No quintal brota diversidade

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Coreaú, Ceará | Junho de 2017

No quintal brota diversidade A experiência de Dona Florência e Vicente

Dona Florência e Vicente vivem com sua família na comunidade Conceição, 50 a quilômetros da sede do município de Coreaú. O casal trabalha em uma propriedade de 10 hectares cercada de verde por todos os lados, mais nem sempre foi assim. Tudo começou quando seus filhos retornaram de Fortaleza e perfuraram um poço profundo no quintal. “Era muito sofrimento, minha filha, não tinha água, eu ia lavar roupa a 6 quilômetros daqui as vezes o dono do terreno lá achava ruim. Ai com o poço começamos a plantar uns pés de mamão, bananeira e capim para bichos”, recorda Dona Florência. O quintal da família conta com uma grande diversidade de frutíferas. De lá eles colhem laranja, limão, melancia, acerola, tangerina, banana, seriguela, mamão, goiaba, coco, caju, manga entre outros. Nesse espaço também se encontra espécies nativas como catingueira, umburana, mofumbo, leucena, pau d’arco, flamboaiã. A família, ainda produz urucum, milho, feijão, batata doce, jerimum. Toda essa história partiu da iniciativa do seu filho Eleandro, apaixonado por plantas.


O dia de Dona Florência e Vicente começa cedo, eles vão para o roçado, preparam a área, apanham o feijão, debulham e guardam. Dona Florência divide seu tempo com os cuidados da casa e os animais – galinhas, patos, capotes gansos, paturis e marrecas viuvinhas. “As galinhas são boas de criar, comem tudo que a gente bota, né?! O milho do roçado, restos de alimentos e cascas de frutas, capim. E ainda fica os ovos para nós comer e elas também. Tem um menino meu que está criando uns porquinhos para engordar e vender. Mas as árvores são boas viu, chama até chuva”, conta com satisfação a agricultora. A família além de produzir para o autoconsumo, também comercializa urucum, leite de gado, queijo, galinhas e outros produtos, tanto na comunidade quanto no distrito de Ubaúna. Na comunidade Conceição, o trabalho de assessoria técnica do CETRA chegou através do Projeto Paulo Freire em parceria como a Secretaria de Desenvolvimento Agrário do estado do Ceará, esse processo também possibilitou o acesso das famílias ao Projeto Biogás. Para a produção de biogás a ser utilizado na cozinha os agricultores usam esterco dos animais. Além de economizar dinheiro, as famílias protegem o meio ambiente. “Eu pensei que não ia dar certo pelo tempo que a gente lida com estrume nas plantas, não sabia que ia dar certo não ter o gás. Mais depois da chegada do biodigestor, nós economizamos 120 reais por mês, pois eram 2 botijões por mês, minha família é grande, né. No início nós juntávamos dois carrinhos de mão de estrume de boi, depois que encheu, passamos a botar 2 a 3 carrinhos por semana. O Eleonardo tira com um balde e coloca nos troncos das plantas, isso melhorou bastante nossa produção”, explica Dona Florência. A diversificação do quintal melhorou a segurança alimentar e a renda da família. “Eu deixo um recado para todo mundo fazer o que eu faço, querer o que eu quis, pois melhorou a nossa vida, a nossa alimentação e ainda vedemos no mercado”, conta com satisfação o casal de agricultores.

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