Arcadismo

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O Arcadismo recupera as características do classicismo dando uma nova característica ao classicismo, uma nova roupagem.

O Arcadismo nos remete a uma região da Grécia região do PELOPONESO. Região muito montanhosa, especificamente a região da ARCÁDIA. Nessa região da Arcádia encontra-se o monte MÊNELO onde vive APOLO e suas MUSAS. Apolo que é também um deus da inspiração poética. Nessa região da ARCÁDIA vivem diversos PASTORES e PASTORAS. Por isso é que chamamos essa corrente literária de ARCADISMO e NÉO CLASSICISMO. Esse século por ser influenciado pela filosofia ILUMINISTA vai ser conhecido como :



Século das luzes

Características Gerais


Volta aos clĂĄssicos

Antiguidade e renascimento Mitologia pagĂŁ


Volta ao clテ。ssico: A boa poesia devia ser aquela que imitasse a poesia clテ。ssica e a poesia da antiguidade Greco latina. Por isso quando citamos as caracterテュsticas do Arcadismo temos diversos termos em latim inspirados no poeta latino HORテ,IO.


INUTILA TRUNCAT

Retirar o inútil Tirar aquilo que não é necessário na poesia, ou seja escrever uma poesia de forma racional, organizada e que se preze pela simplicidade de estilo.


FUGERE URBEM Fugir da cidade, retornar a natureza, um estilo simples de vida. Desse termo tiramos duas características mais: - O Pastoralismo: os poetas não são mais pessoas que residem na cidade são pastores.

-O Bucolismo: (LOCUS AMOENUS): toda a ambientação da poesia se da em bosques em lugares amenos. O pastor está em lugares agradáveis, lugar afável onde temos árvores frutíferas, carneirinhos e ovelhas. Sua pastora trabalhando junto com ele. Da natureza eles retiram tudo para sua sobrevivência e não precisam de nenhum luxo. É a idealização da vida NATURAL.



FINGIMENTO POÉTICO O poeta finge ser um pastor em suas poesias, não temos mais o escritor Thomás Antonio Gonzaga e sim o pastor Dirceu ou o escritor Claudio Manoel da Costa e sim o pastor Glauceste Saturnio. O poeta, dessa forma consegue retirar a subjetividade do poema, alguns autores chamam isso de despersonalização do eu-lírico, porque a despersonalização do poeta abandona a subjetividade não fala de algo pessoal e sim, cria um personagem, um pastor que a partir daí descreve, conta, narra os acontecimentos da sua vida, ou seja, é como se o pastor estivesse escrevendo, pregando a poesia e não o poeta propriamente dito.


ASPECTOS FORMAIS As frases escritas nos poemas árcades são em ordem direta porque o poeta árcade preza pela clareza, porque se volta aos ideais clássicos de poesia que preza o equilíbrio e a razão.

Simplicidade línguistica Também devido ao ideal de clareza a poesia árcade é voltada ao social, não por esquematizar questões sociais, mas sim para ser mostrada a sociedade, logo prezavam pela clareza. Ser claro na poesia significa atingir mais e mais pessoas.


UTILIZAÇÃO DO VERSO EM BRANCO

O verso branco é o verso sem rima, nem todos os poetas escreveram assim, mas alguns começaram a utilizar desse recurso interessante, vale insistir eles ficam no verso branco e não no verso livre que é o poema sem métrica ou seja o poeta árcade mantém a métrica e por vezes abandona a rima.


RAZÃO, NATUREZA, VERDADE Estes são os três conceitos básicos que reúnem todas as características do arcadismo a razão, porque o poeta árcade vai deixar de criar uma poesia emocional e criar a poesia racional.

Natureza, lugar onde ainda existe a pureza humana e a verdade é atingir o belo artístico.


FORMAÇÃO DE UM SISTEMA LITERÁRIO

É a relação do autor e do público é o momento em que o autor vai produzir uma obra, essa obra vai chegar até o público o público emitirá sua opinião e o autor novamente reproduzira uma obra ao gosto do público ou seja, o nascimento dessa relação entre o autor e público se dá no ARCADISMO. Terá seu ponto alto no desenvolvimento do romantismo com os folhetins, mas a origem de todo desse sistema literário se dá no Brasil com o ARCADISMO.


CLAUDIO MANOEL DA COSTA Nasceu em 1729, na zona rural de Ribeirão do Carmo, mais tarde Mariana, em Minas Gerais. É no livro OBRAS que aparece seu pseudônimo árcade – Glauceste Satúrnio. Envolveu-se na Conjuração Mineira e, em 25 de maio de 1789, foi levado preso para a Casa dos Contos, onde apareceu morto no dia 4 de julho do mesmo ano.


Como declara no prólogo de OBRAS, existem polos opostos em sua poesia: sua formação barroca, mas pretende a simplicidade árcade; sua educação artística é portuguesa, mas deseja cantar o “pátrio Rio”, isto é, a terra natal, mesmo que ela não corresponda à paisagem idealizada pelos poetas árcades europeus. Assim, embora Cláudio Manuel da Costa seja o autor da obra considerada o inicio do Arcadismo no Brasil, sua poesia tem ecos do Barroco. Em seus poemas, o pastor expressa “emoções e valores da terra”; por isso, o cenário em que ele se insere, ainda que apresente elementos dos espaços bucólicos gregos, remete à paisagem local. Foi, porém, o conhecimento da literaturas portuguesa e italiana, além da bagagem cultural fundamentada em princípios humanistas, que o consagrou como o primeiro representante do Neoclassicismo na tradição brasileira.


Sou pastor; não te nego; os meus montados São esses, que aí vês; vivo contente Ao trazer entre a relva florescente A doce companhia dos meus gados; Ali me ouvem os troncos namorados, Em que se transformou a antiga gente; Qualquer deles o seu estrago sente; Como eu sinto também os meus cuidados.

Vós, ó troncos, (lhes digo) que algum dia Firmes vos contemplastes, e seguros Nos braços de uma bela companhia; Consolai-vos comigo, ó troncos duros; Que eu alegre algum tempo assim me via; E hoje os tratos de Amor choro perjuros.




Teseu matando o Minotauro



O Arcadismo  Surgiu no século XVIII.

 Linguagem poética mais simples.  Visão mais racional e materiais da existência.

 Valorização da simplicidade da vida campestre e dos prazeres do amor (bucolismo).  Os poetas árcades adotavam pseudônimos gregos e latinos e se referiam

a personagens da mitologia clássica.  O nome do movimento foi tirado de Arcádia, região da Grécia onde,

segundo a mitologia, pastores e pastoras levariam uma vida simples, em plena natureza. Também recebe o nome de Neoclassicismo, pois os árcades buscavam

inspiração em autores do Classicismo, como Camões.


Carpe diem – “aproveitar o dia (o presente)”:

Locus amenus – “lugar ameno”:

Gozar os prazeres do amor, porque a vida é breve e o futuro é incerto.

o poeta idealiza uma paisagem agradável e propicia aos encontros amorosos.

Temas da poesia árcade

Aura mediocritas – “aura mediocridade”: ideal de uma vida tranquila e equilibrada, sem excessos ou extremos.

Fugere urbem – “fuga da cidade”:

Sair da agitação e violência da vida urbana ou da corte em favor da simplicidade do campo, onde se poderia levar uma existência calma e feliz.


O Arcadismo em Portugal • Fundação da Arcádia Lusitana em 1757. • Embora influente, o grupo desapareceu em 1774, para ressurgir em 1776 com o nome de NOVA ARCÁDIA. • Faz parte dessa nova sociedade Elmano Sadino, pseudônimo de MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE (1765-1805).

• No início da atividade literária, sua poesias apresentavam características do Arcadismo: falavam de pastores, deuses, ninfas.

• Rompendo com essa tendência, ele passou a compor versos sobre seu mundo interior, seus DRAMAS AMOROSOS e existenciais, antecipando tendências românticas.


Arcadismo no Brasil Desenvolveu – se na região de Vila Rica.

Além das convenções árcades, os poetas inseriram elementos da realidade nacional.

Muitos dos autores árcades brasileiros envolveram-se com a Inconfidência Mineira.

As academias estimularam a vida intelectual e reforçaram os sentimentos nacionalistas.


Tomás Antônio Gonzaga Nasceu em Portugal e viveu no Brasil até ser condenado ao exílio por participar da Inconfidência Mineira. O pastor Dirceu

A sátira

• Escreveu as poesias de Marilia de Dirceu sob o pseudônimo árcade Dirce.

• Escreveu anonimamente o poema satírico Cartas Chilenas.

• A primeira parte tipicamente árcade.

• Ridicularizavam o governador Luís da Cunha Meneses (chamado de Fanfarrão Minésio) por suas arbitrariedades.

contém

poemas

• Na segunda, com as poesias escritas na cadeia, o tom é de saudade e lamentação pela falta de liberdade. • A pastora Marília é um motivo poético.

• O eu lírico, Critilo, escrevia para Doroteu.


Entre seus textos está o livro OBRAS, sob pseudônimo Glauceste Satúrnio, e o poema Épico Vila Rica.

O cenário de sua poesia apresenta espaços bucólicos gregos, mas remete à paisagem local.

Cláudio Manuel da Costa

Sua poesia inicia o Arcadismo no Brasil, mas tem ecos do Barroco

Envolveu-se na Conjuração Mineira.


Basílio da Gama Sua obra principal é o poema épico O Uraguai, de 1769.

Estrutura • Composto de cinco cantos; • Possui as partes tradicionais do poema épico: proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo;

• Escrito em decassílabos brancos sem divisão de estrofes.

Fala da guerra movida pelos portugueses e espanhóis contra o conjunto de aldeias denominado Sete Povos das Missões do Uruguai.

A simpatia que o autor mostra pela bravura dos índios e os elogios à paisagem brasileira fazem da obra uma precursora do Indianismo e do Nativismo.


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