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II Encontro Portugal Megalítico Na sequência do lançamento do segundo circuito do roteiro megalítico “Entre Pedras e Pedrinhas - Circuito da Ribeira de Seda”, no dia 18 de Abril de 2018, a Plataforma Portugal Megalítico, projecto colaborativo para a divulgação do património megalítico existente em Portugal, elegeu Avis para a realização do seu segundo encontro, considerando a sua riqueza em património megalítico, assim como as acções que têm promovido a sua valorização e divulgação. O Centro de Arqueologia acolheu o encontro e orientou o programa da visita, organizada no dia 9 de Junho de 2018. A recepção do grupo decorreu no Centro de Arqueologia, com uma visita ao espaço e um breve enquadramento da Arqueologia do concelho. Seguiu-se a visita à Anta do Penedo da Moura, em Figueira e Barros e à Fundação Arquivo Paes Teles, em Ervedal. O mau tempo que se fez sentir impossibilitou a passagem pelas antas de Passarinhos 1, Olival da Anta e Torre de Ervedal 1. Após o almoço, o encontro continuou no Núcleo Megalítico da Ordem, em Maranhão, e terminou no Moinho do Duque, situado nas imediações desse conjunto.

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breves

Peça do mês

Ao longo de 2018 o Centro de Arqueologia de Avis divulga, mensalmente uma peça do seu acervo.

Património arqueológico acessível

A iniciativa, inserida na programação do Ano Europeu do Património Cultural 2018 (AEPC 2018), tem como objectivo partilhar a riqueza e a diversidade do património arqueológico local, renovando, deste modo, as suas formas de partilha de informação com o público. Durante 12 meses pretende-se documentar os principais momentos de ocupação humana do território através de alguns dos artefactos mais representativos, assim como os diferentes tipos de locais registados, apreendidos pelos diversos trabalhos realizados ao longo de mais de uma década. A Peça do Mês encontra-se fixada no Posto de Turismo de Avis e está disponível no facebook do Centro de Arqueologia e no site do Município. O artefacto selecionado encontra-se em exposição no Centro de Arqueologia, onde poderá ser conhecido de forma mais detalhada.

Património arqueológico

O Plano de Gestão e Valorização de Sítios e Monumentos Arqueológicos - PGVSMA foi integrado na edição de Setembro de 2017, n.º 50, do Boletim "Boas práticas em municípios ECOXXI". Exemplo de uma das acções de sensibilização promovidas pelo Município, o PGVSMA constitui um importante instrumento para a gestão e a valorização do património arqueológico local. A implementação do PGVSMA prosseguiu, em 2018, com a edição de mais um circuito megalítico, e com a conservação de monumentos megalíticos, acção a realizar até ao final do ano e orientada para o Núcleo Megalítico da Ordem, com o apoio dos Sapadores Florestais de Avis.

Clube Europeu assinala Dia da Europa Para assinalar o Dia da Europa, o Clube Europeu do Agrupamento de Escolas de Avis organizou um conjunto de iniciativas realizadas no dia 9 de Maio de 2018. Convidado a juntar-se a este programa, o Centro de Arqueologia de Avis associou-se à iniciativa, apresentando uma palestra dedicada ao património megalítico do concelho, inserindo-se, assim, no Ano Europeu do Património Cultural.

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divulgação

Apresentação científica de resultados

Uma vez mais o Centro de Arqueologia esteve presente em algumas iniciativas de divulgação científica, entre as quais se destacam: _ A participação no II Congresso de Arqueologia da Associação dos Arqueólogos Portugueses, realizado entre 22 a 26 de Novembro de 2017, com a apresentação do poster: “O povoamento neolítico em Avis: uma análise preliminar dos dados disponíveis”; _ A participação no IV Encontro de História e Património, organizado pelo Arquivo Municipal de Ponte de Sor, e que decorreu no dia 6 de Janeiro de 2018, na Biblioteca Municipal de Ponte de Sor, com a comunicação “Entre Pedras e Pedrinhas. Construção de um Roteiro Megalítico em Avis”; _ A participação no II Congresso Internacional O Montado no desenvolvimento rural do Sudoeste Peninsular, realizado nos dias 20 e 21 de Setembro de 2018, em Ponte de Sor e Coruche, com a comunicação “O Complexo do Pedrogão no contexto das primeiras sociedades camponesas: breves notas sobre o povoamento neolítico no concelho de Avis”. Foram igualmente publicadas sínteses de resultados: _ “O povoamento neolítico em Avis: uma análise preliminar dos dados disponíveis, artigo que pode ser consultado em: https://www.academia.edu/35428172/O_POVOAMENTO_NEOL%C3% 8DTICO_EM_AVIS_UMA_AN%C3%81LISE_PRELIMINAR_DOS_DADOS_ DISPON%C3%8DVEIS _ “Entre Pedras e Pedrinhas. Construção de um Roteiro Megalítico em Avis”, disponível em https://issuu.com/almadan/docs/almadanonline22_2. Este último artigo mereceu destaque pelo editor, tendo sido selecionado como tema de capa.

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caderno de campo

Colaboração dos Jovens em Movimento na campanha de 2018

O Centro de Arqueologia integrou, uma vez mais, o programa municipal “Jovens em Movimento”. Os participantes foram incluídos na equipa do Centro de Arqueologia e, entre Julho e Setembro de 2018, colaboraram na escavação que se encontra a decorrer no Mosteiro de São Bento de Avis, assim como nos trabalhos de prospecção associados à quarta campanha do projecto de investigação “Territórios e espaços de morte na Pré-História Recente TEMPH”. Para além da componente de trabalho de campo, foram desenvolvidas acções de tratamento e acondicionamento de materiais arqueológicos e de manutenção do Centro de Arqueologia. Como tem vindo a ser habitual, promoveu-se também a visita a alguns sítios e monumentos arqueológicos do concelho de Avis. A participação dos Jovens Movimentos nos projectos arqueológicos desenvolvidos pelo Centro de Arqueologia tem sido fundamental para a evolução dos trabalhos e da investigação.

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Os trabalhos realizados em 2016 e 2017 no âmbito do projecto de investigação “Território e espaços de morte na p ré - h i stó r i a re c e nte - T E M P H ” re ve l a ra m - s e determinantes, não só pelo aumento expressivo de sítios com potencial arqueológico, associados à Pré-História, mas, em particular, pela tipologia e enquadramento cronológico de um conjunto considerável de achados. Testemunhos destes momentos marcantes para o estudo da ocupação humana no concelho encontram-se agrupados no Complexo do Pedrogão, distribuídos na Ribeira de Seda, tendo sido identificados posteriormente outros focos de ocupação, associados a outras zonas do concelho e que se afiguram coevos.

O modelo de ocupação registado no Complexo do Pedrógão foi verificado em outras zonas do território detentoras de características naturais semelhantes: ocupam zonas baixas, localizadas junto às margens da ribeira, sem condições naturais de defesa ou domínio visual, distribuindo-se pelas orlas de granitos que ladeiam as linhas de água. O resultado foi sem dúvida estimulante: foram identificados novos focos de ocupação, associados à Ribeira de Sarrazola, subsidiário da Ribeira de Seda, e à Ribeira Grande, na envolvente ao povoado da Ladeira e numa das zonas onde se verifica uma concentração significativa de monumentos megalíticos. Na Ribeira de Sarrazola, próximo do Complexo do Pedrogão, uma mancha de ocupação, aparentemente isolada, verificando-se a ocorrência de vestígios pontuais na sua envolvente . Na Ribeira Grande a ocupação Pré-Histórica torna-se

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investigação

TEMPH Novos locais com indícios de ocupação préhistórica mais evidente. Para além dos monumentos megalíticos e dos vestígios de habitat anteriormente registados, do qual se destaca o povoado da Ladeira, os trabalhos realizados recentemente forneceram um importante conjunto de ocorrências, cuja extensão e caracterização são, no entanto, condicionadas pelo elevado nível de depósitos fluviais que se verifica nesta ribeira. A montante da Ladeira encontra-se o conjunto das Malhadas. Constituído por oito manchas de ocupação, concentra-se na margem esquerda da ribeira, detendo sobre ela um excelente domínio visual. Nos locais predominam os fragmentos cerâmicos, ocorrendo, com menos frequência, utensílios líticos e subprodutos de talhe. Um dos sítios evidencia um painel gravado com covinhas. A jusante da Ladeira verificou-se a existência de locais com testemunhos pré-históricos, num total de 18, agrupados no conjunto Torre de Ervedal, Brejos, Azenhas e Horta das Rosas. Tratam-se de locais onde os vestígios são,

regra geral, pouco frequentes, facto que se deve em grande medida aos depósitos fluviais que cobrem grande parte das áreas suscetíveis de conservar evidências de ocupação. Por conseguinte, para esta zona o mapeamento dos locais é o mais impreciso, devido à dificuldade em identificar materiais à superfície. Também aqui foram registados painéis gravados associados a locais de ocupação. O projecto veio demonstrar que a investigação desenvolvida em regime de continuidade permitiu um contacto permanente com o território, que se traduz num conhecimento cada vez mais detalhado das particularidades que caracterizam o território e dos diferentes momentos de ocupação aí registados.

Síntese da comunicação apresentada no II Congresso Internacional O Montado no desenvolvimento rural do Sudoeste Peninsular, realizado nos dias 20 e 21 de Setembro de 2018, em Ponte de Sor e Coruche,

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em destaque

O retorno social dos trabalhos arqueológicos é fundamental para criar e manter um elo de ligação entre a Arqueologia e a comunidade. Por conseguinte, o Centro de Arqueologia tem privilegiado, no desenvolvimento das suas actividades, o contacto dirceto com o público, em particular com o público escolar. Ao longo do tempo verificou-se um incremento das iniciativas educativas, assim como um aumento dos pedidos para a realização ou colaboração de actividades com alunos ou jovens de diversas idades. Para além da programação habitual, direccionada sobretudo aos alunos de 5.º e 7.º ano da Escola Mestre de Avis, o Centro de Arqueologia tem realizado outras iniciativas que implicam uma adaptação de conteúdos às idades e nível e aprendizagem, estimulando, assim, uma constante actualização dos programas desenvolvidos. Exemplo disso foram as iniciativas realizadas com os alunos da sala 2 do Jardim de Infância de Avis, que, em duas sessões, puderam descobrir uma nova profissão e experimentar ser arqueólogo por um dia, ou a colaboração na visita de estudo do

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PaRK International School, que integrou um passeio botânico e um percurso arqueológico, para além da visita guiada ao Centro de Arqueologia. O contacto fora do contexto escolar nem sempre é facilitado, mas em 2018 o Centro associou-se ao Grupo 263 Avis - Associação dos Escoteiros de Portugal à descoberta de “Pedras que contam História”, em Aldeia Velha. Numa paisagem marcada pela Ribeira de Santa Margarida, descobriram-se alguns dos exemplares de megalitismo em xisto e falou-se sobre o território. Ao longo da caminhada, entre jogos e exercícios, foi possível desfrutar da paisagem, de onde sobressaem os montados de sobro e azinho, bem conservados e que se revelam fundamentais para a conservação de algumas espécies de fauna e flora, assim como a densa mancha arbórea integrada na Rede Natura 2000, no sítio de Cabeção. As iniciativas, realizadas no Centro de Arqueologia ou no exterior, procuraram assegurar, junto do público mais jovem, uma proximidade ao património arqueológico, possibilitando conhecer também etapas de trabalho e materiais que nem sempre são visíveis.

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património construído

O abastecimento de água na zona urbana que hoje corresponde ao Centro Histórico de Avis seria feito, por questões naturais, a partir da retenção de águas pluviais. Deste modo, os recursos hídricos utilizados para suprir as necessidades da população provinham, na sua maioria, do interior do espaço muralhado, pelo que era necessário garantir o acesso e a distribuição de água.

A Cisterna de Avis sistema de abastecimento de água nos períodos medieval e moderno

O sistema de abastecimento, que aliava a funcionalidade à captação e escoamento do precioso recurso natural, foi desenvolvido ao longo do período de ocupação do Centro Histórico, em função do número da população e respectivas necessidades, e englobava um complexo conjunto de estruturas, composto, de forma geral, por cisternas, poços-cisterna e canais. As alterações do tecido urbano introduziram adulterações deste sistema, com a destruição parcial de alguns troços, o seu fecho e a construção de edifícios. Por essa razão, desconhece-se a extensão e verdadeira complexidade deste sistema, assim como a cronologia dos vários momentos de construção e utilização, mas é possível que a sua origem remonte às primeiras ocupações medievais da vila, tendo sido adaptado e alterado ao longo dos séculos.

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Do conjunto de estruturas hidráulicas conhecidas destaca-se, pelas suas características e estado de conservação, a Cisterna da Rua Joaquim de Figueiredo. A Cisterna, situada na Rua Joaquim de Figueiredo, em pleno Centro Histórico, foi objecto de intervenção arqueológica realizada no âmbito da sua valorização. Os trabalhos realizados permitiram conhecer, com rigor, a estrutura, a planta e a estratigrafia deste espaço. A estrutura que se conserva, com uma capacidade inferior à que teria originalmente, evidencia um reservatório com grande capacidade de retenção de água, cuja entrada actual é feita por um corredor estreito que termina num pequeno logradouro onde se localiza a escada de acesso ao interior da cisterna. O interior desenvolve-se no sentido Sul-Norte e é constituído, actualmente, por 5 arcos de blocos de granito de secção rectangular que terminam em pilares do mesmo material integrados nas paredes da cisterna. Nos pilares que definem os alinhamentos dos arcos foi identificado

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um conjunto significativo de marcas de canteiro. No topo da cisterna persistem três poços de abastecimento. Referida no século XV, a construção desta estrutura poderá ser anterior e recuar aos primeiros momentos de ocupação de Avis durante o período medieval. A Cisterna reúne actualmente as condições para o seu usufruto, sendo as visitas acompanhadas pelo Posto de Turismo.


conhecer

Epigrafia

Ara votiva

O período romano encontra-se documentado em Avis através de um conjunto de vestígios, de tipologia diversificada, onde se integram os monumentos epigráficos. As epígrafes refletem a integração de valores da cultura clássica, numa estrutura social e cultura organizada, constituindo, por isso, importantes fontes de informação. Apesar do conjunto epigráfico conhecido para o concelho ser reduzido, retrata dois contextos distintos associados ao período romano: _ O mais antigo, integrado no século I d.C., está associado aos primeiros momentos da romanização do território e caracteriza-se por uma forte componente indígena, manifesta pela antroponímia e pela divindade cultuada. Estas inscrições partilham o mesmo tipo de suporte, o granito, e revestem-se de grande simplicidade de execução. _ O outro contexto, mais tardio e datado no século II d.C., caracterizase pelos monumentos clássicos, elegendo o mármore como suporte e revelando uma execução mais cuidada. Para os exemplares conhecidos, destaca-se a sua associação a elementos servis com raízes grecizantes, evidente na antroponímia das inscrições. Uma das epígrafes associada ao contexto mais antigo corresponde a uma ara votiva, consagrada a Band Saisabro. O monumento, em granito de grão fino, foi recolhido em 1987 na envolvente à villa romana de Bembelide, próximo de Maranhão. Apresenta-se completo, com algumas lacunas, e conserva vestígios de cal, resultado da sua reutilização. Ostenta na face gravada a seguinte inscrição: RVFINV/S . RVFI F(ilius) / BANDI . S|AISABR|5 O . V(otum) A (nimo) L(ibens) S(olvit) // “Rufinus, filho de Rufus, o voto cumpriu de livre vontade a Band Saisabro (?).

Epigrafia

O dedicante surge associado ao substrato indígena da população, identificando-se apenas com um nome, seguido do patronímico. A onomástica desta inscrição é relativamente comum nas zonas peninsulares predominantemente pré-romanas.

Granito Ara trabalhada nas quatro faces. Capitel liso, fracturado, moldura sob capitel e na base. Inscrição no fuste, paginação pouco cuidada e caracteres irregulares. Onomástica préromana e teónimo associado a uma divindade do grupo Band. 550 mm (alt) | 290 mm (larg) | 250 (esp) Campo epigráfico: 200 mm (alt) | 225 (larg) Século I d.C. Maranhão

Apesar da sua simplicidade, esta epígrafe reveste-se de um interesse acrescido, uma vez que vem confirmar o culto a Band, divindade lusitana, a sul do Tejo, numa área onde se encontra mal documentado. A leitura do epíteto da divindade é difícil de conhecer devido às lacunas no campo epigráfico. Pelas características do monumento, é possível integrá-lo em meados do século I d.C.. Desconhece-se o local exacto de recolha do monumento, mas estaria associado à villa romana de Bembelide, evidenciado a existência de um espaço de devoção. A peça integra o acervo do Centro de Arqueologia de Avis e encontra-se em exposição.

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Roteiro Megalítico Entre Pedras e Pedrinhas

Assinalando o Dia Internacional dos Monumentos e

comunidades agro-pastoris, mas é no período romano que

Sítios, sob o tema “Património: de geração para geração”,

se consolida, determinando uma estrutura de povoamento

o Centro de Arqueologia promoveu a apresentação e o

marcadamente rural que, em grande parte, se mantém

lançamento do segundo circuito do Roteiro Megalítico

até aos dias de hoje.

"Entre Pedras e Pedrinhas".

Apesar de se integrar numa região profundamente

Depois de divulgados os monumentos megalíticos

marcada pelos incaracterísticos olivais intensivos, o

visitáveis na Ribeira Grande, foi a vez de apresentar as

circuito desenvolve-se numa área que ainda conserva um

propostas de visita em torno da Ribeira de Seda,

notável enquadramento natural e paisagístico, de onde

desenvolvidas no âmbito do Plano de Valorização de Sítios

sobressaem a avifauna, assim como a galeria ripícola

e Monumentos Arqueológicos.

associada à Ribeira de Seda.

O Circuito da Ribeira de Seda desenvolve-se numa

Pela sua localização, o circuito possibilita uma visita a

paisagem marcada por diversos testemunhos da presença

outros pontos de interesse, como o Museu Rural, a Adega e

humana. O relevo pouco acidentado, pontuado por

a Loja da Fundação Abreu Callado, a capela de N. Sr.ª de

grandes afloramentos de granito, e a confluência de

Entre Águas ou a Lápide romana de Entre Águas,

diversas ribeiras, conferem a esta área características

monumento classificado. Em Valongo destacam-se ainda

únicas que justificaram uma continuidade de ocupação

dois importantes exemplares arbóreos classificados de

desde a Pré-História.

interesse público.

A importância deste território para o desenvolvimento

As informações relativas ao Roteiro estão disponíveis

de actividades de produção, em particular da agricultura,

em folhetos próprios, que podem ser encontrados

torna-se evidente com a fixação das primeiras

Centro de Arqueologia e no Posto de Turismo, e, brevemente, em formato digital.

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no


visitar

circuito da ribeira de seda

Anta da Cumeada 39, 082024 N | 07,505248 W

Visita recomendada 000

Monumento de grande dimensão, em granito do qual se conservam sete esteios da câmara e a tampa, que evidencia um conjunto de covinhas. Do corredor permanecem cinco esteios, um dos quais já deslocado, e uma tampa. Nas imediações do monumento encontramse três blocos de granito que terão pertencido à anta. O tumulus preserva-se apenas na zona junto aos esteios.

Anta da Coutada 39,070646 N | 07, 531609 W

Visita recomendada 00

Monumento de grande dimensão do qual se conservam cinco esteios da câmara e fragmento de um outro. A tampa encontra-se tombada e fragmentada. O corredor é longo e conserva duas tampas in situ. Junto à estrutura tumular encontra-se um bloco de grande dimensão, que ostenta um painel gravado com covinhas e uma figura compósita. O monumento é construído em granito, com excepção de um dos esteios da câmara.

Anta da Horta da Palha 39,064090 N | 07,515576 W

Visita recomendada 00

Monumento de grande dimensão construído em granito. Apresenta câmara trapezoidal, definida por seis esteios in situ, e corredor, curto, do qual se preservam dois esteios e uma tampa. Embora se integre numa zona agrícola, ainda é possível identificar vestígios do tumulus, sobretudo junto aos esteios. Referência para a recolha de um machado de pedra polida de secção circular.

Antas Abessara 3 39,075401 N | 07,512554 W

Visita recomendada 0

O monumento, identificado em 2016, corresponde a um exemplar de dimensão média, construído em granito e com corredor. Da câmara conservam-se sete esteios tombados e a tampa caída. Do corredor persistem dois esteios tombados junto à entrada, e mais dois deslocados, um próximo do corredor e outro sobre o que resta da estrutura tumular. Do conjunto de materiais associados ao monumento destaca-se uma taça carenada com perfil completo, característica nos contextos integrados no final do 4.º e início do 3.º milénio a.C.. O monumento encontra-se sazonalmente submerso.

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da terra boletim do centro de arqueologia de avis número 11, 28 de setembro de 2018

breves II encontro “Portugal Megalítico” Peça do Mês. Património arqueológico acessível Património arqueológico. Gestão e Valorização Clube da Europa divulgação Apresentação científica de resultados caderno de campo Colaboração dos Jovens em Movimento na campanha de 2018 investigação TEMPH. Novos locais com indícios de ocupação pré-histórica em destaque À descoberta da Arqueologia património construído A Cisterna de Avis. Sistema de abastecimento de água nos períodos medieval e moderno conhecer Epigrafia. Ara votiva visitar Roteiro megalítico Entre Pedras e Pedrinhas_Circuito da Ribeira de Seda

Edição Município de Avis Director Nuno Paulo Augusto da Silva | Presidente da Câmara Recolha e organização da informação Centro de Arqueologia de Avis Textos e concepção gráfica Ana Ribeiro Fotografia Arquivo fotográfico municipal _ Centro de Arqueologia de Avis; Agrupamento de Escolas de Avis; Município de Coruche; Município de Ponte de Sor; Portugal Megalítico Capa Arqueólogo por um dia_ Centro de Arqueologia de Avis Composição gráfica e revisão Centro de Arqueologia de Avis ISSN 1646-5660 Contactos Pátio das Cisternas 8, 7480-121 Avis Telefone 242 410 090 arqueologia@cm-avis.pt https://www.facebook.com/Centro-de-Arqueologia-de-Avis-1590089434537617/


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