oqual se pretendeintervir. A primeira tarefadesta Comissão éa de explicitar o queo conjunto dos seus membrosconsideram ser os principais contornos dos problemas e potencialidades do contexto social. Épreciso passar para o papel o resultado deuma discussão conjunta, procurandorespostas às seguintes questões: quais sãoas principais problemáticas do contexto?O quemais afecta aspessoasno exercícioda suacidadania? Este esforço de explicitação, para além de pôr de acordo os vários elementos da Comissão, écrucial para aeficiênciado diagnósticoe daintervenção, umavez quepermite, designadamente: -Limitar adispersão face ànuvem espessa e opaca dos múltiplos problemas que caracterizam as situações deexclusãosocial; - Iniciar aidentificaçãode interligaçõescausaisentreproblemas; -Iniciar aidentificação de problemase derecursos e correspondênciaentre uns eoutros na resolução dosprimeiros. Este exercício conjunto deve ser feito com grande liberdade de reflexão. Neste momento, todas as perspectivas são válidase têm queser equacionadas. Adiversidade de perspectivase experiências devida dos intervenientes tem aqui terreno fértil. Neste contexto, devem utilizar-se métodos que apropriem e potenciem estadiversidade, tais como obrainstorming ou listalivre. À medida quea lista livreé construída, sugere-seo uso de técnicas deMapeamento das problemáticasdo contexto socialque facilitamavisãosistémica eintegrada dosprocessos4. Um mapa ou esquema-síntese deve constituir-se como o produto de um primeiro momento livre de reflexão da Comissão de Diagnóstico, procurando um acordo partilhado e consensualizado dos principais traços docontexto sob intervençãoe suasproblemáticas
4 Para umabreve abordagem daárea do Mapeamentodo Conhecimento, acedaà Comunidade dePráticas Formação paraa Inclusão.
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Colecção Metodologias
Tomemos o exemplo anterior (intervenção formativa a implementar junto de jovens desocupados, moradores num bairro de realojamento de uma determinada freguesia), sendo este o resultado de um exercício de mapeamentodas suasprincipaisproblemáticas.
Baixa Escolaridade
Sem Qualificação Profissional
Desocupação
Pequenos Delitos
Jovens do Bairro Consumos (droga, álcool)
Auto-Isolamento
Conflitos Familiares Subculturas FracoApoio Familiar
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e) Como iniciar um plano dediagnóstico? A Comissão deve agora procurar responder às questões: como vamos confirmar estas ideias? Como vamos confirmar que estes são efectivamente problemas e não apenas palpites individuais? E quais os seus contornos? Quaisdevem ser priorizadosnaintervenção?
A resposta aestas questões corresponde ao resultado do processo de diagnóstico, pelo que é necessário desenhar um planoque ooriente. Este planodeve seguir osseguintes parâmetros: - Enquadramentodaproblemática - Agregaçãodas problemáticas - Fontesdeinformação - Métodos derecolhade dados - Recursos - Potencial uso dosdadose - Calendarização Destaquemos alguns aspectosrelativos a cadaum destesparâmetros. Enquadramento da problemática > De onde nos vem aatenção e o conhecimento que detemosdo contexto social?
A intenção de dar início ouseguimento à intervenção sobre um determinado contexto está ancorada na experiência, narelação como contextopróximo e/oumais macro,ou apenasem ideiasfeitas edispersas. O perímetro do contexto sob intervenção é resultado directo da acção passada e continuada das entidades promotoras ou poderá ser fruto de novas opções e novos questionamentos. A visão da problemática, mais ou menos explicitada, está sempre presente, revela muito do ponto de partida na abordagem àmesma enão deveser ignorada.Podemser váriasassituações: - A entidade promotora/gestora propõe-se intervir e questiona-se: o que nos leva acolocarmo-nos face à intenção/necessidade de organizar esta actividade? Problemas concretos do público-alvo ao qual nos dirigimos? Problemas concretos de um novo público-alvo, emergente da nossa actividade? Um problema específico que necessita de um intervenção integrada ao nível de um determinado espaço
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Colecção Metodologias
geográfico? Existência de um processo de mobilização institucional a nível deste território na procura de uma acção comum? Existência de nichos de emprego visíveis no contexto sócio-económico em que intervimos, apropriáveis pelas pessoas com quem trabalhamos? Conhecimento da necessidade/intenção, de uma ou várias entidades empregadoras, de preparar formandos/as para postos de trabalho específicos? Necessidade de financiamento da entidade, pelo que recorremos a fundos específicos focalizados em intervenções formativas? Questões levantadas por intervenções anteriores nomesmocontexto? -Existe uma entidade externa que faz um pedido concreto de formação, sendo necessário clarificá-lo e pedir-lhe todasas informaçõesjádisponíveis. -Algumas das características e problemáticas do território podem ter sido sinalizadas por entidades externas aos contextos - num relatório/plano regional, num plano nacional, num programa de financiamento,etc.
Agregação dasproblemáticas > Que agregação temática e, eventualmente, causal se pode fazer das problemáticas identificadas?
O tipo de agregação responde às características do território ou da situação - problema a atacar: As problemáticas poderão seragrupadas por áreas(escolaridade/qualificação, emprego, saúde, habitação, justiça), por público-alvo (sobretudo em intervenções de âmbito comunitário, em que estão presentes vários grupos), zonasgeográficas (dentro domesmo território), etc.
Fontes de informação > Quais asfontes através das quais se podem recolher os dadosnecessários?
Existem dados primários e dados secundários, ou seja, dados a recolher e tratar no processo de diagnóstico que ora se inicia, e dados já recolhidos noutras circunstâncias e/ou por outros estudos, apropriáveis para este mesmo processo. Éfundamental que a pesquisa se oriente na procura do máximo de dados secundários (que, habitualmente, não faltam), evitando perdas de tempo e evitando uma enorme dispersão de esforços neste processo que, embora crucial, é apenas preparatório da intervenção. As principais fontes de informação são: informadores privilegiados, análise documental, literatura teórica, censos e outros dados estatísticos. Um destaque deve ser dado à importância de consultar as recomendações emanadas pordocumentos orientadores, taiscomo osplanos nacionais ouregionais nas áreas sob intervenção,sendo importante alinharas intervençõesformativascom osmesmos.
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Métodos de recolha dedados > Quais os métodos a utilizar em cada área?
O diagnóstico não pode ser realizado mediante um receituário rígido e acabado de técnicas específicas. Antes, deve ser um conjunto articulado e adequado de procedimentos vários, tais como: compilação e consulta documental, contactoglobal com arealidade, inquirição deinformadores - chave, utilização de metodologias participativas, uso simplificado de técnicas clássicas das ciências sociais (entrevista, questionário, etc.), aproveitara prática comomodo deconhecer (Anderegg, 1987). Existe uma enorme variedade de métodos e técnicas de recolha de dados das ciências sociais mobilizáveis para odiagnóstico. As técnicas utilizadas não têm valor intrínseco, ou seja, não garantem per si rigor e qualidade do processo. Não existem receitas para aescolha dos métodos mais adequados, mas devem seguir-secritérios tais como:obedecer aos objectivosdefinidos para esteprocesso; ter emconta a existência de informação recolhida previamente; características do grupo-alvo e do grupo cliente; tempo disponível;financiamento disponível. Não nos propomos desenvolver as várias técnicas, havendo para tal vasta literatura. Todavia, e numa lógica participativa, destacamos dois métodos muito frequentes e adequados a uma recolha participada de dados sobre os contextos sociais envolvendo e mobilizando os pontos de vista dos vários actores o Fórum Comunitário eaAnálise SWOT5. Recursos > Quais os recursos humanos e materiais necessários?
Relativamente aos recursos humanos, trata-se de, neste momento, definir a equipa que vai assegurar a realização das várias actividades do processo de diagnóstico, da recolha à análise de dados, indicando quem é responsável por cada tarefa. Esta equipa não é a Comissão de Diagnóstico. É constituída pelos elementos necessários àrealização das tarefasdefinidas, e deve,da mesma forma,integrar actores vários do contextosocial,em especial dosgrupos-alvo. Dado o diferencial de qualificações e de competências técnicas de partida, designadamente entre o público-alvo socialmente desfavorecido e os profissionais, há uma tendência natural em excluir os primeiros deste processoque tem, emsi, condicionantes técnicasclaras. Todavia, e comojá foi referido, as práticas participativas em todo o processo são importantes factores de desenvolvimento social dos grupos excluídos. Não se negam os aspectos mais técnicos da fase de diagnóstico, como sejam, por exemplo, a análise qualitativa e quantitativa de dados, e a dificuldade ou mesmo impossibilidade de algumas pessoas emparticipar nesta tarefa.No entanto, emesmo comos restantes actores,qualificados 5 Aceda à Comunidade Formação para aInclusão para consultassobre estes métodose técnicas.
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ou não, nem todos sãoenvolvidos em todasas tarefas, sendonecessário, sim, umplano de envolvimento diferenciado nas várias tarefas a realizar. Neste sentido, consideramos que deve haver a maior participação possível emtarefas como colaborarna definição demeios e fontesde informação, designadamente facilitando oacesso e aconfiança de membrosda comunidade; participarna disponibilização de informação,etc. Relativamente aos recursos materiais, trata-se de definir o que é necessário mobilizar para a realização de cada tarefa, e analisar se existem osrecursos necessários e quem, de entre parceiros e outros agentes locais, ospode disponibilizar.
Potencial uso dos dados > Que utilização se pretende fazer dos dados recolhidos, junto da comunidade e de outros agentes externos?
O diagnóstico não se resume à recolha e análise de dados dentro da equipa e da Comissão que o monitoriza. A partilha dos dados com os vários actores joga um importante papel de envolvimento de todos na reflexão sobre o contexto e sobre como agir sobre ele. Esta devolução dos resultados nãodeve ser uma tarefa final do diagnóstico, como uma informação acabada de um trabalho anterior. Pelo contrário, pode ir sendo realizada ao longo do processo, sendo a discussão que dela resulte um importante meio deanálise conjunta dos dados recolhidos e, eventualmente, de redireccionamento do próprio processo de diagnóstico, se tal for o caso. A reflexão em tornodos dados dodiagnóstico resulta nadefiniçãoda intervençãoa realizar, comoveremosadiante. A definição doscontornos de partilha(socialização) dos dados deve ser feita em termos de destinatários, de conteúdo e de meio (A quem queremos transmitir? Oquê? Ecomo?). Os destinatários podem ser os habitantes da comunidade, directa ou indirectamentepúblico-alvo da intervenção;entidades locais com missões envolvidas na intervenção; autoridades locais, regionais e/ou nacionais; financiadores, etc. Da definição dos destinatários depende o conteúdo da informação a disponibilizar, seleccionada das várias dimensões aanalisar durante o diagnóstico. Os meios de divulgação dos dados podem passar por formas mais convencionais, como relatórios e outros tipos de documentos, mas devem também passar por momentos deencontro, partilha e reflexão conjunta acerca dos dados recolhidos e do quetal sugere para amudança. Calendarização > Quais os timings das principais tarefas a realizar?
O Plano de Diagnóstico nãofica completo semum planeamento temporal,determinando os momentos, e sua extensão no tempo, das principais tarefas a empreender, em articulação evidente comos recursos mobilizados.
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O Plano de Diagnóstico será concretizado através de um quadro que organize toda esta informação de forma agregada, com um importante enfoque na calendarização e mobilização de recursos para o concretizar.
Tomemos um exemplo de Plano de Diagnóstico de uma entidade formadora que recebe a encomenda de desenvolveruma intervençãoformativa dirigida amulherespouco escolarizadas alojadas em Casas de Apoio para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica. Começamos por elencar os elementos que estão nabaseda intençãode iniciaraintervenção.
Enquadramento da problemática -Público-alvo: mulheres pouco escolarizadas alojadas em Casas de Apoio para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica -Entre asvárias missões das casasno apoio e acompanhamento destas mulheres, inclui-se aintervenção ao nível de percursos de orientação - formação - emprego, procurando aumentar os seus níveis de escolaridade, qualificaçãoeempregabilidadecomvistaconstruir oureforçar asuaautonomiapessoalefinanceira. -O número de mulheres pouco escolarizadas e com pouca autonomia financeira alojadas nestas casas tem sido significativo. -As entidades que recebem queixas (as linhas de atendimento e informação e asforças de segurança) apontam a dependênciafinanceira emrelaçãoaoagressor,comofactorperpetuadordasituação. -O II Plano Nacional contra a Violência Doméstica (Resolução do Conselho de Ministros n.º 88/2003) recomenda garantir que, quando ocorre a ruptura com a situação de agressão, deve ajudar-se a vítima a perspectivar um novo projecto de vida, procurando asuaeficaz reintegração social, designadamente procurando facilitar o acesso de mulheres vítimas de violência doméstica a programas de pré-formação e formação profissional, bemcomo aoutrasformas deapoioparainserçãonomercadodetrabalho(ponto 4.7). -O mesmo Plano Nacional aponta para intervenções noutros âmbitos da vida das vítimas de violência, procurando uma efectiva reintegração social através de apoio em áreas tais como o tratamento clínico e psicológico,o apoiojurídico, areintegraçãosocialdedescendentes.
Os elementos colhidos dão pistas paras as principais problemáticas a abordar, mas não as esgotam, podendo surgir outras áreas consideradas pertinentes. O Plano de Diagnóstico desenhado neste contexto podeser oseguinte:
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Colecção Metodologias
Recursos
Agregação das problemática s
Áreas aexplorar
Fonte s de informação
Métodos de recolha dedados
Humanos
Finan ceiro s
Escolaridade equalificação
- Níveis de escolaridade e qualificação do público-alvo - Interesse e receptividade do público-alvo emintegrar umaintervenção formativa
-Documentaçã o das casas - Técnicos das casas - Público-alvo
-Análisedocumental -Dados disponíveis nascasas - Inquéritos -Entrevistas individuais ou colectivasorientadas -AnáliseSWOT comgrupo de mulheres
Técnica X Técnico Y
750,00 €
Emprego autonomi a financeira
-Situação perante o emprego do público-alvo -Nível de autonomia financeira do público-alvo
-Documentaçã o das casas - Técnicos das casas - Público-alvo
-Análisedocumental -Dados disponíveis nascasas - Inquéritos -Entrevistas individuais ou colectivasorientadas
Técnica X Técnico Y
750,00 €
Apoio psicológico Saúde Habitação futura Apoio jurídico Apoio
- Identificar se são assegurados pelascasas ou por quais entidades
-Documentaçã o das casas - Técnicos das casas -Outros serviços/ entidades locais mobilizáveis
-Análisedocumental -Dados disponíveis nascasas -Dados disponíveis sobre entidadeslocais - Contactos com entidades locais (inquéritos ou entrevistas)
Técnica Z Técnico V TécnicaJ
1125,00 €
relativamente aos dependentes (filhos, idosos)
Potencial uso dosdados
Calendari - zação
-Reunião com público-alvo 2Semanas para reflexão sobre o tipo de intervenção a realizar - Reunião com responsáveis e técnicos das Casas para reflexão sobre o tipo de intervenção arealizar -Relatório para aentidade financiadora - Dados a disponibilizar àcomunidade (brochuras, site 2Semanas institucional da entidade formadora) -Dados adisponibilizar aentidades especializadas (relatório à Coordenação do II Plano Nacional contra a Violência Doméstica, APAV,etc.) 2Semanas -O contacto com o público-alvo permite uma selecção natural das formandas -O contacto com entidades locais permite o início ou reforço de uma rede institucional de apoio a estepúblico-alvo
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f) Qual o público-alvo da intervenção e suas principais problemáticas? A tarefa seguinteé aconcretização do plano,ou seja, arealização do diagnósticopropriamente dito. A recolha de dados que vai sendo desenvolvida, exige a construção dos respectivos instrumentos (inquéritos, guiões de entrevista). Requer também a preparação de instrumentos de organização, quantificação e sistematização dos dados. Este exercício de organização suportará, no final, uma análise crítica dosmesmosdados. Um elemento fundamentaldo processo dediagnóstico de necessidadesé a identificação, caracterização e quantificação dos principais grupos sociais em presença e suas necessidades, em especial aquele ou aqueles sobre osquais se pretendeintervir.Os parâmetros decaracterização podem variarconsoante os objectivos e naturezada intervenção formativa.No entanto, sãoimprescindíveis indicadores clássicosde caracterização sócio-demográfica taiscomo osexo, aidade, os níveis deescolaridade equalificação, etc., para cada grupo em presença (ou para os mais significativos ou prioritários), o mais possível quantificados, pelomenos comestimativas.
O quadro que se apresenta a seguir apoia a síntese destes dados e apresenta-se especialmente útil em duassituações: 1.A entidade formadora/gestora orienta asua intervenção para mais do que um grupo social em simultâneo, sendonecessário caracterizarcada umpara melhorresponder àssuas necessidades. 2.A entidade formadora/gestora depara-se face auma comunidade ou conjunto de vários grupos sociais e pretendedecidir qual delesou sobre que(quais)problemática(s) pretende intervir. O seu preenchimento constitui-se um primeiro passo de abordagem dos grupos em presença. Apresentamos dois exemplos distintos de preenchimento do Quadro de Caracterização do PúblicoAlvo.
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Colecção Metodologias
EXEMPLO 1- Entidade Promotora: Centro de Atendimento aToxicodependentes A prática do Centro levou àdiferenciação dos beneficiários em função do núcleo familiar associado, considerando-se que cada grupo apresenta necessidades específicas que exigem propostas formativas ajustadas, quer do ponto de vista da organização, quer do ponto devistadosconteúdos.
Situação perante o emprego Qualificação Total Sexo Idade Escolaridade F M 16-30 31-65 2ºC 3ºC Sec. E.S. II III Desocupado/a Empregado/a Desempregado/a DLD Beneficiários/as N semfamília % acargo Beneficiários/as N comcônjuge % e filhos/as N TOTAL
%
06 1
06 2 O Centro Social detém mais de uma década de experiência de intervenção comunitária no Bairro X. Após uma actualização dos dados sobre a população do Bairro, identificaram três grandes grupos com necessidades prementes de inserção profissional, razão pela qual se propõem desenhar e implementar uma intervenção formativa à medida.
Situação perante o emprego Qualificação Total Sexo Idade Escolaridade F M 16-30 31-49 50-65 1ºC 2ºC 3ºC Sec. I II III Desocupado/a Empregado/a Desempregado/a DLD Adultos N desempregados de longa % duração Mulheres N desocupadas semexperiência % profissional Jovens com abandono N escolarprecoce e desocupados % TOTAL
N %
Formação para a Inclusão - Guia Metodológico
EXEMPLO 2- Entidade Promotora: Centro Social do Bairro X (freguesia de Y)
Colecção Metodologias
Procede-se emseguida àidentificação de outros tipos de problemáticas associadas asituações tais como dependências físicas e psicológicas (eg. alcoolismo, toxicodependências), violência doméstica, dificuldades ligadas asituações de monoparentalidade,guarda de dependentes, dificuldades deinserção na cultura de acolhimento, outras problemáticas psicológicas (eg. depressão), etc. Para tal sistematização, será adequada a seguinte grelha, na qual se faz já um exercício de síntese das problemáticas face aumexemplo concreto:
Grupo
Principaisproblemas (quantificados e qualificados)
Recursos
Causasprováveis
Necessidades
disponíveis
identificadas
Mulheresadultas,
Baixosníveis
- EscolasEB1e EB2,3
- Soluçãoformativa
desempregadas de longa duração, membros de uma comunidade cigana
escolarprecoce de escolaridade com cursos nocturnos -Inadequação dopúblico-alvo paraadultos - 100% dopúblico-alvo do sistema educativo com escolaridade formal igualou inferior 9 anos; -Faltade expectativas 88 % comescolaridade faceàutilidade real igualou inferior a 4 anos daescolarizaçãopor parte
com componente escolar bem desenvolvida - Propostas formativas de dupla certificação
Elevadonúmero
- Insucessoeabandono
dopúblico-alvo - Pressãosocial da comunidade cigana (a escolarizaçãonão faz parte do papel social dopúblico-alvo) - As famíliasnumerosas
- Centro de Dia, Creche - Soluções e ATL no Centro Paroquial de guarda
de dependentes acargo (crianças ou idosos/as), limitando adisponibilidade para actividadesfora decasa - 87% detémtrês ou maisdependentes acargo
sãoumatradição cultural dazona - Pressãosocial dacomunidadena guarda - Como asfamílias dos dependentesnafamília são alargadas, podem
...
...
(não é valorizada a“institucionalização” dedependentes)
também mobilizar-se elementos da família como apoio, designadamente, irmãos/ãs ou primos/as maisvelhos/as, em determinado horário
...
de dependentes durante ashoras de envolvimento na intervenção formativa - Horários da intervenção formativa adequados
...
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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico
g) Quaisas problemáticasa priorizar? A sistematização dos dados exige uma hierarquização de prioridades que suporte uma adequada tomada de decisão. Este exercício é tanto mais necessário num contexto de multidimensionalidade de factores associados aos contextos de exclusão social, como já referido. Éadequado também quandoé alargado o âmbito de acção da entidade, exigindo opções claras quanto às prioridades de acção. Neste sentido, é necessário um exercício que apoie uma orientação e uma não perda na multiplicidade de problemas eventualmentesinalizados.
A partir do exemplo apresentado na grelha anterior, apresentemos um excerto de uma Grelha de Hierarquização de Prioridades de Intervenção. A forma de preenchimento desta grelha assenta em vários juízos devalor relativos acada problema identificado6.
6 Ver Instruções de Preenchimentoda grelha nosInstrumentos de Apoiono final destadimensão crítica.
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Critérios Dimensão
Gravidade
Problemas Problema 1: Baixos níveis de escolaridade do público-alvo
5 (100% do público-alvo com escolaridade igual ou inferior 9 anos; 68 % com escolaridade igual ou inferior a 4anos)
Problema 2: Elevado número de dependentes acargo (crianças ou idosos/as, limitando a disponibilidade para actividades fora de casa)
5 (87% detém três ou mais dependent es acargo)
4 (a gravidade temsido crescente, já que aescolaridade tem-lhes sido exigidapara afrequência de cursos de formação profissional, exigência do Rendimento Socialde Inserção) 2 (não há relutância emdeixar os dependentes acargo de infraestruturas sociais)
Recursos*
Sensibilida Sensibilida Média de de População Técnicos/as Atingida* e Decisores/as*
3 (EscolasEB1 eEB2,3 com cursos nocturnos paraadultos)
4 (o público-alvo não sente forte necessidade intrínseca para aumentar o seunível de escolaridade; asexigências são externa)
3 (este problema é considerado delicado, masnão uma prioridade daintervenção)
3,8
1 (Centro de Dia, Creche e ATL no Centro Paroquial da zona; como asfamílias são alargadas, podem também mobilizar-se elementos da família comoapoio, designadamen te, irmãos/ãs ou primos/as mais velhos/as, em determinado horário)
3 (O público-alvo considera esta condição como uma limitação na participação em intervenções educativas/ formativas)
1 (os financiadores já contemplam gastos comguarda de dependentes)
2,8
...
* Notaçãoinversa
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Neste momento, temos dados mais precisos relativamente ao contexto objecto de intervenção, dados esses que permitem distinguir claramente quais as problemáticas às quais devem ser dadas respostas de natureza formativa equais asquedevem ter outrotipo de respostas. A identificação doque podemos designar, grosseiramente, denecessidades sociais, permite: i) distinguilas das necessidades formativas propriamente ditas; ii) identificar aquelas às quais deve ser prevista, na intervenção formativa, uma resposta imediata, sob pena de comprometer o sucesso desta7; iii) e antecipar cenários de influência (negativa) de outras sobre a intervenção formativa, criando ruído e, eventualmente, comprometendo o sucesso da mesma. Esta caracterização coloca a equipa em alerta e torna-se conhecedorado contextocomplexo noqual semove.
Com ainformação recolhida, épossível organizar as necessidadesidentificadas em trêsgrandescategorias: a)As necessidades às quais serão dadas respostas pela via da formação necessidades formativas b) As necessidades para asquais há aimplementar estratégias deresolução, sob pena de afectarem o sucesso da intervenção formativa - necessidades sociais básicas c)Outras necessidades sociais que exigem intervenções mais complexas e de natureza social/comunitária (cujo aprofundamento não tem lugar no presente Guia)
A multidimensionalidade dosproblemas exige multidimensionalidadede intervenções, comovimos. Tal facto resulta em duas grandes conclusões: (1) uma intervenção formativa de qualidade não é por si só suficiente e eficiente para uma inserção social completa de uma pessoa ougrupo em exclusão social; (2) uma intervenção formativa de qualidade e eficiente dirigida a grupos sociais desfavorecidos tem que, igualmente, responder a necessidades sociais básicas prementes e emergentes no quotidiano dos/as Formandos/as eda formação,como veremosadiante. No entanto, a estreita articulação das intervenções formativas com outras intervenções promotoras de inserção social não impede que sejam perspectivadas com limites bem definidos. No contexto do presente Guia, abordamos única e exclusivamente a preparação, desenvolvimento e avaliação de uma intervenção formativa, pelo queela deveser encaradacomo tal.
7 O exemplo do cuidado com dependentes é muito ilustrativo: sem condições de guarda de crianças, está, à partida comprometida a assiduida-
de/pontualidade de formandas,ou até mesmoa sua participaçãonuma intervenção formativa.
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h) Quais as necessidades a colmatar pela via da formação?
O passo final será o de sintetizar o conjunto de necessidades de formação de acordo com asseguintes categorias: Categoria Níveis de escolaridade Áreas de formação técnica
Necessidades Anos de escolaridade frequentados e completados pelo público-alvo Frequência de cursos de formação profissional pelo público-alvo
Competências sociais e relacionais
Listagem genérica de competências sociais e relacionais consideradas em falta no público-alvo
Necessidades sociais básicas
Lista de necessidades sociais ater em conta no desenho da solução formativa.
Esta síntese permiteapontar grandes orientaçõespara o desenhode propostas formativasadequadas. Mas antes, procede-se igualmente a um diagnóstico de necessidades individuais (aproveitando o contacto que já se estabeleceu com o público-alvo), bem como a um diagnóstico de necessidades formativas do meioque proporciona dadose contactos conducentesà futura inserçãoprofissional dos/as Formandos/as. O diagnóstico de necessidades de formação prévio à intervenção deve resultar na listagem de um conjunto de competências adquiríveis por meio da formação e mobilizáveis na experiência de inserção profissional. O objectivo último de uma análise de necessidades de formação é chegar a objectivos de formação pertinentese realistas(De Ketele,1995) ancoradosnas competênciasa desenvolver. Nesta primeira fase de diagnóstico social, chegamos a um conjunto de dados e orientações genéricas para a acção.O diagnóstico individuale denecessidades de formaçãodo mercado permitirãosinalizar um conjunto mais detalhadode competências adesenvolver por viada formação.
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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico
PREPARAR A PRÁTICA… Na presente Dimensão Crítica, apontam-se propostaspráticas que devemser apropriadas eadequadas às realidades concretas de cada contexto social e formativo. Caso as considere pertinentes para a sua prática, propomos quereflicta sobre comoapropriar-se daspropostas apresentadas. >Síntese do ponto: check-list das principais tarefas
Identificar e caracterizar os actores locais Consultar os actores locais Analisar asredes de actores Definir áreas de colaboração Constituir uma Comissão de Diagnóstico Sinalizar problemáticas do contexto social Delinear um plano de diagnóstico Delimitar e caracterizar o grupo-alvo Priorizar asproblemáticas do grupo-alvo Sintetizar as necessidades do grupo-alvo
> De entre as principais tarefas da presente Dimensão Crítica: – Quedificuldades encontro para“fazer” o que éproposto? – Oque consideroprioritário fazer? – Quemudanças implicam aimplementação prática daspropostas (em quê,como ecom quem)? – Quaisas vantagense quaisasdesvantagensde implementaro queé proposto?
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Colecção Metodologias
INSTRUMENTOS DE APOIO
> Ficha de Actores
[Esta imagem da Ficha de Actores é um exemplo de um formulário construído através de uma aplicação informática para a construção de bases de dados]
> Quadro-síntese dos actores Actores/entidades
...
Natureza daentidade/missão
...
Mais-valias (para aintervenção)
...
Expectativas (de colaboração)
...
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Formação para a Inclusão - Guia Metodológico
> Quadro de apoio àconstituição da Comissão deDiagnóstico
Pessoa a convidar
Mais-valia para a comissão
Observações
Resultado
[Coord. daComissão] [Nome] [Entidade/grupo] [Contacto] [Nome] [Entidade/grupo] [Contacto] ...
> Plano de diagnóstico (I) Enquadramento da problemática
> Plano de diagnóstico (II) Recursos Agregação Fonte Métodos Áreas Finan das s de de recolha aexplorar problemática informação dedados Humanos ceiro s s
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Potencial uso dosdados
Calendari - zação
Total Sexo
Idade
F M [x-y] (Grupo 1)
Escolaridade
[w-z] 1ºC 2ºC 3ºC Sec. E.S.
Qualificação I
II
Situação perante o emprego
III Desocupado/a Empregado/a Desempregado/a DLD
N* %
(Grupo 2)
N* %
...
N* % TOTAL
N*
% * Na ausência de números absolutos, registar estimativas.
> Grelha-síntese das problemáticas do grupo-alvo
Grupo
Principais problemas (quantificados equalificados)
... (Adaptado de Formulários Programa Escolhas 2ª Geração, 2004)
Causasprováveis
Recursos disponívei s
Necessidad es identificadas
Colecção Metodologias
> Quadro de caracterização do público-alvo
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> Grelha de Hierarquização de prioridades de intervenção Critérios Dimensão
Problemas
Gravidade
(conforme quadro anterior)
Recursos*
Sensibilida Sensibilida Média de de População Técnicos/as Atingida* e Decisores/as*
Problema1 Problema2 Problema3 ... (Adaptado de Guerra, 2000) * Notação inversa (de acordo com as Instruções).
Instruções da Grelha de Hierarquização de Prioridades de Intervenção -Deve atribuir-se uma pontuação de 1 a 5 para cada um dos critérios de hierarquização. No final, a hierarquização das problemáticas tem por base a ordenação decrescente dasMédias alcançadas. Significado decadaCritério: -
Dimensão- pesoda populaçãoatingida Gravidade - ponderação qualitativa (um juízo de valor) quanto àdimensão da problemática - Recursos - avaliação relativa àexistência de recursos mobilizáveis (recursos inacessíveis sãopartedo problema enão da solução) -Sensibilidade da população atingida e dos técnicos e decisores - avaliação relativa aograu departicipação/mobilização destes actores -Os três últimos critérios devem ter uma notação inversa: ou seja, quanto maior o número de recursosdisponíveis e mobilizáveis,menor a ponderação; quanto maior a sensibilidade dos actores sociais para o problema em análise, menor a ponderação. -Quando estamos perante mais do que um grupo-alvo prioritário, é desejável preencher umagrelha por grupo.
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