ISSN 1646-5660
Anta Torre de Ervedal 4
Anta Passarinhos
Anta Olival da Anta
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intervenção
plano de gestão e valorização de sítios e monumentos arqueológicos património megalítico Consciente da importância científica e cultural do seu legado, o Município de Avis tem promovido, na última década, um conjunto de acções orientadas para o estudo e preservação do património arqueológico local. Considerando o enquadramento arqueológico do concelho, assim como as estratégias de investigação desenvolvidas através do Centro de Arqueologia, foi desenvolvido o Plano de Gestão e Valorização de Sítios e Monumentos Arqueológicos (PGVSMA). O PGVSMA visa a criação das bases para um modelo de gestão da intervenção arqueológica onde se promova a articulação entre a componente científica e as vertentes pedagógica, cultural e turística, constituindo, assim, um instrumento essencial que possibilitará não só apresentar e implementar medidas que contribuam para a salvaguarda e valorização do património local, mas também avaliar e adequar, de forma permanente, as suas orientações face ao avanço da investigação e em função das opções estratégicas que daí advêm. A aplicação do PGVSMA garante a protecção e conservação dos locais abrangidos e assume um papel determinante na partilha desse legado através da compreensão e usufruto por parte da comunidade em geral, contribuindo para a edução patrimonial e dinamização cultural e turística do concelho. A sua eficácia passará obrigatoriamente pelo envolvimento e participação dos agentes locais, em particular os proprietários e os arrendatários, assim como a comunidade local, que, por vivenciarem diariamente os territórios onde se encontram os sítios e monumentos abrangidos pelo plano, constituem parte activa na salvaguarda e valorização desses locais. A implementação do PGVSMA irá contribuir não só para a conservação e interpretação dos sítios e monumentos arqueológicos, mas também para estabelecer e reforçar a relação com a comunidade local e para afirmar a relevância cultural e turística do património arqueológico,
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evidenciando, assim, os valores intrínsecos de cada sítio e descodificando o seu significado numa linguagem inteligível ao grande público. As acções previstas têm como objectivo final a criação de um roteiro do património arqueológico do concelho de Avis. A primeira fase de desenvolvimento do PGVSMA, a realizar entre 2016 e 2018, está orientada para a valorização do património megalítico do concelho de Avis, integrando-se, como componente complementar, no projecto de investigação “Território e espaços de morte da Pré-História Recente. Contributo para uma nova leitura do povoamento megalítico no concelho de Avis”. Os trabalhos que se pretendem realizar têm como objectivo geral promover a conservação de alguns dos mais relevantes monumentos do concelho, criando simultaneamente as condições necessárias para usufruto e, deste modo, converter os locais num elemento complementar à oferta cultural e turística disponível do concelho de Avis. Os primeiros trabalhos foram iniciados no dia 29 de Março de 2016 e contaram com o apoio da equipa de Sapadores Florestais. Só assim foi possível proceder às primeiras acções de desmatação e limpeza de monumentos, em particular de alguns dos exemplares que se encontravam em condições mais desfavoráveis. Ainda em 2016 pretende-se implementar algumas das medidas de conservação prevista no PGVSMA, nomeadamente a reposição/colocação de materiais de contenção da vegetação e a definição dos perímetros de protecção
aos
monumentos,
realizando-se,
simultaneamente, a actualização dos registos arqueológicos, fundamentais para a preparação de conteúdos de divulgação que se pretende disponibilizar brevemente. Em 2016 foram selecionados como objecto de intervenção as antas Torre de Ervedal 4, Passarinhos 1, Olival da Anta, Penedo da Moura, Horta da Palha, Coutada e Cumeada.
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Anta Horta da Palha
investigação
arte rupestre no concelho de avis uma primeira síntese dos dados disponíveis A localização privilegiada de Avis numa zona de
quase total ausência de referências a rochas gravadas.
transição confere a este território uma riqueza e
Perante esta carência de informação, era fundamental
diversidade naturais que, desde cedo, determinaram a
compreender se o fenómeno estava efectivamente ausente
presença de diferentes comunidades humanas. A área em
na área em estudo ou se nos trabalhos desenvolvidos estas
estudo constitui, por isso, uma zona fundamental para a
realidades não foram consideradas para efeitos de registo.
compreensão dos processos de relação inter-regional,
Ao longo da última década foram documentadas
sendo essencial compreender qual o seu papel e a sua
diversas evidências que reflectem a diversidade
importância nos eixos de circulação do interior, em
arqueológica desta região. A Carta Arqueológica de Avis, e
particular durante a pré-história.
mais recentemente o projecto “Território e espaços de
Apesar das evidências de uma ocupação recuada, o facto
morte na pré-história recente. Contributo para uma nova
é que os vestígios mais antigos não se encontram ainda
leitura do povoamento megalítico no concelho de Avis
suficientemente documentados. Os indícios da presença
(TEMPH)”, vieram confirmar a existência de diversas
humana tornaram-se mais representativos na Pré-História
gravuras rupestres, reveladoras de um potencial
Recente. A distribuição do povoamento, associado em
arqueológico que até então permanecia desconhecido.
grande parte aos monumentos megalíticos de cariz
As gravuras identificadas enquadram-se na ocupação
funerário, é acompanhada por outras formas de ocupação
pré-histórica do concelho, acompanhando, em parte, a
do território, onde se integra a arte rupestre.
distribuição das estruturas funerárias. Os motivos mais
Nos diversos trabalhos publicados sobre o concelho de
frequentes correspondem a covinhas, embora comece a ser
Avis, e em particular sobre o megalitismo, era notória a
cada vez mais evidente a existência de outros grafismos,
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num universo que se revela potencialmente diversificado. Distribuídas pelas principais linhas de água que atravessam o concelho e pelos seus principais afluentes, as
funerários, sendo gravadas em afloramentos ou blocos localizados em locais estratégicos e/ou destacados na paisagem.
rochas gravadas abrem assim uma nova perspectiva sobre a
Independentemente do seu enquadramento, as
diversidade de formas de ocupação e relação com o
diferenças registadas ao nível do diâmetro, profundidade,
território e a paisagem durante a pré-história recente.
disposição e distribuição das covinhas, constituem indícios,
Pelas suas características e tendo em consideração os
juntamente com a diversidade de contextos a que se
contextos a que se encontram associados, os motivos
encontram associadas, de funcionalidade e simbolismo
identificados refletem um simbolismo multifacetado.
múltiplos. A proximidade aos cursos de água constitui um elemento
Breves considerações sobre os
dominante, facto já verificado no caso das estruturas megalíticas. A implantação dos locais com gravuras terá
Resultados obtidos
sido determinada pela presença da água, elemento
O conjunto de arte rupestre registado para Avis
dominante para o conjunto registado, sendo, em algumas
caracteriza-se pela ocorrência de motivos gravados ao ar
situações, reforçada pela visibilidade topográfica ou
livre, isolados ou agrupados, tendo como suporte
estratégica.
preferencial o granito, embora tenha sido também
A água assume, assim, um papel delimitador de
identificada a utilização de xisto. A gravação é realizada
territórios, determinando a distribuição das comunidades.
preferencialmente em superfícies horizontais, verificando-
Neste contexto, as rochas gravadas reafirmam essa
se alguns casos em que os motivos foram gravados em
organização da paisagem, através da apropriação de locais
superfícies verticais.
estratégicos relacionados com as principais linhas de água e
As ocorrências registadas correspondem, na sua quase
respectivos afluentes.
totalidade, a covinhas, as quais surgem associadas a
As rochas gravadas vêm, deste modo, reforçar a
contextos funerários, directamente nos monumentos
apropriação do espaço e a coesão territorial entre áreas de
megalíticos ou na sua envolvente, e a contextos não
habitat, necrópoles, locais temporários, zonas de captação
Painel com covinhas. Monte da Horta 1.
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Painel com covinhas. Horta das Rosas 1.
de recursos e zonas de circulação, permitindo a ampliação de territórios de influência e de circulação. A identificação destas realidades assume, por isso, um papel essencial para uma melhor compreensão da distribuição das comunidades humanas e dos territórios. Apesar das covinhas constituírem um tema recorrente nas rochas gravadas em Avis, a identificação de outros motivos indicia uma diversidade temática da arte rupestre na área em estudo. Até ao momento registaram-se a ocorrência de cruciformes, linhas e motivo compósito, este último gravado num monólito integrado em estrutura tumular.
Algumas notas finais
Painel com covinhas. Enxara 3 (anta).
Os trabalhos desenvolvidos ao longo da última década em Avis evidenciam a relevância arqueológica do território em estudo, pelo que os novos dados assumem um papel significativo no conhecimento da ocupação pré-histórica da região, contribuindo para uma melhor compreensão da distribuição das comunidades pré-históricas e da utilização/organização do território. Os dados reunidos resultam do trabalho de investigação promovido pelo Município de Avis, demonstrando não só o potencial arqueológico desta região, mas também a importância do desenvolvimento de uma intervenção continuada e a afirmação da investigação promovida a nível municipal.
Painel gravado com linhas. Montinho 2.
A orientação da investigação numa perspectiva de continuidade e o constante aperfeiçoamento das metodologias e leituras aplicadas possibilitou, de forma progressiva, a revisão da informação existente, a ampliação da investigação e a introdução de novos temas de pesquisa, numa permanente actualização da informação que se tem vindo a revelar fundamental na compreensão das dinâmicas associadas ao povoamento durante a pré-história recente.
RIBEIRO, A. (no prelo) -“Arte rupestre no concelho de Avis. Análise preliminar da distribuição das gravuras rupestres no contexto do povoamento megalítico”, in Actas do III Congresso Internacional de Arqueologia de Transição. Estratégias de Povoamento.
Painel gravado com covinhas e figura compósita. Coutada (anta).
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da terra uma década a contribuir para a promoção e valorização da arqueologia e do património arqueológico local
Em 2016 assinala-se uma década do boletim municipal de arqueologia DA TERRA. O primeiro número foi lançado no dia 18 de Maio de 2006, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, associado à inauguração da exposição “Descobrir a Arqueologia, patente no então Museu de Avis | Etnografia e Arqueologia, e onde se encontra agora instalado o Museu Agrícola de Avis. A criação do boletim resultou da conjugação de diversos factores. O desenvolvimento da actividade arqueológica promovida pelo Município aumentava progressivamente o conhecimento que se tinha do património local. Simultaneamente, as actividades de divulgação e valorização multiplicavam-se, assim como as iniciativas de carácter pedagógico. O contexto afigurava-se, por isso, propício à apresentação de uma edição que, periodicamente, assegurasse o contacto com a comunidade, que assim poderia acompanhar a evolução dos trabalhos, as iniciativas desenvolvidas e os projectos em curso. Inicialmente pensado como uma publicação semestral de dimensão reduzida, o boletim converteu-se rapidamente numa publicação anual, aumentado o seu formato e, consequentemente, o seu espaço dedicado à Arqueologia, o que possibilitou diversificar conteúdos, respondendo às necessidades de divulgação dos diversos trabalhos desenvolvidos pelo serviço de Arqueologia do Município de Avis. Criou-se, assim, um elo regular com a comunidade, renovado e reforçado em cada edição.
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em destaque
Edições de 2006 (primeiro e segundo número)
2007: novo formato e formato alargado
2011: nova imagem
Em 2011, e na sequência da abertura do Centro de
Os textos apresentados procuram sintetizar os
Arqueologia de Avis, DA TERRA torna-se assim a sua face de
resultados dos projectos e das intervenções realizados,
divulgação para o público em geral.
apresentar a evolução dos trabalhos assim como os
Desde o seu lançamento em 2006 até hoje procurou-se
projectos em preparação ou a implementar. Igualmente
cumprir a sua periodicidade e a variedade de conteúdos.
importantes são as iniciativas e o serviço pedagógico ou as
Esta regularidade e continuidade editoriais que o boletim
acções de valorização e divulgação do património
tem procura do assegurar ao longo de uma década foi
arqueológico local, temáticas que têm, em cada edição, um
interrompida em 2007.
espaço reservado.
Apesar da interrupção, o boletim regressou em 2008,
Inteiramente assegurado pela equipa de arqueologia,
afirmando a sua consistência e credibilidade, constituindo
desde a produção de conteúdos até à sua impressão e
uma das publicações municipais mais requisitadas. Neste
distribuição, o boletim traduz a dedicação e o empenho na
momento, as edições em papel ultrapassaram já os 3 mil
concretização e difusão dos diversos trabalhos
exemplares distribuídos.
arqueológicos promovidos pelo Centro de Arqueologia de
Em 2014 foi disponibilizada a primeira versão digital da
Avis, assim como do seu vasto património local.
publicação, a qual veio contribuir para uma maior difusão
Ao fim de dez anos considera-se que o boletim
dos conteúdos publicados, assegurada pela colocação
desempenhou um papel fundamental no diálogo com a
online e de acesso livre da versão integral e completa de
comunidade e na sua aproximação à Arqueologia.
cada número do boletim, incluindo das edições mais antigas. Tendo começado por ser um projecto que procurava, sobretudo, sintetizar resultados e sensibilizar a
Por essa razão, mantém-se e renova-se, por mais uma década, o desafio DA TERRA: contribuir para que o património arqueológico do concelho seja cada vez mais sentido como património colectivo.
comunidade para o património arqueológico, o boletim rapidamente se converteu num espaço que tem vindo a consolidar a importância da arqueologia desenvolvida a nível local.
https://issuu.com/centrodearqueologiaavis
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projecto temph alguns apontamentos sobre a campanha 02
Em 2016 foi iniciada a segunda campanha do projecto de investigação “Território e espaços de morte na Pré-História Recente. Contributo para uma nova leitura do povoamento megalítico no concelho de Avis (TEMPH)”. O projecto pretende, nesta sua fase inicial, dar continuidade aos trabalhos encetados com a Carta Arqueológica de Avis, de uma forma sistemática e devidamente enquadrada, de modo a aprofundar o conhecimento, numa perspectiva de conjunto, das diferentes modalidades de ocupação durante a pré-história recente e a compreender a relevância e o significado dos espaços de morte na organização da paisagem no território que hoje corresponde ao concelho de Avis. Nesta campanha, ainda a decorrer, foram já registadas 30 ocorrências, na sua totalidade correspondentes a sítios inéditos, dos quais 26 são integráveis no período cronológico abrangido pelo projecto. Registaram-se ainda 4 achados de cronologia mais recente e que serão integrados no inventário geral do património arqueológico de Avis. Dos locais pré-históricos 2 evidenciam também indícios de ocupação posterior. Contrariamente ao que sucedeu na campanha anterior, assim como na Carta Arqueológica, uma parte significativa das ocorrências registadas corresponde a espaços habitacionais. A identificação de vários locais com indícios de
ocupação
habitacional,
permanente
ou
semipermanente, abre uma nova perspectiva para o conhecimento do povoamento pré-histórico. Painel com covinhas associados a vestígios de ocupação pré-histórica
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caderno de campo
Salienta-se ainda a identificação de mais 2 monumentos megalíticos e de 5 novos locais com arte rupestre. No âmbito desta campanha foi ainda elaborado o “Plano de Gestão e Valorização de Sítios e Monumentos Arqueológicos”, cuja primeira fase de implementação foi direcionada para o Património Megalítico. A introdução desta componente no âmbito do projecto possibilitaou
ampliar
a
esfera
de
actuação,
complementando o trabalho de investigação com uma importante componente de valorização e divulgação, em grande parte direcionada para um público não especialista. Esta opção deve-se não só à necessidade de promover a conservação de alguns dos sítios, mas também à
Recolha e triagem de materiais em campo
necessidade de retorno social dos projectos de arqueologia e à estratégia que tem sido adoptada pelo Município de Avis de promover a aproximação da comunidade ao património arqueológico. Os trabalhos realizados entre Julho e Agosto contaram com a colaboração dos Jovens em Movimento: Filipe Oliveira, João Pedro Pinto, Orlando Martins, Rita Bastos e Sofia Ruivo. Os resultados obtidos nesta campanha permitirão orientar novas estratégias no estudo do povoamento megalítico no concelho de Avis.
Recipiente de cerâmica manual com decoração
Indícios de ocupação pré-histórica e mais recente
Manutenção de Anta Horta da Palha
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mosteiro de são bento de avis trabalhos de 2016 Os trabalhos de escavação no Mosteiro de São Bento de Avis foram retomados em mais uma campanha, iniciada em Julho de 2016. A intervenção, a decorrer na fracção contígua ao Museu do Campo Alentejano, contou com a colaboração, nos meses de Julho e Agosto, dos Jovens em Movimento: Filipe Oliveira, João Pedro Pinto, Orlando Martins, Rita Bastos e Sofia Ruivo. O plano de trabalhos para esta campanha foi desenvolvido na sequência dos resultados obtidos em 2015, tendo sido dada prioridade à definição de estruturas, em particular na zona norte da intervenção, e à recolha de elementos que auxiliassem a caracterização cronológica e cultural dos níveis intervencionados. Removidos os níveis de enchimento e definidas, com maior rigor, as estruturas que se encontram nesta zona, a intervenção prosseguirá agora com a escavação de áreas estratégicas para a compreensão da sucessão de ocupação desta fracção monástica. A cultura material associada às zonas intervencionadas continua a revelar-se em número reduzido, mas associada a algumas peças que poderão auxiliar a caracterização deste espaço. Os resultados obtidos nesta campanha vêm confirmar o potencial arqueológico do conjunto monástico de São Bento de Avis e reforçar a importância da continuação dos trabalhos arqueológicos. A relevância científica e cultural das evidências colocadas a descoberto fazem deste espaço um dos eixos prioritários de investigação do CAA, que incorpora obrigatoriamente um programa de conservação e requalificação com vista à valorização desta fracção.
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diรกrio de campanha
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divulgação científica de resultados Évora acolheu, nos dias 28, 29 e 30 de Abril de 2016, o III Congresso Internacional de Arqueologia de Transição, sendo esta edição subordinada ao tema Estratégias de Povoamento. O Centro de Arqueologia teve a sua participação com a apresentação “Arte rupestre no concelho de Avis. Análise preliminar da distribuição das gravuras rupestres no contexto do povoamento megalítico”. Esta participação teve como objectivo divulgar, junto da comunidade científica, a primeira síntese interpretativa da distribuição de rochas gravadas no concelho de Avis e cujos resultados decorrem dos trabalhos iniciados com a Carta Arqueológica de Avis e que actualmente se enquadram no projecto TEMPH. O conteúdo desta apresentação será publicado nas actas do encontro.
a arqueologia e a comunidade
O Centro de Arqueologia prossegue o seu contacto com a comunidade, assegurando, para isso, um programa de visitas orientadas às suas instalações.
Descobrir a Pré-História. Agenda Pedagógica 2015/2016
Estas visitas constituem a forma mais directa de relação com o público, dando a conhecer o trabalho desenvolvido localmente, assim como parte do património reunido. O circuito pelos diferentes espaços de trabalhos, nomeadamente reservas e laboratório, permitem um contacto directo com materiais arqueológicos e com etapas de trabalho por vezes desconhecidas. Privilegia-se, assim, um modelo de visita dinâmico e personalizado que contribua para uma aproximação à Arqueologia.
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Visita no âmbito de formação promovida pelo Centro de Emprego
breves
vias do património arqueológico do alentejo avis na rota d’ “os verdes”
No dia 20 de Maio de 2016, o Município de Avis recebeu uma delegação da Direcção Nacional do Partido Ecologista “Os Verdes”. Com esta visita, inserida num périplo ecologista pelo Alto Alentejo, “Os Verdes” iniciaram em Avis o seu percurso pelas “Vias do património arqueológico do Alentejo”,conhecendo o trabalho desenvolvido através de uma visita ao Centro de Arqueologia onde foi apresentado o trabalho realizado pela autarquia ao nível da investigação, preservação, valorização e divulgação do património arqueológico local. Abordaram-se temáticas diversas como o contributo da arqueologia para o desenvolvimento local, a importância da aproximação à comunidade e o seu envolvimento na preservação do património, as linhas de orientação da intervenção arqueológica e as dificuldades que limitam a arqueologia em geral e o papel das autarquias enquanto promotores da actividade arqueológica. Nesta conversa foram destacados alguns dos eixos de intervenção do Centro de Arqueologia, nomeadamente os projectos de investigação “Carta Arqueológica de Avis “, “Intervenção arqueológica no sítio arqueológico da Ladeira, Ervedal” e “Territórios e espaços de morte na PréHistória Recente”, o “Plano de Gestão e Valorização do Património Arqueológico”, iniciado em 2016, a acção preventiva, o serviço educativo e a divulgação científica e geral. A visita terminou em contexto de escavação arqueológica, mais precisamente na fracção monástica onde decorrem, desde 2012, os trabalhos arqueológicos desenvolvidos pelo Centro de Arqueologia.
agenda pedagógica propostas para 2016/2017 O Centro de Arqueologia colaborou, uma vez mais, na elaboração da Agenda Pedagógica, incluindo as seguintes actividades a desenvolver no ano lectivo de 2016/2017:
_ Pedras com História, visita a alguns dos mais relevantes exemplares do megalitismo do concelho de Avis _ Leitura Arqueológica do Centro Histórico de Avis,
_ Descobrir a Pré-História, iniciativa que procura dar a
visita orientada que pretende promover uma aproximação
conhecer alguns dos elementos que caracterizam a
ao Centro Histórico e às realidades que lhe conferem
ocupação pré-histórica do concelho de Avis
singularidade e riqueza histórica
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DA TERRA Boletim do Centro de Arqueologia de Avis Número 9, 23 de Setembro de 2016
intervenção plano de gestão e valorização de sítios e monumentos arqueológicos. património megalítico investigação arte rupestre no concelho de avis. uma primeira síntese dos dados disponíveis em destaque da terra. uma década a contribuir para a promoção e valorização da arqueologia e do património arqueológico local caderno de campo projecto temph. alguns apontamentos sobre a campanha 02 diário de campanha mosteiro de são bento de avis. trabalhos de 2016 breves divulgação científica de resultados a arqueologia e a comunidade vias do património arqueológico do alentejo. Avis na rota d’ “verdes” agenda pedagógica. propostas para 2016/2017
Edição Município de Avis Director Nuno Paulo Augusto da Silva | Presidente da Câmara Recolha e organização da informação Centro de Arqueologia de Avis Textos e concepção gráfica Ana Ribeiro Fotografia Arquivo Fotográfico Municipal _ Centro de Arqueologia de Avis Capa Anta da Cumeada Composição gráfica Centro de Arqueologia de Avis ISSN 1646-5660
Contactos Pátio das Cisternas 8, 7480-121 Avis Telefone/fax 242 412 219 arqueologia@cm-avis.pt